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5.HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO

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Histologia e Embriologia dos Animais Domésticos A 19 de novembro de 2012 
 
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HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
É um tipo de tecido muito rígido presente no organismo, é o principal 
componente do esqueleto, servindo de suporte para as partes moles e protegendo 
órgãos vitais como os contidos na caixa craniana, torácica e no canal vertebral. 
Também aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue, dá apoio 
aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis, e 
constituindo um sistema de alavancas que amplia as forças geradas pela contração 
muscular. É depósito de cálcio, fosfato e outros íons, mantendo as concentrações 
constantes nos líquidos corporais (líquido intersticial, sangue, linfa). Os ossos estão em 
estado dinâmico de crescimento e reabsorção para acomodar-se a alterações de 
tensões mecânicas e demandas de cálcio. 
2. ESTRUTURA DO TECIDO ÓSSEO 
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado 
por CÉLULAS e um material intercelular calcificado, a MATRIZ ÓSSEA. Nesta matriz 
calcificada existem canalículos para que ocorra a comunicação dos osteócitos com 
seus vizinhos, com as superfícies externa e interna e com os canais vasculares da 
matriz. A matriz óssea é produzida inicialmente como material orgânico que, 
posteriormente se mineraliza. 
3. CÉLULAS DO TECIDO ÓSSEO 
Osteócitos: 
São células achatadas em forma de amêndoa que possuem 
prolongamentos citoplasmáticos. Localizam-se no interior da matriz óssea em espaços 
chamados lacunas, de onde partem canalículos contendo os prolongamentos celulares, 
promovendo a comunicação entre as células vizinhas, permitindo o fluxo intercelular de 
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íons e pequenas moléculas (como hormônios que controlam o crescimento e 
desenvolvimento dos ossos). 
Os osteócitos são células essenciais para a manutenção da matriz 
óssea e sua morte é seguida de reabsorção da matriz, embora demonstrem 
características de células que têm pequena atividade sintética (exibem pequena 
quantidade de REG, aparelho de Golgi pequeno, e núcleo com cromatina condensada). 
Osteoblastos: 
Os osteoblastos estão presentes nas superfícies ósseas, lado a lado, 
em arranjo que lembra um epitélio simples. Quando em intensa atividade sintética são 
cubóides e com citoplasma muito basofílico; e quando em estado pouco ativo tornam-
se achatados e com basofilia citoplasmática diminuída. Possuem prolongamentos 
citoplasmáticos que se prendem aos osteoblastos vizinhos. Estes prolongamentos se 
tornam mais evidentes quando um osteoblasto é envolvido pela matriz. Uma vez que 
os osteoblastos estejam cercados pela matriz recém formada, são chamados 
osteócitos. A matriz se deposita ao redor dos corpos das células e de seus 
prolongamentos formando respectivamente as lacunas e os canalículos. 
Os osteoblastos são células responsáveis pela síntese de colágeno tipo 
II, proteoglicanas, e glicoproteínas, que compõem a parte orgânica da matriz óssea, a 
parte da matriz óssea que se forma primeiro e é depois mineralizada. Os osteoblastos 
são células em fase de síntese, portanto, apresentam aparelho de Golgi e REG 
desenvolvidos. 
A matriz óssea não calcificada = osteóide o pré-osso. 
Osteoclastos: 
Localizam-se na matriz óssea, sobre os osteoblastos ou sobre outros 
osteoclastos. São células móveis, gigantes, extensamente ramificadas e com partes 
dilatadas contendo 6 a 50 ou mais núcleos; sendo que suas ramificações são muito 
irregulares com forma e espessura variável. Os osteoclastos são células ricas em 
lisossomas, apresentam uma borda em escova (microvilos) na face em aposição ao 
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osso, e localizam-se em depressões escavadas na matriz por ação enzimática – 
chamadas lacunas de Howship. 
Os osteoclastos realizam reabsorção óssea por secretarem ácidos 
orgânicos que dissolvem o componente mineral do osso, além de colagenase e outras 
enzimas que atacam a parte orgânica da matriz. 
4. MATRIZ ÓSSEA 
A Parte inorgânica da matriz compõe 50% do peso da matriz óssea. 
Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio. Também há bicarbonato, magnésio, 
potássio, sódio e citrato em pequenas quantidades. 
Cálcio e Fósforo formam cristais com estruturas da hidroxiapatita 
Ca10(PO4)6(OH)2 arranjando-se ao longo das fibrilas colágenas e envolvidos por 
substância fundamental amorfa. Ao redor do cristal há água sendo a camada superficial 
chamada “capa de hidratação” e facilitando as trocas de íons entre o cristal e o líquido 
intersticial. Ao M.E., os cristais de hidroxiapatita aparecem como agulhas ou tabletes 
alongados medindo 40X25X3nm. 
A Parte Orgânica da matriz é formada principalmente por fibras 
colágenas (colágeno tipo I), perfazendo um total de 95% do conteúdo orgânico da 
matriz, e pequena quantidade de substância fundamental amorfa, contendo 
proteoglicanas e glicoproteínas. 
*Obs.: A matriz óssea descalcificada cora-se por corantes seletivos do 
colágeno, sendo flexível como um tendão. A parte orgânica da matriz pode ser retirada 
por incineração, só que é muito difícil manusear-se o osso incinerado sem que ele se 
parta. 
5. TIPOS DE TECIDO ÓSSEO 
Macroscopicamente o osso pode ser do tipo Compacto ou Esponjoso. 
O Osso Compacto é aquele que não apresenta cavidades ocorrendo principalmente na 
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diáfise dos ossos longos (apenas com pequena quantidade de osso esponjoso na parte 
profunda da diáfise delimitando a cavidade medular). O Osso Esponjoso é aquele que 
apresenta cavidades, formando a maior parte das epífises dos ossos longos (formadas 
de osso esponjoso com camada delgada superficial de osso compacto) e presente 
também em ossos chatos e ossos planos. As cavidades dos ossos esponjosos e o 
canal medular da diáfise dos ossos longos são ocupados pela Medula Óssea, da qual 
há duas variedades; a medula óssea vermelha ou hemotógena e a amarela constituída 
por tecido adiposo. 
Histologicamente há dois tipos de tecido ósseo: Tecido Ósseo Primário 
ou Imaturo e o Tecido Ósseo Secundário ou Maduro. 
Os dois tipos possuem as mesmas células e os mesmos constituintes 
da matriz, porém sua organização é diferente. Enquanto no tecido ósseo primário as 
fibras colágenas formam conjuntos dispostos irregularmente, no tecido ósseo 
secundário ou lamelar essas fibras se organizam em lamelas. 
Tecido Ósseo Primário: 
O tecido Ósseo Primário não tem lamelas e contém teor menor de 
minerais e maior percentagem de osteócitos do que o tecido ósseo secundário. É o 
primeiro tecido ósseo a se formar em cada peça óssea durante o desenvolvimento do 
esqueleto e, também, em reparação de fraturas, sendo substituído gradativamente por 
tecido ósseo secundário. 
No adulto é pouco freqüente, podendo ser encontrado nas suturas dos 
ossos do crânio, nos alvéolos dentários, e alguns pontos de inserção de tendões. 
Tecido Ósseo Secundário: 
O tecido Ósseo Secundário é o tipo geralmente encontrado no adulto e 
é altamente organizado. Possui fibras colágenas organizadas em lamelas, ou que ficam 
paralelas entre si, ou que se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais 
com vasos (formando os Sistema de Havers). 
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Na diáfise dos ossos longos, as lamelas se organizamem um arranjo 
típico, constituindo os Sistemas Havers, os Sistemas Circunferenciais Interno e 
Externo, e os Sistemas Intermediários. 
Sistema Havers ou Ósteon: 
É um cilindro longo, com diâmetro médio de 0,3mm, às vezes 
bifurcado, paralelo à diáfise e formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas com 3 a 
7 m (ou 4 a 12 m) de espessura e um Canal de Havers central. 
O Canal de Havers localizado no centro do cilindro é revestido por 
endósteo e apresenta vasos e nervos. Os Canais de Havers comunicam-se entre si, 
com a cavidade medular, e com a superfície externa do osso por meio de canais 
transversais ou oblíquos – os canais de Volkmamm, que atravessam as lamelas 
ósseas. Os canais de Havers e de Volkmamm são, portanto, canais vasculares e 
aparecem quando a matriz se forma ao redor dos vasos preexistentes. 
Sistemas Circunferenciais Interno e Externo: 
São formados por lamelas ósseas paralelas entre si, localizadas em 
volta do canal medular e próximo ao periósteo, respectivamente. 
Sistemas Intermediários: 
São formados por lamelas curtas entre si, formando grupos irregulares, 
geralmente de forma triangular. São restos de lamelas de sistemas de Havers 
parcialmente destruído pelo crescimento e remodelação do osso. 
6. PERIÓSTEO E ENDÓSTEO 
São membranas conjuntivas que revestem as superfícies externa e 
interna dos ossos respectivamente. 
Periósteo: 
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É constituído por tecido conjuntivo denso, muito fibroso em sua parte 
externa e mais celular e vascular na porção interna junto ao tecido ósseo. 
As células do periósteo têm morfologia semelhante à de fibroblastos, 
tendo importante papel no crescimento dos ossos e na reparação de fraturas, 
transformando-se em osteoblastos. 
Endósteo: 
É constituído de uma camada de células osteogênicas achatadas 
(transformam-se em osteoblastos), revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal 
medular, os Canais de Havers e os Canais de Volkmamm. 
No Endósteo, e principalmente no Periósteo, existem vasos sangüíneos 
que se ramificam e penetram nos ossos através de canais encontrados na matriz 
óssea. 
6.1. Funções do Periósteo e do Endósteo 
São a nutrição do tecido ósseo, pois de seus vasos sangüíneos 
partem vasos que penetram nos ossos pelos canais de Volkmamm, e servir de fonte de 
osteoblastos para o crescimento e reparação óssea. 
7. HISTOGÊNESE DO TECIDO ÓSSEO 
O tecido ósseo apresenta dois métodos de formação a ossificação 
intramembranosa e a ossificação endocondral. 
OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA: Processo que surge no interior 
de membranas de natureza conjuntiva, sendo o principal processo formador dos ossos 
chatos, do crescimento dos ossos curtos e crescimento e em espessura dos ossos 
longos. 
O local da membrana conjuntiva onde começa a ossificação chama-se 
centro de ossificação primária. As células mesenquimatosas formam “ilhas” e 
transformam-se em osteoblastos que vão produzindo osteóide que calcifica-se 
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passando a ser matriz calcificada e engloba os osteoblastos que se transformam em 
osteócitos. Há formação de vários destes grupos simultaneamente que se confluem 
formando traves ósseas e dando ao osso aspecto esponjoso. Entre as traves penetram 
vasos sangüíneos levando células mesenquimatosas indiferenciadas que darão origem 
a medula óssea. 
Os vários centros de ossificação crescem radialmente, vindo a 
substituir a membrana conjuntiva preexistente. A parte da membrana conjuntiva que 
não sofre ossificação passa a constituir o endosteo e o periósteo. 
7.1. Ossificação Endocondral: 
A ossificação endocondral ocorre a partir de tecido cartilaginoso - 
cartilagem hialina que será posteriormente substituída por tecido ósseo. É o tipo que 
ocorre, por exemplo, no embrião, quando forma-se primeiramente um modelo 
cartilaginoso de formato semelhante ao osso que irá se formar, porém menor. Este 
processo é o principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos. 
No caso dos ossos longos, o osso consiste de duas extremidades 
dilatadas, as epífises, e uma parte média, denominada diáfise. No pericôndrio da parte 
média do modelo (diáfise) crescem capilares, com isto as células progenitoras estando 
em um ambiente bem vascularizado começam a se diferenciar em osteoblastos (e não 
condroblastos) produzindo osteóide que logo se mineraliza transformando-se em matriz 
óssea formando um colar ósseo ao redor da parte média do modelo, abaixo do 
pericôndrio. Os condrócitos localizados na porção média sofrem um processo de 
maturação e hipertrofiam ao mesmo tempo em que inicia-se uma deposição de sais de 
cálcio na matriz cartilaginosa, tornando-a calcificada. A interação da calcificação da 
matriz cartilaginosa e a formação do colar resulta no impedimento de difusão de 
nutrientes para os condrócitos que degeneram e morrem, as lacunas antes ocupadas 
pelos condrócitos ficam vazias e as finas divisões que as separam são destruídas 
formando com isso inúmeras cavidades que comunicam-se. As cavidades da 
cartilagem calcificada são invadidas por capilares sangüíneos e células 
mesenquimatosas que diferenciam-se em osteoblastos e vão produzir matriz óssea, 
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constituindo um centro primário de ossificação. Ao mesmo tempo em que está sendo 
formada a matriz óssea os osteoclastos (condroclastos) vão digerindo a matriz 
cartilaginosa. Quando o processo de substituição do modelo cartilaginoso cessa, 
restará cartilagem apenas nas extremidades ósseas, a denominada cartilagem 
articular, e entre a diáfise e a epífise o que se chama de disco epifisário (cartilagem 
epifisária). Depois de estar formado, o osso longo cresce em espessura por ossificação 
intramembranosa, pela atividade do periósteo, e em comprimento por ossificação 
endocondral, pela atividade do disco epifisário. 
 Os modelos cartilaginosos dos ossos curtos terão cartilagem nas 
superfíces articulares. Os ossos curtos e chatos crescem por ossificação 
intramembranosa através do pericôndrio. 
8. CRESCIMENTO E REMODELAÇÃO ÓSSEA 
O processo de crescimento e remodelação consiste na formação de 
tecido ósseo novo, e na reabsorção parcial de tecido já formado mantendo a forma 
enquanto crescem. Os ossos chatos crescem por formações a partir do periósteo, 
principalmente da face externa do osso, enquanto ocorre reabsorção na face interna o 
osso longo cresce em comprimento através da atividade do disco epifisário (cartilagem 
epifisária) e em espessura pela atividade do periósteo. 
ZONAS DA CARTILAGEM EPIFISÁRIA: (começando do lado da 
epífise) 
Zona de Cartilagem em Repouso = cartilagem hialina sem alterações; 
Zona de Cartilagem Seriada ou de Multiplicação = condrócitos dividem-
se rapidamente e formam fileiras ou colunas paralelas de células achatadas e 
empilhadas no sentido longitudinal do osso; 
Zona de Cartilagem Hipertrófica = condrócitos muito volumosos com 
acúmulo de glicogênio e lipídios no citoplasma e matriz reduzida a tabiques delgados 
(entre as células hipertróficas); 
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Zona de Cartilagem Calcificada = mineralização dos tabiques de matriz 
e morte dos condrócitos; 
Zona de Ossificação: zona em que se forma o tecido ósseo, ocorre 
invasão das lacunas dos condrócitos mortos por vasos sangüíneos e células 
osteogênicas do periósteo com formação das espículasósseas. As espículas ósseas 
são inicialmente formadas por um centro de cartilagem calcificada coberto por tecido 
ósseo recém formado. 
9. REPARAÇÃO DE FRATURAS 
Esse processo se inicia após a limpeza da área principal pela ação de 
macrófagos, removendo coágulos e restos celulares. Depois disso, inicia-se um 
processo de proliferação de fibroblastos a partir do periósteo e do endósteo, formando 
um colar que envolve as extremidades fraturadas. No interior das membranas 
conjuntivas surge o tecido ósseo através dos processos de ossificação 
intramembranosa e endocondral, formando-se, então, um “calo ósseo” constituído por 
tecido ósseo primário que gradualmente é substituído por tecido ósseo secundário. A 
remodelação do tecido ósseo é feita através da ação dos osteoclastos, permitindo a 
possibilidade do osso voltar a sua forma original. 
Sendo assim, no local da fratura ocorre primeiramente: 
1) hemorragia local; 
2) destruição da matriz e morte de células ósseas junto ao local 
fraturado; 
3) remoção do coágulo sangüíneo e restos celulares e de matriz; 
4) proliferação do Periósteo e Endósteo formando um colar em torno 
da fratura que penetra entre as extremidades fraturadas; 
5) formação de Tecido Ósseo Primário por ossificação 
intramembranosa e endocondral, ocorrendo formação de tecido 
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ósseo no tecido conjuntivo do anel e entre as extremidades 
fraturadas, originando-se o calo ósseo que une as extremidades 
fraturadas; 
6) ocorre a volta do osso às suas atividades, e o osso responde a 
trações e pressões normais, ocorrendo a remodelação do Calo 
Ósseo, e substituição do tecido ósseo primário por tecido ósseo 
secundário. 
10. HISTOFISIOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO 
10.1. Função do Tecido ósseo: 
Sustentação: o tecido ósseo serve de apoio aos demais tecidos e, em 
conjunto com o sistema muscular, forma alavancas que aumentam a força gerada 
pelos músculos durante a contração, permitindo a movimentação. 
Proteção: devido à resistência do tecido ósseo, este tecido constitui 
uma proteção principalmente para o sistema nervoso central contido na caixa craniana 
e no canal vertebral, protegendo também os órgãos da caixa torácica e a medula óssea 
contida no canal medular. 
Plasticidade: é a capacidade do tecido ósseo em remodelar a sua 
estrutura, em resposta as modificações de pressão nele exercidas. 
Reserva de Cálcio: 99% dos íons Cálcio presentes no organismo estão 
no tecido ósseo, e o Cálcio participa de diversos sistemas enzimáticos, e 
principalmente no mecanismo de contração muscular e transmissão de impulso 
nervoso. O tecido ósseo está em permanente troca de íons Cálcio com o sangue, 
sendo que o cálcio absorvido na alimentação é rapidamente depositado no tecido 
ósseo, e mobilizado quando houver baixa taxa de Cálcio sangüíneo (hipocalcemia) 
constituindo um mecanismo rápido de manutenção do equilíbrio do Cálcio. O 
mecanismo lento de mobilização de cálcio é representado pela ação hormonal da 
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paratireóide através do paratormônio que produz um aumento do número de 
osteoclastos e da reabsorção da matriz, com conseqüente liberação de cálcio. 
A tireóide produz o hormônio Calcitonina de ação antagônica ao 
Paratormônio, agindo na inibição da reabsorção da matriz e provendo a deposição 
óssea. 
Os hormônios Calcitonina e Paratormônio estão agindo continuamente 
promovendo deposição óssea e reabsorção levando, dessa forma, à manutenção da 
normocalcemia (nível sangüíneo normal de cálcio). 
10.2. Metabolismo Ósseo: 
10.2.1. Fatores Nutricionais: 
O tecido ósseo é sensível a alterações principalmente durante a fase 
de crescimento. 
A deficiência de proteína resulta em uma deficiência de aminoácidos 
necessários para a síntese de colágeno pelos osteoblastos. 
Deficiência de cálcio resulta em uma calcificação incompleta da matriz 
orgânica produzida por duas causas: deficiência de cálcio e deficiência de vitamina D. 
A vitamina D é responsável pela absorção intestinal e pela fixação do cálcio no osso. 
As deficiências de cálcio e vitamina D resultam em duas doenças: 
Raquitismo : que ocorre no animal jovem; 
Osteomalácea: que ocorre no animal adulto. 
A deficiência de vitamina C leva a síntese deficiente da matriz por 
interferir com a síntese de colágeno, que é o maior componente da matriz orgânica 
(95% da matriz óssea orgânica é constituída por colágeno tipo I). a vitamina C é 
necessária para promover a hidroxilação da prolina na síntese de colágeno, porque 
mantém a enzima prolil-hidroxilase em sua configuração em tripla hélice. 
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A deficiência de vitamina A influencia o equilíbrio entre produção e 
absorção de tecido ósseo. Essa vitamina relaciona-se com a atividade dos osteoblastos 
e osteoclastos, sendo necessária para que os ossos cresçam normalmente em 
resposta aos fatores mecânicos que atuam sobre os mesmos. Na deficiência de 
vitamina A, os osteoblastos não sintetizam normalmente a matriz óssea, e o indivíduo 
não atinge sua estatura normal. 
10.2.2. Fatores Hormonais: 
O Paratormônio (PTH): 
aumenta o nível de cálcio do sangue; 
diminui o nível de fósforo do sangue. 
Age: 
aumentando a excreção urinária de fosfato; 
aumentando a retenção urinária de cálcio; 
aumentando a retirada de cálcio dos ossos, porque aumenta a taxa de 
osteólise e remodelação óssea (aumenta a atividade dos osteoclastos); 
aumenta a reabsorção intestinal de cálcio. 
 
A Calcitonina: 
diminui o nível de cálcio e fosfato do sangue 
Age: 
inibindo a ação do PTH sobre os ossos e o intestino; 
aumentando a deposição óssea; 
aumentando a excreção urinária de cálcio e fosfato. 
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Além do Paratormônio e da Calcitonina existem outros hormônios que 
influenciam o metabolismo ósseo: 
Hormônio Somatotrófico: produzido na adenohipófise, estimula o 
crescimento geral agindo principalmente nos discos epifisários. 
O aumento de STH: 
no jovem: causa o Gigantismo; 
no adulto: causa a Acromegaia. 
Hormônios Sexuais (estrógeno e testosterona) 
Estimulam a formação de tecido ósseo, estimulando o aparecimento e 
desenvolvimento dos centros de ossificação. 
11. ARTICULAÇÕES DE OSSOS LONGOS 
11.1. Diatroses: 
São articulações encontradas geralmente unindo os ossos longos, 
dotadas de grande mobilidade e possuem cápsula que liga as extremidades ósseas, 
delimitando uma cavidade fechada – a cavidade articular. 
A cavidade articular contém o líquido sinovial – líquido incolor, 
transparente e viscoso, rico em Ácido Hiaturônico. 
O líquido sinovial facilita os deslisamentos das superfícies articulares, 
que não são revestidas por pericôndrio. 
 
11.2. Cápsula Articular: 
Em geral possui duas camadas – uma externa (ou fibrosa), e outra 
interna (ou camada sinovial). 
Camada Fibrosa: 
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É constituída por Tecido Conjuntivo Denso 
Envolve os ligamentos das articulações e os tendões que se inserem 
próximo às extremidades ósseas. 
Camada Sinovial: 
Produz o líquido sinovial. É pregueada e suas dobras penetram por 
considerável distância no interior da cavidade articular. 
A superfície interna é revestida por uma camada de células planas ou 
cubóidesapoiadas em tecido conjuntivo Frouxo, Denso ou Adiposo. São células de 
origem mesenquimal. Há dois tipos de células identificadas ao M.E.: 
Células M: 
são semelhantes a macrófagos 
têm aparelho de Golgi bem desenvolvido 
numerosos lisossomas 
e pequena quantidade de REG. 
Células F: 
semelhantes a um fibroblastos 
tem REG abundante 
e citoplasma mais escuro que o da célula M. 
Os dois tipos são fagocitários.

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