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VII NOTA DE AULA

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NOTA DE AULA VII
CURSO DE EXTENSÃO EM DIREITO AMBIENTAL
PROFA. SARAH CARNEIRO 
DIREITO AMBIENTAL: CONCEITO
CONJUNTO DE NORMAS PRINCIPIOLÓGICAS E COERCITIVAS QUE REGULAM 
A RELAÇÃO DO HOMEM COM O MEIO AMBIENTE, NA BUSCA PELA 
EFETIVAÇÃO DO DIREITO FUNDAMENTAL AO MEIO AMBIENTE 
ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO, ESSENCIAL À SADIA QUALIDADE DE 
VIDA, PARA AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES, SUJEITANDO O 
POLUIDOR, PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA, DE DIREITO PÚBLICO OU 
PRIVADO, ÀS SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS PELOS DANOS 
CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE, INDEPEDENTEMENTE DA OBRIGAÇÃO 
OBJETIVA DE REPARÁ-LOS E INDENIZÁ-LOS PATRIMONIAL E 
EXTRAPATRIMONIALMENTE À COLETIVIDADE.
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
"O Direito, como ciência humana e social, pauta-se também pelos postulados da Filosofia 
as Ciências, entre os quais está a necessidade de princípios constitutivos para que a 
ciência possa ser considerada autônoma, ou seja, suficientemente desenvolvida e adulta 
para existir por si e situando-se num contexto científico dado. (...)
Por isso, no natural empenho de legitimar o Direito do Ambiente como ramo autônomo 
da árvore da ciência jurídica, têm os estudiosos se debruçado na identificação dos 
princípios ou mandamentos básicos que fundamentem o desenvolvimento da doutrina e 
dêem consistência às suas concepções.
A palavra princípio, em sua raiz latina última, significa “aquilo que se toma primeiro” 
(primum capere), designando início, começo, ponto-de-partida. Princípios de uma 
ciência, segundo José Cretella Júnior, “são as proposições básicas, fundamentais, típicas, 
que condicionam todas as estruturas subseqüentes”." Édis Milaré (vide artigo em 
anexo)
1) PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO
A busca pelas medidas preventivas da ocorrência do dano ambiental devem ser 
prioritárias na gestão do meio ambiente equilibrado, haja vista que a recuperação do 
ambiente degradado muitas vezes se torna impossível ou difícil. Evitar o dano é muito 
mais interessante do que riprimí-lo na esfera da responsabilidade ambiental, tanto para a 
coletividade, que terá garantido seu direito fundamental ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, inclusive para as futuras gerações, como também para os 
potenciais poluidores, que terão um custo bem maior ao tentarem recuperar o status quo 
do ambiente lesado, ademais da possibilidade de ser condenado a indenizar patrimonial e 
extrapatrimonialmente pelo dano causado, independentemente das sanções 
administrativas e penais cabíveis ao caso.
São ações preventivas a definição, pelo Poder Público, em todas as unidades da 
Federação, de espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, 
e a promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente, os estudos ambientais e as audiências 
públicas, o procedimento de licenciamento ambiental, eis que prévio, firmando medidas 
mitigadoras e de controle ambiental, as liminares e tutelas antecipadas pelo Poder 
Judiciário, as certificações ambientais, os benefícios fiscais (princípio da defesa do meio 
ambiente, que rege nossa ordem econômica - art. 170, VI, CF/88 -, inclusive mediante 
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus 
processos de elaboração e prestação), dentre outras.
Na jurisprudência:
CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E 
AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DEGRADAÇÃO 
AMBIENTAL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO 
PERMANENTE. MEDIDAS PREVENTIVAS 
DEFERIDAS PELO JUÍZO A QUO. POSSIBILIDADE. 
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO. I - Na ótica vigilante da 
Suprema Corte, "a incolumidade do meio ambiente não 
pode ser comprometida por interesses empresariais nem 
ficar dependente de motivações de índole meramente 
econômica, ainda mais se se tiver presente que a 
atividade econômica, considerada a disciplina 
constitucional que a rege, está subordinada, dentre 
outros princípios gerais, àquele que privilegia a"defesa 
do meio ambiente"(CF, art. 170, VI), que traduz 
conceito amplo e abrangente das noções de meio 
ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio 
ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente 
laboral (...) O princípio do desenvolvimento sustentável, 
além de impregnado de caráter eminentemente 
constitucional, encontra suporte legitimador em 
compromissos internacionais assumidos pelo Estado 
brasileiro e representa fator de obtenção do justo 
equilíbrio entre as exigências da economia e as da 
ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse 
postulado, quando ocorrente situação de conflito entre 
valores constitucionais relevantes, a uma condição 
inafastável, cuja observância não comprometa nem 
esvazie o conteúdo essencial de um dos mais 
significativos direitos fundamentais: o direito à 
preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso 
comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado 
em favor das presentes e futuras gerações" (ADI-MC nº 
3540/DF - Rel. Min. Celso de Mello - DJU de 03/02/2006). 
II - Nessa perspectiva, a tutela constitucional, que impõe 
ao Poder Público e a toda coletividade o dever de 
defender e preservar, para as presentes e futuras 
gerações, o meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
essencial à sadia qualidade de vida, como direito difuso e 
fundamental, feito bem de uso comum do povo (CF, art. 
225, caput), já instrumentaliza, em seus comandos 
normativos, o princípio da precaução (quando houver 
dúvida sobre o potencial deletério de uma determinada 
ação sobre o ambiente, toma-se a decisão mais 
conservadora, evitando-se a ação) e a conseqüente 
prevenção (pois uma vez que se possa prever que uma 
certa atividade possa ser danosa, ela deve ser evitada), 
exigindo-se, na espécie, a manutenção das medidas de 
preventivas determinadas pela decisão monocrática, a 
fim de evitar danos maiores e irrecuperáveis à área de 
preservação permanente objeto desta ação civil pública. 
V - Nesta linha de entendimento deve ser confirmada a 
decisão recorrida, que concedeu antecipação de tutela 
precautiva, determinando à empresa promovida que se 
abstenha de lançar no Rio Grande/MG o lixo, os entulhos 
de construção e o esgoto provenientes da ocupação do 
terreno, de edificar no local ou ampliar o que já foi 
edificado, de derrubar, cortar ou suprimir qualquer tipo de 
vegetação nativa, sendo-lhes vedada a adoção de qualquer 
conduta ou atividade danosa ao meio ambiente, sob pena de 
multa diária de R$ 1.000,00 (hum mil reais) em caso de 
descumprimento desta decisão. VI - Agravo de Instrumento 
desprovido. decisão confirmada.
(TRF-1 - AG: 422373520104010000 MG 0042237-
35.2010.4.01.0000, Relator: DESEMBARGADOR 
FEDERAL SOUZA PRUDENTE, Data de Julgamento: 
26/08/2013, QUINTA TURMA, Data de Publicação: e-
DJF1 p.168 de 02/09/2013)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. LIMINAR QUE 
DETERMINOU A SUSPENSÃO DO PROCESSO DE 
LICENCIAMENTO AMBIENTAL. VÍCIOS NO 
PROCEDIMENTO. PROTEÇÃO AMBIENTAL. 
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO. DESPROVIMENTO 
DO RECURSO. 1. Vislumbro a ocorrência de diversas 
falhas nos estudos de impacto ambiental que fundamentam 
a concessão de licenciamento ambiental. 2. Os objetivos do 
Direito Ambiental são fundamentalmente preventivos. 
Sua atenção está voltada para o momento anterior à 
consumação do dano. 3. Ante as falhas do EIA/RIMA, 
reputo correto o posicionamento da Juízo agravado 
quanto à defesa do meio ambiente em atenção do 
princípio da prevenção. 4. Agravo de instrumento 
desprovido.
(TRF-3 - AI: 44650 MS 2006.03.00.044650-6,Relator: 
DESEMBARGADOR FEDERAL NERY JUNIOR, Data de 
Julgamento: 28/10/2010, TERCEIRA TURMA)
2) PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO E A TEORIA DO IN DUBIO PRO-AMBIENTE
Princípio 15 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: “Com o 
fim de proteger o meio ambiente, O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO deverá ser 
amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver 
ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não 
será utilizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para 
prevenir a degradação ambiental”.
Em 1998 a Declaração de Wingspread, define com clareza o Princípio da Precaução, 
como sendo: “Portanto, faz-se necessário implantar o PRINCÍPIO DE PRECAUÇÃO 
quando uma atividade representa ameaças de danos à saúde humana ou ao meio-
ambiente, medidas de precaução devem ser tomadas, mesmo se as relações de causa e 
efeito não forem plenamente estabelecidas cientificamente”.
“Neste contexto, ao proponente de uma atividade, e não ao público, deve caber o ônus da 
prova”.
“O processo de aplicação do PRINCÍPIO DE PRECAUÇÃO deve ser aberto, informado 
e democrático, com a participação das partes potencialmente afetadas. Deve também 
promover um exame de todo o espectro de alternativas, inclusive a da não-ação".
Na jurisprudência:
AÇÃO CIVIL PÚBLICA AMBIENTAL -PROJETO DE 
CONSTRUÇÃO DE COMPLEXO HOTELEIRO EM 
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
IMPLANTAÇÃO DA OBRA NA PENÍNSULA 
TUCURUÇUTUBA, NO MORRO SOROCOTUBA, 
MUNICÍPIO DE GUARUJÁ -NECESSIDADE DE 
REALIZAÇÃO E APROVAÇÃO DE ESTUDO PRÉVIO 
DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA) 
-CABIMENTO DIANTE DO PRINCÍPIO DA 
PRECAUÇÃO EM ATENDIMENTO DA MÁXIMA 
"IN DÚBIO PRO AMBIENTE" -SEMPRE QUE 
HOUVER UMA PROBABILIDADE MÍNIMA DE QUE 
OCORRA DANO COMO CONSEQÜÊNCIA DA 
ATIVIDADE POTENCIALMENTE LESIVA, 
NECESSÁRIA SE FAZ PROVIDÊNCIA DE ORDEM 
CAUTELAR -TAL PRINCÍPIO É COROLÁRIO DA 
DIRETIVA CONSTITUCIONAL QUE ASSEGURA O 
DIREITO AO MEIO AMBIENTE 
ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO E À SADIA 
QUALIDADE DE VIDA - NA ESPÉCIE, É 
NECESSÁRIA A ELABORAÇÃO DE EIA/RIMA 
DIANTE DA POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DE 
SIGNIFATIVO IMPACTO AMBIENTAL -APELOS DOS 
RÉUS DESPROVIDOS Ao adotar o modelo de 
Constituição Dirigente e Principiológica, o constituinte de 
1988 revolucionou a ordem fundante brasileira. Os 
princípios não se submetem à estratégia da antinomia, mas 
obedecem às diretivas da otimização e da ponderação. Por 
isso é que existe verdadeira hierarquia principiológica na 
Carta de 1988. A primazia é conferida ao único direito 
intergeracional nela explicitado: o direito ao meio ambiente. 
O direito ao meio ambiente equilibrado, essencial à sadia 
qualidade de vida, é assegurado não apenas aos viventes, 
mas também aos herdeiros do porvir, ou seja, às futuras 
gerações. Por isso mesmo é que não se pode cotejá-los para 
prestigiar outros direitos, igualmente legítimos, mas que 
não tenham essa dimensão intergeracional.
(TJ-SP - Apel. Civ. 71109520028260223 SP , Relator: 
Renato Nalini, Data de Julgamento: 16/12/2010, Câmara 
Reservada ao Meio Ambiente, Data de Publicação: 
29/12/2010)
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. 
VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. OMISSÃO 
INEXISTENTE. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO 
AMBIENTAL. CONDENAÇÃO A DANO 
EXTRAPATRIMONIAL OU DANO MORAL COLETIVO. 
POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO IN DUBIO PRO 
NATURA. 1. Não há violação do art. 535 do CPC quando a 
prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão 
deduzida, com enfrentamento e resolução das questões 
abordadas no recurso. 2. A Segunda Turma recentemente 
pronunciou-se no sentido de que, ainda que de forma 
reflexa, a degradação ao meio ambiente dá ensejo ao dano 
moral coletivo. 3. Haveria contra sensu jurídico na 
admissão de ressarcimento por lesão a dano moral 
individual sem que se pudesse dar à coletividade o mesmo 
tratamento, afinal, se a honra de cada um dos indivíduos 
deste mesmo grupo é afetada, os danos são passíveis de 
indenização. 4. As normas ambientais devem atender aos 
fins sociais a que se destinam, ou seja, necessária a 
interpretação e a integração de acordo com o princípio 
hermenêutico in dubio pro natura, como bem delimitado 
pelo Ministro Herman Benjamin"(...) toda a legislação 
de amparo dos sujeitos vulneráveis e dos interesses 
difusos e coletivos há sempre de ser compreendida da 
maneira que lhes seja mais proveitosa e melhor possa 
viabilizar, na perspectiva dos resultados práticos, a 
prestação jurisdicional e a ratio essendi da norma de 
fundo e processual"(REsp 1.145.083⁄MG, julgado em 
27.9.2011, DJe de 4.9.2012.) Recurso especial improvido.
(STJ - REsp: 1367923 RJ 2011/0086453-6, Relator: 
Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 
27/08/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 06/09/2013)
3) PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR
A Lei 6.938/81, prevê em seu art. 4º, VII, que a Política Nacional do Meio Ambiente, 
entre outros objetivos, visará "à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação 
de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela 
utilização de recursos ambientais com fins econômicos".
E o art. 14, § 1º, da mesma lei firmou a responsabilidade civil objetiva pelos danos 
causados ao meio ambiente, observe-se: "Sem obstar a aplicação das penalidades 
previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de 
culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, 
afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá 
legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao 
meio ambiente. 
Dispõe o art. 225, § 2.°, da Constituição Federal que "Aquele que explorar recursos 
minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução 
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei".
Mais adiante, o § 3.°, do mesmo artigo, estabelece que "As condutas e atividades 
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de 
reparar os danos causados." Decorre, pois, da própria Constituição Federal o dever a 
cargo do poluidor de reparar o dano ambiental causado. 
O princípio poluidor-pagador é aquele que impõe ao poluidor o dever de arcar com as 
despesas de prevenção, reparação e repressão da poluição. Note-se que não se cuida 
apenas de "reparação" de danos causados, mas igualmente de cobrir despesas com 
prevenção e, em certa medida, com a repressão também (sanções administrativas e 
penais). Ou seja, estabelece que o causador da poluição e da degradação dos recursos 
naturais deve ser o responsável principal pelas conseqüências de sua ação (ou omissão).
Em síntese, numa acepção larga, é o princípio que visa imputar ao poluidor os custos 
sociais da poluição por ele causada, prevenindo, ressarcindo e reprimindo os danos 
ocorridos, não apenas a bens e pessoas, mas também à própria natureza.
O princípio poluidor-pagador não se resume na fórmula "poluiu, pagou". O princípio 
poluidor-pagador não é um princípio de compensação dos danos causados pela poluição. 
Seu alcance é mais amplo, incluídos todos os custos da proteção ambiental, quaisquer que 
eles sejam. Numa sociedade como a nossa, em que, por um lado, o descaso com o meio-
ambiente ainda é a regra, e, por outro, a Constituição Federal prevê o meio ambiente 
como "bem de uso comum do povo", só podemos entender o princípio poluidor-pagadorcomo significando internalização total dos custos da poluição.
Na jurisprudência:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. VAZAMENTO DE OLEODUTO. 
INDENIZAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. 
INEXISTÊNCIA. ELEMENTOS DOCUMENTAIS 
SUFICIENTES. LEGITIMIDADE ATIVA DO 
PESCADOR ARTESANAL. DANO AMBIENTAL. 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRINCÍPIO DO 
POLUIDOR-PAGADOR. MATÉRIAS DECIDIDAS PELA 
SEGUNDA SEÇÃO. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. 
REVISÃO. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. "Não configura 
cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide 
(CPC, art. 330, I e II) de processo de ação de indenização 
por danos materiais e morais, movida por pescador 
profissional artesanal contra a Petrobrás, decorrente de 
impossibilidade de exercício da profissão, em virtude de 
poluição ambiental causada por derramamento de nafta 
devido a avaria do Navio 'N-T Norma', a 18.10.2001, no 
Porto de Paranaguá, pelo período em que suspensa a pesca 
pelo IBAMA" (REsp 1.114.398/PR, Rel. Ministro Sidnei 
Beneti, Segunda Seção, julgado em 8/2/2012, DJe 
16/2/2012). 2. Extrai-se, ainda, do mesmo voto que "O 
dano ambiental, cujas consequências se propagam ao 
lesado, é, por expressa previsão legal, de 
responsabilidade objetiva, impondo-se ao poluidor o 
dever de indenizar". 3. Inviável, em sede especial, a 
revisão dos critérios adotados na origem para a distribuição 
dos ônus sucumbenciais, dadas as peculiaridades de cada 
caso concreto, nos termos da Súmula nº 7/STJ. 4. Agravo 
regimental não provido.
(STJ - AgRg no AREsp: 238427 PR 2012/0207927-2, 
Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, 
Data de Julgamento: 06/08/2013, T3 - TERCEIRA 
TURMA, Data de Publicação: DJe 09/08/2013)
PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL – VIOLAÇÃO DO 
ART. 535 DO CPC NÃO CARACTERIZADA DISSÍDIO 
JURISPRUDENCIAL – INOBSERVÂNCIA DAS 
EXIGÊNCIAS LEGAIS E REGIMENTAIS APLICAÇÃO 
DO PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR. 1. Não 
ocorre ofensa ao art. 535 do CPC, se o Tribunal de origem 
decide, fundamentadamente, as questões essenciais ao 
julgamento da lide. 2. A ausência de cotejo analítico, bem 
como de similitude das circunstâncias fáticas e do direito 
aplicado nos acórdãos recorrido e paradigmas, impede o 
conhecimento do recurso especial pela hipótese da alínea c 
do permissivo constitucional. 3. O STJ alberga o 
entendimento de que o pedido não deve ser extraído apenas 
do capítulo da petição especificamente reservado aos 
requerimentos, mas da interpretação lógico-sistemática das 
questões apresentadas pela parte ao longo da petição. 4. De 
acordo com o princípio do poluidor pagador, fazendo-se 
necessária determinada medida à recuperação do meio 
ambiente, é lícito ao julgador determiná-la mesmo sem 
que tenha sido instado a tanto. 5. Recurso especial 
parcialmente conhecido e não provido.
(STJ - REsp: 967375 RJ 2007/0155607-3, Relator: Ministra 
ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 02/09/2010, T2 - 
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 20/09/2010)
4) PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a 
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do 
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
A Politica Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938) tem por objetivo a preservação, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no 
País, condições ao desenvolvimento sócioeconômico, aos interesses da segurança 
nacional e à proteção da dignidade da vida humana, e rege-se pelo princípio da educação 
ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando 
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente (art. 2, X)
Segundo a CF/88, em seu art. 225, §1º, VI, incumbe ao Poder Publico promover a 
educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a 
preservação do meio ambiente.
A Lei n. 9.795, de 1999, dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional 
de Educação Ambiental e define Educação Ambiental no Ensino Formal e Educação 
Ambiental Não-Formal.
Educação Ambiental no Ensino Formal entende-se por educação ambiental na educação 
escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e 
privadas, englobando: I - educação básica (educação infantil; ensino fundamental e 
ensino médio; II - educação superior; III - educação especial; IV - educação profissional; 
V - educação de jovens e adultos. Deve ser desenvolvida como uma prática educativa 
integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino 
formal (obs: não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino - 
exceto nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto 
metodológico da educação ambiental, posto que, quando se fizer necessário, é facultada a 
criação de disciplina específica).
Educação Ambiental Não-Formal entende-se por ações e práticas educativas voltadas à 
sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e 
participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
Ao Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incumbe incentivar:
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de 
programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao 
meio ambiente;
II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-
governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à 
educação ambiental não-formal;
III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de 
educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-
governamentais;
IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação;
V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de 
conservação;
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;
VII - o ecoturismo.
5) PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA
O caput do art. 225, CF/88 estabelece que "Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- 
lo para as presentes e futuras gerações"
Isto é, devem o Poder Público e a sociedade buscar efetivar de forma direta a garantia 
deste direito fundamental constitucional, defendendo e preservando o equilíbrio 
ambiental, essencial à sadia qualidade de vida das presentes e das futuras gerações, 
atuando em cooperação mútua e contínua.
Para possibilitar o cumprimento deste poder-dever imposto pela Carta Magna de 1988, o 
constituinte preocupou-se em criar instrumentos de tutela ambiental, a fim de propiciar a 
defesa e preservação do meio ambiente sadio.
 
No que concerne aos deveres o Poder Público, listou-os expressamente no art. 225, 
parágrafo primeiro da CF/88, dentre eles a necessidade de definição de espaços 
territoriais a ser especialmente protegidos, o manejo ecológico das espécies e 
ecossistemas, o controle da produção, da comercialização e do emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, dentre outros que compõem uma 
gestão pública voltada à preservação do equilíbrio ambiental, por meio de políticas 
sustentáveis. Ressalte-se, ainda, que a Lei Maior impôs ao Poder Público a necessidade 
de exigir o EstudoPrévio de Impacto ao Meio Ambiente para a instalação de obra ou 
atividade potencialmente causadora de significativa degradação ambiental, o que deverá 
ocorrer no primeiro momento do processo de licenciamento ambiental. 
Para possibilitar a efetividade da participação da sociedade na defesa e proteção da 
qualidade ambiental, a Constituição Federal vigente estabelece, no mesmo parágrafo 
primeiro do art. 225, a incumbência ao Poder Público de promover a expansão da 
educação e da consciência ambiental, o que levou, posteriormente, à criação da Política 
Nacional de Educação Ambiental (Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999), a qual define 
educação ambiental como os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade 
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas 
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia 
qualidade de vida e sua sustentabilidade, e firmando esta como um componente essencial 
e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em 
todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal, 
propiciando os princípios da Participação Popular, da Educação Ambiental, da 
Informação Ambiental, todos constitucionalmente previstos.
Portanto, somente através da ação integrada entre o Poder Público e a coletividade é 
possível alcançar uma efetiva proteção e defesa ao meio ambiente, haja vista que nem 
sempre as normas ou a atuação estatal são suficientes para garantir os direitos 
fundamentais, principalmente quando falamos de tutela ambiental, campo onde é 
impende que haja uma mudança no modo de agir, consumir, produzir e pensar da 
sociedade.
6) PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Os arts. 77 e 78 da Lei 9.605/98, prevê expressamente A COOPERAÇÃO 
INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. Diz que, 
resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo 
brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a 
outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para: 
I - produção de prova; 
II - exame de objetos e lugares; 
III - informações sobre pessoas e coisas; 
IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações 
tenham relevância para a decisão de uma causa; 
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em 
vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte.
A solicitação deverá conter: I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante; II - o 
objeto e o motivo de sua formulação; III - a descrição sumária do procedimento em curso 
no país solicitante; IV - a especificação da assistência solicitada; V - a documentação 
indispensável ao seu esclarecimento, quando for o caso.
Deve esta ser dirigida ao Ministério da Justiça, que a remeterá, quando necessário, 
ao órgão judiciário competente para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à 
autoridade capaz de atendê-la.
Para a reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema de 
comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações com órgãos 
de outros países.
7) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO AMBIENTAL DA PROPRIEDADE
Em virtude da preocupação com o meio ambiente ser uma questão presente em todo o 
sistema jurídico pátrio, a doutrina vem elaborando uma concepção de “função ambiental 
da propriedade”, que versa sobre o meio ambiente na sua acepção de bem difuso que 
depende, para efetivação de seu equilíbrio, de atitudes positivas do Estado e da sociedade 
a fim de promover a prevenção, reparação e repressão do dano causado a este bem de uso 
comum do povo.
Antônio Herman Benjamin conceitua a função ambiental da propriedade como “atividade 
finalisticamente dirigida à tutela do meio ambiente, caracterizando-se pela relevância 
global, homogeneidade de regime e manifestação através de um dever-poder”, 
destacando, ainda, que o interesse ambiental, objeto da função ambiental, consiste “na 
expectativa do cidadão e da sociedade na manutenção de um meio ambiente 
ecologicamente equilibrado através da prevenção, reparação e repressão do dano 
ecológico”. (Apud STEIGLEDER, Annelise Monteiro. A Função Sócio-Ambiental da 
Propriedade Privada. Doutrina do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Consulta em 
http://www.mp.rs.gov.br/ambiente/doutrina/id20.htm) 
Já o Código Civil de 2002 estabelece o atendimento à função ambiental como elemento 
essencial ao exercício do direito de propriedade, ao prescrever que tal direito deve ser 
exercido de modo a preservar a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e 
o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Apesar da Função Ambiental distinguir-se da Função Social da propriedade, a doutrina 
ainda faz confusão entre seus conceitos. Muitos autores discorrem apenas sobre a função 
social, sem sequer suscitar e existência da função ambiental. Outros tratam de função 
social englobando o conceito de função ambiental, como se ambas fossem partes 
intrínsecas, denominado-as como função socioambiental ou função social ambiental. No 
entanto, é necessário fazer a distinção de tais conceitos. 
É que o constituinte, a fim de promover um desenvolvimento sustentável harmônico com 
os valores e objetivos fundamentais estabelecidos na Carta Magna, ademais de mencionar 
por diversas vezes a expressão “função social”, limita a propriedade também aos valores 
ambientais, que garantem a continuidade da própria espécie humana e de sua dignidade.
Roxana Cardoso destaca a constitucionalização do regime da propriedade através do art. 
5º, XXXIII, art. 170, incisos II, III e IV, art. 182, § 2º, art. 186, incisos I e II e art, 225, § 
1º, III e § 4º. A função social, conforme define a autora “consiste numa atividade exercida 
no interesse não apenas do sujeito que a executa, mas principalmente no interesse da 
sociedade”. Para ela, a distinção entre função social da propriedade e sua dimensão 
ambiental é de que esta função “volta-se para a manutenção do equilíbrio ecológico 
enquanto interesse de todos, beneficiando a sociedade e aquele que a exerce”. (BORGES, 
Roxana Cardoso. Função Ambiental da Propriedade. Revista de Direito Ambiental, São 
Paulo: RT, n. 9, p. 67-85, 1998.)
Édis Milaré também utiliza a terminologia função social ambiental, ao afirmar que “com 
a Constituição de 1988, só fica reconhecido o direito de propriedade quando cumprida a 
função social ambiental, como seu pressuposto e elemento integrante, pena de 
impedimento ao livre exercício ou até perda desse direito.” (MILARÉ, Édis. Direito do 
Ambiente: Doutrina, Jurisprudência e glossário. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2009. p. 832-833.)
Neste momento, o autor engloba os dois conceitos em um só, não fazendo diferenciação 
entre ambos. No entanto, em outro momento destaca a existência de um conceito 
específico para função ambiental da propriedade, assim como elucida existir a 
possibilidade de imposição ao proprietário rural do dever de recomposição da vegetação 
em áreas de preservação permanente e reserva legal, mesmo que não tenha sido ele 
responsável pelo desmatamento”, sendo esta uma limitação advinda do cumprimento da 
função ambiental da propriedade rural, que se prende ao titular do direito real, seja ele 
quem for, bastando para tanto sua condição de proprietário.
Destarte, somente o fator de limitação ao direito de propriedade não é suficiente para 
distinguir função social de função ambiental da propriedade, pois ambas limitam o 
exercício desse direito, a fim de garantir outros direitos fundamentais, para atender ao 
interessecoletivo. O que as diferenciam é tipo de limitação. O limite imposto ao direito 
de propriedade pela função social no âmbito urbano é o atendimento às exigências 
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor (art. 182,§ 2º, CF/88). 
Já, a propriedade rural atende à função social quando cumpre, simultaneamente, aos 
seguintes requisitos estabelecidos no art. 186 da Constituição Federal. Dentre estes 
requisitos, foi determinada a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e 
preservação do meio ambiente, sendo esta limitação concernente ao cumprimento da 
função ambiental, pois tutela o direito fundamental, essencial à sadia qualidade de vida, 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Portanto, para que seja efetivada a proteção do meio ambiente, nos moldes 
constitucionais, é necessário cumprimento não somente da Função Social da propriedade, 
mas prioritariamente de sua Função Ambiental, dentro da perspectiva da terceira 
dimensão dos direitos fundamentais, conforme ditam os seguintes artigos da Carta 
Republicana, todos em consonância com o art. 225: o art. 170, VI, que contempla a 
defesa do meio ambiente como princípio geral da atividade econômica, inclusive 
mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços 
e de seus processos de elaboração e prestação; o art. 186, II, que vincula a função social 
da propriedade rural à utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e à 
preservação do meio ambiente; e, dentre outros, o art. 176 que reza que as jazidas, minas 
e demais recursos minerais e potenciais de energia hidráulica pertencem à União, 
constituindo propriedade distinta da do solo.
Por ser o meio ambiente um bem difuso, essencial à sadia qualidade de vida de todos, é 
que deve garantir-se o uso adequado e racional da propriedade, com o intuito de que o 
exercício do direito à propriedade esteja vinculado à tutela do meio ambiente, não 
podendo o proprietário por em risco o equilíbrio ecológico, cuja titularidade é difusa 
(transindividual, indivisível e de titularidade indeterminada), tendo que, ademais, levar-se 
em conta a fragilidade do meio ambiente, pois os danos a ele causados são por diversas 
vezes irreversíveis, diante da dificuldade de se restabelecer o status quo ante. Nesta linha 
de raciocínio, afere-se que a função ambiental da propriedade e as limitações que daquela 
decorrem, são garantidoras da efetivação dos princípios da sustentabilidade, da 
prevenção, da precaução e do poluidor-pagador.
OBS: PARA OS DEMAIS PRINCÍPIOS VIDE O ARTIGO DO ÉDIS MILARÉ, 
DISPONIBILIZADO EM ANEXO)

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