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VIII NOTA DE AULA

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NOTA DE AULA VIII
CURSO DE EXTENSÃO EM DIREITO AMBIENTAL
PROFA. SARAH CARNEIRO 
• AÇÃO CIVIL PÚBLICA AMBIENTAL: Lei 7.347 de 1985
É a ação de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: l - ao meio-
ambiente; II– a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e 
paisagístico; III - à ordem urbanística. 
É o instrumento processual válido para defender qualquer outro interesse difuso ou 
coletivo, sem prejuízo da ação popular, podendo ter por objeto a condenação em dinheiro 
ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. Sobre a posssibilidade de 
cumulação das referidas sanções, observe-se a jurisprudência do STJ:
ADMINISTRATIVO. AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL 
PÚBLICA. DESMATAMENTO EM ÁREA DE 
PRESERVAÇÃO PERMANENTE (MATA CILIAR). 
DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE. BIOMA 
DO CERRADO. ARTS. 4º, VII, E 14, § 1º, DA LEI 
6.938⁄1981, E ART. 3º DA LEI 7.347⁄1985. PRINCÍPIOS 
DO POLUIDOR-PAGADOR E DA REPARAÇÃO 
INTEGRAL. REDUCTIO AD PRISTINUM STATUM. 
FUNÇÃO DE PREVENÇÃO ESPECIAL E GERAL DA 
RESPONSABILIDADE CIVIL. CUMULAÇÃO DE 
OBRIGAÇÃO DE FAZER (RESTAURAÇÃO DA 
ÁREA DEGRADADA) E DE PAGAR QUANTIA 
CERTA (INDENIZAÇÃO). POSSIBILIDADE. DANO 
AMBIENTAL REMANESCENTE OU REFLEXO. ART. 5º 
DA LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO 
BRASILEIRO. INTERPRETAÇÃO IN DUBIO PRO 
NATURA .
1. Cuidam os autos de Ação Civil Pública proposta com o 
fito de obter responsabilização por danos ambientais 
causados por desmatamento de vegetação nativa (Bioma do 
Cerrado) em Área de Preservação Permanente. O Tribunal 
de Justiça do Estado de Minas Gerais considerou provado o 
dano ambiental e condenou o réu a repará-lo, porém julgou 
improcedente o pedido indenizatório cumulativo.
2. A legislação de amparo dos sujeitos vulneráveis e dos 
interesses difusos e coletivos deve ser interpretada da 
maneira que lhes seja mais favorável e melhor possa 
viabilizar, no plano da eficácia, a prestação jurisdicional e a 
ratio essendi da norma de fundo e processual. A 
hermenêutica jurídico-ambiental rege-se pelo princípio in 
dubio pro natura.
3. A jurisprudência do STJ está firmada no sentido de que, 
nas demandas ambientais, por força dos princípios do 
poluidor-pagador e da reparação in integrum, admite-se a 
condenação, simultânea e cumulativa, em obrigação de 
fazer, não fazer e indenizar. Assim, na interpretação do art. 
3º da Lei 7.347⁄1985, a conjunção"ou"opera com valor 
aditivo , não introduz alternativa excludente. Precedentes da 
Primeira e Segunda Turmas do STJ.
4. A recusa de aplicação, ou aplicação truncada, pelo juiz, 
dos princípios do poluidor-pagador e da reparação in 
integrum arrisca projetar, moral e socialmente, a nociva 
impressão de que o ilícito ambiental compensa, daí a 
resposta administrativa e judicial não passar de aceitável e 
gerenciável" risco ou custo normal do negócio". Saem 
debilitados, assim, o caráter dissuasório, a força pedagógica 
e o objetivo profilático da responsabilidade civil ambiental 
(= prevenção geral e especial), verdadeiro estímulo para que 
outros, inspirados no exemplo de impunidade de fato, 
mesmo que não de direito, do degradador premiado, imitem 
ou repitam seu comportamento deletério.
5. Se o meio ambiente lesado for imediata e completamente 
restaurado ao seu estado original (reductio ad pristinum 
statum), não há falar, como regra, em indenização. Contudo, 
a possibilidade técnica e futura de restabelecimento in 
natura (= juízo prospectivo) nem sempre se mostra 
suficiente para, no terreno da responsabilidade civil, 
reverter ou recompor por inteiro as várias dimensões da 
degradação ambiental causada, mormente quanto ao 
chamado dano ecológico puro, caracterizado por afligir a 
Natureza em si mesma, como bem inapropriado ou 
inapropriável. Por isso, a simples restauração futura – mais 
ainda se a perder de vista – do recurso ou elemento natural 
prejudicado não exaure os deveres associados aos princípios 
do poluidor-pagador e da reparação in integrum .
6. A responsabilidade civil, se realmente aspira a 
adequadamente confrontar o caráter expansivo e difuso do 
dano ambiental, deve ser compreendida o mais amplamente 
possível, de modo que a condenação a recuperar a área 
prejudicada não exclua o dever de indenizar – juízos 
retrospectivo e prospectivo. A cumulação de obrigação de 
fazer, não fazer e pagar não configura bis in idem, tanto por 
serem distintos os fundamentos das prestações, como pelo 
fato de que eventual indenização não advém de lesão em si 
já restaurada, mas relaciona-se à degradação remanescente 
ou reflexa .
7. Na vasta e complexa categoria da degradação 
remanescente ou reflexa, incluem-se tanto a que 
temporalmente medeia a conduta infesta e o pleno 
restabelecimento ou recomposição da biota, vale dizer, a 
privação temporária da fruição do bem de uso comum do 
povo (= dano interino, intermediário, momentâneo , 
transitório ou de interregno ), quanto o dano residual (= 
deterioração ambiental irreversível, que subsiste ou perdura, 
não obstante todos os esforços de restauração) e o dano 
moral coletivo . Também deve ser restituído ao patrimônio 
público o proveito econômico do agente com a atividade ou 
empreendimento degradador, a mais-valia ecológica que 
indevidamente auferiu (p. ex., madeira ou minério retirados 
ao arrepio da lei do imóvel degradado ou, ainda, o benefício 
com o uso ilícito da área para fim agrossilvopastoril, 
turístico, comercial).
8. Recurso Especial parcialmente provido para reconhecer a 
possibilidade, em tese, de cumulação da indenização 
pecuniária com as obrigações de fazer voltadas à 
recomposição in natura do bem lesado, devolvendo-se os 
autos ao Tribunal de origem para que verifique se, na 
hipótese, há dano indenizável e fixe eventual quantum 
debeatur"
(REsp 1.145.083⁄MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, 
Segunda Turma, julgado em 27.9.2011, DJe de 4.9.2012.)
E, ainda, sobre a prioridade da reparação in natura, cumulável às 
demais sanções:
ADMINISTRATIVO. AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL 
PÚBLICA. DESMATAMENTO DE VEGETAÇÃO 
NATIVA (CERRADO) SEM AUTORIZAÇÃO DA 
AUTORIDADE AMBIENTAL. DANOS CAUSADOS À 
BIOTA. INTERPRETAÇÃO DOS ARTS. 4º, VII, E 14, § 
1º, DA LEI 6.938/1981, E DO ART. 3º DA LEI 7.347/85. 
PRINCÍPIOS DA REPARAÇÃO INTEGRAL, DO 
POLUIDOR-PAGADOR E DO USUÁRIO-PAGADOR. 
POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE 
OBRIGAÇÃO DE FAZER (REPARAÇÃO DA ÁREA 
DEGRADADA) E DE PAGAR QUANTIA CERTA 
(INDENIZAÇÃO). REDUCTION AD PRISTINUM 
STATUM. DANO AMBIENTAL INTERMEDIÁRIO, 
RESIDUAL E MORAL COLETIVO. ART. 5º DA LEI DE 
INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL. 
INTERPRETAÇÃO IN DUBIO PRO NATURA DA 
NORMA AMBIENTAL. 1. Cuidam os autos de ação civil 
pública proposta com o fito de obter responsabilização por 
danos ambientais causados pelo desmatamento de 
vegetação nativa (Cerrado). O juiz de primeiro grau e o 
Tribunal de Justiça de Minas Gerais consideraram provado 
o dano ambiental e condenaram o réu a repará-lo; porém, 
julgaram improcedente o pedido indenizatório pelo dano 
ecológico pretérito e residual. 2. A legislação de amparo 
dos sujeitos vulneráveis e dos interesses difusos e 
coletivos deve ser interpretada da maneira que lhes seja 
mais favorável e melhor possa viabilizar, no plano da 
eficácia, a prestação jurisdicional e a ratio essendi da 
norma. A hermenêutica jurídico-ambiental rege-se pelo 
princípio in dubio pro natura. 3. Ao responsabilizar-se 
civilmente o infrator ambiental, não se deve confundir 
prioridade da recuperaçãoin natura do bem degradado 
com impossibilidade de cumulação simultânea dos 
deveres de repristinação natural (obrigação de fazer), 
compensação ambiental e indenização em dinheiro 
(obrigação de dar), e abstenção de uso e de nova lesão 
(obrigação de não fazer). 4. De acordo com a tradição do 
Direito brasileiro, imputar responsabilidade civil ao agente 
causador de degradação ambiental difere de fazê-lo 
administrativa ou penalmente. Logo, eventual absolvição no 
processo criminal ou perante a Administração Pública não 
influi, como regra, na responsabilização civil, tirantes as 
exceções em numerus clausus do sistema legal, como a 
inequívoca negativa do fato ilícito (não ocorrência de 
degradação ambiental, p. ex.) ou da autoria (direta ou 
indireta), nos termos do art. 935 do Código Civil. 5. Nas 
demandas ambientais, por força dos princípios do 
poluidor-pagador e da reparação in integrum, admite-se 
a condenação do réu, simultânea e agregadamente, em 
obrigação de fazer, não fazer e indenizar. Aí se encontra 
típica obrigação cumulativa ou conjuntiva. Assim, na 
interpretação dos arts. 4º, VII, e 14, § 1º, da Lei da 
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81), e do 
art. 3º da Lei 7.347/85, a conjunção "ou" opera com 
valor aditivo, não introduz alternativa excludente. Essa 
posição jurisprudencial leva em conta que o dano 
ambiental é multifacetário (ética, temporal, ecológica e 
patrimonialmente falando, sensível ainda à diversidade 
do vasto universo de vítimas, que vão do indivíduo 
isolado à coletividade, às gerações futuras e aos próprios 
processos ecológicos em si mesmos considerados). 6. Se o 
bem ambiental lesado for imediata e completamente 
restaurado ao status quo ante (reductio ad pristinum 
statum, isto é, restabelecimento à condição original), não 
há falar, ordinariamente, em indenização. Contudo, a 
possibilidade técnica, no futuro (= prestação 
jurisdicional prospectiva), de restauração in natura nem 
sempre se mostra suficiente para reverter ou recompor 
integralmente, no terreno da responsabilidade civil, as 
várias dimensões do dano ambiental causado; por isso 
não exaure os deveres associados aos princípios do 
poluidor-pagador e da reparação in integrum. 7. A 
recusa de aplicação ou aplicação parcial dos princípios 
do poluidor-pagador e da reparação in integrum arrisca 
projetar, moral e socialmente, a nociva impressão de que 
o ilícito ambiental compensa. Daí a resposta 
administrativa e judicial não passar de aceitável e 
gerenciável "risco ou custo do negócio", acarretando o 
enfraquecimento do caráter dissuasório da proteção legal, 
verdadeiro estímulo para que outros, inspirados no exemplo 
de impunidade de fato, mesmo que não de direito, do 
infrator premiado, imitem ou repitam seu comportamento 
deletério. 8. A responsabilidade civil ambiental deve ser 
compreendida o mais amplamente possível, de modo que a 
condenação a recuperar a área prejudicada não exclua o 
dever de indenizar - juízos retrospectivo e prospectivo. 9. A 
cumulação de obrigação de fazer, não fazer e pagar não 
configura bis in idem, porquanto a indenização, em vez de 
considerar lesão específica já ecologicamente restaurada ou 
a ser restaurada, põe o foco em parcela do dano que, 
embora causada pelo mesmo comportamento pretérito do 
agente, apresenta efeitos deletérios de cunho futuro, 
irreparável ou intangível. 10. Essa degradação transitória, 
remanescente ou reflexa do meio ambiente inclui: a) o 
prejuízo ecológico que medeia, temporalmente, o instante 
da ação ou omissão danosa e o pleno restabelecimento ou 
recomposição da biota, vale dizer, o hiato passadiço de 
deterioração, total ou parcial, na fruição do bem de uso 
comum do povo (= dano interino ou intermediário), algo 
frequente na hipótese, p. ex., em que o comando judicial, 
restritivamente, se satisfaz com a exclusiva regeneração 
natural e a perder de vista da flora ilegalmente suprimida, b) 
a ruína ambiental que subsista ou perdure, não obstante 
todos os esforços de restauração (= dano residual ou 
permanente), e c) o dano moral coletivo. Também deve ser 
reembolsado ao patrimônio público e à coletividade o 
proveito econômico do agente com a atividade ou 
empreendimento degradador, a mais-valia ecológica ilícita 
que auferiu (p. ex., madeira ou minério retirados 
irregularmente da área degradada ou benefício com seu uso 
espúrio para fim agrossilvopastoril, turístico, comercial). 
11. No âmbito específico da responsabilidade civil do 
agente por desmatamento ilegal, irrelevante se a vegetação 
nativa lesada integra, ou não, Área de Preservação 
Permanente, Reserva Legal ou Unidade de Conservação, 
porquanto, com o dever de reparar o dano causado, o que se 
salvaguarda não é a localização ou topografia do bem 
ambiental, mas a flora brasileira em si mesma, decorrência 
dos excepcionais e insubstituíveis serviços ecológicos que 
presta à vida planetária, em todos os seus matizes. 12. De 
acordo com o Código Florestal brasileiro (tanto o de 1965, 
como o atual, a Lei 12.651, de 25.5.2012) e a Lei da 
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81), a flora 
nativa, no caso de supressão, encontra-se uniformemente 
protegida pela exigência de prévia e válida autorização do 
órgão ambiental competente, qualquer que seja o seu bioma, 
localização, tipologia ou estado de conservação (primária 
ou secundária). 13. A jurisprudência do STJ está firmada no 
sentido da viabilidade, no âmbito da Lei 7.347/85 e da Lei 
6.938/81, de cumulação de obrigações de fazer, de não fazer 
e de indenizar (REsp 1.145.083/MG, Rel. Ministro Herman 
Benjamin, Segunda Turma, DJe 4.9.2012; REsp 
1.178.294/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 
Segunda Turma, DJe 10.9.2010; AgRg nos EDcl no Ag 
1.156.486/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, 
Primeira Turma, DJe 27.4.2011; REsp 1.120.117/AC, Rel. 
Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 19.11.2009; 
REsp 1.090.968/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira 
Turma, DJe 3.8.2010; REsp 605.323/MG, Rel. Ministro 
José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Teori Albino 
Zavascki, Primeira Turma, DJ 17.10.2005; REsp 
625.249/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 
31.8.2006, entre outros). 14. Recurso especial parcialmente 
provido para reconhecer a possibilidade, em tese, de 
cumulação de indenização pecuniária com as obrigações de 
fazer e não fazer voltadas à recomposição in natura do bem 
lesado, devolvendo-se os autos ao Tribunal de origem para 
que verifique se, na hipótese, há dano indenizável e fixe 
eventual quantum debeatur.
(STJ - REsp: 1198727 MG 2010/0111349-9, Relator: 
Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 
14/08/2012, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 09/05/2013)
#Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz 
determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da atividade 
nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta for 
suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
#Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um 
fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão 
necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus 
recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.
# Deverá ser proposta no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência 
funcional para processare julgar a causa. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do 
juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir 
ou o mesmo objeto.
A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do 
órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, 
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico 
fundamento, valendo-se de nova prova.
Legitimados passivos: poluidores, pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou 
privado.
São legitimados (ativos) para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público; 
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil (tal requisito poderá 
ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela 
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido); 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao 
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico.
OBS: Segundo o art. 21 da Lei 7.347/85, aplicam-se à defesa dos direitos e interesses 
difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III do 
Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078). Neste sentido, aplicam-se à Ação Civil 
Pública Ambiental os seguintes artigos:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das 
vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título 
coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos 
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que 
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias 
de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste 
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular 
grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os 
decorrentes de origem comum.
E complemetando o rol de legitimados ativos da ACP, temos o art 82. 
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados 
concorrentemente: 
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, 
ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à 
defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e 
que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e 
direitos protegidos por este código, dispensada a autorização 
assemblear.
Atentem ao item referente à legitimação ativa das entidades e dos órgãos da 
Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, o que 
dá fundamento à possibilidade dos órgão ambientais (Secretarias do Meio 
Ambiente) também proporem ACP.
É facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas ativamente 
habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de 
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá 
eficácia de título executivo extrajudicial. 
Quanto ao Ministério Público:
1) Se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente 
como fiscal da lei;
2) Se admite litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da 
União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e 
direitos decritos;
3) Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por 
associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado 
assumirá a titularidade ativa;
4) Poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil (PEÇA 
FACULTATIVA), ou requisitar, de qualquer organismo público ou 
particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que 
assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis. (Obs: Se o 
órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se 
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação 
civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das 
peças informativas, fazendo-o fundamentadamente).
SOBRE A POSSIBILIDADE DE ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO CIVIL:
# Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob 
pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do 
Ministério Público. A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação 
do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu Regimento.
# Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou 
rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar 
razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às 
peças de informação. 
# Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, 
desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
• MANDADO DE SEGURANÇA AMBIENTAL
"Art. 5º, LXIX, CF - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela 
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público;"
Legitimidade ativa:
Mandado de segurança individual: qualquer pessoa
Mandado de segurança coletivo:
Art. 5º, LXX, CF - o mandado de segurança coletivo pode ser 
impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um 
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
Legitimidade passiva: autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício 
de atribuições do Poder Público
Objetivo: cessar/combater ilegalidade ou abuso de poder, protegendo direito líquido 
e certo (prova pré-constituída: nesta ação mandamental não há instrução 
processual). 
No caso do dano ambiental, a liquidez e a certeza fazem referência ao direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bastando, para tanto, a comprovação do 
dano e do nexo de causalidade entre este e a ilegalidade ou o abuso de poder.
• MANDADO DE INJUNÇÃO AMBIENTAL
"Art. 5º, LXXI, CF/88 - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;”
Objetivo: viabilizar no caso em concreto a garantia constitucional ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, suprindo intra partes a ausência de norma 
regulamentadora. 
Contudo, em virtude do Princípio da Separação dos Poderes, não pode o Poder 
Judiciário obrigar o Poder Legislativo a editar norma sobre a questão, devendo 
apenas informar da necessidade de regulamentação do assunto.
Legitimade ativa: qualquer pessoa que teve a garantia constitucional fundamental 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado inviabilizado por ausência de norma 
regulamentadora.Legitimidade passiva:órgão legislativo competente sobre a matéria
Obs.: No âmbito da competência legislativa, a Constituição Federal firma a 
competência:
1) privativa da União, cabendo-lhe legislar sobre direito agrário e marítimo; 
sobre desapropriação; sobre águas e energia; sobre regime dos portos, navegação 
lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; trânsito e transporte; jazidas, 
minas, outros recursos minerais e metalurgia; populações indígenas; diretrizes e 
bases da educação nacional; atividades nucleares de qualquer natureza; e defesa 
territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; 
(art. 22, incisos I, II, IV, X, XI, XII, XIV, XXIV, XXVI e XXVIII)
2) concorrente entre os entes da federação, cabendo-lhes legislar sobre direito 
urbanístico; sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do 
solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de 
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; e sobre educação (art. 24, 
incisos I, VI, VII, VIII e IX da CF/88); 
3) ademais das normas específicas atinentes à competência municipal (art. 30 
da Carta Magna).
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIV - populações indígenas;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e 
mobilização nacional;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre 
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos 
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos 
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino e desporto;
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
(...)
• AÇÃO POPULAR AMBIENTAL
"Art. 5º, LXXIII, CF/88 - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que 
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando 
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;”
Por sua previsão no bojo do texto constitucional de 1988, podemos atribuir ao instituto 
um cunho constitucional, representando assim um instrumento constitucional, colocado à 
disposição de qualquer cidadão como forma de defesa dos interesses da coletividade, 
É um instituto essencialmente democrático: Viabiliza e efetiva o princípio da Participação 
Popular.
Objetivo: anular ato lesivo ao meio ambiente
É uma demanda que pode ser realizada de forma repressiva ou preventiva. Sendo 
repressiva, a ação popular pleiteará a correção dos atos danosos já consumados, ou 
seja, será uma ação judicial em que o pedido será reparador. Por outro lado, se a 
ação popular for preventiva, a demanda judicial será proposta antes que os efeitos 
lesivos dos atos que estão sendo praticados – ou em vias de – sejam consumados, 
podendo o requerente solicitar em juízo uma liminar para a suspensão dos efeitos do 
ato lesivo.
Existe também, no bojo do entendimento da finalidade da ação popular, um reflexo 
paralelo, qual seja, de obrigar a administração pública a atuar em casos de omissão; 
logo, estando a administração pública em situação omissa, ou seja, sem resguardar o 
patrimônio público, qualquer cidadão poderá intentar ação popular requerendo a 
atuação específica da administração pública frente a sua omissão.
Legitimidade ativa: segundo a doutrina ambiental, a comprovação da cidadania 
pode ser dispensada a fim de proteger um bem jurídico de maior relevância. 
Assim, para propor a Ação Popular Ambiental qualquer pessoa teria legitimidade 
ativa, indepedentemente da apresentação do titulo de eleitor válido. 
Obs.: Isso não se daria para a Ação Popular que visa proteger bens de natureza pública - 
patrimônio público ou moralidade administrativa, pois esta estaria regida pela Lei 
4.717/65. A norma infraconstitucional que cuida do instituto, Lei nº. 4.717 de 19 de junho 
de 1965, assim dispõe em seu artigo 1º:
“Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de 
nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos 
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, 
art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados 
ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou 
fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra 
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas 
incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, 
e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.”
Legitimidade passiva: a ação pderá ser proposta em desfavor das pessoas públicas e 
privadas, ou ainda contra entidades, autoridades, funcionários ou administradores 
que pratiquem, autorizem, aprovem ou ratifiquem atos de lesão ao meio ambiente.

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