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Nota de Aula - Direito Civil - Obrigações 9

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Universidade Federal do Ceará.
Faculdade de Direito
Departamento de Direito Privado.
Disciplina: Direito Civil II- Obrigações.
Professor: William Paiva Marques Júnior. 
Nota de Aula No.: 9.
Transmissão das Obrigações:
- Introdução:
		O Código Civil de 2.002, depois das modalidades das obrigações, disciplina a sua transmissibilidade e, por último, cuida do adimplemento e efeito das obrigações.
- Tipos de Transmissão:
		Há dois tipos de transmissão:
		a) mortis causa: é regulada pelo direito das sucessões. Pode ser a título universal, quando se defere a herança ao herdeiro; e a título singular, quando se nomeia legatário;
		b) inter vivos: é regulada pelo direito das obrigações, operando-se sempre a título singular ou particular.
-Conteúdo:
		A transmissibilidade das obrigações compreende o estudo da cessão de crédito, da cessão de débito ou assunção de dívida, e da cessão do contrato.
- Cessão de Crédito:
- Histórico:
Sobre o histórico da cessão de crédito anota Washington de Barros Monteiro�: o primitivo Direito Romano não admitia a transferência do crédito. Prevalecia então o princípio da intransferibilidade das obrigações. Eram essas consideradas como vínculos de uma para outra pessoa. Constituindo quase um status, tornavam-se inseparáveis do indivíduo, até o implemento da prestação prometida. Excluía-se assim, tanto do lado ativo como do passivo, quer por ato inter vivos, quer por ato causa mortis, a possibilidade de sua transmissão. Entretanto, com o decurso do tempo, partindo do conceito da sucessio in jus, passou a jurisprudência romana a admitir-lhes a transmissibilidade aos herdeiros, que se investiam assim na mesma situação anteriormente desfrutada pelo defunto. Relativamente à cessão inter vivos, o direito romano tolerou o emprego, à guisa de expediente, de certos meios tendentes à obtenção do mesmo resultado. 
- Conceito:
		A cessão de crédito é o negócio jurídico pelo qual o credor de uma obrigação transfere os seus direitos a outras pessoas, independentemente da anuência do devedor.
		A cessão de crédito onerosa é similar à compra e venda. Esta, porém, versa sobre bens corpóreos (em regra); ao passo que a cessão tem por objeto o crédito, que é um bem incorpóreo, isto é, imaterial.
		O credor que realiza a cessão é denominando cedente; o terceiro que adquiriu o crédito é o cessionário; e o devedor, cuja anuência é dispensável é o cedido. 
- Requisitos de Validade:
		A cessão de crédito, como os demais negócios jurídicos em geral, para ser válida, depende da capacidade das partes, da licitude do objeto e da forma legal (art. 104 do CCB/2002).
		Quanto à capacidade, cumpre ressaltar que o falido e o inventariante só podem realizar a cessão de crédito mediante autorização do juiz. Igualmente, os pais e o tutor só podem ceder crédito do menor com autorização judicial (arts. 1.691�, 1.748 e 1.749, III do CCB/2.002�), sendo certo que a aludida cessão jamais poderá ser gratuita; a cessão gratuita não pode ser autorizada pelo juiz.
		O cessionário também deve ser capaz. Quanto ao tutor, não pode ser cessionário do pupilo ainda que haja alvará judicial (art. 1.749, inciso III do CCB/2.002).
		Por outro lado, em relação ao objeto da cessão, em regra pode referir-se a qualquer crédito, conste ou não de um título, ainda que antes do vencimento. Excepcionalmente, porém, veda-se a cessão de certos créditos. Com efeito, não podem ser cedidos:
os créditos incessíveis por natureza. Compreendem os direitos personalíssimos – por exemplo, o nome civil – e os créditos de caráter assistencial, como, por exemplo, o direito aos alimentos (art. 1.707 do CCB/2.002�). A restrição à cessão de crédito alimentar, a nosso ver, refere-se apenas ao crédito atual, isto é, às prestações vincendas; nada obsta a cessão das prestações em atraso, que pode revelar-se vantajosa ao alimentado. Também é incessível por natureza a obrigação de fazer quando infungível a prestação; os benefícios da justiça gratuita; e o crédito atual a receber do INSS, atinente à indenização por acidente do trabalho, tendo em vista o seu caráter assistencial, mas nada obsta a cessão do crédito em atraso, e do crédito a receber do empregador, em razão do acidente laborativo. De fato, nada obsta a cessão do direito de haver indenização em razão de delito ou ilícito civil, à exceção das verbas de caráter alimentar. No que concerne à renúncia aos alimentos entre cônjuges, ressalte-se a Súmula No.: 336 do STJ, editada em 25 de abril de 2.007: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente”;
os créditos incessíveis por força de lei. Exemplos: o direito de preferência ou preempção (art. 520 do CCB/2.002�); o empregado não pode ceder o seu crédito de salário que tem a receber do empregador (art. 462 da CLT�) ante o caráter alimentar, o nome empresarial (art. 1.164 do CCB/2.002�). Entendeu o STJ: ainda que o precatório tenha sido expedido em nome da parte, é indiscutível que o crédito consubstanciado nos honorários de sucumbência pertence ao advogado, que detém o direito material de executá-lo ou, se assim o preferir, cedê-lo para terceiro. Ainda que os honorários tenham caráter alimentar e não devam ser parcelados, cabe ao advogado se insurgir quanto à forma de pagamento adotada pelo devedor, requerendo o desmembramento dos créditos, para que sua verba seja paga via precatório individualizado, expedido em seu favor, em parcela única�;
os créditos incessíveis por convenção entre as partes. Essa cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação (art. 286 do CCB/2.002�).
Finalmente, no tocante à forma, a cessão é negócio não-solene, sendo regida pelo princípio da liberdade das formas, aperfeiçoando-se com o simples consentimento das partes (cedente e cessionário). Em algumas hipóteses, porém, a cessão é negócio jurídico solene, exigindo forma especial. Tal ocorre, por exemplo, com a cessão de direitos hereditários e a cessão de crédito hipotecário, que devem ser realizadas por escritura pública (arts. 1.793� e 289� do CCB/2.002). 
- Eficácia perante terceiros:
Observa-se que entre as partes, isto é, cedente e cessionário, a cessão não depende de forma especial. Mas, para valer perante terceiros, dispõe o art. 288 do CCB/2.002�, urge que a cessão seja celebrada por instrumento público ou por instrumento particular revestido das formalidades do §1º- do art. 654, sendo certo que o art. 129, No.: 9, da Lei 6.015/73, exige ainda que o instrumento seja inscrito no Registro Público. Em suma, a eficácia perante terceiros depende do registro da cessão no Registro Público.
- Eficácia perante o devedor:
A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada (art. 290, 1ª- parte do CCB/2.002�).
Antes de ter conhecimento da cessão, o devedor pode efetuar o pagamento ao antigo credor (cedente), porque a cessão ainda não lhe diz respeito (art. 292 do CCB/2.002�) Após a notificação, o pagamento só é válido se feito ao cessionário.
No instante em que é notificado, o devedor pode opor, tanto ao cedente como ao cessionário, as exceções que lhe competirem; assim sendo, poderá alegar que já pagou a dívida, que ela se compensou, ou a existência de vícios, tais como o erro, o dolo e a coação. Se o não fizer nesse momento, não poderá fazê-lo mais tarde, porque seu silêncio equivale à anuência com os termos do negócio e revela seu propósito de pagar ao cessionário a prestação objeto da cedência.
Conquanto a lei não exija forma especial, recomenda-se que a notificação seja feita por escrito, com o intuito de facilitar a sua prova. Acrescente-se, ainda, que a notificação pode ser judicial ou extrajudicial.
Dispensa-se a notificação em duas hipóteses:
(a) quando o devedor declara por escrito, público ou particular, que está ciente da cessão (art. 290, 2ª- parte do CCB/2.002);(b) quando se tratar de títulos ao portador, isto é, transferíveis por simples tradição manual.
Por outro lado, o devedor que é notificado de mais de uma cessão deverá efetuar o pagamento ao cessionário que lhe apresentar, além do título da cessão, o título da obrigação cedida (art. 292 do CCB/2.002). Anote-se que o credor não pode ceder o crédito mais de uma vez, mas se o fizer valerá a cessão feita ao cessionário a quem se fez a entrega do título (tradição), conforme preceitua o art. 291 do CCB/2.002�, salvo quando o crédito constar de escritura pública, pois, nesse caso, prevalecerá a prioridade da notificação (art. 292, última parte do CCB/2.002), devendo o devedor efetuar o pagamento ao cessionário da primeira notificação.
Finalmente, ressalte-se o escólio de Washington de Barros Monteiro� acerca da conduta do devedor já notificado: “O devedor pode opor tanto ao cessionário como ao cedente as exceções que lhe competirem no momento em que tiver conhecimento da cessão (art. 294 do CCB/2.002). Nessas condições, se anulável a obrigação por erro, dolo ou relativa incapacidade do agente, vícios que, por sua natureza, aderem ao ato, pode o devedor argüi-los não só contra o cedente como também contra o cessionário, embora não tenha feito qualquer protesto ou reclamação no ato de ser notificado. Pode ele, outrossim, opor defesa fundada em pagamento. Em regra, pois excluídas naturalmente as exceções pessoais entre credor primitivo e devedor, ao cessionário são oponíveis todas as alegações cabíveis contra o cedente. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão não lhe tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação de crédito que antes tinha contra o cedente (art. 377 do CCB/2.002)”. 
- Efeitos da cessão:
		A cessão de crédito produz duplo efeito.
		O primeiro consiste na transferência do crédito com todas as suas garantias e acessórios. Se, por exemplo, o crédito estava guarnecido por uma fiança, esta acompanhará o crédito cedido. Igualmente se guarnecido por hipoteca, mas, nesse caso, a cessão deve efetivar-se por escritura pública, cabendo ao cessionário o direito o direito de averbar a cessão no Registro do Imóvel (art. 289 do CCB/2.002�). Acrescente-se, ainda, que a cessão implica também na transferência do direito de ação referente ao resguardo do respectivo crédito. No penhor, o cedente é obrigado a entregar o objeto empenhado ao cessionário.
		O segundo efeito da cessão consiste na obrigação de o cedente responder pela existência do crédito à época do negócio. Assim, se o crédito for nulo ou falso, o cedente deve indenizar o cessionário. Em duas hipóteses, porém, o cedente não responde pela existência da dívida. A primeira diz respeito à cessão gratuita, salvo se o cedente proceder de má-fé (art. 295, segunda parte do CCB/2.002�); a segunda ocorre na cessão legal, cuja transferência do crédito opera-se por força de lei. 
- Cessão pro soluto e pro solvendo:
		Na cessão pro soluto, o cedente responde somente pela existência do crédito; na pro solvendo, o cedente responde pela existência do crédito e pela solvência do devedor.
		No silêncio do negócio jurídico, a cessão é pro soluto, de modo que o cedente não é responsável pelo pagamento da dívida. Nada obsta, porém, a estipulação expressa da cláusula pro solvendo, e, nesse caso, o cedente torna-se também responsável pela solvência do devedor no instante da cessão, distinguindo-se do avalista, pois este responde também pela insolvência do devedor verificada após o aval. Anote-se, ainda que, estipulada a cláusula pro solvendo, o cedente responde apenas pela importância que recebeu do cessionário, com os respectivos juros, e não por todo o valor do crédito, devendo ainda ressarcir o cessionário das despesas com a cessão e cobrança (art. 297 do CCB/2.002�).
		Finalmente, cumpre não confundir cessão pro soluto e pro solvendo, efetuado com título de crédito. O pagamento pro soluto é aquele em que a simples transferência do título de crédito implica em quitação da dívida, ao passo que no pagamento pro solvendo a quitação só se perfaz com o desconto do título. Assim, o pagamento de aluguel com cheque sem provisão de fundos, no sistema pro soluto, é suficiente para quitar o débito, facultando-se ao credor apenas a cobrança do cheque, e não mais do aluguel; no sistema pro solvendo, a quitação depende do desconto do título, remanescendo o débito do aluguel na hipótese de o cheque não ter fundos. No Brasil, o pagamento com título de crédito é pro solvendo, efetuando-se, portanto, sob condição suspensiva.
- Cessão de crédito penhorado:
		O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora (art. 298, 1ª- parte do CCB/2.002�). De fato, a cessão do crédito, após a penhora, configura fraude à execução. Anote-se, porém, que, antes da penhora, a cessão será igualmente ineficaz na hipótese de insolvência do cedente, configurando-se fraude contra credores ou fraude à execução; se, porém, o cedente for solvente, a cessão feita antes da penhora é plenamente eficaz.
		O devedor, enquanto não notificado da penhora, poderá efetuar o pagamento ao credor; mas, após a notificação, deverá consignar o pagamento em juízo, sob pena de ser compelido a pagar de novo.
		Face ao acima exposto, já decidiu o STJ que a penhora deve ser levantada antes que haja a cessão de crédito: “PROCESSO CIVIL – PENHORA NO ROSTO DOS AUTOS E CESSÃO DE CRÉDITO – PREFERÊNCIA. 1. A cessão de um crédito oriunda de uma obrigação judicialmente reconhecida equivale à venda de um bem, cuja entrega fica na dependência de estar ele livre e desembaraçado. 2. Se os bens de uma empresa garantem os seus credores, no confronto entre dívidas garantidas pela penhora e dívidas garantidas com um bem específico, faz-se necessário o completo levantamento das obrigações garantidas para pagamento. 3. Não se trata de concurso de credores e sim de concurso de preferência.4. Recurso especial improvido”. (RESP No.: 698.298/SP, Relatora: Min. Eliana Calmon, julgamento: 06/12/2.005). Há entendimento firmado no âmbito desta Corte sobre a possibilidade de oferecimento de precatório judicial à penhora para fins de garantia do juízo em execução fiscal�.
		Ressalte-se a orientação jurisprudencial do STJ no sentido de que é possível a nomeação à penhora de crédito oriundo de cessão de crédito: “PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. BEM NOMEADO À PENHORA. PRECATÓRIO DE EMISSÃO DA EXEQÜENTE, ADVINDO DE CESSÃO DE CRÉDITOS. POSSIBILIDADE. 1. A Lei 6.830/80, art. 9º, III e art. 11, VIII atribui ao executado a prerrogativa de nomear bens à penhora, que pode recair sobre direitos e ações. 2. A execução deve ser promovida pelo meio menos gravoso ao devedor. Inteligência do art. 620 do CPC. 3. Conseqüentemente, admite-se a nomeação, para fins de garantia do juízo, de crédito da própria Fazenda Estadual consubstanciado em precatório, máxime por suas características de certeza e liquidez, que se exacerbam quando o próprio exeqüente pode aferir-lhe a inteireza. (Precedentes: REsp. nº 739996/SP , Relator Ministro CASTRO MEIRA, DJ. 19.12.2005; REsp. nº 757303/SP, Relator Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ. 26.09.2005; AgRg no REsp 434.722 - SP , Relator Ministro FRANCISCO FALCÃO, DJ de 03 de fevereiro de 2003; REsp 365-095 - ES, Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, DJ de 9 de dezembro de 2003; AgRg no REsp 399557 - PR, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de 13 de maio de 2002). 4. In casu, a recorrente nomeou à penhora precatório oriundo de cessão de crédito, tendo a 7ª Vara de Fazenda Pública deferido a sucessão processual por cessão de crédito, razão pela qual nenhum óbice há à aceitação da referida nomeação à penhora. 5 Recurso especial provido”. (RESP No.: 721.423/SP, Relator: Min. Luiz Fux, julgamento: 22/08/2.006). 
Com base no art. 294 do CCB� decidiu o STJ� quena cessão de crédito, o regime jurídico aplicável é o do cedente, e não o do cessionário.
- Espécies de cessão de crédito:
Consoante aduz Washington de Barros Monteiro�: a cessão de crédito pode ser convencional, legal ou judicial. A primeira decorre da declaração de vontade entre cedente e cessionário; a segunda promana da lei, e a terceira resulta de sentença. A cessão convencional efetua-se a título oneroso ou gratuito. No primeiro caso, constitui-se em espécie de venda, com a diferença que esta tem por objeto a transmissão de uma coisa, ao passo que aquela objetiva créditos ou direitos de natureza econômica. Mas à cessão aplica-se a regra do art. 497 do CCB/2002�, relativa à venda (Art. 498 CCB�). Se a título gratuito, a cessão assemelha-se à doação, pois implica benemerência ou liberalidade. São casos de cessão legal: a) os de sub-rogação legal, especificados no art. 346 do CCB/2002�, pois o sub-rogado adquire os direitos do credor primitivo; b) os de cessão dos acessórios, em consequência da cessão da dívida principal (art. 287 CCB). Constituem casos de cessão judicial: o de adjudicação no juízo divisório, o de sentença condenatória que venha suprir declaração de cessão por parte de quem era obrigado a fazê-la e o de assinação ao credor de crédito do devedor. 
Exemplo de cessão de crédito na modalidade judicial é plasmada pelo art. 100, §§ 13 e 14 da CF/88 (com redação determinada pela EC No.: 62/2009) ao prever que o credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, bem como que a cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
A jurisprudência do STJ� é pacífica no sentido da impossibilidade de se compensarem sem previsão de lei estadual os créditos oriundos de cessão de direitos sobre precatórios judiciais.
O STJ� firmou o entendimento de que é possível a cessão de crédito por escritura pública dos honorários sucumbenciais, sendo o cessionário detentor de interesse e legitimidade para prosseguir na execução.
- Cessão de crédito e novação subjetiva ativa:
- Cessão de crédito e sub-rogação:
- Endosso e cessão de crédito:
� MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil- Direito das Obrigações- 1ª- parte. 33ª- edição. São Paulo: Saraiva, 2.007, pág. 235. 
� Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo:I - os filhos; II - os herdeiros; III - o representante legal
� Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz: I - pagar as dívidas do menor; II - aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos; III - transigir; IV - vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que for permitido; V - propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos. Parágrafo único. No caso de falta de autorização, a eficácia de ato do tutor depende da aprovação ulterior do juiz. Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; II - dispor dos bens do menor a título gratuito; III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
� Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
� Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
� Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. § 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. § 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações " in natura " exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. § 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício dos empregados. § 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. 
� Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
� Veja-se: “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. FUNDAMENTOS INSUFICIENTES PARA REFORMAR A DECISÃO AGRAVADA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. DIREITO AUTÔNOMO DO CAUSÍDICO. PRECEDENTES. PRECATÓRIO. CESSÃO DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO 1. O agravante não trouxe argumentos novos capazes de infirmar os fundamentos que alicerçaram a decisão agravada, razão que enseja a negativa de provimento ao agravo regimental. 2. Ainda que o precatório tenha sido expedido em nome da parte, é indiscutível que o crédito consubstanciado nos honorários de sucumbência pertence ao advogado, que detém o direito material de executá-lo ou, se assim o preferir, cedê-lo para terceiro. 3. De outra ponta, é possível a cessão de crédito por escritura pública dos honorários sucumbenciais, sendo o cessionário detentor de interesse e legitimidade para prosseguir na execução. 4. Ainda que os honorários tenham caráter alimentar e não devam ser parcelados, cabe ao advogado se insurgir quanto à forma de pagamento adotada pelo devedor, requerendo o desmembramento dos créditos, para que sua verba seja paga via precatório individualizado, expedido em seu favor, em parcela única. 5. Agravo regimental a que se nega Provimento”. (STJ- AgRg no REsp 1087479 / RS, Relator: Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJRS,)julgamento: 22/11/2011). 
� Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
� Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. § 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente. § 2o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. § 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.
� Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
� Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do art. 654.
� Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedorque, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
� Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
� Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido.
� MONTEIRO, Washington de Barros. “Curso de Direito Civil- Direito das Obrigações- 1ª- parte”. 33ª- edição. São Paulo: Saraiva, 2.007, pág. 242. 
� Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
� Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
� Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
� Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
� Confira-se: “PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. NOMEAÇÃO DE CRÉDITO ORIUNDO DE PRECATÓRIO JUDICIAL À PENHORA. ACÓRDÃO A QUO FUNDADO NA APRECIAÇÃO FÁTICO-PROBATÓRIA DO CASO. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. Há entendimento firmado no âmbito desta Corte sobre a possibilidade de oferecimento de precatório judicial à penhora para fins de garantia do juízo em execução fiscal. 2. Na espécie, entretanto, o Tribunal de origem entendeu que não foi formalizada a cessão dos créditos indicados à penhora. Nesse contexto, a revisão de tal entendimento - fundado em premissas fático-probatórias - atrai a incidência da Súmula 7/STJ. 3. Agravo regimental não-provido”. (STJ- AgRg no Ag 981800 / SP, Relator: Min. Mauro Campbell Marques, julgamento: 06/11/2008). 
� “Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente”.
� Observe-se: “RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. CÉDULA DE CRÉDITO RURAL. ESTADO DE MINAS GERAIS COMO SUCESSOR DO BANCO DO ESTADO DE MINAS GERAIS S/A (BEMGE). INAPLICABILIDADE DO DECRETO N. 20.910/32. NORMA ESPECÍFICA RESTRITA ÀS HIPÓTESES ELENCADAS. CESSÃO DE CRÉDITO. REGIME JURÍDICO DO CEDENTE. APLICAÇÃO DOS PRAZOS DE PRESCRIÇÃO DO CÓDIGO CIVIL DE 1916 E DE 2002. INCIDÊNCIA DA NORMA DE TRANSIÇÃO DO ART. 2.028 CC. PRESCRIÇÃO NÃO IMPLEMENTADA. 1. Ação ordinária de cobrança movida pelo Estado de Minas Gerais, como sucessor do Banco do Estado de Minas Gerais S/A (BEMGE), proposta em julho de 2007, de dívida estampada em cédula de crédito rural, vencida em julho de 1998. 2. Inexistência de violação ao art. 535 do CPC quando o Tribunal de origem manifesta-se de forma clara e suficiente acerca da matéria que lhe é submetida a apreciação, sendo desnecessário ao magistrado rebater cada um dos argumentos declinados pela parte. 3. Inaplicabilidade do Decreto n. 20.910/32 quando a Fazenda Pública seja credora, pois, por ser norma especial, restringe-se sua aplicação às hipóteses em que os entes públicos sejam devedores (art. 1º). 4. Na cessão de crédito, o regime jurídico aplicável é o do cedente, e não o do cessionário. 5. O prazo prescricional da ação de execução de cédula de crédito rural seria de três anos, a contar do vencimento (art. 60 do Decreto-Lei n. 167/67 e art. 70 do Decreto n. 57.663/66). 6. Prescrita a execução, permite-se o manejo da ação ordinária de cobrança, ajuizada no prazo geral de prescrição das ações pessoais, previsto no Código Civil de 1916, que era de vinte anos. 7. Com a vigência do Código Civil de 2002, o prazo prescricional passou a ser de cinco anos, na forma do art. 206, § 5º, I ("prescreve em cinco anos a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular). 8. Aplicação da regra de transição acerca da prescrição, considerando-se interrompido o prazo na data do início da vigência do Código Civil de 2002 (11/01/2003) e passando a fluir, desde então, a prescrição quinquenal do novo estatuto civil. 9. Inocorrência de prescrição, na espécie, pois a ação de cobrança foi ajuizada em julho de 2007. 10. Doutrina de Câmara Leal acerca do tema e precedentes desta Corte. 11. RECURSO ESPECIAL PROVIDO”. (STJ- REsp 1153702 / MG, Relator: Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgamento: 10/04/2012). 
� MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil- Direito das Obrigações- 1ª- parte. 33ª- edição. São Paulo: Saraiva, 2.007, pág. 238. 
� “Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração; II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade; IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito”.
� “Art. 498. A proibição contida no inciso III do artigo antecedente, não compreende os casos de compra e venda ou cessão entre co-herdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a pessoas designadas no referido inciso”. 
� “Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte”. 
� Veja-se: “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS. IMPOSSIBILIDADE. ICMS. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. PRECATÓRIOS. IPERGS. AUSÊNCIA DE LEI AUTORIZADORA. - A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido da impossibilidade de se compensarem sem previsão de lei estadual os créditos oriundos de cessão de direitos sobre precatórios judiciais emitidos em desfavor do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - Ipergs com os créditos tributários titularizados pelo Estado do Rio Grande do Sul, no caso relativo ao ICMS. Precedentes. Agravo regimental improvido”. (STJ- AgRg no AREsp 107215 / RS, Relator: Min. Cesar Asfor Rocha, julgamento: 24/04/2012).

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