Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE DIREITO DEPARTAMENTO DE DIREITO PÚBLICO DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II MONITOR: MARWIL PRACIANO NOTA DE AULA - 01 TEORIA DA FEDERAÇÃO BREVE HISTÓRICO DA FEDERAÇÃO A forma federativa de Estado surgiu nos EUA em 1787, quando da promulgação da Constituição daquele País. As antigas 13 colônias inglesas conquistaram sua Independência em 1776 (apenas reconhecida pelos ingleses em 1783) e, reunidas na cidade de Filadélfia, começaram a articular o que seria, futuramente, a FEDERAÇÃO norte-americana. Através da Federação, cada Estado cedia parcela de sua soberania para um órgão central. Este estaria responsável pela centralização e unificação do País. Surgiam os Estados Unidos da América. Cada Estado, no entanto, mantinha sua AUTONOMIA. Nos EUA, a origem da Federação se deu de forma centrípeta, ou seja, de fora para dentro, de forma que os Estados soberanos cederam parcela dessa soberania, “aglutinando-se” em uma Federação. É o modelo chamado Federalismo por agregação. No Brasil, a adoção da Federação como forma de Estado se deu de forma centrífuga, ou seja, o Estado unitário brasileiro, formado anteriormente por províncias, se descentralizou em vários Estados-membros. Trata-se do modelo de Federalismo por desagregação (ou segregação). O grande reflexo disso está na fragilidade de nossa Federação, na qual os Estados, muitas vezes, não são tão autônomos entre si, como ocorre nos EUA, por exemplo. Federação é, portanto, um Estado composto por diversos Estados-membros, todos autônomos entre si, que cedem parte de sua soberania em prol desta centralização do poder. A Federação goza de soberania (art. 1º, I, CF/1988) e, agindo por meio da União, é pessoa jurídica de Direito Público Internacional. 2 CONFEDERAÇÃO x FEDERAÇÃO Salutar perceber a diferença existente entre a Confederação e a Federação. Ambas representam Estados Compostos. No caso da Confederação, essa junção de Estados Soberanos é geralmente firmada por meio de Tratados Internacionais, podendo ou não adotar uma Constituição comum. Quase sempre esta união se destina a alcançar determinado fim. Quando alcançado, a junção se desfaz. É importante destacar, ainda, que tais Estados não perdem sua soberania, tampouco a transferem a um órgão central. Já na Federação, que também se trata de junção de Estados, a união destes é mais definitiva. Sendo que os Estados-membros não perderão sua autonomia, mas transferirão parte de sua soberania a um órgão central, o Estado Federal. CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO Para entendermos melhor a forma de Estado adotada no Brasil, é importante destacarmos algumas de suas principais características. Primeiramente, como o próprio texto constitucional já nos esclarece, é marca da Federação compreender entes federados autônomos, cuja participação é determinante à formação da vontade nacional. Outras importantes características são: DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA: o sistema federativo se caracteriza por possuir vários núcleos de poder político. É o que garante a autonomia de cada um dos entes federados; REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA: também visando garantir a autonomia dos entes, surge uma forma de dividir atribuições entre eles, garantindo, ainda, o equilíbrio federativo; CONSTITUIÇÃO RÍGIDA: é pressuposto à intangibilidade da questão federativa a existência de uma Constituição rígida e escrita como a nossa. Assim, o sistema federativo foi elevado à condição de cláusula pétrea, nos termos do art. 60, § 4º, I da CF/1988. Com isto, a abolição do sistema federativo não poderá ser objeto de proposta de Emenda Constitucional. É o que garante certa estabilidade institucional; INEXISTÊNCIA DO DIREITO DE SECESSÃO: uma vez criado o pacto federativo, não se permite sua dissolução ou direito de separação, de retirada. É o que garante o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo. A desobediência a esta regra poderá ensejar, como ainda veremos, a Intervenção Federal, nos termos do art. 34, I da CF/1988; SOBERANIA DO ESTADO FEDERAL: o Estado Federal, nos termos do art. 1º, I, haverá de ser soberano. É um dos fundamentos da Federação brasileira, inclusive. O que é garantido aos entes federativos é a autonomia; INTERVENÇÃO: via de regra, a não-intervenção existe para garantir a plena autonomia de cada ente federativo. No entanto, como veremos, a CF/1988 indica alguns casos excepcionais nos quais, para garantir o equilíbrio federativo e a manutenção da Federação, caberá a Intervenção Federal; 3 AUTO-ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS: uma das justificativas para considerar os Estados-membros autônomos é a capacidade de elaborar suas próprias constituições estaduais, nos termos do art. 25 da CF/1988; ORGÃO REPRESENTATIVO DOS ESTADOS-MEMBROS: no Brasil, o Senado Federal representará os Estados-membros (art. 46, CF/1988); GUARDIÃO DA CONSTITUIÇÃO: função exercida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil; REPARTIÇÃO DE RECEITAS: forma de assegurar o equilíbrio na distribuição de receitas tributárias entre os entes federativos (matéria disciplinada nos arts. 157 a 159 da CF/1988 e assunto que caberá aos estudos da Disciplina “Direito Constitucional III”). DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA O nosso estudo se inicia com a leitura do caput do art. 18 da Constituição Federal de 1988. Vejamos tal dispositivo: Entendemos, assim, que o Estado Federal brasileiro tem por componentes diferentes entes federados autônomos: a UNIÃO, os ESTADOS, o DISTRITO FEDERAL e os MUNICÍPIOS. Eles compõem a estrutura básica de nossa Federação. A REPÚBLICA é a FORMA DE GOVERNO adotada pelo País, já a FEDERAÇÃO é a FORMA DE ESTADO brasileira. Interessante destacar o que José Afonso da Silva, em seu Direito Constitucional Positivo, já elucida. Para isto, mostremos também o caput do art. 1º de nossa Carta Magna: Como vemos, o Estado brasileiro se caracteriza por ser um Estado Democrático de Direito. E o SISTEMA DE GOVERNO adotado no País é o PRESIDENCIALISMO. Por sinal, forma e sistema de governo foram escolhidos pela população através de plebiscito em 1993. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 4 Atendo-se um pouco mais ao referido artigo, José Afonso da Silva afirmou não ser diverso dizer que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel de Estados, Municípios e Distrito Federal de dizer que a organização político-administrativa da República Federativa compreende União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A união (com “u” minúsculo) acaba sendo a mesma União (com “u” maiúsculo). O apego do legislador à forma o fez repetir, no artigo 1º, o que já vinha no texto de outras constituições: a expressão “união indissolúvel”, mas, essencialmente, fala do ente União, pessoa jurídica de Direito Público Interno (ou pessoa jurídica de Direito Constitucional), que, como veremos, é o fruto da junção dos Estados-membros entre si, numa aliança indissolúvel destes e, embora aja em nome da Federação, com esta a União não se confunde. BRASÍLIA Vejamoso parágrafo 1º do art. 18 de nossa CF: Brasília é, certamente, a cidade mais importante da Federação. A um só tempo, concentra diversas funções: É a CAPITAL FEDERAL (ou seja, da República Federativa do Brasil); É a CAPITAL DA UNIÃO; É a SEDE DO GOVERNO FEDERAL; É a SEDE DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Assume, ainda, o papel simbólico de civitas civitatum, “cidade civilizada”, importante pólo de onde emanam as decisões mais graves, os fatos mais decisivos e determinantes ao destino do País. José Afonso da Silva ainda destaca a singularidade de Brasília por se tratar de uma cidade peculiar, que não é sede de nenhum Município. E antes que se pergunte a diferença entre CIDADE e MUNICÍPIO, seguem conceitos bastante simplificados: CIDADE: é toda a área urbanizada e habitada dentro de um Município. O conceito de Município é mais amplo que o de cidade. Pode haver mais de uma cidade por Município. Nesses casos, o que temos, geralmente, é a cidade maior recebendo o mesmo nome do Município e as demais cidades, quando se tratam de subdivisões administrativas do Município, sendo chamadas DISTRITOS. Pode haver, no entanto, cidade sem Município. É o caso de Brasília. MUNICÍPIO: porção territorial que compõe um Estado federativo. Inclui cidade e demais áreas desabitadas e não-urbanizadas. § 1º. Brasília é a Capital Federal. 5 E as CIDADES-SATÉLITES? As cidades-satélites são centros urbanos que surgiram em torno (“nos subúrbios”) de Brasília. Sua origem está associada à construção de Brasília. Elas serviram de abrigo aos trabalhadores da construção de nossa Capital Federal, tendo papel relevante ao desenvolvimento daquela região. São divisões administrativas do Distrito Federal. Muito embora a utilização do termo “satélite” para designá-las seja vedada pela lei nº 19.040/1998, trata-se de uma denominação adequada, tendo em vista que é vedado ao Distrito Federal se dividir em Municípios, nos termos do art. 32 de nossa Constituição. Autarquias administrativas são as responsáveis pelo funcionamento destas cidades. Hoje, o Distrito Federal conta com muitas delas: Ceilândia, Gama, Cruzeiro, Taguatinga, etc. TERRITÓRIOS FEDERAIS Seguindo na leitura da Constituição, temos o parágrafo 2º do art. 18: Atualmente, a Federação brasileira não possui nenhum Território Federal, mas já possuiu e, como vemos pela letra do parágrafo acima, ainda há a possibilidade do surgimento de novos Territórios Federais. O Território Federal surge enquanto AUTARQUIA INTEGRANTE de nossa República Federativa. Não é, portanto, componente da organização político- administrativa de nosso Estado Federal. Os Territórios são “anexos” de nossa Federação, descentralizações administrativo-territoriais da União, que poderão ser criadas, transformadas em Estados ou reintegradas ao Estado de origem mediante LEI COMPLEMENTAR. A organização administrativa e judiciária dos Territórios Federais far-se-á mediante LEI ORDINÁRIA. FORMAÇÃO DOS ESTADOS O parágrafo seguinte (3º) dispõe: § 2º. Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. § 3º. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 6 O Brasil possui, atualmente, 26 Estados-membros autônomos, em suas cinco regiões. Os Estados são as entidades componentes da Federação que dão a estrutura conceitual a esta. Afinal, os Estados são essenciais à Federação, tendo em vista ser impossível se pensar o Estado Federal sem seus Estados-membros. Nos termos de nossa Constituição, há três possibilidades em relação à formação de Estados: Sua INCORPORAÇÃO ENTRE SI (ou seja, sua FUSÃO); Sua SUBDIVISÃO (ou seja, sua CISÃO); Seu DESMEMBRAMENTO para se anexarem a outros ou formarem novos Estados ou Territórios Federais. Nas três possibilidades, exigi-se a feitura de uma CONSULTA PRÉVIA, o PLEBISCITO, no qual a POPULAÇÃO DIRETAMENTE INTERESSADA será perguntada se aprova ou não a fusão, a subdivisão ou o desmembramento em questão. Após isso, ainda se fará necessária a aprovação de LEI COMPLEMENTAR pelo CONGRESSO NACIONAL para ocorrer a fusão, a subdivisão ou o desmembramento em questão. A FUSÃO se trata da união geográfica entre dois ou mais Estados para formarem um novo Estado ou um novo Território Federal, distinto dos Estados anteriores, que perdem sua personalidade primitiva. Ou seja, os Estados que se incorporam entre si deixam de existir. Segue um exemplo bem simplificado: Os Estados hipotéticos “A” e “B” se incorporam entre si (se fundem) e formam um novo Estado ou Território Federal: “C”. Por POPULAÇÃO DIRETAMENTE INTERESSADA no caso da fusão, deve-se entender a população de cada um dos Estados que desejam se fundir. Já a SUBDIVISÃO (ou cisão) ocorre quando um Estado que já existe se divide, formando dois ou mais Estados-membros, com personalidades distintas do Estado original; ou Territórios Federais, cada um independente dos demais. Veja o exemplo simplificado abaixo: O Estado hipotético “A” se subdivide, originando os Estados-membros (e/ou Territórios Federais) “B” e “C”. C A C B A B 7 A POPULAÇÃO DIRETAMENTE INTERESSADA, neste caso, é a do Estado original inteiro, que vai se subdividir. Enfim, temos o desmembramento. Na verdade, a Constituição prevê duas formas de desmembramento: a primeira é o chamado DESMEMBRAMENTO ANEXAÇÃO e a segunda, o DESMEMBRAMENTO FORMAÇÃO. Num ou noutro caso, o Estado original cederá parte de seu território geográfico, mas tal Estado original não deixará de existir. No desmembramento anexação, a parte desmembrada irá se anexar a um Estado (ou Território Federal) que já existe, ampliando seu território geográfico e sua população. Não há a criação de novos Estados e tanto o Estado primitivo quanto o Estado que anexou a parte desmembrada permanecem. Veja o exemplo: O Estado hipotético “A” se desmembra. A “região escura” (desmembrada) se anexa ao outro Estado (ou Território Federal) “B”. A POPULAÇÃO DIRETAMENTE INTERESSADA, no caso, é a da região que quer se desmembrar e também a da região que anexará esta região desmembrada. Já no desmembramento formação, a parte desmembrada se transformará em um novo Estado ou um novo Território Federal, que não existia anteriormente. Veja o exemplo: O Estado hipotético “A” se desmembra. Uma parte dele permanece (Estado original “A”) e surge “B”, um novo Estado ou Território Federal. Aqui, a POPULAÇÃO DIRETAMENTE INTERESSADA será a do Estado que sofrerá o desmembramento. Curioso perceber que esta forma de criação de novos Estados já foi bem frequente no Brasil. Mato Grosso do Sul se desmembrou de Mato Grosso; Tocantins se desmembrou de Goiás e houve, no final do ano passado (2011), um plebiscito sobre a proposta de desmembramento do Pará em 3 Estados: Pará, Tapajós e Carajás. No plebiscito, aproximadamente ⅔ da população do Pará disseram NÃO a este desmembramento formação. A AA B B A A B 8 OS MUNICÍPIOS NA FEDERAÇÃO Encerrando o estudo do art. 18 de nossa Constituição, temos o seguinte parágrafo: O papel que os Municípios assumem na Federação gera alguma polêmica. Algumas doutrinas os entendem sim como entidades de 3º grau, integrantes e necessárias ao sistema federativo. Já outras correntes entendem que os Municípios NÃO SÃO ESSENCIAIS À FEDERAÇÃO, por não existir, por exemplo, uma FEDERAÇÃO DE MUNICÍPIOS. Existe, na verdade, uma Federação de Estados-membros, sendo os Municípios as divisões político-administrativas destes (Estados-membros), embora estejam compreendidos por aquela (Federação). De uma forma ou de outra, o Município é pessoa jurídica de Direito Público Interno. Figura de forma autônoma, como acontece com os demais entes federados. E, pela leitura do § 4º do art. 18 de nossa Constituição, entendemos que a formação de Municípios seguirá o seguinte processo: LEI COMPLEMENTAR FEDERAL: haverá de estabelecer um prazo, um período no qual se dará a criação, a incorporação, a fusão ou o desmembramento de Municípios, determinando, ainda, de que forma se dará (o procedimento); ESTUDO DE VIABILIDADE MUNICIPAL: sua apresentação, publicação e divulgação seguem forma estabelecida em lei. Como o próprio nome já antecipa, serve para demonstrar se é viável a criação, a incorporação, a fusão ou o desmembramento de Municípios; PLEBISCITO ÀS POPULAÇÕES DOS MUNICÍPIOS ENVOLVIDOS: perceba que há uma diferença aqui em relação ao que ocorria na formação de novos Estados. As populações dos Municípios envolvidos serão consultadas, ou seja, tanto a população do(s) Município(s) original(is) quanto a do(s) novo(s) que poderá(ão) dele(s) surgir. Tal plebiscito será convocado pela Assembleia Legislativa, conforme lei federal e estadual (art. 5º, da Lei nº 9.709/98); LEI ESTADUAL: sendo o estudo de viabilidade municipal e o plebiscito condições de procedibilidade para o processo legislativo da lei estadual, esta, dentro do período definido em lei complementar federal, determinará, enfim, a criação, a incorporação, a fusão ou o desmembramento dos Municípios. E, mesmo satisfeita esta etapa, o Governador do Estado ainda poderá vetar tal lei. O dispositivo deste § 4º é fruto de uma Emenda Constitucional (EC nº 15/96). Com ela, lei complementar federal passou a indicar o período para criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, o que não ocorria anteriormente. A modificação da redação original deste dispositivo mostra-se um desafio à sua plena eficácia, o que é § 4º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. 9 resultante de um vício formal por violação a pressupostos objetivos do ato, porque as criações de Municípios anteriores à EC teriam de ser tidas como nulas por não obedecerem à exigência constitucional (da LC federal determinando o período para formação de Municípios). Isso gerou alguma discussão no Plenário do STF e tais formações foram tidas inconstitucionais. Buscando regularizar esta situação, na EC nº 57/2008, o Congresso Nacional acrescentou o art. 96 ao ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), com a seguinte redação: Não se extinguiu, pois, a necessidade de lei complementar federal. Apenas foram validadas as criações (entendidas inconstitucionais pelo STF) dos Municípios anteriormente ao estabelecimento da LC federal indicada no novo texto do § 4º, pós - EC nº 15/96. > NA PRÓXIMA NOTA DE AULA: VEDAÇÕES, BENS DA UNIÃO, ENTES FEDERADOS E AUTONOMIA. COMO O ASSUNTO CAIU EM AP’s PASSADAS? 1) Discorra sobre a forma de Estado adotada no Brasil, apresentando, pelo menos, três características essenciais do sistema federativo. 2) Dois sujeitos de forte influência política concluíram que, ao transformar determinada regional de um Município já existente em um novo ente municipal e autônomo, venceriam as eleições e tomariam posse nessa nova localidade. Ao pesquisarem, verificam que, para tal empreitada, seriam apenas necessárias a aprovação da população e a elaboração de lei estadual, criando o Município. Como consultor jurídico, o que você diria a eles sobre esse projeto? Obs.: Serão consideradas válidas as respostas fundamentadas na Constituição Federal. Seja sintético, claro, lógico e preciso. Leia com atenção e responda sem pressa. _____________________________________________________________________________ BIBLIOGRAFIA (BÁSICA E COMPLEMENTAR) 1. AGRA, Walber de Moura. Curso de Direito Constitucional, 5ª ed., Forense, 2009. 2. BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo, Saraiva, 2009. 3. BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 25ª ed., Malheiros, 2010. 4. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 14ª ed., Saraiva, 2010. 5. MACEDO, Dimas. O Discurso Constituinte, 3ª ed., Editora Fórum, 2009. 6. MENDES, Gilmar et alii. Curso de Direito Constitucional, 5ª ed., Saraiva, 2010. Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. 10 7. SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo, 34ª ed., Malheiros, 2011. 8. TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional, 8ª ed., Saraiva, 2010. 9. Constituição da República Federativa do Brasil – atualizada, incluindo as Emendas Constitucionais. ESTE MATERIAL ESTÁ DISPONÍVEL NA VERSÃO ON-LINE, MAS NÃO SUBSTITUI A LEITURA BIBLIOGRÁFICA (BÁSICA E COMPLEMENTAR) DA DISCIPLINA “DIREITO CONSTITUCIONAL II”.
Compartilhar