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NOTA DE AULA 04

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE DIREITO 
DEPARTAMENTO DE DIREITO PÚBLICO 
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II 
MONITOR: MARWIL PRACIANO 
 
 
NOTA DE AULA – 04 
 
 
CAPÍTULO VI – DA INTERVENÇÃO 
 
INTERVENÇÃO FEDERAL 
 
 Nas últimas Notas de Aula, pudemos entender que a autonomia e a repartição de 
competências têm sido essenciais ao equilíbrio federativo e à manutenção de nosso Estado 
Federal. Agora, estudaremos outra importante noção, que vai justamente de encontro com 
as noções de autonomia e de competências: a INTERVENÇÃO nos entes da Federação. 
 
 Primeiramente, deve-se entender o que é INTERVENÇÃO. Intervenção é um ato 
político que ocorre excepcionalmente, no qual a entidade interventora adentra no círculo 
de autonomia de outra entidade, com incursão nos negócios desta. Trata-se de um 
mecanismo constitucional de defesa da Federação, nas hipóteses arroladas no interior dos 
arts. 34 e seguintes de nossa Carta Magna. A Intervenção é como se fosse mesmo uma 
“invasão à autonomia” dos entes. 
 
 Ocorre excepcionalmente porque, justamente, a regra é a de que não ocorra a 
Intervenção. É o que nos dita o Princípio da Não-intervenção. Vejamos o caput do art. 34, 
sobre tal Princípio na Intervenção Federal: 
 
 
 
 As expressões em destaque já deixam bem clara a noção de Não-intervenção. O 
caput do art. 35, que fala acerca da Intervenção Estadual traz regra parecida. Veja: 
 
 
 
 
 Perceba que estes dispositivos fornecem os pressupostos materiais à Intervenção. 
No art. 36, os pressupostos formais (ou processuais) é que são fornecidos. Vejamos, agora, as 
hipóteses para que ocorra a Intervenção Federal nos Estados e no Distrito Federal (art. 34): 
 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: 
 
 
 
 
 
 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos 
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: 
 
 
 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja que, na hipótese de Intervenção Federal sobre Estados e DF é, de fato, a União 
quem representará a Federação. E as hipóteses dessa Intervenção são as seguintes: defesa 
do Estado Federal (art. 34, I e II); defesa do princípio federativo (art. 34, II, III e IV); defesa 
das finanças estaduais (art. 34, V) e defesa da ordem constitucional (art. 34, VI e VII). 
 
Surgindo enquanto pressupostos formais, temos o modo de efetivação da 
Intervenção e seus limites e requisitos. A Intervenção Federal deverá ser decretada pelo 
Presidente da República, cabendo ao Congresso Nacional (ou à Assembleia Legislativa, se 
se tratar de Intervenção Estadual, como veremos) o papel constante na letra do art. 36, §§ 1º 
a 3º. Vejamos o dispositivo mencionado: 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da 
Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos 
consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta 
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
 
 
 
 
§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as 
condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será 
submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa 
do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. 
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia 
Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e 
quatro horas. 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
E do que dependerá a Intervenção, afinal? Vejamos o art. 36, incisos I a III: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cessados os motivos da Intervenção, que também se caracteriza por ser um ato 
temporário, temos que as autoridades afastadas voltarão a seus cargos, salvo impedimento 
legal. É exatamente o que dita o art. 36, § 4º. 
 
 O interventor, enquanto figura constitucional e autoridade federal, terá suas 
funções limitadas ao ato interventivo, de natureza federal. Mas também dará continuidade 
à administração do Estado nos termos da Constituição e das leis deste e terá sim 
responsabilidade civil, nos termos do art. 37, § 6º. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 Além, é claro, da Intervenção Federal que a União exercerá sobre Estados e Distrito 
Federal nas hipóteses anteriormente mencionadas, temos o caso em que a União exercerá 
Intervenção sobre os Municípios localizados em Território Federal. Como nós sabemos, a 
efetivação prática desta hipótese, atualmente, é improvável, por não termos nenhum 
Território Federal no Brasil, mas, se um dia voltarmos a ter, estas regras de Intervenção é 
que incidirão. 
 
 O Município é também ente federativo dotado de autonomia e pode sofrer 
Intervenção Federal (se se localizasse em Território Federal) ou Intervenção Estadual (se se 
localizar em Estado-membro da Federação. Como se sabe, não há a hipótese de 
Intervenção do DF, por este não poder se dividir em Municípios). E todos os princípios, 
natureza, pressupostos de fundo e de forma, controle político e jurisdicional, nomeação e 
responsabilidade de interventor valerão na Intervenção Estadual da mesma forma que 
valeram na Intervenção Federal, sendo cabíveis algumas poucas adaptações, é claro. 
 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder 
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal 
Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; 
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do 
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal 
Superior Eleitoral; 
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do 
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de 
recusa à execução de lei federal. 
 
 
 
 
 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, 
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso 
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
 
 
 
 
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação 
pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-
se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao 
restabelecimento da normalidade. 
 
 
 
 
 
 
 4 
 Enfim, surgem como motivos (pressupostos materiais) para a Intervenção nos 
Municípios os arrolados no art.35. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por curiosidade, veja como é disciplinada a questão na Constituição Estadual do 
Ceará (arts. 39 e 40): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos 
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: 
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos 
consecutivos, a dívida fundada; 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na 
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de 
saúde; 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a 
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para 
prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. 
 
 
 
 
 
 
Art. 39. O Estado não intervirá no Município, exceto quando: 
 
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos 
consecutivos, a dívida fundada; 
 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
 
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na 
manutenção e desenvolvimento do ensino; 
 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a 
observância de princípios indicados na Constituição Estadual ou para prover 
a execução de lei, ordem ou decisão judicial. 
 
 
 
 
 
 
Art. 40. A intervenção far-se-á mediante decreto do Governador, 
submetido ao referendo da Assembléia Legislativa, por maioria 
absoluta de votos em escrutínio secreto. 
 
§ 1º O pedido de intervenção encaminhado pelo Tribunal de Contas dos 
Municípios ou mediante solicitação da Câmara Municipal, aprovada pelo 
voto da maioria absoluta de seus membros, será feito conforme 
representação fundamentada ao Governador do Estado. 
 
§ 2º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as 
condições de execução e que, se couber, designará o interventor, será 
submetido à apreciação da Assembléia Legislativa no prazo de vinte e 
quatro horas. 
 
*§ 3º Em caso de rejeição do nome indicado, o Executivo disporá de vinte e 
quatro horas para indicar outro nome. 
 
§ 4º Se não estiver funcionando a Assembléia Legislativa, far-se-á a 
convocação extraordinária no mesmo prazo de vinte e quatro horas. 
 
 
 
 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqui se encerra o conteúdo programático previsto para a 1ª Avaliação Parcial (1ª AP) 
da Disciplina “Direito Constitucional II”. 
 
Bons Estudos! 
 
> Tira-dúvidas: mande e-mail para marwil.praciano@gmail.com; ligue para (85) 8886-1385; ou 
poste no meu Facebook (Marwil Praciano). 
 
 
> NA PRÓXIMA NOTA DE AULA: SEPARAÇÃO DE PODERES E PODER LEGISLATIVO - PARTE I. 
 
COMO O ASSUNTO CAIU EM AP’s PASSADAS? 
 
1) Tendo em vista o silêncio da Constituição, seria correto afirmar que a União pode 
promover Intervenção nas cidades-satélites de Brasília? Ou isso é reservado 
apenas ao Governo do Distrito Federal? Emita seu parecer com base na CF. 
 
2) A cidade-satélite de Planaltina, localizada no Distrito Federal, se encontra num 
quadro de violência que representa grave comprometimento da ordem pública. 
Visto a situação, poderá o Governo do Distrito Federal intervir na cidade-satélite? 
Justifique sua resposta. 
 
Obs.: Serão consideradas válidas as respostas fundamentadas na Constituição Federal. 
 Seja sintético, claro, lógico e preciso. Leia com atenção e responda sem pressa. 
_____________________________________________________________________________ 
 
 
 
ESTE MATERIAL ESTÁ DISPONÍVEL NA VERSÃO ON-LINE, 
MAS NÃO SUBSTITUI A LEITURA BIBLIOGRÁFICA (BÁSICA E COMPLEMENTAR) 
DA DISCIPLINA “DIREITO CONSTITUCIONAL II”. 
 
§ 5º Na hipótese do art. 39, IV, dispensada a apreciação pela Assembleia 
Legislativa, limitar-se-á o decreto a suspender a execução do ato 
impugnado, se essa medida for suficiente ao restabelecimento da 
normalidade. 
 
§ 6º Em caso de solicitação pelo Poder Judiciário, nos termos da 
Constituição, a intervenção deverá limitar-se a dar garantia à ação dos 
órgãos judiciários. 
 
§ 7º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus 
cargos a esses retornarão, no prazo máximo de trinta dias, salvo 
impedimento legal.

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