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DIREITO PENAL - RESUMOS PARA 2 AP

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Geórgia Oliveira – II Semestre Diurno
DIREITO PENAL
CRIME CONSUMADO E TENTADO
(Cézar Roberto Bitencourt: capítulo XXVI – Rogério Greco: capítulos 26 a 29)
INTRODUÇÃO
Crime consumado: quando o tipo está inteiramente realizado, ou seja, o fato concreto se subsume no tipo abstrato da lei penal. É a fase última do atuar criminoso.
 Consumação nos diversos tipos de crimes:
Crimes materiais: produção de resultado de dano ou perigo descrito no tipo penal.
Crimes culposos: quando se verifica a consumação do ato criminoso, não sendo possível punir tentativa culposa.
Crimes formais e de mera conduta: a consumação ocorre com a própria ação, já que não se exige resultado material.
Crimes habituais: só haverá consumação se houver a reiteração dos atos, com habitualidade, já que cada um deles, isoladamente, constitui um indiferente penal.
Crimes omissivos próprios (de mera conduta omissiva): a consumação ocorre no momento e local em que o sujeito que deveria agir e não o fez.
Crime omissivo impróprio: a consumação ocorre com o resultado de dano ou perigo e não pela simples inatividade do agente. 
Consumação ≠ Crime Exaurido
	Consumação
	Crime Exaurido
	Quando o tipo penal está inteiramente realizado.
	Após a consumação do crime, outros resultados lesivos ocorrem. Ex.: Corrupção passiva (se consuma com a solicitação, exaure-se com o recebimento da vantagem indevida).
Tentativa: é a realização incompleta do tipo penal, do modelo descrito na lei. Na tentativa há prática de ato de execução, mas o sujeito não chega a consumá-lo por circunstâncias independentes de sua vontade. É o crime que entrou em execução, mas no seu caminho para a consumação é interrompido por circunstâncias acidentais. A figura típica não se completa, mas, ainda assim, a conduta executória realizada pelo agente reveste-se do atributo da tipicidade por expressa determinação legal. A relevância típica de uma tentativa é determinada expressamente pelo legislador na chamada norma de extensão (art. 14, II, CP). Por isso, a tentativa é um tipo penal ampliado, aberto, incompleto, mas ainda assim um tipo penal. 
Iter Criminis: caminho que o crime percorre desde o momento que germina, como ideia, no espírito do agente, até aquele em que se consuma no ato final. Itinerário percorrido pelo crime, passando pelas fases interna e externa, ficando fora dele o exaurimento.
 Cogitatio (cogitação – FASE INTERNA): elaboração mental da resolução criminosa que começa a ganhar forma e desenvolve-se até a deliberação e propósito final, isto é, até que se firma a vontade cuja concretização constituirá o crime. A lei penal não atinge a cogitação, pela dificuldade de produzir provas sobre esta fase e pela impunibilidade da nuda cogitatio (mera cogitação), pois como enuncia Welzel: “a vontade má como tal não se pune, só se pune a vontade má realizada”.
 Preparação (FASE EXTERNA): constitui os chamados atos preparatórios, que são externos ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva. Os atos preparatórios não são puníveis (apesar da discordância de alguns positivistas), uma vez que o nosso CP exige o início da execução, já que falta aos atos preparatórios a tipicidade, em geral, e também a antijuridicidade. Por vezes, o legislador transforma certos atos preparatórios em tipos penais especiais, já que estes atos constituem, por si mesmos, figuras delituosas. Podemos citar como exemplos de tipos penais especiais: “posse de petrechos para falsificação de moeda” (art. 291); “atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento” (art. 238); “aquisição ilegal de arma de fogo”.
 Execução (FASE EXTERNA): constitui os atos executórios, que são aqueles que se dirigem diretamente à prática do crime, ou como disse Wenzel: “começam com a atividade com a qual o autor se põe em relação imediata com ação típica”. 
 Consumação: ocorre quando se reúnem todos os elementos da definição legal do crime.
Na legislação brasileira, só são puníveis os crimes a partir da sua execução. A cogitação nunca é punível e a preparação só é punível se o próprio ato preparatório já for considerado ato executório de outro crime. Ex: um homem compra um revólver ilegalmente para cometer um homicídio. Se este for apanhado com a arma antes de cometer o homicídio, pode ser enquadrado no art. 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei 10.826/2003 (crime de porte ilegal de arma de fogo, considerado crime de mera conduta). Ou seja, o ato deixa de ser preparatório do crime de homicídio e passa a ser ato executório do crime de porte ilegal de arma.
TENTATIVA
Características da tentativa:
1.1. Início da execução: advém da adoção da teoria objetivo-formal pelo Código Penal brasileiro, que determina que a tentativa só seja punível a partir do momento em que a ação penetra na fase da execução. Só então se pode precisar com segurança a direção do atuar voluntário do agente no sentido de determinado tipo penal.
1.2. Não consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente: só há crime tentado se a circunstância interruptiva da consumação do crime for independente da vontade do agente, ou seja, sem ela ele teria consumado o crime. Caso o crime não chegue a se consumar pela vontade do agente, poderá haver desistência voluntária ou arrependimento eficaz.
1.3. Dolo em relação ao crime total: o agente deve agir dolosamente, isto é, deve querer a ação e o resultado final que concretize o crime perfeito e acabado. O autor dos atos executórios da tentativa deve atuar com conhecimento dos elementos objetivos integrantes do tipo, entre eles o resultado, e com vontade de realizá-los.
Em suma, é necessário que o agente tenha a intenção de cometer o crime planejado em sua totalidade e que as circunstâncias que impedem a consumação do crime aconteçam após o início de sua execução e sejam estranhas à vontade do agente, que teria produzido o resultado mais grave pretendido se as circunstâncias o tivessem favorecido.
Espécies de tentativa:
2.1. Tentativa perfeita (ou crime falho): todo o processo executório é concluído (o agente realiza todos os atos executórios que pretendia), impedida apenas a consumação por razões alheias a sua vontade. Segundo Damásio de Jesus: “o crime é subjetivamente consumado em relação ao agente que o comete, mas não é objetivamente consumado em relação ao objeto ou pessoa contra o qual se dirigia”.
2.2. Tentativa imperfeita (ou tentativa propriamente dita): o processo executório é iniciado, mas o agente é interrompido durante o andamento deste por circunstâncias alheias a sua vontade. Nessa espécie de tentativa o agente não exaure toda a sua potencialidade lesiva, ou seja, não chega a realizar todos os atos executórios necessários à produção do resultado inicialmente pretendido. 
PS: A distinção entre tentativa perfeita e imperfeita é irrelevante para a tipificação proposta pelo nosso Código Penal. Só terá influência no momento da aplicação da pena, isto é, da dosimetria penal (art. 59, caput, CP). Contudo, essa distinção será relevante na análise da desistência voluntária e do arrependimento eficaz.
Punibilidade da tentativa: segundo a teoria objetivo-formal, adotada pelo CP brasileiro, a punibilidade da tentativa fundamenta-se no perigo a que é exposto o bem jurídico, e a repressão se justifica uma vez iniciada a execução do crime. Como a lesão é menor na tentativa ou não ocorre qualquer resultado lesivo ou perigo de dano, o fato cometido pelo agente deve ser punido menos severamente. É o perigo efetivo que representa diretamente para o bem jurídico tutelado que torna a tentativa punível. Não se equipara o dano ou perigo ocorrido na tentativa com o que resultaria do crime consumado.
3.1. A tentativa tem uma tipicidade especial, a adequação típica de subordinação mediata, ou seja, não há ajuste direto e imediato entre o ato e o tipo penal. Por isso o crime de tentativa é punido pela combinação do artigo 14, parágrafo único, inciso II com o artigo que tipifica a ação que era pretendida pelo agente.Exemplo: TENTATIVA DE HOMICÍDIO
Homicídio simples 
Art. 121 - Matar alguém: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
 +
Art. 14 - Diz-se o crime: 
Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Infrações que não admitem tentativa:
4.1. Contravenções penais: de acordo com o art. 4º LCP.
4.2. Crimes omissivos próprios: o crime estará consumado no exato momento da omissão. Não se pode admitir um meio termo, ou seja, o sujeito se omite ou não se omite, mas não há como tentar omitir-se. No momento em que ele devia agir e não age, o crime estará consumado.
4.3. Crimes culposos: O crime culposo não tem existência real sem o resultado, que, por definição, integra a estrutura do próprio tipo penal. Na tentativa há intenção sem resultado (pelo menos aquele desejado); no crime culposo, ao contrário, há resultado sem intenção.
4.4. Crimes preterdolosos: são aqueles em que há dolo no crime antecedente e culpa no consequente. Havendo culpa no resultado mais grave, o crime não admite tentativa.
4.5. Crimes habituais: são aqueles que exigem uma reiteração de condutas para que o crime seja consumado. Cada conduta isolada é um indiferente para o Direito Penal.
4.6. Crimes unissubsistentes: são aqueles em que não se pode fracionar a conduta. Ou ela não é praticada ou é praticada em sua totalidade. Deve-se ter um grande cuidado para não confundir esses crimes com os formais e de mera conduta, os quais podem ou não admitir a tentativa, o que fará com que se afirme uma coisa ou outra é saber se eles são ou não unissubsistentes.
4.7. Crimes de atentado: é inadmissível a tentativa de tentativa.
MACETE PARA LEMBRAR DAS INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA! (vi na internet, não me julguem kkkkkkk)
Tentar beber um CHOUP Culposo:
Contravenção
Habituais
Omissivos próprios
Unissubsistentes
Preterdolos
CULPOSO
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Desistência Voluntária: Também chamada de tentativa abandonada, na desistência voluntária o agente abandona o crime por vontade própria durante os atos executórios, com estes ainda incompletos. Embora o agente tenha iniciado a execução do crime, não a leva adiante; mesmo podendo prosseguir, desiste da realização típica.
1.1. Não é necessário que a desistência seja espontânea, basta que seja voluntária, sendo indiferente para o direito penal essa distinção. Espontânea ocorre quando a ideia inicial parte do próprio agente, e voluntária é a desistência sem coação moral ou física, mesmo que a ideia inicial tenha partido de outrem, ou mesmo resultado de pedido da própria vítima.
1.2. Na desistência voluntária o agente responde apenas pelos atos já praticados. 
Ex: um homem invade uma residência e, enquanto reúne os pertences que deseja subtrair, desiste da ação voluntariamente e vai embora sem levar nada. Ele só poderá responder por invasão de domicílio.
ATENÇÃO! Não confundir desistência voluntária com tentativa simples!
Em ambas as situações há o início da execução. Entretanto, na desistência voluntária o crime não se consuma porque o agente desiste voluntariamente de dar prosseguimento aos atos executórios. Já na tentativa simples o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Como ratifica Frank:
“Na desistência voluntária posso prosseguir, mas não quero. Na tentativa quero prosseguir, mas não posso.”
Arrependimento Eficaz: no arrependimento eficaz o agente, após ter esgotado todos os meios de que dispunha — necessários e suficientes —, arrepende-se e evita que o resultado aconteça. Isto é, pratica nova atividade para evitar que o resultado ocorra. Aqui, também, não é necessário que seja espontâneo, basta que seja voluntário.
2.1. O agente, para tornar o arrependimento eficaz, precisa realizar ações que de fato impeçam a consumação do crime. Se, apesar do arrependimento, o crime se consumar, o agente responderá pelo crime consumado. 
Ex: em uma briga de casal, o marido esfaqueia a mulher, mas logo a leva ao hospital. Se ela sobreviver, o arrependimento torna-se eficaz e o marido responde pela lesão corporal. Se, no entanto, ela vier a falecer, o arrependimento será ineficaz e ele responderá pelo homicídio doloso, podendo, eventualmente, beneficiar-se de uma atenuante genérica pelo arrependimento.
2.2. O arrependimento eficaz só é possível em crimes materiais, pois nos crimes formais e de mera conduta a consumação acontece logo que a execução se encerra, enquanto nos crimes materiais a consumação é separada do resultado por certo espaço de tempo.
CRIME IMPOSSÍVEL
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
Também chamado de tentativa inidônea, tentativa inadequada ou quase crime, configura-se quando o agente inicia a execução do crime, mas após a prática do fato, constata-se que o agente jamais conseguiria consumar o crime. A impossibilidade da consumação pode se dar por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto.
1.1. Ineficácia absoluta do meio: o meio, instrumento escolhido pela agente para consumar o crime, impossibilita completamente a consumação do mesmo. É indispensável que o meio seja absolutamente ineficaz. Se a ineficácia do meio for relativa, haverá tentativa punível. 
Ex: tentativa de homicídio por envenenamento com a aplicação de farinha em vez de veneno. 
Tentativa de homicídio utilizando arma de fogo que se encontra descarregada.
1.2. Absoluta impropriedade do objeto: o alvo da conduta do agente é impróprio, pois não pode ser atingido ou danificado por tal ação. Aqui também a inidoneidade do objeto tem de ser absoluta. 
Ex: manobras abortivas em mulher que não está grávida. 
Disparo de arma de fogo, com animus necandi (intenção de matar), em cadáver.
Furtar algo que pertence ao próprio agente.
No crime impossível a conduta é analisada objetivamente (o que o agente de fato fez) e não o subjetivamente (o que o agente queria ter feito)
O crime impossível não é punido.
→ FASES QUE ACONTECEM APÓS A CONSUMAÇÃO←
 (segundo alguns autores)
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
No arrependimento posterior, já houve a consumação do crime, mas o agente arrepende-se e tenta restituir o prejuízo à vítima. Para ser válido, o ato tem que atender aos seguintes critérios:
1.1. O crime cometido não pode ter envolvido violência ou grave ameaça à pessoa.
1.2. Restituição integral do valor do dano causado.
1.3. Ato voluntário do agente.
1.4. A restituição tem de acontecer até o recebimento da denúncia ou queixa (petições iniciais apresentadas pela vítima ou pelo ministério público para dar início ao processo penal).
Caso o arrependimento do agente atenda a todos os critérios acima elencados, ele responderá pelo crime cometido como se o crime tivesse sido apenas tentado; há a diminuição de 1/3 a 2/3 da pena.
Se o crime houver sido cometido por mais de um agente, o arrependimento posterior de um deles se estende aos outros agentes/partícipes.
O agente poderá restituir o dano por meio de advogado ou outro representante, contanto que a ação seja voluntária.
Há crimes em que o arrependimento posterior extingue a punibilidade. São eles:
5.1. Crimes contra a ordem tributária praticada por contribuinte.
5.2. Peculatoculposo.
5.3. Alguns casos de estelionato (ex: com cheque sem-fundo).
OBS: nos crimes contra a ordem tributária praticada por contribuinte e de peculato culposo, o arrependimento posterior extinguirá a punibilidade até se este vier a acontecer após o recebimento da denúncia ou queixa pelo juiz. 
EXAURIMENTO
Fenômeno próprio de crimes formais. 
O exaurimento ocorre quando o agente alcança, de maneira efetiva, o objetivo que motivou a sua conduta delituosa. É a etapa final, o esgotamento do iter criminis. Com efeito, pode configurar uma nova lesão ao mesmo bem jurídico ou uma vantagem para o agente, mas não configura um novo delito. O exaurimento funciona como post factum não punível, que apenas exaure um delito já consumado. A esse respeito, Becker afirma:
“Em alguns casos, o delito depois de consumado tem um desenvolvimento posterior, suscetível de provocar um novo dano, até que o agente atinja o objetivo que se havia proposto, quando então se considera o delito exaurido [...] Com a consumação o agente viola a norma jurídica, e com o exaurimento consegue o resultado visado. O delito estará exaurido quando produzir todos os efeitos danosos consequentes à violação, não podendo mais o agente intervir para impedi-la (a violação)”.
Exemplos:
Na corrupção passiva (art. 317), ao solicitar o recebimento de vantagem, já há a consumação do crime. O efetivo recebimento da vantagem pelo agente configura ato posterior à consumação, que não é necessário para que o tipo penal se complete.
Na extorsão mediante sequestro (art. 159) o crime se consuma quando, após o sequestro, há o contato para iniciar a extorsão. O recebimento do valor pedido é fato que não pertence à consumação do crime, pois, mesmo que não aconteça, o tipo penal já estará configurado.

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