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nota de aula 3

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PENAL II
PROFESSOR LINO MENEZES
MONITORA SABRINA ALVES
Parte Especial
Título I
Dos Crimes Contra a Pessoa
Capítulo I
Dos Crimes Contra a Vida
INFANTICÍDIO:
Art. 123: Matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena: detenção, de dois a seis anos.
- O infanticídio é um tipo penal privilegiado autônomo derivado do homicídio.
- Possui penalidade reduzida em razão do seu grande diferencial: a elementar subjetiva ESTADO PUERPERAL.
Estado Puerperal é o conjunto de alterações físico-psíquicas pelo qual passa o organismo da mulher em virtude do parto e que podem acarretar uma temporária mudança psíquica, um estado de semi-imputabilidade, fazendo com que a parturiente rejeite o próprio filho, nascente ou neonato.
- Infanticídio é, então, o homicídio praticado pela genitora contra o próprio filho nascente ou neonato, influenciada pelo estado puerperal, durante ou logo após o parto.
- O parto se inicia com a dilatação do colo do útero. Caso a conduta ocorra infanticídio.
- É necessário que a mãe esteja realmente sob influência do puerpério, caso contrário, responderá por homicídio.
- O estado puerperal pode conduzir a mulher à total inimputabilidade (domínio e não apenas influência). Nesse caso, a conduta será atípica por ausência de culpabilidade.
- É preciso atentar para o elemento cronológico: para que se configure infanticídio, o crime deve ser cometido, necessariamente, durante ou logo após o parto. Porém, é possível que esse estado se prolongue por mais tempo; nessa situação, caberá à defesa provar que a autora estava sob influência do puerpério.
Sujeito Passivo: necessariamente, o filho nascente ou neonato.
Obs: caso a mulher venha matar, sob influência do estado puerperal, outro filho que não seja o nascente ou neonato, incorrerá em homicídio, e não em infanticídio, pois o tipo exige que seja o filho que acabara de nascer.
Sujeito Ativo: a mãe (é um crime próprio, e não de mão própria) 
- Por ser um crime próprio, admite coautoria e participação. Já os crimes de mão própria só admitem participação.
OBS: EM CASO DE CONCURSO DE PESSOAS, TODOS INCORRERÃO EM INFANTICÍDIO, uma vez que a circunstância do puerpério, apesar de subjetiva, é uma elementar do tipo, sendo comunicável, consoante o art. 30 do CP.
Assim: 
Mãe mata + enfermeira auxilia ou instiga (participação): as duas responderão por infanticídio.
Mãe solicita ou autoriza a conduta + enfermeira mata (coautoria): as duas responderão por infanticídio.
Isso vai ocorrer por obediência à Teoria Monista, adotada pelo CP.
OBS: se a mãe, sob influência do estado puerperal, logo após o parto, pensando ser seu filho (vítima virtual), acaba, por engano, matando filho alheio (vítima real), pratica o crime de infanticídio putativo (erro sobre a pessoa). Nesse caso, serão levadas as qualidades da vítima virtual.

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