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Universidade Federal do Ceará
Faculdade de Direito
Direito Penal II
Professor Lino Edmar
Monitora Sabrina Alves
Dos Crimes Contra a Vida: 
Nesse capítulo do Código penal, encontram-se delineados os seguintes delitos: homicídio; indução, instigação ou auxílio ao suicídio; infanticídio e aborto.
Segundo a previsão constitucional do art. 5°, XXXVIII, d, os crimes dolosos contra a vida da pessoa humana, na modalidade tentada e consumada, são de competência do Tribunal do Júri, com exceção do homicídio culposo, pelo fato de não ser cometido a título de dolo.
A ação penal é pública incondicionada em todos os casos.
Parte Especial
Título I: Dos Crimes Contra A Pessoa
Capítulo I: Dos Crimes Contra A Vida
- Homicídio Simples: 
Art. 121: Matar alguém: 
Pena: reclusão, de seis a vinte anos.
Causa de diminuição de pena:
 § 1° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexta a um terço.
- Homicídio Qualificado:
 § 2° Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo fútil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena: reclusão, de doze a trinta anos.
- Homicídio Culposo: 
 § 3° Se o homicídio é culposo: 
Pena: detenção, de um a três anos.
- Aumento de Pena:
 § 4° - No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
 § 5° - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
Comentários: 
O Homicídio consiste na prática destruição de da vida extrauterina executada por outro ser humano. A vida extrauterina se inicia com a dilatação do colo do útero, marco temporal que diferencia o homicídio do aborto.
A doutrina classifica o homicídio como sendo um crime:
- material: a conduta do agente deve gerar um resultado naturalístico para que o crime se consume, no caso, a morte. Para se comprovar a materialidade do crime, é imprescindível a realização do exame do corpo de delito, elaborado por médicos legistas, podendo ser direto ou indireto. A ausência do exame necroscópico acarreta nulidade processual.
- instantâneo de efeitos permanentes.
- comissivo ou omissivo impróprio: o crime pode ser praticado a título de omissão, quando o agente tiver status de garantidor.
- comum quanto aos sujeitos ativos e passivos.
- plurissubsistente: fracionável na fase de execução, admitindo-se, assim, a tentativa.
- de dano: exige a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado, em contraposição aos crimes de perigo que se configuram mesmo sem lesão.
No homicídio, tem de ser levado em consideração o elemento subjetivo que pode ser o dolo ou a culpa. No primeiro caso, o homicídio poderá ser simples, privilegiado, qualificado ou qualificado-privilegiado. No segundo caso, será classificado como homicídio culposo.
O homicídio simples está previsto no caput do art. 121, prevendo a pena de reclusão de seis a vinte anos.
O § 1° do art. 121 prevê três hipóteses em que o homicídio terá sua pena diminuída, classificado pela doutrina como privilegiado, ocorrendo quando o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3. O homicídio privilegiado é, na verdade, uma minorante, apreciável em nível de terceiro momento da aplicação da pena. São, assim, as causas de diminuição de pena:
- motivo de relevante valor moral que diz respeito aos interesses de toda uma coletividade, logo, nobre e altruístico (ex.: indignação contra um traidor da pátria).
- motivo de relevante valor moral liga-se aos interesses individuais, particulares do agente, entre eles os sentimentos de piedade, misericórdia e compaixão. Assim, o homicídio praticado com o intuito de livrar um doente, irremediavelmente perdido, dos sofrimentos que o atormentam (eutanásia) goza de privilégio da atenuante que o parágrafo consagra.
- domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima, relacionando-se com o estado anímico do agente. Neste caso, o sujeito ativo, logo em seguida a injusta provocação da vítima, reage, de imediato, sob intenso choque emocional, capaz de anular sua capacidade de autocontrole durante o cometimento do crime. 
O § 1° traz circunstâncias, isto é, dados eventuais, interferindo apenas na sua quantidade da pena e não na sua qualidade, que permanece o mesmo (homicídio). Por essa razão, na hipótese do concurso de pessoas, tais circunstâncias minorantes (subjetivas) são incomunicáveis entre os concorrentes (art. 30 do CP).
Reconhecido o homicídio privilegiado, a redução da pena é obrigatória, segundo o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência.
O art. 121, § 2°, descreve certas qualificadoras agravantes, umas ligadas aos motivos determinantes do crime, indiciários de depravação espiritual do agente (incisos I, II e V- circunstância subjetivas), e outras com o modo maligno que acompanham o ato ou fato em sua execução (III e IV- circunstâncias objetivas). O homicídio qualificado é crime hediondo, sendo a pena prevista de reclusão de doze a trinta anos.
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou outro motivo torpe: nos primeiros dois casos, é o homicídio mercenário. Não precisa haver o efetivo pagamento para que o agente incorra na qualificadora. Trata-se de um delito de concurso necessário, no qual é indispensável a participação de no mínimo duas pessoas: o mandante e o executor. Ambos incidirão na qualificadora. Já o motivo torpe é aquele vil, repugnante.
II - motivo fútil: motivo insignificante, desproporcional. Mas o homicídio sem motivação não é qualificado, sendo enquadrado como simples (pois, neste caso, o motivo é desconhecido). 
III - meios: podem ser insidiosos (meio enganoso em que a vítima não sabe que está sendo morta) ou cruéis (aumenta, inutilmente, o sofrimento da vítima) ou de que possa resultar pergo comum (capaz de atingir número indeterminado de pessoa), tais como o fogo, o veneno, explosivos, asfixia, tortura. Neste caso, O CP admite interpretação analógica.
IV - modos: o agente pratica o crime se utilizando de modos que impossibilitam a defesa da vítima, como a traição (vítima que não aguarda o ataque, sendo pega de surpresa), a emboscada ( o agente prepara o ambiente para surpreender a vítima), a dissimulação ( o agente dá falsas mostras de amizade, mas possui uma intenção hostil contra a vítima), ou outro modo que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima, sendo admitida a interpretação analógica.
V – finalidade: enuncia hipóteses de conexão entre o crime de homicídio e outros delitos, podendo tal conexão ser consequencial ( o homicídio ocorre para garantir a ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime) ou ser teleológica ( sendo praticado para assegurar a execução de um crime futuro).
Previsto no § 3°, o homicídio culposo é aquele não intencional, praticado por imprudência, negligência ou imperícia. A pena cominada é a de detenção, de um a três anos. Nesse caso, a vítima viola um dever objetivo de cuidado, podendo ser pela prática de um ato perigoso (imprudência),pela falta de observância de deveres exigidos pela circunstância (negligência), ou pela ausência de aptidão técnica ou prática (imperícia). No homicídio culposo, é exigido o resultado naturalístico, ou seja, é necessário haver efetivo resultado lesivo ao bem jurídico, havendo necessidade de existir um nexo causal entre a conduta do agente e o resultado. Faz-se necessário, também, que haja a previsibilidade objetiva do dano, ou seja, o agente tem que ter a possibilidade de conhecer o perigo que a sua conduta gera, segundo os parâmetros de cognição do homem médio. 
O § 4° do mesmo artigo prevê as causas agravantes do homicídio culposo, em que a pena é majorada em 1/3: 
Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. Neste caso, o agente conhece a regra, mas, levianamente, não a emprega;
Omissão de socorro;
O agente não procura diminuir as consequências do seu comportamento;
Fuga para evitar prisão em flagrante.
No mesmo parágrafo, está prevista uma majorante exclusiva dos homicídios dolosos e se configura quando a vítima é menor de 14 anos ou maior de 60, aumentando-se a pena de 1/3.
No homicídio culposo, há a possibilidade de o juiz deixar de aplicar a pena, ocorrendo o perdão judicial, se as consequências da infração atingirem o próprio agente, de forma tão grave, que a sanção penal se torna desnecessária ( causa de extinção de punibilidade).

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