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TRABALHO DIREITO PENAL 1 Aluna: Camila Ponciano Prof: Evinis da Silveira Talon 1) Conceituar e diferenciar desistência voluntária, arrependimento eficaz e tentativa. Tanto a desistência voluntária quanto o arrependimento eficaz são condutas descritas no artigo 15 do Código Penal. Após iniciar a execução do ato criminoso o individuo tem consciência de que pode prosseguir, mas não mais quer. A desistência voluntária é uma espécie de tentativa abandonada ou qualificada. O agente interrompe a ação que iniciou anteriormente, não mais dando continuidade ao ato. Tal natureza exclui a tipicidade não respondendo, o agente pela tentativa, mas apenas pela execução do ato. Nos casos em que o agente inicia uma execução de assassinato por disparo de arma de fogo e após iniciar o ato percebe a gravidade dos ferimentos da vitima, se arrepende e presta socorro a ela impedindo a produção do resultado, ou seja, a morte da vitima. Numa tentativa de assassinato, de roubo ou estupro, por exemplo, tem sua execução interrompida por força alheia a sua vontade, sendo interrompido por algo ou alguém. O crime não é consumado. Assim, o individuo arromba um automóvel para roubar um pertence, mas vai embora sem levar nada (desistência voluntária). Roubo de alta quantia de dinheiro, sendo devolvido pelo ladrão dias depois (arrependimento eficaz). Individuo ataca sexualmente uma mulher e é impedido por terceiros (tentativa de estupro). 2) Conceitue a natureza jurídica e seus requisitos para arrependimento posterior Conforme previsto no artigo 16 do Código Penal: “Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços”. Somente será aceito se for de forma voluntária pelo agente causador do delito tendo como causa a diminuição da pena até o recebimento da queixa. O arrependimento posterior é utilizado para estimular a reparação do dano nos crimes patrimoniais quando cometidos sem violência ou grave ameaça sendo também aplicáveis nos delitos culposos e dolosos, consumados ou tentados. Com sua aplicação o individuo reponde apenas pelos atos até então praticados e não pela intenção do ato. A reparação do dano após o recebimento da denuncia não será aplicada o arrependimento posterior e sim uma atenuante. 3) Injusta agressão e a diferença entre os meios necessários e uso moderado dos meios. Injusta agressão seria atacar uma pessoa com disparo de arma de fogo quando esta lhe proferiu agressões verbais. A legitima defesa pode ser dolosa ou culposa. Uma provocação tem a finalidade de abalar psicológica e emocionalmente uma pessoa, enquanto uma agressão é atacar o bem jurídico do outro independente se o agressor é imputável ou inimputável, como o ataque de um doente mental onde a reação não seria de legitima defesa real, mas, estado de necessidade. Assim como imaginar que está sendo atacado quando na verdade não está, caracterizando legitima defesa putativa. A defesa como meio necessário deve ser a menos lesiva possível com a finalidade de impedir o inicio ou a continuidade da agressão desde que a arma utilizada naquele momento seja o único instrumento de defesa, caso contrario a reação de defesa tornará fato típico, diferente do uso moderado que deve ser proporcional, moderado e sem excessos. A reação moderada deve ser o suficiente para afastar a agressão perdendo sua qualidade se a vitima matar seu agressor que antes havia apenas praticado ofensa verbal. 4) Inimputabilidade por doença mental e a semi-imputabilidade Pessoas com doença mental e/ou desenvolvimento mental retardado ao cometerem um ato que, para a norma penal é considerada um fato típico e ilícito não poderão responder criminalmente pelo ato cometido, ou seja, são considerados inimputáveis. Essa patologia tira a capacidade do doente mental de entender e julgar suas ações tendo este total falta de controle sobre sua vontade no momento da ação ou omissão praticado. A dependência de substâncias química, como drogas e álcool, configura doença mental, pois seus efeitos elimina a capacidade do agente de entendimento e controle de suas vontades no momento da ação ou omissão. A inimputabilidade penal também se aplica aos menores de 18 anos por ainda não possuírem maturidade mental e emocional. Aqueles que perdem parcialmente a capacidade de entendimento em razão da doença mental ou de desenvolvimento incompleto têm a responsabilidade diminuída, ou seja, têm semi-imputabilidade penal. O agente tem alguma noção do que faz, mas sua responsabilidade é reduzida. A imputabilidade não é excluída, o agente responde pelo fato típico e ilícito que cometeu porem o juiz poderá reduzir a pena ou impor medida de segurança. 5) Coação física, coação moral irresistível e a coação moral resistível e suas consequências jurídicas. A coação exige do individuo uma conduta que diverge de sua real vontade fazendo aquilo que não ser quer muitas vezes por medo. Quando é inevitável sua conduta, é excluída a culpabilidade do individuo. A vontade e o poder de escolha da pessoa coagida são reduzidos ou eliminados. Numa coação física, fica excluída a tipicidade, pois não há a vontade do agente de praticar a conduta e o fato passa a ser atípico. Não há culpabilidade perante fato típico cometido por individuo que agiu sob coação moral irresistível transferindo a culpa para aquele que o obrigou a fazer (coator). O coato, ou seja, aquele que sofreu a coação, não tem condições de resistir a ameaça que lhe foi imposta. Em contra partida, o coato tem condições de resistir sobre aquilo que está sendo imposto pelo coator. Perante esta situação não haverá exclusão de culpabilidade, fato típico e ilicitude, respondendo o coato pelo delito cometido, porém, deverá ser aplicada a atenuante da pena. 6) Princípios que tratam do conflito aparente de normas Quando duas normas aparentemente conflitam sobre um mesmo fato, apenas uma delas acabará sendo aplicada, porque apenas uma delas de fato vai regulamentar o fato ocorrido. Para solucionar esses conflitos são aplicados princípios que apontará aquele que realmente regulamenta o caso. Principio da especialidade: a norma possui todos os elementos mais uma especilizante como: homicídio/infanticídio; contrabando/trafico internacional de entorpecentes; sequestro/subtração de incapaz. A lei especial é mais especifica em relação a lei geral. Principio da subsidiariedade: a norma descreve parte do fato ocorrido, sendo menos ampla e menos grave. Quando a norma mais ampla não se ajusta ao fato concreto aplica-se a norma subsidiaria. Principio da consunção: o fato mais amplo e mais grave absorve o fato menos amplo e menos grave. Esses fatos são comparados e absorve os demais, sobrando a norma que o regula. Principio da Alternatividade: Um único crime é descrito de varias formas, como na Lei das Drogas. Neste principio o conflito está na parte interna da norma. 7) Crime continuado e crime permanente e ainda sistema de exasperação da pena Configura crime continuado o agente que pratica duas ou mais ações ou omissões da mesma espécie em condições de tempo, lugar, modo de execução de forma semelhante, sem violência ou grave ameaça. As ações são subsequentes a primeira e a pena aplicada, por serem semelhantes, é de apenas um crime. Se forem idênticas, a pena aplicada é de apenas um dos crimes ou se diversas a pena mais grave sobre os crimes praticados conforme o art. 71 do Código Penal será aplicado. Nos crimes dolosos ou culposos poderá ser analisada a condutasocial, antecedentes, as circunstancias, entre outros, que poderão ser considerados pelo magistrado. Em suma, são vários crimes cominados em um só. A consumação de um crime que se estende no tempo onde seu fim depende da vontade do agente configura crime permanente, como é o caso da extorsão mediante sequestro. Teria um efeito permanente se as consequências dos delitos tivessem acabado independente da vontade do agente. 8) Primeira fase da dosimetria da pena A primeira fase da dosimetria da pena estabelece apenas parâmetros para identificar as circunstancias de identificação. Para que a pena-base seja fixada é preciso através do juiz fundamentar essa fixação da pena. Seguindo os critérios do art. 59 do Código Penal, o juiz fixa a pena-base sem incluir as atenuantes e os agravantes inicialmente. A pena seria abstrata cominada em um determinado tipo legal. Dentro dos limites previstos tem-se a quantidade da pena que, incialmente será o cumprimento da pena privativa de liberdade ou a substituição desta por outra pena se for necessário. Nesta primeira fase será analisada a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a personalidade do agente, os motivos que levaram o agente a cometer o crime, quais as circunstancias que pode ser favorável ou não para o acusado, as consequências do crime e o comportamento da vitima. A fixação da pena deve ser dentro dos limites legais, não podendo o juiz aumentar nem diminuir além do necessário. 9) Regime inicial da pena de reclusão, de acordo, com a pena fixada e prisão domiciliar. Para que a sentença inicial seja fixada, é preciso observar se a pena privativa de liberdade será de reclusão, detenção. Também é observado o quantum da pena definitiva, reincidência ou não do réu e as circunstancias judiciais previstas no art.59 do Código Penal. Nas penas de reclusão o regime será fechado quando superior a 8 anos, regime semiaberto para pena superior a 4 e inferior a 8 anos e regime aberto para pena igual ou inferior a 4 anos. Nas penas de detenção não há regime fechado, pois sua pratica é vedada. Nos casos de prisão domiciliar será cabível nos regimes abertos onde o condenado tenha idade igual e superior a 70 anos; tenha doença grave; a condenada seja gestante; filho seja menor de idade com deficiência física ou mental. Há casos excepcionais em que a prisão domiciliar é aplicada quando o condenado, a principio, não atende aos requisitos exigidos pelo art. 117 da Lei de Execuções Penais, mas que, por alguma razão a prisão domiciliar deva ser aplicada. 10) Remissão da pena pelo trabalho e pelo estudo. Condenados ao regime fechado ou semiaberto podem reduzir sua pena se dedicarem a uma rotina de trabalho e/ou estudo diariamente. Assim, a cada 3 dias trabalhados é descontado um dia da pena ou a cada 12 horas de frequência escolar. Ao preso provisório e ao condenado politico é facultativa a atividade laboral. O tempo remido não é abatido do total da pena, mas somado. Mesmo que o apenado fique impossibilitado de trabalhar e/ou estudar, caso venha sofrer um acidente, continuará tendo o beneficio de remissão da pena. Em casos de falta grave, parte do tempo poderá ser revogada. Aqueles que cumprem a pena em liberdade, o trabalho já é um pressuposto para a execução da pena, até podem desde que frequentem o ensino regular ou educação profissional. É crime atestar falsamente uma prestação de serviço para adquirir a remissão da pena. As horas de trabalho e estudo devem ser definidas de forma compatível. A remuneração do preso não está previsto na CLT, mas possui uma tabela prévia limitando que a remuneração não seja inferior a ¾ do salario mínimo e que atenderá a indenizações, assistência familiar, despesas pessoais, entre outros. Referências bibliográficas Curso Direito Penal Parte Geral – Fernando Capez Sites Direito Net Âmbito Jurídico JusBrasil Conjur Jus Navigandi
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