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PLANO DE AULA 3 DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE PLANO III

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DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL I
DOCENTE: Msc. ELIANE COSTA DOS SANTOS
SEMESTRES: 3° SEMESTRE	
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESTACIO/FIB
	
	
DIREITO CONSTITUCIONAL I
PLANO DE AULA 3
Eugène Delacroix: La Liberté guidant le peuple
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL I
DOCENTE: Msc. ELIANE COSTA DOS SANTOS
SEMESTRES: 3° SEMESTRE	
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESTÁCIO/FIB
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS EM ESPÉCIE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
DIREITO À VIDA
Nos momentos de dificuldade de minha vida, lembrei-me que na história da humanidade o amor e a verdade sempre venceram.
Mahatma Gandhi
1.DISTINÇÃO ENTRE INVIOLABILIDADE E IRRENUNCIABILIDADE 
Nas palavras de Marcelo Novelino, a inviolabilidade “consiste na proteção contra violações por parte de terceiros. Não se confunde com a irrenunciabilidade, a qual atinge a própria pessoa envolvida, impedindo-a de abrir mão deste direito”. 
2.A INVIOLABILIDADE DO DIREITO À VIDA (CRFB/88, art. 5°, caput).
2.1. Direito à vida: dupla acepção.
a) direito a permanecer vivo.
b) direito a uma existência digna (CRFB/88, art. 170).
2.2.2. O direito à vida é um direito absoluto? 
3. ABORTO
3.1.Posição do Brasil.
a) . Segundo George Marmelstein, o Código Civil (art. 2°) foi influenciado pela tradição cristã.
b) Código Penal (art. 128, I e II).
“Art. 128. Não se pude o aborto praticado por médico:
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal”.
4. PENA DE MORTE 
4.1. O Brasil e a aplicação da pena de morte.
a) Caso Manuel da Mota Coqueiro: última pena de morte aplicada no Brasil foi em 06 de março de 1885. 
Segundo George Marmelstein, a partir da Wilipédia, afirma que
“Manuel da Mota Coqueiro entrou para a história como o último indivíduo condenado à pena de morte no Brasil, acusado de mandar matar Francisco Benedito da Silva e sua família. Após sua execução em 6 de março de 1885 por enforcamento, foi descoberto sua inocência, fato que fez com que o então imperador Dom Pedro II convertesse todas as sentenças de morte em prisão perpétua.
A sua execução ocorreu às 2 horas da tarde e, ao ser indagado por sua última vontade, gritou com voz trêmula que era inocente e jogou uma maldição sobre a cidade, que ‘teria 100 anos de atraso pela injustiça que estava sendo feito a ele’. Após isso, seu corpo foi posto a pender no vazio e, como não se ouviu seu pescoço quebrar, o carrasco subiu nele colocando os pés em seus ombros e forçou até que se ouvisse o alto estalar da coluna vertebral se rompendo”.
b) Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (art. 5°, art. 84)
c) Código Penal Militar (art. 56) prevê a aplicação da pena de morte, por exemplo: traição, covardia, fuga em presença do inimigo, espionagem, motim, revolta ou conspiração, rendição, deserção em presença do inimigo,
5. PESQUISA COM CÉLULAS-TRONCO
5.1. A Lei n° 11.105/2005 (Lei da Biossegurança), segundo George Marmelstein, 
“permitiu, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições: I – sejam embriões inviáveis; ou II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento”. 
5.2. Posição do STF e a constitucionalidade da Lei de Biossegurança (Lei n° 11.105/2005).
a) Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn 3510/DF).
a.1) Nos termos da ADI nº 3.510: “[...] o Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Procurador-Geral da República contra o art. 5° da Lei federal 11.105/2005 (Lei da Biossegurança), que permite, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertização in vitro e não usados no respectivo procedimento, e estabelece condições para essa utilização” . Informativo 497.
6. ADPF54/DF E A HIPÓTESE DE ABORTO EUGÊNICO
Segundo Rodrigo César,
“O Supremo Tribunal Federal, em sde de ADPF, admitiu mais uma hipótese de aborto eugênico, ao declarar a inconstitucionalidade de interpretação que considerava crime de aborto a interrupção voluntária da gravidez em casos de feto com anencefalia. Essa deformação congênita consiste em uma malformação do tubo neural, com ausência parcial do encéfalo e do crânio. Por não haver possibilidade de vida extrauterina, a autorização concedida para anencefalia não se estende a hipóteses de deficiências, com Síndrome de Down, ausência dos membros, cardiopatias congênitas, sexo dúbio e lábios leporinos, em que há vida após o nascimento [...]. Como bem realçou o Min. Marco Aurélio, “impor a continuidade da gravidez de feto anencéfalo poderia conduzir a gestante a quadro psíquico devastador, haja vista que predominariam, na maioria das vezes, sentimentos mórbidos de dor, angústia, impotência, luto e desespero, tendo em conta a certeza do óbito” (ADPF 54/DF, Informativo STF, n. 661)”.
7. VENDA DE ÓRGÃOS
Nas palavras de Rodrigo César, 
“Considerando o princípio do absoluto respeito à integridade física, bem jurídico considerado indisponível, a Constituição veda qualquer tipo de comercialização de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento (CF, art. 199, § 4º) [...]. Contudo, a doação de sangue e de órgãos em vida ou post mortem, para fins de transplante ou tratamento, é válida. A Lei 9.434/97, com as alterações introduzidas pela Lei n. 10.211/2001, regulamenta a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano com essas finalidades terapêuticas”. 
8. EUTANÁSIA E ORTOTANÁSIA
8.1. EUTANÁSIA (eu = bom e thanatos = morte), segundo Rodrigo César, “significando a denominada morte boa, ou homicídio piedoso, em que se mata alguém para abreviar os sofrimentos de uma agonia dolorosa e prolongada”. 
Segundo George Marmelstein,
“Em 2006, o Conselho Federal de Medicina aprovou uma resolução (Resolução CFM nº 1.805/2006), permitindo ao médico ‘limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal” (art. 1º). Referida resolução, num primeiro momento, foi suspensa por decisão judicial liminar, em processo que tramita na 14ª.Vara Federal do Distrito Federal (Proc. 2007.34.00.014809-3),por supostamente violar o art. 121 do Código Penal, que pune o homicídio. Porém, em sentença proferida em dezembro de 20121, o juiz sentenciante voltou atrás e decidiu que a Resolução COM n] 1.805/2006 era juridicamente válida. O caso está em grau de recurso”. 
8.2. ORTOTANÁSIA (orthos = justo e thanatos = morte), segundo Rodrigo César . “o médico deixa prolongar artificialmente a vida de um doente terminal, desligando os aparelhos que realizam as funções de respiração e circulação”. 
6. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL À TORTURA (art. 5°, III e XLIII da CRFB/88)
6.1. Tipificação da conduta (Lei n° 9.455/97). A tortura se caracteriza na conduta de “constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental”.
BIBLIOGRAFIA:
1.LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 15. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.
2. FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 3 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
3.MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional. Coimbra: Coimbra, Ed., 1997.
4.MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 2ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
5.MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2010.
5. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,2010.
6. PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 6ª. Ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
7.SARMENTO, George. Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2011. – (Coleção curso & concurso; v. 3 /coordenação Edilson Mougenot Bonfim).
8. SILVA E NETO, Manoel Jorge. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
9. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2009.
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL III
DOCENTE: ELIANE COSTA DOS SANTOS
SEMESTRES: 3° SEMESTRE	
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESTÁCIO/FIB
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS EM ESPÉCIE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
DIREITO À IGUALDADE
"O que mais preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons." 
“Eu tenho um sonho de que um dia meus quatro filhos vivam em uma nação onde não sejam julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter”.
Luther King Jr.
1.O PRINCÍPIO DA ISONOMIA
 
Fotos de Salvador (fonte: internet)
1.1.Interpretação da expressão “sem distinção de qualquer natureza”.
1.2.O princípio da isonomia: a) elemento discriminador; b) justificativa racional; c) fim constitucionalmente consagrado.
2. IGUALDADE NA LEI E IGUALDADE PERANTE A LEI
2.1. Igualdade na lei “tem por destinatário precípuo o legislador, a quem é vedado valer-se da lei para estabelecer tratamento discriminatório entre pessoas que mereçam idêntico tratamento [...]”.
2.2. Igualdade perante a lei “dirige-se principalmente aos intérpretes e aplicadores da lei, impedindo que, ao concretizar um comando jurídico, eles dispensem tratamento distinto a quem a lei considerou iguais”.
2.3. Igualdade formal, Rogério Padilha, “é prevista friamente no texto normativo, sem analisar as particularidades do ser humano. 
2.4. Igualdade real, substantiva, material, segundo Rogério Padilha, “teoria criada por Aristóteles em 325 a.C., na qual pessoas diferentes devem receber diferentes tratamentos”.
4.DIREITO À IGUALDADE 
4.1. Discriminação negativa, segundo Marmelstein, “[..] é a discriminação para o mal, que desrespeita o outro, que prejudica por preconceito, que retira vantagens sem motivos plausíveis, eu desconsidera o próximo pela simples vontade de menosprezar”.
4.1.1. Ações contra a homofobia
Segundo dados do IBGE, 
 “Em 2011, apenas 79 municípios (1,4% do total) possuíam legislação específica sobre o tema e 99 (1,8%) tinham programas ou ações de combate à violência contra a população de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT).
A temática da homofobia e sexualidade também foi investigada pela pesquisa no âmbito das escolas. Segundo o estudo, apenas 8,7% dos municípios (480) tinham algum tipo de ação visando à inclusão e manutenção de alunos. O item é apenas o sexto colocado entre as temáticas de inclusão discutidas nas escolas do País. Ao todo, 93,7% dos estabelecimentos afirmaram ter políticas de inclusão em outras áreas”. (http://www.estadao.com.br/noticias/geral,cidades-nao-tem-acoes-contra-a-homofobia-aponta-ibge,959726,0.htm)
. 
4.1.2. Discriminação “racial”
Segundo dados do IBGE, 
“O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou, nesta sexta-feira (28), a Síntese dos Indicadores Sociais no período entre 1996 e 2006. Elaborada, em sua maior parte, com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a pesquisa traz dados sobre aspectos demográficos, estado civil, infância e cor no país.
Uma das revelações mais importantes do estudo demonstra o preconceito vigente no país. Apesar dos avanços na educação – maior presença da população em escolas de ensino fundamental e médio –, o analfabetismo entre pretos e pardos é o dobro do que entre brancos. Em 2006, entre cerca de 14,4 milhões de analfabetos brasileiros, mais de 10 milhões eram pretos e pardos. As taxas de analfabetismo para a população de 15 anos ou mais de idade foram de 6,5% para brancos e de mais que o dobro, 14%, para pretos e pardos. A taxa de analfabetismo funcional segue a mesma diferença: entre brancos, 16,4%, para pretos, 27,5%, e para pardos, 28,6%.
O mercado de trabalho também reflete o problema da discriminação racial no Brasil. Segundo dados do IBGE, brancos ganham, em média, 40% a mais do que pardos e pretos com a mesma escolaridade. Os pretos e pardos representam 73% da população mais pobre do país e 12% entre os mais ricos – os brancos representam 26% entre os mais pobres e 86% entre os de maior renda.
As condições de vida refletem-se na expectativa de vida de pretos e pardos. Entre brancos, 11,7% das pessoas ultrapassam os 60 anos de idade. Entre os pretos e pardos, o percentual cai para 8,6%”.
Fonte: (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG79299-6009,00-PESQUISA+DIVULGADA+PELO+IBGE+DEMONSTRA+DISCRIMINACAO+RACIAL+NO+BRASIL.html).
]
4.2.Discriminação positiva, de acordo com Marmelstein, “[...] é a discriminação para o bem, que procura ajudar o semelhante, tratando-o desigualmente para dar-lhes iguais oportunidades, pensando em melhorar as condições de vida daquele que precisa de auxílio”.
5.AÇÕES AFIRMATIVAS
5.1. Conceito
De acordo com Marcelo Novelino, 
“[...] consistem em políticas públicas ou programas privados desenvolvidos, em regra, com caráter temporário, visando à redução de desigualdades decorrentes de discriminações (raça, etnia) ou de uma hipossuficiência, econômica (classe social) ou física (deficiência), por meio da concessão de algum tipo de vantagem compensatória de tais condições”. 
5.2. O sistema de cotas
Segundo Rogério Padilha, 
“o STF analisou a ADPF 186/DF, na qual o Partido Democrata impugnava atos realizados pela Universidade de Brasília – UnB e outras instituições, os quais instituíram sistema de reserva de 20% de vagas no processo de seleção para ingresso de estudantes, com base em critério ético-racial”.
[...]Também foi analisada pelo Supremo Tribunal a medida provisória 213/2004, convertida na Lei 11.096/05, que instituiu o “programa universidade para todos – Prouni”. Esse programa concederá bolsas de estudos em universidades privadas a alunos que cursaram o ensino médio completo em escolas públicas ou em particulares, como bolsistas integrais, cuja renda familiar é de pequena monta” com cotas para negros, pardos, indígenas e àqueles com necessidades especiais”. 
O significado de “pequena monta”, segundo Rogério Padilha, “os estudantes com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio para bolsas integrais e até três salários mínimos para as parciais),
5.2.1. Fundamentação
Segundo Rogério Padilha, 
“a) Fundamentação filosófica (Jules Coleman e Michel Rosenfeld) – estas ações constituem reparação ou ressarcimento dos danos causados pelas discriminações ocorridas no passado (...).
b) Fundamentação da Justiça Distributiva (Richard Wasserstrom e Mary Segers) – essas ações afirmativas são formas de redistribuição dos ônus e bônus entre os membros da sociedade, para viabilizar o acesso de minorias ou grupos sociais a determinadas posições futuras. (....) Essa posição é a adotada pelo Judiciário norte-americano. 
c) Fundamentação jurídica – estão lastreadas em alguma norma prevista na Constituição da República, tais como: art. 3º., I, III, IV; art. 4º, VIII; art. 5º, XLII; art. 7º, XX e XXXI; art. 23. II e X; art. 24, XIV; art. 37, VIII; 170, VII; 2-3, IV e V; 208. III, e 227, §1º, II (….)”.
6. Normas constitucionais 
a) Igualdade entre homens e mulheres (CRFB/88, art. 5°, I , art. 7°, XXX, art 40).
b) Hipóteses válidas de tratamento diferenciado entre homens e mulheres
b.1) Direito de as presidiárias permanecerem com seus filhos durante o período de amamentação (art. 5°, L);
b.1.1) Sugestão de leitura: Mulheres Encarceradas – Ministério da Justiça
Disponível:(https://www.google.com.br/#q=relatos+de+mulheres+que+permancem+com+os+filhos+na+pris%C3%A3o+no+periodo+de+amamenta%C3%A7ao).b.2)Direito à licença-gestação para a mulher em período superior ao do homem (art. 7°, XVIII e XIX);
b.3) Direito de aposentadoria por idade e tempo de serviço mais curto que o dos homens (art. 40, a e b).
b.4) Exclusão de mulheres e eclesiásticos do serviço militar obrigatório em tempo de paz (art. 143, 2º).
e) Critérios de admissão em concursos públicos (CRFB/88, art. 7°, XXX, art. 37, II, art. 77, §5°).
Súmula 683 do STF - O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7°,XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
f) Reserva de cargos (CRFB/88, art. 12, §3°).
g) Proibição ao racismo (CRFB/88, art. 5°, XLII).
g.1) A coreógrafa Deborah Colker e o constrangimento passado por seu neto (texto extraído da internet)
“A coreógrafa Deborah Colker afirmou na terça-feira (20) que vai entrar na Justiça contra a Gol, após o constrangimento passado por seu neto de 3 anos – que tem uma doença de pele chamada epidermólise bolhosa – em voo da companhia na segunda-feira (19). A aeronave só decolou após um médico da Infraero ter sido chamado e atestar que a doença não era contagiosa.
"Vou processá-los, quero que sirva de exemplo para que não aconteça com nenhuma doença rara. Doença faz parte da vida, temos que proteger essas crianças. São crianças frágeis, que precisam ser protegidas, não atacadas. A Gol vai ter que servir de exemplo", afirmou, acrescentando que o dinheiro da indenização deverá ser usado para ajudar a financiar pesquisa científica. "Espero reverter isso, conseguir dinheiro para terapia genética no Brasil, não quero dinheiro pra mim. É uma causa que luto há muito tempo, agora explodiu. Todo mundo vai pensar duas vezes antes de abordar [...].
Colker afirma que está habituada a viajar com a criança, inclusive para outros países, e que essa foi a primeira vez que enfrentou problemas em um voo.  "Nós fomos de Gol para a Bahia na sexta-feira. Meu neto tem pai baiano, irmã baiana, costuma fazer esse trajeto. Ele já viajou para os Estados Unidos, Chile, foi a Chicago comigo sem problemas. Explicamos no check in do que se tratava, fomos para a sala de espera, entramos no avião, sentamos e já estávamos de cinto", conta.
A coreógrafa diz ainda que a família foi abordada por três profissionais diferentes, que pediam um atestado médico sobre a doença da criança. "Precisamos de atestado médico, diziam, e eu argumentava que já tínhamos explicado que era uma doença genética, mas só falavam que eram regras. Cheguei a falar até com o piloto", lembra ela, que considerou a abordagem da tripulação da Gol "totalmente deselegante e despreparada". 
"No check-in a gente já tinha dito que ele tinha essa doença, que não era contagiosa. E mesmo assim, depois de ter ficado na sala de espera, de ter entrado no avião, começou essa abordagem na frente do Theo, na frente de todo mundo, de uma maneira completamente deselegante, despreparada", disse mais cedo Deborah Colker, em entrevista à GloboNews. "É um absurdo".
Para Deborah, a tripulação deveria ter agido com discrição, poupando a criança de qualquer constrangimento. "Me chamava no canto, é assim que se faz. Vieram pra tirar a gente do avião. Já que queria atestado, como se pede dentro do avião inteiro?", comentou, acrescentando que seu neto notou que havia algum problema.
"Ele percebeu que era com ele, a mãe chorava, o pai nervoso, todos olhando para ele, outras crianças vinham, uma situação constrangedora", contou a coreógrafa. "No táxi, perguntei e ele disse que falavam dele. A gente explicou que todo mundo estava do lado dele. À noite, ele disse a um dançarino amigo nosso que 'tinha um homem e uma mulher muito chatos dentro do avião, mas todo mundo ficou junto comigo'. É uma criança muito cognitiva, observadora".
BIBLIOGRAFIA:
1.LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 15. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.
2. FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 3 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
3.MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional. Coimbra: Coimbra, Ed., 1997.
4..MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 2ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
5.MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2010.
6. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2010.
7. PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 6ª. Ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
8.SARMENTO, George. Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2011. – (Coleção curso & concurso; v. 3 /coordenação Edilson Mougenot Bonfim).
9. SILVA E NETO, Manoel Jorge. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
10. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2009.
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL III
DOCENTE: Msc. ELIANE COSTA DOS SANTOS
SEMESTRES: 3° SEMESTRE	
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESTÁCIO/FIB
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS EM ESPÉCIENA CONSTITUIÇÃO DE 1988
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
"A educação faz um povo fácil de ser liderado, mas difícil de ser dirigido; fácil de ser governado, mas impossível de ser escravizado."
Henry Peter
 
1.PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (CRFB/88, art. 5°, II).
1.1. O Estado e o governo sub lege e per lege.
Nas palavras de André Puccinelli, o art. 5º, inciso II, da Constituição Federal de 1988 “é expresso ao determinar que 
‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”. A expressão “lei”, a toda evidência, refere-se não só à lei formal, conforme espécies normativas relacionadas expressamente no art. 59 da Carta Magna, como também a todo e qualquer ato normativo, ou seja, com força de lei”. 
1.2. A autonomia de vontade. 
2. PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU LEGALIDADE ESPECÍFICA
Segundo Paulo Roberto de Figueiredo Dantas, o princípio da legalidade específica “decorre de cláusula constitucional que indica as matérias que, pela sua natureza, só podem ser tratadas por lei formal (ou ato normativo equiparado), e não por um ato infraconstitucional [...]”.
2.1.PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL ABSOLUTA E O PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL RELATIVA
Segundo Paulo Roberto de Figueiredo Dantas, 
“[...] a disciplina da matéria é reservada à lei, com a exclusão de qualquer fonte infralegal (ou seja, vedada a ingerência normativa do Poder Executivo). Citemos como exemplo a norma fixada pelo artigo 7º, inciso XIX, da Carta Magna, que concede o direito à licença-paternidade, nos termos fixados em lei. Será relativa, por outro lado, quando a matéria, muito embora reservada à lei, permite a ingerência normativa do Poder Executivo, na forma e nas condições fixadas pela própria lei. É importante ressaltar que somente caberá reserva quando houver expressa autorização legal”.
BIBLIOGRAFIA:
1. LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 15. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.
2.MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional. Coimbra: Coimbra, Ed., 1997.
3.MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 2ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
4.MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2010.
5. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2010.
6. PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 6ª. Ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
7.SARMENTO, George. Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2011. – (Coleção curso & concurso; v. 3 /coordenação Edilson Mougenot Bonfim).
8. SILVA E NETO, Manoel Jorge. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
9. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2009.
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL I
DOCENTE: Msc. ELIANE COSTA DOS SANTOSSEMESTRES: 3° SEMESTRE	
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESTÁCIO/FIB
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS EM ESPÉCIE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
DIREITOS LIGADOS À LIBERDADE
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.
Voltaire
1.DIREITOS LIGADOS À LIBERDADE
De acordo com Marcelo Novelino, “... a noção de liberdade não deve ser associada, arbitrariedade, mas sim a ideia de responsabilidade, que serve como limite ao seu exercício”.
1.1. Núcleo do valor liberdade: AUTONOMIA DA VONTADE.
1.1.1. Respeito à autonomia de vontade: proteção implícita ou expressa na Constituição de 1988. 
2. LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO (art. 5°, XV, LXI, LXVIII da CRFB/88)
2.1. Restrições ao direito de locomoção:
a) estado de sítio;
b) penas restritivas de liberdade;
c) regulamentações dos poderes públicos.
3. LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DE PENSAMENTO 
De acordo com Marcelo Novelino, “o homem não se contenta apenas em ter suas próprias opiniões. Ele quer expressá-las e, não raro, convencer os outros de suas ideias”.
Segundo Rodrigo César, 
“Após anos de censura política e ideológica durante o regime militar inaugurado em 1964, o constituinte de 1988, com a redemocratização do País, evidenciou sua preocupação em assegurar ampla liberdade de manifestação de pensamento, o que fez em diversos dispositivos constitucionais. O art. 5º, IV, estabelece que “é livre a manifestação do pensamento”. O inciso IX desse mesmo artigo reitera, de forma mais específica, que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. [...] A liberdade de exteriorização de pensamento é assegurada nas diversas áreas do conhecimento humano, abrangendo liberdade de culto (CF, art. 5º, VI), de cátedra (CF, art. 206, II – “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber), de informação jornalística (CF, art. 220 e seus parágrafos) e a liberdade científica e artística”. 
3.1. A LIBERDADE DE PENSAMENTO E A VEDAÇAÕ DO ANONIMATO (art. 5°, V).
a) STF, Inq. 1.957, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em 11.05.2005, DJ11.11.2005 (a questão do disque-denúncia, delação anônima e ou do escrito apócrito).
De acordo com Otávio Piva,
“O STF entendeu que um dos fundamentos que afastam a possibilidade de utilização da denúncia anônima como ato formal de instauração do procedimento investigatório reside, precisamente, no inciso IV do art. 5° da Constituição da República. Ficou consignado que a inclusão de escritos anônimos não pode justificar, só por si, desde que isoladamente considerados, a imediata instauração da persecutio criminis, pois peças apócrifas não podem ser incorporadas, formalmente, ao processo, salvo quando tais documentos forem produzidos pelo acusado; ou, ainda, quando constituírem, eles próprios, o corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no delito de extorsão mediante seqüestro, honra, ou que corporifiquem delito de ameaça ou que materialmente o crimen falsi, por exemplo)”.
3.2. Formas de manifestação de pensamento (discursos falados, escritos, desenhos, manifestações artísticas, pinturas, desenhos, cartazes, sátira, o silêncio).
3.3. LIBERDADE DE EXPRESSÃO
4.2. Liberdade de expressão e o ataque ao Charlie Hebdo
4.2.1. Liberdade de expressão: tema do Fórum Mundial de Mídia Livre, realizado na Túnisia
24/03/2015 
“Ataque ao Charlie Hebdo foi mote no debate sobre liberdade de expressão 
Cartunistas, jornalistas e participantes da quarta edição do Fórum Mundial de Mídia Livre debateram nesta segunda-feira (23), na capital da Tunísia, a liberdade de expressão, tendo como mote o atentado ao jornal francês Charlie Hebdo, em janeiro, que matou 12 pessoas, das quais quatro cartunistas.
Na opinião do chargista brasileiro Carlos Latuff, o ataque ao Charlie Hebdo, motivado pelas charges do profeta Maomé não tem como pano de fundo a liberdade de expressão, mas sim o fato de o semanário francês e outros veículos na Europa incentivarem a discriminação crescente contra o islamismo no continente. 
"Precisamos entender a que servem essas charges no momento em que muçulmanos e imigrantes na Europa são perseguidos. Essa discussão do contexto histórico e geopolítico não foi feita pela imprensa e pelos cartunistas", disse.
Para Latuff, os cartunistas devem ter bom senso e responsabilidade em seus trabalhos. "Eu não apoio a censura, mas entendo que é preciso saber a quem ou a que o trabalho está servindo. Não é questão de limite, mas de bom senso, de responsabilidade por aquilo que se faz. Quando se fazem charges ofendendo e agredindo muçulmanos, qual o objetivo, dentro de uma lógica de islamofobia na Europa em que os muçulmanos são perseguidos?", questiona.
O jornalista Sébastien Boistel, do jornal francês Ravi, destacou que não se devem colocar limites arbitrários à liberdade de expressão. "Para nós, o que efetivamente incomodou com as caricaturas publicadas pelo Charlie Hebdo não é propriamente o conteúdo, mas de onde a caricatura vinha. Há caricaturas que vêm de jornais da direita e da extrema direita. Dar audiência a esse tipo de publicação, para nós, representa uma preocupação por retransmitir a opinião desses jornais de direita."
Segundo Boistel, a liberdade de expressão é um direito fundamental na França, e as pessoas que se sentirem ofendidas com alguma publicação podem recorrer aos tribunais. Ele lembra que o Charlie Hebdo já foi processado diversas vezes.
O Fórum Mundial de Mídia Livre começou neste domingo (22) na Universidade El Manar e conta com a participação de comunicadores, blogueiros e representantes de movimentos sociais de diversos países, que discutem a liberdade de expressão e o direito à comunicação.
Para Latuff, é urgente criar alternativas de comunicação no Brasil. "Quando se tem uma mídia mais plural, tem-se o contraponto. É muito comum ver uma emissora de rádio ou de TV que não abre para o contraditório. Sinto muita falta de debates no Brasil, por exemplo. Isso tem a ver [com o fato] de as empresas de comunicação estarem nas mãos de famílias que têm seus próprios interesses."
O Fórum Mundial de Mídia Livre é um evento paralelo ao Fórum Social Mundial, que também ocorrerá em Túnis, de amanhã (24) até sábado (28).
Fonte: Ana Cristina Campos - Agência Brasil”
Disponível em: http://www.bancariosms.com.br/noticia.php?id_noticia=13773
4.2.2. “JE SUIS CHARLIE”
4.2.3. “JE NE SUIS PAS CHARLIE”.
 “O trágico atentado contra o jornal Charlie Hebdo direcciona a atenção do mundo para a França. A morte dos irmãos Chérif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, identificados como os responsáveis da chacina que, em cerca de cinco minutos, desfalcou o conhecido jornal satírico e abalou o mundo, reabre um delicado dossier. A conexão daquele atentado com outro perpetrado num mercado judaico, por Amedy Coulibaly, também abatido pela polícia, contribui para elevar o debate sobre o islamismo ao topo das grandes questões mundiais.
A motivação do atentado que matou doze pessoas, maioritariamente jornalistas, num bem situado endereço, em pleno coração de Paris, seguido da acção anti-semita com saldo de uma vítima mortal, juntou a Al-Qaeda e o Estado Islâmico no mesmo pacote. Até então havia poucas evidências de acções conjuntas dos dois grupos extremistas, cujos elementos apostam tudo, inclusive a própria vida, na defesa da honra de Deus. Melhor, de Alá, a sua entidade suprema. Dizem os entendidos que algures, terá o Alcorão um capítulo que torna inviolável ou algo equivalente, o sagrado nome de Alá.
Para os radicais questionar Alá, os pilares da sua fé ou simplesmente os trajes associados à religião constitui crime inapelável. Qualquer comportamento que viole o sagrado ou aquilo que os fundamentalistas entendem como tal, significa sentença de morte. E o jornal satírico Charlie Hebdo não tem limites. Ridicularizar Alá, a figura do profeta Maomé e as práticas culturais em torno da religião é absolutamente corriqueiro. Criar charges com o Papa,a realeza europeia, políticos franceses e mundiais fazem igualmente a pauta do jornal.
A julgar pelas matérias tudo era publicável, em nome da liberdade de expressão e de criação, desde que tivesse sustentação do ponto de vista técnico. A linha editorial do Charlie Hebdo permite publicações politicamente incorrectas e piadas de gosto duvidoso, com insinuações racistas e xenófobas na perspectiva de vários leitores. Um cartoon atribuído ao Charlie Hebdo, agora viral nas redes sociais, retrata a ministra da justiça, Christiane Taubira, como uma macaca. Originária das Antilhas, Taubira é negra. O conteúdo racista do cartoon teria dado suporte para muitos negarem apoio à revista. O caso estaria relacionado a uma publicação da revista “Minute”, de Novembro de 2013, cuja capa continha uma chamada segundo a qual “Maliciosa como um macaco, Taubira encontra a banana”.
O jornal foi parar à barra dos tribunais algumas vezes. Em respeito à liberdade de expressão ganhou causas mediatizadas que, eventualmente, seriam alvo de responsabilização disciplinar, civil e criminal noutras paragens no âmbito dos limites e responsabilidade dos meios de comunicação social. Recapitulando, limites não fazem parte da cartilha do Charlie Hebdo. Muito menos censura.
Os trágicos acontecimentos foram alvo de condenação mundial. Governos mundiais e opinião pública se solidarizaram em torno da campanha “Eu sou Charlie”. Paralelamente, o assunto reacendeu em França as discussões em torno da liberdade de expressão. Em sentido contrário ao da maioria, apesar de deplorarem o ataque, muitas vozes se demarcaram da revista. Depois do primeiro impacto, vieram a público adeptos do movimento “Je ne suis pas Charlie” (Eu não sou Charlie). Jean-Marie Le Pen, ex-líder da extrema direita francesa, e alguns cidadãos de diferentes origens não são Charlie. Evidentemente, por razões diferentes.
Depois dos atentados, a filha de Le Pen, actual líder da Frente Popular, um dos mais fortes da extrema direita europeia, voltou a defender a saída da França do espaço Schengen e a adopção de políticas migratórias agravadas. Há quem acredite que os tristes episódios podem dar vazão ao extremar de posições. É interessante o facto de a imprensa e a opinião pública realçarem quase sempre a origem dos terroristas.
Nascidos em França, os irmãos Kouachi e Coulibaly têm ascendência argelina e maliana respectivamente . Fica subentendida a intenção de se criar um estado de opinião contra franceses de “segunda linha”. Em casos de má conotação, claro porque Zinedine Zidane é “simplesmente” um vulto do futebol francês. E franceses são os futebolistas negros da selecção francesa, nascidos ou não em território em França.
Portanto, o que está em causa é o terrorismo contra a inegociável liberdade de expressão. O nada consensual Charlie Hebdo apregoa esse pilar da democracia. Tem um humor lancinante. Por vezes doloroso. Chega a ser ofensivo. Mas não morreu com o editor-chefe Stéphane Charbonnier, (Charb), Georges Wolinski, Bernard Verlhac (Tignous), a colunista Elsa Cayat e companheiros. A equipa do jornal recomeçou a trabalhar sexta-feira na redacção doLibération que já o havia feito em 2011, quando a sede do jornal satírico foi atacada com bombas incendiárias.
Com a colaboração de colegas, a “Edição dos Sobreviventes”, que sai esta semana, prevê tirar a marca recorde de um milhão de exemplares. Os jornalistas franceses transmitem uma mensagem inequívoca, o Charlie Hebdo não morreu! Richard Malka, o director, agradece o apoio, prometendo que o jornal vai manter a linha editorial. Uma linha controversa, susceptível de exaltar mudos. Já a considerei algo preconceituosa. Não mudei de opinião. Mas continuo a tentar compreender as razões para o acto planeado ao detalhe. É abominável! E sim. “Je suis Charlie”. Inequivocamente!”
 
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Disponível em: www.redeangola.info/opiniao/nao-sou-charlie/
3.3. PROIBIÇÃO DE CENSURA OU DA LICENÇA (art. 5º, IX, art. 220, §2º da CRFB/88)
Segundo Rodrigo César, 
“Por censura entende-se a verificação da compatibilidade entre um pensamento que se pretende exprimir e as normas legais vigentes. Por licença, a exigência de autorização de qualquer agente ou órgãos para que um pensamento possa ser exteriorizado. Ao dispor sobre os veículos de comunicação social, essa preocupação do constituinte foi reiterada em termos abrangentes em dois parágrafos do art. 220 do texto constitucional: “§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza politica, ideológica e artística” e §6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade”. Jornais, revistas e periódicos não precisam de autorização de qualquer agente ou órgão público para que possam ser postos em circulação. Seus textos não estão sujeitos a controle por parte do Estado. Eventuais abusos devem ser punidos na forma da lei, mas não podem obstar a liberdade de manifestação de pensamento”. 
3.4. LIBERDADE DE OPINIÃO E DIREITO DE CRÍTICA 
Nas palavras de Rodrigo César, é “o direito de opinião e o direito de crítica são decorrência necessárias da liberdade de manifestação de pensamento. Trata-se do direito de emitir juízos de valor sobre os fatos da vida social”. 
3.4.1. Posição do STF em relação aos agentes que exercem cargos públicos ou figuras públicas. 
Nas palavras de Rodrigo César, o Supremo Tribunal Federal decidiu que, 
“não caracterizaria hipótese de responsabilidade civil a publicação de matéria jornalística cujo conteúdo divulgue observações em caráter mordaz ou irônico ou, então, veicular opiniões em tom de crítica severa, dura ou, até, impiedosa, ainda mais se a pessoa a quem tais observações forem dirigidas ostentar a condição de figura pública, investida, ou não, de autoridade governamental, pois, em tal contexto, a liberdade de crítica qualifica-se como verdadeira excludente anímica, apta a afastar o intuito doloso de ofender (Informativo STF, n. 658, Rel. Min. Celso de Mello)”. 
3.4.2. LIBERDADE ARTÍSTICA E OS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 
De acordo com Rodrigo César, 
“A Constituição assegura ampla liberdade na produção da arte, nas suas mais variadas formas: literatura, música, teatro, cinema, televisão, fotografia, artes plásticas etc. [...]. Contudo, nas expressões artísticas feitas por veículos de comunicação (imprensa, rádio e televisão) ou de forma pública (cinemas, teatro, casas de espetáculos), que atingem pessoas indeterminadas, a Constituição admite certas formas de controle. Tratando-se de diversos e espetáculos públicos, o Poder Público poderá estabelecer faixas etárias recomendadas, locais e horários para a apresentação. Ao mesmo tempo, a lei federal deverá estabelecer meios para que qualquer pessoa ou família possa defender-se de programações de rádio e televisão que atentem contra os valores éticos vigentes (CF, art. 220, §3º, I e II)”. 
3.4.3. LIBERDADE DE INFORMAÇÃO JORNALISTICA (art. 220, §1º da CRFB/88)
Nas palavras de Rodrigo César,
“A Constituição assegura a ‘plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social’[....]. Qualquer legislação infraconstitucional que constitua embaraço à atividade jornalística, por expressa disposição de nossa Carta Magna, deve ser declarada inconstitucional (CF, art. 220, §1º). A liberdade de informação jornalística deve ser exercida de forma compatível com a tutela constitucional da intimidade e da honra das pessoas, evitando situações de abuso de direito de informação previsto na Constituição. [...].
O Supremo Tribunal Federal, em arguição de descumprimento de preceito fundamental, com voto do Min. Rel. Carlos Britto, declarounão recepcionada pela Constituição de 1988 a Lei n. 5.250/67, pois ‘a Lei de Imprensa foi concebida e promulgada num longo período autoritário, o qual compreendido entre 31-3-64 e o início do ano de 1985 e conhecido como ‘anos de chumbo’ ou ‘ regime de exceção’, regime esse patentemente ‘inconciliável com os ares da democracia resgatada e proclamada na atual Carta Magna” (Informativo STF, n. 544)”. 
3.4.4. DIREITO DE INFORMAÇÃO (arts. 5º, incisos XIV, XXXIII, LXXII, 37, §3º, II da CRFB/88)
Nas palavras de Rodrigo César,
“O direito de informação contém um tríplice alcance: o direito de informar, o de se informar e o de ser informado. [...].
A Lei n.12.527/2011 regulamentou os arts. 5º, XXXIII, e 37, §3º, II, da Constituição, de forma a assegurar o direito de acesso a informações, assim como a registros administrativos e a atos de governo. Todos os órgãos públicos possuem o dever de uma gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso e divulgação, bem como a proteção da informação sigilosa”. 
Segundo George Marmelstein, 
“[...] a chamada “Lei de Acesso à Informação” ou “Lei da Transparência”, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, inciso II, do 3º, do art. 37 e no §2º do art. 216 da Constituição Federal. Referida lei atribui uma nova dimensão ao direito à informação, na medida em que conferiu à publicidade dos atos e dados governamentais uma grande amplitude, estabelecendo o sigilo como exceção e conferindo inúmeras ferramentas para o controle social da administração pública”.
5. DANO MORAL E DANO MATERIAL (CRFB/88, art. 5°, V, X)
Segundo Otávio Piva, “... o STF, no ano de 1948 (RT 244/629), posicionou-se pela não indenização do dano moral puro ou autônomo, usando como fundamento o art. 1537 do Código Civil Brasileiro, de 1916”.
5.1. Dano moral e as pessoas jurídicas (súmula 227: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”).
6.DIREITO DE PETIÇÃO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
6.1. Legitimados
De acordo com George Sarmento,
“Todos estão legitimados para fazer petições aos poderes públicos – cidadãos e pessoas jurídicas – seja para defender interesses personalíssimos, seja para tutelar direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos. É também um instrumento de denúncia de disfunções da Administração Pública ou dos atos de improbidade de seus servidores. O exercício do direito de petição não exige grandes formalidades. Os requisitos de admissibilidade são mínimos, a exemplo da identificação do requerente, a exposição da fato, a demonstração do interesse e os pedidos específicos”. 
Visão de André Júnior, o direito de petição, 
“instituto de inspiração democrática que permite aos indivíduos se dirigirem a quaisquer órgãos ou autoridades públicas (federais, estaduais ou municipais), com o fim de levar ao seu conhecimento uma queixa, pedido, informação ou reivindicação desvinculada de qualquer formalismo”.
7. DIREITO DE CERTIDÃO E INFORMAÇÃO 
a)Direito de certidão e informação (art. 5º, XXXIV, “b”, XXXIII da CRFB/88), segundo George Sarmento, “são manifestações oficiais do poder público que se exteriorizam por meio de documentos subscritos pela autoridade competente que provam, confirmam, negam ou descrevem determinado fato ou ato jurídico. Possuem a presunção de veracidade e refletem a posição do Estado sobre a matéria”. 
8.LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E DE CULTO (CF, art. 5°, VI, VII, VIII e art. 210 §1º).
Todas as religiões devem ser toleradas pois cada um de nós tem o direito de ir para o céu à sua maneira.
Frederico, O Grande
8.1.Liberdade de consciência
8.1.1. Conceito
Segundo Marcelo Novelino, “... consiste na adesão a certos valores morais e espirituais, independentes de qualquer aspecto religioso”.
8.2. Liberdade de crença
Fonte: internet
8.2.1. Conceito
De acordo com Marcelo Novelino, “[...] podendo se determinar no sentido de crer em algo ou não ter crença alguma”.
8.3. Liberdade de culto 
8.3.1. Conceito
Para Pontes de Miranda, “é o conjunto de atos e cerimônias com que o homem tributa a Deus sua homenagem reverente. Consistem em demonstrações exteriores como sacrifícios, procissões, cantos sagrados, adorações, súplicas, oferendas e donativos”.
Segundo André Júnior, o direito à liberdade 
8.3.2. A laicidade (Decreto n. 119-A, de 17 de janeiro de 1890) do Estado brasileiro e preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (STF, ADI 2076/DFm rel. Min. Carlos Velloso, j. 15/8/2002).
8.4. Aspectos relevantes do Estado secular
a) O Estado não deve se intrometer nas crenças pessoais de cada um.
b) As decisões tomadas na esfera pública devem ser pautadas na razão. E para Habermas, “o exercício de um poder que não consegue justificar-se de modo imparcial é ilegítimo”.
8.4. Período imperial (Constituição Imperial de 1824).
8.5. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (art. 19, I,).
8.6. O fundamentalismo religioso 
 Luiz Rodrigues 
“Quem tem adoração pelo patrimônio histórico e cultural da humanidade lembra com muita dor e tristeza a destruição dos Budas Gigantes pelos fundamentalistas do Talibã em 2001. Os Budas de Bamiyan estavam localizados no Afeganistão, na chamada Rota da Seda, era a marca deixada pelo Reino da Báctria, dos séculos I a XIII, nomeadamente da corrente Gandara da arte budista. Se pode dizer que seria esta uma intolerância do islã, mas não é bem assim”.
Disponível em: http://blogacritica.blogspot.com.br/2014/09/a-destruicao-dos-budas-gigantes-pelo.html
9. ESCUSA OU OBJEÇÃO DE CONSCIẼNCIA (art. 5°, VIII, art. 15, IV)
9.1. Escusa de consciência e a prestação do serviço militar
De acordo com a Lei n° 8.239/91, nas palavras de Otávio Piva,
 “[...] o Serviço Alternativo ( Lei n° 8.239/1991), o qual permite que, em tempo de paz, após alistados, aqueles que alegarem imperativo de consciência decorrente de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, poderão se eximir de atividades de caráter essencialmente militar (art. 3°, §1°)”.
O Serviço Alternativo se dará com o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, em substituição às atividades de caráter essencialmente militar”.
Segundo André Júnior, 
“Caso o indivíduo se recuse a adimplir tanto a obrigação legal quanto a prestação alternativa, aí sim poderá ser apenado com a privação de direitos, deixando de receber o certificado de quitação militar (Lei Federal n. 8.239/91) e tendo seus direitos políticos ameaçados (CF/88, art. 15, IV)”.
9.2. A recusa de transfusão de sangue pelas Testemunhas de Jeová
Segundo Marcelo Novelino, “... as Testemunhas de Jeová consideram o sangue com “algo especial, cuja aceitação, mesmo de componentes primários-glóbulos brancos e vermelhos, plaquetas e plasma -, violaria as leis de Deus”.
9.3. Colocação de símbolos religiosos em locais públicos
Fonte: internet
9.3.1. Questionamento da presença de crucifixos religiosos nas dependências do Poder Judiciário perante o Conselho Nacional de Justiça (Pedido de providência n° 1344).
9.3.2. Segundo André Júnior, “a Presidência do TJRJ determinou a retirada de crucifixos e a desativação de sua capela em 3.2.2099”.
9.4. Casamento religioso
 
Ritual da religião africana Ritual do budismo Ritual da Igreja Católica
Fonte: internet
O casamento religioso produz efeitos civis na forma da lei (CRFB/88, art. 226, §2º). Nas palavras de André Júnior, 
“por imposição laica e isonômica, é preciso realçar que tais efeitos irradiam-se não apenas das cerimônias tradicionais em igrejas cristãs, sinagogas judaicas e mesquitas muçulmanas, mas advêm igualmente das celebrações ocorridas em centros espíritas e templos menos ortodoxos”. Exemplos: TJRS e TJBA. 
9.5. Feriados religiosos (Seção II, do Capítulo III, Título VIII, art. 218, §2°, da Lei Maior).
“A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados rejeitou a criação de um feriado nacional de Frei Galvão. O feriado seria em 11 de maio, quandoo Papa Bento XVI fará a canonização do primeiro santo brasileiro.
A Comissão decidiu votar um novo projeto que defende o 11 de maio apenas como dia de homenagens a Frei Galvão, mas sem feriado. A tese é que não cabe ao Estado tratar de questões referentes à Igreja”.
(http://www.clicrbs.com.br/especiais/jsp/default.jsp?template=2095.dwt&newsID=a1485166.htm&tab=000053&order=datepublished&espid=54&section=Not%EDcias&subTab=04417&colunista=&uf=1&local=1)
10. LIBERDADE DE REUNIÃO (art. 5°, X, XI, XV, XVII a XXI, Lei n. 4.898/65, art. 3º, h)). 
Fonte: internet
10.1. O direito de liberdade de reunião apresenta os seguintes requisitos : a) material; b) formal.
10.2. O direito de reunião, segundo George Sarmento, possui determinadas características: 
“a) Pluralismo de participantes – a reunião é o encontro pacífico e desarmado entre diversas pessoas que se agrupam de forma organizada para discutir assuntos de interesse coletivo.
b) Duração limitada – a reunião não pode ter duração permanente, ilimitada. Será sempre um encontro episódico, após a qual o grupo de participantes se dispersará.
c) Horário de funcionamento – pode ser exercido durante o dia ou à noite.
d) Local da reunião – as reuniões podem acontecer em lugares abertos ou fechados, públicos ou privados.
e) Objetivos específicos – em geral as reuniões possuem uma pauta de assuntos que devem ser debatidos. O encontro deve ter uma finalidade específica que seja do interesse coletivo.
f) Natureza pacífica – a reunião deve transcorrer sem violência, sem uso de armas ou instrumentos que possam afetar a integridade física dos participantes ou de terceiros. A natureza pacífica da reunião é um dos principais elementos para o exercício do direito fundamental. Muitas vezes o caráter violento pode ser caracterizar não pelo uso de armas, mas pela postura dos manifestantes que se envolvem em tumultos e atos de vandalismo [...]”.
10.3. Limitações impostas à liberdade de reunião (CRBF/88, art. 5°, XV, x e XI)
10.4. Direito de reunião e o direito de passeata
Segundo Rodrigo César,
“A liberdade de reunião é regulamentada pela Lei n. 1.207/50 e em seguidas leis eleitorais, sendo a sua violação punida como abuso de autoridade (Lei n. 4.89/65, art. 3º, h).
Ao julgar a constitucionalidade de “Marchas da Maconha”, entendeu o Supremo Tribunal Federal que a liberdade de expressão de pensamento e propiciador da ativa participação da sociedade civil na vida política do Estado. A praça pública é o espaço, por excelência, para o debate. A mera proposta de descriminalização de determinado ilícito penal não se confunde com o ato de incitação à prática do crime, nem com o de apologia de fato criminoso. A defesa, em espaços públicos, da legalização das drogas ou de proposta abolicionista a outro tipo penal, não significa ilícito penal, mas, ao contrário, representa o exercício legítimo do direito à livre manifestação do pensamento, propiciada pelo exercício do direito de reunião (ADPF 187/DF, Rel. Min. Celso de Mello, Informativo, STF, n. 631)”.
11. LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO (CRFB/88, arts. 5º, V, IV, XVII, XVII a XXI, 8º, IV).
De acordo com George Sarmento,
 “[...] o direito de associação tem tripa dimensão: de um lado, assegura aos indivíduos a prerrogativa de criar e de integrar as associações; de outro, ninguém é obrigado a associar-se ou permanecer associado. Por fim a dimensão inibitória em relação ao Estado, que fica impedido de interferir no funcionamento das associações e cooperativas”.
11.1. LIBERDADE SINDICAL 
De acordo com George Marmelstein, 
“Curiosamente, ao mesmo tempo em que o constituinte reconheceu que “ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a sindicato” (inc. V), estipulou uma contribuição compulsória no inciso IV, nos seguintes termos: “a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei”. Há, portanto, duas contribuições para financiar os sindicatos. A primeira, prevista na parte inicial do art. 8º, inc. IV, da CF/88, que só pode ser exigida dos filiados ao sindicato respectivo, conforme prevê a Súmula 666 do STF. Já a segunda, prevista na parte final do referido dispositivo constitucional, é de natureza tributária, instituída por lei, que deve ser paga, compulsoriamente, por todos os integrantes de uma categoria profissional, independentemente de sua filiação ao sindicato”. 
12. LIBERDADE DE AÇÃO PROFISSIONAL (CRFB/88, art. 1°, IV, art. 5°, XIII).
12.1. De acordo com Otávio Pita, a liberdade de profissão deve ser escalonada em três aspectos: a) escolha da profissão; b) exercício da profissão; c) admissão à profissão.
12.2. Possibilidade de limitação ao acesso e ao exercício de profissões (art. 5°, XIII).
12.3. Qualificações profissionais
Segundo Rodrigo César, 
“Para o exercício da profissão de advogado, o indivíduo precisa ser formado em uma faculdade de direito e ter sido aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. A Suprema Corte, por unanimidade, julgou constitucional o exame de OAB (Informativo STF, n. 646). Em relação aos jornalistas, o Supremo Tribunal Federal declarou que o art. 4º, V, do Decreto-Lei n. 972/69, que exigia o diploma de jornalismo e o registro profissional, não foi recepcionado pela Constituição Federal. Para o Min. Gilmar Mendes: “O jornalismo e a liberdade de expressão são atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e não podem ser pensados e tratados de forma separada” e “o jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da informação de forma contínua, profissional e remunerada”. 
13.DIREITO À PRIVACIDADE 
Nas palavras de Marcelo Novelino, a “Constituição protege a privacidade (gênero), garantindo a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (espécies) e assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação (CF. Art. 5°, X).
13.1. INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA, DA HONRA E DA IMAGEM DAS PESSOAS (art. 5°, X)
13.1.2. Intimidade
De acordo com George Sarmento, 
 “[...] Na verdade, intimidade integra a dimensão que podemos chamar de segredos do ser. Fatos e eventos que integram o seu patrimônio moral, protegido pela cláusula da indevassabilidade. Isso implica a interdição à leitura de diários ou escritos particulares, especulações sobre a vida pessoal, estado de saúde, conteúdo do voto em eleições etc”.
13.1.2.1 O Hope é punida por obrigar empregadas a mostrar a roupa íntima
  
(Qua, 19 Fev 2014 08:06:00)
“A fábrica de roupas íntimas Hope do Nordeste foi condenada na Justiça do Trabalho pelas revistas que realizava em suas empregadas, obrigando-as a levantar a blusa e a baixar as calças para que fosse conferida a marca das roupas íntimas que usavam. Para o TST, esse tipo de revista pessoal viola a dignidade da pessoa humana e a intimidade do trabalhador.
A operadora de telemarketing, admitida em maio de 2006, buscou a Justiça em 2012 para pedir indenização por danos morais pelas revistas íntimas a que era submetida diariamente. Ela contou que, quando encerrava a jornada, tinha que se despir em cabines na frente das fiscais para mostrar a marca da lingerie e provar que não estava levando peças da Hope. Segundo a empregada, as revistas eram vexatórias e maculavam sua honra, privacidade e intimidade, sendo injustificável que tivesse que se despir na frente de terceiros para provar que não estava furtando peças.
A empresa, em sua defesa, sustentou que não houve afronta aos valores sociais do trabalho e à dignidade da pessoa humana e que, em momento algum, tratou a trabalhadora de forma humilhante, constrangedora ou vexatória. Acrescentou que a possibilidade de revista estava prevista em instrumento coletivo de trabalho.
A 1ª Vara do Trabalho de Maracanaú (CE) afirmou que a prova testemunhal indicou que havia revista sistemática.Por considerar inaceitável a exposição das partes íntimas dos empregados, o juízo de primeira instância condenou a Hope a pagar indenização no valor de R$ 27.283,20, equivalente a vinte vezes o salário da empregada.
Recursos
A empresa recorreu da decisão para o Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (CE), mas a sentença foi mantida porque, segundo o Regional, não havia como negar que as revistas íntimas existiam. Segundo o acórdão, as testemunhas disseram que o procedimento consistia em checar o conteúdo das bolsas e "levantar a blusa para verificar o sutiã e a marca da calcinha que a funcionária estava usando". Quanto à norma coletiva, o TRT destacou que, de fato, havia cláusula prevendo revistas, mas não no formato de "revista íntima", somente a bolsas e objetos.
A empresa novamente recorreu, desta vez ao TST, mas a Sétima Turma não conheceu (não examinou o mérito) desse tema, uma vez que os julgados apresentados pela Hope em sua defesa eram inespecíficos, pois tratavam de situações diferentes da do processo, abordando a revista moderada em bolsas, não revista íntima.
Quanto ao valor da indenização por danos morais, o TST também não examinou o mérito da matéria por entender que o TRT, ao manter a indenização em R$ 27.283,20, considerou a gravidade da conduta da empresa, as circunstâncias pessoais da vítima e o caráter pedagógico-preventivo, mostrando-se proporcional.
A decisão de não conhecer do recurso quanto aos temas das revistas íntimas e quanto ao valor da indenização foi unânime e proferida com base no voto do relator, ministro Claudio Brandão”.
(Fernanda Loureiro/LR)
Processo: RR-991-40.2012.5.07.0032
13.1.2. Vida privada
Segundo George Sarmento, 
“A vida privada, por sua vez, é o espaço protegido pela confidencialidade. Está diretamente ligada ao círculo de relações intersubjtivadas mantidas sob reservas ou em absoluto segredo. É o direito subjetivo público assegurado a cada ser humano de manter sob anominato determinadas informações restritas à sua vida particular”. Insere-se no conteúdo do direito à privacidade: a inviolabilidade de domicílio, de contas bancárias e aplicações financeiras, situação patrimonial, rendimentos salariais, segredo profissional, cadastro de clientes, sigilo de correspondência, sigilo de comunicações telegráficas, telefônicas e de dados. Também envolve aspectos da vida pessoal, como relações amorosas, preferências sexuais, relações familiares, orientações religiosas, atividades associativas etc”.
13.1.3 Dono de site de Revenge Porn é condenado a 18 anos de prisão
]
Publicado por Renan Hamann
Fonte: internet
Kevin Bollaert é o responsável pela criação de um site especializado em “Pornografia de Vingança” (o famoso “Revenge Porn”). Trata-se do U Got Posted, site em que os membros podiam enviar fotos de suas ex-namoradas e ainda indicar dados pessoais delas, incluindo telefones e perfis em redes sociais. Em resumo, uma grande central de exposição indevida de material não autorizado.
Por causa desse “trabalho”, Bollaert foi multado em US$ 450 mil pelo Estado da Califórnia. Pouco tempo antes, ele ainda havia sido condenado a pagar US$ 385 mil em indenizações para uma mulher que não teve os materiais removidos do U Got Posted após exigir a retirada de suas fotos e dados. Pois além de todas essas multas, agora ele também está sendo condenado à cadeia.
Isso mesmo. Depois dos tribunais de Ohio e da Califórnia elaborarem as multas financeiras, ontem uma nova sentença da justiça de San Diego (também na Califórnia) informou que Bollaert ficará 18 anos na prisão — sendo que a pena só poderá ser reduzida se ele se comportar de maneira exemplar durante os 10 primeiros anos da sentença.
Como a NBC News relembra, esta é a primeira vez que um caso de Revenge Porn ligado à extorsão de vítimas fez com que o responsável fosse parar na cadeia. Ele também será obrigado a pagar mais US$ 10 mil para cada uma das 27 vítimas que o processaram por roubo de identidade e extorsão — lembrando que ele cobrava para retirar os materiais delas do U Got Posted.
Disponível em: http://nelcisgomes.jusbrasil.com.br/noticias/179011387/dono-de-site-de-revenge-porn-e-condenado-a-18-anos-de-prisao
13.1.3. Honra 
Nas palavras de Marcelo Novelino, “consiste na reputação do indivíduo perante o meio social em que vive (honra objetiva ou imagem-atributo) ou a estimação que possui de si próprio (honra subjetiva).
Os crimes contra a honra são: a) calúnia (imputação falsa de um fato definido como crime); b) difamação (imputação de fato ofensivo à reputação); c) injúria (ofensa à dignidade e ao decoro).
13.1.4. Imagem 
Segundo Marcelo Novelino, o direito à imagem sua “captação e difusão sem o consentimento da própria pessoa, salvo em hipóteses nas quais outros bens, valores, interesses ou princípios constitucionalmente consagrados justifiquem sua limitação”.
Segundo George Sarmento, 
“consiste no direito subjetivo de dispor sobre a forma plástica e das partes do corpo (olhos, braços, cabelos, perna, nariz, boca) que individualizam determinada pessoa no meio social [...].
O registro da voz e das expressões corporais também integra o conteúdo do direito à imagem. A empresa de comunicação social sujeita-se ao dever de autenticidade, que impede a imagem, voz ou expressão sejam deformadas, distorcidas, manipuladas”.
Nas palavras de Rodrigo César, “firmou o STJ, ainda, o seguinte entendimento: Súmula 403: ‘Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem da pessoa com fins econômicos ou comerciais”. 
14. INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO (CRFB/88, art. 5°, XI)
14.1.Conceito normativo de casa
Nas palavras de Otávio Piva, o conceito de casa, abrange: a) qualquer compartimento habitado;b) aposento ocupado de habitação coletiva em pensões, hotéis, casas de pousada; c) dependências de casas, sendo cercadas, gradeadas, muradas.
14.2. Posição do STF
Segundo George Sarmento, 
“no RHC 903/RJ, relatado pelo Ministro Celso de Mello, publicado no DJ em 18-5-2007, ampliou o conceito de casa para fins de proteção constitucional. A Corte entendeu que casa compreende também aposentos de habitação coletiva (quartos de hotel, pensão, motel, hospedaria, desde que ocupados), só podendo ser invalidados sem a autorização dos hóspedes, com o necessário mandado judicial, sob pena de transformar-se em prova ilícita”.
14.3. Posição do STF (RE 251.445, Rel. Min. Celso de Mello – Informativo 197)
O Supremo Tribunal Federal analise o conceito normativo de casa como “qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade”.
14.4.Com consentimento do morador
14.5. Sem consentimento do morador:
a) Em caráter emergencial
b) Por determinação judicial (reserva constitucional da jurisdição)
	DURANTE O DIA
	DURANTE A NOITE
	Flagrante delito ou desastre
	Flagrante delito
	Prestar socorro
	Desastre
	Determinação judicial
	Prestar socorro
14.6. A delimitação do período diurno
a) Critério físico-astronômico (intervalo que medeia a aurora e o crepúsculo)
b) Critério horário (período compreendido entre as 6h e 18h).
14.7. Cumprimento de uma decisão judicial, ainda que iniciado durante o dia, após o anoitecer.
14.8. Habitação familiar e consentimento para ingresso, no caso de haver conflito entre os moradores.
15. INVIOLABILIDADE DO SIGILO DE DADOS
15.1. Sigilo bancário e sigilo fiscal e telefônico 
15.2. INVIOLABILIDADE DAS CORRESPONDÊNCIAS (art. 5°, XII)
15.2.1. Definição de correspondência
Na visão de Otávio Piva, é “toda comunicação escrita ou verbal, através do espaço, por cartas, telegramas, telefone, radiotelefonia, dados informatizados, radiotelegrafia e outros, abrangendo não só a carta, mas os demais instrumentos de comunicação”.
Segundo André Júnior,
“Assim, o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas pode ser restringido nas hipóteses de decretação de estado de defesa e de sitio (CF/88, arts. 136, §1º, I, b e c, e 139, III), bem como na interceptação por parte das autoridades competentes decarta enviada por presidiários aos seus comparsas com orientações sobre atividades criminosas, pois, como já decidiu o STF, a “inviolabilidade epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas”. Outro exemplo seria o de interceptação por policiais de carta remetida por sequestradores aos familiares da vítima”.
De acordo com Rodrigo César, 
“As violações de correspondência e de comunicação telegráfica são crimes previstos no Código Penal (art. 151 e parágrafos) e na Lei n. 6.538/78, que dispõe de comunicação telefônica, o texto constitucional admite a quebra do sigilo para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. [...]. O Supremo Tribunal Federal já considerou válida prova obtida com interceptação de carta encaminhada por preso pela diretoria do estabelecimento penal: ‘A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder a interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas (STF, HC 70.814/SP, Rel. Min. Celso de Mello, RTJ, 176/1136)”.
15.2.3. A INVIOLABILIDADE DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS, DE INFORMÁTICA E DE TELEMÁTICA
15.2.4. Nos termos do art. 5°, XII a disciplina da matéria depende de regulamentação (norma de eficácia limitada). 
15.2.5. Requisitos indispensáveis para a licitude de sua interceptação (natureza cautelar da interceptação telefônica)
	Pressupostos
	Lei 9.296/96
	Sentido dado pela lei
	Fumus boni júris
	Art. 2°, I
	Somente quando houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal, punível com reclusão.
Segundo Marcelo Alexandrino, “o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que, uma vez realizada a interceptação telefônica e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia concernentes a crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos penais (puníveis com reclusão) que justificaram a interceptação”.
	Periculum in mora
	Art. 2 °, II
	Quando a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis
15.2.5. Gravação clandestina x interceptação telefônica: distinção
De acordo com Marcelo Novelino, a diferença está pautada nos seguintes conceitos:
a) gravação clandestina “é aquela feita por um dos interlocutores sem o conhecimento dos demais. Pode ser telefônica, pessoal (realizada por microgravador) ou ambiental (imagens captadas por uma câmara escondida)”.
b) interceptação da comunicação “consiste na sua interceptação ou intromissão por terceiro, sem consentimento de um (ou ambos) dos interlocutores [...]”.
16.. Legítima defesa e gravação clandestina
De acordo com George Sarmento, o STF considera que 
 “a prova lícita a gravação e divulgação de conversa telefônica sem conhecimento de terceiro que está praticando crime. O relator do Habeas Corpus n. 74.678-1/SP, Ministro Moreira Alves, foi contundente ao afirmar que “seria uma aberração considerar como violação do direito à privacidade a gravação pela própria vítima, ou ela autorizada, de atos criminosos como o diálogo de sequestradores, estelionatários e todo o tipo de achacadores”.
16.1. A inviolabilidade de correspondência poderá ainda sofrer restrições: a) estado de defesa (CF, art. 136, § 1°, I, b); b) estado de sítio (CF, art. 139, III).
17. VEDAÇÃO À PROVA ILÍCITA (CRFB/88, art. 5°, LVI)
Nas palavras de Marcelo Alexandrino, a prova ilícita não pode ser utilizada nem no processo judicial, nem nos processos administrativos (punição de um servidor público, por exemplo)”
A prova ilícita originária contamina todas as demais provas obtidas a partir dela, todas as provas decorrentes são também ilícitas. É a aplicação, entre nós, da denominada teoria dos frutos da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree), também chamadas provas ilícitas por derivação. 
17.1. NULIDADE DA PROVA
Segundo Rodrigo César, 
“Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal já considerou ilícitas, imprestáveis como evidência, fotografias pornográficas retratando abuso sexual de menores, subtraídas do ‘cofre do consultório odontológico, local reservado ao exercício da atividade profissional de um cirurgião-dentista, e entregues pelo autor do furto para a polícia (Informativo STF, n. 197). Há ainda a possibilidade de se determinar o desentranhamento das provas obtidas de forma ilegal, de modo a evitar que a evidência assim obtida possa de alguma forma influir no convencimento do julgador (Informativo STF , n. 32)”. 
BIBLIOGRAFIA:
1.LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 15. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.
2.MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional. Coimbra: Coimbra, ed. 1997.
3.MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 2ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
4.MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2010.
5. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2010.
6. PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 6ª. Ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
7.SARMENTO, George. Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2011. – (Coleção curso & concurso; v. 3 /coordenação Edilson Mougenot Bonfim).
8. SILVA E NETO, Manoel Jorge. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
9. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2009.
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL I
DOCENTE: Msc. ELIANE COSTA DOS SANTOS
SEMESTRES: 3° SEMESTRE	
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESTÁCIO/FIB
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS EM ESPÉCIE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
DIREITO DE PROPRIEDADE
"Se as cidades forem destruídas e os campos forem conservados, as cidades ressurgirão, mas se queimarem os campos e conservarem as cidades, estas não sobreviverão.”
Benjamin Franklin 
1.INVIOLABILIDADE DO DIREITO DE PROPRIEDADE (CRFB/88, art. 5°, “caput”, inciso XXII, art. 170, II e III, art. 176, art. 177, art. 178, art. 186, art. 222, entre outros).
1.2.Posição do STF – ADI (MC) 2.213/DF, rel. Ministro Celso de Mello:
 “[...] O direito de propriedade não se reveste de caráter absoluto, eis que, sobre ele, pesa grave hipoteca social, a significar que, descumprida a função social que lhe é inerente (CF, art. 5°, XXII), legitimar-se-á a intervenção estatal na esfera dominial privada, observados, contudo, para esse efeito, os limites, as formas e os procedimentos fixados na própria Constituição da República”. 
2.REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA (CRFB/88, art. 5°, XXV)
2.1. Conceito
Segundo Marcelo Alexandrino, “é o instrumento estatal mediante o qual, em situação de perigo público iminente, o Estado utiliza bens móveis, imóveis ou serviços particulares com indenização ulterior, se houver dano”.
3.DESAPROPRIAÇÃO (CF, art. 5°, XXIV)
3.1.Conceito
Nas palavras de Marcelo Novelino, “é a transferência compulsória da propriedade particular por determinação do Poder Público, nos casos de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social”.
4. USUCAPIÃO
4.1. Usucapião de imóvel urbano (CRFB/88, art. 183)
4.2. Usucapião de imóvel rural (CRFB/88, art. 191)
4.3. Imprescritibilidade dos bens públicos (CRFB/88, art. 183, §3°, art. 191, parágrafo único)
5.PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL À PEQUENA PROPRIEDADE RURAL (CF, art. 153, §4°, II, art. 5°, XXVI)
5.1.Elementos essenciais à impenhorabilidade:
a) pequena propriedade rural;
b) propriedade que seja subsistência e trabalhada pela família;
c) as dívidas contraídas em decorrência da atividade produtiva.
5.2.Relatividade quanto à impenhorabilidade
Segundo Otávio Piva, “a pequena propriedade não poderá ser objeto de penhora se o agricultor, a exemplo, deixar de pagar divida contraída com a compra de insumos ou sementes.Todavia, se houver feito dívidas que não se relacionem com sua atividade produtiva, a terra poderá ser penhorada”.
6.INVIOLABILIDADE À PROPRIEDADE IMATERIAL
6.1.Propriedade intelectual
a) direitos do autor (CRFB/88, art. 5°, XXVII e XXVIII e a Lei n° 9.610/98)
7.DIREITO À HERANÇA (CRFB/88, art. 5°, XXX, XXXI, art. 150, IV, art. 155, I)
7.1. Aplicação da lei brasileira e a sucessão hereditária
Segundo George Sarmento, 
“Aplicação da lei brasileira é a regra geral em matéria de sucessão de estrangeiro domiciliado no Brasil (jus domicilii). Ela só será afastada na hipótese de a lei estrangeira ser mais favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros (jus patriae)”.
Em resumo, a matéria disciplinada por lei infraconstitucional deve observar os seguintes pressupostos:
“1º - O de cujus deve ser estrangeiro e possuir cônjuge ou filhos brasileiros.
 2º - A sucessão deve recair sobre valores ou bens (móveis, imóveis ou semoventes) que estejam no Brasil e que integrem a propriedade do estrangeiro.
 3º - A legislação ordinária brasileira deve ser concebida para beneficiar o cônjuge e/ou os filhos brasileiros”.
 
BIBLIOGRAFIA:
1.LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 15. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.
2.MIRANDA, Jorge. Manual de Direito Constitucional. Coimbra: Coimbra, Ed., 1997.
3.MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 2ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
4.MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2010.
5. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2010.
6. PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 6ª. Ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
7.SARMENTO, George. Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2011. – (Coleção curso & concurso; v. 3 /coordenação Edilson Mougenot Bonfim).
8. SILVA E NETO, Manoel Jorge. Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
9. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2009
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL I
DOCENTE: Msc. ELIANE COSTA DOS SANTOS
SEMESTRES: 3° SEMESTRE	
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESTÁCIO/FIB
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS EM ESPÉCIE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
DIREITO À SEGURANÇA JURÍDICA
Nossa segurança está em risco quando a parede de nosso vizinho está em chamas.
Horário
1. PROTEÇÃO ATO JURÍDICO PERFEITO, DA COISA JULGADA E DO DIREITO ADQUIRIDO (CRFB/88, art. 5°, XXXVI) E A PROIBIÇÃO DE LEIS RETROATIVAS
1.1.DIREITO ADQUIRIDO 
De acordo com Marcelo Alexandrino, direito adquirido é direito [...]que se aperfeiçoou, que reuniu todos os elementos necessários à sua formação sob a vigência de determinada lei”.
1.2.ATO JURÍDICO PERFEITO, segundo George Marmelstein, “é aquele ato que já se consumou, estando apto a produzir seus efeitos (p.ex. um contrato assinado e sem vícios é um ato jurídico perfeito)”.
1.3.COISA JULGADA, segundo George Marmelstein, “é a sentença judicial que já transitou em julgado, ou seja, que não pode ser mais modificada na via recursal” (LICC, art.6°, §3°)
2.PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO (ou princípio da RESERVA DA JURISDIÇÃO) E A INEXISTÊNCIA DE JURISDIÇÃO CONDICIONADA
2.1.Justiça desportiva e o acesso ao Poder Judiciário (CRFB/88, art. 217, §1°)
De acordo com Otávio Piva, [...] não se está propriamente exigindo o esgotamento da via administrativa, mas sim obrigando que haja a prévia provocação, o que são realidades totalmente distintas [...]”.
2.2. Lei do habeas data e o acesso ao Judiciário
a)A Lei 9.507/97, art. 8°, parágrafo único, dispõe as exigências necessárias para que o autor da ação possa impetrar o habeas data: 
I – da recusa ao acesso às informações ou do decurso de prazo de mais de dez dias, sem decisão; ou
II – da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de prazo de mais de quinze dias, sem decisão; ou
III – de recusa em fazer-se a anotação a que se refere o §2°do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.
2.3. Princípio do duplo grau de jurisdição (princípio da recursividade) e a inexistência da obrigatoriedade de duplo grau de jurisdição 
a)Segundo George Sarmento, “o princípio do duplo grau de jurisdição não foi previsto explicitamente na Constituição Federal. Entretanto, está consignado no art. 2º, h, do Pacto de São José da Costa Rica, como “o direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior”.
b) Impossibilidade de duplo grau de jurisdição: 1. CRFB, art. 52, I; 2. CRFB, art. 102, I, “a”.
3.PROIBIÇÃO DE JUÍZO OU TRIBUNAL DE EXCEÇÃO (CRFB/88, art. 5°, XXXVII, LII)
De acordo com Marcelo Alexandrino, o art. 5, inciso XXXVII e LII, 
“[...] assegura ao indivíduo a atuação imparcial do Poder Judiciário na apreciação das questões posta em juízo. Obsta que, por arbitrariedade ou casuísmo, seja estabelecido tribunal ou juízo excepcional (tribunais instituídos ad hoc, ou seja, para o julgamento de um caso específico, e ex post facto, isto é, criadas depois do caso que será julgado), ou seja, conferida competência não prevista constitucionalmente a quaisquer órgãos julgadores”.
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (CRFB/88, art. 5°, LIV)
4.1. O devido processual legal é observado sob dois planos: a) plano processual (procedural due processo of law);b) plano material (substantive due process of law)
Plano processual (procedural due processo of law)
4.1.2.. Plano material (substantive due process of law ou proibição de excesso)
a) Origem 
Nas palavras de Marcelo Alexandrino, o princípio da razoabilidade encontra sua origem nas reiteradas decisões da Corte Constitucional da Alemanha
4.2. O princípio do devido processo legal é está previsto em diversos dispositivos constitucionais, tais como: arts. 5°,caput, XXXV, XXXVII, LV,LVI, LVII, LX, LXI, LXI, LXXVII, direito à proporcionalidade, direito ao duplo grau de jurisdição (nas palavras do STF não tem sede constitucional). 
5. GARANTIA DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
5.1. Ampla defesa	
Segundo Marcelo Alexandrino, “[...] o direito dado ao indivíduo de trazer ao processo, administrativo ou judicial, todos os elementos de prova licitamente obtidos para provar a verdade, ou até mesmo de omitir-se ou calar-se se assim entender, para evitar sua auto-incriminação”.
5.2. Contraditório
Nas palavras de Marcelo Alexandrino, o contraditório, 
“[...] entende-se o direito que tem o indivíduo de tomar conhecimento e contraditar tudo o que é levado pela parte adversa ao processo. É o 
princípio constitucional do contraditório que impõe a condução dialética do processo (par conditio), significando que, a todo ato produzido pela acusação, caberá igual direito de defesa de opor-se, de apresentar suas contra-razões, de levar ao juiz do feito uma versão ou uma interpretação diversa daquela apontada pelo autor. O contraditório assegura, também, a igualdade das partes no processo, pois equipara, no feito, o direito de acusação com o direito de defesa [...]”.
6.JÚRI POPULAR (art. 5, XXXVIII)
6.1. Competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida (Parte Especial do Código Penal, Título I, Capítulo I)
a) Homicídio doloso, simples, qualificado ou privilegiado.
b) Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio.
c) Aborto.
d) Infanticídio.
6.2. Crimes dolosos contra a vida não submetidos ao tribunal do júri(CRFB/88, arts. 29, VIII, 96, III, 108, I, a e 102, I, b e c).
7. DIREITO AO SILÊNCIO ou DIREITO DE NÃO SE AUTOINCRIMINAR (CRFB/88, art. 5°, LXIII, art. 8º, item 9 do Pacto de San José da Costa Rica)
a)Posição do STF
Segundo o STF, HC 79.812, Rel. Min. Celso de Mello, o direito de permanecer calado (nemo tenetur se detegere) “[...] traduz direito público subjetivo assegurado a qualquer pessoa que, na condição de testemunha, de indiciado ou de réu, deva prestar depoimento perante órgãos de Poder Legislativo, do Poder Executivo ou do Poder Judiciário”. 
b)

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