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* Prof. Ms. Maria Cristina Leite Gomes 2011 * * As doutrinas do Cristianismo nos pontos de encontro com a filosofia grega; As doutrinas filosóficas do tempo, com as quais teve de defrontar-se o Cristianismo; Formulação de um pensamento cristão, platônico nas suas linhas fundamentais. * Doutrinas novas, diferentes de tudo que afirmavam os gregos (como a doutrina da criação); Deus em relação com a história: Para a filosofia grega deus estava posto em relação ao cosmos seja como Inteligência ordenadora (Anaxágoras e Platão), seja como Motor e Fim (Aristóteles), seja como Razão Cósmica (estoicismo) * Se mantivesse Deus apenas como origem do Universo (criador) teria se confundido com outras correntes. Deus aparece na relação com a história em duplo sentido: Deus é providente – se ocupa diretamente dos assuntos humanos. Essa ideia é tomada dos estóicos para quem, no entanto, a providência é o destino e Deus é a Razão do Universo * Deus entra na história – Deus se faz homem num lugar e num momento bem determinados e precisos. Centro da História: tudo - desde a criação do mundo até ao juízo final – adquire significação e sentido à luz deste fato. A notícia de que Deus se tinha feito homem e havia morrido crucificado pelos romanos nunca foi nem podia ser assimilada pela filosofia grega, porque absurda e ridícula. * É incompatível com a imutabilidade divina, com sua impassibilidade e perfeição (Deus não pode ser afetado por sofrimento e dores) e com sua dignidade (Deus encarnar numa personagem insignificante e obscura) Supunha ainda que Deus tivesse predileção por uma raça, um lugar do mundo habitado e uma época (por que judeu? Por que precisamente naquele momento?) * Para piorar: Deus decide e aceita seu sacrifício. Não é num tempo mítico, mas num tempo histórico preciso – momento datável. * Deus falara aos homens, segundo a mensagem cristã, através de certos homens (AT) e diretamente encarnado em Cristo. Assim, o cristianismo apresenta uma verdade muito diferente daquela da filosofia: A filosofia grega insiste nos limites do conhecimento humano; O Cristianismo proclama que possuía a verdade revelada por Deus. * A filosofia no tempo dos romanos acostumara-se a uma pluralidade de escolas – platonismo, aristotelismo, estoicismo, epicurismo – que mantinham diálogo constante, até com um processo de unificação das 3 primeiras. Isso só é possível quando se aceita que nenhuma delas é dona da verdade, se encontram num plano de igualdade, respeitam seus fundamentos e critérios de justificação. * A filosofia no tempo dos romanos acostumara-se a uma pluralidade de escolas – platonismo, aristotelismo, estoicismo, epicurismo – que mantinham diálogo constante, até com um processo de unificação das 3 primeiras. Isso só é possível quando se aceita que nenhuma delas é dona da verdade, se encontram num plano de igualdade, respeitam seus fundamentos e critérios de justificação. * O conteúdo da fé cristã incluía doutrinas que representavam respostas aos problemas enfrentados pela filosofia (origem do mundo, natureza do 1º princípio do real, essência e destino do homem, fundamento das normas políticas e morais). Monoteísmo: Radical, como nunca antes fora. Criacionismo: Deus criou o mundo a partir do nada. * Onipotência: Só se Deus é onipotente pode ser criador e só se é único pode ser onipotente. (justifica o criacionismo e o monoteísmo) Milagres: Interferência de Deus no curso natural. Paternidade divina: Deus é pai e se faz homem para salvar os homens * 3 elementos fundamentais: Homem feito a imagem e semelhança de Deus Alma é imortal No fim dos tempos os corpos ressuscitarão Teoria Moral: pecado (falta moral) não é ignorância mas resultado de 2 fatores: Maldade humana Liberdade do indivíduo * Se mantém em vigor 4 escolas, sendo que 3 (platonismo, aristotelismo e estoicismo) se opõe ao epicurismo que consideram o inimigo comum, ateu e licencioso (em sentido estrito o epicurismo não é ateu, pois admite a existência de deuses, nem licencioso, pois defende o prazer moderado e sensato). Para além dessa oposição comum sofrem um processo de aproximação, a partir do século I, culminando no século III em uma única escola: o Neoplatonismo. * Origina-se no século III com Plotino, com base na filosofia platônica. Tem como problemas: Que relação existe entre o Bem (facilmente identificável com Deus) e o Demiurgo (que constrói o mundo sensível)? Onde se situa o mundo inteligível, as Ideias? (na mente divina?) Como é que a partir de um princípio único (Bem, Deus) se originou a pluralidade dos seres materiais e imateriais? * O encontro do Cristianismo com a filosofia grega permitiu que aquele se formulasse num corpo doutrinal cujos conceitos foram basicamente platônicos, principalmente porque: A corrente platônica – impulsionada pelo Neoplatonismo – era a mais vigorosa e dominante; Era a que oferecia mais pontos de contato com a doutrina cristã. * Em Platão já encontramos a existência de outro mundo, além do mundo sensível. A afirmação platônica de que este mundo – o sensível – foi feito à imagem e semelhança das Ideias. Participação: tudo que de real há nos seres sensíveis é participado da autêntica realidade. Contingência do criado (o criado é mas não pode ser, participa do ser) * A ideia de criação prefigurada no Demiurgo de Platão. A ideia de Bem oferece uma fórmula vigorosa para exprimir o monoteísmo. Do estoicismo a teologia cristã tomou a noção de Providência. * Imortalidade da Alma – apesar de negar sua preexistência e as reencarnações Destino das almas – fora do mundo sensível, isto é, no mundo das ideias. Almas são julgadas depois da morte e premiadas ou castigadas de acordo com sua conduta ao longo da vida. * Tagaste (Numídia) Pai pagão e mãe cristã Educado no cristianismo que abandona na juventude Ensinou retórica em Cártago dos 21 aos 29 anos Professou a filosofia maniquéia Converte-se ao cristianismo em 386 Volta a África em 388 fixando-se em Hipona * Natureza humana; Caráter inato da virtude; Origem do mal; Conceito de felicidade Liberdade Possibilidade de agir de forma ética * Doutrina Cristã Virtude humana Criada por Deus Queda e pecado original Explicação das falhas humanas Graça divina Possibilidade de redenção e alcance da felicidade na vida eterna Livre-arbítrio ou liberdade individual Concedido ao ser - humano por Deus e torna os indivíduos responsáveis pelos seus atos * Releitura de Aristóteles à luz da doutrina cristã. Primeiro a mostrar que a filosofia de Aristóteles era compatível com o cristianismo. Representante da ortodoxia católica. * * * Amizade Coragem Lealdade * Fé Esperança Caridade – ou amor no sentido de amar a Deus ou ao próximo * Felicidade/ eudaimonia – interpretada como beatitude culminando na visão beatifica de Deus tornada possível pela revelação e pela graça. Noção de pecado original não existe no grego, só pode ser superado pela redenção Tomás de Aquino usa conceitos aristotélicos como ato e potência, concepção de finalidade (telos) e o conceito de ente (ens). * * * * * * * * * * *
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