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Comunicação nas empresas - Aula 5 Técnicas de redação empresarial

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Aula 5: Técnicas de redação empresarial 
	
		
1) Definir os diversos tipos de parágrafo e suas devidas aplicações;
2) Aprender a fazer paráfrase;
3) Usar as técnicas de resumo em textos corporativos.
INTRODUÇÃO
Você acha que os profissionais que se comunicam bem nasceram sabendo? Acredita que é apenas um dom ou crê que podem haver técnicas que nos ajudem a nos comunicar melhor?
Nesta aula veremos que o processo de elaboração textual possui características mecânicas possíveis de serem utilizadas facilmente.
Analisaremos modelos de parágrafos para que você possa construir estruturas escritas como resultado de processos lógicos de observação, análise, leitura e escolhas sintático-lexicais.
Trataremos também das técnicas de paráfrase e resumo para que você possa utilizar esses recursos em seu dia a dia corporativo com mais segurança.
Pode parecer um assunto que todos dominam, mas a decodificação de informações e sua transmissão ainda é uma dificuldade para muitas pessoas, principalmente no ambiente coorporativo, que exige do profissional rapidez e atenção a inúmeros outros detalhes.
Uma situação muito comum, por exemplo, é quando temos que sintetizar informações para superiores, fornecedores, colaboradores etc. Nesse caso, temos de nos valer dos recursos da paráfrase e do resumo, mesmo sem nos dar conta.
Por isso, nesta aula, vamos aprender a transmitir informações da forma mais clara e concisa possível e começaremos pelo parágrafo, peça chave em nossa escrita.
Você sabe o que é parágrafo?
Parágrafos 
Do grego paragraphos, que quer dizer “escrever ao lado” ou “escrito ao lado”.
Othon Garcia, famoso linguista brasileiro, afirma que “o parágrafo é uma unidade de texto composta por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela”.
 
(GARCIA, Othon. Comunicação em prosa moderna: aprendendo a escrever, aprendendo a pensar. 20. ed. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 2001.) 
São as estruturas formadas por unidades autossuficientes de um discurso que compõem um texto, apresentando basicamente uma ideia, pensamento ou ponto principal que o unifica.
Essas unidades são chamadas de tópico frasal (Para Othon Garcia, tópico frasal designa um ou dois períodos curtos iniciais que contêm a ideia-núcleo do parágrafo em texto dissertativo, descritivo ou narrativo. O tópico frasal é uma maneira prática e eficiente de estruturar o parágrafo, pois já de início expõe a ideia que se quer passar, a qual é comprovada e reforçada pelos períodos subsequentes.), que é acompanhado por detalhes que o complementam. 
A organização do texto em parágrafos permite que o leitor detecte as ideias principais do texto e acompanhe como foram desenvolvidas em seus diferentes estágios.
Curto ou longo?
A extensão do parágrafo é variada. Existem parágrafos de duas linhas e também aqueles que ocupam uma página inteira.
Já que há essa variação, o que nos faz escrever um parágrafo curto ou estendê-lo um pouco mais?
A ideia central que o parágrafo apresenta pode ser um critério para determinar se este será curto ou mais extenso.  
Geralmente, parágrafos longos são utilizados para manter uma continuidade do raciocínio. 
Em geral, obras científicas e acadêmicas possuem parágrafos mais longos por duas razões: 
1.As explicações são complexas e exigem várias ideias e especificações;
2.Os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los.
Já os parágrafos curtos, seguindo esta lógica, são adequados para pequenos textos, e, geralmente, são escritos por quem tem pouca prática na escrita ou pensando-se nos leitores que possuem pouca prática de leitura.
Você já deve ter reparado que as notícias de jornal, por exemplo, possuem parágrafos curtos, distribuídos em colunas estreitas. Ou que os textos escritos para serem lidos por meio da internet seguem esse padrão. 
Esses textos possuem essa característica por causa do perfil dos leitores.
Tipos de tópicos mais comuns
Veja os tipos mais comuns de tópicos frasais que auxiliam na hora de iniciar um parágrafo:
Declaração inicial
 
O autor declara uma opinião por meio de uma frase afirmativa ou negativa.
Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos argumentativos.
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação.
Definição
Trata-se de um bom recurso didático. Define-se algo quando se delimita o seu significado dentro de um campo semântico.
Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos dissertativos/informativos.
Exemplo: O jornal é um meio de comunicação periódico constituído por notícias, reportagens, crônicas, entrevistas, anúncios e outro tipo de informação de interesse público.
Divisão 
O parágrafo pode se iniciar dividindo o assunto, indicando como será tratado em seu desenvolvimento.
Serve para vários tipos de texto.
Exemplo: As informações tomam dois caminhos para atingir o receptor: o jornal impresso e a televisão.
Interrogação 
O autor quer aguçar a curiosidade do leitor acerca do tratamento dado a um determinado tema, mediante uma pergunta.
Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos argumentativos.
Exemplo: O crescente uso da internet provocará o fim do jornal impresso?
Alusão/Citação
O autor faz referência a um fato histórico, às palavras de outra pessoa, usa um exemplo, uma lenda ou, até mesmo, uma piada, com o objetivo de prender a atenção do leitor. 
Serve para vários tipos de texto.
Exemplo: Conta a tradição que comer manga e, em seguida, tomar leite tem como resultado morte certa.
Arraste as cartas da parte de cima até cartas debaixo, associando os tópicos frasais aos tipos que você acabou de estudar:
Coesão sequencial e a relação com o sentido
O parágrafo não se limita ao tópico, não é mesmo? 
E o texto que se segue ao tópico no espaço do parágrafo chama-se desenvolvimento. Que, de fato, é o desenvolvimento da ideia introduzida no tópico.
A seguir, apresentamos alguns deles para que você se inspire na elaboração de seus textos e para que fique mais atento, sendo capaz de produzir inferências, deduções, quando estiver lendo e produzindo sentidos com suas leituras.
Explanação da declaração inicial
O autor esclarece a afirmação ou negação que fez no tópico.
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Somos bombardeados todo o tempo por relatos de agressões, via televisão, rádio e jornais. Parece até que o objetivo é tornar normal a barbaridade, repetindo os feitos dos bandidos vezes sem conta, até a exaustão.
Enumeração de detalhes
 
Trata-se de um tipo de desenvolvimento muito específico, pois é bastante comum em parágrafos descritivos. Nesse sentido, há uma preocupação em apresentar detalhes da afirmação que foi feita, de maneira mais genérica, no tópico.
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Sendo assim, os jornais só falam de sangue e tragédia. A televisão, por sua vez, prioriza as mazelas como forma de manter a audiência. Até a internet, embora seja um meio jovem, não se diferencia dos seus antecessores, pois é ela também meio de prática de crimes de pedofilia, por exemplo.
Comparação
Há quem faça distinção entre ANALOGIA e CONTRASTE, distinguindo as formas de comparação. Assim, a analogia seria uma comparação entre semelhantes, enquanto o contraste se configuraria pela aproximação de termos acentuando suas diferenças. Para facilitar, trataremos apenas de Analogia.
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Nos primórdios, as marcações nas rochas feitas pelos povos primitivos indicavam caminhos, perigos, símbolos de sentido restrito etc. Atualmente, a mídia ultrapassou esses limites físicos e permite uma pluralidade de significados que, sem controle ou censura,podem ferir a sociedade.
Causa e consequência 
Esse desenvolvimento apresenta uma relação de causas para a declaração feita no tópico ou dela decorrentes. Em outros casos, pode apresentar as consequências ou até mesmo as causas e consequências juntas.
Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Tal uso resulta em uma série de distorções, como a apresentação de cenas chocantes em horários inadequados na televisão, por exemplo. Isso gera nos telespectadores uma espécie de senso comum que aceita a violência como algo natural.
Agora que já estudamos bastante sobre parágrafo, vamos saber quando realizar uma paráfrase para poder rechear os seus parágrafos de informações.
Mas primeiro responda: será que você já fez uma paráfrase?
Analise as duas opções abaixo e escolha a que mais de adequa ao seu perfil:
Eu nunca precisei passar uma informação de outra pessoa adiante. Vivo numa ilha deserta e por aqui eu sou o único que cria e escuta os discursos.
Vivo em sociedade e regularmente preciso comunicar algo que li ou escutei a outras pessoas.
Agora você já tem ideia do que estamos falando, certo? Você pode nem mesmo saber exatamente o que é uma paráfrase, mas com certeza já fez uma. Ainda duvida?
Fazemos uma paráfrase quando transmitimos uma informação ouvida ou lida para outras pessoas com as nossas palavras. Simples, não é? Com certeza você já fez paráfrases inúmera vezes. A não ser que realmente more numa ilha deserta.
E você não acha que dizer com suas palavras o que já foi dito por outra pessoa vai ser uma situação muito comum na sua vida acadêmica e profissional? Não precisava nem perguntar, não é mesmo?
 
Essa técnica de reescrita é um ótimo exercício para ampliarmos nosso vocabulário, aperfeiçoando nossa precisão vocabular (Quando conseguimos empregar o termo certo no lugar certo. Quando escolhemos a melhor palavra para descrever o que queremos dizer estamos exercendo a precisão vocabular Por exemplo, é mais preciso dizer que “vamos consultar o dicionário” do que “vamos usar o dicionário”, pois podemos usar o dicionário para aumentar a altura do monitor de nosso computador. Não é a sua utilidade, mas é possível, certo? A ambiguidade é um problema que devemos considerar e exige que apresentemos sempre uma mensagem clara, um raciocínio linear, e a precisão vocabular nos auxilia muito nesta questão.), e para treinarmos a apresentação da mesma ideia de formas diferentes. 
A paráfrase é muito útil quando temos necessidade de reproduzir um conteúdo para um público específico. Além disso, é um recurso muito utilizado nos textos acadêmicos, já que, por meio dela, conseguimos apresentar as ideias dos autores estudados sem recorrer à citação direta ou mesmo quando a intenção é apresentar o pensamento de um autor de forma mais objetiva.
ATENÇÃO
Paráfrase não é resumo e nem é plágio
 
É importante destacar que a paráfrase não é um sinônimo de resumo.
 
Resumo, como veremos no decorrer da aula, privilegia a síntese, isto é, uma redução. Já a paráfrase se propõe a fazer uma espécie de tradução (até quando se trata do mesmo idiona, a paráfrase é uma espécie de tradução do texto estudado, pois nós o reescrevemos com a intenção de facilitar o entendimento de nossos leitores ou como forma de evitar a citação direta) do texto original, podendo, inclusive, ser maior do que este.
 
Outra questão muito importante é que devemos sempre informar a fonte ou o autor que estamos parafraseando, mesmo que com a paráfrase não estejamos mais utilizando as palavras de outra pessoa.
 
Paráfrase não é plágio, mas se um texto for parafraseado e não informar a devida fonte se tornará um plágio, ainda que seja um ato involuntário. 
Para evitar esse problema, devemos sempre dar crédito ao verdadeiro autor, ao dono da ideia que estamos parafraseando.
O que você faria?
Você trabalha no RH de uma empresa e recebe um e-mail com uma informação importante que terá que divulgar aos outros colaboradores.
Porém, este e-mail está com uma linguagem muito rebuscada, com palavras difíceis, e isso prejudicou o entendimento. 
Você inclusive precisou consultar o dicionário para verificar o significado de uma ou duas palavras.
 
Nessa situação, você:
Apenas encaminha o e-mail para os possíveis interessados, mesmo percebendo que o texto pode ser simplificado e que alguns colegas terão dificuldade de entendê-lo. Pois, se você usou o dicionário, eles que deixem a preguiça de lado e pesquisem também. Talvez assim aprendam algumas palavras novas.
Você reescreve o e-mail, mantendo, como manda a regra da paráfrase, todo o seu conteúdo, mas simplificando a estrutura do texto e substituindo por sinônimos mais conhecidos as palavras que não são tão comuns. Assim, facilitará o entendimento dos colegas, impedirá que percam tempo e minimizará os problemas de interpretações equivocadas.
Muito bom! Você agiu da maneira correta.
A comunicação numa empresa deve ser facilitada em todas as oportunidades e todos os que trabalham nela são responsáveis por isso. 
 A paráfrase deste e-mail é um ótimo exemplo de como a comunicação pode ser simplificada.
Como fazer uma paráfrase?
Como vimos, para produzir uma paráfrase é preciso seguir as ideias do texto original, reproduzindo-as de outra maneira, de forma resumida ou mesmo ampliando o texto.
 
Vamos ver agora algumas dicas que o ajudarão na hora de elaborar uma paráfrase:
Definir o objetivo: Primeiramente, você deve definir o objetivo da paráfrase. Por que você precisa reescrever o texto? Para adequá-lo a novos leitores ou meio de comunicação? Para modernizá-lo? Para utilizá-lo em um trabalho acadêmico? 
Essa análise vai ajudá-lo a decidir qual será a linguagem utilizada na paráfrase.  
Fazer uma leitura cuidadosa: Você deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta, destacando e fazendo anotações, e, a partir daí, decidir se vai apenas reafirmar a ideia apresentada com suas palavras ou se será necessário esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes.
Não distorcer a mensagem: Embora você vá redigir a paráfrase com suas palavras e estilo próprio, deve seguir passos do texto original sem omitir informações que permitam aos seus leitores uma interpretação fiel do texto estudado. Tomando sempre muito cuidado para não distorcer a mensagem.
Unir ideias afins: Você pode unir ideias afins, de acordo com a identidade e evolução do texto-base, reorganizando o texto em blocos de assunto, por exemplo, mas respeitando a evolução dos argumentos do autor.
Substituir as palavras rebuscadas: Consulte o dicionário e substitua as palavras menos usadas, ou muito rebuscadas, por palavras que sejam de conhecimento do público geral, tentando, obviamente, se preocupar com a precisão vocabular.
Reler seu texto no final: Redija o texto buscando a síntese das ideias e a clareza. Preocupe-se com a pontuação, a coesão e coerência. Não faça comentários ou dê sua opinião. Depois, releia a paráfrase para encontrar possíveis erros e corrija-os.
A verdadeira paráfrase
Vamos analisar agora um exemplo bem sucedido de paráfrase, muito comum no meio jornalístico. É o caso das muitas versões de uma mesma notícia.
Os jornalistas, seguindo seu próprio estilo, o estilo do jornal, mas principalmente do público leitor, são capazes de comunicar as mesmas informações de formas bem diferentes.
Veja agora duas versões da mesma matéria e compare, atentando para as palavras em destaque:
Caixa aprova medidas de uso de recursos do FGTS para imóvel na planta 
(Brasil Agora, 21 abril 2004)
Kelly Oliveira, repórter da Agência Brasil
Brasília — A Caixa Econômica Federal aprovou duas medidas que vão facilitar a vida do comprador e do construtor de imóveis na planta com recursos do FGTS. Para o comprador, criou-se a possibilidade de utilização do seu FGTS para pagamento de até 80% do valor das prestações finais durante a fase de construção. Para as empresas foi aprovada a inexigibilidade da necessidadede hipoteca de unidades não financiadas. A implantação das medidas é imediata.
CEF facilita uso de FGTS em prestação de casa
(O Globo, 22 abr 2004, p. 30)
Geraldo Doca
Brasília: A Caixa Econômica Federal (CEF) aprovou uma medida que vai aliviar o bolso dos candidatos aos financiamentos habitacionais com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), para imóveis na planta. A partir de agora, o interessado poderá usar o dinheiro do fundo para abater até 80% do valor das prestações, assim que o contrato for assinado.
Resumindo...
Antes de começarmos a tratar de resumo, veja este caso:
Eu levo ou dêxo?
Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.
Foi averiguar e constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus patos, disse-lhe:
― Oh, bucéfalo anácrono!!!...Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, respondeu:
— Dotô, resumindo... Eu levo ou dêxo os pato???
Essa história engraçada nos faz refletir sobre resumo, não é mesmo? 
Quantas vezes nos encontramos em situações em que a nossa vontade é perguntar ao interlocutor: “Dá para resumir?”
Como nosso tempo é precioso, não podemos desperdiçá-lo com tantos detalhes. Então, resumir é uma técnica que vem sendo usada cada vez mais.
As redes sociais, por exemplo, com seus caracteres limitados nos fazem exercitar frequentemente a nossa capacidade de resumir.
Já no meio empresarial, que vamos estudar agora, o resumo abrevia o tempo dos pesquisadores, difundindo informações que podem influenciar e estimular a consulta do texto original.
Além disso, ajudam a quem criou o resumo a estudar o texto, já que é preciso fazer uma análise de seu conteúdo antes de escrever o resumo.
Mas o que é um resumo, afinal?
Resumo, diferente da paráfrase que estudamos agora, é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto. 
Significa reduzi-lo ao que é essencial, mas sem perder de vista três elementos:
• Cada uma das partes essenciais do texto;
• A progressão em que elas acontecem;
• A correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes.
Quem resume deve exprimir somente o que é essencial no texto, por isso, assim como a paráfrase, não podemos fazer comentários ou julgamentos.
Muitas pessoas julgam que resumir é produzir frases ou partes do texto original, construindo uma espécie de “colagem”. Porém, isso não é um resumo. 
Resumir é apresentar, com suas próprias palavras, apenas os pontos que julgamos relevantes no texto, sendo obrigatoriamente menor do que o original.
Lembrando que um resumo deriva da capacidade de leitura daquele que vai realizá-lo. A compreensão de um texto depende da competência do receptor. 
Essa competência envolve recursos culturais, experiência anterior e conhecimento prévio armazenado na memória.
Resumo é, portanto, uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. 
Nele devem aparecer as principais ideias do autor do texto e devem ser omitidas as nossas impressões e interpretações.
Como elaborar um resumo?
A elaboração de um resumo exige mais habilidade de leitura do que de escrita. 
 
Para fazer um resumo é essencial compreender o contexto geral do texto. Interpretá-lo.
E aqui vai uma dica importante: 
Não é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura, pois assim não sabemos se o que está sendo lido naquele momento realmente compõe a parte mais relevante do todo.
É necessário fazer uma leitura prévia de todo o texto e destacar as partes que julgamos mais importantes para depois iniciar o resumo.
É imprescindível responder a duas perguntas quando estiver elaborando o resumo: 
O que o autor pretende demonstrar? 
De que trata o texto?
Não tenha dúvida que essas respostas te ajudarão a refletir sobre o texto e guiarão o seu resumo.
Leve também em consideração os aspectos metodológicos, o estilo e extensão do texto:
Aspectos Metodológicos
Neste aspecto, o resumo segue algumas regras:
• Devemos seguir as ideias principais do autor, na ordem em que aparecem no texto (a primeira frase explica o assunto do texto);
• Devemos ser capazes de, desprezando ideias particulares, registrar informações de ordem geral (este conceito aproxima-se do de tematização);
• Indica-se a categoria do tratamento (Do que se trata? De estudo de caso, de análise da situação?); 
• O resumo deve apresentar o objetivo, o método e as técnicas de abordagem, os assuntos, os resultados e as conclusões do trabalho.
Estilo e Extensão
• Quanto ao estilo, deve ser composto por frases concisas, evitando-se enumerar tópicos;
• É comum o uso da 3º pessoa do singular, com verbos na voz ativa (“O autor afirma que...”);
• Devemos excluir a maior parte dos detalhes, exemplos, fatos secundários, realizando a supressão de adjetivos e advérbios;
• Devemos reescrevê-lo usando as nossas palavras, isto é, não se deve utilizar trechos do texto original;
• Não há limite de páginas, desde que seja menor do que o texto-base, mas existem algumas recomendações.
	Na extensão de um resumo, recomenda-se:
150 a 500 palavras (monografia, teses, dissertações e relatórios científicos;
100 a 250 palavras (artigo científico);
50 a 100 palavras (os destinados a descrições breves);
Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão sujeitos a limite de palavras.
Classificação dos Resumos
Os dois principais tipos de resumo são:
Resumo indicativo ou fichamento
O resumo indicativo ou fichamento caracteriza-se como sumário narrativo que elimina dados qualitativos e quantitativos, mas não dispensa a leitura do original. É conhecido também como descritivo. 
Refere-se às partes mais importantes do texto. Pode ser usado, por exemplo, para adiantar o assunto de um anexo de e-mail. 
Indica as principais ideias em torno das quais o texto foi elaborado.
Normalmente é utilizado em propagandas, catálogos de editoras, livrarias e distribuidoras ou ainda em breves exposições de determinadas obras.
Exemplo:
ROCCO, Maria Thereza Fraga. Crise na linguagem: a redação no vestibular.
São Paulo: Mestre Jou, 1981.
Estudo realizado sobre redações de vestibulandos da FUVEST. Examina os textos com base nas novas tendências dos estudos da linguagem, que buscam erigir uma gramática do texto, uma teoria do texto. São objeto de seu estudo a coesão, o clichê, a frase feita, o “não texto” e o discurso indefinido. Parte de conjecturas e indagações e apresenta os critérios para a análise, informações sobre o candi­dato, o texto e farta exemplificação.
Resumo informativo
O resumo informativo, também conhecido como analítico, pode dispensar a leitura do texto original. 
Apresenta o objetivo da obra, métodos e técnicas empregados, resultados e conclusões. 
Nele evitam-se comentários pessoais e juízos de valor. 
Apresenta todas as informações, de forma sintética, que o autor usou para criar o texto.
Indispensavelmente deve conter: 
 • Assunto;
 • Problema e/ou o objetivo;
 • Metodologia;
 • Ideias principais em forma sintética;
 • Conclusões.
É o mais utilizado em universidades.
Exemplo:
ROCCO, Maria Thereza Fraga. Crise na linguagem: a redação no vestibular. São Paulo: Mestre Jou, 1981. 284 p.
Examina 1.500 redações de candidatos a vestibulares (1978), obtidas da FUVEST. O livroresultou de uma tese de doutoramento apresentada à USP em maio de 1981. Objetiva caracterizar a linguagem escrita dos vestibulandos e a existência de uma crise na linguagem escrita, particularmente desses indivíduos. 
Escolheu redações de vestibulandos pela oportunidade de obtenção de um corpus homogêneo. Sua hipótese inicial é a da existência de uma possível crise na linguagem, através do estudo, estabelecer relações entre os textos e o nível de estruturação mental de seus produtores. Entre os problemas, ressaltam-se a carência de nexos de continuidade e quantidade de informações e a ausência de originalidade. Também foram objeto de análise condições externas como família, escola, cultura, fatores sociais e econômicos. 
Um dos critérios utilizados para a análise é a utilização do conceito de coesão. A autora preocupa-se ainda com a progressão discursiva, com o discurso tautológico, as contradições lógicas evidentes, o nonsense, os clichês as frases feitas. Chegou à conclusão de que 34,8% dos vestibulandos demonstram incapacidade de domínio dos termos relacionais; 16,9% apresentam problemas de contradições lógicas evidentes. A redundância ocorreu em 15,2% dos textos.
O uso excessivo de clichês e frases feitas aparece em 69,% dos textos. Somente em 40 textos verificou-se a presença de linguagem criativa. Às vezes, o discurso estrutura-se com frases bombásticas, pretensamente de efeito. Recomenda a autora que uma das formas de combater a crise estaria em se ensinar a refazer o discurso falho e a buscar a originalidade, valorizando o devaneio.
Dentre as regras a seguir selecione aquelas que nos ajudam a elaborar um resumo:
Moderação é o lema do resumo
Podemos concluir que resumo é uma apresentação concisa dos elementos mais importantes de um texto sem perder a sua essência.
Portanto, trata-se um procedimento de reduzir um texto sem alterar seu conteúdo.
Constitui-se, assim, uma forma prática de estudo que participa ativamente da aprendizagem, uma vez que favorece a retenção de informações básicas.
Com certeza essa técnica fará parte de sua vida profissional e acadêmica com muita frequência.
LEMBRETE
• Brevidade, pois só deve apresentar as ideias principais;
• Respeito pela sequência de ideias do texto;
• Clareza, já que os fatos apresentados devem ser objetivos;
• Rigor, pois as ideias principais devem ser reproduzidas sem erros.
Nesta aula, você:
Verificou as técnicas de resumo e paráfrase, trabalhou a construção do parágrafo, como resultado de processos lógicos de observação, análise, leitura e escolhas sintático-lexicais.
Na próxima aula, você estudará sobre os seguintes assuntos:
Fatores de textualidade;
Contextualização;
Intertextualidade.

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