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Manual de Laboratório Prótese Total - UNESP Araçatuba

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PRÓTESE TOTAL
MANUAL DE LABORATÓRIO
Professores.
HUMBERTO GENNARI FILHO
RENATO SALVIATO FAJARDO
MARCELO COELHO GOIATO
WIRLEY GONÇALVES ASSUNÇÃO 
DÉBORA DE BARROS BARBOSA 
KARINA HELGA LEAL TURCIO
Técnico
JÂNDER DE CARVALHO INÁCIO
2016
ÍNDICE
	01. Moldeiras de estoque e individuais..................................................................
	4
	 1.1. Técnica de confecção................................................................................. 
	5
	 1.2. Materiais e instrumentais...........................................................................
	6
	02. Bases de prova.................................................................................................
	11
	 2.1. Técnica de confecção.................................................................................
	11
	 2.2.. Alivio das retenções mecânicas................................................................
	12
	 2.3. Preparo da resina acrílica ativada quimicamente.......................................
	13
	 2.4. Confecção da base de prova.......................................................................
	13
	03. Orientação do plano de cera e transferência para o articulador.......................
	16
	 3.1. Técnica de confecção do plano de cera.....................................................
	16
	 3.2. Transferência para o articulador................................................................
	19
	 3.2.1. Arco facial........................................................................................
	19
	 3.2.2. Articulador.......................................................................................
	21
	 3.3. Ajuste das guias condilares........................................................................
	21
	 3.4. Montagem do modelo superior no articulador...........................................
	23
	04. Dimensão vertical ...........................................................................................
	24
	 4.1. Dimensão vertical de oclusão....................................................................
	24
	 4.2. Dimensão vertical de repouso....................................................................
	24
	 4.3. Espaço funcional livre...............................................................................
	25
	 4.4. Método para o registro da dimensão vertical de oclusão...........................
	25
	05. Relação central.................................................................................................
	27
	 5.1. Oclusão central..........................................................................................
	27
	 5.2. Registro gráfico extra-oral.........................................................................
	29
	 5.3. Fixação dos planos.....................................................................................
	31
	 5.4. Montagem do modelo inferior no articulador............................................
	31
	06. Movimentos mandibulares e ajuste do articulador..........................................
	32
	07. Montagem dos dentes artificiais......................................................................
	37
	 7.1. Linha mediana.............................................................................................
	37
	 7.2. Suporte para os lábios.................................................................................
	37
	 7.3. Posição, alinhamento e disposição dos dentes artificiais............................
	38
	 7.4. Montagem dos dentes anteriores superiores...............................................
	40
	 7.5. Montagem dos dentes posteriores superiores.............................................
	41
	 7.5.1. Linha principal do esforço mastigatório...........................................
	41
	 7.5.2. Curva de compensação.....................................................................
	42
	 7.6. Montagem dos dentes posteriores inferiores..............................................
	44
	 7.7. Montagem dos dentes anteriores inferiores................................................
	47
	 7.8. Observações importantes para a montagem dos dentes..............................
	48
	 7.8.1. Trespasse vertical...............................................................................
	49
	 7.8.2. Trespasse horizontal..........................................................................
	49
	 7.8.3. Desgastes dos dentes..........................................................................
	49
	08. Escultura das próteses......................................................................................
	51
	 8.1. Materiais necessários..................................................................................
	51
	 8.2. Enceramento...............................................................................................
	51
	 8.3. Delimitação dos colos.................................................................................
	52
	 8.4. Escultura das bases.....................................................................................
	52
	09. Inclusão em mufla e polimerização das próteses.............................................
	55
	 9.1. Introdução...................................................................................................
	55
	 9.2. Inclusão.......................................................................................................
	56
	 9.3. Abertura da mufla e remoção de cera.........................................................
	59
	 9.4. Isolamento...................................................................................................
	59
	 9.5. Polimerização..............................................................................................
	60
	 9.5.1. Ciclos de polimerização....................................................................
	62
	10. Desinclusão com recuperação do modelo........................................................
	63
	 10.1. Remontagem e desgaste seletivo................................................................
	64
	 10.1.1. em abertura e fechamento................................................................
	64
	 10.1.2. em lateralidade e protrusão..............................................................
	65
	 10.1.3. Refinamento.....................................................................................
	69
	11. Acabamento e polimento.................................................................................
	69
	 11.1. Materiais e instrumentais necessários........................................................
	69
	 11.2. Acabamento...............................................................................................
	69
	 11.2.1. Separação do modelo......................................................................
	69
	 11.2.2. Eliminação das rebarbas.................................................................
	70
	 11.2.3. Limpeza dos espaços interdentais...................................................
	70
	 11.3. Polimento...................................................................................................
	71
	 11.3.1. Com pedra pomes...........................................................................
	71
	 11.3.2. Com branco de espanha..................................................................
	71
	 12. Referências – Sugestão para estudo..................................................................72
	
	
 
 
MOLDEIRAS
Sempre que desejamos a cópia de um determinado objeto físico, há necessidade de realizarmos uma ação denominada MOLDAGEM. O resultado da moldagem, que corresponde ao negativo do objeto moldado denomina-se MOLDE. A inserção de um determinado material no interior do molde (gesso, resina acrílica, metal etc) resulta em um MODELO, que representa a cópia idêntica do objeto moldado. No entanto, para que esta ação seja realizada, necessitamos de um recipiente para conter o material moldador durante a execução da moldagem denominado MOLDEIRA. Portanto, em prótese, moldeiras são recipientes apropriados para levar à boca do paciente certa quantidade de material de moldagem, previamente e corretamente manipulado, distribuindo-o uniformemente sobre uma área a moldar e mantê-lo em posição até seu endurecimento total. 
Temos dois tipos de moldeiras: de ESTOQUE e INDIVIDUAIS. As moldeiras de estoque, como o próprio nome diz, são aquelas encontradas nas casas de artigos dentários, geralmente feitas de alumínio, podendo ser LISAS quando utiliza-se um material de moldagem que adere ao metal (godiva) ou PERFURADAS quando o material não oferece aderência (silicone) (Figura 1a e 1b).
 Figura 1a. Moldeiras lisas e perfuradas.
��� SHAPE \* MERGEFORMAT �
Figura 1b. Moldes representativos em moldeiras lisas(1) e perfuradas(2).
As moldeiras INDIVIDUAIS são aquelas feitas manualmente, geralmente de resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ), sobre um modelo obtido preliminarmente. Portanto ela é específica para cada indivíduo, daí seu nome (Figura 2).
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Figura 2. Moldeira individual sobre o modelo.
Técnica de construção de Moldeiras Individuais.
Inicialmente devemos realizar um exame do modelo para determinar a presença de áreas retentivas. Retenções são alterações da superfície do modelo que poderão impedir a remoção da moldeira após sua confecção (Figura 3).
Figura 3. Exemplos de áreas retentivas e expulsivas.
Assim, sempre que encontrarmos áreas retentivas, elas deverão ser ALIVIADAS com a deposição de cera rosa nº 7, transformando-as em áreas expulsivas (Figura 4a,b, c e d).
 
 
Figuras 4a,b, c e d. Alívio das retenções mecânicas do modelo.
O passo seguinte consiste no isolamento do modelo. Ele é necessário para evitar que a resina acrílica penetre nos poros do gesso e impeça a sua remoção. Normalmente o isolamento é feito com um material à base de alginato, denominado Cel-Lac e aplicado com um pincel em camadas. O material, ao secar, forma uma película protetora, evitando a aderência da RAAQ (Figura 5). 
 
Figura 5. Isolamento do modelo com Cel-Lac.
Materiais e instrumentais utilizados:
Os materiais e instrumentais necessários para a construção das moldeiras individuais são mostrados nas figuras 5a e 5b.
Figuras 5a. Instrumentais para confecção das moldeiras.
Figura 5b. Materiais para confecção das moldeiras.
O preparo da RAAQ se faz proporcionando corretamente o monômero e o polímero de acordo com as instruções do fabricante. Para a resina da marca Clássico (normalmente utilizada no laboratório) a proporção é de 3/1, ou seja, três partes de pó para uma de líquido. Coloca-se inicialmente o monômero no pote e a seguir, o polímero. O conteúdo é espatulado até que ocorra a saturação de todo pó, com uma mistura totalmente homogênea. Em seguida o pote de vidro é imediatamente fechado com tampa para evitar a evaporação do monômero. 
Após esta mistura, a RAAQ passará por fases até estar pronta para a utilização.
As fases são as seguintes: 
a) Fase arenosa – logo após a mistura
b) Fase pegajosa - começa a adquirir consistência
c) Fase fibrilosa – ao tocá-la nota-se a formação de fibrilas (fios)
d) Fase plástica – a resina permite a manipulação.
e) Fase borrachóide – a resina não permite mais ser manipulada
f) Fase densa ou dura – a resina esta polimerizada.
 
 a) Fase arenosa b) Fase pegajosa
 
 c) Fase fibrilosa d) Fase plástica
Logo após a fase plástica, a resina passa para a fase borrachóide onde não é mais possível sua manipulação. Portanto, o trabalho deve ser executado na fase plástica para permitir sua adaptação sobre o modelo, sem deformações.
Enquanto aguarda-se a fase plástica da resina, sobre o modelo isolado demarcam-se os limites das bordas da moldeira, que deverão ser aproximadamente 1,5 mm aquém do fórnix do vestíbulo. Para tal, marcaremos com um lápis cópia o fundo do sulco que servirá de referência para o estabelecimento do limite (Figura 6). 
Figura 6. Limites para determinar a altura da borda da moldeira superior.
Além disso, também devem ser isoladas as duas placas de vidro e em suas extremidades adaptar um tira de lâmina de cera nº7 dobrada, que determinará a espessura da moldeira individual (+ ou – 2mm).
Ao atingir a fase plástica, ou ligeiramente antes, a resina é removida do pote, manipulada formando uma esfera, colocada sobre uma das placas e com a outra, executar compressão até que haja o contato com as tiras de cera. (Figura7a e 7b).
 
Figura 7a e 7b. prensagem da resina acrílica formando uma manta.
Após a prensagem a manta será levada sobre o modelo e sutilmente adaptada com pressão digital até seu perfeito assentamento (Figura 8a e 8b). Os excessos serão recortados com a espátula Le Cron e reservados para a confecção do cabo que deverá ter um tamanho de aproximadamente 1x1cm (Figuras 9a e 9b), posicionado centralmente e com angulação aproximada de 45graus para vestibular, sobre a crista do rebordo alveolar. O recorte da borda dentro do limite estabelecido (1,5mm aquém do fórnix do vestíbulo) poderá ser realizado neste momento, recortando a resina no local demarcado com lápis cópia ou, desgastando-se a resina após sua polimerização (Figuras 10a,b e c).
Figuras 8a e b. Recorte dos excessos de resina acrílica
Figuras 9a e b. Adaptação do cabo na porção central (1cmx1cm).
Após a separação moldeira/modelo as marcações com lápis cópia aparecerão no interior da moldeira indicando os locais a serem desgastados com a broca Maxi-Cut (Figuras 10a,b e c). Primeiramente deve-se desgastar a borda em altura até o limite demarcado e, a espessura da borda deverá ter, no final do desgaste, 2mm aproximadamente.
 
Figuras 10a, b e c. Desgastes da borda da moldeira em altura e espessura.
Clinicamente, a região posterior da moldeira deverá ser desgastada ao nível da linha do ah!. Em fase laboratorial, desgasta-se observando uma linha imaginária que passe atrás das tuberosidades palatinas e espinha nasal posterior (Figuras 11a e b).
 
 Figura 11a e 11b. Recorte da região posterior da moldeira superior
A moldeira será finalizada com o lixamento de suas bordas, evitando dessa maneira que quando levada à boca do paciente, não cause ferimentos decorrentes de asperezas (Figuras 12a e b).
 
Figuras 12a e b. Lixamento e moldeira superior finalizada.
Para a confecção das moldeiras individuais inferiores a seqüência de construção é a mesma das executadas para as superiores (Figura 13a e b), tendo em mente o recorte da porção lingual.
 
Figura 13a e b. Moldeiras individuais inferiores finalizadas
BASES DE PROVA
 É a base provisória da dentadura que possibilita ao profissional realizar na boca do paciente as diversas operações clínicas, tais como o registro das relações maxilomandibulares, a montagem e prova dos dentes na boca do paciente. Existem diversos materiais com os quais podemos confeccionar as Bases de Prova: resina acrílica ativada quimicamente, resina acrílica ativada termicamente, placas de policarbonato, etc. O material recomendado é a resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ), incolor ourosa.
TÉCNICA DE CONFECÇÃO
BASE DE PROVA DE RAAQ
 Material e instrumental 
Modelos funcionais maxilar e mandibular
Cera rosa nº 7
Espátula nº 7, 31 e Le Cron
Pincel tigre nº 266-16
Resina acrílica auto-polimerizável ( Clássico ou similar)
Pote para resina acrílica
Isolante Cel-Lac
Duas placas de vidro
Lamparina a álcool
Lixa para madeira nº 180 ou 320
Mandril para tira de lixa
Broca Maxi-Cut
Micro motor 
ALÍVIO DAS RETENÇÕES MECÂNICAS
Todas as retenções mecânicas dos modelos são removidas através do preenchimento das mesmas com cera rosa nº 7 (Figura 1).
As retenções nos maxilares são mais frequentes na face vestibular da região de canino a canino, e na região vestibular das tuberosidades alveolares.
As retenções na mandíbula são mais frequentes na região de canino a canino, tanto por vestibular, como por lingual e na região da fossa retro-miloidea. Deve ser lembrado que os alívios são menores que nas moldeiras, tendo em vista a necessidade de retenção na boca do paciente.
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 Figura 1. Áreas retentivas e expulsivas
ISOLAMENTO DA ÁREA DE SUPORTE
Todo o modelo será isolado com Cel-Lac, com um pincel macio para evitar a aderência da resina ao gesso do modelo.
PREPARO DA RESINA ACRÍLICA
Devemos proporcionar o polímero e o monômero de acordo com a indicação do fabricante, colocando primeiramente o monômero no pote para resina, e depois o polímero. Normalmente a proporção pó/líquido é 3/1 A mistura é feita com espátula nº 36, e o recipiente fechado para evitar a evaporação do monômero da mesma forma que a executada para as moldeiras.
CONFECÇÃO DA BASE DE PROVA
Prensagem da resina auto-polimerizável entre duas placas de vidro.
Quando a mistura atingir a fase plástica, daremos a ela um formato de bola que será prensada entre duas placas de vidro isoladas com Cel-Lac.
Para proporcionar uma espessura homogênea durante esta prensagem, recortamos duas tiras de cera, e colocamos entre as placas de vidro, uma tira em cada extremidade, com a finalidade de homogeneizar a espessura da lâmina de resina formada (Figura 2). Lembramos que para a confecção das moldeiras, a tira de lâmina de cera era dobrada para obter maior espessura.
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 Figura 2. Prensagem da resina acrílica entre as placas de vidro
Aplicação da resina acrílica
A lâmina de resina acrílica será adaptada sobre o modelo funcional em toda a sua extensão. Deveremos ter cuidado para não pressionar de forma exagerada, pois isto poderá causar adelgaçamento ou mesmo furar certos pontos ou regiões da resina (Figura 3a). Os excessos deverão ser recortados com uma espátula Le Cron. Toda a região correspondente ao fundo do sulco deverá ser preenchida com resina (Figura 3b).
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 Figura 3a e b. Base de prova maxilar com o sulco totalmente preenchido
Separação da base de prova do modelo
Após alguns minutos, a resina polimeriza tornando-se completamente rígida. Quando isto acontecer, poderemos separar a base de prova do modelo através de uma espátula nº 7 ou Le Cron, introduzindo-a na borda posterior, entre a base de prova e o modelo, com cuidado para não causar fratura do mesmo.
Eliminação das rebarbas
Utilizamos a broca Maxi-cut para desgastar a resina acrílica, eliminando as rebarbas da borda da base de prova, com o cuidado de não deixá-la cortante e respeitar ao mesmo tempo a espessura da mesma na região dos sulcos gengivo-labial e gengivo-geniano (Figura 4).
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Figura 4. Eliminação das rebarbas com broca Maxi-cut
Acabamento
	O acabamento é dado apenas com tira de lixa, adaptada em mandril próprio. Lixamos as bordas da base de prova de forma a não deixar arestas cortantes para dar maior conforto ao paciente uma vez que a mesma ficara em intimo contato com o fundo de sulco do paciente (Figura 5).
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Figura 5. Acabamento da borda da base de prova com tira de lixa
Base de prova da mandíbula
A base de prova no modelo inferior é confeccionada da mesma maneira que a superior. Em virtude de sua própria conformação, está mais propensa à introdução de esforços e a deformações. Por este motivo devemos tomar o máximo cuidado em seu acabamento, para evitar distorções, pois a base de prova deve ter a melhor adaptação possível no modelo. Não se esquecer de recortar o excesso lingual (Figura 6a,b e c).
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Figura 6a e 6b . Recorte do excesso lingual com o sulco totalmente preenchido.
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Figura 6c. Base de prova inferior concluída.
ORIENTAÇÃO DO PLANO DE CERA MAXILAR E TRANSFERÊNCIA PARA O ARTICULADOR
Para a orientação do plano de cera, há necessidade de se confeccionar um rolete de cera que deve ser unido firmemente à base de prova a fim de serem registradas as diferentes operações de interesse protético. Nestes planos serão determinados:
1. As relações intermaxilares (dimensão vertical de oclusão e relação central).
2. Suporte adequado aos lábios e bochechas.
 3. As linhas de referências para a seleção dos dentes. 
4.Montagem dos dentes artificiais.
TÉCNICA DE CONFECÇÃO DO PLANO DE CERA
Materiais Utilizados:
Lâmina de cera rosa nº 7
Espátula nº 31
Espátula Le Cron
Espátula nº 7
Lamparina à álcool.
Inicialmente tomamos uma lâmina de cera rosa e plastificamos sobre a chama da lamparina uma faixa de 1cm ao longo de seu comprimento, até que comece a se curvar (Figura 8).
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Figura 8. Plastificação da cera e início do dobramento para confecção do plano.
A parte da lâmina de cera que ficou plástica é dobrada, procurando conseguir uma perfeita união das superfícies, evitando que incorporem bolhas de ar. Continuar aquecendo e dobrando a lâmina de cera até que se consiga um rolete de cera plástico (Figura 9).
Levamos novamente o rolete de cera à chama e dobramos ao meio com a finalidade de ganhar em altura (Figura 10).
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 Figura 9. Rolete de cera plastificado Figura 10. Dobramento ao meio
O passo seguinte consiste em dar forma ao rolete de cera de acordo com o arco dental e adaptá-lo sobre a base de prova, unindo-o firmemente com cera fundida (Figuras 11a, b e c)
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 Figura 11a Figura 11b
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Figuras 11a,b e c. Adaptação e fixação do rolete de cera à base de prova.
O acabamento do plano de cera será dado utilizando-se a espátula 36 bem aquecida para prover alisamento na superfície vestibular e lingual e uma espátula de pintor para o acabamento da superfície oclusal. O plano estará finalizado ao apresentar suas superfícies totalmente lisas e uniformes (Figuras 12 a e 12 b)
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Figura 12a e b. Acabamento final do plano de cera.
 
Clinicamente, na maioria dos casos, o plano superior deverá ser construído de tal forma que fique ao nível ou ultrapasse 1 ou 2 mm o tubérculo do lábio em repouso (Figura 13a) e que tenha ligeira inclinação no sentido ocluso-gengival (Figura 13b).
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Figura 13a e 13b.Configuração clínica inicial do plano de cera.
Para que seja possível a tomada dos registros dos movimentos mandibulares é necessário que o profissional utilize um plano de referência, que será o plano protético. Assim, o plano de cera superior deverá ser paralelo ao plano protético lateralmente (Figura 14a), e na região anterior, paralelo à linha bipupilar (Figuras 14b). Este paralelismo possibilitará, durante a função, que as forças oriundas do ato mastigatório incidam perpendicularmente sobre o rebordo, proporcionando estabilidade da prótese. Para tal utiliza-se a Régua de Fox.
Assim, o plano maxilar é introduzido na boca do paciente e a cera será removida ou acrescida, até que se consiga o paralelismo da Régua de Fox com o plano protético, previamente traçado na face do paciente.
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Figuras 14a e 14b. Paralelismo do plano de cera com o plano protético e bipupilar
TRANSFERÊNCIA DO PLANO DE CERA COM ARCO FACIAL
O Arco Facial é um dispositivo acessório doarticulador com a finalidade de transportar o plano de cera superior, devidamente orientado, da boca do paciente para o articulador, mantendo as mesmas relações côndilo-incisivos (Figura 15).
 
Figura 15. Partes constituintes do Arco Facial.
Uma vez orientado, o plano de cera superior deve ser adaptado ao garfo do arco facial. Para que isto seja feito, há necessidade de se definir a linha mediana, que é traçada no plano de cera, estabelecendo desta maneira uma referência para o posicionamento correto do garfo do arco facial e adaptando-se uma lâmina de cera sobre ele (Figura 16a). O plano é unido ao garfo pela deposição de cera fundida na junção dos mesmos pelo lado palatino (Figura 16b). A porção vestibular do plano não deve sofrer nenhuma alteração considerando que ela é referência para a montagem dos dentes artificiais.
��� SHAPE \* MERGEFORMAT �
Figura 16a e b. União do plano de cera ao garfo do arco facial.
Isto feito, o conjunto (plano de cera e garfo do arco facial) é levado à boca do paciente e o arco facial é conectado ao conjunto pela introdução do garfo à “junta universal” do arco facial.
A seguir, as olivas (peças plásticas das extremidades do arco facial) são introduzidas no conduto auditivo externo e o paciente deverá segurá-lo com pressão para frente. O passo seguinte consiste na adaptação do Relacionador nasal que será fixado ao arco facial e colocado de encontro à sela do nariz. Esta manobra, dará estabilidade ao conjunto, definindo uma altura correta para o mesmo. Feito isto, e com a base de prova bem unida à área de suporte, os parafusos são apertados (Figuras 17a e b).
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Figuras 17a e b. Montagem do Arco Facial na face do paciente.
A Distância intercondilar (espaço entre os côndilos) do paciente é determinada observando-se as marcas situadas na porção anterior do arco facial. Se a linha inferior ficar entre as linhas da porção superior do arco, a largura condilar registra-se como Mediana, se permanecer do lado esquerdo ( direito do paciente ) o registro será Pequeno e do lado contrário será Grande (Figura 18).
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Figura 18. Linhas de referências que indicam a distância intercondilar.
Feito isto, o conjunto será removido cuidadosamente do paciente, afrouxando-se os parafusos laterais e central do arco.
O passo seguinte consiste em transferir ao articulador, o plano de orientação com o modelo sobreposto à base de prova. Portanto, o Articulador é um aparelho destinado a fixar os modelos, registrar as relações intermaxilares e reproduzir os movimentos mandibulares de interesse protético (Figura 19).
 
Figura 19. Partes componentes do articulador
 Para montar o modelo superior no articulador, inicialmente ajustamos a distância intercondilar do mesmo, bastando para isso que cada um dos elementos condilares seja adaptado na abertura correspondente, de acordo com a distância intercondilar do paciente, como registrado com o arco facial. Este procedimento é feito tanto para o ramo superior (Figura 20a) como para o ramo inferior do articulador (Figura 20b).
Figuras 20a e b. Ajuste da distância intercondilar no articulador.
 A seguir, as guias condilares devem ser colocadas em 30º (Figuras 21a e b) e as guias para o movimento de lateralidade (ângulo de Bennett) em 15º (Figuras 22a e b e c).
 
Figuras 21a e b. Ajuste em 30º para a trajetória condilar.
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Figuras 22a,b e c. Ajuste para o movimento de lateralidade (Ângulo de Bennett)
O articulador está agora pronto para receber o arco facial em seu ramo superior. Para isto, deve-se introduzir os orifícios existentes nas peças plásticas ( olivas ) do arco facial nos pinos do plano externo das guias condilares, no articulador (Figura 23).
Deve-se observar que o ramo superior do articulador ficará sempre sobre a barra transversal que une as duas hastes do arco facial. Isto feito, os parafusos do arco facial são apertados para prover sua imobilização. (Figura 24).
 
 Figura 23. Conexão das olivas ao articulador Figura 24. Apoio do ramo superior
Para que o modelo seja montado no articulador há necessidade de se fazer guias (indexações ) na base do mesmo, cuja finalidade é de um futuro reposicionamento do modelo no articulador. Para isto, basta desgastar o gesso do modelo em forma de “V”, sendo uma na região anterior e duas na região posterior, uma de cada lado (Figura 25).
Dessa maneira, o modelo superior é isolado com vaselina (Figura 26), posicionado firmemente à base de prova, e o gesso é vazado, proporcionando sua fixação no articulador (Figura 27).
 
 Figura 25. Guias ou indexações Figura 26. Isolamento do modelo
 
Figura 27. Modelo superior montado em articulador.
DIMENSÃO VERTICAL
Dimensão Vertical: em Prótese é qualquer medida em altura que depende da separação ou aproximação dos maxilares e podem ser:
1- Dimensão Vertical de Repouso (DVR): Também chamada de Dimensão Vertical de Postura, é a distância entre a maxila e a mandíbula quando esta se encontra em repouso. Uma definição mais completa foi proposta por NISWONGER: É a posição em coordenação recíproca dos músculos elevadores e depressores, com os dentes superiores e inferiores separados. No passado acreditava-se que esta posição mandibular fosse fixa e definida. Estudos evidenciaram que inúmeros fatores podem alterá-la, inclusive que ela não é uma posição e sim uma zona de repouso (Figura 1). Nesta posição os lábios se tocam ligeiramente, mas os dentes estão sem contato.
Figura 1. Dimensão vertical de repouso
2- Dimensão Vertical de Oclusão (DVO): Também chamada de Dimensão Vertical Morfológica, é a distância entre a maxila e a mandíbula, quando os dentes estão em contato (Figura 2).
 
Figura 2. Dimensão vertical de oclusão.
3- Espaço Funcional Livre (EFL): Também chamado de Espaço Interoclusal, é o espaço que existe entre a posição de repouso e a posição de oclusão. Em outras palavras, é a diferença entre a Dimensão Vertical de Repouso e a Dimensão Vertical de Oclusão. Estudos realizados mostraram que o Espaço Funcional Livre mede em média, de 2 a 4 mm. Como a posição de repouso é variável, admite-se também que o espaço funcional livre sofra flutuações (Figura 3).
 
Figura 3. Espaço Funcional Livre
MÉTODO PARA O REGISTRO DA DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO
No desdentado total
Existem vários métodos para o registro da DVO, todos sujeitos a críticas. O método a ser descrito aqui se baseia na DVR e é comumente chamado de Método dos dois pontos.
TÉCNICA
a) Paciente sentado na cadeira de operações em posição ortostática (com o encosto e o assento da cadeira formando um ângulo de 90º).
b) Marca-se na pele do paciente, de preferência sobre a linha mediana, dois pontos: um na ponta do nariz e o outro na base do mento.
c) Mede-se por meio de um compasso a distância entre estes dois pontos. A mandíbula do paciente deverá estar em repouso.
d) Da medida obtida, fecha-se o compasso de 2 a 4 mm, que corresponde ao espaço funcional livre (Figura 4)
DVR – EFL = DVO
Figura 4. Determinando a DVO.
e) Coloca-se na boca do paciente a base de prova superior com o plano de cera corretamente orientado (paralelo ao plano protético e a linha bipupilar) e sua superfície oclusal isolada com vaselina. Em seguida plastifica-se o plano de cera inferior, com um canivete bem aquecido (Figura 1a), e leve-o à boca pedindo ao paciente para ir fechando lentamente (Figura 1b). A cera plastificada vai sendo “amassada” enquanto o profissional observa quando as pontas do compasso coincidem com as marcas na pele do paciente. Esta coincidência significa que a mandíbula está na posição de Dimensão Vertical de Oclusão e que a altura do plano inferior esta definida. (Figuras 1c). 
 
Figuras 1a, b e c. Seqüência para determinação da DVO.
Análise do plano inferior após o Registro da DVO
Foi observado por clínicos e investigadores que após o registro da DVO, o plano decera inferior deve ter uma altura adequada para que a fisiologia da língua e da mastigação seja facilitada. Nestas condições:
A superfície oclusal do plano inferior deve estar no mesmo nível do ângulo da boca quando a mesma estiver ligeiramente aberta.
A altura do plano na região posterior deve estar de 2 a 3 mm abaixo da porção mais alta da papila retromolar.
RELAÇÃO CENTRAL
Quando existem os dentes naturais, a posição de Oclusão Central (OC) entre a mandíbula e a maxila é regida pela relação das superfícies oclusais dos dentes.
OCLUSÃO CENTRAL, portanto, é a posição normal que produz a máxima intercuspidação e o maior número de pontos de contato entre ambos os arcos dentários (superior e inferior) (Figura 1).
Figura 1. Posição de oclusão central
Ocorrendo a perda total dos dentes naturais (Figura 2), desaparece a oclusão central e a posição da mandíbula é, então, governada pelo equilíbrio entre os vários músculos que atuam sobre ela.
Na confecção de dentaduras não temos, portanto, as referências dentais para o restabelecimento do esquema oclusal de nosso paciente. É a partir do registro da Relação Central (RC) que podemos reposicionar a mandíbula no sentido ântero-posterior em relação ao crânio e, então, restabelecer o relacionamento oclusal entre a arco superior (maxila) e inferior (mandíbula). A relação central, portanto é uma posição condilar, dentro da fossa mandibular, próxima ou coincidente àquela ocupada pelo côndilo quando os dentes estavam em oclusão.
Figura 2. Desdentado total com perda da oclusão
Portanto, no dentado, as posições de Relação Central e de Oclusão Central podem apresentar uma pequena diferença de posição (não coincidência) ou serem coincidentes. Assim, no desdentado, nós registramos a relação central e a partir dela determinamos à oclusão central. Em resumo, fazemos coincidir ambas as posições, a partir da relação central (Figura 3).
Figura 3. Posição de oclusão coincidente com a Relação Central.
Existem muitas definições de Relação Central, no entanto a que é aceita pela Disciplina diz:
“É a posição mais posterior, não forçada, dos côndilos na cavidade articular, a partir da qual, movimentos de lateralidade podem ser realizados, em uma dimensão vertical dada”. Esta posição pode ser determinada através de:
Registros Gráficos: extra ou intra-oral;
Registro em cera ou Direto;
Registros Fisiológicos ou Funcionais: Deglutição, Fonética, Levantamento da língua.
 O método utilizado pela disciplina é o de Registro Gráfico extra-oral associado aos métodos fisiológicos.
REGISTRO GRÁFICO EXTRA-ORAL
Os dispositivos de registro extra-oral da Relação Central compõem-se de duas peças: uma pua registradora (Figura 4a), e uma plataforma ou placa de registro (figura 4b).
 Figura 4a e b. Dispositivos para o registro extra-oral da RC.
A pua registradora é composta por um pino móvel no sentido de seu longo eixo e está sob a ação de uma mola que o pressiona contra a plataforma de registro. Esta, por sua vez, é constituída de uma lâmina metálica provida de duas hastes ligeiramente curvas e móveis, para a adaptação à superfície vestibular do plano de cera inferior.
A pua registradora é fixada à superfície vestibular do plano de orientação superior de tal forma que o pino inscritor fique ao nível da linha mediana (Figura 5a) e toque a plataforma de registro. A plataforma de registro é instalada, da mesma forma, no plano inferior (Figura 5b).
 Figura 5a e b. Instalação dos dispositivos nos planos superior e inferior.
Após a montagem do aparelho, coloca-se sobre a plataforma de registro, uma fina camada de cera azul, para dar contraste, e a operação seguinte é executada na boca do paciente (Figura 6).
 Figura 6. Aplicação da camada de cera azul.
As bases de prova, com seus planos de orientação e o aparelho de registro fixado aos mesmos, são levados à boca observando-se o contato pino-plataforma. Solicita-se ao paciente para executar movimentos de lateralidade esquerda e direita e o movimento de protrusão. À medida que os movimentos são executados, o pino inscritor registra, na superfície da plataforma, um gráfico denominado de “Arco gótico”. O traçado produzido pela pua revela quando a mandíbula está em relação central com a maxila (Figura 7).
Figura 7. Traçados produzidos pelos movimentos mandibulares.
O vértice do arco gótico, bem definido, assinala a posição mais posterior não forçada dos côndilos na cavidade articular.
Um vértice arredondado do arco gótico significa que o paciente fez movimento de lateralidade com ligeira protrusão (Figura 8a). Outras vezes o ápice do arco gótico apresenta-se confuso. Isto pode ser motivado por folga do pino inscritor no tubo, ou então, bases de prova que se movimentam sobre os rebordos (Figura 8b), daí a necessidade de serem bem adaptadas. Muitas vezes o paciente não consegue inscrever o arco gótico em virtude de interferências provocadas pelos planos de cera ou pelas bases de prova (Figura 8c). Pode ocorrer, ainda, dificuldades por parte do paciente em movimentar a mandíbula. Às vezes, um treinamento prévio pode sanar esta limitação do paciente, porém em outras circunstâncias há necessidade da associação de outros métodos para obtenção e registro da RC. 
 Figuras 8a,b e c. Arcos góticos que não definem a RC.
FIXAÇÃO DOS PLANOS DE ORIENTAÇÃO
Após a obtenção de um arco gótico com o ápice bem definido, solicita-se ao paciente permanecer firme na posição e procede-se à fixação dos planos entre si, por meio de grampos metálicos (dois de cada lado) ao nível dos pré-molares (Figura 9). Retira-se o conjunto da boca e em seguida transfere-se ao articulador.
Figura 9. Fixação dos planos com grampos metálicos.
MONTAGEM DO MODELO INFERIOR NO ARTICULADOR
Com o modelo superior já montado no articulador com o auxílio do arco facial, monta-se agora o modelo inferior.
O modelo inferior é convenientemente tratado fazendo-se as indexações e isolando a base do mesmo com vaselina sólida e a seguir realiza-se sua montagem com uma quantidade suficiente de gesso pedra (em geral 100g X 30cc de H20). É recomendável colocar um elástico passando pelos ramos superior e inferior do articulador para evitar alteração devido à expansão de presa do gesso (Figura 10).
 
 Figura 10. Vazamento de gesso para fixação do modelo inferior no articulador.
MOVIMENTOS MANDIBULARES E AJUSTES DO ARTICULADOR
Oclusão: É o contato entre os dentes superiores e inferiores, quando a mandíbula está numa posição estática.
Oclusão central: É quando ocorre o maior número de pontos de contato entre os dentes superiores e inferiores, estando a mandíbula numa posição estática. Todas as oclusões que não sejam a Central, são denominadas de Oclusão Excêntrica.
Oclusão Balanceada ou Equilibrada: Vem a ser qualquer posição estática da mandíbula, em que ocorrem pelo menos três pontos de contato entre os dentes superiores e inferiores, sendo um anterior e dois posteriores, um de cada lado.
Articulação: É qualquer contato entre os dentes superiores e inferiores, quando a mandíbula está em movimento.
Articulação Balanceada: É quando ocorrem em qualquer movimentação da mandíbula (protrusão ou lateralidade), pelo menos três pontos de contato, sendo um anterior e dois posteriores, um de cada lado.
Articulador: É a representação mecânica da articulação têmporomandibular. Quando ajustado de acordo com os movimentos mandibulares do paciente, ele aproxima-se muito mais da realidade.
Curva de Compensação: Como o próprio nome diz, é uma curva que será impressa durante a montagem dos dentes artificiais para compensar o descenso da mandíbula, decorrente da inclinação da vertente anterior do osso temporal, nos movimentos protrusivos (Ver o capítulo montagem dos dentes).
7.1- Curva Ântero-posterior ou de Spee: É a curva ântero-posterior bem definida, descrita na face oclusal dos dentes do arco inferiornatural (cúspide do canino a cúspide vestibular dos pré-molares e molares) cujo prolongamento coincide com a inclinação da vertente posterior da eminência do osso temporal (Figura 1)
Figura 1. Curva de Spee, que ocorre em bocas dentadas.
7.2- Curva Látero-lateral ou de Monson: Curva de Monson: é a curva de oclusão na qual as cúspides e bordas incisais dos dentes inferiores tocam ou se conformam a um Segmento de uma esfera, com 8 polegadas de diâmetro, cujo centro se localiza na glabela (Figura 2).
 
Figura 2. Curva de Monson
7.3- Curva de Wilson: Linha imaginária, no plano frontal, que toca os vértices das cúspides vestibulares e linguais dos dentes posteriores inferiores e superiores de um lado até os vértices das cúspides linguais e vestibulares do lado oposto (Figura 3)
Figura 3. Curva de Wilson
Trajetória Sagital da cabeça da mandíbula: É a trajetória percorrida pela cabeça da mandíbula, no interior da fossa mandibular, de cima para baixo e de traz para frente, iniciando-se na posição de relação central, até mais ou menos 4 mm de protrusão (Figura 4).
Figura 4. Trajetória Condílica Sagital.
Ângulo de Bennett: É formado quando a mandíbula executa um movimento lateral. Um dos côndilos sofre pequeno deslocamento ou rotação em torno de um eixo virtual (lado de trabalho) chamado de “Movimento de Bennett” enquanto que o outro sai da fossa mandibular, dirigindo-se para baixo, para frente e para dentro (lado de balanceio). O ângulo formado no lado de balanceio, em relação ao plano horizontal é denominado de “Ângulo de Bennett” (Figura 5)
Figura 5. Movimento de lateralidade: Côndilo de balanceio = Â Bennett.
Trajetória Incisiva: É a trajetória percorrida pela borda incisal do incisivo central inferior na face palatina do incisivo central superior, durante o movimento de protrusão da mandíbula (Figura 6).
Figura 6. Trajetória Incisiva.
	Na construção de dentaduras, um dos objetivos do profissional é estabelecer uma oclusão e articulação balanceadas.
Vamos inicialmente ajustar a guia condilar do articulador, que representa a trajetória sagital da cabeça da mandíbula, também chamada de Trajetória Condílica do paciente. 
Sua média é de 33º, mas através de movimento de protrusão do paciente, podemos graduar o articulador de acordo com a inclinação da fossa mandibular do mesmo (Figura 7). Nesse movimento de protrusão, se os planos de orientação estiverem paralelos ao plano protético (como devem estar), eles perderão o contato na parte posterior, ocorrendo então o que chamamos de “Fenômeno de Christensen”, que vem a ser o espaço formado entre os planos superior e inferior nessa região. Esse espaço é proporcional à inclinação da trajetória condílica do paciente. Para que o fenômeno de Christensen não ocorra, é necessário o estabelecimento da “Curva de Compensação”. Se a trajetória condílica fosse reta (1 e 2) esse fenômeno não ocorreria.
 
Figura 7. Ajuste da Trajetória Condílica Sagital
O mesmo fenômeno ocorre no movimento de lateralidade da mandíbula, na ocasião em que registramos o ângulo de Bennett. Se essa trajetória no sentido látero-lateral fosse reta, este fenômeno também não ocorreria (1 e 2). No laboratório, fixamos esse ângulo em 15º no articulador, que representa a sua média (Figura 8).
 
 
Figuras 8. Ajuste da trajetória Condílica Lateral (Bennett).
Precisamos ainda determinar, no articulador, a inclinação ântero-posterior da mesa incisal, a qual depende da reabsorção do rebordo mandibular do paciente.
Um rebordo muito reabsorvido torna a prótese instável durante a movimentação possibilitando seu deslocamento. Portanto necessitamos de dentes com cúspides baixas para evitar o toque de ponta de cúspides. Assim, a mesa incisal do articulador deve receber uma graduação baixa ou zero.
Numa reabsorção média, caso do nosso modelo de laboratório, graduamos a mesa incisal em 10º. 
Observamos no exemplo acima que se tivermos uma inclinação da trajetória condílica sagital em 30 graus, e a inclinação das cúspides dos dentes em 30 graus (Figura A), a mesa incisal deverá ser graduada em 30 graus. Mas, se tivermos uma inclinação da trajetória condílica em 30 graus e a inclinação das cúspides dos dentes em 20 graus, a inclinação da mesa incisal será a média ou seja, 20 graus (Figura B).
Na Figura C observamos que para cúspides em zero grau, mesmo com trajetória condilar em 30 graus, a inclinação da mesa incisal será sempre zero grau acentuando a curva de compensação.
Quanto menor a reabsorção do rebordo ósseo alveolar, maior poderá ser a inclinação da mesa incisal (Figura 9). Ainda temos que determinar a inclinação latero-lateral da mesa incisal que dependerá da altura das cúspides dos dentes que serão utilizados. Da mesma forma que a inclinação ântero-posterior, quando se utiliza dentes com cúspides zero grau, a inclinação lateral da mesa será também zero e assim por diante (Figura 10).
 
 
 
MONTAGEM DOS DENTES ARTIFICIAIS
Os dentes anteriores assumem uma importância muito grande no que se refere a estética, a fonética, e a parte mecânica (oclusão). Nestas condições, para uma montagem adequada, alguns princípios básicos deverão ser levados em consideração:
Linha mediana: Corresponde ao plano sagital do paciente e ela é demarcada no plano de cera no momento da seleção dos dentes artificiais. Divide a face em duas metades iguais, desde que sejam proporcionais.
Suporte para os lábios: A fim de que o suporte para os lábios seja satisfatório, os dentes artificiais devem ser montados “exatamente” nos locais que eram ocupados pelos dentes naturais. Ponto importante que deve ser considerado é que o suporte para o lábio é dado não pelo bordo incisal, mas pela parte média da face vestibular do dente (A,B,C eD). A Papila incisiva é uma referência bastante significativa para a montagem do incisivo central superior. Quando os dentes naturais anteriores superiores estão presentes, a papila incisiva é localizada ligeiramente atrás dos mesmos. Após as extrações dos dentes anteriores, em consequência do processo de reabsorção óssea, a papila incisiva passa a ocupar uma posição sobre o rebordo, evidenciando dessa maneira, maior reabsorção da parte vestibular do alvéolo dental. Desde que a reabsorção não tenha sido muito grande ela passa a ser referência para o posicionamento dos incisivos centrais
A) Dente natural em posição. B) Dente extraído. C) Dente artificial. E) Raiz imaginária
POSIÇÃO, ALINHAMENTO E DISPOSIÇÃO DOS DENTES ARTIFICIAIS
Segundo SAIZAR, é possível distinguir sob a denominação genérica de alinhamento, três elementos que definem a situação dos dentes ao formarem o arco; elementos que podem variar independentemente uns dos outros e que são chamados de:
Posição- É a situação do conjunto de órgãos dentais no espaço, em relação com os lábios, nariz, comissuras e dentes antagonistas. Em outras palavras, é a posição do arco dental relacionado com a fisionomia. Assim, cada dente tem seu lugar reservado (figura 1).
Figura 1. Posição do incisivo central.
Alinhamento- Refere-se à forma do arco dental que se obtêm após a montagem dos dentes. Ao dispor os dentes, observar o alinhamento, que deve acompanhar a forma do rebordo alveolar. Assim, em um rebordo triangular, por exemplo, os dentes deverão dispor-se de tal forma que resulte em um arco dental triangular quando observar o arco dental superior pela face oclusal (Figura 2).
Figura 2. Alinhamento observado pela face oclusal
Disposição- Refere-se à situação individual de cada dente na arcada. No estudo da disposição dos dentes devemos analisar inicialmente a questão da sequência de colocação dos dentes para depois estudarmos os problemas de disposição propriamente dita. Assim, observamos na figura 3 que a disposiçãodo canino apresenta seu eixo cervico-oclusal mais inclinado que os demais dentes.
Figura 3. Disposição do canino.
Existem várias maneiras de iniciarmos a montagem dos dentes artificiais de uma dentadura. Alguns autores recomendam a montagem dos dentes do hemiarco superior e depois do hemiarco inferior do lado correspondente. Posteriormente do hemiarco antagonista desse lado. Outros autores recomendam inicialmente a montagem dos seis dentes superiores e inferiores, estabelecendo o trespasse horizontal e vertical para o caso. Após a prova, na boca do paciente, completa-se a montagem dos dentes posteriores. 
A técnica a ser descrita aqui, para a montagem dos dentes anteriores superiores, proporciona um arranjo padronizado para as dentaduras. Conhecendo-se a posição, alinhamento e disposição dos dentes, é possível com o tempo e a experiência, tentar estabelecer uma individualização na montagem, fugindo dessa forma de padronização.
MONTAGEM DOS DENTES ANTERIORES SUPERIORES
INCISIVO CENTRAL SUPERIOR
Retira-se do plano superior uma porção de cera correspondente ao tamanho do incisivo central superior, tendo-se como referência a linha mediana inscrita no mesmo.
Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente, de tal modo que a face mesial do mesmo tangencie a linha mediana (Figura 4).
- O incisivo central será colocado de modo a ficar:
Ligeiramente inclinado para vestibular (vista lateral)
Bordo incisal descansando exatamente sobre a superfície do plano de orientação inferior.
Com seu longo eixo na posição vertical (vista frontal).
 
Figura 4. Montagem do Incisivo Central.
INCISIVO LATERAL SUPERIOR
Retira-se do plano superior uma porção de cera correspondente ao tamanho do dente, tendo-se como referência a face distal do incisivo central superior.
Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente (Figura 5).
- O incisivo lateral será colocado de modo a ficar:
a) Colo ligeiramente mais deprimido que o central (+ p/ dentro)
b) Bordo incisal ligeiramente mais elevado que o central (ñ toca o plano)
c) Seu longo eixo ligeiramente inclinado para mesial.
Figura 5. Montagem do Incisivo Lateral
CANINO
Retira-se do plano superior etc...
Plastifica-se a cera no espaço deixado e fixa-se o dente (Figura 6).
- O canino será colocado de modo a ficar:
a) Vértice da cúspide deverá situar-se ao nível do plano de orientação inferior (tocando-o ou ligeiramente a baixo)
b) Visto pela face vestibular, seu longo eixo deverá estar ligeiramente inclinado para mesial 
c) Visto pela face mesial, o seu longo eixo deverá estar ligeiramente inclinado para a região palatina de tal forma que a porção cervical apareça mais volumosa. Isto caracteriza a bossa canina.
d) Olhando-se a prótese pela frente, somente será visível a metade mesial de sua face vestibular.
 
Figura 6. Vista frontal e lateral da montagem do canino.
Após a montagem dos seis dentes anteriores teremos a seguinte configuração:
 
MONTAGEM DOS DENTES POSTERIORES SUPERIORES
Tal como os dentes anteriores superiores, para a montagem dos dentes posteriores superiores há necessidade de referências para que os dentes possam ser montados no plano de cera convenientemente, para executarem seu trabalho funcionalmente. Assim, dois fatores devem ser considerados, ou sejam:
Linha principal do esforço mastigatório
Curva de compensação
LINHA PRINCIPAL DO ESFORÇO MASTIGATÓRIO
A montagem dos dentes posteriores superiores, deve ser feita de maneira tal que os mesmos fiquem sobre a crista do rebordo alveolar. Para que isto aconteça precisamos traçar uma linha, no modelo inferior, sobre a crista do rebordo ósseo alveolar. Esta linha deve iniciar-se do centro da papila retromolar em direção anterior, abrangendo a maior extensão em linha reta (Figura 7).
 
 Figura 7. Traçado para a Linha Principal do esforço Mastigatório.
Esta linha traçada no modelo é agora transportada para o plano de cera inferior, com o auxílio de uma régua flexível. Os dentes serão então montados de maneira tal que as cúspides palatinas fiquem exatamente sobre esta linha. Com este artifício, as forças transmitidas pelos dentes posteriores superiores incidirão exatamente sobre a crista do rebordo ósseo alveolar inferior, fazendo com que elas sejam absorvidas sem prejuízo ao osso dando maior estabilidade às próteses quando em função.
CURVA DE COMPENSAÇÃO
Como o plano de orientação superior foi construído paralelo ao plano Protético, quando o paciente executa o movimento de protrusão os planos perdem contato na região posterior, formando um espaço que é chamado de “Fenômeno de Christensen”. Isto ocorre em virtude da inclinação da cavidade articular no sentido de trás pra frente e de cima para baixo.
Na construção das dentaduras artificiais devemos sempre evitar que haja formação deste espaço, pois se o mesmo ocorrer, as próteses podem perder a estabilidade e o paciente não conseguir usá-la. Por este motivo, devemos utilizar um artifício que compense este espaço formado. Para tal, os dentes deverão ser dispostos em uma curva no sentido ântero-posterior, chamada de “Curva de compensação” (Figura 8)
O mesmo fenômeno ocorre durante os movimentos de lateralidade. Em virtude da inclinação da cavidade articular no sentido lateral (de cima para baixo e de fora para dentro), os planos perdem contato entre si. Assim sendo, não há possibilidade de se conseguir estabilidade para a dentadura. Por este motivo, os dentes são dispostos de maneira tal a compensar este espaço com o fim de prover uma Articulação bilateral balanceada (Figura 8).
 
Figura 8. Curvas de compensação lateral e ântero-posterior
Existem dois métodos para o estabelecimento da Curva de Compensação: o Fisiológico e o Mecânico.
No método Fisiológico, o próprio paciente individualiza esta curva. Para isto, são abertas canaletas, uma no plano de orientação superior e outra no plano de orientação inferior, e ambas são preenchidas com uma mistura de pó abrasivo. Os planos são levados à boca do paciente e o mesmo executa movimentos de lateralidade e de protrusão. Pelo desgaste dos planos individualizar-se-á, a Curva de compensação. A seguir, os dentes são montados em relação a esta curva estabelecida.
No método Mecânico, (adotado pela disciplina), o estabelecimento da Curva de Compensação é dado pela inclinação dos dentes no sentido vestíbulo-palatino e mésio-distal, que se inicia no 1º molar superior. Assim, a técnica para a montagem dos dentes posteriores superiores é a seguinte:
PRÉ-MOLARES SUPERIORES
 Os pré-molares são colocados de modo a ficarem:
o seu longo eixo na vertical
as cúspides vestibulares e palatinas tocam o plano inferior
faces vestibulares ao nível do canino ou ligeiramente para dentro
cúspides palatinas sobre a linha principal de esforço mastigatório.
 
Figura 9. Montagem dos Pré-molares Superiores.
MOLARES SUPERIORES
 Os molares são colocados de modo a ficarem:
suas cúspides palatinas deverão incidir sobre a linha principal do esforço mastigatório
o 1º molar situar-se-á em contato com o plano oclusal inferior, somente por sua cúspide mésio-palatina. Inicia-se aqui a curva de compensação. A cúspide mésio-vestibular distará 0,5 mm aproximadamente do plano oclusal e a disto-vestibular a quase 1 mm.
O 2º molar acompanha a inclinação do 1º molar, porém suas cúspides vestibulares são mais altas em relação ao plano oclusal inferior. Levantam-se para trás, em direção às cabeças da mandíbula completando a Curva de Compensação.
 
Figura 10. Montagem dos Molares superiores.
MONTAGEM DOS DENTES POSTERIORES INFERIORES
A ordem de montagem dos dentes inferiores varia segundo os autores. Tamaki inicia pelos incisivos e segue, pela ordem, para posterior. Saizar, e a Disciplina de Prótese Total, depois de concluída a montagem dos dentes superiores, iniciam pelo primeiro molar inferior, já que esse dente, na dentiçãonatural, é considerado (segundo Angle) a chave de oclusão.
	Marcam-se na cera, no plano de orientação inferior, com o articulador fechado, dois traços: um ao nível da cúspide vestibular do segundo pré-molar superior, e outro ao nível da cúspide disto-vestibular do primeiro molar superior, que corresponde ao posicionamento do primeiro molar inferior. Observar, pela foto, que foi removido a metade do plano de cera, para que o menor volume facilite a montagem. Plastifica-se a cera na região compreendida entre os dois traços, prende-se o primeiro molar inferior com cera plastificada, e fecha-se o articulador cuidadosamente, para que a pressão de fechamento faça chegar o molar em oclusão central; observando se a cúspide mésio-vestibular incide no centro das cristas marginais proximais do segundo pré-molar e primeiro molar superior e se a cúspide disto-vestibular do molar inferior incide sob a fossa principal do molar superior (Figura 11).
 
 
Figura 11. Montagem do primeiro Molar Inferior de ambos os lados
Montado o molar de um lado, monta-se o do lado oposto seguindo o mesmo procedimento. Segue-se, agora, o ajuste da mesa incisal. Inicialmente ela é inclinada no sentido sagital, de 0º a 20º dependendo da reabsorção do rebordo. Esta inclinação é determinada pelo profissional e corresponde à inclinação da trajetória incisiva. Para rebordos muito reabsorvidos a inclinação ântero-posterior deverá ser diminuída podendo chegar até 0º (neste caso usamos dentes artificiais sem cúspides ou dentes 0º).
As aletas laterais da mesa incisal são levantadas, para compensar a altura da cúspide, se houver, movimentando-se lateralmente o ramo superior do articulador. Leva-se o ramo superior do articulador para a direita, mantendo o contato do dente superior com o dente inferior e inclina-se a aleta esquerda até que o pino guia incisal toque a mesa novamente (Figura 12). 
 
 
 Figura 12. Movimentos para o ajuste da Mesa Incisal.
Procede-se igualmente para o outro lado (quando a montagem dos dentes inicia-se pelos incisivos a mesa incisal é ajustada, no sentido transversal, pelas vertentes dos caninos). Acertada a mesa nos dois planos voltamos a movimentar o ramo superior do articulador em lateralidade direita, esquerda e, agora, também no sentido de protrusão para verificarmos se os dentes mantêm contato por suas cúspides a fim de se conseguir uma oclusão bilateral balanceada.
Na posição de trabalho, as cúspides vestibulares superiores e inferiores tocam-se, ocorrendo o mesmo com a palatina superior e a lingual Inferior. Na posição de balanceio, a cúspide palatina superior deverá tocar a vestibular inferior. Na posição de protrusão as cúspides vestibulares e linguais dos dentes inferiores tocam as cúspides vestibulares e linguais dos dentes superiores ao mesmo tempo, porém mais a frente. Considerada satisfatória a montagem dos primeiros molares inferiores passaremos a montar os segundos molares, e depois, os segundos pré-molares, com o mesmo procedimento, tendo-se o cuidado de movimentar o ramo superior do articulador, sempre após a montagem de cada dente, nas três situações já descritas. Ocorre, às vezes, que para conseguir bom “engrenamento” dos dentes nas suas excursões de lateralidade e protrusão, temos a necessidade de movimentar o dente superior já montado, ou mesmo desgastar com uma broca esférica nº 8 ou 10, determinada vertente de cúspide para conseguir o contato desejado.
MONTAGEM DOS DENTES ANTERIORES INFERIORES
INCISIVOS CENTRAIS
face mesial toca a linha mediana
face vestibular acompanha o contorno do plano de cera
longo eixo na vertical
não tocam os incisivos mesiais superiores quando as dentaduras estão em oclusão central (Figura 13)
Durante a montagem dos incisivos centrais inferiores realizam-se movimentos protrusivos e laterais, para observar os contatos que devem ocorrer com os incisivos superiores (Figura 14).
 
Figura 13. Montagem dos incisivos centrais inferiores em oclusão.
 
Figura 14. Movimentos protrusivos com contacto nos superiores.
INCISIVOS LATERAIS
face mesial mantem contato com a distal dos centrais
face vestibular acompanha o contorno do plano de orientação
longo eixo na vertical
não tocam os superiores em oclusão central.
CANINOS
face mesial contatando a face distal do lateral
cúspide localizada na linha do ponto de contato do incisivo lateral e do canino superior
longo eixo, no sentido mésio-distal, ligeiramente inclinado para mesial e no sentido vestíbulo lingual, perpendicular ao plano oclusal.
 
Figura 15. Montagem dos caninos inferiores
PRIMEIROS PRÉ-MOLARES
em altura não deverá ultrapassar o canto da boca
longo eixo na vertical
deverá ser o ultimo dente a ser montado, permitindo assim um ajuste oclusal correto e evitando apinhamento dos dentes anteriores
quando necessário, devemos desgastar sua face mesial.
 
Figura 16. Montagem dos pré-molares inferiores.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES PARA A MONTAGEM DOS DENTES ANTERIORES
Os dentes anteriores mandibulares raramente se apresentam regularmente ou simetricamente. Variações gerais, somadas a desgaste dos bordos incisais melhoram sua aparência estética.
OVERBITE (TRESPASSE VERTICAL): diz respeito ao espaço existente entre a superfície incisal do incisivo superior e a incisal do incisivo inferior, em oclusão. Para casos práticos de dentaduras não deve exceder um milímetro e, em muitos casos será reduzido além deste limite. No entanto este trespasse vai depender da altura das cúspides dos dentes posteriores que durante a movimentação protrusiva separa mais ou menos os dentes anteriores. Os dentes anteriores (superiores e inferiores) nunca devem estar em contato quando as dentaduras estão na boca, em oclusão central. É preferível articulá-los de modo que somente haja contato em lateralidade e protrusão.
OVERJET (TRESPASSE HORIZONTAL): diz respeito à relação horizontal que existe entre os dentes superiores e inferiores ou seja, a distância entre a superfície palatina do incisivo superior e a vestibular do inferior. Varia consideravelmente conforme a relação horizontal dos rebordos (Figura 17).
Figura 17. trespasses vertical e horizontal
DESGASTES DOS DENTES: Às vezes há necessidade de desgastarmos os dentes para que possamos montá-los adequadamente, em especial os anteriores. Os desgastes feitos sem conhecimento ou com descuido podem determinar a perda da estética dos dentes. Colocar mais para trás ou mais para cima, sem diminuir o comprimento da superfície vestibular é o objetivo deste desgaste.
A Figura 18 ilustra as áreas que podem ser desgastadas. Em A, uma quantidade média de desgaste; em B, grande quantidade (só pode ser realizada quando utilizamos dentes plásticos). Os dentes de porcelana não admitem este desgaste.
Figura 18. Desgastes que podem ser efetuados.
Além da classe I, ou relação normal entre os rebordos, existem pacientes cuja relação entre os rebordos é classe II ou retrusão mandibular ou ainda classe III ou protrusão mandibular 
Na classe II, o trespasse horizontal entre os dentes anteriores é bastante aumentado dificultando assim o contato anterior na articulação (Figura 19)
Na montagem dos dentes posteriores podemos suprimir o primeiro pré-molar inferior, isto porque na classe II, a extensão do maxilar é bem maior do que a extensão da mandibula, e consequentemente na mandíbula, haverá falta de espaço.
Na classe III, o contato entre os dentes anteriores será topo a topo, isto é, não existe nem trespasse vertical e nem trespasse horizontal.
Às vezes a classe III é tão acentuada que é necessário que o trespasse horizontal e vertical seja invertido (Figura 20).
 
Figura 19. Classe II de oclusão Figura 20. Classe III de oclusão
A relação entre os dentes posteriores poderá ser normal ou cruzada, dependendo logicamente do tamanho da mandíbula em relação à maxila, principalmente de sua largura. Quando a mandíbula é bem mais larga que a maxila,nós precisamos montar em mordida cruzada, isto é, a cúspide vestibular do molar superior, se contata com o sulco principal do molar inferior (Figura 20). 
ESCULTURA DAS BASES DE DENTADURAS
Material necessário:
Lamparina à álcool
Espátulas: 7, 31 e Le Cron
Cera rosa nº 7
Enceramento
	Denomina-se enceramento o procedimento de laboratório, mediante o qual se da forma e volume às bases gengivais protéticas com o auxílio de cera rosa.
Em primeiro lugar, as bases de prova são fixadas aos modelos usando cera fundida depositada ao longo das bordas das mesmas.
Esta operação deve ser feita preferencialmente no articulador e os dentes de ambos os arcos devem estar em contato oclusal. A seguir, removem-se os modelos do articulador e completa-se o enceramento, por vestibular e por lingual. A cera, por vestibular, deverá recobrir em torno de 1/3 do dente (Figura 1).
A forma das superfícies, vestibular superior e inferior e a lingual inferior deve favorecer a retenção dirigindo as forças dos músculos e dos tecidos (figuras 5a e 5b).
Figura 1. Enceramento das bases das dentaduras.
	3-Delimitação dos colos
No primeiro recorte não devemos nos importar com precisão de detalhes. Fazemos apenas uma delimitação aproximada do colo de todos os dentes começando pelo último dente de um lado e terminando no último do outro lado.
Com o auxílio de uma espátula Le Cron, bem afiada, formando um ângulo de 45º com a superfície do dente, recortamos os colos dos dentes (Figura 2).
 
 
 Figura 2. Delimitação dos colos.
	4-Escultura
Não existem regras definidas para a escultura das bases das dentaduras. Cada profissional segue a sua própria orientação colocando em prática o seu senso artístico e as suas idéias sobre estética. Para os que se iniciam nesta prática, algumas indicações podem servir de base para esta orientação.
Após o endurecimento da cera faz-se, como já foi descrito, o recorte inicial dos colos dos dentes. As papilas interdentais são importantes na qualidade estética da dentadura terminada. Por ser área propícia à retenção de restos alimentares, deve ser recortada com muito cuidado. As papilas devem ser convexas, e preencher os espaços interdentais. O recorte na zona das papilas deve ser feito de tal forma a refletir a idade do paciente, já que as papilas mais longas e delgadas estão associadas com os jovens enquanto as mais curtas se associam com a idade mais avançada (Figura 2).
Na sequência, com o auxílio da espátula nº 7 (sua parte mais estreita) ou do Le Cron, são feitas marcas triangulares na superfície da base de prova, para indicar o comprimento e a largura das raízes, lembrando que o canino superior tem sua raiz mais comprida; o lateral mais curta e o central média. Os posteriores variam em altura entre si. Na base de prova inferior, a raiz do canino é mais longa, a do lateral média e a do central mais curta (Figura 3).
 
Figura 3. Delimitações das raízes.
A seguir, com a parte mais larga da espátula nº 7 escavamos a cera dos espaços entre os triângulos, dando forma às raízes (Figura 8).
 
 Figura 4. Colos e raízes delimitados
Na superfície palatina os colos são delimitados e a cera é alisada (Figura 2). A superfície lingual inferior deve ser côncava, sem levar a concavidade abaixo do bordo lingual dos dentes. A concavidade permite um melhor assentamento da língua, melhorando a estabilidade da dentadura (Figura 5a e b).
Figura 5a e b. Concavidade da área lingual.
 
Figura 5b. Delimitação dos colos e término da escultura.
A delimitação final dos colos é executada e dependendo da idade do paciente estes variam em altura.
Esculpidos todos os detalhes anatômicos, damos acabamento às bases de prova com o auxílio da chama da lâmpada à álcool ou algodão embebido em benzina.
Podemos picotar a superfície vestibular com a ajuda de uma escova de dente, o que dá um aspecto mais natural à dentadura terminada (casca de laranja). Isto permite que a reflexão da luz seja pequena e o brilho do acrílico mais natural na presença da saliva (Figura 6). Para pacientes com higiene bucal precária, não se aconselha o picotamento.
 
Figura 6. Picotamento da superfície vestibular.
Como acabamento final, limpam-se os resíduos de cera da região dos sulcos gengivais e principalmente dos dentes.
INCLUSÃO EM MUFLA E POLIMERIZAÇÃO DAS BASES
Introdução
	Para iniciarmos a inclusão das dentaduras em mufla devemos proceder a fixação das bases de prova superior e inferior aos seus respectivos modelos (Figura 1). 
 
 
Figura 1. Fixação das bases de prova aos modelos.
Figura 2. Partes constituintes da mufla.
Mufla ou hemi-mufla inferior, onde colocamos o modelo.
Contra-mufla ou hemi-mufla superior, onde são fixados os dentes quando removida a cera.
tampa que, evidentemente serve para fechar a mufla, permitindo a prensagem.
Inclusão em mufla
A inclusão em mufla é uma operação que se processa da seguinte maneira:
2.1- Isolamos o modelo com vaselina
2.2- Selecionamos uma mufla de tamanho adequado, de modo a conter o modelo com relativa folga.
2.3- Testamos o tamanho colocando o modelo na hemi-mufla inferior. O modelo deverá deixar espaços nas laterais para o gesso (figura 2.2)
2.4- A altura é observada adaptando-se a hemi-mufla superior.
 
Figura 3. Preparo e início da inclusão em mufla.
As superfícies incisais e oclusais deverão estar abaixo das bordas da hemi-mufla superior (figura 2.4) com suficiente espaço para uma boa espessura de gesso, evitando assim, deslocamento dos dentes no ato da prensagem.
2.5- Preparamos uma porção de gesso comum. Normalmente 100gr são suficientes. Colocamos 50 c/c de água no gral de borracha, adicionamos o gesso e espatulamos convenientemente.
2.6- Colocamos o gesso preparado na hemi-mufla inferior e sobre o mesmo vamos adaptar o modelo com a dentadura nele fixada (a). O modelo deverá ficar centralizado e contornado por uma camada de gesso relativamente espessa, para oferecer resistência às operações subseqüentes, impedindo fraturas e deslocamento, e, ainda, evitando o contato da resina acrílica com as paredes da mufla. Apenas o modelo ficará preso ao gesso (b). A dentadura permanecerá livre de contato com o mesmo. As retenções devem ser evitadas para que, futuramente, na abertura da mufla, não haja fratura do modelo (c). Observar os espaços suficientes da contra-mufla (d). Aguardamos a presa do gesso.
 
 
Figura 4. Inclusão na hemi-mufla inferior.
2.7- Após a presa do gesso, Isolamos toda a sua superfície com vaselina.
2.8- Colocamos a hemi-mufla superior e preparamos mais uma porção de gesso pedra (150g de gesso por 48 c/c de água).
2.9- Com o auxílio de um vibrador, colocamos o gesso preparado até as superfícies incisais e oclusais dos dentes, cobrindo-as (Figura 5).
 Figura 5. O gesso pedra é vertido até a superfície incisal e oclusal dos dentes 
Observações: Podemos, após o isolamento citados no item 2.7, fazer uma muralha de gesso pedra sobre os dentes com o auxílio de um pincel pêlo de camelo nº 10 e após a presa inicial, preenchemos a hemi-mufla superior com gesso comum. Pode ser usado também, silicones especiais para o revestimento dos dentes e base da dentadura (. Este produto tem como vantagem a facilidade da abertura da mufla e a recuperação da prótese totalmente isenta de gesso) (Figura 6).
Figura 6. Revestimento dos dentes e base com silicone, para preenchimento com gesso pedra.
2.10- Após a presa inicial do gesso pedra, completamos o preenchimento da hemi-mufla com o mesmo gesso ou gesso comum (Figura 7)
2.11- Finalmente, fechamos a mufla.
2.12- A seguir levamos a mufla à prensa e aguardamos a presa final do gesso (Figura 8)
 
 Figuras 7 e 8. Complementação com gesso comum e prensagem.
Os procedimentos para a inclusãoda prótese inferior são os mesmos daqueles descritos para a prótese superior. Deve-se levar em consideração, com muito mais rigor, os alívios para evitar fraturas no momento da abertura da mufla (Figura 9).
Figura 9. Alivio das retenções mecânicas.
3- Abertura da mufla e remoção da cera.
A mufla é colocada num recipiente com água fervente. Cinco minutos são suficientes para a plastificação conveniente da cera. Retiramos a mufla e abrimos a mesma. Removemos a base de prova, e a cera é eliminada com água em ebulição. Os resíduos de cera podem ser eliminados com detergente e, após isto, fazemos uma lavagem final com água fervente.
O caso apresentar-se-á da seguinte forma:
Na hemi-mufla inferior, estará preso o modelo funcional e na hemi-mufla superior, os dentes (Figura 10).
 
Figura 10. Muflas abertas e limpas
4- Isolamento
4.1- Modelo
É totalmente isolado, usando-se para isto uma substância líquida – sabão líquido ou isolante à base de alginato (Cel Lac). O isolamento é feito também sobre o gesso que circunda o modelo, com um pincel nº10.
4.2- Gesso da hemi-mufla superior
Com o pincel, isolamos com cuidado a região onde estão presos os dentes, sem incluí-los. Quando utilizamos o revestimento, caso da fotografia, não há necessidade de isolar a área envolvida pelo silicone (Figura 11).
 
Figura 11. Isolamento da área do modelo e molde.
5- Polimerização
5.1- Manipulação do acrílico
A preparação da Resina Acrílica Termo Polimerizável consiste na mistura do monômero com o polímero, até a completa saturação deste.
	Num pote com tampa colocamos uma porção suficiente de pó e líquido. A proporção pó/líquido é de 3:1. Cuidados na proporção devem ser tomados pois uma quantidade maior de monômero provocará uma temperatura de reação maior; haverá porosidade e a contração, durante a reação será também, maior.
	Após a mistura, fechamos o pote para que não haja evaporação do monômero. As reações químicas são processadas no pote fechado. As fases pelas quais passam a resina são: arenosa, fibrilosa ou filamentosa plástica e borrachóide.
Na fase plástica a resina não adere às paredes do recipiente, apresentando-se homogênea, lisa e é facilmente manuseada. É nesta consistência que a resina deve ser condensada na mufla. Retiramos a resina do pote e terminamos a plastificação nas mãos, amassando-a entre os dedos. Concluída esta operação, com uma porção de resina fazemos um rolo que será colocado sobre os dentes. A seguir, colocamos a resina também sobre a parte correspondente à abóboda palatina (Figura 12)
Figura 12. Manipulação da resina e inclusão no molde.
 Cobrimos a massa de resina com papel celofane umedecido e fechamos a mufla, adaptando os encaixes da mesma com cuidado. Levamos à prensa, centralizamos para que a pressão seja uniforme e, gradativamente prensamos, até que as partes metálicas da mufla entrem em contato. O excesso de resina escoa-se lentamente (Figura 13).
 
Figura 13. Prensagem da resina acrílica termo-polimerizável.
Quando cessa o escoamento do excesso, retiramos a mufla da prensa e abrimos. Retiramos o papel celofane e com o auxílio de uma Le Cron, recortamos os excessos de resina que contorna a dentadura. Fazemos um novo isolamento de hemi-mufla que contém o modelo funcional e levamos novamente à prensa. Feita a prensagem final, a mufla é transferida para a prensa de polimerização (Figura 14).
 
Figura 14. Recorte dos excessos e fixação em prensa individual.
5.2- Polimerização propriamente dita
Alguns autores acham que a mufla deve ser levada imediatamente ao polimerizador, após a prensagem. Outros indicam aguardar um tempo que vai de uma a quatro horas. Denominam esta fase de “polimerização de bancada”. Justificando que existem inúmeras vantagens sobre esta prática como:
Longo período de escoamento da massa, permitindo um equilíbrio de pressões através do molde;
Permite tempo para uma dispersão mais uniforme do monômero através da massa de resina, posto que a última porção de material adicionado é, usualmente, mais seca que a primeira;
Permite também, maior exposição dos dentes de resina, quando usados, ao monômero da massa, produzindo uma união melhor dos dentes com o material.
CICLOS DE POLIMERIZAÇÃO
Existem diversos ciclos de polimerização (tempo/temperatura) considerados satisfatórios para a polimerização da resina de base das dentaduras. Podem ser realizados em banho de água quente ou através de microondas e que também dependem da marca da resina acrílica.
 
 
Uma vez polimerizada, a retirada da dentadura da mufla é uma operação simples se os cuidados na inclusão foram devidamente observados. Os modelos devem ser recuperados intactos para o procedimento de remontagem no articulador.
DESINCLUSÃO COM RECUPERAÇÃO DO MODELO – REMONTAGEM E DESGASTE SELETIVO
Após a polimerização e resfriamento da mufla, esta será aberta para retirar a dentadura com o respectivo modelo. Essa operação é realizada com o auxílio de um martelo de madeira, serra e tesoura para gesso. Com o martelo de madeira golpeia-se a mufla a fim de se deslocar o gesso da parte metálica. Consegue-se, desse modo, retirar a tampa, depois a hemi-mufla superior e em seguida a hemi-mufla inferior. Obtém-se um bloco de gesso (Figura 1a) tendo a dentadura em seu interior. Com serra e tesoura remove-se o gesso que envolve a dentadura tendo-se o cuidado de não fraturá-la, bem como o modelo (Figura 1b).		
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Figura 1a e b. Separação dos modelos da mufla
	Dentadura e modelo voltam para o articulador. Deve-se evitar que fragmentos de gesso ou cera se interponham entre o modelo e o suporte, no articulador. Essa operação é chamada de “Remontagem”. O objetivo principal é observar os contatos oclusais, de tal forma que os contatos prematuros possam ser eliminados, e com isso, recuperada a dimensão vertical de oclusão previamente registrada no articulador. Durante a polimerização, em virtude das pressões dentro da mufla, poderá ocorrer movimentação de dentes, ou ainda, após a polimerização, liberações de tensões internas do material de base, ou dos próprios dentes, quando os mesmos forem de plástico. Com isso haverá, provavelmente, alteração na dimensão vertical de oclusão, oclusão central e oclusões excêntricas, corretamente estabelecidas quando da montagem dos dentes. Observa-se então, que o guia pino incisal do articulador distancia-se um pouco da mesa incisal. Se o levantamento do pino for acentuado, verificar se existe interposição de elementos estranhos entre o modelo e o gesso de suporte, ou se ocorreu movimentação dos dentes. Persistindo o levantamento acentuado, de 3 ou 4 mm, é contra-indicado o desgaste pois levaria a uma destruição grande dos dentes. Para o pino voltar a tocar a mesa incisal (consequentemente restabelecer a dimensão vertical de oclusão perdida) é necessário proceder ao ajuste oclusal, através do desgaste seletivo (figura 2).
Figura 2. Observar o levantamento do pino guia incisal.
AJUSTE OCLUSAL EM ABERTURA E FECHAMENTO
Faz-se no articulador, movimentos de abertura e fechamento com papel carbono interposto entre os dentes superiores e inferiores. Com isso ficam impressos nos dentes, marcas com os seguintes aspectos: manchas inteiriças cheias e manchas circulares com o centro em branco (Figuras 3).
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 Figuras 3. Impressão de carbono nas cúspides mais altas.
 
As cúspides que imprimem a forma circular são mais altas do que as que imprimem marcas puntiformes, pois as primeiras chegam a perfurar o papel carbono.
Verificada a existência de pontos prematuros de contato pode-se desgastar com broca esférica nº 8 ou 10 as fossas principais e ou secundárias, as cristas marginais e as vertentes de cúspide, conforme as marcas. Evita-se desgastar pontas das cúspides quando do restabelecimento da dimensão vertical de oclusão (Figuras 4).
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Figuras 4. Procedimento de desgaste com broca esférica nº 8.
Se houver

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