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DIAGNOSTICOS RESULTADOS E INTERVENCOES De enfermagem

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DIAGNÓSTICOS, RESULTADOS E 
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA 
CLIENTES HOSPITALIZADOS NAS 
UNIDADES CLÍNICAS DO HULW/UFPB 
UTILIZANDO A CIPE® 
 
 
 
 
 
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DIAGNÓSTICOS, RESULTADOS E 
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM 
PARA CLIENTES HOSPITALIZADOS 
NAS UNIDADES CLÍNICAS DO 
HULW/UFPB UTILIZANDO A CIPE® 
 
 
 
Maria Miriam Lima da Nóbrega 
(Organizadora) 
 
 
 
 
Ideia 
João Pessoa 
2011 
 
 
 
4 
Todos os direitos e responsabilidades da organizadora. 
 
 
Diagramação/Capa 
Magno Nicolau 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDITORA 
www.ideiaeditora.com.br 
 
Impresso no Brasil - Feito o Depósito Legal 
G149c Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem 
para clientes hospitalizados nas unidades clínicas 
do HULW/UFPB utilizando a CIPE® / Maria 
Miriam Lima da Nóbrega (Org.). - João Pessoa: 
Ideia, 2011. 
400p. 
 
1. Enfermagem 
 CDU: 869 
 
 
 
5 
 
 
AUTORES 
 
Maria Miriam Lima da Nóbrega (Organizadora) 
Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela UNIFESP/EPM. 
Professora Associada do Departamento de Enfermagem de Saúde 
Pública e Psiquiatria. Docente do Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem, CCS/UFPB. Diretora do Centro para Pesquisa e 
Desenvolvimento da CIPE® do Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem, CCS/UFPB. Pesquisadora CNPq. 
E-mail: miriam@ccs.ufpb.br 
 
Aline Franco da Silva 
Enfermeira. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba. 
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do 
Centro de Ciências da Saúde da UFPB. 
E-mail: afsilvaenfermagem@gmail.com 
 
Ana Cláudia Silva Cabral 
Enfermeira. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba. E-
mail: aninhaa_cabral@hotmail.com 
 
Ana Cláudia Torres de Medeiros 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba. 
Doutoranda em Enfermagem no PPGENF/UFPB. 
E-mail: anaclaudia.tm@hotmail.com 
 
Ana Isabel Matias Ursulino 
Enfermeira. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba. 
 E-mail: belzinha_ptt@yahoo.com.br 
 
Ângela Amorim de Araújo 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba. 
Professora da disciplina Cuidados Críticos, Escola Técnica de 
 
 
 
6 
Saúde da Universidade Federal da Paraíba. Especialista em En-
fermagem Cardiovascular – SOBENC. Doutoranda pela PUCRS. 
E-mail: angeladb7@hotmail.com 
 
Candice Cavalcanti de Albuquerque 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba. 
Especialista em Podiatria Clínica pela UNIFESP. Especialista em 
Estomaterapia pela UPE. 
E-mail: albuquerque.candice@gmail.com 
 
Cláudia de Lourdes Henriques de Lima 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da 
UFPB. Enfermeira do Serviço Ambulatorial de Pré-Natal do 
Hospital Universitário Lauro Wanderley – UFPB. 
E-mail: chenriquesl@hotmail.com 
 
Daniela Karina Antão Marques 
Enfermeira. Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem do CCS/UFPB. Enfermeira Assistencial do Hospital 
Universitário Lauro Wanderley/UFPB. Docente da Faculdade de 
Enfermagem Nova Esperança. João Pessoa-PB, Brasil. Douto-
randa em Enfermagem no PPGENF/UFPB. 
E-mail: danielaantao@hotmail.com 
 
Danielle Martins Nascimento 
Enfermeira. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba. 
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do 
Centro de Ciências da Saúde da UFPB. 
E-mail: danimartins84@hotmail.com 
 
Ellen Martins Norat 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da 
UFPB. Enfermeira Assistencial do Hospital Universitário Lauro 
Wanderley/UFPB. E-mail: ellen-norat@uol.com.br 
 
 
 
 
 
7 
Gabriela Lisieux Lima de Souza 
Enfermeira. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba. 
Bolsista de Iniciação Científica/CNPq. Mestranda em 
Enfermagem no PPGENF/UFPB. E-mail: gabylisieux@gmail.com 
 
Jorgeane Denislaiki Landim da Silva 
Enfermeira. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba. 
E-mail: denislaiki@hotmail.com 
 
José Melquíades Ramalho Neto 
Enfermeiro. Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem/UFPB. Enfermeiro Assistencial na 
Unidade de Terapia Intensiva Geral do Hospital Universitário 
Lauro Wanderley-UFPB. Docente da Faculdade de Enfermagem 
Nova Esperança, João Pessoa, Paraíba, Brasil. 
E-mail: melquiadesramalho@hotmail.com 
 
Kenya Lima Silva 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem/UFPB. Professora do Departamento 
de Enfermagem de Saúde Pública e Psiquiatria da Universidade 
Federal da Paraíba. Enfermeira Assistencial do Hospital 
Universitário Lauro Wanderley/UFPB. Doutoranda em 
Enfermagem na EERP/USP (DINTER/UFPB).. E-mail: 
kenya.lima@ig.com.br 
 
Lidiane Lima de Andrade 
Enfermeira. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba. 
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do 
Centro de Ciências da Saúde da UFPB. 
E-mail: lidilandrade@hotmail.com 
 
Luciana Gomes Furtado 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem/UFPB. Enfermeira Assistencial do 
Hospital Universitário Lauro Wanderley/UFPB. Docente da 
Faculdade de Enfermagem São Vicente de Paula (FESVIP). 
Doutoranda em Enfermagem no PPGENF/UFPB. 
E-mail: lugofurtado@hotmail.com 
 
 
 
8 
Maria Estela Souza Barros 
Enfermeira. Graduada pela Universidade Federal da Paraíba. 
E-mail: maria_costela@hotmail.com 
 
Marisaulina Wanderley Abrantes de Carvalho 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem/UFPB. Enfermeira Assistencial do 
Hospital Universitário Lauro Wanderley/UFPB. Doutoranda em 
Enfermagem no PPGENF/UFPB. E-mail: linawac@yahoo.com.br 
 
Nereide de Andrade Virgínio 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem/UFPB. Enfermeira do Hospital 
Universitário Lauro Wanderley/UFPB. Docente e Coordenadora 
de Curso da Faculdade de Enfermagem Nova Esperança. 
Membro titular da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa-
CONEP/CNS/MS. E-mail: nereideav@uol.com.br 
 
Pollyana Amorim Ponce de Leon Bezerra 
Enfermeira. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem/UFPB. Enfermeira Assistencial do 
Hospital Infantil Arlinda Marques. 
E-mail: pollyanaleon@yahoo.com.br 
 
Renata Valéria Nóbrega 
Enfermeira. Apoiadora Técnica do Distrito Sanitário III - 
Secretaria Municipal de Saúde/JP. Mestranda no Programa de 
Pós-Graduação em Enfermagem, Centro de Ciências da Saúde, 
Universidade Federal da Paraíba. 
E-mail: renatavnobrega@gmail.com 
 
Telma Ribeiro Garcia 
Doutora em Enfermagem pela EERP-USP. Professora Adjunta 
(aposentada) do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública 
e Psiquiatria/UFPB. Diretora do Centro para Pesquisa e 
Desenvolvimento da CIPE® do Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem, CCS/UFPB. 
E-mail: telmagarciapb@gmail.com 
 
 
 
9 
 
SUMÁRIO 
 
 
Apresentação 21 
Histórico da Sistematização da Assistência de Enfermagem 
no HULW/UFPB 
25 
Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem 
(CIPE®) e o desenvolvimento de subconjuntos 
terminológicos 
35 
Construção de afirmativas de diagnósticos, resultados e 
intervenções de enfermagem para clientes das Clínicas do 
HULW/UFPB59 
Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para 
clientes da Clínica Médica 
77 
Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para 
crianças e adolescentes da Clínica Pediátrica 
111 
Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para 
clientes da Clínica Cirúrgica 
149 
Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para 
parturientes e puérperas da Clínica Obstétrica 
175 
Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para 
clientes da Clínica de Doenças Infectocontagiosas 
197 
Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para 
clientes da Unidade de Terapia Intensiva Geral 
217 
Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para 
clientes da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
239 
Nomenclatura de diagnósticos, resultados e intervenções de 
enfermagem para as unidades clínicas do HULW/UFPB 
259 
NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS 259 
Oxigenação 
Coriza 259 
Dispneia (especificar o grau) 259 
 
 
 
10 
Expectoração insuficiente. 260 
Expectoração produtiva 260 
Hiperventilação durante o trabalho de parto 260 
Hipóxia por congestão 260 
Limpeza das vias aéreas ineficaz 261 
Padrão respiratório prejudicado 261 
Tosse produtiva 262 
Tosse seca 262 
Troca de gases prejudicada 263 
Ventilação espontânea prejudicada 263 
Ventilação espontânea preservada 264 
Ventilação mecânica 264 
Hidratação 265 
Ascite 265 
Desequilíbrio de líquidos e eletrólitos 265 
Desidratação (especificar o grau) 265 
Edema (especificar o grau e a localização) 266 
Hidratação da pele diminuída 267 
Ingestão de líquidos aumentada 267 
Ingestão de líquidos diminuída 268 
Risco de desequilíbrio de líquidos e eletrólitos 268 
Risco de desidratação 268 
Risco de volume de líquidos aumentado 269 
Risco de volume de líquidos diminuído 269 
Volume de líquidos aumentado 270 
Volume de líquidos diminuído 270 
Nutrição 271 
Amamentação eficaz 271 
 
 
 
11 
Amamentação exclusiva prejudicada 271 
Amamentação exclusiva preservada 272 
Amamentação interrompida 272 
Apetite prejudicado 272 
Caquexia 273 
Déficit de autocuidado para alimentar-se 273 
Déficit de provisão alimentar 274 
Deglutição efetiva 274 
Deglutição prejudicada 274 
Desnutrição (especificar o grau) 275 
Emagrecimento 275 
Estado nutricional alterado 276 
Estado nutricional normal 277 
Ingestão de alimentos aumentada 277 
Ingestão de alimentos diminuída 278 
Intolerância alimentar 278 
Obesidade 279 
Peso corporal excessivo 279 
Peso corporal reduzido 280 
Risco de amamentação exclusiva prejudicada 280 
Sobrepeso 280 
Eliminação 280 
Constipação 280 
Corrimento vaginal 282 
Diarreia 282 
Eliminação intestinal prejudicada 283 
Eliminação intestinal preservada 283 
Eliminação urinária aumentada 283 
 
 
 
12 
Eliminação urinária espontânea 284 
Eliminação urinária reduzida 284 
Flatulência 285 
Incontinência urinária 285 
Motilidade gastrintestinal disfuncional 286 
Náusea 286 
Regurgitação 287 
Retenção urinária 287 
Risco de constipação 287 
Risco de motilidade gastrintestinal disfuncional 288 
Transpiração excessiva 288 
Vômito 288 
Sono e repouso 289 
Dificuldade de adormecer 289 
Estado de sonolência 290 
Insônia 290 
Sono e repouso prejudicados 290 
Sono e repouso preservados 292 
Atividade física, Mecânica corporal, Motilidade e 
Locomoção 
292 
Atividade física prejudicada 292 
Capacidade de transferir-se prejudicada 292 
Deambulação prejudicada 293 
Exaustão do tratamento 294 
Exaustão pós-parto 294 
Fadiga 294 
Falta de capacidade de gerenciar o regime de atividades 
físicas 
294 
 
 
 
13 
Intolerância à atividade física 295 
Marcha descoordenada 295 
Mobilidade física prejudicada 295 
Mobilidade no leito prejudicada 296 
Movimento corporal aumentado 297 
Movimento corporal diminuído 297 
Movimento corporal normal 297 
Nível de força dos membros diminuído 297 
Paralisia dos membros 297 
Sexualidade 298 
Prática sexual de risco 298 
Relação sexual prejudicada 298 
Risco de sexualidade alterada 298 
Sexualidade alterada 298 
Cuidado corporal 299 
Capacidade de autocuidado prejudicada 299 
Capacidade de autocuidado preservada 299 
Déficit de autocuidado para banho e/ou higiene corporal 299 
Déficit de autocuidado para vestir-se e despir-se 300 
Higiene corporal prejudicada 300 
Higiene corporal preservada 301 
Higiene íntima prejudicada 302 
Higiene oral prejudicada 302 
Síndrome do déficit do autocuidado 302 
Integridade física e cutâneo mucosa 303 
Acesso intravenoso prejudicado 303 
Acesso intravenoso preservado 303 
Coto umbilical infectado 303 
 
 
 
14 
Coto umbilical limpo 303 
Ferida cirúrgica infectada 304 
Ferida cirúrgica limpa 304 
Ferida infectada 305 
Ferida limpa 305 
Ferida traumática 306 
Fissura mamária 306 
Icterícia neonatal 306 
Ingurgitamento mamário 307 
Integridade da pele prejudicada 307 
Membrana da mucosa oral prejudicada 308 
Mucosa ocular prejudicada 309 
Necrose 309 
Pele seca 309 
Prurido (especificar a localização) 310 
Risco de integridade da pele prejudicada 310 
Risco de úlcera por pressão 311 
Úlcera por pressão (especificar a localização e o estágio) 311 
Regulação térmica 312 
Risco de temperatura corporal alterada 312 
Temperatura corporal aumentada (Hipertermia) 312 
Temperatura corporal diminuída (Hipotermia) 313 
Termorregulação ineficaz 314 
Regulação vascular 315 
Arritmia 315 
Choque séptico 315 
Débito cardíaco aumentado 316 
Débito cardíaco diminuído 316 
 
 
 
15 
Hemorragia 318 
Hemorragia pós-parto 318 
Perfusão periférica prejudicada 319 
Perfusão periférica preservada 319 
Perfusão tissular cardíaca alterada 319 
Perfusão tissular ineficaz 391 
Pressão sanguínea controlada 320 
Pressão sanguínea diminuída 321 
Pressão sanguínea elevada 322 
Rede vascular periférica prejudicada 322 
Risco de choque 322 
Risco de glicemia instável 322 
Risco de hemorragia 323 
Risco de hemorragia pós-parto 323 
Risco de perfusão tissular prejudicada 323 
Risco de sangramento 324 
Sangramento 324 
Regulação neurológica 325 
Alucinação 325 
Coma grave 325 
Cognição prejudicada 325 
Comportamento desorganizado 325 
Comprometimento neuropsicomotor 326 
Confusão 326 
Convulsão 326 
Delírio 326 
Estado de consciência alterado 327 
Nível de consciência diminuído 327 
 
 
 
16 
Risco de comportamento desorganizado 328 
Risco de confusão aguda 328 
Regulação do crescimento celular 328 
Crescimento e desenvolvimento compatíveis com a idade 328 
Crescimento e desenvolvimento incompatíveis com a idade 329 
Regulação imunológica 329 
Alergia 329 
Calendário vacinal incompleto 329 
Imunização deficiente 330 
Infecção 330 
Risco de disseminação de patógeno 330 
Risco de infecção 331 
Risco de infecção secundária 332 
Risco de transmissão de infecção para o neonato 332 
Sistema imunológico prejudicado 333 
Percepção dos órgãos dos sentidos 333 
Audição diminuída 333 
Cólica 333 
Dismenorreia 334 
Disúria 334 
Dor (especificar a intensidade) 335 
Dor aguda 336 
Dor crônica 337 
Dor cutânea 338 
Dor de dilatação cervical 338 
Dor epigástrica 339 
Dor musculoesquelética 339 
Dor na ferida cirúrgica 339 
 
 
 
17 
Dor na 2ª fase do trabalho de parto 339 
Percepção sensorial alterada 340 
Visão diminuída 340 
Segurança física, Meio ambiente, Abrigo 341 
Risco de aspiração 341 
Risco de queda 341 
Risco de sufocação341 
Terapêutica 341 
Adesão ao regime de atividade física 341 
Adesão ao tratamento do filho 342 
Capacidade de gerenciar o regime terapêutico diminuída 342 
Falta de adesão ao regime terapêutico 342 
Falta de resposta ao tratamento 343 
Recuperação cirúrgica adequada 343 
Recuperação cirúrgica retardada 343 
Recuperação do estado de saúde esperado 344 
Recuperação do estado de saúde retardado 344 
Resposta ao medicamento insatisfatória 344 
NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS 344 
Segurança emocional 344 
Agitação (especificar o grau) 344 
Angústia (especificar o grau) 345 
Angústia devido à impotência 345 
Ansiedade (especificar o grau) 345 
Ansiedade decorrente da hospitalização 347 
Depressão 347 
Desesperança 347 
 
 
 
 
18 
Luto antecipado 347 
Medo (especificar) 348 
Medo do parto 348 
Negação 348 
Amor, Aceitação, Autorrealização 349 
Aceitação do estado de saúde 349 
Atitude familiar conflitante 349 
Bem-estar prejudicado 349 
Desempenho do papel de mãe ineficaz 349 
Maternidade/Paternidade prejudicada 350 
Risco de maternidade/paternidade prejudicada 350 
Risco de vínculo mãe-filho prejudicado 350 
Tristeza crônica 351 
Liberdade e participação 351 
Capacidade familiar de gerenciar o plano terapêutico 
diminuída 
351 
Conflito com a família 351 
Enfrentamento familiar ineficaz 351 
Enfrentamento individual ineficaz 352 
Enfrentamento do trabalho de parto ineficaz 352 
Processo familiar prejudicado 352 
Risco de crise familiar 352 
Comunicação 352 
Comunicação prejudicada 352 
Comunicação preservada 354 
Educação para a saúde/aprendizagem 354 
Comportamento de busca da saúde 354 
Falta de conhecimento (especificar) 354 
 
 
 
19 
Falta de conhecimento sobre a amamentação 354 
Falta de conhecimento sobre a cirurgia 354 
Falta de conhecimento sobre a doença e o tratamento 354 
Falta de conhecimento sobre a ordenha do leite materno 355 
Falta de conhecimento sobre a resposta à medicação 355 
Falta de conhecimento sobre a situação clínica do recém-
nascido 
355 
Falta de conhecimento sobre as atividades físicas 355 
Falta de conhecimento sobre o autocuidado com a ferida 
cirúrgica 
356 
Falta de conhecimento sobre o autocuidado com as mamas 356 
Falta de conhecimento sobre o planejamento familiar 356 
Falta de conhecimento sobre os cuidados com recém-nascido 356 
Falta de conhecimento sobre saúde 356 
Manutenção da saúde prejudicada 357 
Gregária 357 
Falta de apoio social 357 
Interação social prejudicada 357 
Isolamento social 357 
Risco de desamparo 358 
Recreação e lazer, Criatividade, Autor-realização 358 
Atividades de recreação deficientes 358 
Atividades de recreação interrompidas 358 
Orientação no tempo e no espaço 359 
Orientação no tempo e no espaço prejudicada 359 
Autoestima, Autoconfiança, Autorrespeito, Atenção, 
Autoimagem 
359 
Autoestima alterada 359 
Autoimagem alterada 360 
 
 
 
20 
Baixa autoestima situacional 360 
Distúrbio da identidade pessoal 361 
NECESSIDADE PSICOESPIRITUAL 361 
Religiosidade/Espiritualidade 361 
Angústia espiritual 361 
Bem-estar espiritual prejudicado 361 
Crenças culturais conflitantes 361 
Risco de sofrimento espiritual 362 
Sofrimento espiritual 362 
 
Referências 
 
363 
 
 
 
21 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Este livro foi desenvolvido a partir dos trabalhos 
realizados dentro do projeto de pesquisa Diagnósticos, 
resultados e intervenções de enfermagem para clientes 
hospitalizados nas clínicas do Hospital Universitário 
Lauro Wanderley/UFPB, vinculado ao Programa de Pós-
Gradua-ção em Enfermagem, da Universidade Federal da 
Paraíba, na linha de pesquisa Fundamentos teórico-
filosóficos do cuidar em saúde e enfermagem do Grupo de 
Estudos e Pesquisa da Fundamentação da Assistência de 
Enfermagem (GEPFAE), financiado pelo Edital Universal 
CNPq 473.967/2009-0, sob a minha coordenação. O seu 
conteúdo revela o compromisso de suas autoras, docentes 
de Enfermagem, enfermeiros do Hospital Universitário 
Lauro Wanderley (HULW/UFPB) e discentes dos Cursos 
de Graduação e Pós-Graduação em Enfermagem da UFPB, 
com a prática de enfermagem do HULW/UFPB. Essa 
prática se desenvolve com base no processo de enfermagem 
e na utilização de uma linguagem padronizada – a 
Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem 
(CIPE®). 
Tem como objetivo apresentar, de modo simples, as 
afirmativas de diagnósticos, resultados e intervenções de 
enfermagem desenvolvidas para clientes hospitalizados em 
unidades clínicas do HULW/UFPB, como uma ferramenta 
a ser utilizada na implementação das fases do processo de 
enfermagem nessa Instituição. Pretende, também, ser um 
instrumento de ensino e aprendizagem dos conceitos de 
diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem de 
forma que tanto os alunos de enfermagem quanto os 
enfermeiros possam empregar essas afirmativas na 
 
 
22 
operacionalização das etapas do processo de enfermagem, 
utilizando uma linguagem unificada. 
Em seu desenvolvimento, foram empregados, como 
fonte de dados, os resultados dos estudos vinculados ao 
projeto de pesquisa Bancos de termos da linguagem especial de 
enfermagem, financiado pelo CNPq, cuja execução envolveu 
vários subprojetos realizados nas Clínicas Médica, 
Pediátrica, Obstétrica, de Doenças Infecto-contagiosas, 
Cirúrgica, Unidade de Terapia Intensiva Geral e Unidade 
de Terapia Intensiva Neonatal, do HULW/UFPB, que 
levaram à construção de bancos de termos por unidade 
clínica (NÓBREGA; GARCIA, 2010). Por meio desses 
bancos de termos, foram construídas as afirmativas de 
diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem 
para clientes hospitalizados nas clínicas do HULW/UFPB, 
considerando-se as diretrizes propostas na CIPE® pelo 
Conselho Internacional de Enfermeiras (CIE). 
A metodologia utilizada está de acordo com o 
objetivo do CIE - de desenvolver e validar um sistema de 
classificação dos elementos da prática de enfermagem 
(diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem), 
de modo a sistematizar uma linguagem especializada que 
descreva essa prática – a CIPE; e com a proposta da ISO 
18.104:2003, de estabelecer um modelo de terminologia de 
referência para diagnósticos e ações de enfermagem. Antes 
de executar cada um dos subprojetos desta pesquisa, eles 
foram submetidos ao Comitê de Ética e Pesquisa do 
HULW/UFPB. 
Ressalta-se que este projeto está vinculado ao Centro 
de Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® do Programa de 
Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal 
da Paraíba – Brasil (Centre for ICNP® Research and 
Development of the Federal University of Paraiba, Post-Graduate 
Program in Nursing – Brazil – An ICN Accredited Centre), cuja 
meta é de construir bancos de dados essenciais de 
 
 
23 
Enfermagem, sensíveis à nossa realidade cultural, e a 
subsequente construção de afirmativas de diagnósticos, 
resultados e intervenções de enfermagem (Catálogos ou 
Subconjuntos terminológicos da CIPE®) aplicáveis à prática 
profissional por ambiente e/ou clientela específicos. 
O livro está estruturado em onze textos: no primeiro, 
é apresentada uma evolução histórica do processo de 
Sistematização da Assistência de Enfermagem no 
HULW/UFPB, desde seu início, em 1982, até a presente 
data (2011); o segundo trata da Classificação Internacional 
para a Prática de Enfermagem (CIPE®), enfatizando a sua 
evolução histórica, as versões já publicadas e o 
desenvolvimento de subconjuntos terminológicos ou catá-
logos CIPE®; no terceiro texto, apresentam-se os resultados 
das pesquisas realizadas na Instituição, que foram 
desenvolvidas com o objetivo de construir afirmativas de 
diagnósticos, resultadose intervenções de enfermagem 
para clientes hospitalizados nas Clínicas do HULW/UFPB, 
além de uma sugestão para validar clinicamente essas afir-
mativas, de acordo com as orientações metodológicas do 
CIE, por meio da realização de estudos de casos clínicos na 
respectiva área de atuação. Como sugestão para o desenvol-
vimento desses estudos clínicos, orienta-se que deverão ser 
elaborados utilizando-se o processo de enfermagem, se-
guindo as seguintes fases: histórico, diagnóstico de enfer-
magem, planejamento, intervenção e avaliação, tendo como 
fundamentação teórica o modelo conceitual das Necessi-
dades Humanas Básicas de Horta, que é o referencial 
utilizado pela Enfermagem do HULW/UFPB. 
Do quarto ao décimo textos, são apresentados os 
resultados dos trabalhos desenvolvidos nas Clínicas Médi-
ca, Pediátrica, Cirúrgica, Obstétrica, de Doenças 
Infectocontagiosas, na Unidade de Terapia Intensiva Geral 
e na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, com as 
afirmativas de diagnósticos, resultados e intervenções de 
 
 
24 
enfermagem para clientes das respectivas unidades clínicas, 
classificadas segundo as Necessidades Humanas Básicas de 
Horta. No último capítulo é apresentada a relação dos 
diagnósticos, resultados e as intervenções de enfermagem, 
classificados por necessidades humanas básicas e em ordem 
alfabética. 
Cientes de que as afirmativas construídas, denomi-
nadas de “Nomenclatura de diagnósticos, resultados e 
intervenções de enfermagem para as clínicas do HULW/ 
UFPB” e apresentadas no texto 11, são um processo, pensa-
se que seria de grande valia que os leitores deste livro - 
Enfermeiros e estudantes de Enfermagem – contribuam 
com a validação e a complementação desta nomenclatura, 
utilizando as diretrizes para a realização dos estudos 
clínicos, apresentadas no terceiro texto. 
Reafirma-se que o livro retrata o compromisso de 
suas autoras, docentes de Enfermagem, Enfermeiros do 
HULW/UFPB e Discentes dos Cursos de Graduação e Pós-
Graduação em Enfermagem da UFPB, com a prática de 
enfermagem do referido hospital, desenvolvida com base 
no processo de enfermagem e na utilização de uma 
linguagem padronizada. Espera-se que mais enfermeiros e 
estudantes da graduação e pós-graduação acreditem que a 
Enfermagem pode desenvolver um trabalho independente 
por meio da utilização do processo de enfermagem, à luz 
de um referencial teórico, neste caso a Teoria das Necessi-
dades Humanas Básicas de Horta, associada com o sistema 
de classificação CIPE®, com ênfase nos elementos da prática 
de enfermagem – diagnósticos, resultados e intervenções de 
enfermagem – visando reduzir, resolver ou prevenir pro-
blemas de saúde dos seus clientes e/ou pacientes. 
 
Profa. Dra. Maria Miriam Lima da Nóbrega 
Professora Associada do DESPP e do Programa de 
Pós-Graduação em Enfermagem, do Centro de Ciências 
da Saúde da Universidade Federal da Paraíba. 
 
 
25 
 
 
HISTÓRICO DA SISTEMATIZAÇÃO DA 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO 
HULW/UFPB 
Nereide de Andrade Virgínio 
Maria Miriam Lima da Nóbrega 
 
 
A experiência de desenvolvimento da assistência de 
enfermagem, por meio da aplicação do processo de enfer-
magem no Hospital Universitário Lauro Wanderley, da 
Universidade Federal da Paraíba (HULW/UFPB), institui-
ção pública, localizado no Campus Universitário de João 
Pessoa, de grande porte, de atenção terciária, com 231 leitos 
para hospitalização e ambulatório que atende a uma média 
mensal de onze mil consultas, foi iniciada no ano 1981, pela 
iniciativa de um grupo de enfermeiras que ingressou em 
seu quadro funcional, através do primeiro concurso público 
realizado para a Instituição. Tal grupo se reuniu, àquela 
altura, para compartilhar as suas preocupações quanto às 
dinâmicas observadas na prática assistencial de enferma-
gem cotidiana. Havia, naquele momento, um sentimento 
conjunto de insatisfação com a realidade das práticas de 
gestão da assistência de enfermagem vigentes, que remeteu 
a uma profunda reflexão compartilhada sobre a necessi-
dade de modificar o papel do enfermeiro e da equipe de 
enfermagem para o aperfeiçoamento das ações de enferma-
gem desenvolvidas. 
Ao final dessas reflexões, ficou claro, para as enfer-
meiras participantes do grupo, que era preciso estabelecer 
novas diretrizes norteadoras para o desenvolvimento das 
ações assistenciais de enfermagem no Hospital, que con-
templassem, principalmente, a possibilidade de passar a 
 
 
26 
adotar uma visão crítica e reflexiva para a fundamentação e 
o planejamento das ações de enfermagem, com vistas a 
evoluir das estratégias intuitivas de ação para a tomada de 
decisões sobre as prioridades a atender, para a deter-
minação reflexiva das ações, com planejamento estruturado 
em base científica. 
Para alcançar tais propósitos, vislumbrou-se o pro-
cesso de enfermagem como um recurso estrutural para 
fundamentar a evolução para o aperfeiçoamento preten-
dido, de desenvolvimento da assistência de enfermagem 
com base em princípios científicos, para alcançar a aproxi-
mação necessária com os pacientes e o discernimento das 
suas reais necessidades humanas básicas afetadas (HORTA, 
1979), o que permitiria objetividade no planejamento assis-
tencial e mais eficácia no cuidado de enfermagem. As 
enfermeiras componentes do grupo almejavam poder ofere-
cer cuidados de enfermagem mais objetivos, adequados e 
individualizados aos pacientes sob sua assistência. 
Muitos autores referendam tal visão de que o método 
empregado pela Enfermagem para organizar suas ações, 
com base em princípios científicos, é o processo de enfer-
magem. A bibliografia relacionada ao tema aponta diversas 
possibilidades para a sua definição: a dinâmica das ações 
sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao 
ser humano (HORTA, 1979); a essência da prática profis-
sional de enfermagem, instrumento e método da profissão, 
que auxilia as enfermeiras a tomarem decisões e a prevenir 
e avaliar consequências para o cliente (IYER; TAPITCH; 
BERNOCCHI-LOSEY, 1993); atividade deliberada, por 
meio da qual a prática de enfermagem é abordada de ma-
neira ordenada e sistemática (GEORGE et al., 2000); o ponto 
focal da prática de enfermagem (KRON; GRAY, 1994); o 
marco da prática de enfermagem, por oferecer uma estru-
tura que proporciona ordenamento e direcionamento ao 
trabalho das enfermeiras (BARROS, 1998); uma abordagem 
 
 
27 
para a solução de problemas que habilita a enfermeira a 
organizar e administrar os cuidados de enfermagem, um 
elemento do raciocínio crítico que as ajuda a fazer julga-
mentos e ações com base na razão (POTTER; PERRY, 2009); 
uma conduta deliberada de resolução de problemas, que 
visa satisfazer às necessidades de saúde e cuidados de 
enfermagem do cliente (NETTINA, 2007; SMELTZER et al., 
2008) e como “[...] um instrumento metodológico de que 
lançamos mão tanto para favorecer o cuidado quanto para 
organizar as condições necessárias para que ele ocorra” 
(GARCIA; NÓBREGA, 2001, p.13). 
Com o discernimento da necessidade de mudanças 
estruturais na prática cotidiana e o convencimento de que a 
adoção do processo de enfermagem, como recurso de dire-
cionamento das ações assistenciais a desenvolver, possibi-
litaria avanços importantes em direção ao alcance dos 
anseios do grupo, passamos a estudar intensivamente e 
investir esforços para a aplicação prática do processo de 
enfermagem, inicialmente no atendimento aos pacientes 
hospitalizados no Serviço de Clínica Médica do referido 
Hospital (VIRGÍNIO; NÓBREGA, 2006). 
A intenção do grupo de enfermeiras estava centrada 
no desejo de objetivar as atividades desenvolvidas na coor-
denação dos plantões, para priorizar a atenção aos usuários, 
de um modo que permitisse a acurada identificação de suas 
necessidades individuais e o posteriorplanejamento das 
ações assistenciais adequadas para atendê-las de forma 
eficaz. 
Partimos também da convicção comum às enfer-
meiras envolvidas na assistência direta a pacientes adultos 
hospitalizados na unidade de atendimento clínico de que, 
apesar de a equipe de enfermagem desenvolver muitas 
ações para atender às necessidades dos usuários, a maior 
parte delas era definida através de normas gerais de atendi-
 
 
28 
mento, que nem sempre respondiam de forma específica ao 
que o indivíduo em foco precisava. 
As ações de estruturação e planejamento do início das 
atividades foram possíveis graças à concessão da Gerência 
de Enfermagem em atuação naquela época, que permitiu o 
agrupamento das enfermeiras interessadas em mudar a 
estratégia de trabalho numa mesma unidade do Hospital, a 
Clínica Médica (ou Serviço de Medicina Interna), para 
internação de adultos portadores de patologias clínicas. 
A princípio, partimos para reuniões, discussões, con-
versas informais, resgate de conhecimentos sobre o pro-
cesso de enfermagem e a Sistematização da Assistência de 
Enfermagem (SAE) e definição de encaminhamentos e 
critérios a adotar para direcionar nossa atuação. Investimos 
na leitura da produção científica relativa ao processo de 
enfermagem, enquanto buscávamos o modo de viabilizar a 
sua aplicação no desenvolvimento da assistência de enfer-
magem naquele serviço. 
Iniciamos a operacionalização do primeiro instru-
mento (Plano de Cuidados de Enfermagem) voltado para o 
planejamento da assistência de enfermagem para os pa-
cientes hospitalizados nas enfermarias de Cardiologia. 
Constituía-se de um levantamento de problemas de enfer-
magem, a partir do qual começamos a prescrever, de forma 
simplificada, os cuidados de enfermagem individualizados 
para cada paciente. 
Essa prática perdurou por três anos. No ano de 1984, 
foi realizada uma avaliação das atividades desenvolvidas, 
às quais foi acrescentada a execução de uma evolução diá-
ria realizada pela enfermeira, ainda restrita à Cardiologia. 
Naquela altura, havia consenso entre as enfermeiras sobre a 
necessidade de estender o trabalho a todos os pacientes do 
Serviço, avanço impedido pelo pequeno número de profis-
sionais que ali trabalham e pela forma como se geren-
ciavam os problemas administrativos do Serviço, que ocu-
 
 
29 
pavam grande parcela do tempo de trabalho das enfer-
meiras. 
Ao mesmo tempo em que se convivia com esses 
fatores impeditivos, sentia-se a clara diferença, do ponto de 
vista da qualidade e da eficácia da assistência oferecida, 
entre o tratamento desenvolvido para os pacientes que 
tinham um planejamento dos cuidados definido e os de-
mais. A supervisão da assistência de enfermagem foi muito 
facilitada pela existência de um planejamento prévio, esta-
belecido com base na análise e na reflexão das necessidades 
de cada paciente (VIRGÍNIO, 2003). 
A prévia coleta de dados realizada pela enfermeira, 
no momento da admissão do paciente e em cada dia do 
período de internação, permitia que ela conhecesse mais 
profundamente cada paciente, proporcionando maior obje-
tividade e eficácia na definição das ações que deveriam 
satisfazer às suas necessidades de assistência de enferma-
gem. Essa coleta de dados, a princípio, foi estruturada em 
um instrumento simplificado, tipo chek-list, com as etapas 
de entrevista e exame físico, primeiro modelo de Histórico 
de Enfermagem do Serviço. 
A coleta de dados de enfermagem tem recebido 
diversas denominações pelos pesquisadores da área: avalia-
ção (GEORGE et al., 2000; KRON; GRAY, 1994); avaliação 
inicial (GORDON, 1994); histórico de enfermagem 
(ANABUKI, 2002; ANTUNES, 2002; BENEDET; BUB, 2001; 
DOENGES, MOORHOUSE; GEISSLER, 2003; GUTIERREZ 
et al., 2001; HORTA, 1979; MELLEIRO et al., 2011; POTTER; 
PERRY, 2009); investigação (CARPENITO, 2009) e 
levantamento de dados (BARROS et al., 2002; FELISBINO, 
1994; TIMBY, 2007). Essa etapa se caracteriza como o início 
do relacionamento enfermeiro-paciente, tendo por fina-
lidade buscar conhecer as necessidades assistenciais do 
cliente e obter informações que irão fundamentar a estru-
 
 
30 
turação das ações a desenvolver no processo de enfer-
magem (CARRARO, 2001). 
Horta (1979, p. 35) definiu o histórico de enfermagem 
como “[...] roteiro sistematizado para o levanta-mento de 
dados (significativos para a(o) enfermeira(o)) do ser 
humano, que tornam possível a identificação dos seus 
problemas”. Para tanto, segundo essa autora, deve apresen-
tar as seguintes características: ser conciso (sem repetições, 
claro, preciso), conter informações que permitam dispensar 
cuidados imediatos, ser individualizado e completo. Pela 
sua essência, constitui-se em atividade específica do enfer-
meiro, que não deve ser delegada a outro membro da 
equipe de enfermagem. 
As habilidades do enfermeiro relacionadas à obser-
vação, à comunicação e à interação são enfatizadas como 
extremamente importantes para a implementação dessa 
fase do processo de enfermagem, como recursos funda-
mentais para a obtenção de dados relevantes do cliente 
(CARPENITO, 2009; TIMBY, 2007; LAROCCA; MAZZA, 
2001; NASCIMENTO; MEIER, 2001; CIANCIARULLO et 
al., 2000; STEFANELLI, 2000; KIMURA et al., 1994; KRON; 
GRAY, 1994). O enfermeiro deve, portanto, investir esforços 
para estabelecer um relacionamento empático e de 
confiança com o paciente e sua família, a partir do primeiro 
contato vivenciado. 
Com a promoção de vários esforços para possibilitar 
mudanças organizacionais no Serviço e adequação do 
número de profissionais de enfermagem disponíveis, sur-
giu a possibilidade de estender as atividades de sistema-
tização da assistência de enfermagem para todos os usuá-
rios do Serviço de Clínica Médica, no ano de 1988, 
estruturando-se as ações para a realização do Histórico de 
Enfermagem, Evolução Diária de Enfermagem e Prescrição 
de Enfermagem, segundo o referencial da Teoria das 
Necessidades Humanas Básicas de Horta (1979). 
 
 
31 
Por muitas limitações administrativas e sucessivas 
mudanças de profissionais da equipe, durante anos, os 
trabalhos realizados não redundaram em modificações 
importantes. Em 1993, foram retomadas as atividades de 
treinamento de enfermeiras, com cursos sobre Sistema-
tização da Assistência de Enfermagem e Diagnósticos de 
Enfermagem. A essa altura, por iniciativa de colegas da 
UTI, foram iniciados os trabalhos para a implementação do 
processo de enfermagem naquele Serviço, que atendia a 
pacientes adultos em situação grave/crítica. 
Aos poucos, nesse período, alguns docentes do Curso 
de Enfermagem da UFPB foram também se inserindo nas 
atividades desenvolvidas, o que se caracterizou como um 
importante reforço para o prosseguimento das atividades, 
até que, no ano de 1988, com a colaboração de professores 
do Departamento de Enfermagem, foi unificado o propósito 
de prosseguir para a implementação do processo de enfer-
magem em todas as suas etapas, nas unidades de Clínica 
Médica e CTI, e início das atividades nas demais clínicas do 
Hospital, através do Projeto de Sistematização da Assis-
tência de Enfermagem/HULW (NÓBREGA et al., 1998). 
Esse Projeto caracterizou-se como uma pesquisa de 
campo e extensão com a colaboração de enfermeiros do 
Hospital e Docentes do Curso de Graduação de Enferma-
gem da UFPB, para o desenvolvimento e a testagem de 
instrumentos para a coleta de dados significativos para a 
prática assistencial de enfermagem, identificação de 
diagnósticos de enfermagem, planejamento, implementação 
e avaliação da assistência que, inicialmente, contou com 
quatro subprojetos: Clínica Médica, Centro de Terapia 
Intensiva, Clínica Obstétrica e Clínica Cirúrgica. 
Na Clínica Médica, a partir desse Projeto, incluiu-se a 
etapa de identificação de diagnósticos de enfermagem às já 
desenvolvidasanteriormente. Prosseguindo as atividades, 
foi promovido novo treinamento para os enfermeiros do 
 
 
32 
Hospital, com enfoque mais aprofundado do processo de 
raciocínio crítico necessário para a inferência dos diagnós-
ticos de enfermagem. Apesar desse direcionamento, todas 
as etapas do processo de enfermagem foram enfocadas, e os 
instrumentos em uso foram reavaliados e modificados. O 
treinamento incluiu enfermeiras de todos os serviços de 
enfermagem do Hospital, como estímulo aos trabalhos de 
sistematização em todas as unidades. 
Na Clínica Médica, o processo de sistematização da 
assistência foi aperfeiçoado com os novos instrumentos 
modificados (VIRGÍNIO, 2003). As modificações realizadas 
foram também inseridas no CTI. Na Clínica Cirúrgica, 
procedeu-se à adaptação e à testagem do primeiro instru-
mento de coleta de dados. A essa altura, foi iniciado o 
trabalho de sistematização da assistência no Centro Cirúr-
gico, com ações desenvolvidas no pré-operatório imediato 
(em ação conjunta das enfermeiras do Centro Cirúrgico 
com as da Clínica Cirúrgica), com a implantação da visita 
pré-cirúrgica; no transoperatório (identificação de diagnós-
ticos, planejamento e implementação de intervenções no ato 
cirúrgico) e no pós-operatório imediato (na URPA e na 
visita pós-cirúrgica, realizada na Clínica Cirúrgica). 
As atividades relacionadas à sistematização da assis-
tência de enfermagem no HULW têm se constituído 
também em tema para o desenvolvimento de estudos 
científicos na Instituição, inclusive em diversas dissertações 
de Mestrado, estimulando os profissionais à dedicação ao 
estudo e à pesquisa, conforme citamos: validação de instru-
mento de coleta de dados de enfermagem para clientes 
adultos hospitalizados (VIRGÍNIO, 2003); perfil diagnóstico 
de enfermagem de pacientes acometidos por infarto do 
miocárdio, à luz do Modelo de Florence Nightingale 
(MARTINS, 2004); construção e validação de instrumento 
de coleta para crianças de 0 a 5 anos (SILVA, 2004); cons-
trução e validação de um instrumento de coleta de dados 
 
 
33 
para clientes adultos em Unidade Cirúrgica (SOUZA, 2005); 
concepções da equipe de enfermagem acerca do processo 
de trabalho no cuidado à criança hospitalizada e à sua 
família (PIMENTA, 2005); construção e validação de um 
instrumento de coleta de dados para recém-nascidos inter-
nados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospi-
tal Universitário Lauro Wanderley (GOUVEA, 2007); cons-
trução de uma nomenclatura de diagnósticos de enferma-
gem para a Clínica Médica do HULW/UFPB (FURTADO, 
2007); construção e validação de um instrumento para a 
sistematização da assistência de enfermagem ao adolescen-
te hospitalizado (MARQUES, 2008); construção de nomen-
clatura de intervenções de enfermagem para a Clínica 
Médica do HULW/UFPB (LIMA, 2008); construção de 
nomenclatura de diagnósticos/resultados e intervenções de 
enfermagem para a Clínica Cirúrgica do HULW/UFPB 
(NORAT, 2009); construção e validação de um instrumento 
de coleta de dados para recém-nascidos assistidos no ber-
çário (MACÊDO, 2009); catálogo CIPE® para dor oncológica 
(CARVALHO, 2010); construção e validação de instru-
mento para coleta de dados de enfermagem em adultos de 
uma Unidade de Tratamento Intensivo (RAMALHO NETO, 
2010). 
A partir da aprovação do Programa de Pós-graduação 
em Enfermagem da UFPB, como um Centro de Pesquisa da 
CIPE®, acreditado pelo Conselho Internacional de Enfer-
meiras (CIE), foram intensificadas as pesquisas na área, 
desta feita, com direcionamento para esse referencial, 
conforme demonstrado em todo o conteúdo deste livro 
agora publicado. Vivemos, neste momento, uma nova 
junção de esforços para revitalizar o Projeto de Sistema-
tização da Assistência de Enfermagem do HULW/UFPB, 
para o qual trabalhamos atualmente a sensibilização dos 
novos enfermeiros em atuação no Hospital. 
 
 
34 
A expectativa é de que possamos, com brevidade, 
retomar as ações voltadas para a Sistematização da Assis-
tência de Enfermagem em todas as unidades do hospital 
que já participaram do Projeto de Sistematização de 
Enfermagem do HULW/UFPB e iniciá-las nos serviços que 
ainda não lidaram com a temática, inclusive naqueles com 
características ambulatoriais ou de hospital-dia. 
 
 
 
 
35 
 
 
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA 
A PRÁTICA DE ENFERMAGEM (CIPE®) E O 
DESENVOLVIMENTO DE SUBCONJUNTOS 
TERMINOLÓGICOS 
Luciana Gomes Furtado 
Ana Claudia Torres de Medeiros 
Maria Miriam Lima da Nóbrega 
 
 
A necessidade de construir um vocabulário próprio, 
consensual e objetivo para a prática de enfermagem vem 
sendo identificada ao longo de sua história, de modo que, 
além de permitir a sua definição como ciência, proporcione 
uma aplicabilidade mais eficaz de seus princípios, métodos 
e técnicas. Para tanto, a construção de sistemas de classi-
ficação na Enfermagem sugere que o profissional dessa área 
utilize, em seu ambiente de trabalho, um vocabulário técni-
co próprio, constituído de termos inerentes à profissão, ca-
racterizado por uma linguagem especial, com a mesma 
apresentação do sentido e significado. Isso leva ao favore-
cimento da qualidade dA assistência e ao reconhecimento 
da profissão em todo o mundo, mediante a padronização 
de sua linguagem (NÓBREGA et al., 2003). 
Durante o 19º Congresso Quadrienal do Internacional 
Council of Nurses (ICN), realizado em 1989, em Seul-Korea, 
foi apresentada uma proposta de desenvolvimento de uma 
classificação internacional dos elementos da prática de 
enfermagem, com a justificativa de que a falta de um 
sistema e de uma linguagem específica da profissão impe-
dia que a Enfermagem pudesse dispor de dados confiáveis 
na formulação de políticas de saúde, na contenção de 
custos, na informatização dos serviços de saúde e no con-
 
 
36 
trole do seu próprio trabalho (NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 
2000). 
Surge, então, a Classificação Internacional para a Prá-
tica da Enfermagem (CIPE®), em cujo processo de desenvol-
vimento já foram elaboradas várias versões. Em 1996, o CIE 
publicou a Classificação Internacional para a Prática de 
Enfermagem – Versão Alfa: um marco unificador, contendo a 
Classificação de Fenômenos de Enfermagem e a Classifi-
cação de Intervenções de Enfermagem, com o objetivo de 
estimular comentários, observações, críticas e recomen-
dações de ajuste e iniciar um processo de retroalimentação 
com vistas ao seu aprimoramento. Na evolução, foi divul-
gada a CIPE® Versão Beta, em 1999, durante as comemo-
rações do centenário do CIE; a CIPE® Versão Beta 2, em 
2001; a CIPE® Versão 1.0, em 2005; a CIPE® Versão 1.1, em 
2008; a CIPE® Versão 2 em 2009 e a CIPE® 2011 em maio de 
2011(GARCIA; NÓBREGA, 2009; ICN, 2011). 
A CIPE® tem como objetivos estabelecer uma lingua-
gem comum, que represente a prática de enfermagem 
mundialmente, os conceitos da prática e os cuidados de 
enfermagem; possibilitar a comparação de dados de enfer-
magem entre populações; estimular a realização de pesqui-
sas; propiciar dados sobre a prática, capazes de influenciar 
a educação em enfermagem e políticas de saúde; projetar 
tendências sobre as necessidades dos pacientes, a provisão 
de tratamentos de enfermagem, utilização de recursos e 
resultados do cuidado de enfermagem. Para que isso ocor-
ra, é necessário empregar termos que possam reproduzir 
um universo único de conhecimentos, posto que, assim, a 
comunicação ocorre de forma clara, precisa e objetiva e bem 
compreendida por todos os que compõem a equipe de 
enfermagem, o que garante a continuidade dos cuidados 
(NÓBREGA; SILVA, 2008) e contribui para gerenciar os 
elementos críticos de enfermagem durante a documentação 
da prática profissional (ICN, 2007). 
 
 
37 
A CIPE® é um instrumento de informação que 
descreve e proporciona dados à representaçãoda prática de 
enfermagem nos Sistemas de Informação em Saúde. No 
âmbito mundial, consolida-se como um sistema unificado 
da linguagem de enfermagem, capaz de comunicar e 
comparar dados entre diversos contextos, países e idiomas. 
Contém termos distribuídos em seus eixos para a compo-
sição de diagnósticos, intervenções e resultados de enfer-
magem, conforme a área de atuação do enfermeiro (ICN, 
2007). 
Atualmente, a CIPE® é a única classificação de enfer-
magem aceita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) 
como relacionada à Família de Classificação da CID, que 
vem sendo utilizada em muitos países do mundo, inclusive 
no Brasil, com a finalidade de propiciar o estabelecimento 
de uma linguagem comum, que represente os conceitos e os 
cuidados da prática de enfermagem. 
 
Linha do tempo da CIPE® 
 
Os passos iniciais no desenvolvimento de uma 
classificação internacional para a prática de enfermagem 
começou, em 1986, quando um grupo de enfermeiros 
integrantes da American Nurses Association (ANA) e da 
North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), 
depois de tentar incluir um esquema de Classificação de 
Diagnósticos de Enfermagem como sendo importante 
também para o cuidado de enfermagem, na Classificação 
Internacional de Doenças (CID-10), recebeu uma negativa 
da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considerou 
que a proposta enviada não representava a Enfermagem 
mundialmente, razão por que sugeriu que um órgão 
internacional de Enfermagem desenvolvesse um sistema de 
classificação para unificar e estabelecer uma linguagem 
 
 
38 
comum que representasse a prática de enfermagem 
(NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 2000b). 
De acordo com a figura 1, as atividades para se 
elaborar uma classificação internacional foram iniciadas em 
1989, quando o CIE decidiu acatar as recomendações da 
OMS de desenvolver uma Classificação de 
Problemas/Diagnósticos de enfermagem, de Intervenções 
de enfermagem e dos resultados de enfermagem que 
pudesse ser acrescentada a Família de Classificações 
Internacionais de Diagnósticos e Procedimentos Médicos. 
Com a proposta aprovada e depois de o projeto ter sido 
elaborado, as atividades para desenvolver este sistema de 
classificação foram iniciadas em 1991 (NÓBREGA; 
GUTIÉRREZ, 2000a), com a realização de um levantamento 
bibliográfico na literatura de Enfermagem e de uma 
pesquisa nas associações membros do CIE, para identificar 
os sistemas de classificação utilizados pelos enfermeiros 
(CIE, 1996). 
 
Figura 1 - Evolução da Classificação Internacional para a Prática 
de Enfermagem. 
 
 
39 
Para o CIE (1996), o levantamento sobre as classifi-
cações existentes proporcionou os elementos iniciais para a 
primeira etapa, quando os termos das classificações existen-
tes foram trabalhados em relação às suas características 
para serem agrupados segundo elas. Em seguida ao desen-
volvimento desse projeto, foram analisadas a CID-10, as 
classificações aceitas pela OMS, bem como os quatorze 
Sistemas de Classificações de Enfermagem identificados na 
pesquisa, com o intuito de identificar as denominações 
pertencentes à Enfermagem. Como resultado, em 1993, o 
CIE apresentou o documento intitulado Nursing’s Next 
Advance: An International Classification for Nursing Practice – 
ICNP, que não é considerado a primeira versão da CIPE®, 
mas uma listagem, em ordem alfabética, dos elementos da 
prática de enfermagem (diagnósticos de enfermagem, inter-
venções de enfermagem e resultados esperados) identifi-
cados nesses sistemas (ICN, 1993). 
Com esses resultados, o CIE constitui um grupo de 
estudo para agrupar e hierarquizar os termos identificados 
dentro de grupos estabelecidos. Nessa etapa, os termos 
foram examinados por meio de seus traços definidores, ou 
seja, suas características ou atributos, e comparados, agru-
pados e hierarquizados em pirâmides coerentes de concei-
tos. Isso resultou na construção da Classificação dos Fenô-
menos de Enfermagem e na Classificação das Intervenções 
de Enfermagem. A primeira representa o domínio do 
cliente, não importando se ele é o ser humano ou o meio 
ambiente. A Classificação das Intervenções de Enfermagem 
representa o domínio das ações realizadas pelos en-
fermeiros em relação aos fenômenos de enfermagem 
(MORTENSEN, 1997). 
Em 1996, o CIE publicou a Classificação Internacional 
para a Prática de Enfermagem – Versão Alfa – e declarou 
que a CIPE® consistia em um vocabulário e numa estrutura 
na qual podiam ser cruzados os vocabulários e as 
 
 
40 
classificações existentes, permitindo a comparação de 
dados de enfermagem reconhecidos (ICN, 1996). Esse 
lançamento representa um marco unificador, um início de 
mudança na história da Enfermagem. Durante a construção 
da Versão Alfa, foram estabelecidos os pilares de 
sustentação de toda a estrutura da CIPE®. Para isso, 
usaram-se três pirâmides conceituais, estabelecidas após a 
identificação dos termos empregados nas classificações, que 
foram agrupados conforme características comuns; em 
seguida, foi feita uma compilação sistemática, que gerou 
duas das três pirâmides conceituais – classificação dos 
fenômenos de enfermagem e classificação das intervenções 
de enfermagem (CIE, 1996; NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 1999). 
Segundo o CIE (1996), a CIPE® Versão Alfa teve o 
objetivo de incentivar observações, comentários e críticas 
para que uma nova versão fosse construída como uma 
matriz unificadora, em que as taxonomias fossem identi-
ficadas, a linguagem das práticas clínicas de enfermagem 
fosse uniformizada e incluída na Classificação Internacional 
de Doenças e Problemas Relacionados com Saúde. 
Em 1998, a Equipe de desenvolvimento da CIPE® 
apresentou novas decisões no desenvolvimento do modelo 
experimental da Versão Beta, que seria um modelo multia-
xial, ou seja, permitiria mais de uma divisão do termo 
superior (top term) e combinações dos conceitos das 
distintas divisões e eixos, que proporcionassem mais soli-
dez à classificação e servisse de base para diversificar a 
expressão dos conceitos necessários em uma classificação 
internacional (ICN, 1999). 
Ao trabalharem com a CIPE® Versão Beta, os enfer-
meiros recomendaram algumas alterações que levaram a 
sua revisão, que culminou, em 2001, com outra publicação: 
CIPE® Versão Beta 2. As alterações fundamentais foram de 
natureza gramatical, mudanças ou correções de códigos e 
correções de definições (ICN, 2001). Nessa Versão, tanto a 
 
 
41 
Classificação dos Fenômenos de Enfermagem quanto a 
Classificação das Ações de Enfermagem foram estruturadas 
em oito eixos. 
O Grupo de Aconselhamento Estratégico para a 
CIPE® recomendou ao CIE, em 2002, que procedesse a uma 
averiguação para saber qual o software que poderia ser 
usado para dar suporte ao complexo desenvolvimento da 
CIPE®, assim como a sua manutenção. Durante esse estudo, 
houve a participação de líderes mundiais em relação aos 
vocabulários de cuidados de saúde, com o propósito de 
assegurar que a CIPE® Versão 1.0 fosse consistente com as 
normas vocabulares. As principais recomendações emer-
gidas deste Grupo foram proporcionar uma base mais 
formal para a CIPE® e usar software capaz de satisfazer às 
necessidades atuais e propiciar alguns critérios para um 
vocabulário completo e viável, a fim de que fossem evitadas 
redundância e ambiguidade de termos e se assegurasse que 
os códigos associados aos termos, em um vocabulário, não 
refletissem a estrutura hierárquica do vocabulário, pois 
esses critérios não eram consistentes nas Versões Beta e 
Beta 2 da CIPE® (ICN, 2005). 
No 23° Congresso Quadrienal do CIE, em Taiwan, 
realizado em julho de 2005, foi lançada a CIPE® Versão 1.0, 
que é mais do que meramente um vocabulário, é um 
recurso que pode acomodar vocabulários existentes, por 
meio do cruzamento mapeado, com a possibilidade deser 
usado para desenvolver novos vocabulários como uma 
terminologia combinatória e que pode identificar a relação 
entre conceitos e vocabulários como uma terminologia de 
referência. O CIE destaca que, a partir dessa versão, a 
CIPE® passa a ser definida como um sistema unificado da 
linguagem da Enfermagem; uma terminologia instrumental 
para a prática de enfermagem, que facilita a combinação 
cruzada de termos locais com as terminologias existentes 
(ICN, 2005). 
 
 
42 
A CIPE® Versão 1.0 reflete as principais reformulações 
na direção de tornar os sistemas de classificação tecnolo-
gicamente mais fortes e acessíveis para os enfermeiros 
usarem. A principal razão do desenvolvimento de um 
sistema unificado da linguagem de enfermagem consiste 
em oportunizar a comunicação e a comparação de dados de 
enfermagem entre contextos, países e idiomas. Esses dados 
podem ser utilizados como base na tomada de decisão para 
avaliar os cuidados de enfermagem e os resultados dos 
clientes, bem como para desenvolver políticas de saúde e 
gerar conhecimento pela investigação (ICN, 2005). A maior 
meta do Programa CIPE® para com a CIPE® Versão 1.0 é o 
seu uso para descrever e comparar a prática de enferma-
gem internacionalmente (ICN, 2007). 
É definida como uma terminologia combinatória da 
prática de enfermagem, que possibilita o mapeamento cru-
zado de condições locais, de vocabulário e de classificações 
já existentes. Não foi construída como um vocabulário em 
si, mas como um recurso que consegue acomodar os 
vocabulários existentes e pode ser usada para desenvolver 
vocabulários novos e identificar quaisquer relações entre 
eles. É mais do que um vocabulário; está para além de uma 
estrutura multiaxial simples, pelo fato de utilizar uma 
abordagem lógica de descrição. Deve conseguir harmonizar 
e promover para os enfermeiros um sentido para as 
múltiplas necessidades de terminologia. Portanto, a CIPE® 
Versão 1.0 deve ser capaz de representar os vocabulários 
existentes usando-se a CIPE®; continuar a suportar uma 
representação multiaxial; facilitar o desenvolvimento de vo-
cabulários locais através da CIPE® e identificar semelhanças 
e diferenças entre as diversas representações, comparando e 
combinando dados de diversas fontes (ICN, 2005). 
De acordo com o CIE (ICN, 2005), a CIPE® Versão 1.0 
é composta por 1.658 termos, que se encontram distribuídos 
em sete eixos, destinados à composição das afirmativas 
 
 
43 
diagnósticas, de resultados e de intervenções, com a possi-
bilidade de serem organizadas em grupos significativos 
para a prática de enfermagem e para os catálogos da CIPE®, 
que são definidos como subconjuntos de diagnósticos, 
resultados e intervenções de enfermagem e direcionados 
para uma área ou uma especialidade da prática, no desen-
volvimento de sistemas manuais ou eletrônicos de registros 
de pacientes, com a vantagem de ser parte de um sistema 
unificado de linguagem. 
A CIPE® Versão 1.0 trouxe uma contribuição relevan-
te dos enfermeiros de todo o contexto mundial e das 
iniciativas advindas do Comitê de Avaliação da CIPE®. O 
seu uso progressivo, na prática profissional, resultará em 
fácil compreensão, tanto para os profissionais quanto para 
os sistemas de informação, e poderá retificar os problemas 
que ocorreram na CIPE® Versão Beta 2, como duplicação e 
ambiguidade de termos existentes nos diferentes eixos, por 
meio da utilização do Modelo de Sete Eixos, na elaboração 
de afirmativas de diagnósticos, das intervenções e dos 
resultados de enfermagem (ICN, 2005). 
Essa Versão também é considerada uma classificação 
multiaxial, constituída por eixos que, quando utilizados, 
possibilitam a combinação dos conceitos dos termos neles 
existentes, proporcionando mais solidez à classificação e, 
consequentemente, uma maior diversificação da expressão 
de seus conceitos (GARCIA; NÓBREGA, 2004). Seu modelo 
pode ser considerado um recurso por meio do qual é 
possível acomodar vocabulários atuais e novos termos, 
utilizando-se uma terminologia, e compor afirmativas de 
diagnósticas, de intervenções e de resultados de enferma-
gem com base nas necessidades de cuidados do paciente 
(ICN, 2005, NÓBREGA; SILVA, 2008). 
Os eixos que constam nessa classificação são defini-
dos pelo CIE (CIE, 2007) como: Foco: área de atenção que é 
relevante para a Enfermagem, tem 816 termos, por exem-
 
 
44 
plo: dor, eliminação, estupro, comunicação, insônia; Julga-
mento: opinião clínica ou determinação relacionada ao foco 
da prática de enfermagem, composto por 34 termos – 
Exemplos: melhorado, interrompido; Meios: uma maneira 
ou um método de desempenhar uma intervenção, com-
posto por 269 termos - Exemplos: bolsa de colostomia, fral-
da, coletor de urina; Ação: um processo intencional aplica-
do a um cliente, composto por 214 termos - Exemplos: 
trocar, promover, tranquilizar, melhorar; Tempo: o momen-
to, período, instante, intervalo ou duração de uma ocor-
rência, composto por 60 termos - Exemplos: admissão, 
frequente, raramente; Localização: orientação anatômica e 
espacial de um diagnóstico ou intervenções, composto por 
238 termos - Exemplos: abdome, escola, posterior; Cliente: 
sujeito ao qual o diagnóstico se refere e que é o recipiente 
de uma intervenção, composto por 27 termos - Exemplos: 
recém-nascido, cuidador, família (Figura 2). 
 
 
 
Figura 2: Modelo de Sete Eixos da CIPE® 
 
 
 
45 
Essa versão da CIPE® atende aos preceitos da norma 
ISO 18.104: Modelo de Terminologia de Referência da 
Enfermagem, da Organização Internacional para Normali-
zação, publicada em 2003, que tem como objetivo estabe-
lecer um modelo de terminologia de referência para a 
Enfermagem, de modo coerente com as metas e os objetivos 
das terminologias em saúde, uma vez que apresenta os 
descritores mínimos obrigatórios para a construção de 
diagnósticos e intervenções de enfermagem e mais outros 
descritores para detalhá-los mais adequadamente (ICN, 
2005). 
Com a ISO 18.104 e o Modelo de Sete Eixos, ficou 
mais fácil elaborar afirmativas de diagnósticos, resultados e 
intervenções de enfermagem. Mas o CIE (2007) estabeleceu 
que, para compor afirmativas/enunciados de diagnósticos 
e intervenções de enfermagem, deve-se utilizar um termo 
do Eixo Foco e um termo do Eixo Julgamento e, ainda, 
incluir termos adicionais, se necessário, dos Eixos Foco, 
Julgamento ou de outros eixos. Para compor as 
intervenções de enfermagem, recomenda-se incluir um 
termo do Eixo Ação e, pelo menos, um termo Alvo (pode 
ser um termo de qualquer um dos eixos, exceto do Eixo 
Julgamento) e, se necessário, incluir termos adicionais do 
Eixo Ação ou de outro qualquer. 
Ressalte-se, todavia, que não existem classificações 
específicas para todas as áreas de atuação do enfermeiro, 
mas o CIE – responsável pela construção da CIPE® – precisa 
coletar e codificar termos utilizados pela Enfermagem em 
clientes e áreas específicas, organizando e criando os 
subconjuntos terminológicos (ICN, 2005). A utilização da 
CIPE® Versão 1.0 deverá facilitar o envolvimento dos 
sistemas de informação em saúde e o desenvolvimento de 
subconjuntos terminológicos direcionados tanto a clientelas 
específicas – indivíduo, família e comunidade – quanto a 
prioridades de saúde específicas relacionadas a condições 
 
 
46 
de saúde, ambientes ou especialidades de cuidado e fenô-
menos de enfermagem, além do mapeamento cruzado com 
as demais terminologias (ICN, 2007). 
Em 2008, foi apresentada a CIPE® Versão 1.1, dispo-
nível apenas on line, e aceita como parte da Família de 
Classificações Internacionais da Organização Mundial de 
Saúde. O corpo dessa versão traz a inclusão de afirmativas 
de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem. 
Essa inclusão foi resultado dos esforços de enfermeiros de 
todo o mundo paraconstruir os Subconjuntos Termino-
lógicos da CIPE®, destinados a uma determinada área da 
prática profissional (ICN, 2008). 
A CIPE® Versão 2 foi lançada em julho de 2009, 
durante o 24º Congresso Quadrienal do CIE, em Durban, na 
África do Sul. Representou o trabalho de inúmeros 
enfermeiros e outros especialistas durante os últimos vinte 
anos. Dessa forma, ela evoluiu com mais de 2.000 termos 
constantes e várias afirmativas de diagnósticos, resultados e 
intervenções de enfermagem, com o intuito de enriquecer e 
desenvolver catálogos. Foram adicionadas mais de 400 
novas entidades, e muitos desses conceitos, afirmativas de 
diagnósticos e intervenções de enfermagem, foram desen-
volvidos para os catálogos CIPE®, disponíveis nas seguintes 
representações: Web browser do Modelo de Sete Eixos, 
Representação Ontology Web Language (OWL), e os Catálo-
gos CIPE®, que pode ser consultado no site do CIE 
(http://www.icn.ch/icnp). Todas essas representações são 
desenvolvidas e apresentadas de acordo com os procedi-
mentos de manutenção do Programa CIPE® e são distri-
buídas pelo ICN via internet (CIE, 2010; NÓBREGA; 
NASCIMENTO, 2010). Em abril de 2011, foi publicada em 
formato de livro (CIE, 2011). 
Em 4 de maio de 2011, durante a Conferência do CIE, 
realizada na Ilha de Malta, foi lançada e disponibilizada a 
atual versão, a CIPE® 2011, que evolui com um total de 
 
 
47 
5.148 conceitos, incluindo 454 conceitos novos, cuja maioria 
é composta de diagnósticos, resultados e intervenções de 
enfermagem previamente coordenados, oriundos dos 
catálogos desenvolvidos na área. Sua versão eletrônica se 
encontra no c-Space do ICN, uma plataforma da web muito 
utilizada para o trabalho dos catálogos ou subconjuntos da 
CIPE® (ICN, 2011a). 
Atualmente, a CIPE® encontra-se inserida no mais 
novo Programa do CIE, o e-Health, que tem o objetivo de 
transformar a Enfermagem por meios da aplicação visio-
nária das tecnologias da informação e comunicação. Nesta 
perspectiva, para torná-la mais fácil sua utilização, está 
sendo apresentada em alguns formatos: 1) Uma classifi-
cação de expressões de enfermagem pré-definidas; 2) Um 
produto de sete eixos para composição de expressões de 
enfermagem e; 3) Catálogos ou Subconjuntos termino-
lógicos de termos selecionados para uso em atuações 
particulares (ICN, 2011b). 
 
 
Figura 3: Ciclo de vida da Terminologia CIPE® 
Fonte: Coenen; Kim (2010) 
 
 
48 
Nesse processo de constantes atualizações, o Progra-
ma CIPE® encontra-se organizado em três principais áreas 
de trabalho: Pesquisa e desenvolvimento; Manutenção e 
operação; e Disseminação e ensino, que compreendem o 
Ciclo de vida da terminologia CIPE® (CIE, 2011a). (Figura 3) 
Na área de trabalho Pesquisa e desenvolvimento, 
destacam-se os Centros Acreditados pelo CIE para pesquisa 
e desenvolvimento da CIPE®, que colaboram com o traba-
lho de tradução ou validação da CIPE® e sua aplicação na 
prática; os catálogos ou subconjuntos terminológicos da 
CIPE®, que preenchem uma necessidade na construção de 
sistemas de informação em saúde, descrevendo diagnósti-
cos, resultados e intervenções adequados para uma deter-
minada área de cuidado; o programa CIPE® Tradução; o 
Comitê de Avaliação e os Projetos de Desenvolvimento e 
Pesquisa Mundial com a CIPE®. 
Na área de trabalho CIPE® - Manutenção e operações, é 
controlado o gerenciamento de suas versões, que garante 
sua atualização a cada dois anos, em consonância com os 
Congressos e as Conferências do CIE; enquanto na área 
CIPE® - Disseminação e ensino, as atenções são destinadas a 
uma disponibilidade para seus usuários, incluindo as 
publicações internas (boletim CIPE®, guias, catálogos), as 
publicações externas (capítulos de livro, anais de congres-
sos), página CIPE® no website do CIE e os Congressos e 
Conferências do CIE; como também o ensino da CIPE® por 
meio de consultoria, parceria, colaboração no local de 
trabalho e conferências. 
 
 
Subconjunto terminológico da CIPE® 
 
A CIPE® é um instrumento complexo e abrangente, 
que inclui milhares de termos e definições. Com o seu uso, 
a documentação da assistência de enfermagem reforça, de 
 
 
49 
modo sistemático, a segurança e a qualidade do atendi-
mento. Para facilitar a simplicidade de utilização, o CIE está 
desenvolvendo Subconjuntos terminológicos da CIPE® para 
um grupo de clientes e/ou prioridade de saúde selecio-
nados. Ressalta-se que esses Subconjuntos não substituem o 
julgamento de enfermagem nem o processo de tomada de 
decisão do enfermeiro, mas sempre serão essenciais para a 
prestação de cuidados individualizados aos doentes e às 
suas famílias, como uma referência acessível para os 
enfermeiros, porquanto contém diagnósticos, intervenções 
e resultados de enfermagem para uma determinada área 
selecionada ou de especialidade do cuidar em enfermagem 
com propósitos específicos. Os Subconjuntos terminoló-
gicos da CIPE® também podem suprir necessidades práticas 
na construção de manuais e sistemas de prontuário eletro-
nico do paciente, como parte de um sistema de linguagem 
unificado (ICN, 2007). 
Nesse contexto, é necessário o envolvimento de 
enfermeiros de todo o mundo, durante esse processo, longo 
e contínuo, que facilitará a padronização da linguagem de 
enfermagem, o monitoramento da qualidade dos cuidados 
prestados aos pacientes, a construção de banco de dados e, 
consequentemente, o estabelecimento de padrões de cuida-
dos que possam ser utilizados em qualquer parte do mun-
do (ICN, 2007). 
A estrutura dos subconjuntos terminológicos da 
CIPE® inclui os clientes e as suas prioridades de saúde. 
Define-se cliente como o sujeito ao qual um diagnóstico se 
refere e que é receptor de uma intervenção. São indivíduos, 
famílias e comunidades que recebem cuidados de enferma-
gem. As prioridades de saúde se enquadram em uma 
dessas três áreas: condições de saúde (por exemplo, diabe-
tes, saúde mental), especialidades de cuidados de saúde ou 
local do atendimento e fenômenos de enfermagem (CIE, 
2011; ICN, 2008). 
 
 
50 
Em 2007, o CIE apresentou uma metodologia para o 
desenvolvimento de Catálogos CIPE®, contendo dez passos, 
a saber: 1) identificar a clientela a que se destina e a 
prioridade de saúde; 2) documentar a significância para a 
Enfermagem; 3) contatar o CIE para determinar se outros 
grupos já estão trabalhando com a prioridade de saúde 
focalizada no Catálogo, para identificar colaboração poten-
cial; 4) usar o Modelo de Sete Eixos da CIPE® Versão 1.1 
para compor as afirmativas de resultados e intervenções de 
enfermagem; 5) identificar afirmativas adicionais por meio 
da revisão da literatura e de evidências relevantes; 6) desen-
volver conteúdo de apoio; 7) testar ou validar as afirma-
tivas do Catálogo em dois estudos clínicos; 8) adicionar, 
excluir ou revisar as afirmativas do catálogo, segundo a 
necessidade; 9) trabalhar com o CIE para a elaboração da 
cópia final do Catálogo; e 10) auxiliar o CIE na dissemi-
nação do Catálogo (ICN, 2007, BARTZ et al., 2007, 
COENEN, 2007, HARDIKER; JANSEN, 2007). 
Em 2010, Coenen e Kim (2010) apresentaram outro 
processo de desenvolvimento de subconjuntos terminoló-
gicos e descreveram seis passos, relacionados com as prin-
cipais áreas de trabalho do Ciclo de vida da Terminologia 
CIPE®: 1) identificação da clientela; 2) coleta de termos e 
conceitos relevantes para a prioridade de saúde; 3) mapea-
mento dos conceitos identificados com a CIPE®; 4) estru-
turação de novos conceitos; 5) finalização do catálogo e 6) 
divulgação do catálogo (Figura 4). 
 
 
 
51 
 
 
Figura 4: Relações entre as áreas de trabalho do Ciclo de vida da 
Terminologia CIPE® e as etapas do desenvolvimento de 
Subconjuntos Terminológicos 
 
A partir da publicação das orientações, a construção 
de subconjuntosterminológicos tem sido uma meta da 
CIPE®, no entanto, o Programa CIPE® evidenciou e 
reconheceu um conflito entre a definição atribuída ao termo 
catálogo e ao termo subconjunto, uma vez que eles se 
sobrepõem e induzem à confusão. Assim, decidiu-se pela 
mudança, para que todos os conjuntos de diagnósticos, 
resultados e intervenções da CIPE® fossem chamados de 
subconjuntos terminológicos por terem mais conformidade 
com a informática (CIE, 2011; ICN, 2008). 
A criação dos Centros de Pesquisa e Desenvolvimento 
da CIPE®, acreditados pelo CIE, tem como objetivos disse-
minar a utilização na prática clínica, na pesquisa e no 
ensino da CIPE®, e favorecer o início do desenvolvimento 
de subconjuntos terminológicos em âmbito mundial. Esses 
 
 
52 
Centros, que podem ser uma instituição, faculdade, depar-
tamento, associação nacional ou outro grupo que atenda 
aos critérios do CIE, têm objetivos compatíveis com a 
missão do CIE e a visão da CIPE® e contribuem para a 
pesquisa e avaliação dessa terminologia; para o ensino, a 
comunicação e a disseminação da CIPE® (ICN, 2010). 
Nesse contexto, o processo de desenvolvimento de 
subconjuntos terminológicos em âmbito mundial é crescen-
te. São três os catálogos desenvolvidos pelo CIE até o final 
de 2010 (COENEN; KIM, 2010). O catálogo CIPE® “Estabe-
lecer parceria com os indivíduos e as famílias para promo-
ver a adesão/aderência ao tratamento” inclui conceitos de 
diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem com 
foco em indivíduos e famílias com o risco ou com o 
problema real de adesão/aderência. Foi o primeiro catálogo 
desenvolvido pelo CIE, e a lista de afirmativas de diagnós-
ticos e intervenções de enfermagem foi classificada nas 
categorias de aspectos físico, mental, comportamental, 
sociocultural, ambiental e espiritual da adesão (BARTZ et 
al., 2007). 
O catálogo CIPE® para “Cuidados paliativos para 
uma morte digna” foi desenvolvido para indivíduos no 
estágio final de vida, depois de um trabalho de pesquisa 
entre quatro países (Etiópia, Índia, Quênia e Estados 
Unidos) para identificar intervenções de enfermagem e 
promover uma morte digna (DOORENBOS et al., 2011). Foi 
baseado no “Modelo de Cuidados de Preservação da Digni-
dade” e organizado em 269 afirmativas de diagnóstico, 
resultado e intervenção de enfermagem em três sistemas: 
preocupações relacionadas com a doença, repertório de 
preservação da dignidade e inventário da dignidade social. 
Sua criação foi um esforço em grupo, composto por Ardith 
Z. Doorenbos; Kay Jansen; Rhonda P. Oakes; Sarah A. 
Wilson, dos Estados Unidos (ICN, 2009). 
 
 
53 
O catálogo CIPE® “C-HOBIC” surgiu do projeto 
“Resultados de saúde canadense para melhor informação e 
cuidados”, resultante da parceria entre a Associação de 
Enfermagem do Canadá com os Ministros da Saúde de 
quatro províncias canadenses (Ontário, Prince Edward Island, 
Saskatchewan e Manitoba), com o objetivo de promover o uso 
sistemático e difundido das avaliações dos pacientes e 
documentação padronizada, com vistas a incentivar os 
enfermeiros a usarem os sistemas de informação em saúde 
(HANNAH et al., 2009). 
Foi escolhida a CIPE® para “Documentação da prática 
de enfermagem” do Projeto C-HOBIC no Canadá e mapea-
dos os conceitos do C-HOBIC e os termos da CIPE® Versão 
1.0, obtendo-se 96 termos para a construção do Catálogo C-
HOBIC. Atualmente, o processo de desenvolvimento do 
Catálogo Canadense está no passo sete das diretrizes do 
CIE para desenvolvimento de catálogos, ou seja, testar ou 
validar as afirmativas elaboradas com a população especifi-
cada (em sistemas informatizado e manual) e com enfer-
meiros peritos na prioridade de saúde selecionada. Um 
mapeamento do C-HOBIC com a CIPE® Versão 2 está em 
fase de desenvolvimento final (CNA, 2009). 
Outro exemplo de catálogo em andamento é o projeto 
CIPE® do Paquistão, que vem sendo desenvolvido nas 
seguintes instituições: Escola de Enfermagem da Univer-
sidade Aga Khan, Hospital Universitário da Aga Khan, 
Serviços de Saúde da Aga Khan, Hospitais para mulheres e 
crianças, Escola de Saúde Pública em Karachi e três Facul-
dades Públicas de Enfermagem, utilizando a CIPE® Versão 
beta 2.0 para a construção de quinze modelos de planos de 
cuidados na área de Obstetrícia e Cardiologia, que contêm 
fenômenos/diagnósticos, resultados e intervenções de 
enfermagem. Para elaborar esses subconjuntos da CIPE® 
participaram enfermeiras voluntárias e experts das áreas de 
Obstetrícia e Cardiologia (RUKANUDDIN, 2005). 
 
 
54 
Na Alemanha, também podemos citar o projeto de 
desenvolvimento dos subconjuntos da CIPE® para “Pacien-
tes oncológicos”, resultante de 67 planos de cuidados de 
enfermagem utilizados na Instituição “Klinik fur Tumor-
biologie” em Freiburg. Os termos resultantes do processo de 
mapeamento entre os termos dos planos de cuidados e os 
termos da CIPE® Versão 1.0 passaram por um processo de 
avaliação, e cada grupo de termos mapeados foi organizado 
em quatro categorias diferentes e enviados para o processo 
de revisão da CIPE® (KONIG; SILLER, 2006). 
O catálogo CIPE® “Enfermagem em casos de catas-
trofe” está sendo desenvolvido pela Universidade da 
Flinders (Austrália), a partir do Centro CIPE®. O seu enfo-
que é a Enfermagem em casos de catástrofe, uma área que 
tem sido foco de maiores conhecimentos e publicações 
devido ao advento de mais catástrofes. O projeto tem a 
coordenação da Dra. Lídia Mayner, desde janeiro de 2010 
(ICN, 2010). 
O catálogo CIPE® para “Dor oncológica” foi desen-
volvido como um projeto do Centro CIPE® da Universidade 
Federal da Paraíba – Brasil. Destina-se a pacientes adultos 
portadores de neoplasia maligna que, do momento do 
diagnóstico do câncer até a morte, experimentam a sensa-
ção de dor. Foi desenvolvido para o fenômeno dor oncoló-
gica, e as afirmativas de diagnósticos, resultados e interven-
ções de enfermagem construídas foram distribuídas de 
acordo com o Modelo de Dor Oncológica desenvolvido no 
estudo, que contempla 156 afirmativas de diagnósti-
cos/resultados e 219 intervenções de enfermagem, construí-
das com base na CIPE® Versão 1.0 e mapeadas com a CIPE® 
Versão 1.1 (CARVALHO, 2009). 
O catálogo CIPE® para “Insuficiência cardíaca con-
gestiva” foi desenvolvido no Centro CIPE® da Universi-
dade Federal da Paraíba – Brasil, voltado para pacientes 
portadores de insuficiência cardíaca congestiva - classe 
 
 
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funcional III - da Escala de NYHA. Foi construído tendo 
como base o modelo fisiopatológico da insuficiência 
cardíaca, para a prioridade de saúde - doenças cardíacas, o 
que resultou em 68 afirmativas de diagnósticos/resultados 
de enfermagem e 234 afirmativas de intervenções de 
enfermagem, elaboradas com base na CIPE® Versão 1.0 e 
distribuídas através dos sintomas mais frequentes nos 
pacientes portadores de ICC, ou seja, taquicardia, dispneia, 
edema e congestão (ARAÚJO, 2009). 
No referido Centro, ainda se encontram em desenvol-
vimento as propostas de um subconjunto terminológico da 
CIPE® para idosos, um para pacientes hipertensos atendi-
dos em Unidades Básicas de Saúde e um para pacientes 
diabéticos hospitalizados. Por intermédio de sua diretoria, 
o Centro presta assessoria em vários estados brasileiros 
onde estão sendo desenvolvidas outras propostas de 
subconjunto terminológico da CIPE®, relacionadas à saúde 
indígena, à amamentação, aos cuidados em reabilitação, à 
neonatologia, à obstetrícia e à sistematização da prática de 
enfermagem na atenção básica (GARCIA; NÓBREGA, 
2011). 
Ainda temos no Brasil em desenvolvimento, desde 
outubro de 2007, o Projeto de tecnologia móvel usando a 
CIPE® para a “Enfermagem em cuidados críticos”, que 
avaliou 550 diagnósticos e 660 intervenções de enfermagem 
por meio da CIPE® versão 1.0, em um hospital escola da 
Universidade

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