Buscar

O caráter fetichista da teoria econômica liberal

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1) Nos termos de Marx, em que consiste o caráter fetichista da teoria econômica liberal?
 Para entender o que venha a ser esse conceito, primeiramente é necessário investigar
 como se dá a Teoria do Valor para Marx. Utilizando-se de uma abordagem teórica bem similar
 a Adam Smith, Marx explica que o valor de uma mercadoria pode ser dividido em duas classes:
 o valor de uso e o valor de troca. O primeiro seria a utilidade que o produto tem a fim de
 satisfazer as necessidades básicas humanas; enquanto o segundo, de forma mais complexa, as-
 serta que seria a relação quatitativa de troca de mercadorias de usos diferentes.
 Ainda analisando este último, o teórico diz, ademais, que a proporção na qual as mer-
 cadorias são trocadas se dá por uma determinação meramente acidental que tende a variar no 
 tempo e no espaço regulando-se a partir de fatores de oferta e demanda. Por esse motivo, é
 de se supor que não exista valor de troca imanente em uma mercadoria, dado que essa valoração
 corresponde a um âmbito social médio, e o agente de troca, envolvido nesse meio, não se 
 atenta ao uso particular do objeto a ser vendido, mas sim na forma como essa mercadoria ser-
 virá como meio de se apropriar de produto alheio.
 Levando em consideração o que foi exposto acima e adentrando na lógica liberal de produ-
 ção, o alemão põe à mostra que o proletariado, sendo aqueles que realmente adicionam valor
 à mercadoria em seu processo de produção - visto que, para o entendimento de Marx, o real valor
 dos produtos está no trabalho neles aplicados - , e que os burgueses, detentores dos meios de
 produção, alienam seus trabalhadores pela lógica da mais-valia, atenta para a existência, 
 portanto, de uma abissal separação entre o produtor e a sua produção,já que, ao vender sua força 
 de trabalho, o proletário não toma parte do produto de si, que,ao ir além de si,passa a pertencer,
 estranhamente, ao mundo objetivado do lucro, do qual é excluído.
 Desse modo, essa exclusão promove um desconhecimento, por parte do trabalhador, acerca do 
 processo pelo qual se dá o modo de produção capitalista, e, ao propugnar essa inépcia de si mesmo
 enquanto mantenedor desse sistema, não produz uma consciência da realidade sob a qual está inclu-
 ído. Para Marx, portanto, a ideologia capitalista ofusca a relação do trabalhador com o trabalho
 existente na troca de mercadorias, solidificando sua alienação quanto às reais relações humanas no
 mercado. Tendo em vista a força da alienação, muitas pessoas passam a ver as mercadorias com vidas
 próprias, envoltas em um caráter quase místico.Dessa maneira, os valores passam a fazer parte de 
 uma suposta propriedade natural das coisas, o que é entendido como o caráter fetichista da teoria
 econômica liberal.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Outros materiais