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Aprendizado Organizacional - Livro Texto – Unidade II
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contributing processes and the literatures. Organisation Science, 2, 1991. 5 10 15 20 25 59 APRENDIZADO ORGANIZACIONAL Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 ?-?sem-?mod concepções individuais do conhecimento formal com as práticas vivenciais. O que se aprende e o que se ensina numa empresa não pode ser reduzido a uma série mecânica e descontínua de blocos de aprendizado que transmitem um conhecimento superficial, mecanicista, de duração efêmera e, principalmente, impessoal e massificada.70 Em nosso estudo sobre aprendizagem espontânea (2006), definimos que No processo de aprendizagem formal, existem três componentes indispensáveis e essenciais: o domínio da técnica de leitura e escrita; a interpretação do que se lê e escreve e; a capacidade de deslumbramento diante do mundo.71 Obviamente que, no contexto organizacional, a permissividade para o desenvolvimento do aprendizado não ocorre de forma estratégica, mas decorre da contingência do próprio processo produtivo e da relação entre a tarefa que deve ser cumprida, a competência do sistema de liderança, a exigência do mercado, o investimento envolvido e a ausência de conhecimento pontual para resolver o problema que paralisa o processo, bem como coloca em risco a meta e o objetivo planejado em relação à produtividade necessária. Aprender é, em todos os casos, uma necessidade evolutiva do ser humano, e, desta forma, deve ser livre, respeitando o momento de deslumbramento do indivíduo diante do mundo a sua volta, o que é disparado pela problematização diante da realidade situacional, conforme apontamos em outra passagem de nosso estudo. A problematização, tanto como a percepção da realidade, é condição básica para a aprendizagem 70 MARIOTTI, Humberto. Organizações de aprendizagem – Educação continuada e a empresa do futuro. São Paulo: Atlas, 1999, p. 50. 71 GUERREIRO, Evandro Prestes. Aprendizagem espontânea e infoinclusão social. In: Cidade digital – infoinclusão social e tecnologia em rede. São Paulo: SENAC, 2006, p. 181. 5 10 15 20 25 30 60 Unidade II Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 espontânea; é, porém, apenas parte de uma estrutura de constituição do ser no processo educacional. Para aprender a problematizar os fatos e perceber criticamente a realidade, o indivíduo precisa de liberdade de ação e autonomia para tomar decisões.72 Conforme diz Mariotti (1999), o conhecimento necessita formar blocos de compreensão, o que significa dizer que, nas empresas, a equipe profissional forma integrações de aprendizagem e que tais formações consolidam não somente a prática, mas também a revisão de conceitos constituindo novas competências. Segundo o autor, A competência nasce de pessoas competentes e gera pessoas competentes, para as quais, vencer não implica inevitavelmente a destruição dos vencidos. A excelência de seu trabalho produz benefícios que ultrapassam em muito os objetivos e os resultados dos simples treinamentos.73 A aprendizagem organizacional, neste contexto, pode ser definida como um conjunto de competências que se articulam em uma rede inteligente e viva de resoluções de problemas práticos e estratégicos, orientando o resultado esperado no processo produtivo das organizações. Para se ter uma ideia a respeito da complexidade desse sistema de aprendizado organizacional, Mariotti aponta que eles são identificados pelas seguintes características: a) Existe uma baixa hierarquização, em que a relação de mando é obediência, está sujeita à instabilidade temperamental dos pares existentes na equipe de trabalho; nesse caso, o poder não é muito claro; consequentemente, o seu exercício é instável e inseguro, bem como ameaçador. 72 Idem, 2006, p. 191. 73 Mariotti, 1999, p. 51. 5 10 15 20 25 30 61 APRENDIZADO ORGANIZACIONAL Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 ?-?sem-?mod b) Baixo índice de obediência cega e pouca institucionalização, caracterizando a não existência de funções e cargos devidamente desenhados, bem como as responsabilidades definidas com precisão, gerando certa tendência de fuga em relação ao excesso de regras e normas. c) Baixo nível de especialização, com a ambiguidade e as generalizações fazendo parte do sistema; se por um lado a resistência às mudanças é menor, dada a flexibilidade da equipe de trabalho, por outro lado, as competências e responsabilidades técnicas podem ficar comprometidas, produzindo resultados duvidosos. d) Memorising, Understanding e Doing (MUD): a equipe é menos apegada às competências individualistas (egoísmo), possibilitando maior entendimento entre as partes, considerando que a conciliação de visões opostas, bem como a solução de conflitos, faz parte do cenário flexível de aprendizagem, a partir da cultura corporativa. O esforço por compreender a aprendizagem tendo como referência a dialética das relações sociais e vinculares em determinado ambiente tende a cair na matriz da existência das duas dimensões da aprendizagem, conforme tratada anteriormente: a conceitual ou cognitiva (formal) e a aprendizagem operacional (vivencial), ou, ainda, emocional, como estabelece Daniel Goleman, em Inteligência emocional.74 A maioria dos estudos publicados sobre aprendizagem organizacional, principalmente os autores americanos, partem de situações empíricas que acontecem em suas experiências corporativas, seja em um projeto, seja no desenvolvimento de cenários para novos produtos ou mesmo na expansão do mercado. 74 GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. 11. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. 5 10 15 20 25 30 62 Unidade II Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 Aprender, para tais autores, mesmo que suas abordagens façam a relação entre causa e efeito, significa procurar um raciocínio melhor fundamentado na história das teorias de aprendizagem para explicar fenômenos presentes; eles adotam o raciocínio mais simples e colocam a aprendizagem entre um modelo teórico, com forte influência do cartesianismo ou um modelo empírico que parte da realidade factual, vivencial, conforme se observa nos tipos de aprendizagem analisados por Garvin (2002). A aprendizagem no contexto organizacional, por exemplo, ocorre em circuito único ou simples, que depende da habilidade do gerente para detectar e fazer as devidas correções de percurso no que diz respeito ao conjunto de normas operacionais e procedimentos no qual possui influência e responsabilidade decisória. Detectar o erro e corrigi-lo a tempo significa preservar o sistema operacional da corporação, o que requer o contínuo aperfeiçoamento dos processos, tornando-os mais eficazes e eficientes. Essa abordagem sobre aprendizagem é desenvolvida por Choo (2002), como mostra a figura 4.75 Figura 4 – Modelo de aprendizagem organizacional Doutrina, estratégias e normas Investigação criminal Resultado Aprendizado de circuito duplo Aprendizado de circuito simples Fonte: www.dgz.org.br/fev08/Art02fig02.jpg (acesso em 17/08/08). Complementar ao circuito único ou simples, a aprendizagem pode ocorrer ainda em circuito duplo, que dependerá da capacidade gerencial para fazer o distanciamento seguro, sem se contaminar com a situação e exercer o poder decisório de forma arbitrada, questionando a relevância e o impacto das normas de funcionamento e procedimentos corporativos. 75 CHOO, C.W. Information management for the intelligent organization: the art of scaning the enviroment.