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Aprendizado Organizacional - Livro Texto – Unidade II
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3. ed. Medford, New Jersey: Information Today, 2002. 5 10 15 20 25 63 APRENDIZADO ORGANIZACIONAL Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 ?-?sem-?mod O gerente deve saber identificar e explorar as possibilidades empreendedoras de inovação do sistema operacional da organização, tendo a sensibilidade para comparar, viabilizar e envolver a mudança do modelo e prática de gestão, valores e princípios do sistema corporativo engessado com o tempo. O conceito de aprendizagem organizacional, desta forma, está relacionado com a ideia de inovação social e tecnológica nas instituições. Senge,76 por exemplo, como visto anteriormente, define as corporações que aprendem como organizações em que as pessoas continuamente expandem as suas capacidades no sentido de criar resultados desejados, nas quais novos sistemas são gerados, em que se liberta a aspiração coletiva e em que as pessoas fazem continuamente um processo de como aprender em conjunto. Isso significa dizer que, para Senge, é na equipe de trabalho que aprendemos a pensar, refletir, fazer, avaliar, checar nossas verdades, rever nossas posturas e traçar o futuro. As cinco disciplinas que o autor sistematiza integram os valores pessoais com os valores grupais a partir do domínio pessoal sobre o que se pensa e o que se faz, bem como a visão de mundo sobre si e sobre o outro. Entretanto, o risco de se ter opinião própria é se fechar em um modelo mental mais rígido e inflexível à inovação e à mudança. O modelo mental das pessoas traduz o conjunto de valores e crenças no campo ético e moral, mas também relaciona as percepções de si, do outro e do mundo. Quando temos verdades absolutas sobre as coisas que fazemos, temos maior dificuldade para conviver grupalmente. Nesse caso, os objetivos comuns favorecem a maior apreensão das mudanças por parte do profissional e flexibilidades necessárias para o trabalho em equipe. A aprendizagem em grupo é o desafio da sociedade moderna, contrária à tendência do individualismo ou da 76 SENGE, P. M. A quinta disciplina. São Paulo: Best Seller, 1990. 5 10 15 20 25 30 64 Unidade II Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 reclusão social. Como ser social que somos, é no grupo que interagimos com o outro, assumimos desafios internos de mudança e lapidamos nossos valores e atitudes, aprendendo como nos adaptarmos à diversidade ambiental e à temporalidade dos acontecimentos. O ensino formal, por exemplo, mostra o mundo em pedaços menores formando um todo, a partir de disciplinas, sequências ordenadas, classificadas, departamentalizadas, controladas e dirigidas para resultados previsíveis. Entretanto, descobrimos que o mundo é como um movimento integrado, um todo dinâmico, interdependente e relacional. A vida não é um acontecimento de fatos que se sequenciam linearmente, mesmo que em uma visão possível possamos estabelecer um padrão lógico de situações previsíveis, como se convencionou a pensar na estratégia de planejamento que as corporações executam todos os anos, confrontando informações passadas com os resultados obtidos em um período, possibilitando que os estrategistas gerem cenários futuros para tomadas de decisões, bem como indicadores de padrão de qualidade e excelência no processo. O raciocínio sistêmico nos ampara na visão do coletivo e nos protege das armadilhas do conhecimento e do “não-saber”. As lacunas de informações são preenchidas inteligentemente pelas similaridades e pela gestão de riscos, por aproximação e dinâmica própria de explicação e compreensão do contexto no qual nos encontramos. Pensar sistemicamente é o que propõe a missão da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Na publicação denominada Fundamentos e critérios de excelência na gestão, um conjunto de indicadores orienta a prática e o modelo de gestão das empresas brasileiras candidatas ao Prêmio Nacional da Qualidade. A aplicação dos indicadores apresentados nos fundamentos e critérios de excelência do modelo FNQ possibilita a elaboração 5 10 15 20 25 30 65 APRENDIZADO ORGANIZACIONAL Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 ?-?sem-?mod de um diagnóstico que serve para avaliar os resultados, a liderança, as estratégias, o conhecimento corporativo, os processos, os clientes, as pessoas e a sociedade. O sistema de avaliação da prática de gestão identifica o estágio e a coerência do modelo de gestão corporativa, tendo em vista o aprendizado organizacional, que, no caso, é definido como a (...) busca de alcance de um novo nível de conhecimento por meio de percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de experiências, alterando princípios e conceitos aplicáveis a práticas, processos, sistemas, estratégias e negócios, e produzindo melhorias e mudanças na organização.77 Fonte: Modelo de excelência. http://www.fnq.org.br (acesso em 20/ 08/ 2008). 77 Fundação Nacional da Qualidade. Conceitos fundamentais da excelência em gestão. São Paulo: FNQ, 2006, p. 12 (disponível em www.fnq. org.br – acesso em 03/08/2008). 5 10 66 Unidade II Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 Aprender significa acumular conhecimentos de ordem prática e vivencial, mas também conceituar a própria prática, atribuindo significados aos fatos e às suas múltiplas inter-relações causais, enquanto significantes e matrizes do próprio aprendizado. O pensamento sistêmico estabelece a interdependência entre os diversos componentes da organização, bem como entre a organização e o ambiente externo. A implantação do modelo de excelência resulta do processo de aprendizagem na organização, e esta, por sua vez, como sugere o próprio modelo, é colocada em prática, pela internalização da cultura corporativa, tornando-a parte do trabalho e da rotina organizacional. Assim, o desenvolvimento organizacional é assegurado quando o conhecimento que a organização possui de si própria é preservado e valorizado no tempo e no ambiente em si. A organização, segundo o modelo FNQ de excelência na gestão, deve oportunizar condições concretas para que o conhecimento seja compartilhado e, com isso, o aprendizado seja operado coletivamente. Porém, a forma usual que assegura maior aprendizado é saber como gerenciar o conhecimento enquanto ativo empresarial, valorizando e perpetuando o capital intelectual, como forma de produzir novos conhecimentos, codificá-los, disseminá-los e apropriá-los. O aprendizado organizacional também promove a experimentação nas empresas, uma vez que usa o erro como instrumento pedagógico, incluindo novas possibilidades de desenvolvimento das práticas gerenciais, assim como estimula entre as partes interessadas o compartilhar de informações e conhecimentos corporativos. Essa cultura de trabalho em equipe consegue comprometer o colaborador na tarefa sob sua responsabilidade, desenvolve soluções empreendedoras, implementa melhorias no sistema organizacional como um todo e aborda a inovação como forma de sustentabilidade. 5 10 15 20 25 30 35 67 APRENDIZADO ORGANIZACIONAL Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 ?-?sem-?mod 7 MODELOS DE APRENDIZADO ORGANIZACIONAL Em estudo que aborda a proposta de um modelo integrado de aprendizagem organizacional que preencha as lacunas teóricas existentes nas diversas análises sobre o tema, Silvana Santana,78 pesquisadora da Universidade de Aveiro, em Portugal, em artigo intitulado Modelo