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Modos de Produção

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UEPB/Guarabira
Geografia Econômica
Modos de Produção: notas introdutórias
Síntese do texto do Prof. Dr. Ivan Targino
Prof. Ms. Thiago de Queiroz
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Alguns conceitos elementares
Valor de uso e valor de troca:
Valor de uso:
	produção de bens e serviços
Valor de troca:
	Devido ao desenvolvimento da humanidade, as pessoas são incapazes de produzir tudo aquilo que necessitam (relações de troca).
	Tomemos duas mercadorias bastante diferentes entre si: uma mesa, feita por um marceneiro e um casaco feito por um alfaiate. Vamos imaginar que podemos trocar a mesa pelo casaco. Isto significa dizer que a mesa e o casaco possuem o mesmo valor de troca. 
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Trabalho concreto e trabalho abstrato:
	
Trabalho concreto 
	trabalho empregado na produção de valores de usos (bens e serviços). Portanto, chamamos de trabalho concreto o trabalho específico que resulta em um bem qualquer.
	
	
Trabalho Abstrato
	quando o trabalho humano é considerado independente de suas características específicas.
	
	Ao realizar suas tarefas, cada trabalhador consome uma quantidade de energia humana que é da mesma qualidade independente da atividade realizada (mecânico, motorista, professor etc). Cada um deles realiza um esforço físico e mental que independe de sua atividade concreta. Este esforço, esta quantidade de energia humana em geral chamamos de trabalho abstrato.
	
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Como medir o valor de um bem?
pela quantidade de trabalho socialmente necessário a sua produção. 
Para caçar um castor o homem precisa de um dia de trabalho, enquanto que para caçar um veado ele precisa de dois dias de trabalho, logo um veado vale dois castores (ADAN SMITH).
Todavia, o preço pago por uma mercadoria não coincide, necessariamente, com o seu valor: ora pode situar-se acima, ora pode situar-se abaixo, dependendo da oferta e da demanda por essa mercadoria. 
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Processo de Trabalho
Processo de trabalho é a atividade humana de produzir valores de uso. Trata-se de uma interação com a natureza a partir de seu corpo e de sua mente (capacidades físicas e mentais).
Objeto de trabalho - porção da natureza que vai ser transformada pelo trabalho humano, a fim de produzir valores de uso. 
Instrumento de trabalho - é tudo aquilo que é utilizado pelo homem na transformação do objeto de trabalho (Meio de Produção). 
Força de trabalho - ação do trabalhador objetivando a criação dos valores de uso.
	
	
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	Forças produtivas e relações sociais de produção
Relações sociais de produção: 
	São relações que os homens travam entre si no processo produtivo, mediatizadas pelos meios de produção.
	Observe-se que, no caso de haver apropriação privada dos meios de produção, os proprietários dos meios de produção dirigem o processo produtivo e mantêm os trabalhadores sob suas ordens, sendo esses últimos os responsáveis diretos pela produção. Isto é, são eles que criam valores de uso. Assim, a relação entre os homens no processo produtivo, desde que haja propriedade privada dos meios de produção, reveste-se de um caráter de oposição, de dominação (TARGINO, p. 03). 
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	Modo de produção e formações sociais
O modo de produzir as condições materiais de vida mantém estreita relação com as formas de organização da vida social, política, religiosa e intelectual de uma sociedade. A produção dessas condições materiais constitui a infra-estrutura com nível econômico (TARGINO, p. 04).
O conjunto das leis e das formas de organização do poder compõe o nível político-jurídico. Importa ressaltar que o poder e as leis estão condicionados pela produção das condições materiais de vida. Por exemplo, numa sociedade capitalista, é imprescindível que o estado garanta a propriedade privada e a defenda de todas as investidas dos trabalhadores contra ela (TARGINO, p. 04).
 
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O poder da ideologia
Em toda sociedade encontra-se também um conjunto de crenças, valores, hábitos e costumes, que consubstanciam as “formas de consciência social”, garantidor da coesão social, e que constitui o nível ideológico. Este, juntamente com o nível político-jurídico, forma a superestrutura da sociedade (TARGINO, p. 04).
 
Na idade média, afirmava-se que “todo o poder vem de Deus”; por conseguinte, insurgir-se contra o seu soberano era insurgir-se contra a própria divindade; tem-se aí um princípio ideológico para dar legitimidade social a uma forma de organização do poder político (TARGINO, p. 05).
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	Comunismo Primitivo
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Modo de Produção Antigo ou Escravista
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O modo de produção feudal 
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Continuação
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O modo de produção capitalista
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Continuação
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Continuação
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Mais-valia
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O Comunismo e sua crítica ao Capitalismo
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Antagonismo entre Capitalismo e Socialismo
COMUNISMO PRIMITIVO
Os direitos de acesso aos recursos básicos, garantidores da sobrevivência do grupo humano, eram comuns;
O nível de desenvolvimento das forças produtivas era incipiente, expresso pela rusticidade dos instrumentos de trabalho;
A divisão social do trabalho era rudimentar, restringindo-se, basicamente, à divisão das tarefas segundo o sexo ou faixa etária;
Inexistência de classes sociais. A diferenciação de status dentro da sociedade se fazia da sabedoria, capacidade, sexo, idade, etc;
O poder não era exercido como forma de dominação, pois não havia classes sociais. 
A produção era voltada exclusivamente para o uso, caso houvesse algum excedente, este era distribuído pela comunidade. 
MODO DE PRODUÇÂO ANTIGO
Os meios de produção eram apropriados, predominantemente, pelo Estado e sua distribuição era feita entre os diferentes segmentos da classe dominante. 
Não apenas os meios de produção são propriedade privada (do Estado), como também o próprio trabalhador. A escravidão apresenta-se como a relação social de produção dominante;
Observa-se o desenvolvimento da divisão social do trabalho, principalmente com a separação entre cidade e campo;
Produção para uso era dominante;
A sociedade estava dividida em classes sociais: de um lado a aristocracia e a plebe e, de outro lado, os escravos;
Em virtude do papel que desempenha o Estado, dominando a sociedade civil, o nível político jurídico é dominante.
MODO DE PRODUÇÂO FEUDAL
Os camponeses formavam a grande maioria da população trabalhadora. Todavia, não tinham o direito de propriedade, mas apenas de uso da terra;
A apropriação da terra estava ligada a uma relação hierárquica de vassalagem (O vassalo era o indivíduo que pedia algum benefício a um nobre superior e em troca fazia um juramento de absoluta fidelidade);
A produção era familiar e predominantemente para o consumo;
A organização agrária determinava a divisão das terras em três partes: as terras dominais, que eram exploradas pelo senhor feudal com o trabalho gratuito dos servos; as terras parcelares, que eram exploradas pelos servos com seus familiares; as terras comunais, que eram as terras comuns, normalmente de pior qualidade.
CONTINUAÇÂO
A sociedade estava dividida em classes: a classe dominante constituída pela nobreza (senhores feudais e familiares) e pelo clero (os dignitários eclesiásticos-arcebispos, bispos, abades... eram também senhores feudais); a classe mais numerosa era formada pelos camponeses (na sua grande maioria não livres). Deve-se registrar também a presença de trabalhadores livres como os artesãos e os mercadores;
O nível ideológico era o dominante. A religião fornecia os elementos para a repressão social. Por exemplo, o princípio que todo o poder deriva de Deus, garantia a legitimidade da ordem política. Qualquer desobediência aos detentores do poder representava também uma desobediência à divindade, fonte de todo o poder. 
MODO DE PRODUÇÂO CAPITLISTA
Composição Orgânica do Capital
1. Capital Variável:
	Capital empregado para aquisição
da força de trabalho, uma vez que a força de trabalho é capaz de gerar um valor superior ao que foi contratada .
2. Capital Constante:
	o capital utilizado para a aquisição dos meios de produção é chamado de capital constante 
CONTINUAÇÂO
A propriedade privada é a forma encontrada de privar da propriedade a grande parcela dos integrantes do sistema econômico. Essa fase inicial foi chamada por Marx de acumulação primitiva;
A produção de mercadorias é a forma dominante da produção obtendo como objetivo final a produção de mais-valia;
O trabalhador é um trabalhador “livre”/alienado e o assalariamento é a relação social de produção, característica deste modo de produção;
Se toda a produção destina-se ao mercado, a sua comercialização só será possível com a adoção universal do dinheiro como meio de troca;
As classes sociais básicas deste modo de produção são os capitalistas proprietários dos meios de produção, e os trabalhadores, proprietários de sua força de trabalho.
CONTINUAÇÂO
A extração do excedente é feita pelo capitalista através do trabalho não pago, ou simplesmente mais-valia. Esta pode assumir duas formas básicas: a mais valia absoluta e a mais valia relativa.
	1. Absoluta: o capitalista obriga o trabalhador a trabalhar a um ritmo tal que, sem alterar a duração da jornada, produzem mais mercadorias e mais valor. Quando esse método encontra os limites da extração da mais-valia absoluta: resistência da classe operária e deterioração de suas condições físicas, o segundo caminho é a extração da mais-valia relativa.
	2.Relativa:, podemos entender como inovações tecnológicas, através da mudança técnica que o tempo de trabalho socialmente necessário de determinados bens pode ser reduzido. Aumentos na produtividade resultantes e novos métodos de produção, nos quais o trabalho morto sob a forma de máquinas assume o lugar do trabalho vivo.
MODO DE PRODUÇÂO COMUNISTA
Propriedade coletiva dos meios de produção. Marx escreve que o “comunismo é a abolição positiva da propriedade privada e da alienação humana, e, portanto, a verdadeira apropriação da natureza humana através do e para o homem. Ele é, portanto, o retorno do homem a si mesmo como um ser social, isto é, realmente humano, um regresso completo e consciente que assimila toda a riqueza da evolução precedente”.(MARX, 2005)
Uma vez que não existe propriedade privada dos meios de produção, também não há divisão dos homens em classes sociais, nem exploração do trabalho. Como não há classes antagônicas, não há a necessidade do Estado, que é, em última instância, a forma de assegurar a dominação de uma classe sobre as demais.
A divisão da produção é feita de forma a atender as necessidades humanas. “De cada um segundo as suas capacidades. A cada um segundo as suas necessidades”.
Socialismo: resgatará gradualmente para a sociedade a propriedade dos meios de produção e coletivizará os frutos do trabalho humano. Eliminará a exploração do homem pelo homem. 
Comunismo: Um tipo de relação ainda não conhecida – Fase superior do socialismo, no qual todos os meios de produção já estarão coletivizados, não haverá mais classes sociais, nem Estado e outros instrumentos de subjugação do homem pelo homem.

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