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Geologia no Litoral de Setúbal

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Geologia no Verão 2 1 
A Geologia no Litoral – bal 
_______ __________________________ 
 
AGÊNCIA CIÊNCIA VIVA 
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA 
Anabela Cruces, Isabel Lopes, 
Maria Conceição Freitas & César Andrade 
A Geologia no Litoral 
Parte II: 
Dà Lagoa de Albufeira a Setúbal 
rsão
001 – Guia de Excursão 
 Parte II: Da Lagoa de Albufeira a SetúGeologia no Verão 
 
Centro de Geologia 
ULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA
FAC
______________________________
2002
Guia de Excu
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 2 
a a Setúbal 
_ 
 
 
I. 
 
 Anabela Cruces1, Isabel Lopes1, Maria Conceição Freitas2, César Andrade2 
1 Monitor, Mestre em Geologia Económica e Aplicada 
(a.cruces@fc.ul.pt; Isabel.Lopes@fc.ul.pt) 
2 Prof. Auxiliar e Investigador, Departamento e Centro de Geologia da 
 Universidade de Lisboa 
(cfreitas@fc.ul.pt; candrade@fc.ul.pt) 
A Geologia no Litoral 
Parte II: 
Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
2002
Guia de Excursão
Geologia no Verão 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeir
______________________________________________________________
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 3 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
 
_______________________________________________________________ 
 
ÍNDICE 
 
INTRODUÇÃO………………………………..…………..…….………………………….... 2 
ITINERÁRIO……….…………………………………………………………..………….... 4 
PARAGENS……………………………….………..……….………………….……….… 5 
LAGOA DE ALBUFEIRA…………………………….………………….…………....…. 5 
PRAIA DAS BICAS / PRAIA DO PENEDO………………………….......….. 10 
PRAIA DA 
FOZ…………………….………………………….………………………..…….… 15 
NOSSA SENHORA DO CABO (CABO ESPICHEL)…………............……. 16 
CASTELO DE SESIMBRA……………………………………………….……………. 20 
PEDREIRAS (Recursos Minerais)……………………………………..……….. 23 
ARRÁBIDA…………………………………….…………………….….……………. 24 
7.1. LITORAL………………….………………………………………………... 24 
7.2. SERRA………………….……………………………………………………… 27 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……….…………..…………………………..…… 30 
NOTAS………………………………………………………………………………….…... 32 
ANEXOS 
Anexo I - Tabela Crono-estratigráfica…………………………….………………... 35 
Anexo II - Legenda da Carta Geológica de Portugal, folha 38-B (Setúbal) à escala 
1:50.000 (IGM, 1994)……..………... 36 
Anexo III - Dimensões dos detritos sedimentares………………………... 37 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 4 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
 
_______________________________________________________________ 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
A Península de Setúbal é enquadrada por dois grandes estuários: o do Tejo, a 
Norte, e o do Sado, a Sul (Fig. 1A). 
O litoral desta Península evidencia acentuada assimetria morfológica, em 
virtude dos diferentes regimes de agitação marítima a que está exposto e da 
natureza e estrutura do substrato rochoso que o suporta. 
Na fachada ocidental, o Cabo Raso, a Norte, e o Espichel, a Sul, limitam um 
arco litoral de grande raio de curvatura formando a enseada Caparica - Espichel, 
ampla, de contorno plano suave, definida essencialmente em rochas detríticas 
brandas. O litoral meridional contrasta pelo vigor do relevo da Serra da Arrábida, 
constituída essencialmente por rochas calcárias fortemente dobradas e pela 
escassez de praias, que se restringem a pequenas enseadas encastradas na costa 
alcantilada (ex: Portinho da Arrábida, Figueirinha). 
Cerca de dois terços deste troço costeiro (25km) são constituídos por litoral 
de acumulação (anamórfico) formando uma costa baixa, arenosa e contínua até à 
Praia das Bicas, enquanto o terço Sul do arco (11km) é rochoso contendo algumas 
pequenas praias encastradas, constituíndo essencialmente um litoral de erosão 
(catamórfico). 
Do ponto vista geológico e geomorfológico esta Península é formada por duas 
unidades fundamentais que condicionam a morfologia do litoral: o Sinclinal de 
Albufeira e a Cadeia da Arrábida (Fig. 1). 
A região axial do sinclinal de Albufeira situa-se a Norte da Lagoa de Albufeira 
sendo o seu flanco norte constituído por uma série detrítica e ocasionalmente 
carbonatada (sucessão de areolas, siltes e argilas com níveis de calcários 
margosos) depositada desde o Miocénico até à actualidade, inclinando para Sul e 
cortada pelo Estuário do Tejo (Fig. 1B). Estas rochas podem ser observadas nos 
dois terços setentrionais do arco Caparica-Espichel. No flanco Sul afloram 
camadas mais antigas, do Cretácico à actualidade, formando uma série 
essencialmente carbonatada e detrítica, inclinando para Norte. Na Cadeia da 
Arrábida têm maior expressão rochas mais antigas (jurássicas) predominando as 
litologias carbonatadas e margosas (Fig. 1B). Estas rochas podem ser observadas 
no terço meridional do arco Caparica Espichel e no litoral Sul da Península de 
Setúbal. 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 5 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
 
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Tejo
Lagoa de Albufeira
Cabo Espichel
Cenomaniano e Complexo Vulcânico de Lisboa
Miocénico
Plioquaternário
Dunas
Paleogénico e Miocénico
Cretácico
Jurássico
N S
B 0 10 20 km
S e r
r a d
a A r
r á b i
d a
Estuário
do Sado
Lagoa de Albufeira
Estuário
do Tejo
LISBOA
SETÚBAL
Cabo Espichel
N
S
A N
¿
 
Figura 1 – A – Enquadramento da Península de Setúbal; B - Corte Geológico da Península de Setúbal (adaptado de Andrade, 1989). 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 6 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
II. ITINERÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
6
5
4
3
2
N 
0 5 10 15km 
7
 
Figura 2 – Localização das paragens. 
 
1 – Lagoa de Albufeira 
2 – Praia das Bicas / Praia do Penedo 
3 – Praia da Foz 
4 – Nossa Senhora do Cabo (Cabo Espichel) 
5 – Castelo de Sesimbra 
6 – Pedreiras (Recursos Minerais) 
7 – Arrábida 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 7 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
III. PARAGENS 
 
1. LAGOA DE ALBUFEIRA 
 
A laguna de Albufeira situa-se na orla ocidental da Península de Setúbal, no 
arco litoral Caparica - Espichel, cerca de 20km a sul de Lisboa. 
Ocupa uma superfície de 1,3km2 e apresenta uma geometria alongada, com 
o eixo maior oblíquo relativamente à linha de costa, orientado Sudoeste-Nordeste. 
É formada por dois corpos lagunares principais ligados por um canal estreito, 
sinuoso e pouco profundo: a Lagoa Pequena, mais interior e menos profunda e a 
Lagoa Grande, com profundidades máximas de cerca de 15m, constituída por dois 
segmentos elípticos, definidos por cúspides arenosas marginais (Fig. 3). 
 
 
N 
 
 
 
 
1 km 0 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Laguna de Albufeira (extracto da Carta Militar de Portugal nº. 453, à escala 
original: 1:25.000 (IGE, 1993)). 
 
A laguna está separada do oceano por uma barreira, contínua ao longo de 
1200m, ancorada por ambas as extremidades a um litoral de arribas talhadas em 
terrenos plio-quaternários. A barreira é formada por areias grosseiras, 
remobilizadas e transportadas em permanência pelasondas do mar. No extremo 
norte deste cordão estabeleceu-se uma duna frontal embrionária, colonizada por 
vegetação pioneira. 
A laguna ocupa a região vestibular da Ribeira da Apostiça, seu afluente 
principal. As restantes linhas de água são de menores dimensões e afluem 
exclusivamente à margem esquerda. A bacia hidrográfica drenante estende-se por 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 8 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
106km2, em formações de natureza litológica diversa que, cronologicamente, se 
situam entre o Jurássico e o Quaternário. 
Com o intuito de melhorar a qualidade do corpo aquoso e controlar a 
eutrofização, é aberta periodicamente por meios mecânicos uma barra de maré 
que fecha naturalmente algum tempo depois. Esta intervenção antrópica (que 
começou pelo menos no século XV), consiste em remover areia do lado interno da 
barreira e abrir depois uma estreita ligação ao mar; o forte fluxo de descarga, que 
se gera em baixa-mar devido ao desnível existente entre as cotas dos planos de 
água lagunar e oceânico, rasga um canal amplo e profundo através do cordão 
arenoso. 
Devido ao tipo de agitação marítima local, existe um fluxo de areias ao longo 
da praia, dirigido preferencialmente para sul, que é responsável pela reconstrução 
da barreira quando nela se abre a barra de maré. Esta reconstrução faz-se por 
acreção na margem norte e erosão na margem sul do canal de maré, o qual 
meandriza, perde eficiência hidráulica e finalmente é colmatado. A barra tem, 
pois, um carácter divagante, e funciona durante um período variável, de semanas 
a meses. 
Enquanto a barra se mantém aberta, a maré oceânica propaga-se no interior 
da laguna, transportando areias a favor da enchente, que se depositam nas 
vizinhanças da boca da barra sob a forma de leques sedimentares. Os sucessivos 
episódios de abertura/fecho da barra e a meandrização dos canais promovem a 
multiplicação, justaposição ou erosão destes leques, produzindo a longo prazo 
uma morfologia complexa da margem interna da barreira, variável no tempo. 
A água lagunar tem características sazonais que reflectem a dualidade barra 
aberta/barra fechada. A abertura da barra promove a renovação completa da 
água no interior da laguna que adquire temporariamente características fisico-
químicas idênticas às da água oceânica. A coluna de água torna-se homogénea, 
oxigenada e límpida, com salinidade da ordem de 3,5% (Freitas, 1995). Em 
situação de barra fechada, os aportes de água doce aumentam a profundidade do 
corpo aquoso e, devido a diferenças de densidade, gera-se uma coluna de água 
estratificada, com acumulação de água salgada nas zonas mais profundas e 
salobra ou doce à superfície (Fig. 4A). O oxigénio dissolvido nas camadas mais 
profundas é rapidamente consumido, gerando-se anoxia junto ao fundo. Os 
sedimentos de fundo apresentam uma distribuição marcadamente concêntrica, em 
que as areias ocupam a faixa periférica e as vasas a área central, mais profunda. 
Esta organização reflecte o baixo hidrodinamismo do corpo lagunar e a 
diversidade das fontes sedimentares, marinha e continental. Os sedimentos 
provenientes do continente perdem os componentes mais grosseiros (areia e 
cascalho, transportados junto ao fundo) na periferia do espelho de água, 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 9 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
originando pequenas praias lagunares ou deltas fluviais; os componentes mais 
finos (siltes e argilas, transportados em suspensão) alcançam as regiões mais 
internas da bacia lagunar (Fig. 4B). Os sedimentos de origem marinha 
concentram-se preferencialmente no terço poente do corpo lagunar, em estreita 
associação física e funcional com a barreira e barra de maré. 
Os sedimentos de fundo são de natureza essencialmente minerogénica, 
incorporando quantidades variáveis de matéria orgânica e bioclastos. 
A laguna de Albufeira, tal como a conhecemos hoje, representa uma das 
etapas evolutivas do troço costeiro em que se integra, nos últimos milhares de 
anos, em resposta às variações ambientais que se fizeram e continuam a fazer 
sentir. 
 
 A. B.
 Lagoa 
Grande
 Lagoa
Pequena
3.5%
2.0%
1.0%
(Salinidade)
areias vasosas
areias vasas arenosas
vasas
Figura 4 – Laguna de Albufeira: A. Características físico-químicas da coluna de água; B. 
Distribuição espacial dos sedimentos de fundo. 
 
Há cerca de 10.000 anos o nível médio do mar localizava-se cerca de 20m 
abaixo do actual. Nessa altura a laguna ainda não se teria formado e em seu lugar 
existia um vale profundo, escavado no substrato que desembocava a mais de 1km 
de distância do litoral actual (Fig. 5A). 
No período de 10.000 a 6.000 BP1 o nível do mar elevou-se rapidamente até 
perto da cota actual, invadindo a superfície previamente modelada pela rede 
hidrográfica, formando um litoral de rias (Fig. 5B). 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 10 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
Cerca de 5.000 BP ocorreu uma desacelaração brusca da taxa de elevação do 
nível do mar que possibilitou a diferenciação e acumulação de uma restinga 
arenosa e definiu o ambiente lagunar (Fig. 5C). 
Desde 5.000 BP até ao presente, a descarga sólida fluvial preencheu os vales 
que hoje se encontram afogados em sedimento e com fundo plano. O corpo 
lagunar reduziu a sua extensão e profundidade (Fig. 5D). 
A evolução futura da Lagoa de Albufeira será certamente dominada pelos 
processos de assoreamento que se traduzem pela agradação vertical do fundo do 
corpo lagunar e pela redução da sua superfície molhada. Os condicionantes desta 
evolução são de natureza global (elevação do nível médio do mar associada ao 
efeito de estufa) e de âmbito local, com relevância especial para os de origem 
antrópica. Dos últimos, destacam-se a intervenção agrícola, a desflorestação, a 
ocupação urbana da margem terrestre e a (re)abertura frequente da barreira. 
Colectivamente, estas actividades potenciam a erosão dos solos e a captura de 
areias do litoral exterior, aumentando a taxa de sedimentação local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
__________________________________________________________________________ 
1 BP – Before Present – antes do presente; por convenção o presente corresponde a 1950. 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal
______________________________________________________________
6 000 BP
11 
 
_ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A.
 
 
 
 
 
 
 
 
B. 
 
 
5 000 BP 
 
 
 
 
 
C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
D. 
 
Figura 5 – Evolução da laguna de Albufeira nos últimos 10.000 anos. 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 12 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
2. PRAIA DAS BICAS / PRAIA DO PENEDO 
 
Esta praia, situada na metade sul do arco Caparica – Espichel (Fig. 6A) tem 
características de alta energia, testemunhada pelos sedimentos arenosos 
grosseiros e perfil reflectivo, comprovado pelo declive acentuado da face de praia 
e persistência de lobos de praia escalonados em altura. 
Aqui podem observar-se vestígios de níveis de praia e duna antigos (do 
Quaternário), consolidados, constituídos por areias médias agrosseiras contendo 
vestígios de conchas, cuja dissolução parcial forneceu o calcário necessário à 
cimentação posterior dos grãos. Estes testemunhos aparecem não só in situ, 
constituindo afloramentos na praia, como também sob a forma de blocos soltos, 
transportados pelas ondas e provenientes de maiores profundidades (Freitas & 
Andrade, 2001, comunicação oral). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B N
¿
A N 
¿
 
Figura 6 – Localização das Praias das Bicas e Penedo. A- excerto da Carta Militar de Portugal 
nº 464, à escala 1:25.000 (IGE, 1994); B- excerto da Carta Geológica de Portugal (ver 
legenda em anexo), Folha 38-B (Setúbal) (IGM, 1994) à escala original 1:50.000 ampliada 
para 1:25.000. 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 13 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
A sequência geológica a que temos acesso nas arribas deste local descreve-
se, em seguida, do topo para a base (Fig. 6B e 7): 
 
QUATERNÁRIO 
Depósitos de dunas, de pequena espessura, constituídos por areias soltas de 
grão médio (ex: os "Medos do Penedo") e depósitos de praia e duna consolidados, 
mais antigos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Coluna litológica de Penedo Norte (Antunes et al., 1996 in: Manuppella et al., 
1999). 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 14 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
PLIOCÉNICO 
Os depósitos pliocénicos resultam da actividade de um vasto sistema fluvial 
que se instalou nesta região, ravinando os terrenos miocénicos. Os fundos dos 
antigos canais fluviais encontram-se revestidos por leitos de calhaus muito rolados 
de diferentes litologias, aos quais se sobrepõem areias finas, que testemunham 
perda de capacidade de transporte, abandono ou divagação do canal. Seguem-se 
camadas areníticas, turfosas, finalmente cobertas por nível de argilas cinzentas a 
negras com restos de vegetais (Romariz & Carvalho, 1961; Manuppella et al., 
1999), que representam os depósitos de cheia deste sistema fluvial quando o rio 
galgava o seu leito de estio e inundava as planícies aluviais adjacentes. 
 
MIOCÉNICO 
As formações miocénicas da Praia do Penedo têm cerca de 35 m de 
espessura e são constituídas por rochas margosas, calcárias, arenosas e argilosas, 
de cor cinzento esverdeado. Em alguns níveis a presença de macrofósseis é 
abundante e diversificada, tendo sido identificados por Romariz & Carvalho (1961) 
exemplares de bivalves (Pecten, Venus, Ostreia, Cardium e Glycimeris), 
gastrópodes (Conus e Turritella), equinodermes (Clypeaster, Conoclypeus e 
Schizaster), crustáceos (Callianassa, Calappa e Neptunus), hexacoraliários, dentes 
de peixe, vértebras de delfinídeos, entre outros (Fig. 8). 
Estes fósseis indicam que a deposição destes sedimentos ocorreu em 
ambiente francamente marinho, embora de pequena profundidade. Nestas 
camadas, ocorrem níveis glauconíticos2, que identificam episódios particulares da 
sedimentação. Efectivamente, segundo Odin & Matter (1981 in: Freitas et al., 
1993), o processo de glauconitização ocorre na interface água-sedimento, se as 
condições se mantiverem favoráveis: taxas de sedimentação baixas, 
microambiente semi-confinado com pH levemente alcalino (entre 7 e 8), 
existência de percentagens suficientes de matéria orgânica para garantir ambiente 
redutor, e concentração elevada dos elementos químicos necessários (por 
exemplo, ferro, alumínio e potássio). 
 
_________________________________________________________________ 
2 O termo Glauconite é muitas vezes utilizado para designar minerais de cor verde 
encontrados maioritariamente em sedimentos marinhos. No entanto, a Glauconite é uma mica 
di-octaédrica, rica em ferro. Deste modo para evitar incorrecções deve utilizar-se o termo 
Glaucónia para designar grãos verdes, exprimindo fundamentalmente critérios de morfologia 
e côr, sem conotação mineralógica restrita (Freitas et al., 1993). 
Geologia no Verão 2001 – Guia de
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeir
______________________________________________________________
 Excursão 15 
a a Setúbal 
_ 
 
 
 
 
 
 Glycimeris 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PectOstr 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Con 
 
 
 Turrite
 
 
Clypeas
 
 
Figura 8 – Exemplos de macrofósseis observáveis na Praia do Penedo (extraídos de 
Departamento de Geologia, 1993/94 e de Hamilton et al., 1993). 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 16 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
No troço litoral entre a Praia das Bicas e a Praia do Penedo observam-se 
processos distintos de erosão das arribas: 
• erosão hídrica - processa-se através do entalhe, aprofundamento e 
alargamento de regueiros e abarrancamentos produzidos pelas chuvas e 
escoamento superficial, conferindo à face de arriba um aspecto 
acanelado; 
• acção directa da actividade das ondas - em épocas de tempestade, 
quando as ondas atingem a base da arriba, produzindo uma "sapa" que 
contribui para instabilizar a vertente; 
• escorregamentos e/ou queda de blocos - processos de colapso do maciço 
rochoso, descontínuos no tempo e localizados no espaço, mas 
frequentes, sendo a queda de blocos um processo exclusivo das arribas 
talhadas em sedimentos miocénicos. 
O abarrancamento e os escorregamentos das areias pliocénicas são os 
principais responsáveis pelo encaminhando de importante volume de sedimentos 
em direcção à praia, depositando-os sob a forma de cones de dejecção ou de 
amontoados de blocos no sopé da arriba, que posteriormente são remobilizados 
pela acção das ondas. No entanto o material proveniente do Miocénico não é um 
contribuinte tão importante para a alimentação da praia, visto que os blocos 
resultantes da erosão apresentam ainda elevada dimensão e resistência, sendo a 
velocidade de desagregação pelas ondas, de uma forma geral lenta. 
Neste sector regista-se uma elevada taxa de recúo da arriba, que alcança 
cerca de 1m/ano um pouco mais a Norte, na Praia do Meco (Sobreira & Marques, 
1994). 
Importa realçar ainda que aqui se perde a continuidade da praia arenosa, 
dando lugar para Sul a uma plataforma de abrasão rochosa; as poucas praias de 
areia passam a encontrar-se exclusivamente em baías abrigadas e bem 
encaixadas em recortes da arriba (por exemplo as Praias da Foz e dos 
Lagosteiros). 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 17 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_ 
 
 
______________________________________________________________
3. PRAIA DA FOZ 
 
A foz da ribeira que desagua nesta praia instalou-se no contacto entre o 
Miocénico e o Cretácico (Fig. 9), talhando o seu leito em calcários que exibem 
formas de erosão peculiares resultantes de processos químicos e mecânicos, das 
quais se destacam as "marmitas" e as "figuras de arraste". 
 
 
 N 
¿
 
 N
¿
 
 
 
 
 
 
 
A B 
Figura 9 – Localização da Praia da Foz. A- excerto da Carta Militar de Portugal nº 464, à 
escala 1:25.000 (IGE, 1994); B- excerto da Carta Geológica de Portugal (ver legenda em 
anexo), Folha 38-B (Setúbal) (IGM, 1994) à escala original 1:50.000 ampliada para 1:25.000. 
Nas arribas desta praia encontra-se uma sequência geológica composta 
essencialmente por depósitos datadosdo Miocénico. Estes, são compostos por 
calcarenitos e margas de cores alaranjadas e amareladas, com fósseis, dos quais 
se destacam, na macrofauna, turritelas e ostras (Manuppella et al., 1999). Estes 
sedimentos assentam sobre rochas margo-carbonatadas da "Formação da Galé" 
do Cretácico (Albiano). São calcários argilosos e gresosos amarelos, bioclásticos, e 
margas verdes, destacando-se de entre os fósseis, ostreídeos e orbitolinas 
(Foraminíferos). 
Esta praia encontra-se confinada a uma pequena reentrância, esculpida em 
rochas de dureza diferente (Teixeira, 1990), que permitiram a preservação de um 
pequeno promontório a Norte. Esta forma abriga a baía da agitação proveniente 
de Noroeste, e induz difracção das ondas e conduz à dispersão de energia na baía, 
possibilitando a deposição de uma delgada película arenosa que assenta sobre 
substrato rochoso. 
Neste local observa-se a passagem da praia para uma plataforma de abrasão 
talhada em rochas carbonatadas do Cretácico. Nesta, realça-se a presença de dois 
níveis de erosão distintos: lapiás costeiro e carso subaéreo. 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 18 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
4. NOSSA SENHORA DO CABO (CABO ESPICHEL) 
 
O litoral desta região é talhado em rochas essencialmente carbonatadas 
(calcários e margas), cretácicas e jurássicas (Fig. 10), constituindo um litoral de 
natureza erosiva (catamórfico), cujo vigor e modelado dependem menos da acção 
directa do mar e mais da tectónica e dos processos de erosão hídrica. No entanto, 
é ocasionalmente interrompido por pequenas reentrâncias propícias à acumulação 
de sedimentos, onde se formam pequenas praias como por exemplo a Praia dos 
Lagosteiros e Praia do Cavalo. Como se pode observar na Praia dos Lagosteiros 
(Fig. 11A) os depósitos de praia, constituídos essencialmente por elementos 
detríticos de granularidade muito grosseira (balastros – ver Anexo III) 
testemunham o elevado hidrodinamismo desta baía e a escassez de areias na 
área abastecedora. 
B
 N
¿
A
 N 
¿ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – Localização dc Cabo Espichel. A- excerto da Carta Militar de Portugal nº 464, à 
escala original 1:25.000 (IGE, 1994), reduzida para 1:50.000; B- excerto da Carta Geológica 
de Portugal (ver legenda em anexo), Folha 38-B (Setúbal) (IGM, 1994) à escala 1:50.000. 
 
Na Praia dos Lagosteiros (Fig. 10B) observa-se o contacto entre o Cretácico e 
o Jurássico, constituídos por litologias predominantemente carbonatadas. Entre 
esta praia e o Cabo Espichel encontram-se testemunhos da presença de 
dinossáurios (Fig. 11). 
Embora as pegadas deixadas por estes animais se observem hoje em 
camadas rochosas rijas, inclinadas, importa realçar que estas marcas foram 
impressas quando aqueles sedimentos eram vasa moles, que se depositaram em 
lagunas ou charcas salobras e pouco profundas na faixa litoral jurássica e 
cretácica. Após a sua deposição e soterramento por sedimentos mais jovens, as 
camadas assim formadas e inicialmente depositadas em estratos horizontais, 
sofreram processos de litificação que as transformaram nos calcários e margas 
observáveis hoje. Finalmente a actividade tectónica associada ao levantamento da 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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19 
_ 
 
 
 
 
S 
– A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cabo Espichel 
Praia dos Lagosteiros Local deorigem 
do bloco
 
Pista 3
 
 
 
 
 
Predomínio da 
impressão da 
pata dianteira 
Pista 5 
 Camada 
sobrejacente 
 
 
 
 
 
 Pista 1
réplica 
 
 
Bloco caído 
Pista 4 
 
 Pista 2 
 
B Linha de maré baixa 
Figura 11 – A – Vista da Praia dos Lagosteiros e da arriba sob a Ermida da Memória onde se
encontram pistas de dinossáurios (foto de A.Cruces); B – Representação esquemática das pistas
de dinossáurios (saurópodes) (adaptado de Meyer et al., 1994). 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 20 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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Cadeia da Arrábida, dobrou, fracturou e/ou basculou estas camadas, expondo-as 
à erosão, que modelou a paisagem actual e expôs, uma vez mais na faixa litoral, 
estes fósseis. 
As pistas do Cabo Espichel correspondem a pelo menos três tipos de 
dinossáurios: 1- terópodes (Fig. 12A), nas camadas da Praia do Cavalo (Dantas et 
al., 1994); 2- ornitópodes (Fig. 12B), nas camadas a Norte da Praia dos 
Lagosteiros e 3- saurópodes (Fig. 12C), nas camadas da Praia dos Lagosteiros 
(Fig. 11) (Lockley et al., 1994; Meyer et al., 1994). 
Os trilhos de saurópodes observáveis na Figura 11 e que podem sugerir 
movimento para o topo da arriba, originaram a lenda de "Nossa Senhora da Mua", 
retratada em painel de azulejos na capela de Nossa Senhora do Cabo no qual se 
observa uma "MUA" (mula), que terá transportado Nossa Senhora e o Menino, da 
praia até ao planalto (www.sesimbra.com). 
Na região do Cabo Espichel observa-se uma extensa plataforma culminante, 
de grande continuidade e perfeição, que se estende desde o referido cabo, com 
cotas a cerca de 150m, até às proximidades de Sesimbra, atingindo a altitude de 
200-220m. Esta superfície de aplanação, que trunca formações jurássicas 
predominantemente calcárias e fortemente deformadas, parece corresponder a 
uma superfície de abrasão marinha, pela sua grande regularidade, proximidade ao 
mar e presença de raros seixos rolados à superfície (Cabral, 1995). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal
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A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C 
 
Figura 12 – Exemplos de Dinossaúrios presentes na região do Cabo Espichel e respectivas
impressões. A – terópode (in: Madeira & Dias, 1983); B – ornitópode (in: Madeira & Dias,
1983); C – saurópode (in: Lockley et al., 1994). (Esquemas de pistas retirados de folheto
Geologia no Verão 2001 – “Pegadas de Dinossáurios no Barlavento Algarvio”). 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 22 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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5. CASTELO DE SESIMBRA 
 
A zona costeira meridional da Península de Setúbal integra o litoral rochoso 
da Arrábida, com vertentes muito inclinadas que culminam a altitudes superiores 
a 100m e aumentam de altura para leste do Cabo Espichel, atingindo-se o ponto 
mais elevado no Píncaro (380m), na Serra do Risco. 
A dinâmica litoral da fachada meridional da Península de Setúbal é 
substancialmente diferente da observada no litoral ocidental. Este troço encontra-
se sob o efeito de abrigo proporcionado pelo Cabo Espichel, que funciona como 
um "filtro", abrigando-o da acção directa da agitação marítima com rumo para 
Norte do Oeste, que predomina ao longo de toda a costa ocidental portuguesa. No 
entanto, encontra-se completamente exposto à ondulação com rumos para Sul do 
Oeste. 
De um modo geral, ao longo da costa da Arrábida, a agitação marítima é 
fraca durante todo o ano, com excepção de alguns dias de temporais de Sudoeste, 
comuns no Inverno. As poucas praias de areia correspondem a enseadas 
recortadasno litoral alcantilado (ex: Sesimbra e Portinho da Arrábida) e 
correspondem a um delgado revestimento de areia sobre o substrato rochoso. 
"A circulação sedimentar nas praias da Costa da Arrábida processa-se 
essencialmente no sentido transversal. A corrente de deriva litoral é incapaz de 
transporte eficaz, uma vez que os sedimentos são retidos nas constantes 
irregularidades desta costa. A variação textural das praias de enseada depende, 
portanto, do leque dimensional disponível na praia submarina." (Teixeira, 1990). 
A configuração da enseada de Sesimbra induz, em condições naturais, para 
além do transporte transversal de sedimentos (Fig. 13A – seta a vermelho), que 
favorece as trocas entre a praia submarina e a praia emersa, transporte 
longitudinal num circuito fechado em sentido anti-horário (Fig. 13A – seta azul a 
tracejado). No entanto, a construção (e extensão) dos molhes de protecção ao 
porto de abrigo de Sesimbra, cortou a continuidade deste circuito (Fig. 13A – seta 
azul a cheio), favorecendo a acumulação de areias na região ocidental da enseada 
(assoreando o porto) e a erosão das praias orientais (Praia da Califórnia). As 
condições de navegabilidade do porto mantêm-se, actualmente, à custa de 
dragagens. 
A região de Sesimbra, vulgarmente conhecida por "depressão de Sesimbra" 
(Fig. 13), contrasta do ponto de vista morfológico com os relevos que a envolvem 
(Serra dos Pinheirinhos, Serra de Ares e Serra do Risco), devido à estrutura 
geológica complexa que a constitui. Esta depressão é controlada por um sinclinal 
dissimétrico, em cujo eixo afloram rochas cretácicas de natureza essencialmente 
arenítica (Fig. 14). No bordo Oeste deste sinclinal, as colinas do Castelo e da 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal
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A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal
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Figura 13 - Enseada de Sesimbra. A- excerto da Carta Militar de Portugal nº 464, à escala original
1:25.000 (IGE, 1994), reduzida para 1:50.000: 1- Castelo de Sesimbra; 2- Antiga exploração de
Gesso; B- excerto da Carta Geológica de Portugal (ver legenda em anexo), Folha 38-B (Setúbal)
(IGM, 1994) à escala 1:50.000. 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 24 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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Forca, apresentam-se elevadas devido à natureza mais resistente do substrato 
que as constitui, essencialmente carbonatado. 
Limitando o sinclinal ocorrem afloramentos das formações margosas e 
evaporíticas do Hetangiano (Jurássico inferior). Estas rochas, extremamente 
plásticas e de natureza mais branda, favoreceram o processo erosivo, 
conduzindo ao desenvolvimento de vales. As rochas evaporíticas desta formação 
têm uma componente gipsífera importante tendo sido alvo de actividades 
extractivas (ver paragem 6). 
 
 
sinclinal dissimétrico 0 1 km
SE/SW NENW
m
- 1000
- 500
500
0
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 – Corte geológico da "depressão de Sesimbra". Excerto do perfil A-B/C-D da Carta 
Geológica de Portugal (ver legenda em anexo), Folha 38-B (Setúbal) (IGM, 1994) à escala 
1:50.000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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6. PEDREIRAS (Recursos Minerais) 
 
O aproveitamento económico dos recursos minerais desta região foi reduzido 
ao longo dos tempos históricos, com excepção do Ouro, existindo relatos da sua 
exploração por romanos e árabes. 
No final do século XIX explorou-se gesso na região de Sesimbra, sendo ainda 
hoje observáveis os taludes de escavação provocados por esta actividade, 
actualmente abandonada. No local visitado (Fig. 13A) encontram-se argilitos e 
margas argilosas com gesso, de cor avermelhada e acastanhada, ocorrendo este 
mineral disperso na massa argilosa ou em palhetas, placas fibrosas e agragados 
granulares (Sobreira, 1995). As massas de gesso incluem frequentemente cristais 
de quartzo bipiramidados (Fig. 15) (Teixeira & Gonçalves, 1980). 
 
 
 
 
Figura 15 – Forma cristalina de um quartzo bipiramidal 
(retirado de Klein & Hurlbut, 1993). 
 
 
Após as décadas de sessenta/setenta iniciaram-se e intensificaram-se as 
actividades extractivas de rochas calcárias para material de construção (Sobreira, 
1995) (brita e cantaria) e fabrico de cimento, dando lugar à multiplicação de 
pedreiras, com inevitáveis impactos ambientais. 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 26 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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7. ARRÁBIDA 
 
7.1 LITORAL 
 
A praia do Portinho da Arrábida (Fig. 16) encontra-se embutida numa 
pequena reentrância, cuja localização e orientação lhe conferem particularidades 
perante as características da agitação marítima local. 
De facto, mesmo quando sujeita a ondulação com rumos para Sul do Oeste 
(situação para a qual o litoral meridional da Península de Setúbal se encontra mais 
exposto), esta praia caracteriza-se por uma grande dispersão da energia da 
ondulação. Conjuntamente, a presença de uma extensa plataforma submarina que 
se expraia por uma extensão superior a 10km, e onde a batimetria não ultrapassa 
em norma os 5m (Fig. 17), concorre para absorver grande parte da energia das 
ondas durante a rebentação. Deste modo, todas as condições naturais se 
conjugaram para a formação de uma praia excepcionamente estável (Teixeira, 
1990). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BA
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Miradouro 1
Figura 16 - Localização da Praia do Portinho da Arrábida. A- excerto da Carta Militar de 
Portugal nº 465, à escala original 1:25.000 (IGE, 1994), reduzida para 1:50.000; B- excerto 
da Carta Geológica de Portugal (ver legenda em anexo), Folha 38-B (Setúbal) (IGM, 1994) à 
escala 1:50.000. 
 
Uma particularidade desta praia reside na "Pedra da Anixa" (Fig. 18), um 
afloramento de rochas miocénicas com estratificação subvertical, constituindo 
uma evidência da primeira fase de deformação bética (assim desinada por ser 
comtemporânea dos movimentos tectónicos que originaram as montanhas Béticas 
situadas no Sudoeste da Península Ibérica) da cadeia da Arrábida. 
Embora nesta praia se registe o ambiente de menor hidrodinamismo das 
praias do litoral ocidental e meridional da Península de Setúbal, as suas areias 
apresentam dimensões idênticas às encontradas nas praias mais energéticas do 
Geologia no Verão 2001 – Guia de
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufei
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 Excursão 27 
ra a Setúbal 
_ 
 
 
 
 
 Setúbal
 
 
 Tróia
 
 
Setenave 
 Delta 
submarino
 Estuário do Sado
 
 
Portinho 
da Arrábida
 
Sol-Tróia 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17 – Imagem de satélite da foz do Rio Sado (LANDSAT 5 TM 1994. EURIMAGE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0
100
100200
m
AnixaNW SE
 
 
 
 
Plistocénico e Pliocénico
Miocénico médio
Miocénico inferior
Oligocénico e Eocénico provável
Cretácico inferior
Jurássico superior (Malm)
Jurássico médio (Dogger)
Figura 18 – Corte Geológico da região da praia do Portinho da Arrábida enquadrando o 
afloramento da Pedra da Anixa (adaptado de Ribeiro et al., 1979). 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 28 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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arco Caparica-Espichel. Esta particularidade deve-se possivelmente à sua 
alimentação a partir do delta submarino do Sado; como não há contribuição 
significativa por parte das arribas e/ou das linhas de água que desaguam nesta 
enseada, a única fonte disponível é a extensa praia submarina de declive muito 
suave, que constitui parte do delta de vazante do Rio Sado (Teixeira, 1990). Os 
depósitos da praia submarina são essencialmente areias grosseiras (entre 2mm a 
0,5mm), litoclásticas, com teor de carbonatos inferior a 30% (Matos et al., 1990 
in: Teixeira, 1990), bem calibrados. 
O Estuário do Sado constitui o limite Sudeste da Península de Setúbal. Este 
estuário ocupa uma área aproximada de 13.500 ha, formando uma Zona Húmida 
de elevado valor económico e paisagístico, incluída da Reserva Natural do Estuário 
do Sado (R.N.E.S.). 
Na sua região montante apresenta fundos baixos, onde se podem encontrar 
vastas extensões de sapais e rasos de maré (Marateca, Carrasqueira e Comporta), 
assim como bancos arenosos (Ilha do Cavalo). Para juzante a navegação faz-se 
através do Canal da Setenave, com profundidades entre 5 e 11m, que termina na 
região da Embocadura. Aqui, o estuário inclui dois canais, Norte e Sul, separados 
por bancos arenosos (Campanário, Cabra, Cabecinha, Carraca e Escama Ferro), 
que convergem mais a juzante no alinhamento entre Albarquel e a ponta de Tróia, 
atingindo-se profundidades de cerca de 45m (Quevauviller, 1984/85). 
Já no estuário exterior o canal de navegação da Barra de Setúbal, corta um 
extenso banco arenoso de forma triangular, com pouca profundidade, que 
constitui o Delta Submarino do Sado. A Norte deste canal observam-se os 
alinhamentos arenosos de Alpertucho e da Figueirinha, constituindo este último 
uma barra marginal do canal de escoamento. O análogo na margem Sul é o bordo 
Oeste do banco do Cambalhão que enraiza na Península de Tróia por alturas da 
praia do empreendimanto Sol-Tróia (Fig. 17). A Península de Tróia, responsável 
pelo confinamento Oeste do Estuário do rio Sado, é uma extensa restinga 
arenosa, enraizada sensivelemnte à latitude do Carvalhal e cujo crescimento para 
Norte obriga à defecção da foz da ribeira da Comporta, criando condições próprias 
à deposição de sedimentos lodosos onde se pratica a cultura do arroz. 
O arco litoral Tróia-Sines apresenta características geomorfológicas e 
fisiográficas típicas de "praias de enseada", análogas às registadas no arco 
Caparica-Espichel. O efeito de abrigo à parte Norte do arco, é conferido pelo 
maciço da Arrábida, que desloca o Cabo Espichel para Oeste do alinhamento 
definido pela restinga de Tróia. A área de divergência da deriva litoral residual 
neste arco é variável no tempo, situando-se em média nas proximidades da Galé -
Aberta Nova. 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 29 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
_______________________________________________________________ 
 
 
7.2 SERRA 
 
O Portinho da Arrábida posiciona-se a Sudeste do relevo mais imponente da 
Península de Setúbal – a Serra da Arrábida3 – que atinge no seu ponto mais 
elevado, 501m de altitude (Formosinho). Este relevo alonga-se por cerca de 10km 
com orientação geral Nordeste-Sudoeste. 
A Serra da Arrábida tem uma estrutura complexa; é formada por um 
anticlinal assimétrico com vergência para Sul (Fig. 19). No flanco Norte desta 
estrutura afloram todas as unidades compreendidas entre o Liássico (Jurássico 
inferior) e o Miocénico, aumentando a inclinação das camadas à medida que se 
caminha para Sul, e diminuindo novamente na zona de charneira do anticlinal do 
Formosinho (Kullberg & Kullberg, 1996). Neste flanco podem observar-se rochas 
de natureza variada: dolomitos, calcários, margas, argilas, arenitos, 
conglomerados e areias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19 – Anticlinal do Formosinho (Serra da Arrábida) (retirado de Kullberg & Kullberg, 
1996) (ver legenda no Anexo II). 
 
A vertente Sul da Serra da Arrábida, muito abrupta, é constituída pelos 
Dolomitos do Convento (Jurássico inferior a médio). O traçado desta vertente, é 
determinado pelo grande cavalgamento basal que afecta, o Miocénico do Portinho 
da Arrábida a leste, e se prolonga para Oeste pelo vale da Mata do Solitário. É 
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3 A Serra da Arrábida resulta de importantes movimentos tectónicos que ocorrem desde o 
Miocénico até à actualidade. 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 30 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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esta imponente escarpa litoral que confere à Serra da Arrábida a sua inconfundível 
originalidade, onde se podem observar formas de erosão marinha e sub aérea; da 
primeira destacam-se as arribas litorais e as rechãs; da segunda, destacam-se as 
cornijas e respectivos depósitos coluviais (Manuppella et al., 1999). 
A Serra de São Luis é outro dos importantes relevos da região da Península 
de Setúbal, embora de dimensões mais reduzidas (2km de comprimento e 392m 
de altitude). A estrutura geológica é semelhante à observada na Serra da 
Arrábida, correspondendo também a um anticlinal assimétrico, cavalgante para 
Sul, cujo núcleo é constituido por dolomitos (Jurássico inferior a médio) e pelos 
Calcários de Pedreiras (Jurássico médio) (Fig. 20). 
A rede hidrográfica que circunda a Serra de São Luis (ex: Ribeira de Alcube) 
erodiu preferencialmente litologias de natureza mais branda como os 
Conglomerados de Comenda e as Argilas, Arenitos, Conglomerados e Calcários do 
Vale de Rasca (Jurássico superior). 
O contacto entre a extensa planície a Norte, e o conjunto de serras 
anteriormente descritos (Serras da Arrábida e S. Luis) faz-se através de um 
relevo contínuo, estreito e de traçado sinuoso, formado pelas Serras de S. 
Francisco (a Oeste) e Serra do Louro (a Este). Estas, que culminam a altitudes 
entre os 200 e os 256m, constituem a "costeira", ou seja, um relevo dissimétrico, 
desenvolvido numa estrutura monoclinal, em que uma das vertentes concorda 
com a inclinação regional das camadas aflorantes, mais resistentes, e a outra 
corresponde a talude abrupto, geralmente escavado por vale bem encaixado. 
Constitui uma nítida divisória de águas. Os pontos culminantes correspondem às 
camadas mais resistentes, de natureza calcária, do Paleogénico ou da base do 
Miocénico, enquanto que a "frente" corresponde aos Conglomerados, Arenito e 
Margas de Picheleiros (Paleogénico) nos quais se desenvolve a vertente abrupta. 
O "reverso" desta costeira incluí litologias diversas do Miocénico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal
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NNW SSE / N S 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0 1 
 
 
 
Figura 20 – Corte Geológico dos relevos a Nordeste da Serra da Arrábida (Serra do Louro e 
Serra de SãoLuis) (retirado de Carta Geológica de Portugal, folha 38-B Setúbal) à escala 
1:50.000 (IGM, 1994). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 32 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Ambientes Geológicos litorais. VI Simpósio de Geologia Aplicada e do 
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Geológico e Mineiro, Memória 31. Lisboa, 265 p. 
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Cadeira de Paleontologia, Faculdade de Ciências da Universidade de 
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A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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IMAGEM DA CAPA: LANDSAT 5 TM 1994. EURIMAGE. 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 34 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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NOTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 35 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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NOTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 36 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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NOTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2001 – Guia de Excursão 37 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
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ANEXO I - Tabela Crono-estratigráfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2002 – Guia de Excursão 1 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
 
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ANEXO II – Legenda da Carta Geológica, folha 38-B (Setúbal), 
escala: 1:50.000 (I.G.M., 1994) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2002 – Guia de Excursão 2 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
 
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ANEXO III - Dimensões dos detritos sedimentares (adaptado de Friedman & 
Sanders, 1978). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Geologia no Verão 2002 – Guia de Excursão 3 
A Geologia no Litoral – Parte II: Da Lagoa de Albufeira a Setúbal 
 
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	Introdução………………………………..…………..…….…………………………....2
	Itinerário……….…………………………………………………………..…………....4
	Paragens……………………………….………..……….………………….……….…5LAGOA DE ALBUFEIRA…………………………….………………….…………....….5
	PRAIA DAS BICAS / PRAIA DO PENEDO………………………….......…..10
	PRAIA DA FOZ…………………….………………………….………………………..…….…15
	NOSSA SENHORA DO CABO \(CABO ESPICHEL\)…………......
	CASTELO DE SESIMBRA……………………………………………….…………….20
	PEDREIRAS \(Recursos Minerais\)……………………………………..………..23
	ARRÁBIDA…………………………………….…………………….….…………….24
	Referências Bibliográficas……….…………..…………………………..……30

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