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Curso de EIA/RIMA (CEMAE)

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CENTRO DE EXCELÊNCIA EM MEIO 
AMBIENTE E ENERGIA S/S LTDA. 
 
 
 
 
 
CURSO DE EIA/RIMA 
 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E 
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL1 
Dr. Joésio D. P. Siqueira 
Dr. Francisco Ubiracy. C. de Araujo 
MSc. Mara F. R. de Souza 
Majoe de M. Siqueira 
Dr. Sérgio Morato 
 
 
 
 
 
 
2007 
 
1
 Esta apostila contém subsídios obtidos do material didático do Curso de Metodologia de AIA do Ministério do 
Meio Ambiente (MMA), PNUD/BRA/00/020, bem como comentários pessoais dos ministrantes do referido curso 
(Joesio D.P. Siqueira, Francisco Ubiracy de Araújo, Sérgio Morato e Iara V. D. Moreira) realizado no período de 
abril a junho de 2006, em Brasília/DF. 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia i 
 
ÍNDICE 
 
Pág. 
1 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS ESTUDOS AMBIENTAIS NO BRASIL...................... 1 
1.1 - Balanço da Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil................................................ 3 
1.2 - AIA - Comparação com Outros Países ........................................................................... 4 
1.2.1 - França .......................................................................................................................... 4 
1.2.2 - Grã-Bretanha ............................................................................................................... 5 
1.2.3 - Estados Unidos ............................................................................................................ 5 
1.2.4 - Canadá ......................................................................................................................... 6 
2 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL ........................................................................ 6 
2.1 - Constituição Federal ........................................................................................................ 7 
2.2 - Normas Ambientais Infra-Constitucionais de Nível Federal ....................................... 9 
2.2.1 - Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, institui a Política Nacional do 
Meio Ambiente ........................................................................................................... 9 
2.2.2 - Lei de Crimes Ambientais - Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e 
Decreto n° 3.179, de 21 de setembro de 1999, que a Regulamenta.......................... 15 
2.2.3 - Código Florestal - Lei n° 4.771, de 15 de setembro de 1965 e a Medida 
Provisória n° 2.166-67 .............................................................................................. 15 
2.2.4 - Lei de Proteção à Fauna - Lei n° 5.197, de 03 de janeiro de 1967............................ 18 
2.2.5 - Da Obrigação com Relação ao Patrimônio Cultural ................................................. 18 
2.2.6 - Lei do Sistema Nacional de Unidade de Conservação – SNUC, 
Lei n° 9.985, de 18 de Julho de 2000....................................................................... 20 
2.2.7 - Decreto n° 4.340, de 22 de Agosto de 2002 e Decreto n° 5.566, de 26 de 
Outubro de 2005, que dá Nova Redação ao Caput do Art. 31 do 
Decreto n° 4.340/02 .................................................................................................. 21 
2.2.8 - Lei da Ação Civil Pública - Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985............................ 23 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Maio Ambiente e Energia ii 
2.2.9 – Política Nacional de Recursos Hídricos - Lei n° 9.433, de 08 
de janeiro de 1997 ..................................................................................................... 23 
2.2.10 – Resoluções CONAMA............................................................................................ 26 
3 – ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA AMBIENTAL........................................................ 30 
3.1 - Qualidade Ambiental...................................................................................................... 32 
3.2 - Indicadores Ambientais.................................................................................................. 33 
3.3 - Impacto Ambiental ......................................................................................................... 33 
4 - LICENCIAMENTO AMBIENTAL BRASILEIRO .......................................................... 35 
4.1 - Licenciamento Federal ................................................................................................... 39 
4.2 - Licenciamento Estadual ou Distrital............................................................................. 39 
4.3 - Licenciamento Municipal............................................................................................... 40 
5 – AVALIAÇÃO DO EIA RIMA PELO ÓRGÃO AMBIENTAL ....................................... 40 
5.1 – Checklist para Análise de EIA/RIMA ou outros Documentos Técnicos 
Exigidos no Licenciamento Ambiental (PCA, RCA, PRAD) .................................... 40 
5.1.1 – Métodos e Técnicas Utilizados para a Realização dos Estudos Ambientais ............ 40 
5.1.2 – Áreas de Influência do Empreendimento.................................................................. 41 
5.1.3 - Espacialização da análise e da apresentação dos resultados...................................... 41 
5.1.4 - Identificação, previsão da magnitudee interpretação da importância dos 
prováveis impactos relevantes................................................................................... 41 
5.1.5 - Alternativas econômicas e tecnológicas para a mitigação dos danos 
potenciais sobre o ambiente ...................................................................................... 42 
6 – APLICABILIDADE DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL................................. 43 
7 – OS TERMOS DE REFERÊNCIA (TOR) COMO NORTEADORES DOS 
ESTUDOS AMBIENTAIS .................................................................................................. 48 
7.1 – Diretrizes Gerais ............................................................................................................ 48 
7.2 – Procedimentos para a Elaboração do Termo de Referência...................................... 49 
7.3 – Conteúdo do TOR .......................................................................................................... 50 
7.4 – Estruturação da Equipe Multidisciplinar para Elaboração dos 
Estudos Ambientais ....................................................................................................... 54 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia iii 
8 - ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA ......................................................................................... 55 
8.1 – Procedimentos para a Elaboração do EIA/RIMA ...................................................... 57 
8.2 – Fases e Atividades Básicas para a Elaboração de um EIA/RIMA ............................ 58 
8.2.1 - Fase I – Dimensionamento do Problema a ser Estudado .......................................... 58 
8.2.2 – Fase II – Diagnóstico Ambiental da Área de Influência, Antes da 
Implementação do Empreendimento ........................................................................ 58 
8.2.3 – Fase III – Prognóstico do Impacto Ambiental do Projeto, Plano ou Programa 
Proposto e de suas Alternativas ................................................................................ 59 
8.2.4 – Fase IV – Síntese dos Resultados Preliminares dos Estudos e Propostas para 
Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos ..................................................59 
8.2.5 – Fase V – Elaboração da Versão Final do EIA/RIMA ............................................... 60 
8.3 – Ferramentas de Apoio à Elaboração do EIA/RIMA .................................................. 60 
9 - AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS................................................................. 61 
9.1 - Fundamentos ................................................................................................................... 61 
9.2 - AIA no Brasil .................................................................................................................. 62 
9.3 O Processo de AIA ............................................................................................................ 62 
9.3.1 - Arcabouço Legal para a Participação Social no Processo de AIA............................ 63 
9.3.2 - Participação - Objetivos, Mecanismos e Possibilidades............................................ 63 
9.4 - O Estudo de Impacto Ambiental - EIA como instrumento de 
Avaliação de Impacto Ambiental................................................................................... 65 
9.4.1 – Diretrizes Gerais ....................................................................................................... 66 
9.4.2 - Conteúdo Mínimo do EIA ......................................................................................... 66 
9.4.3 – Conteúdo Mínimo do RIMA..................................................................................... 67 
9.5 - Outras Modalidades de Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) ........................... 68 
9.6 - Principais Métodos de AIA para Execução de Estudos Ambientais ......................... 68 
9.6.1 - Métodos Espontâneos ou "Ad hoc" ........................................................................... 69 
9.6.2 - Listagens de Controle (Checklist) ............................................................................. 69 
9.6.3 - Matrizes de Interação ................................................................................................ 71 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Maio Ambiente e Energia iv 
9.6.4 - Redes de Interação e Diagramas de Sistemas............................................................ 72 
9.6.5 - Superposição de Cartas (Overlay Mapping).............................................................. 74 
9.6.6 - Modelos de Simulação............................................................................................... 75 
9.6.7 - Síntese dos Métodos de AIA ..................................................................................... 77 
9.6.8 - Técnicas de Previsão de Impacto............................................................................... 78 
9.6.8.1 - Algumas Técnicas de Previsão ........................................................................... 80 
9.6.8.2 - Publicações sobre Técnicas de Previsão de Impacto.......................................... 83 
10 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................................................... 84 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Pág. 
 
 
Quadro 01 - Roteiro Básico de Termo de Referência para Estudos Ambientais Exigidos 
para Licenciamento Ambiental (IBAMA, 1995)...................................................... 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia v 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
ANEXO I - RESOLUÇÃO CONAMA No 001 E 001-A/86 
ANEXO II - RESOLUÇÃO CONAMA 006/87 
ANEXO III - RESOLUÇÃO CONAMA 009/87 
ANEXO IV - RESOLUÇÃO CONAMA 237/97 
ANEXO V - TERMOS USADOS EM EIA/RIMA 
 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia 1 
1 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS ESTUDOS AMBIENTAIS NO 
BRASIL 
No Brasil, a utilização do meio ambiente caracterizou-se pela exploração desordenada e 
predatória. 
Após a independência, em 1882, tanto o governo imperial quanto a República 
preocuparam-se primeiramente em consolidar a ocupação do vasto território 
brasileiro, então praticamente despovoado. A expansão das atividades agrícolas 
e pecuárias ignorou qualquer cuidado com a proteção do meio ambiente, 
levando a destruição de novas áreas florestadas. As primeiras unidades 
industriais implantaram-se como se os recursos ambientais fossem inesgotáveis. 
Desde o início, incorporou-se à cultura brasileira a idéia de que a devastação da natureza e a 
poluição significam progresso e desenvolvimento. 
Na década de 30, o governo começa a controlar a utilização de alguns recursos naturais. Criam-
se: os Códigos das Águas e da Mineração e o primeiro Código Florestal em 1934; a Proteção ao 
Patrimônio Histórico em 1937 e o Código da Pesca em 1938. 
Contudo, nessa época, a gestão de cada recurso fazia-se por meio de ações isoladas e 
descoordenadas, servindo à preservação de reservas para uso futuro. 
Em 1965, com a promulgação do Estatuto da Terra e o Código Florestal possibilitou o 
aparecimento da moderna legislação ambiental, ao criar condições para que o Poder Público 
interferisse nas atividades econômicas que modificam o ambiente. 
Diversos diplomas legais foram gerados, a partir de então, para regular alguns aspectos 
ambientais e atribuir a certos órgãos públicos a responsabilidade de proteger o meio ambiente. 
Em 1973, o Governo Brasileiro criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, 
vinculada ao Ministério do Interior, em resposta às recomendações da Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo. 
A SEMA recebeu entre outras, a atribuição de coordenar as ações dos órgãos governamentais 
relativas à proteção ambiental e ao uso dos recursos naturais. Os programas de controle 
ambiental e a complementação da legislação federal, por meio de normas e padrões de qualidade 
referentes a alguns componentes do meio ambiente, passam a ser executadas pela SEMA e pelas 
entidades estaduais criadas a partir de 1974. 
O passo decisivo para propiciar a integração dos órgãos e instituições de todas as esferas de 
governo, de algum modo envolvidas com a questão ambiental, e levá-las à consideração de 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Maio Ambiente e Energia 2 
outros segmentos da sociedade, foi a promulgação da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que 
institui a Política Nacional do Meio Ambiente e seus instrumentos, criando o Sistema Nacional 
do Meio Ambiente - SISNAMA e o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. 
Porém, a mais importante alteração provocada por essa lei foi reorientar a gestão ambiental no 
sentido da melhoria da qualidade do meio ambiente, em benefício da saúde e do 
desenvolvimento econômico em harmonia com a proteção ambiental. 
Ao definir o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras como um dos 
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei nº 6.938/81 estabeleceu que “a 
construção, instalação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de 
recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os capazes, 
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento por 
órgão estadual competente, integrante do SISNAMA, e do IBAMA em caráter supletivo, sem 
prejuízo de outras licenças exigíveis" (artigo 10). 
Em 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA, reunindo as atribuições da SEMA, do Instituto Brasileiro de 
Desenvolvimento Florestal - IBDF e da Superintendência do Desenvolvimentoda Borracha e da 
Pesca. 
Pouco depois, foi sancionada a Lei 7.804, de 18 de julho de 1989, que modificou a Lei 6.938/81, 
conservando, entretanto os seus principais dispositivos, definindo que no caso de obras e 
atividades com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional, e, em casos 
especiais regulamentados por resoluções do CONAMA, o licenciamento ambiental é de 
competência do IBAMA. O Decreto 99.274, de 6 de julho de 1990, por sua vez, reformulou a 
regulamentação anterior no sentido de adaptá-la à reorganização administrativa promovida no 
início do atual Governo da República. 
A partir da reforma constitucional de 1987, alguns municípios instituíram o licenciamento 
ambiental em suas leis orgânicas ou complementares. Em 1997, o CONAMA baixou a 
Resolução n.º 237, que, entre outros assuntos, estabelece diretrizes para a descentralização do 
licenciamento ambiental por meio de delegação de competência. Em alguns Estados, já foram 
adotadas políticas de descentralização, repassando-se aos municípios o controle de atividades de 
efeitos ambientais de âmbito local, conforme definidas na citada resolução; tais atividades, 
normalmente, provocam também incômodos significativos à vizinhança, por estarem 
disseminadas na malha urbana (pequenas empresas industriais, bares e restaurantes, oficinas 
mecânicas e padarias), relacionando-se o seu controle ambiental com problemas de localização 
inadequada, desrespeito ao zoneamento urbano e descumprimento de posturas municipais, que 
podem ser resolvidos por meio de soluções padronizadas de tratamento. 
 
 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia 3 
1.1 - Balanço da Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil 
Atualmente, adota-se o conceito de que devem ser aproveitadas as boas experiências técnicas, 
legais e institucionais de outros países e não simplesmente transportar todo o procedimento (ruim 
e bom) para a nossa situação de uso dos recursos naturais. 
De acordo com Marques (2001), há uma falta de recursos humanos, principalmente na Avaliação 
dos Impactos Ambientais - AIA, que demanda um trabalho multi e interdisciplinar. No Brasil, a 
partir de janeiro de 86 (Resolução CONAMA 001/86), e mais recentemente com a 237/97, 
tornou-se premente a necessidade de capacitação dos órgãos ambientais. 
Assim, os estudos de impacto ambiental representam um custo relativamente baixo em 
comparação com o custo total do empreendimento – entre 0,1% e 1,1%. No entanto, quanto 
menos informações primárias disponíveis (banco de dados), como é o caso no Brasil, mais tempo 
e custo se terá para a elaboração desses estudos. 
Esses bancos de dados, por questões financeiras, dificilmente se estruturam. Por outro lado, 
existe carência de quadro técnico qualificado nas diversas instituições do país.O estudo 
ambiental da forma como é aplicada no Brasil é ainda muito detalhado nos itens descritivos, e 
pouco nos itens de identificação e valoração dos impactos. Para fazer com que o estudo torne-se 
mais analítico e menos descritivo, há que se melhorar a definição no conteúdo dos Termos de 
Referência. 
O processo de AIA pode também, ser simplificado, quando os projetos se tornam repetitivos. 
Este fato poderia ocorrer desde que houvesse o estabelecimento de um banco de dados que 
estaria disponível a qualquer usuário. Esse banco de dados deveria conter uma estrutura clara 
sobre formas específicas de elaboração de termos de referência e instrumentos de licenciamento; 
sobre parâmetros de controle ambiental; séries históricas relacionadas às atividades potencial ou 
efetivamente causadora de impacto ambiental por atividades relacionadas a empreendimentos; e, 
principalmente a estrutura estabelecida do zoneamento econômico e ecológico em nível estadual, 
os quais balizam e permitem a efetivação das políticas públicas com vistas ao desenvolvimento 
sustentado do Brasil.Como exemplo disso, tem-se, para Programas de Irrigação e Drenagem, a 
necessidade de se realizar uma avaliação do programa como um todo e, na seqüência, realizar 
um estudo simplificado para cada projeto. Outro exemplo são os projetos de assentamento rural 
onde as exigências seriam adaptadas, via banco de dados, às características locais. 
A AIA deve acontecer na fase de planejamento e não depois pontualmente para cada projeto, 
como parecendo simplesmente uma exigência burocrática. Isso possibilitaria uma melhor 
avaliação, principalmente no tocante as alternativas tecnológicas e locacionais e nos impactos 
socioeconômicos. 
Em relação à participação pública, o envolvimento da população é uma garantia de um 
planejamento criterioso, porém essa participação normalmente se dá somente nas etapas finais do 
procedimento, e muitas vezes, com grande quantidade de documentos complexos, para serem 
assimilados pela comunidade envolvida e, na maioria das vezes leiga no assunto. Esse aspecto 
está merecendo mais atenção por parte do IBAMA e das OEMAs, pois já é possível observar 
uma maior participação da sociedade civil em projetos considerados como de impactos 
significativos, como foi o caso da UHE do Rio Madeira; do Complexo Hidrelétrico do Xingu; da 
duplicação da BR-101, trecho Florianópolis - Divisa com Rio Grande do Sul, e outros. 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Maio Ambiente e Energia 4 
Outra questão ainda pouco considerada é quanto ao efetivo atendimento às Resoluções do 
CONAMA, no tocante à elaboração do RIMA, o qual deveria apresentar conclusões de questões 
enunciadas no EIA e em linguagem acessível. 
A impressão de que, em se emitindo a licença / autorização com inúmeras exigências, se terá o 
controle ambiental do empreendimento ou da atividade licenciada, é errônea, pois muitas vezes 
elas não são totalmente atendidas, principalmente, no tocante ao controle dos planos de 
monitoramento e acompanhamento. 
Outro aspecto ainda negligenciado é a falta de consideração das interações entre os diferentes 
impactos e dos eventuais efeitos cumulativos ou sinérgicos (várias ações diferentes que 
acarretam num impacto), não atendendo, portanto um dos seus importantes propósitos, conforme 
previsto no artigo 6º, II, da Resolução CONAMA 001/86. 
1.2 - AIA - Comparação com Outros Países 
O primeiro país a institucionalizar o processo de AIA foi os EUA, através da U.S. Environmental 
Protection Agency – EPA, em 1970. Logo após, foi adotado por outros países, tais como: a 
França, o Canadá, a Holanda, a Grã-Bretanha e a Alemanha (Marques, 2001). 
A partir de 1988, outros países membros da Comunidade Européia foram obrigados a adotar 
também esse instrumento, por grande influência, inclusive, de outros grupos sociais atingidos 
pela degradação ambiental. 
Atualmente, todos os organismos internacionais que financiam projetos vêm exigindo 
Avaliações Ambientais. 
A Comunidade Econômica Européia, em 1985, adotou uma diretriz para que seus países 
implementassem um procedimento formal, antes do licenciamento, para que se reconhecessem 
os empreendimentos potencialmente portadores de grandes impactos e para uniformizar as 
exigências. 
1.2.1 - França 
Em 1977, foi regulamentada a Lei de proteção ambiental que prevê a elaboração de estudos de 
impacto ambiental antes da tomada de decisão de certas categorias de empreendimentos. 
Até 1988 não houve nenhuma alteração da legislação, mas o Ministério de Meio Ambiente tem 
feito estudos para alteração no procedimento adotado, tais como: para empreendimentos de 
menor impacto é exigida “Nota de Impacto", nos quais são apresentadas as possíveis 
conseqüências ambientais e condições necessárias para que o empreendimento respeite o meio 
ambiente. 
Há uma colaboração ao empreendedor (público ou privado) para considerar com maior pesoa 
variável ambiental desde a fase de planejamento. Este aspecto facilita a participação da 
população e ainda informa sobre todas as implicações ambientais do empreendimento. 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia 5 
A responsabilidade para a elaboração do estudo é do empreendedor, podendo ser através de sua 
consultora. Somente em situações especiais é delegado por decreto, à instituição pública. 
1.2.2 - Grã-Bretanha 
Antes de 1988, apesar de não existir um sistema formal, vários estudos não obrigatórios vinham 
sendo realizados. 
Após 1988, as exigências têm sido implementadas através de regulamentos que complementam e 
emendam as leis existentes. 
O estudo é elaborado pelo empreendedor, com a participação da população, porém ainda muito 
formal, inibindo a manifestação espontânea. 
A análise é feita pela autoridade local, que após sua decisão, torna-a pública. 
As principais falhas percebidas nesses estudos, é a falta de apresentação de documento resumido 
não técnico e a deficiente caracterização dos impactos e riscos. 
1.2.3 - Estados Unidos 
Instaurado pelo U.S. Environmental Protection Agency, em 1970. 
Principais objetivos: 
– Redução das formalidades através da limitação do numero de páginas, até 
150 para o geral, podendo chegar até 300, nos casos extremamente 
complexos; 
– Abordagem analítica e não descritiva, tratando brevemente os problemas 
secundários; e 
– Elaboração de scoping que identifica os impactos e questões mais 
importantes. 
A decisão de elaborar ou não um EIA é tomada pelas agências federais, em função dos 
procedimentos específicos por ela adotados. 
Essas agências poderão também obter comentários de outras agências que tenham jurisdição 
sobre o elemento impactado, como também da comunidade local ou das organizações 
interessadas. 
A agência principal é responsável por todo o procedimento de AIA das atividades sob sua 
responsabilidade, estando apta, inclusive, para elaborar o estudo. Interessados exercem controle 
indireto, podendo certas ações serem interrompidas por procedimentos legais impetrados. 
Como balanço do processo de AIA, observou-se que desde 1978, o número de estudos exigidos 
vem diminuindo, em função da maior experiência das agências em perceber quais os 
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Centro de Excelência em Maio Ambiente e Energia 6 
empreendimentos que estão realmente sujeitos a esse procedimento, evitando a elaboração 
desnecessária de estudos dispendiosos e morosos. 
Observou-se também que houve uma considerável evolução na qualidade dos estudos, 
detectando-se mais objetivamente, somente os pontos que devem ser abordados. 
1.2.4 - Canadá 
A partir de 72, as leis permitiram reforçar as medidas de prevenção e as de participação pública. 
Nos empreendimentos menores, é exigido um estudo das repercussões ambientais. 
As audiências públicas são realizadas somente para empreendimentos muito importantes, por 
demandar muito gasto e tempo. 
Como falhas observa-se a não apresentação de alternativas para o empreendimento, a 
justificativa do projeto é limitada e as diretrizes são genéricas e não se concentram nas questões 
ambientais. 
2 - LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL11 
A legislação ambiental é constituída por um conjunto de princípios e normas jurídicas que 
disciplinam as relações do homem com o meio ambiente, com o objetivo de manter o equilíbrio 
ecológico, o combate às diversas formas de poluição em busca do desenvolvimento sustentado e 
a própria conservação da natureza. 
A legislação ambiental brasileira começou a ser consolidada a partir da década de 1980, com a 
aprovação da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a Política Nacional do Meio 
Ambiente e seus instrumentos, criando o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA e o 
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. A mais importante alteração provocada por 
essa Lei foi reorientar a gestão ambiental no sentido da melhoria da qualidade do meio ambiente, 
em benefício da saúde e do desenvolvimento econômico em harmonia com a proteção ambiental. 
Em seguida, em 05 de outubro de 1988, foi promulgada a Constituição Federal, que incluiu, 
através do artigo 225, um capítulo inteiro dedicado à proteção do meio ambiente e a conservação 
dos recursos naturais. A Constituição Federal elenca todos os direitos, deveres e princípios que 
regem a sociedade brasileira. Todas as leis, decretos-leis, resoluções, portarias, ou quaisquer 
outras normas vigentes anteriores à promulgação da nova Constituição, passaram a ter na Carta 
Magna, seu fundamento de validade. Isto significa que tudo o que lhe foi contrário, deixou 
 
1
 Capítulo compilado a partir de textos disponibilizado por: SOUZA, M. F. R. de e SIQUEIRA, J. D. P. (acervo pessoal dos autores) e Dr. 
Francisco Ubiracy. Craveiro de Araújo, Procurador Federal (Assessor Jurídico da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão - Meio Ambiente e 
Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal). 
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simplesmente de existir no mundo jurídico. Sob este paradigma é que devem ser interpretadas as 
normas ambientais vigentes antes de 1988. 
2.1 - Constituição Federal 
Segundo o art. 24, da Carta Magna, compete concorrentemente à União, aos Estados e ao 
Distrito Federal legislar, entre outras coisas, sobre: 
− Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos 
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (inc. VI); 
− Proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico (inc. VII); 
− Responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de 
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (inc. VIII). 
É competência comum da União, do Estado e dos Municípios, proteger o meio ambiente e 
combater a poluição em qualquer de suas formas, preservar as florestas, a fauna e a flora, 
conforme determina o art. 23, incisos VI e VII da Constituição Federal de 1988. Portanto, o 
empreendimento deve respeitar as normas dos três níveis, prevalecendo a norma mais restritiva. 
Todo empreendimento deve estar inserido dentro dos princípios estabelecidos no Título VII da 
Constituição Federal, que trata da Ordem Econômica e Financeira. Assim estabelece o art. 170 
da Constituição Federal: 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social, observados os seguintes princípios: 
- propriedade privada (II); 
- função social da propriedade (III); 
- livre concorrência (IV); 
- defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto 
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação (VI); 
- redução das desigualdades regionais e sociais (VII); 
- busca do pleno emprego (VIII) 
Parágrafo único - É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
A análise dos aspectos legais de um empreendimento, no que se refere à Constituição Federal, 
deve considerar também os artigos 215 e 216, que tratam da Cultura Nacional, uma vez que os 
estudos realizados na área de influência direta poderão detectar a existência de sítio 
arqueológico, cemitérios e artefatos cerâmicos e de grupos quilombolas, entre outras evidências. 
O art. 216 assim estabelece: 
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Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, 
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à 
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver; 
III e IV - omissis; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, 
paleontológico, ecológico e científico. 
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o 
patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e 
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. 
§ 2º - omissis. 
§ 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores 
culturais. 
§ 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei; 
§ 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas 
dos antigos quilombos. 
No Título VIII - “Da ordem social”, está inserido o Capítulo VI, que trata, no art. 225, “Do meio 
ambiente”, onde consta, de forma sucinta, todo o arcabouço de direitos, deveres e princípios a 
que deve se fundar tanto o poder público, como os cidadãos, no que tange à causa ambiental. 
Inicia o caput do referido artigo definindo o direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado como um direito difuso, de todos, indistintamente, e por tal motivo, sendo obrigação, 
também difusa, do poder público e da coletividade, a defesa e preservação dele para que as 
presentes e futuras gerações também possam gozar desta harmonia. Eleva-se o direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado à categoria de direito fundamental à vida. 
Diz o caput do art. 225: 
“Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
E o § 1º estabelece as obrigações do Poder Público, entre outras as de: 
- preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das 
espécies e ecossistemas;(inc. I) 
- exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se 
dará publicidade; (grifo nosso).(inc. IV) 
- controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que 
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente (inc. V) 
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- proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua 
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade (inc. 
VII) 
Cabe lembrar que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente 
da obrigação de reparar os danos causados, por expressa determinação constitucional, prevista no 
§ 3º do art. 225 da CF. Esta disposição constitucional foi regulamentada pela Lei 9.605/98, que 
será descrita a seguir. 
2.2 - Normas Ambientais Infra-Constitucionais de Nível Federal 
2.2.1 - Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, institui a Política Nacional do Meio Ambiente 
• Conceitos 
O artigo 3º da mencionada lei conceitua vários temas: 
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; 
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio 
ambiente; 
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou 
indiretamente: 
 a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
 b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
 c) afetem desfavoravelmente a biota; 
 d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
 e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; 
 IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; 
 V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e 
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da 
biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989). 
Aqui o legislador foi entrelaçando os temas a partir do principal - meio ambiente - a fim de que 
os conceitos, embora autônomos, possam conviver de forma indissociada, para melhor facilitar 
sua aplicação, notadamente nos enquadramentos das sanções administrativas e penais, previstas 
no próprio diploma legal - artigos 14 e 15. 
Poluidor - A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou 
indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental. 
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Recursos Ambientais - Atmosfera, as águas interiores, superficiais ou subterrâneas, os 
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 
• Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente 
O artigo 2o. da Lei 6.938/81, elenca que a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo 
a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança 
nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
− Equilíbrio ecológico; 
− Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
− Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
− Proteção dos ecossistemas; 
− Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
− Acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
− Recuperação de áreas degradadas; 
− Proteção de áreas ameaçadas de degradação; e, 
− Educação ambiental em todos os níveis de ensino. 
• Objetivos da PNMA (Art. 4o da Lei 6.938/81) 
A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
− A compatibilização do desenvolvimento econômico-social, com a preservação da 
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; Atento a tal dispositivo em 
novembro de 1995, foram iniciados estudos visando à criação do Protocolo Verde, 
que foi oficialmente instituído por Decreto em 29 de maio de 1996, sendo 
integrado pelos Ministérios do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da 
Amazônia Legal, da Fazenda, do Planejamento e Orçamento, além das seguintes 
Instituições: Banco Central, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da 
Amazônia, Caixa Econômica Federal e Banco Meridional, com a finalidade de 
incorporar a variável ambiental no processo de gestão e concessão de crédito 
oficial e benefícios fiscais às atividades produtivas, atuando nas seguintes linhas: 
a) dar subsídios à atuação institucional para o cumprimento das prescrições 
constitucionais relativas ao princípio de que a defesa e preservação do meio 
ambiente cabem ao poder público e à sociedade civil. 
b) assessorar as ações governamentais para a priorização de programas e 
projetos que apresentem maiores garantias de sustentabilidade sócio-
econômico-ambiental e que não contenham componentes que venhama 
causar danos ambientais, no futuro. 
c) promover a captação de recursos internos e externos que viabilizem a 
criação de linhas de crédito, no sistema financeiro, orientadas 
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especificamente para o desenvolvimento de projetos com alto teor ambiental 
a ser atendido. 
d) atender a condicionamentos de doadores para obter isenção de imposto de 
renda. 
e) financiar atividades pioneiras no desenvolvimento de estudos, pesquisas e 
instrumentos ligados ao desenvolvimento sustentável. 
− A definição de áreas prioritárias de ação governamental, relativa à qualidade e ao 
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
− Ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas 
relativas ao uso e manejo dos recursos ambientais; item VI - Instrumentos da 
PNMA. 
− Ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais, orientadas para o uso 
racional dos recursos ambientais; 
− A difusão de tecnologia de manejo do meio ambiente, e à divulgação de dados e 
informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a 
necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
− A preservação e restauração dos recursos ambientais, com vistas à sua utilização 
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para manutenção do equilíbrio 
ecológico propício à vida; 
− A imposição, ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar 
os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos. 
• Instrumentos da PNMA 
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
 I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
 II - o zoneamento ambiental; 
 III - a avaliação de impactos ambientais; 
 IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
 V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de 
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
 VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de 
relevante interesse ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal; 
 VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
 VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; 
 IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
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• Sistema Nacional do Meio Ambiente 
O Sistema é constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, 
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional 
do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela 
proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
 I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da 
República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio 
ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
 II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), 
com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de 
políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito 
de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei 
nº 8.028, de 1990) 
 III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a 
finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política 
nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada 
pela Lei nº 8.028, de 1990) 
 IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e 
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 
8.028, de 1990) 
 V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de 
programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a 
degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e 
fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; (Incluído pela Lei nº 
7.804, de 1989) 
 § 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, 
elaboração normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, 
observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. 
 § 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também 
poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior. 
 § 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo deverão 
fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por 
pessoa legitimamente interessada. 
 § 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar uma 
Fundação de apoio técnico científico às atividades da SEMA. (Vide Lei nº 7.804, de 
1989) 
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• Conselho Nacional do Meio Ambiente 
CONAMA: Este Conselho é de fundamental importância para a fixação e acompanhamento de 
toda a execução da PNMA. São competências do CONAMA de acordo com o Art. 8º da Lei 
6938/81, dada pela (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
I - estabelecer, mediante proposta da SEMA, normas e critérios para o licenciamento de 
atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e 
supervisionado pela SEMA; (Vide Lei nº 7.804, de 1989) 
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das 
possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos 
federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações 
indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no 
caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas 
consideradas patrimônio nacional. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
 III - decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito 
prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas pela SEMA; (Vide Lei nº 7.804, de 
1989)
 
 IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de 
executar medidas de interesse para a proteção ambiental; (VETADO); 
 V - determinar, mediante representação da SEMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais 
concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de 
participaçãoem linhas de fiananciamento em estabelecimentos oficiais de crédito; (Vide Lei 
nº 7.804, de 1989)
 
 VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por 
veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios 
competentes; 
 VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da 
qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, 
principalmente os hídricos. 
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente 
do Conama. (Incluído pela Lei nº 8.028, de 1990) 
• Das Penalidades 
A Lei 6.938/81 fixa, no seu artigo 14, multas, suspensão de atividades, perda de participação em 
linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de créditos, a infratores que não 
cumprirem medidas necessárias à preservação e correção de inconvenientes e danos causados ao 
meio ambiente. 
Acrescenta no parágrafo 1º de tal artigo, que inobstante tais penalidades é o poluidor obrigado, 
independentemente da existência de culpa a indenizar ou reparar os danos causados ao meio 
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O que representa a mais perfeita aplicação da 
responsabilidade objetiva do agente infrator. 
Tais disposições também foram alçadas à esfera constitucional, nos termos do do art. 225 DA 
Constituição Federral, que assim dispõe: 
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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. 
... 
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, 
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. 
Já o artigo 15 desta lei, prevê multa administrativa e pena de reclusão de 1 a 3 anos ao poluidor 
que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave 
a situação de perigo existente. 
Convém apontar que o caput dos artigos 14 e 15 foi derrogado com a edição da Lei nº. 9.605/98, 
que dispõe sobre as sanções penais e administrativas aos infratores da legislação ambiental. 
As sanções administrativas aos degradadores e/ou poluidores do meio ambiente, além da 
previsão na Lei Nº 9.605/98, estão disciplinadas na forma do Decreto Nº 3.179/99. 
Permanecem vigentes, no entanto, as disposições constantes do § 1º do artigo 14, no que se 
refere à responsabilidade civil objetiva, vez que o poluidor, independente de culpa, é obrigado a 
indenizar ou reparar os danos causados. Em tal hipótese, basta provar o nexo de causalidade 
entre o agente e o dano causado, para que seja exigida sua reparação ou indenização, além das 
demais medidas nas esferas administrativa2 e penal. 
O artigo 18, por sua vez, transformava em reservas ou estações ecológicas, sob a 
responsabilidade do IBAMA, as florestas e demais formas de vegetação natural de preservação 
permanente, relacionadas no artigo 2º da Lei 4.771/65 - Código Florestal, mandando aplicar às 
pessoas físicas ou jurídicas que de qualquer modo, degradarem reservas ou estações ecológicas, 
bem como outras áreas declaradas de relevante interesse ecológico, as penalidades previstas no 
artigo 14. Tal artigo, no entanto, foi revogado expressamente pela Lei Nº. 9.985/2000, que 
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, no qual, embora tenha permanecido a 
categoria de Estação Ecológica, não se prevê mais a de Reserva Ecológica. 
A Lei nº 7.804 / 89 alterou a Lei nº. 6.938/81, para, entre outras providências, dar uniformidade 
no trato da questão ambiental, posto que no mesmo ano quatro Órgãos responsáveis, em nível 
federal, pela execução da política ambiental, foram fundidos, dando origem ao IBAMA3. 
De outra parte, possibilitou a criação das RESERVAS EXTRATIVISTAS, nos termos do inciso 
VI do artigo 9º, o que representou uma conquista histórica para as populações que, 
historicamente, retiravam seu sustento dos recursos naturais de forma sustentável e não geradora 
de degradação ambiental, a exemplos dos seringueiros da Amazônia, dos catadores do côco de 
babaçu do Maranhão, os pescadores de Santa Catarina e do Rio de Janeiro, entre outros. 
 
2
 As sanções administrativas previstas na Lei Nº 9.605/98, foram estabelecidas na forma do Decreto Nº 3.179/99. 
3
 Em 22 de fevereiro de 1989, foi editada a Lei 7.735, criando o IBAMA, resultante da fusão do IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento 
Florestal; SEMA - Secretaria Especial de Meio Ambiente; SUDEPE - Superintendência do Desenvolvimento da Pesca e da SUDHEVEA - 
Superintendência da Borracha. Tal lei foi resultado da aprovação da Medida Provisória Nº34, de 24 de janeiro de 1.989, editada pelo Presidente 
da República, JOSÉ SARNEY. 
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2.2.2 - Lei de Crimes Ambientais - Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e Decreto n° 
 3.179, de 21 de setembro de 1999, que a Regulamenta 
A Lei 9.605 dispôs sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades 
lesivas ao meio ambiente, enquadrando até mesmo a pessoa jurídica e seus diretores, 
administradores, gerentes, prepostos ou mandatários que, sabendo da conduta criminosa de 
outrem, deixam de impedir a sua prática, quando podiam agir para evitá-la. 
Esta lei encampou quase todos os delitos praticados contra o meio ambiente, que antes eram 
tratados em diversas leis esparsas. O Capítulo V trata “Dos Crimes Contra o Meio Ambiente”, 
em si. A Seção I dispõe sobre os “crimes contra a Fauna”; na Seção II estão disciplinados os 
“crimes contra a Flora”, na Seção III é tratado “da Poluição e outros Crimes Ambientais”, na 
Seção IV encontram-se os “Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural” e na 
Seção V os “Crimes contra a Administração Ambiental”. O Capítulo VI trata “Da Infração 
Administrativa”. 
Quaisquer atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão seus autores às sanções 
previstas nesta Lei, sem prejuízo da responsabilidade de reparação do dano ambiental. 
O Art. 3º desta Lei dispõe expressamente sobre a responsabilidade administrativa, civil e penal 
das pessoas jurídicas, nos casos de infração cometida por decisão de seu representante legal ou 
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade. O parágrafo 
único deste artigo alerta que a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas 
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. 
2.2.3 - Código Florestal - Lei n° 4.771, de 15 de setembro de 1965 e a Medida Provisória n° 
2.166-67 
O Código Florestal de 1965 sofreu significativas mudanças através de diversas Medidas 
Provisórias. A última delas, de nº 2.166-67, mantém-se vigente em razão da aplicação da 
Emenda Constitucional nº 32, de 11/09/2001, que assim estabeleceu em seu art. 2º: 
 Art. 2º : As medidas provisórias editadas em data anterior à da publicação desta emenda 
continuam em vigor até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até 
deliberação definitiva do Congresso Nacional 
Entre as modificações inseridas pela Medida Provisória está a introdução dos conceitos de 
termos técnicos usados no Código original, tais como Área de Preservação Permanente e 
Reserva Legal, e que passaram a ter nova abordagem com a sua conceituação na Medida 
Provisória. 
No caso da Área de Preservação Permanente, passoua ser conceituada: 
Art. 1° As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, 
reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os 
habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a 
legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem 
§ 2º 
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II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2o e 3o desta Lei, 
coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos 
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e 
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas 
O art. 3º. refere-se às áreas de preservação permanente declaradas pelo Poder Púbico e o art. 2º. 
do Código Florestal trata das áreas de preservação permanente assim consideradas pelo só efeito 
da lei. 
Art. 2º, 
Considera-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais 
formas de vegetação natural situadas”: 
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa 
marginal cuja largura mínima será: (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; 
(Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 
(cinquenta) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 
(duzentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 
(seiscentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 
(seiscentos) metros; (Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; 
 c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que 
seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; 
(Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
 d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; 
 e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na 
linha de maior declive; 
 f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
 g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em 
faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; (Redação dada pela Lei nº 
7.803 de 18.7.1989) 
 h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. 
(Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos 
perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e 
aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, obervar-se-á o disposto nos 
respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se 
refere este artigo.(Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) 
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As áreas de preservação permanente cumprem uma importante função de manutenção da 
qualidade dos recursos hídricos, evitando-se a erosão e garantindo a preservação da 
biodiversidade e do fluxo gênico. Toda e qualquer propriedade, seja pública ou privada, deve 
manter integralmente suas áreas de preservação permanente (APP). Esta é uma obrigação 
classificada no direito civil como proptem rem, ou seja, que acompanha a coisa. Desta feita, 
independente de quem causou o dano ou suprimiu a vegetação, na área de preservação 
permanente, ela deverá ser recomposta, pela regeneração natural, ficando quem detém a posse ou 
a propriedade do imóvel, obrigado a abster-se de praticar quaisquer atos que impeçam a 
recuperação daquela área, não podendo, por exemplo, de forma alguma, utilizá-la para plantio, 
mesmo que na área inexista a vegetação natural primitiva. 
No que tange à questão florestal, deve-se ficar atento às normas de proteção especial a 
determinadas espécies que ocorrem nos biomas do Brasil, como é o caso da castanheira 
(Bertholletia excelsa) na Amazônia, do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) no sul do 
Brasil, e de outras no cerrados como o pequi, etc. Esta Lei prevê a possibilidade de se impor 
maiores restrições ao uso e corte de determinadas espécies cujo Poder Público entenda que 
devam ser mais especificamente protegidas. É sobre isto que delibera o art. 14 do Código 
Florestal, a seguir apresentado: 
Art. 14. Além dos preceitos gerais a que está sujeita a utilização das florestas, o Poder Público 
Federal ou Estadual poderá: 
a) prescrever outras normas que atendam às peculiaridades locais; 
b) proibir ou limitar o corte das espécies vegetais raras, endêmicas, em perigo ou ameaçadas 
de extinção, bem como as espécies necessárias à subsistência das populações extrativistas, 
delimitando as áreas compreendidas no ato, fazendo depender de licença prévia, nessas áreas, 
o corte de outras espécies. (Redação dada pela Medida Provisória n.º 2166-66, 26.07.01) 
Em razão de suas funções ambientais relevantes, as florestas e demais formas de vegetação 
existentes nas áreas de Reserva Legal não podem ser suprimidas por corte raso, somente 
podendo ser exploradas em regime de rendimento sustentado. A área da propriedade destinada à 
Reserva Legal varia conforme a fitofisionomia nela existente, e da região do país em que se 
encontre, variando de 80% a 20% da propriedade. É o art. 16 do Código Florestal que trata da 
Reserva Legal, com as alterações implantadas pela Medida Provisória 2166-67, de 24 de agosto 
de 2001, da seguinte forma: 
Art. 16. As florestas de domínio privado, não sujeitas ao regime de utilização limitada e 
ressalvadas as de preservação permanente, previstas nos artigos 2° e 3° desta lei, são 
suscetíveis de exploração, obedecidas as seguintes restrições: (Vide Medida Provisória nº 
2.166-67, de 24 de agosto de 2001) (Regulamento) 
... 
§ 2º A reserva legal, assim entendida a área de, no mínimo, 20% (vinte por cento) de cada 
propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser averbada à margem da inscrição 
de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada, a alteração de sua 
destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área. 
(Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) §§ 3º à 7º - omissis 
Como visto acima, não basta que seja mantida na propriedade a área destinada a Reserva Legal. 
A lei determina que esta seja averbada na margem da Matrícula do Imóvel, no registro de 
Imóveis competente. No caso de posse, o Código Florestal exige, a partir da edição da Medida 
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Provisória, a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta, que na prática corresponde a 
um Termo de Compromisso de Manutenção de Reserva Legal. 
2.2.4 - Lei de Proteção à Fauna - Lei n° 5.197, de 03 de janeiro de 1967 
Esta é a lei que protege a fauna nacional. De acordo com o art. 1º, os animais de quaisquer 
espécies, em qualquer fase de seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, 
constituindo a fauna silvestre, bem como os seus ninhos,abrigos e criadouros naturais, são 
propriedade do Estado, sendo proibido sua utilização, perseguição, caça ou apanha. 
Desta forma, evidente que nenhuma atividade de caça poderá ser realizada ou tolerada no interior 
das propriedades onde se realizará o empreendimento. Tais atividades constituem crimes, 
previsto na Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605/98, art. 29 e seguintes. 
2.2.5 - Da Obrigação com Relação ao Patrimônio Cultural 
Como visto quando da análise dos aspectos constitucionais, a Constituição Federal de 1988 
estabelece, no art. 20, inc. X, que as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e 
pré-históricos são bens da União. 
O Decreto-Lei nº 25/37 organizou a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional, muito 
antes da promulgação da Constituição Federal de 1988, sendo por ela recepcionado. 
O art. 1º conceitua patrimônio histórico e artístico nacional como: “o conjunto dos bens móveis e 
imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação 
a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou 
etnográfico, bibliográfico ou artístico”. Para integrar o patrimônio nacional devem estes bens, 
serem inscritos em um dos 4 livros do Tombo previstos nesta mesma norma, art. 4 º. São eles: 1) 
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; 2) Livro do Tombo Histórico; 3) 
Livro do Tombo das Belas Artes e 4) Livro do Tombo das Artes Aplicadas. Para o estudo em 
questão interessa apenas os dois primeiros. 
O Brasil é signatário da Convenção à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, 
aprovada pela Conferência Geral da UNESCO, em sua XVII Sessão, realizada em Paris em 
1972, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 74/77, com única ressalva ao § 1º do artigo 16 e 
promulgada pelo Decreto nº 80.978/77. Através do artigo 4º o Brasil reconheceu a obrigação de 
identificar, valorizar e transmitir às gerações futuras o patrimônio cultural situado em seu 
território, procurando tudo fazer para esse fim, utilizando ao máximo seus recursos disponíveis, 
e, quando for o caso, mediante assistência e cooperação internacional. 
A Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961, dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-
históricos e o parágrafo único do art. 1º esclarece que a propriedade da superfície, regida pelo 
direito comum, não inclui a das jazidas arqueológicas ou históricas, nem a dos objetos nelas 
incorporados. 
A definição de monumentos arqueológicos ou pré-históricos é dada pelo art. 2º da referida lei, 
que assim dispõe: 
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Art. 2º Consideram-se monumentos arqueológicos ou pré-históricos: 
 a) as jazidas de qualquer natureza, origem ou finalidade, que representem testemunhos de 
cultura dos paleoameríndios do Brasil, tais como sambaquis, montes artificiais ou tesos, poços 
sepulcrais, jazigos, aterrados, estearias e quaisquer outras não espeficadas aqui, mas de 
significado idêntico a juízo da autoridade competente. 
 b) os sítios nos quais se encontram vestígios positivos de ocupação pelos paleoameríndios 
tais como grutas, lapas e abrigos sob rocha; 
 c) os sítios identificados como cemitérios, sepulturas ou locais de pouso prolongado ou de 
aldeiamento, "estações" e "cerâmios", nos quais se encontram vestígios humanos de interêsse 
arqueológico ou paleoetnográfico; 
 d) as inscrições rupestres ou locais como sulcos de polimentos de utensílios e outros 
vestígios de atividade de paleoameríndios. 
O art. 3º da Lei nº 3.924 proíbe, em todo o território nacional, o aproveitamento econômico, a 
destruição ou mutilação, para qualquer fim, das jazidas arqueológicas ou pré-históricas 
conhecidas como sambaquis, casqueiros, concheiros, birbigueiras ou sernambis, e bem assim dos 
sítios, inscrições e objetos enumerados nas alíneas b, c e d do artigo anterior, antes de serem 
devidamente pesquisados, respeitadas as concessões anteriores e não caducas. 
O art. 5º da já mencionada Lei alerta: 
Artigo 5º - Qualquer ato que importe na destruição ou mutilação dos monumentos a que se 
refere o art. 2º desta Lei será considerado crime contra o Patrimônio Nacional e, como tal, 
punível de acordo com o disposto nas leis penais. 
A Lei nº 9.605/98, no Capítulo V, dos Crimes Contra o Meio Ambiente, na Seção IV, trata dos 
Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural, nos arts. 62 a 65. As penas para 
tais crimes variam de 6 meses de detenção até 3 anos de reclusão. Destacamos alguns tipos 
penais: 
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: 
I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial; 
II - omissis: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem 
prejuízo da multa. 
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, 
ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, 
artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem 
autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em 
razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, 
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em 
desacordo com a concedida: 
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Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
A Lei nº 3.924/61 trata ainda, da possibilidade de descobertas fortuitas, ou seja, descobertas de 
quaisquer elementos de interesse arqueológico ou pré-histórico, e atribui responsabilidade ao 
inventor (“descobridor”). Os arts. 17 a 19 são apresentados a seguir: 
Artigo 17 - A posse e a salvaguarda dos bens de natureza arqueológica ou pré-histórica 
constituem, em princípio, direito imanente ao Estado. 
Artigo 18 - A descoberta fortuita de quaisquer elementos de interesse arqueológico ou pré-
histórico, artístico ou numismático deverá ser imediatamente comunicada ao IPHAN, ou aos 
órgãos oficiais autorizados, pelo autor do achado ou pelo proprietário do local onde tiver 
ocorrido. 
Parágrafo único - O proprietário ou ocupante do imóvel onde se tiver verificado o achado é 
responsável pela conservação provisória da coisa descoberta, até o pronunciamento e 
deliberação do IPHAN. 
Artigo 19º - A infringência da obrigação imposta no artigo anterior implicará na apreensão 
sumária do achado, sem prejuízo da responsabilidade do inventor pelos danos que vier a causar 
ao Patrimônio Nacional, em decorrência da omissão. 
Dessa forma, toda e qualquer atividade a ser realizada deverá considerar a possibilidade de 
existência de patrimônio histórico e cultural. Onde se encontrem vestígios de sua ocorrência, 
deve a atividade desenvolvida ser suspensa, comunicando ao IPHAN a descoberta, ficando o 
empreendedor responsável pela conservação provisória da coisa descoberta, até o seu 
pronunciamento e deliberação. Caso ocorram danos pela má conservação, serão apuradas as 
responsabilidades, e aplicadas sanções, tanto pecuniária, quanto penal. 
A Portaria IPHAN nº 07/88 trata do ato de outorga (permissão e autorização) e da sua 
comunicação prévia quando do desenvolvimento de pesquisas de campo e escavações 
arqueológicas no país a fim de que se resguardem os objetos de valor científico e cultural 
localizados nestas pesquisas. 
A Portaria IPHAN nº 230/02 visa compatibilizar as fases de obtenção delicenças ambientais 
com o estudo preventivos de arqueologia, objetivando o licenciamento de empreendimentos 
potencialmente capazes de causar dano ao patrimônio arqueológico. Com relação à Licença 
Prévia ela prevê uma espécie de roteiro, contendo as principais atividades a serem desenvolvidas 
para elaboração do Relatório Arqueológico. O art. 3º desta Portaria informa que a avaliação dos 
impactos do empreendimento no patrimônio arqueológico regional será realizada com base no 
diagnóstico elaborado, nas cartas ambientais temáticas e nas particularidades técnicas da obra. O 
§ 4º estabelece que a partir do diagnóstico e avaliação de impactos, deverão ser elaborados os 
Programas de Prospecção e de Resgate, compatíveis com o cronograma das obras e com as fases 
de licenciamento ambiental do empreendimento, de forma a garantir a integridade do patrimônio 
cultural da área. 
2.2.6 - Lei do Sistema Nacional de Unidade de Conservação – SNUC, Lei n° 9.985, de 18 de 
Julho de 2000 
Esta Lei, que regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui 
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e dá outras providências. No art. 36, trata 
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especificamente do licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto 
ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento no EIA/RIMA. 
Diz este artigo, que, nestes casos, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e 
manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, e o § 1º determina que o 
montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser 
inferior a 0,5% dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o 
percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental 
causado pelo empreendimento. O § 3º estabelece que quando o empreendimento afetar unidade 
de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput 
deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua 
administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, 
deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo. 
Quando da apresentação deste EIA RIMA, o órgão ambiental licenciador deverá avaliar, com 
base nos resultados apresentados pelo presente estudo, se o impacto causado pelo 
empreendimento proposto é significativo, e, em caso positivo, propor, dentre as alternativas 
apresentadas no EIA RIMA, qual a unidade de conservação que deverá ser apoiada, ou ainda se 
será criada uma nova Unidade de Conservação. 
É importante ressaltar ainda, que caso exista na área diretamente afetada pelo empreendimento 
algum local de interesse para criação de uma Unidade de Conservação, as atividades ali 
desenvolvidas podem sofrer limitações administrativas de uso, tal como o impedimento de 
exploração sob regime de corte raso, pelo período máximo de 7 meses, para fins de estudos. É o 
que passou a estabelecer esta Lei, com a introdução do art. 22-A, acrescido pela Lei n. 9985, de 4 
de julho de 2005, o qual prevê: 
Art. 22-A. O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuárias e outras 
atividades econômicas em andamento e obras públicas licenciadas, na forma da lei, decretar 
limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou 
potencialmente causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas 
na criação de Unidade de Conservação, quando, a critério do órgão ambiental competente, 
houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes. 
§ 1º. Sem prejuízo da restrição e observada a ressalva constante do caput, na área submetida a 
limitações administrativas, não serão permitidas atividades que importem em exploração a 
corte raso da floresta e demais formas de vegetação nativa. 
§ 2º A destinação final da área submetida ao disposto neste artigo será definida no prazo de 7 
(sete) meses, improrrogáveis, findo o qual fica extinta a limitação administrativa. 
2.2.7 - Decreto n° 4.340, de 22 de Agosto de 2002 e Decreto n° 5.566, de 26 de Outubro de 
2005, que dá Nova Redação ao Caput do Art. 31 do Decreto n° 4.340/02 
O Decreto n° 4340/02 regulamenta artigos da Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe 
sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras 
providências. 
No art. 31 da Lei do SNUC é estabelecido o procedimento a ser adotado pelo órgão ambiental 
licenciador, para fixação da compensação ambiental, a partir do estudo prévio de impacto 
ambiental e respesctivo relatório: 
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Art. 31. Para os fins de fixação da compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei no 
9.985, de 2000, o órgão ambiental licenciador estabelecerá o grau de impacto a partir de 
estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA realizados quando do 
processo de licenciamento ambiental, sendo considerados os impactos negativos e não 
mitigáveis aos recursos ambientais." (NR) 
Parágrafo único. Os percentuais serão fixados, gradualmente, a partir de meio por cento dos 
custos totais previstos para a implantação do empreendimento, considerando-se a amplitude 
dos impactos gerados, conforme estabelecido no caput. 
 Art. 32. Será instituída no âmbito dos órgãos licenciadores câmaras de compensação 
ambiental, compostas por representantes do órgão, com a finalidade de analisar e propor a 
aplicação da compensação ambiental, para a aprovação da autoridade competente, de acordo 
com os estudos ambientais realizados e percentuais definidos. 
O art. 33 do Decreto 4.340 de 22 de agosto de 2002, disciplina sobre a aplicação dos recursos da 
compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei 9.985/2000, nas unidades de conservação 
existentes ou a serem criadas. Deve-se obedecer à seguinte ordem de prioridade: 
Art. 33. A aplicação dos recursos da compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei 
no 9.985, de 2000, nas unidades de conservação, existentes ou a serem criadas, deve 
obedecer à seguinte ordem de prioridade: 
 I - regularização fundiária e demarcação das terras; 
 II - elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo; 
 III - aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e 
proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento; 
 IV - desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de conservação; e 
 V - desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação 
e área de amortecimento. 
O Parágrafo único do artigo 33 estabelece a forma de aplicação dos recursos da compensação 
financeira em casos tais, em que a propriedade da Unidade de Conservação for privada. Diz a 
norma: 
Art. 33 
Parágrafo único. Nos casos de Reserva Particular do Patrimônio Natural, Monumento 
Natural, Refúgio de Vida Silvestre, Área de Relevante Interesse Ecológico e Área de Proteção 
Ambiental, quando a posse e o domínio não sejam do Poder Público, os recursos da 
compensação somente poderão ser aplicados para custear as seguintes atividades: 
 I - elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades de proteção da unidade; 
 II - realização das pesquisas necessárias para o manejo da unidade, sendo vedada a 
aquisição de bens e equipamentos permanentes; 
 III - implantação de programas de educação ambiental; e 
 IV - financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável dos 
recursos naturais

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