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Introdução ao Projeto Aeronáutico, Prof. Edison da Rosa - Mod. 1 - Cap. 1

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A diferença fundamental entre as duas competições é que os modelos da PAA-
LOAD eram de vôo-livre e os competidores eram aeromodelistas. A Competição SAE-
AeroDesign® é voltada para estudantes, não aeromodelistas (futuros engenheiros). 
Apenas os pilotos das equipes podem ter experiência como aeromodelistas. A PAA-LOAD 
tinha uma limitação na envergadura, máxima de 1,22 m, e no tempo de decolagem, de 20 
s no máximo, ao contrário da SAE, com limitação na área total projetada (até 2002) e no 
comprimento de pista que pode ser usado na decolagem, 61 m. 
 
ÍNDICE 
MÓDULO 1. 
1. INTRODUÇÃO AO PROJETO AERONÁUTICO 
2. CONCEITOS DE ENGENHARIA AERONÁUTICA 
3. AERODINÂMICA DE CONFIGURAÇÃO 
MÓDULO 2. 
4. ESCOAMENTO SOBRE UM PERFIL 
5. CAMADA LIMITE E SEPARAÇÃO 
6. ESCOAMENTO SOBRE UMA ASA 
7. RESISTÊNCIA AERODINÂMICA 
MÓDULO 3. 
8. PROPULSÃO 
9. ANÁLISE DE DESEMPENHO 
10. EQUILÍBRIO E ESTABILIDADE 
MÓDUL0 4 
11. REGULAMENTAÇÃO AERONÁUTICA 
12. PROJETO ESTRUTURAL 
MÓDULO 5 
13. EXEMPLO DE PROJETO - AeroDesign 
14. EXEMPLO DE PROJETO - UAV 
15. PROJETO PILOTO 
REFERÊNCIAS 
EQUIPES UFSC DESDE 1999 
BIBLIOGRAFIA 
REFERÊNCIAS FOTOGRÁFICAS 
 
 
MÓDULO 1 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO AO PROJETO AERONÁUTICO 
Este primeiro capítulo tem por objetivo apresentar de forma sucinta e objetiva os 
conceitos relacionados ao processo de desenvolvimento do projeto e fabricação de um 
produto, bem como conceitos relativos à organização e gerenciamento deste projeto e 
construção. Desta forma, o capítulo está dividido em duas partes, uma dedicada à 
metodologia de projeto e desenvolvimento de produtos e urna segunda parte de técnicas 
e formas de organização e administração de todas as atividades envolvidas, ou seja, 
como que este desenvolvimento do produto é gerenciado. 
Sempre que possível, ou necessário, os conceitos que estão colocados em termos genéricos, aplicáveis a 
qualquer tipo de projeto, serão particularizados para o projeto e construção de modelos para o concurso 
SAE AeroDesign, sendo esta particularização salientada no texto com uma diferente formatação de fonte 
e margens, como neste parágrafo. 
O termo projeto é um termo amplo, que pode ter diferentes definições e 
abrangências, conforme a literatura apresenta. Dentro do escopo deste texto, vamos 
definir projeto como sendo um conjunto de atividades inter-relacionadas que têm por 
objetivo conceber e definir completamente um produto, de forma que possa ser produzido. 
O projeto de um produto inicia quando é estabelecida a necessidade deste produto. O 
conceito de produto aqui discutido pode ser pensado como o mais amplo possível, como 
por exemplo, um novo automóvel, um equipamento industrial, um software, um processo 
de fabricação, etc. 
No caso do concurso SAE AeroDesign o produto não é, como poderíamos pensar, o modelo da 
competição, mas sim obter uma pontuação e classificação expressiva. Desta forma o projeto da 
participação na competição inclui o projeto do modelo, mas também a construção, testes, relatório, 
apresentação, etc. 
Conforme será detalhado mais à frente, de uma forma simplificada, o 
desenvolvimento de um dado produto segue um processo formado pelas etapas: 
Pesquisar informações; 
Projetar; 
Construir: 
Testar; 
Avaliar. 
Se na avaliação o resultado é satisfatório, o desenvolvimento evolui para a próxima 
fase, caso contrário é necessário realimentar o processo e alterar o projeto. Este processo 
evolui partindo de uma fase inicial, onde se tem apenas uma visão global, macroscópica 
do produto, na qual este está muito pouco definido, para uma fase que tem uma visão 
focada em cada um dos diferentes detalhes do produto, que, ao final do projeto, definem 
completa e inequivocamente o que é o produto. 
As etapas "construir" e "testar", podem atuar sobre modelos físicos, como 
protótipos ou maquetes, ou sobre modelos virtuais, como modelos computacionais. No 
primeiro caso os testes serão efetuados sobre o protótipo e algumas grandezas serão 
medidas. No caso do modelo virtual os testes serão simulações a que os modelos serão 
submetidos. 
 
1.1. O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS. 
O desenvolvimento de produtos, seja uma máquina, um equipamento, um 
eletrodoméstico, um software, e no caso de interesse, uma aeronave não tripulada, radio-
controlada, segue tipicamente uma seqüência de etapas que pode ser descrita como: 
 
DESCRIÇÃO: ETAPA DE PROJETO 
Definição de necessidades e busca de informações; 
Busca da concepção do produto; 
Desenvolvimento do "Iayout" e parâmetros básicos; 
Complementação do projeto e detalhamento; 
Construção; 
Teste; 
Avaliação 
Projeto Informacional 
Projeto Conceitual 
Projeto Preliminar 
Projeto Detalhado 
- 
- 
- 
 
Esta seqüência deve ser efetuada a diferentes níveis de detalhamento, ou seja, ao 
nível do produto como um todo (nível macro), ao nível de sistemas e montagens e ao 
nível de peças e seus detalhes (nível micro). É o que pode se chamar de projeto com foco 
cíclico, macro→micro→macro. 
O projeto sempre inicia como uma ação de resposta a uma necessidade detectada 
e que deve ser atendida. As etapas de definição de necessidades e busca de informações 
é o que mais recentemente se está denominando de projeto informacional. No projeto 
informacional devemos ter muito bem definido todos os requisitos (o que o produto DEVE 
ser) e todas as restrições (o que o produto NÃO DEVE ser). De uma forma geral podemos 
definir então atributos do produto, divididos entre os desejáveis (requisitos) e os 
indesejáveis (limitados por restrições). 
A busca de informações deve contemplar também aspectos legais relativos ao tipo 
de produto, bem como dados para comparação com produtos similares, com o uso de 
parâmetros adimensionais para comparação, quanto a características de desempenho e 
outros requisitos e restrições. 
Para o concurso SAE AeroDesign em banco de dados de modelos de anos anteriores é muito útil para 
balizar em um novo projeto as características aerodinâmicas, dados de desempenho e soluções estruturais. 
O principal requisito de um produto é o seu requisito funcional, ou seja, o requisito 
que define a função a que o produto deve atender, ou seja, a razão de ser do produto. 
Outros requisitos em geral estão presentes. As restrições impõem limitações (valores 
máximos e mínimos) ao projeto, como de dimensões, de volume, peso, desempenho, 
custo, prazos, etc. O objetivo do projeto informacional é gerar as especificações de 
projeto do produto, que é uma quantificação dos requisitos e restrições, que em geral são 
colocadas de uma forma qualitativa. Os requisitos e restrições podem também estar 
relacionados com outros aspectos do produto, como manufatura, montagem, 
manutenção, etc, como restrições de tempo de fabricação, disponibilidades de máquinas 
e ferramentas, etc. Uma ferramenta muito útil nesta etapa é o QFD. 
Atender a todos os requisitos, respeitando ao mesmo tempo as restrições é fazer 
uma boa engenharia de projeto. 
A etapa de concepção gera o chamado projeto conceitual, no qual se tem uma 
idéia de como será o produto, um esboço do mesmo, com os princípios de solução de 
cada sistema indicados. O projeto conceitual gera assim uma solução para o produto, 
com uma configuração que deve ser refinada e detalhada nas próximas etapas do 
processo de projeto. 
 
DESENVOLVIMENTO DO F-22 
Um exemplo interessante de evolução de um projeto diz respeito ao 
desenvolvimento do F-22, caça de quinta geração. O desenvolvimento do projeto iniciou 
com o conceito do que seria um caça ATF, caça tático avançado, que iniciou a ser 
discutido em 1971. Este conceito foi evoluindo internamente na força aérea americana, 
USAF. A seguir segue um breve resumo da evolução do projeto até os dias de hoje. 
Em 1981 a USAF lançou um convite (RFI) a noveempresas da indústria 
aeroespacial (sete empresas responderam) para o desenvolvimento de conceitos do que 
seria um caça ATF. Este novo caça deveria substituir os F-15, então recém introduzidos 
em operação, a partir do final da década de 90. 
1982: São apresentados os estudos do desenvolvimento de conceitos. O projeto da 
Northrop focou na simplicidade, com um avião pequeno e ágil, com 8 toneladas de peso 
total estimado. Já a Lockheed desenvolveu um projeto bastante sofisticado, com alta 
tecnologia embutida, como empuxo vetorado, canards retráteis, etc, resultando em um 
projeto com 53 toneladas de peso. 
 
Com base nos estudos preliminares, ainda em 1982 a USAF redefine os requisitos 
para o ATF. Um dos pontos ressaltados foi o de um projeto com características furtivas. 
Outro ponto é a capacidade de vôo "supercruise", ou seja, voar a velocidades 
supersônicas sem o uso de pós-combustão nas turbinas. 
 
1983: É feita a solicitação de propostas de desenvolvimento do ATF de acordo com 
os novos requisitos. Ao mesmo tempo é lançada a solicitação para o projeto dos motores, 
com a participação da General Electric e da Pratt & Whitney. 
 
1984: Os requisitos do projeto ATF convergem para um avião de 22,7 toneladas de 
peso máximo de decolagem. Velocidade de cruzeiro desejada de M 1,5. Distância de 
decolagem de 610 m. Aceleração ao nível do mar de M 0,6 a M 1,0 em 20 s. Capacidade 
de aceleração lateral em curvas de 6 g, a 1,5 M. 
 
Figura 1.1 - Protótipo de demonstração de conceito YF-22. 
 
1985: Apresentado o "Request for Proposal", RFP, para a fase de demonstração de 
conceitos e validação dos mesmos. Não se exige ainda a construção de protótipos de 
vôo. 
 
1986: RFP suplementar para a construção de protótipos, o YF-22 e o YF-23, das 
duas empresas escolhidas, Lockheed e Northrop, com primeiros vôos tendo ocorrido em 
29/09/1990 e 27/08/1990 respectivamente. 
 
Figura 1.2 - Modelo definitivo do F-22. 
 
1990: RFP para propostas de desenvolvimento de engenharia e manufatura, 
"Engineering and Manufacturing Development", EMD. 
1991: Em abril é definido o YF-22 como o projeto vencedor, usando motor P&w. 
1997: Em 09/04/1997 sai o primeiro F-22A de produção. Em 07/091 1997 é feito o 
primeiro vôo deste. 
1999: Os protótipos são testados com êxito com ângulos de ataque de até 600. 
2001: É assinado contrato de fabricação para 331 unidades. 
2002: É fabricado o último modelo do programa inicial de testes operacionais. 
2003: Conclusão dos testes de vôo com nove aviões, mais de 4000 horas de vôo. 
Encerrado o EMD. 
2005: Introdução progressiva em serviço do F-22. 
Referências, ver: 
http://www.invisible-defenders.ora/oroarams/vf-23/yf-230roa-hist.htm 
htto:/lwww.combatsim.com/archive/htm/htmarc1/atfiahter.htm 
http://www.codeonemaaazine.com/archives/1998/articles/aor98/aora98.html 
 
 
Figura 1.3 - Ilustração do F-22 em corte 
 
Durante a fase de concepção é essencial a busca de várias idéias e concepções 
alternativas, para poder comparar o desempenho destas e como que cada uma atende 
aos requisitos e restrições. Deve-se buscar ao menos umas três diferentes concepções, 
pois "a primeira idéia é sempre ótima, pena que nunca funciona". 
Podemos dizer que o projeto se desenvolve em diferentes níveis hierárquicas, 
passando de um nível para o outro de forma cíclica. Os níveis hierárquicos são 
PRODUTO, SISTEMA ou MONTAGEM e PEÇA. 
O projeto conceitual usa as especificações de projeto e gera um "Iayout" básico do 
produto, com indicação dos diferentes sistemas e dispositivos que foram idealizados. Este 
"Iayout" estabelece a configuração do produto, apresentando as soluções de forma 
esquemática. O projeto conceitual inicia com o requisito funcional do produto, o qual deve 
ser analisado e assim o projetista estabelece algumas formas alternativas para a estrutura 
funcional do produto. Esta estrutura funcional é a subdivisão da função global do produto 
em funções parciais até o nível de funções elementares. Estas são definidas como as 
menores funções da estrutura, que não podem ser mais subdivididas. 
Resumidamente o projeto conceitual gera a estrutura funcional e a partir deste, 
buscando como implementar cada função, é desenvolvida a estrutura dos chamados 
princípios de solução. Um princípio de solução é como que na prática uma certa função 
será desempenhada. A estrutura de principias de solução pode ser usada para 
estabelecer o "Iayout" básico do produto, que em outras palavras é alocar espaço físico e 
esboçar os diferentes princípios de solução, quanto a sistemas, montagens, peças. 
 
Figura 1.4 - Estrutural funcional do produto, suportada pela estrutura funcional das peças. 
 
 
 
Figura 1.5 - Ciclo de desenvolvimento do projeto: Produto → Sistema → Peça → Sistema → 
Produto. 
Esta figura ilustra o inter-relacionamento entre os três níveis hierárquicos de foco 
do produto, Macro, Médio e Micro, durante as etapas de projeto conceitual, projeto 
preliminar e projeto detalhado. O projeto evolui de macro para micro e volta a macro, para 
avaliar os efeitos das decisões tornadas a nível de peça, sobre o sistema e sobre o 
produto corno um todo. O ciclo inicia a nível macro, com a concepção global do produto, 
descendo para sistemas e montagens, chegando finalmente na concepção de cada peça. 
O processo é assim do tipo "top-down", porém sofrendo realimentação para os níveis 
mais altos. Este ciclo é executado várias vezes durante o projeto, até que o projeto 
conceitual e o preliminar estejam concluídos. Neste ponto inicia o detalhamento do 
projeto, que tem uma trajetória inversa, "botton-up", ou seja, iniciando em nível de peça, 
evoluindo para sistema e finalmente em nível de produto. Assim, o projeto detalhado do 
produto é a soma dos projetos detalhados de cada peça e de cada montagem e sistema. 
CONCEITOS DE ENGENHARIA SEQÜENCIAL E ENGENHARIA SIMULTÂNEA 
Tradicionalmente a engenharia de projeto adota urna divisão entre as diferentes 
etapas e uma nova etapa só inicia quando a anterior é praticamente finalizada. Cada nova 
etapa que inicia tem um custo tipicamente dez vezes maior do que a anterior. Urna série 
de problemas é oriunda desta filosofia, como um longo tempo e um maior custo de 
desenvolvimento. Quando problemas são detectados nas etapas mais avançadas, o 
projeto deve ser parcialmente refeito. 
 
Figura 1.6 - Seqüência de etapas em um processo tradicional de projeto. 
 
O conceito de Engenharia Simultânea surgiu buscando acelerar o desenvolvimento 
de um produto, com várias etapas ocorrendo de forma conjunta, simultânea, usando 
equipes multidisciplinares. Estas equipes podem prever dificuldades antes do 
desenvolvimento seguir adiante, com investimentos cada vez mais elevados. Pela 
superposição das etapas existe a possibilidade de correções durante o desenvolvimento, 
sem grande prejuízo de tempo e recursos investidos. 
 
 
Figura 1.7 - Seqüência de etapas em um processo de projeto usando Engenharia Simultânea. 
TIPOS DE PROJETO: 
Projeto inovativo: Quando um produto novo é desenvolvido, sem que a empresa 
tenha experiência anterior com este tipo de produto. 
Projeto evolutivo: Quando a empresa já possui um produto similar que atende à 
necessidade, mas deverá ser melhorado, reprojetado. 
Projeto de ponta: Quando as soluções adotadas são novas, com concepções e 
princípios inovadores. 
Projeto tradicional: Ocorre na condição na qual o projeto adota soluções já usadas, 
testadas e avaliadas em produtos similares. 
No caso específico de uma aeronave, as diferentes etapas do processo de projeto 
contêm, de forma típica, as seguintes atividades: 
PROJETO CONCEITUAL 
• Especificações; 
• Estudo para métrico (banco de dados de aeronavessimilares); 
• "Layout" da fuselagem; 
• "Layout" da asa (projeto aerodinâmico); 
• "Layout"do avião completo; 
 
PROJETO PRELIMINAR 
• Estimativa de massa; 
• Avaliação aerodinâmica (curva polar, performance); 
• "Layout" do trem de pouso; 
• Requisitos de decolagem e aterrissagem (f1ap design); Cálculos do CG e de 
inércia; 
• Estabilidade e controle; 
• Simulação de vôo; 
• Estimativas de performance; 
• "Layout" geral da aeronave; 
• Análise de cargas e projeto estrutural; 
PROJETO DETALHADO 
• Projeto de sistemas; Dimensionamento e projeto de peças; "Layout" 
detalhado da aeronave; Desenho de peças; 
• Desenho de montagem; 
• Desenho de manutenção; 
• Planejamento de processos de fabricação 
 
1.2. CONSTRUÇÃO 
A construção de um modelo ou protótipo, relacionado ao desenvolvimento de um 
produto, sempre envolve uma boa dose de trabalho artesanal, meticuloso, demorado que 
exige técnica, treinamento e paciência. 
A construção de um protótipo pode ser feita de diferentes formas, usando 
diferentes materiais, dependendo do tipo e finalidade do protótipo. No caso da indústria 
automobilística é comum o uso de uma centena de protótipos, antes do lançamento de 
um novo veiculo. 
O primeiro protótipo a ser construído é o "protótipo funcional", que procura 
demonstrar a viabilidade da concepção. É o protótipo de demonstração e validação de 
conceito. Normalmente este pode ser feito com materiais mais simples, diferentes dos que 
serão usados na construção final. Estes protótipos funcionais são em geral muito 
trabalhados, alterados, para testar diferentes configurações ou dimensões geométricas, 
etc. 
Os protótipos de desempenho têm por objetivo testar as capacidades funcionais do 
projeto, sendo importante a configuração adotada e os equipamentos, não tanto os 
materiais e processos de fabricação. Estes protótipos são posteriores aos funcionais, pois 
permitem verificar a capacidade do projeto desempenhar a função pretendida. Os 
protótipos funcionais verificam a funcionalidade do projeto de um modo qualitativo. Os 
protótipos de desempenho o fazem de forma quantitativa. 
Com o projeto bem definido os protótipos de durabilidade devem ser construídos e 
ensaiados. Estes protótipos visam caracterizar, por exemplo, a capacidade de carga de 
sistemas estruturais, a resistência ao desgaste de uma superfície, ele. Estes protótipos 
normalmente sofrem ensaios destrutivos, pois se deseja em geral verificar a máxima 
capacidade do projeto. Os protótipos de durabilidade não necessitam ser do produto 
completo, mas do sistema ou peça que deve ser testado, desde que as solicitações 
atuantes possam ser corretamente aplicadas durante o teste. Em projetos aeronáuticos os 
testes de capacidade de carga são efetuados normalmente sobre ao menos dois 
protótipos, um para cargas estáticas e outro para cargas de fadiga. 
Outro tipo de protótipo é o de processo, no qual as técnicas de fabricação são 
testadas. Estes protótipos em geral são similares às peças reais, para verificar a 
viabilidade do processo de fabricação. Assim, para testar a fabricação de uma asa em 
material composto, moldada a vácuo, com núcleo de espuma, uma pequena seção já é 
suficiente. Vários protótipos de processo podem ser necessários. 
Adicionalmente ao tipo de protótipo, podemos classificá-lo quanto à abrangência, 
ou seja, quanto ao nível da estrutura do produto onde o protótipo se encontra. Desta 
forma, podemos ter um protótipo de durabilidade ao nível de peça, ou ao nível de todo um 
sistema. Um protótipo de desempenho pode ser um protótipo do produto completo. A 
abrangência do protótipo pode ser em nível de peça, em nível de sistemas ou montagens 
e em nível de produto. 
No caso do concurso SAE AeroDesign recomenda-se, em especial para equipes iniciantes, a construção 
de três protótipos do modelo, PI, P2 e P3, ao longo do desenvolvimento do projeto, normalmente durante 
oito meses, de março a outubro. As equipes já experientes podem prescindir do protótipo PI. Estes 
protótipos são definidos a seguir. 
P1 – É um protótipo que tem por objetivo familiarizar a equipe com a construção de aviões em escala, 
com as dificuldades iniciais. Deve ser um projeto simples, tradicional, respeitando as regras do concurso 
SAE AeroDesign. É uma plataforma para testar técnicas de fabricação, treinar o vôo, testar conceitos e 
desempenho. Em resumo, Pl serve para a equipe ganhar experiência em construção e vôo. Devem-se usar 
as técnicas de construção as mais simples e tradicionais possíveis. 
P2 – É o modelo com a configuração do projeto para a competição. É usado para testar as soluções de 
concepção e de fabricação do protótipo final. Deve ser usado exaustivamente para testar as soluções 
adotadas, medir o desempenho em pista, capacidade de decolagem e treinar o piloto. É comum o P2 
sofrer vários acidentes e ser reconstruído várias vezes!! Este protótipo deve ser o mais fiel possível ao 
projeto final. 
P3 – É o modelo construído para a competição. O projeto e as técnicas de fabricação são praticamente 
idênticas às do P2. Não se pode mudar muito o projeto neste ponto, sob pena de inviabilizar a 
participação. O protótipo P3 deve ser usado para os testes finais, verificação de estabilidade, etc. Deve-se 
prever um bom conjunto de peças de reserva para a competição!! 
A fabricação de peças aeronáuticas tem algumas características específicas, 
relativas ao tipo de produto. Estas peças se caracterizam por serem fabricadas em 
pequenas quantidades, usam em geral materiais nobres, com altas características de 
desempenho e devem apresentar altos índices de confiabilidade em serviço. Isto leva que 
a fabricação destas peças exige muito em termos de equipamentos, tolerâncias 
apertadas, extensivo uso de gabaritos e dispositivos de posicionamento, fabricação, 
montagem, verificação, ele. 
Os testes de vôo a serem efetuados devem procurar eliminar todas as incertezas 
sobre o desempenho, estabilidade, segurança em operação, etc. A capacidade do projeto, 
definida pela envoltória de vôo, deve ser testada de forma progressiva, expandindo pouco 
a pouco, teste a teste, os limites de vôo seguro. 
Para a aeronave completa I os testes devem iniciar com o testo de pista, com a aeronave taxiando e 
verificando todos os controles e respostas. A resposta à aceleração do motor e a distância de decolagem 
são parâmetros essenciais no caso da competição SAE AeroDesign. Os testes de desempenho com a 
aeronave, efetuados com diferentes níveis de carga, podem ser resumidos como: 
• Testes de pista; 
• Testes de aceleração e decolagem; 
• Testes de capacidade de carga na decolagem; 
• Testes de estabilidade em vôo, manobrabilidade; 
• Testes de aterrissagem e arremetida; 
• Testes de recuperação de picada; 
• Testes de recuperação de estol; 
• Outros testes. 
Os testes estruturais, para verificar a carga de colapso, são essenciais para a asa e o trem de pouso, itens 
críticos no projeto AeroDesign. 
Os testes de fabricação buscam verificar a viabilidade dos processos e técnicas, a compatibilidade dos 
diferentes materiais, a montagem das peças, etc. 
Antes de iniciar qualquer projeto, dois testes são essenciais, os testes de motor e de hélice. Os testes de 
motor têm por objetivo obter a curva de potência do mesmo, para que a análise de desempenho seja o 
mais realista possível. O mesmo pode ser dito dos ensaios de hélice, e em particular para orientar a 
escolha da melhor opção de hélice. 
Por último, sempre ter peças sobressalentes em quantidade suficiente e, se uma peça for modificada, 
nunca testar esta mudança na competição, pois as modificações nunca funcionam na primeira vez! Assim, 
sempre usar peças e soluções já testadas. 
1.3. ORGANIZAÇÃO E GERENCIAMENTO 
A organização e o gerenciamento de todo o processo de projeto é essencial para 
garantir seu sucesso, pois apenas o conhecimento e a boa vontade das pessoas não são 
suficientes. O gerenciamentobusca a definição e o encadeamento das diferentes tarefas, 
de modo que as metas sejam atingidas nos prazos adequados, usando os recursos 
humanos e materiais disponíveis. 
O primeiro ponto a ser detalhado é estabelecer o conjunto de atividades que devem 
ser desenvolvidas para que a meta pretendida seja atingida. 
Para as equipes do projeto AeroDesign é importante a definição do objeto do projeto. Conforme já 
comentado, o produto a ser projetado, construído e testado, não é, como poderíamos pensar, o modelo da 
competição, mas sim obter uma pontuação expressiva e vencer a competição. Desta forma o projeto da 
participação na competição inclui o projeto do modelo, mas também a construção, testes, relatório, 
apresentação, etc. Todos estes aspectos deverão estar presentes no planejamento e acompanhamento do 
projeto. 
As atividades devem ser inicialmente pensadas em um nível macro, algumas 
poucas grandes atividades, que deverão ser progressivamente detalhadas, até um nível 
adequado ao completo entendimento das tarefas e a previsão de recursos que deverão 
ser consumidos. Assim temos uma progressiva fragmentação das atividades, níveis 
Macro/Médio/Micro, até o ponto onde cada tarefa é auto-explicativa e executável. 
Em primeiro nível, deve--se pensar em atividades macro, com estimativas de prazos para a execução, 
compatíveis com os dados críticos. Estas atividades se enquadram em: 
• Atividades técnicas (Projeto, construçil.o, testes, ...); 
• Atividades administrativas / Burocráticas (Documentos para inscrição, pagamentos de taxas,. _.); 
• Atividades de logística (Transporte, hospedagem, ...). 
Um ponto importante é verificar a interdependência e prioridades entre as 
diferentes atividades. Sempre que possível, desenvolver várias atividades em paralelo. É 
necessário identificar quais atividades podem ser realizadas em paralelo, de forma 
simultânea, e quais atividades que devem ser seqüenciais. Uma forma muito usada em 
visualização é o chamado gráfico de GANTT, onde temos tempo no eixo X, em dias, 
semanas ou meses, e atividades em Y. conforme Figura 1.9. 
 
ATIVIDADE S1 S2 S3 S4 S5 S6 
 A 
 A1 
 A2 
 A3 
 A3.1 
 A3.2 
 A4 
 B 
 
 
Figura 1.9 - Cronograma na forma de um gráfico de Gantt. 
 
Figura 1.10 - Cronograma na forma de uma matriz atividade - tempo. 
 
Este tipo de cronograma é essencial para acompanhar o desenvolvimento do 
trabalho e definir ações corretivas quando detectados desvios do previsto. 
Uma forma mais refinada de estabelecer o cronograma é analisar, para cada 
atividade, suas durações mínimas, médias e máximas, em horas, dias ou semanas, 
dependendo da escala de tempo adequada. 
CRONOGRAMA DO CONCURSO I CRONOGRAMA DA EQUIPE 
Dentro do cronograma do concurso cada equipe deve se adequar, considerando 
suas características próprias, como habilidades, número de participantes, experiência 
anterior, ele. As atividades técnicas são as que mais utilizam tempo, podendo ser 
divididas em: 
Projeto: projeto, desenhos, relatório, apresentação; 
Construção: Protótipo funcional, peças; 
Testes de peças e sistemas; testes do protótipo em pista, testes em vôo; 
Correções no projeto, na fabricação, etc. 
RECURSOS 
Uma vez definidas as atividades é necessário oferecer recursos para que estas 
possam ser executadas. Estes incluem recursos humanos, recursos materiais e recursos 
financeiros. No primeiro caso temos uma matriz de recursos humanos, ou matriz de 
responsabilidades, que define a divisão de responsabilidades. Em certas situações é 
conveniente prever a necessidade de uma terceirização de serviços, por questão de 
prazos, habilidades, dispositivos, máquinas ou matéria prima. 
A alocação de pessoas, divisão de responsabilidades, deve ser compatibilizada 
com a carga horária das atividades (ver gráfico de GANTT) e com a disponibilidade de 
horas / semanas de cada participante. Necessidades de capacitação de pessoas: 
• Treinamento Técnico (curso) 
• Treinamento Prático (construção do protótipo P1) 
Quanto aos recursos materiais, estes devem ser divididos em equipamentos e 
ferramentas (computador, impressora, software, furadeira, dobradeira, prensa e 
ferramentas diversas de oficina) e matéria prima como madeira, chapas compensadas, 
chapas AI, espumas, adesivos (anaeróbico, epóxi rápido, epóxi vinte e quatro horas), etc, 
e assim definir as necessidades para cada atividade. 
ATIVIDADE Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 .............. TOTAL 
DATA 10-03-2003 17-03-2003 24-03-2003 31-03-2003 (horas) 
A 26 h 
A1 5h 5h 
A2 8h 8h 
A3 9h 
A3.1 2h 1 h 1 h 4h 
AJ.2 5h 5h 
A4 4h 4h 
B 
................ 
 
MATRIZ DE RECURSOS: Pessoal. 
ATIVIDADE Nome 1 Nome 2 Nome 3 Nome 4 ................. 
 A 26 h 
 A1 2h 3h 5 h 
 A2 8h 8h 
 A3 9h 
 A31 2h 1h 1h 4h 
 A3.2 5h 5h 
 A4 2h 2h 4h 
Figura 1.11 - Matriz de recursos humanos necessários por atividade, com carga horária dedicada. 
 
ATIVIDADE Recurso 1 Recurso 2 Recurso 3 Recurso 4 ............ Total 
 A 26 h 
 A1 5h 5 h 
 A2 8h 8h 
 A3 9h 
A31 2h 1h 1h 4h 
A3.2 5h 5h 
 A4 4h 4h 
Figura 1.12 - Exemplo de matriz de recursos necessários por atividade 
A quantidade / tempo de uso é uma boa indicação da necessidade de mais de um 
equipamento do tipo (por exemplo, são necessários 1 ou : microcomputadores). 
ORÇAMENTO 
Por último, os recursos financeiros necessários a cada atividade fração dos custos 
envolvidos, devem ser avaliados, montando uma tabela de orçamento. Com a definição 
do custo total a equipe tem condições de estabelecer critérios para a busca destes 
recursos, através de patrocínios etc. 
 
ATIVIDADE Ferramenta
s 
Material Equipamento Serviços TOTAL 
 A 
 A1 
 A2 
 A3 
 A3.1 
 A3.2 
 A4 
 ................... 
Figura 1.13 - Matriz de orçamento, por atividade. 
1.4. DOCUMENTAÇÃO 
O processo de projeto durante seu andamento gera uma série de documentos e 
manipula muitas informações. Surge a necessidade de organiza as informações para 
facilitar o seu acesso. 
Existem vários métodos de documentação de projetos que se diferenciam quando 
desenvolvidos e executados por designers, quando por escritórios, ou quando por 
departamentos internos de empresas. No entanto todos possuem características 
semelhantes. Com relação ao estado técnico e às características funcionais, a 
documentação pode ser: 
Manual; 
Semi-informatizada; 
Informatizada. 
 Os documentos serão os mesmos, porém as entradas e as saída serão diferentes. 
Fisicamente os arquivos serão diferentes. 
OBJETIVOS DA DOCUMENTAÇÃO DE PROJETOS 
• Facilitar a comunicação entre as pessoas envolvidas ou não com o projeto; 
• Registrar todo o processo de trabalho; 
• Registrar a metodologia utilizada; 
• Facilitar o controle do andamento do projeto; 
• Auxiliar na administração do pessoal, tempo e custo; 
• Registrar as informações necessárias para o entendimento do 
funcionamento, fabricação, instalação e manutenção do produto. 
TIPOS DE DOCUMENTAÇÃO 
• Documentação administrativa; 
• Documentação de apoio; 
• Documentação técnica. 
DOCUMENTAÇÃO ADMINISTRATIVA 
Objetivo: Registrar e arquivar os documentos referentes à administração e 
contabilidade do projeto. Contém: 
• Relatórios de visitas técnicas; 
• Diagnósticos; 
• Briefing; 
• Proposta de projeto; 
• Contrato de trabalho; 
• Controle de tempo, mapa e atividades; 
• Relatórios periódicos da gerência; 
• Correspondência com clientes; 
• Memorandos internos; 
• Atas de reuniões deprojeto; 
• Documentos de aprovação de etapas do projeto; 
• Documentos de aprovação final do projeto. 
A proposta de projeto deve incluir titulo, departamento, antecedentes, quem 
propõe, porque, expectativas, objetivos, justificativas, benefícios, metodologia, 
cronograma, recursos disponíveis, orçamento do projeto, orçamento para lançamento do 
produto, equipe envolvida, perspectivas de "marketing", custos previstos para o produto, 
preço de venda, etc. 
DOCUMENTAÇÃO DA CONTABILIDADE DO PROJETO. 
Esta documentação deve conter todas as informações para o acompanhamento 
financeiro, como: 
• Duplicatas; 
• Faturas; 
• Recibos; 
• Depósitos; 
• Notas de serviço; 
• Ordens de pagamento; 
• Notas fiscais. 
A responsabilidade pela documentação administrativa junto à secretaria do 
departamento ou escritório, com supervisão da coordenação do projeto. 
DOCUMENTAÇÃO DE APOIO 
Objetiva facilitar o manuseio de informações sobre o projeto e evitar gastos de 
tempo na busca de informações isoladas. Busca seletiva de informações: 
• Catálogo de concorrentes; 
• Cópias de livros, revistas, fotografias; 
• Dados ergonômicos; 
• Dados de custos; 
• Lista de materiais e processos relativos ao projeto; 
• Lista de fornecedores; 
• Catálogos, desenhos e especificação de componentes; 
• Pedidos de amostras, amostras; 
• Pedidos de orçamentos, orçamentos. 
Responsabilidade pela documentação com estagiário, projetista júnior, deve ser 
supervisionado pelo coordenador do projeto. 
DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA 
Deve registrar os resultados obtidos no projeto conceitual e preliminar, inclusive 
para a apresentação do projeto e registrar o projeto detalhado para a sua fabricação, 
instalação e manutenção. 
Projeto conceitual e preliminar: Projeto detalhado 
• Desenhos preliminares; 
• Desenhos esquemáticos; 
• "Rendering”; 
• Modelos funcionais; 
• "Mock ups”; 
• Modelos, maquetes; 
• Desenhos técnicos de protótipos; 
• Índice de documentos; 
• Árvore gráfica do produto; 
• Desenho dos sistemas e 
subsistemas; 
• Desenhos mecânicos; 
• Documentos de apresentação; 
• Desenhos técnicos preliminares; 
• Fotos; 
• Layout, arte final; 
• Banco de dados: nomes, idéias, 
produtos, etc. 
• Desenhos de montagem; 
• Procedimentos de testes; 
• Instruções de manutenção; 
• Manuais de treinamento; 
• Lista de materiais; 
• Esquemas elétricos. 
 
Responsabilidade pela documentação junto a designers, estagiários, desenhistas, 
modelistas, com supervisão do coordenador. 
 
NORMAS BÁSICAS 
• Codificação de documentos; 
• Normalização visual dos documentos; 
• Rotinas de documentação e arquivamento; 
• Procedimento para alterações; 
• Responsabilidades pelos arquivos. 
 
ARQUIVOS FÍSICOS 
• Desenhos em geral; 
• Desenhos técnicos; 
• Arte final, fotolitos; 
• Slides, negativos; 
• Portfólios; 
• Publicações importantes: 
• Arquivos em disquetes, CD; 
• Mapotecas; 
 
• Pastas; 
• Indústria / produtos; 
• Escritórios / projetos; 
• Equipe; 
• Empresa ou instituição; 
• Histórico; 
• Prêmios; 
• Exposições. 
 
 
ALGUMAS INDICAÇÕES PARA O AERODESIGN: 
Projeto piloto; 
Minuta relatório; 
Desenhos projeto; 
Slides apresentação. 
Livro de projeto; 
Livro de gerência; 
Pesquisar; 
Selecionar; 
Divulgar: 
Armazenar; 
"Back Up' 
Check List: Relatório 
Regulamento; 
Logística; 
Equipamentos/ Ferramentas; 
Vôo. 
Estrutura do relatório; 
Minuta do relatório. 
 
MEMORIAL DE CÁLCULO 
O desenvolvimento de cálculos para o dimensionamento (seja aerodinâmico, 
cinemático, estrutural, etc.) deve ter os mais completos e claros registros, escritos de 
forma agradável e compreensível por qualquer pessoa que vá revisá-lo (você mesmo 
depois de dois anos, ou seu chefe após duas horas). Em qualquer dos casos todas as 
informações necessárias para a perfeita compreensão devem estar presentes, ou citadas 
as fontes de onde podem ser obtidas. De qualquer modo o tempo gasto para escrever um 
bom relatório / memorial de cálculo, será muito menor do que o tempo exigido para 
decifrar um relatório incompleto, mal escrito, sem referências, etc. Algumas indicações de 
como fazer um memorial de cálculo são discutidas a seguir. 
• Identificar (dar um título) o que está sendo feito, sistema ou peça em estudo, 
critério de cálculo. 
• Listar as hipóteses para o cálculo. Definir o modelo. Escrever as equações 
pertinentes. Definir todas as variáveis do problema. Citar as referências usadas 
de forma completa. 
• Substituir nas equações as variáveis pelos seus valores numéricos, 
exatamente na mesma ordem em que aparecem na expressão analítica. 
Resolver as equações indicando claramente todas as transformações e 
substituições que foram efetuadas. Justificar! 
• Anotar todos os resultados intermediários. 
• Ressaltar os resultados finais obtidos. 
• Usar inicialmente sempre o processo mais simples de cálculo. Sofisticar 
após, em iterações subseqüentes, se necessário for. 
• Ao calcular e especificar uma dimensão, buscar valores padronizados 
(diâmetro, espessura, largura, etc.). 
• Avaliar o resultado quanto a outras formas de solução possíveis para o 
projeto. 
• Analisar os resultados obtidos e avaliar no contexto do conjunto de peças e 
do equipamento como um todo. Escrever as conclusões. 
• Identificar claramente o início e o fim de um cálculo, pelo título inicial e pelas 
conclusões. 
• Manter uma disposição do texto, nas folhas, clara e agradável, com os vários 
itens facilmente identificáveis. 
LIVRO DE PROJETO 
O objetivo do livro de projeto, que deve ser um caderno de ao menos 200 folhas, é de documentar todos 
os dados e informações pertinentes ao desenvolvimento. Assim, tem-se em um único documento todas as 
informações evitando que estas fiquem extraviadas. 
Livro do projeto deve ter um responsável, na pessoa do projetista da equipe. Este fica encarregado de 
desenvolver todos os pontos do projeto, sempre mantendo o livro atualizado. Os esboços iniciais para a 
busca de soluções, os primeiros cálculos de aerodinâmica, etc, tudo deve ser feito no livro de projeto. As 
decisões de cunho técnico tomado em reuniões da equipe também devem ser registradas. 
O livro de projeto deverá ter então, ao final do desenvolvimento, toda a história do mesmo, as várias 
alternativas buscadas, os cálculos efetuados, as referências consultadas, etc. Toda anotação no livro de 
projeto deve sempre ser assinada e datada. Ver as indicações de como escrever um memorial de cálculo. 
LIVRO DE GERÊNCIA. 
De forma similar ao livro de projeto, o livro de gerência tem por objetivo documentar o gerenciamento da 
equipe e do projeto. Deve ser também um caderno, com 100 folhas. Neste livro o gerente (capitão da 
equipe) deve anotar todas as decisões e ações tomadas, como as atas de reunião, assinadas sempre por 
todos os participantes, a lista de membros da equipe com seus telefones residenciais e celulares, a lista de 
e-mails, etc. 
O livro de gerência deve contar: 
• Lista da equipe e meios de contato; 
• Atas de reuniões; 
• Organograma; 
• Cronograma / GANTT; 
• Matriz de responsabilidades; 
• Matriz de recursos; 
• Matriz de orçamento; 
• Acompanhamento e controle financeiro. 
A estrutura da equipe (organograma) deve ser definida desde o início, sendo formada por: 
• Capitão da equipe; 
• Projetista da equipe; 
• Demais componentes; 
• Orientador da equipe. 
As atividades de concepção / criatividade são individuais, mas sua avaliação deve ser feita em discussão 
na equipe para definir os prós e os contras. 
É interessante a equipe estabelecer, a partir de discussões internas, de padrões de trabelho, ética, postura 
no projeto e no laboratório, etc. 
1.5. ORGANIZAÇÃO DA EQUIPE 
TRABALHO EM EQUIPE. 
O trabalho em equipe é algo mais do que pessoas trabalhando juntas. As 
diferenças dos membrosda equipe são encaradas como habilidades complementares e 
não de exclusão. Deve haver uma comunicação transparente e permanente. O chefe de 
equipe deve estar preparado para a gerência de conflitos, que sempre ocorrerão. 
Algumas indicações para um bom trabalho em equipe são: 
• Definição do objetivo e estabelecimento de metas. 
• Relacionamento entre pessoas da equipe, confiança no trabalho dos outros, 
habilidades complementares. 
• Determinação de responsabilidades, rodízio de responsabilidades. 
• Comprometimento com o processo, as pessoas que participaram do 
processo sentem-se proprietárias deste e logo comprometidas com o seu 
sucesso. 
• Implementação, como realizar, planejamento, acompanhamento e 
• análise de desempenho. 
• Sinergia, melhoria contínua do processo. 
• Resultado, planejado x realizado, avaliação da equipe, avaliação individual, 
identificar pontos de conflito. 
O trabalho em equipe exige maturidade psicológica, não técnica, e aprendizado 
constante. Os membros devem saber colocar-se no lugar do outro. Para uma equipe 
realmente funcionar, cuidados devem ser tomados quanto às características de 
personalidade individuais. 
Atitudes desejadas: Atitudes a serem evitadas: 
• Autoconhecimento de habilidades e 
limitações. 
• Capacidade de comunicação 
• Oral, corporal e escrita. 
• Capacidade de receber critica. 
• Capacidade de negociação. 
• Humildade para aceitar idéias e ajuda 
quando necessário. 
• Responsabilidade. 
• Atitude otimista. 
• Centralizador. 
• Mau humor. 
• Pessimismo. 
• Indecisão. 
• Criticas excessivas. 
• Não concorda e não dá 
sugestões. 
• Irresponsabilidade. Assume 
tarefas que não vai cumprir, 
estourando prazos. 
 
Conforme tratado no texto sobre o livro de gerência, a organização da equipe deve iniciar definindo o 
organograma desta, em especial as três posições críticas: 
Capitão da equipe: 
É a pessoa que deve assumir a responsabilidade de coordenar e gerenciar organizacionalmente a equipe. 
Projetista da equipe: 
É quem em geral tem maior conhecimento técnico, com afinidade com os detalhes do desenvolvimento 
do projeto, ou da construção e vôo. 
Orientador da equipe: 
É o professor responsável, perante a SAE e à instituição pela equipe. Junto com O capitão e O projetista 
formam o núcleo executivo da equipe. 
Em muitos casos é conveniente estabelecer ainda os cargos de: 
Secretário da equipe: 
Responsável pela documentação, tanto técnica como administrativa. Pode ser o responsável pelo livro de 
gerência. É quem escreve as atas das reuniões, que devem ser assinadas ao final da mesma. 
Tesoureiro da equipe: 
Responsável pelos recursos financeiros. Deve buscar patrocínios, controlar os gastos e manter atualizada 
a contabilidade da equipe. 
Cuidado para a equipe não ter só caciques. 
Os demais componentes da equipe são muitas vezes iniciantes, sem experiência e que vão adquirindo esta 
experiência com o desenvolvimento do projeto. Nos anos subseqüentes serão os candidatos naturais a 
capitão ou projetista da equipe.

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