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ROMA E O DIREITO ROMANO 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 1 Onde estamos? 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 2 A história de Roma é a história de todos nós... A História de Roma é a história de todos nós... História que perpassa todo o ocidente e nos faz oriundos dos mesmos pais... Latinos, antes de tudo. Isso com todos os defeitos e qualidades que possam ser atribuídos à latinidade. Isso com todas as formas dos seres humanos, iguais a nós, que conquistaram o mundo inteiro de então... 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 3 Roma e Romanos (caput mundi) Ao iniciarmos o estudo sobre Roma, é necessário salientar algumas características básicas desse povo. Tudo em Roma é superlativo, eles conquistaram quase toda a Europa; Os Romanos tinham uma visão bastante altiva de si mesmos, se autodenominavam caput mundi (cabeça do mundo); 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 4 História de Roma: Divisão política A história de Roma se divide em: A) Realeza (754 a.C. até 510 a.C.); B) República (510 a.C até o ano de 27 a.C.); e C) Império (de 27 a.C. até a morte de Justiniano em 566 d.C.). O Império ainda pode ser dividido em: Alto Império ( de 27 a.C. até 284 d.C.) e Baixo Império (de 284 d.C. até a morte de Justiniano). 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 5 A Realeza e suas instituições políticas A realeza em Roma era vitalícia, porém, eletiva e, principalmente não hereditária. Comícios Curiatos (assembleias compostas de patrícios e clientes) escolhiam o rei, cujo nome havia sido proposto pelo Senado e investiam-no no Imperium – poder total que abrangia os âmbitos civil, militar, religioso e judiciário. Esse soberano era o juiz supremo, não havendo apelação contra suas sentenças. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 6 Senado (Senatus) Senatus – vem da palavra senis, que quer dizer ancião. O Senado romano era composto de 300 membros, mas não tinham poder, eles aconselhavam o Rei quando solicitado, o soberano não era obrigado a seguir seus conselhos. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 7 A República e suas instituições políticas República (Res + Publicae= coisa do povo) O Poder Executivo – os mandatos eram curtos, na maioria das vezes de 1 ano, foi uma forma de evitar poder exacerbado nas mãos. O Poder Executivo, quem o detinha, era chamado de Magistrado, cada um com uma função específica. Senado era vitalício, o centro do poder. Sua função: questões externas. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 8 Magistrados - divisão Os Magistrados eram divididos em Ordinários e Extraordinários. Os ordinários (que mais nos interessam) eram os Cônsules, Pretores, Edis, Questores) eram permanentes e eleitos anualmente. Extraordinários, como os Censores, eram temporários e somente eram escolhidos quando havia necessidade. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 9 Vários cargos públicos em Roma Cônsules Em número de 2 – princípio da colegialidade Comandavam o exército, presidiam o senado e os Comícios. Representavam a cidade em cerimônias religiosas e em questões administrativas. Eles eram os superintendentes dos funcionários. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 10 Pretores São os magistrados mais importantes para nosso estudo porque sua atuação era relativa à Justiça. Tínhamos dois tipos: 1º Pretor Urbano – cuidava das questões envolvendo apenas romanos na cidade; 2º Pretor Peregrino – cuidava de questões de justiça no campo e aquelas envolvendo estrangeiros. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 11 Pretores Não há equivalente na atualidade, eles cuidavam da justiça mas não eram juízes. Sua função: Cuidar da primeira fase do processo entre particulares, verificando as alegações das partes e fixando os limites da disputa judicial. Feito isso, o Pretor remetia o caso a um Juiz particular para que este julgasse o caso. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 12 Lei Aebutia (século II a.C.) Esta lei modificou o processo, deu mais poderes aos pretores, eles puderam fixar os limites da contenda e dar instruções aos juiz particular em como este deveria proceder. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 13 L.A.R Appíus Havia na antiga Roma um pretor, cujo nome era Lucius Antonius Rufus Appius. O pretor era uma espécie de juiz entre os romanos. Pois bem - esse tal de Lucius era corrupto a mais não poder. Tinha o péssimo hábito de fabricar e vender sentenças a quem melhor pagasse. Como se percebe, o costume é antigo. Ele assinava fruto de sua mercância jurídica, abreviando o nome para L. A. R. Appíus. Essa rubrica originou o neologismo larápio, que passou a denotar gatunos e ladrões. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 14 EDIS Eram uma espécie de fiscal e administrador da cidade, Funções: A) Cuidavam das provisões da cidade; B) Velavam pela segurança pública e pelo tráfego urbano; C) Vigiavam aumentos abusivos de preços e a exatidão dos pesos e medidas do mercado; D) Cuidavam da conservação de edifícios e monumentos públicos, da pavimentação da cidade; E) Organizavam e promoviam os famosos jogos públicos. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 15 Questores Eram magistrados, que durante a República, cuidavam, principalmente, das questões da fazenda. Custodiavam o tesouro público, cobravam os devedores e os denunciavam à Justiça, seguiam generais e governadores como tesoureiros. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 16 Censores Cargo muito cobiçado e um dos mais respeitados na República. Eram ocupados por cidadãos respeitadíssimos e que já tivessem ocupado o cargo de Cônsul. Eram eleitos de 5 em 5 anos, em número de dois. Mas cada um só permanecia no cargo, no máximo, por 18 meses. Cuidavam por óbvio, do recenseamento da cidade que eram feito de 5 em 5 anos. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 17 Cursus Honorum ou Caminho da honra Era uma escala de cargos que deveriam ser alcançados sucessivamente, a saber: primeiro devia-se alcançar a questura e depois a edilidade, a pretura e o consulado. No século I a.C. ficou estabelecido uma idade mínima para o desempenho de cada uma dessas magistraturas: 31 anos para a questura, 37 anos para a edilidade, 40 anos para pretura e 43 anos para o consulado. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 18 O Direito Romano O Direito Romano é uma criação típica deste povo, o que eles criaram nos deu a possibilidade de hoje estarmos habitando países que se intitulam “Estados de Direito”. Como um todo o Direito Romano é o conjunto de normas vigentes em Roma da fundação (Séc. VIII a.C. até Justiniano no séc. VI d.C.). 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 19 Mandamentos do Direito Romano “Viver honestamente, não lesar ninguém e dar a cada um o que é seu”. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 20 Periodização do Direito Romano Período Arcaico Fundação de Roma (Século VIII a.C. até o século II. a.C) DIREITO ROMANO NESTE PERÍODO – CARACTERÍSTICAS: - FORMAL, RÍGIDO E RITUAL O Estado romano não estava presente no dia-a-dia dos seus cidadãos. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 21 Família unidade especial no direito romano FAMÍLIA – centro de tudo Os cidadãos romanos como eram vistos: 1º lugar como membros de uma unidade familiar; 2º lugar como indivíduos. A segurança dos indivíduos dependia muito mais do grupo a que pertenciam do que do Estado. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 22 LEI DAS XII TÁBUAS (451-450 a.C) Fonte de todo o direito romano Século IV a.C - Lei mais importante do período, feita em 451 e 450 a.C. Criação: em resposta a uma das revoltas da Plebe Romana. Essa legislação foi uma codificação de regras costumeiras e, mesmo entrando rapidamente em desuso, foi chamada durante toda a história de Roma como a fonte de todo o direito (fons omnis publici privatique iuris). 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 23 Leis das XII Tábuas Direito primitivo focado na religiosidade, representava um avanço na época; Foi logo colocada em desuso. O Imperador Justiniano, 10 séculos depois ainda se referia a Lei das XII Tábuas com respeito. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 24 PERÍODOS: CLÁSSICO E PÓS-CLÁSSICO Período Clássico Poder: pretores e jurisconsultos Século II a.C. até o século III d.C. Auge do Direito Romano O Poder do Estado foi centralizado em dois personagens – pretores e jurisconsultos 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 26 Período Pós-Clássico criação de vários CODEX Século III até o século V d.C. O Direito Romano não teve grande inovações, vivia-se do legado da fase áurea. O Direito vulgariza-se no afã de moderniza-se, criam-se várias codificações. Todos feitos de forma restrita. Codex Gregorianus Codex Hermogenianus Codex Theodosianus 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 27 Codex Corpus Ius Civille – Imperador Justiniano Queda do Império Romano no Ocidente, cria-se a Codificação Justinianeia chamado de Corpus Ius Civille, ela é considerada conclusiva. Composto por quatro obras: - O Codex - O Digesto (chamado também de pandectas) - As Institutas e - As Novelas 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 28 CODEX, DIGESTO, INSTITUTAS E NOVELAS O Codex (do latim caudex) foi completado em 529 e reúne a coleção completa das Constituições Imperiais; O Digesto (530) é a seleção das obras dos Jurisconsultos; As Institutas são um manual de direito para estudantes; e As Novelas são a publicação das leis do próprio Justiniano. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 29 Fontes do Direito Romano Os Costumes, a forma mais espontânea e mais antiga de constituição do direito. Os romanos chamavam-no de CONSUETUDO e, mais frequentemente de Mores. Este não pode ser entendido apenas como fonte específica do Direito, mas, entre os romanos, pode ser visto, também, como adjetivos obrigatórios ao bom romano. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 30 Teremos, então: A Fides, muito usada no Direito Romano e que tem como sentido o cumprimento de um juramento que compreende ambas as partes na observância de um pacto; A FIDES, qualidade imprescindível do bom romano, existe no Direito, no mínimo, desde a Lei das XII Tábuas. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 31 A Pietas ( justificava o poder do Pater) A Pietas era o item do Mores Maiorum que justificava o poder do pater familias, visto que ela se define como um sentimento de obrigação para com aqueles a quem o homem está ligado, seja pelo sangue, pela política, pelos deuses, a pátria e a família. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 32 Gravitas era uma das qualidades mais utilizadas para a defesa de um indivíduo no tribunal. Era usada no sentido de indicar que um homem era sério, compenetrado. Dignitas relacionada com dignidade e com o exercício de cargos públicos; A Honor reconhecimento público de mérito; A Glória aplicada aos homens de bem. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 33 Leis e plebicitos Lex no direito romano tem significado mais amplo que hodiernamente, indica uma deliberação de vontade com efeitos obrigatórios. Teremos, então: Leges Privatae (leis privadas) Leges Colegii (para se referir ao estatuto de uma cidade) Lex Pública (para as deliberações dos órgãos do Estado). 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 34 Editos dos Magistrados Os Pretores ao tomarem posse no cargo publicavam os Edictas para tornar pública a maneira pela qual administrariam a justiça. Com os Editos, os Pretores acabavam criando novas normas e estas acabavam por estratificar-se, visto que os pretores que entravam utilizavam-se largamente das experiências bem sucedidas dos Editos dos Pretores anteriores. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 35 Jurisconsultos Jurisconsultos eram peritos leigos, antes a justiça era exercida pelos sacerdotes. Tiveram grande destaque, principalmente no período clássico, eram personagens da mais profunda importância para o desenvolvimento do direito. A aristocracia intelectual da época. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 36 Senatus-Consultos Senatus-Consultos eram deliberações do senado mediante proposta dos magistrados; estas somente passam a ser fonte de lei após o Principado (Séc. I a.C.), portanto, após esse período, os senatus-consultos podem ser considerados fonte do direito. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 37 Constituições Imperiais – Séc II d.C A partir do século II d.C. A partir do Imperador Adriano – as decisões dos Imperadores passaram a ser fontes do direito. As providências legislativas do Imperador eram chamadas constitutiones (ou placita) e podiam ser na forma de edicta, mandata, decreta e rescripta. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 38 Edicta e Mandata Edicta – deliberações de ordem geral. Caso não seja revogadas pelos seus sucessores, a edicta tem duração indefinida. Mandata – instruções dadas pelo Imperador aos funcionários imperiais e aos governadores de província, na qualidade de chefe supremo. Seu caráter e, portanto, administrativo, exercendo algumas vezes influência sobre o direito privado. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 39 Decreta: são decisões do Imperador proferidas em um processo no exercício do supremo poder institucional que est possuía (jurisdictio). O Princeps decidia em primeira instância ou em grau de apelação. Os decretos eram aplicados e estendidos pelos juristas a casos semelhantes. Rescripta: são respostas solicitadas ao Imperador a respeito de casos jurídicos a ele submetidos pelos magistrados ou por particulares. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 40 Divisão do Direito Romano Os romanos consideravam várias divisões de seu direito; para tanto; baseavam-se na História, na origem da norma, na aplicação ou no sujeito a quem era destinada a norma. A principal diferença entre os Direitos (ius) era o Ius Civile e o Ius Gentium. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 41 Diferenças no Direito Romano Ius Civile: também conhecido como ius quiritium, é o direito próprio do cidadão romano e exclusivo deste; Ius Gentium: é o direito universal, aplicável a todos os homens livres, inclusive os estrangeiros. Para o Jurista Gaio e para Ulpiano era um direito baseado na razão natural (naturalis ratio). Ius Gentium este, quo gentes humanae untuntur (Direito das gentes é o que a razão natural estabeleceu entre os homens) 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 42 Divisão baseada na origem Baseando-se na fonte do Direito, os romanos diferenciavam o Ius Civile, o Ius Honorarium e o Ius Extraordinarium. Ius Civile: era o Direito tradicional que provinha do costume, das leis, dos plebiscitos e, na época imperial, dos senatus consultos e das Constituições Imperiais. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 43 Ius Honorarium: era o Direito elaborado e introduzido pelos pretores; Ius Extraordinarium: era derivado da atividade jurisdicional do Imperador da época do Império. O Imperador e seus funcionários, tomando conhecimento das controvérsias (cognitio) de forma diferente da ordem natural dos juízos (extra ordinem), originaram todo um conjunto de normas. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 44 Divisão baseada na Aplicabilidade Essa distinção se faz baseada em de que forma as regras podem ou não ser aplicadas. Distinguem-se, então, entre o Ius Cogens e Ius Dispositivum. Ius Cogens: é a regra absoluta. Sua aplicação não depende da vontade das partes interessadas. É o caso do Direito Público: “ius publicum privatorum pactis mutari non potest” (o direito público não pode ser alterado por acordo entre particulares). 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 45 Ius Dispositivium: esse Direito admitia a expressão da vontade dos particulares, as regras podiam ser modificadas ou postas de lado de acordo com o desejo das partes. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 46 Divisão baseada no Sujeito Dependendo da regra, se esta era aplicável a todos ou somente a alguns, os romanos distinguiam o Ius Commune do Ius Singulare. Ius Commune: é o conjunto de regras que regem de modo geral uma série de casos normais. É a regra que se opõe à exceção. Ius Singulare: são as regras que valem somente para uma categoria de pessoas, grupos ou situações específicas. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 47 Capacidade Jurídica de Gozo Capacidade jurídica de gozo – chamada também de capacidade de direito – é a aptidão do indivíduo para ser sujeito de direitos e obrigações. Hoje em dia, na maioria dos países do mundo, todos têm capacidade de direito, mas em Roma não era da mesma forma. Havia uma série de precondições para que o homem tivesse capacidade jurídica de gozo. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 48 Completa capacidade de direito (status libertatis, status civitatis e status familiae) Para ter completa capacidade de direito, era necessário que a pessoa fosse livre (status libertatius), tivesse cidadania romana (status civitatis) e fosse independente do pátrio poder de alguém (status familiae). 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 49 A FAMÍLIA ROMANA 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 50 DIREITO DE FAMÍLIA O sentido de família em Roma deve ser visto na sua multiplicidade no tempo e no ensejo em que a palavra é utilizada. Em Direito Romano, a palavra família pode ser aplicada tanto às coisas quanto às pessoas. Aplicada às coisas, tem sentido de indicar o conjunto de um patrimônio, como, por exemplo, na expressão dimidium familiae, que significa “metade do patrimônio”, ou na expressão família rústica, que indica os escravos rurais. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 51 Família Aplicada somente às pessoas ou à soma de pessoas e coisas, família significa, para os romanos, todos e tudo sob o poder do PATER FAMILIAS. A família, relativamente a pessoas, pressupõe paerentesco e este, em Roma, poderia ter dois sentidos: um estritamente jurídico, chamado agnatio; outro basicamente biológico (ascendência comum), a cognatio. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 52 Parentesco jurídico - agnatio O parentesco jurídico – agnatio – englobava todos sob o poder de um mesmo pater familias, portanto este só era transmitido pela linha paterna, pois somente homens poderiam ser pater familias. Por isso, a agnatio era chamada também de cognatio virilis. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 53 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 54 O Pátrio Poder A História do Direito Romano muito tem a ver com o Pátrio Poder (patria potestas) exclusivo do pater familias. Como uma balança, quanto maior era o poder do pater familias, menor era o poder do Estado e, conforme o tempo passou, essa balança tendeu a dar a vitória ao Estado em detrimento do pater familias. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 55 O poder do Pater Familias Durante praticamente toda a História do Direito Romano, o poder do pater familias era absoluto, de vida e morte sobre todos sob sua chefia. Seus filhos recém-nascidos podiam, por sua vontade, ser deixados para morrer, ou, em qualquer idade, ser vendidos. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 56 O poder do pater familias englobava vários poderes: a patria potestas – sobre os filhos; a manus – sobre a esposa; a dominica potestas – sobre os escravos; e o mancipium – sobre pessoas livres aliens iuris que passaram de um pater familias a outro pela venda, por exemplo. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 57 Poder era dinheiro O pátrio poder implicava, em termos patrimoniais, o direito amplo do pater familias. Como as pessoas sujeitas ao poder dele não tinham plena capacidade jurídica de gozo, toda e qualquer coisa adquirida o era para o Pater Familias. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 58 A principal fonte do pátrio poder O nascimento do filho em casamento legítimo. “in potestates sunt liberi nostri, quos ex iustis nuptis procreavimus” – Sob o nosso poder estão nosso filhos, procriados em um matrimônio legítimo. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 59 Presunção de Paternidade A filiação era presumida, se o parto acontecesse, no mínimo, cento e oitenta dias da data em que o matrimônio fosse contraído, ou, no máximo, trezentos após a sua dissolução. No direito brasileiro temos a mesma presunção, de acordo com o artigo 1597CC, incisos I e II. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 60 Reconhecimento de Paternidade Entretanto, o reconhecimento da criança nascida em casamentos juridicamente reconhecidos dependia do pai, embora, sem esse reconhecimento paterno, a paternidade pudesse ser definida juridicamente através de uma ação especial. Os filhos fora do casamento e não reconhecidos não estavam sob o pátrio poder. Atualmente, no Brasil, temos a Lei n. 8.560/92 – versa sobre o Reconhecimento de Paternidade. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 61 O casamento O casamento, em uma sociedade que se baseia tão fortemente – mesmo em sentido jurídico – na família é da mais profunda importância. Por isso, nas Novelas de Justiniano lemos: “nihil in rebus mortalium perinde venerandum est atque matrimonium” – Nada é tão venerável nas instituições humanas como o matrimônio. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 62 Conúbio Iustae Nuptias ou Iustum Matrimonium eram termos usados para definir o casamento legítimo, era necessário o conúbio, que pela definição de Ulpiano: “Conubium est uxoris iure ducendade facultas. Conubium habent cives romani cum civibus romanis: cum latinis autem aut pregrini ita, si concessim sit. Cum servis nullum est conubium”. Traduzindo... 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 63 Conúbio é a faculdade de casar-se legalmente. Os cidadãos romanos têm conúbio com os cidadãos romanos, com os latinos e os estrangeiros, quando lhes foi permitido. Não há conúbio entre escravos. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 64 A mulher romana Quanto à situação jurídica da mulher, infelizmente, as notícias não eram boas. Segundo pesquisa de Flávia Lages de Castro, até mesmo o termo mulher tem significado que demonstra essa situação histórica de inferioridade social. “O étimo mulher, antigo mulies, era a forma mais antiga de se designar a mulher, significava tenro ou fraco”. 07/10/2014 Prof. Maria Cremilda Silva Fernandes 65
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