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METABOLISMO DO FERRO

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METABOLISMO DO FERRO - BIOQUÍMICA
Acadêmica: Isabella de Oliveira 
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) - Curso de Medicina 
	O ferro é essencial para a maioria dos sistemas biológicos devido à sua facilidade na doação e recepção de elétrons. Nas células, o ferro é geralmente armazenado em metaloproteínas e quase não o encontramos em sua forma iônica. É um elemento extremamente reativo e, por tal motivo, o excesso de ferro é deletério porque pode gerar radicais livres.
	Existe sob duas formas iônicas: o íon ferroso (Fe++) ou íon férrico (Fe+++). O ferro funcional é somente o Fe++ pois só assim ele pode interagir com a molécula de oxigênio. Dessa forma, a distribuição do ferro em nosso organismo é feita em três tipos. O ferro funcional é o Fe++ e está nos eritrócitos maduros, nas células musculares e um pouco nos hepatócitos. O Fe+++ pode ser um ferro de depósito ou de transporte, o de depósito ou armazenamento está nos hepatócitos ou no sistema monócito-macrófago; já o ferro de transporte está acoplado à proteína transferrina. 
	O ferro pode vir da dieta, mas também temos o processo de destruição de hemácias "velhas" que pode ser uma fonte de ferro. Do ferro da dieta podemos diferenciar o ferro heme e o não-heme, ou orgânico e inorgânico, respectivamente. Alimentos orgânicos contém Fe++ no grupo heme e alimentos inorgânicos contém Fe+++. 
	No estômago, o pH baixo (ácido) transforma o ferro da dieta em seu íon ferroso por reações de oxidação que favorecem sua saída - já que desnatura a proteína que está ligada ao ferro. Essa informação é fundamental para entender os casos de anemia perniciosa em pacientes sem estômago. 
	O ferro que saiu dos complexos metaloproteicos no estômago vai para o intestino, o pH levemente alcalino (aproximadamente 7,6) transforma o Fe++ em Fe+++ por reações de redução com a enzima redutase férrica da membrana plasmática. 
	O íon férrico é absorvido pelo enterócito no intestino delgado através da proteína ferritina (que capta os íons Fe+++), que segue para a corrente sanguínea e posterior distribuição por todo o organismo. No epitélio duodenal superior, a presença de vilosidades é fundamental para aumentar a absorção.
	Existem proteínas transportadoras nas bordas dos enterócitos, como a HCP1 que faz a introdução do ferro heme para dentro da célula. A enzima Dcytb possui a capacidade de transformar Fe+++ em Fe++. Então, o Fe++ transformado (antes Fe+++) é absorvido pelo receptor chamado DMT1 do enterócito, que também faz o transporte. 
	No interior da célula, o heme absorvido é quebrado pela heme oxigenase librando o ferro férrico o qual passará a fazer parte do pool não heme, sendo armazenado na forma de ferritina ou liberado no enterócito para o sangue pela transferrina. 
	A ferroportina ou IREG1 é o principal transportador de ferro, presente em tecidos que exportam ferro para o plasma, como a membrana basolateral de enterócitos duodenais, membrana de macrófagos, hepatócitos e células placentárias. 
	A ferritina é a principal proteína para o armazenamento do ferro e em algumas células ela acaba sofrendo metabolização parcial e se transforma em hemossiderina. Quando a demanda de ferro é alta, há movimentação de ferro do depósito e a primeira opção é a ferritina, sendo que depois é a hemossiderina.
	A transferrina é a proteína de transporte e contém dois pontos de ligação ao ferro, dessa forma, a capacidade de transporte é limitada. A transferrina é sintetizada de forma predominante no fígado e tem como finalidades a captura e o transporte do ferro em condições solúveis nos locais de absorção até os locais de utilização e armazenamento, assim como proteger o organismo de efeitos tóxicos do ferro livre. 
	Todo ferro livre do organismo é um alvo de ligação para a transferrina. As células que tem necessidade de ferro possuem receptores de dois tipos para a transferrina. O tipo 1 está ligado ao status do ferro, quando há excesso de ferro esses receptores têm expressão diminuída. O tipo 2 é responsável pelas células que sempre estão precisando de ferro (eritrócitos, criptas duodenais e células hepáticas), mas elas também possuem receptores do tipo 1. 
	Porém, a maior parte do ferro que entra na circulação diariamente provém da reciclagem pelos macrófagos, já que a absorção intestinal de ferro é responsável por uma pequena fração do ferro total no plasma. A degradação de hemácias senescentes acontece com ações fagocitárias do macrófago. 
	O ferro é captado de eritrócitos velhos por macrófagos e a degradação da hemoglobina libera o ferro dentro dessa célula fagocitária, que vai carregada com ferro para a medula óssea. O macrófago transfere átomos de ferro para eritroblasto e tem início a incorporação do ferro nas globinas. 
	Não existe um mecanismo de excreção de ferro mas a descamação contínua das células do intestino representa uma perda de ferro.

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