Diagnóstico urbanistico de Fortaleza

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Fortaleza Justa
As desigualdades econômicas e sociais fazem de Fortaleza uma das cinco cidades mais apartadas do mundo. Logo, superar tais desigualdades tornou-se um grande desafio paras as gestões da cidade, onde se faz necessário não só o envolvimento de todas as secretarias da prefeitura, mais, o apoio direto da sociedade.
O grande muro que define Fortaleza rica e pobre não é feito de um traço certo, porém, é visivelmente notado. A população desfavorecida acaba se distribuindo nas áreas periféricas de fortaleza, o subúrbio da cidade. Entretanto, não podemos deixar de notar que o muro invisível da desigualdade social pode fazer as duas partes coexistirem lado a lado, bairros como Cidade 2000, Meireles e Edson Queiroz, dividem espaço com pequenas partes pobres. 
Segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – Ipece, com quase 2,5 milhões de habitantes, Fortaleza tem a maior parte de sua população inserida na classe média - 1,08 milhão que representa 44,23% da população e que possuem renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019 por mês. Na classe baixa, com renda per capita até R$ 290 por mês, estão 873.858 habitantes, ou 35,68% da população. A classe alta, aqueles com renda per capita igual ou superior a R$ 1020 são minoria: 491.920 pessoas, o que representa 20,09% dos habitantes da capital.
São pessoas que, de acordo com estudos Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobrevivem com renda familiar mensal inferior a R$ 70,00 por pessoa. Bem como, programas assistencialistas do Governo Federal têm garantido a sobrevivência de muitas famílias Fortalezenses. Onde bairros praticamente inteiros ainda sem saneamento básico, o que preocupantemente afeta a saúde dos moradores e do entorno.
O crescimento acelerado de Fortaleza é apontado como causa para contrastes sociais tão grandes. Especialistas argumentam que não compensaria, do ponto de vista econômico, manter estruturas de esgoto em bairros de pouca população, por exemplo.
Do mesmo modo, os transtornos na mobilidade urbana são consequência de tal desigualdade, de modo que as pessoas mais pobres geralmente moram nas periferias e longe do trabalho, assim como a subescolaridade, desemprego e o aumento da violência também advêm dessa exclusão.
Fortaleza Sustentável
No mundo da globalização, onde a economia sempre foi voltada para o consumo, durante muito tempo o homem explorou os recursos naturais de forma desenfreada. Hoje enfrentamos as consequências da ação do homem que por muito tempo buscou o capital sem pensar em um possível fim da matéria prima.
Em 2010, um índice elaborado pelo Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que Fortaleza encontra-se na 5° posição de pior condição de vida, onde questões ambientais como o esgoto a céu aberto e serviços coletivos foram fatores decisivos para tal colocação.
Atualmente o desenvolvimento sustentável ganhou mais espaço, a humanidade busca uma forma mais ética de se desenvolver, buscando a perenização da vida. Fortaleza desenvolve-se da mesma forma, buscando consolidar uma política ambiental para que juntamente com a sociedade consiga um melhor desenvolvimento sustentável. 
Um dos projetos da gestão atual, e também um dos trunfos da cidade é o parque do cocó. Um dos maiores parques urbanos do mundo, oferece muito mais que um importante papel na manutenção da vida, da temperatura, e da paisagem da cidade, oferece aos moradores de Fortaleza uma fuga das ruas movimentadas da capital. 
Áreas verdes ajudam no equilíbrio da temperatura da cidade, reduzindo as ilhas de calor, isso ocorre por que as praças ruas e bosques arborizados reduzem a radiação solar dos prédios, calçadas e asfalto. 
A revitalização de praças também é um ponto importante para melhorar a qualidade de vida da população. Praças restauradas, iluminadas e arborizadas passam a ser mais frequentadas pela população, diminuindo a marginalização do local e passando mais segurança. Temos como exemplo o passeio público, que em 2007 passou por uma restauração, que incluiu uma reforma interna no quiosque, restauração dos monumentos, das grades, bancos, das fontes, a iluminação e área verde. 
Do mesmo modo, os problemas no que diz transporte urbano, tem grande impacto sobre a população de Fortaleza. Baseado nos conceitos de coletividade e mobilidade urbana sustentável, desenvolveu-se então, o Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (TRANSFOR), que prioriza principalmente as faixas exclusivas para ônibus reduzindo tempo de viajem e custos.
Projetos de implantação de ciclofaixas e recuperação de recursos hídricos também entram nos projetos da prefeitura relacionados a sustentabilidade assim como novos tuneis, pontes, viadutos. 
Fortaleza Produtiva
Durante os anos 70, Fortaleza teve uma onda de mudança onde seu crescimento se tornou visível com o surgimento da Região Metropolitana (RMF). Devemos destacar também, o crescimento da malha urbana e a verticalização dos seus solos.
Até então, Fortaleza não se comparava economicamente a metrópoles nacionais, porém ela se mostrava em patamar médio da realidade regional e no nível local e microrregional colocava-se em patamar superior acima de vários outras cidades e núcleos urbanos. Suas relações internas e externas deixavam claro uma relação de subordinação (da Capital em relação aos grandes centros nacionais, e ao contrário, das pequenas localidades cearenses em relação a Fortaleza).
Fortaleza é uma metrópole cearense que compõe o Nordeste, uma das “regiões deprimidas”, frente a polarização exercida pelo Sudeste e Sul do país. Hoje, as políticas de incentivos fiscais e financeiros às empresas, a aposta no turismo e agronegócio, o êxodo rural, as migrações (que antes eram voltadas para as regiões mais ricas do pais), agora retornam e marcam traços fundamentais na Capital cearense. A produção da urbanização cearense e, em particular, a produção do espaço metropolitano de Fortaleza revela a produção do espaço regional, suas contradições internas e externas.
Hoje, Fortaleza possui um comercio diversificado, onde a principal praça é o centro onde possui o maior número de comércios. É grande produtora de calçados, produtos têxteis, couros, peles e alimentos, além da extração de minerais que tem grande destaque na economia local. Fortaleza sedia algumas das principais indústrias de alimentos do país como M Dias Branco e J Macêdo que são os principais moinhos de trigo do Brasil.
Não podemos deixar de citar o distrito industrial de Maracanaú, onde a constituição da estrutura industrial de Maracanaú não ocorreu de forma espontânea, mas sob o pressuposto da implantação de um distrito industrial para Fortaleza. Sua dinâmica social foi fortemente impulsionada pela criação de conjuntos habitacionais populares, como via de descompressão populacional de Fortaleza, e fornecimento de força de trabalho para a indústria local.
Planos de implantação de outros distritos industriais são de suma importância em diversos aspectos, de modo que as implantações dessas empresas geram mais empregos e melhoram a vida da população. Mecanismos como incentivos fiscais, as empresas que se interessem, atraem e ajudam na implantação dessa ideia. 
Embora ainda enfrente entraves com mão de obra qualificada e infraestrutura, a produtividade da indústria cearense segue crescendo de forma continua. 
Fortaleza Criativa
Uma cidade criativa é um espaço urbano que prioriza a integração entre atividades artísticas, culturais, sociais e a indústria. Uma população criativa é capaz de desenvolver negócios inovadores, e com isso a cidade recebe recursos e ideias que melhoram suas relações interiores e exteriores. Uma cidade criativa, incentiva as ideias de sua população, transforma os espaços públicos em pontos de encontro e lazer, que valorizam sua diversidade.
Na capital cearense, muitas medidas já foram tomadas para o incentivo a uma Fortaleza criativa. O projeto de revitalização do centro da cidade é um dos mais importantes não só o que se diz cidade criativa,é um novo tipo de investimento e estratégia de desenvolvimento. Pois em uma sociedade pós-moderna, os centros tendem a perder vitalidade tornando-se promíscuos e marginalizados. A ideia é requalificar espaços degradados onde geralmente são resquícios da era industrial, por meio de investimentos culturais. Temos como exemplo a avenida Francisco Sá, que abrigou a zona industrial da cidade até fim da década de 1960.
O termo economia criativa é cada vez mais comum no nosso cotidiano, visto que tal economia está ligado a diversas diretrizes das atividades produtivas.
 	Fortaleza dispõe dos principais fatores exigidos para a expansão do setor criativo da economia. A cidade é berço de grandes artistas, entre cantores, atores, humoristas, e se caracteriza pelo espírito alegre e empreendedor, o que é fundamental para ampliar a capacidade de criatividade e de inovação.
A prefeitura já possui diversas estratégias para explorar e desenvolver a capacidade criativa da cidade, impulsionando a economia e a qualidade de vida da cidade.
Fortaleza democrática
Quando falamos em cidade democrática, o que nos vem à cabeça de imediato é o grande tempo em que levamos de casa ao trabalho. A mobilidade urbana é um dos assuntos mais discutidos nos dias atuais, visto que o grande número de veículos e a péssima qualidade do transporte público dificulta cada vez mais a vida dos cidadãos, que passam a ter mau rendimento no trabalho, pouco tempo para si mesmo, cansaço e perda de qualidade de vida. 
A bicicleta também exerce um papel de suma importância para a mobilidade urbana, pois em meio de tantas ruas engarrafadas, andar de bicicleta parece uma solução para muitos. Trata-se de um meio eficiente de transporte, que ainda ajuda a melhorar a saúde de seus usuários. Além disso, não emite gases poluentes e ocupam menos espaço que um carro. A prefeitura tem um projeto de implantar 523 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas na cidade em 15 anos, com objetivo de ofertar e incentivar uma mobilidade mais sustentável.
Acessibilidade é um dos temas mais atuais e importantes no setor da construção civil. Não se limita apenas a arquitetura e urbanismo, mas, nesse ponto deve ser bem discutido e tratado com seriedade. Trata-se de permitir às pessoas com deficiência, definitiva ou temporária, participarem de atividades que incluem o uso de edifícios, produtos, serviços e informação. Construções adaptadas e equipadas para garantir o máximo conforto e segurança aos moradores da terceira idade, por exemplo, têm tido estudos recentes no Brasil, mas já permitem referências suficientes para a concepção de espaços adequados à dinâmica de vida doméstica de todos. Efetivar a autonomia e a participação plena das pessoas com deficiência, em todos os aspectos da vida em sociedade, significa possibilitar a elas as mesmas condições de acesso.