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Resumo P2 de Civil IV

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P2 de Direito Civil IV
CONTRATOS BILATERAIS E UNILATERAIS
01.	Considerando sob o aspecto de sua formação, todo contrato é negócio jurídico bilateral já que a sua constituição requer a declaração de vontade das pessoas que dele participam de uma e de outra parte. Encarados sob o ângulos de seus efeitos, subdividem-se em bilaterais e unilaterais, conforme gerem obrigações para ambos os contratantes.
02.	Define-se como unilateral o contrato que cria obrigações para um só dos contratantes; bilateral é aquele que origina para ambos. No contrato unilateral há um credor e um devedor; no bilateral, cada um é credor e devedor reciprocamente do outro.
03.	É preciso não confundir a classificação dos contratos em bilaterais e unilaterais com a dos onerosos e gratuitos, embora haja coincidência de algumas espécies. Os contratos onerosos comumente são bilaterais, e os gratuitos da mesma forma unilaterais. Mas é apenas coincidência. O fundamento das classificações difere: uma tem em vista o conteúdo das obrigações, e outra, o objetivo colimado. Não há uma correspectividade necessária, pois que existem contratos unilaterais que não são gratuitos (e. g., o mútuo), e outros que são bilaterais e podem ser gratuitos (o mandato, por exemplo).
CONTRATOS ONEROSOS E GRATUITOS
01.	Encarados quanto ao objeto perseguido pelas partes, os contratos são:
02.	Onerosos, aqueles dos quais ambas as partes visam a obter vantagens ou benefícios, impondo-se encargos reciprocamente em benefício uma da outra.
03.	Gratuitos ou benéficos, aqueles dos quais somente uma aufere a vantagem, e a outra suporta, só ela, o encargo. Há quem distinga os contratos gratuitos propriamente ditos, ou pura liberalidade, dos contratos desinteressados, com a observação de que, naqueles, há diminuição patrimonial de uma das partes em proveito da outra (como na doação), enquanto que nos outros um dos contratantes presta um serviço ao outro sem nada receber em troca da prestação feita ou prometida, porém sem empobrecer-se, ou sem sofrer diminuição no seu patrimônio.
CONTRATOS CUMULATIVOS E ALEATÓRIOS
01.	É esta uma subdivisão dos contratos bilaterais.
02.	São comutativos os contratos em que as prestações de ambas as partes são de antemão conhecidas, e guardam entre si uma relativa equivalência de valores. Não se exige a igualdade rigorosa destes, porque os bens que são objeto dos contratos não têm valoração precisa. Podendo ser, portanto, estimadas desde a origem, os contratantes estipulam a avença, e fixam prestações que aproximadamente se correspondem.
03.	São aleatórios os contratos em que a prestação de uma das partes não é precisamente conhecida e suscetível de estimativa prévia, inexistindo equivalência com a da outra parte. Além disto, ficam dependentes de um acontecimento incerto (seguro, loteria, aposta em hipódromos etc.). Se é certo que em todo contrato há um risco, pode-se, contudo, dizer que no contrato aleatório este é da sua essência, pois que o ganho ou a perda conseqüente está na dependência de um acontecimento incerto para ambos os contratantes. O risco de perder ou de ganhar pode ser de um ou de ambos; mas a incerteza do evento tem de ser dos contratantes, sob pena de não subsistir a obrigação.
04.	A álea pode versar sobre a existência da coisa, ou sobre a sua quantidade. Quando um dos contratantes toma a si o risco em torno da própria existência da prestação, o preço ajustado é devido, por inteiro, ainda que dela nada venha a produzir-se (Código Civil, art. 458).(Exemplo do contrato com pescador).
05.	Se a álea versar sobre a quantidade, assumindo uma das partes o risco respectivo, o preço é devido, mesmo que a coisa se não produza na quantidade esperada; porém, não é de ser pago, se nada for produzido, porque neste caso o contrato estará sem objeto (Código Civil, artigo 459).
06.	O contrato aleatório pode versar sobre coisas futuras ou sobre coisas de existência atual, desde que sujeitas a riscos. Neste caso, o preço será devido, mesmo que da coisa nada mais exista no momento do contrato (Código Civil, art. 460).Pode-se alegar o dolo pela perda da coisa.(art. 461, do CC).
CONTRATOS CONSENSUAIS, FORMAIS E REAIS
01.	Nomenclatura reminiscente da romana, esta classificação divide os contratos sob o aspecto de sua constituição, em atendimento às exigências legais respectivas.
02.	Dizem-se contratos consensuais aqueles que se formam exclusivamente pelo acordo de vontades (solo consensu). É claro que todo contrato pressupõe o consentimento. Mas alguns existem para cuja celebração a lei nada mais exige que esse consentimento. Uma vez que em nosso direito, como aliás no direito moderno em geral, predomina o princípio consensualista, pode-se com razão dizer que o contrato consensual é a regra, e exceções os que não o são.
03.	Chama-se contrato solene aquele para cuja formação não basta o acordo das partes. Exige-se a observância de certas formalidades, em razão das quais o contrato se diz, também, formal. Cumpre, entretanto, distinguir as formalidades exigidas ad probationem das que o são ad solemnitatem. As primeiras não fazem o contrato formal, mas impõem-se como técnica probatória (exemplo art. 227, do CC). O mesmo não ocorre se a formalidade é instituída ad solemnitatem, porque aí é a validade da declaração de vontade que está em jogo. Se não revestir aquela forma determinada, o ato não prevalece. É como se não houvesse declaração de vontade.
04.	Denomina-se real o contrato para cuja perfeição a lei exige a traditio efetiva do objeto. Nele, a entrega da coisa não é fase executória, porém requisito da própria constituição do ato. O consentimento é seu elemento, pois não pode haver contrato sem acordo de vontades. Mas não é suficiente, devendo integrar nele a tradição da coisa.
CONTRATO PRELIMINAR
01.	Daí poder-se conceituar o contrato preliminar com aquele por via do qual ambas as partes ou uma delas se comprometem a celebrar mais tarde outro contrato, que será contrato principal.
02.	Diferencia-se o contrato preliminar do principal pelo objeto, que no preliminar é a obrigação de concluir o outro contrato, enquanto que o do definitivo é uma prestação substancial.
03.	A figura do contrato preliminar não se confunde com a das negociações preliminares, uma vez que aquela já precisa parte a parte o contrato futuro, enquanto este limita-se a desbravar e salientar conveniências e interesses, não gerando nenhum tipo de obrigação.
04.	Sob certo aspecto, o contrato preliminar é uma fase particular da formação dos contratos, já que as partes, que querem os efeitos de um negócio definitivo, estipulam, entretanto, que certos deles se não produzirão desde logo, pela vontade das mesmas partes; afora isto, é ele um contrato comum. Não há razão para o contrato preliminar, senão como processo preparatório do definitivo. Mas, levando em conta que encerra o consentimento perfeito, e que as vontades das partes se fixam em torno de uma finalidade jurídica, é de reconhecer-lhe autonomia e de precisar que não constitui meramente um tempo na celebração do contrato principal, senão que traz o selo de um ato negocial completo.
05.	Os seus requisitos não são especiais; ao revés, integram o esquema dos que se exigem para os contratos em geral: capacidade das partes, objeto lícito e possível, consentimento ou acordo de vontades. No que diz respeito a forma que deverá ser adotada para a celebração do contrato preliminar, em que pese as discussões pretéritas, o Código Civil admitiu de forma expressa em seu artigo 462 a forma livre para sua celebração.
06.	É unilateral quando, perfeito pelo consentimento de ambas as partes, produz obrigações ex uno latere. Este encontra na opção a sua mais frequente incidência. Dá-se a opção quando duas pessoas ajustam que uma delas tenha preferência para a realização de um contrato, caso se resolva a celebrá-lo. Como contrato unilateral gera obrigações para uma das partes, ao passo que a outra tem a liberdade de efetuar ou não o contrato, conforme suas conveniências.A opção pode ser a prazo certo, e, neste caso, vencido ele, libera-se o ofertante, readquirindo a liberdade de contratar com quem quiser. Se for a termo incerto, poderá marcar prazo ao favorecido para que manifeste a sua preferência sob pena de perdê-la, pois não se concebe que uma pessoa fique indefinidamente obrigada a uma outra, e na dependência de sua vontade, enquanto que esta última guarda a alternativa de celebrar ou não celebrar o contrato.
07.	O contrato preliminar é bilateral quando gera obrigações para ambos os contratantes, ficando desde logo programado o contrato definitivo, como dever recíproco, obrigadas ambas as partes a dar-lhe seu consentimento. As posições das partes estão equilibradas, restando a cada uma o direito de exigir da outra o respectivo cumprimento,7 pena de suportar as consequências.
08.	O contrato preliminar pode ter por objeto a realização de qualquer contrato definitivo, de qualquer espécie. Comporta o contrato preliminar a aposição de condição e de termo.
09.	Existe debate doutrinário sobre a possibilidade de se celebrar contrato preliminar em casos de contrato gratuito. Para a doutrina clássica, não cabe contrato preliminar nesses casos. A base é o argumento central de que não se pode compelir o cumprimento da liberalidade. 
10.	Contudo, a jurisprudência do STJ então construiu a exceção de que promessa de doação constante de acordo de divórcio é válido.
11.	Como corolário natural do princípio consensualista entre nós vigorante, não há imposição de forma para a sua validade (art. 462), bem como para a produção normal de suas conseqüências jurídicas; quer revista a forma pública ou particular, quer se apresente ou não com os demais requisitos do contrato definitivo. A eficácia do contrato preliminar está na decorrência da apuração dos requisitos de validade dos contratos, em relação a ele em si mesmo, e não em função do contrato principal, que lhe é objeto, e cuja outorga constitui a fase de sua execução. Sendo válido, produz efeitos, que, estes sim, são variáveis.
CONTRATOS EM FAVOR DE TERCEIROS
01.	Dá-se o contrato em favor de terceiro quando uma pessoa (o estipulante) convenciona com outra (o promitente) uma obrigação, em que a prestação será cumprida em favor de outra pessoa (o beneficiário).
02.	A natureza jurídica da estipulação em favor de terceiro já teve várias teorias ao longo do tempo. Não se identifica com qualquer outro benefício conhecido, sendo hoje entendido como um contrato sui generis.
03.	Não um contrato como todos os outros, porém sui generis, visto como nasce, firma-se, desenvolve-se e vive como os demais contratos, porém se executa de maneira peculiar, com a solutio em favor de um estranho à relação criada.
A) ESTIPULANTE
				B) PROMITENTE
C) BENEFICIÁRIO
04.	Origina-se da declaração acorde do estipulante e do promitente, com a finalidade de instituir um iuris vinculum, mas com a peculiaridade de estabelecer obrigação de o devedor prestar em benefício de uma terceira pessoa, a qual, não obstante ser estranha ao contrato, se torna credora do promitente. No momento da formação, o curso das manifestações de vontade estabelece-se entre o estipulante e o promitente (lado a-b do triângulo). O consentimento do beneficiário não é necessário à constituição do contrato, e por conseguinte à criação de vantagens em seu proveito. No momento de sua execução, flui pela base ou pela linha b-c do triângulo, isto é, entre promitente e beneficiário. E, para fechá-lo, lado a-c, há faculdades reconhecidas ao estipulante quanto à revogação da estipulação, substituição do beneficiário, e mesmo revogação do benefício em caso de descumprimento de encargo eventualmente imposto ao terceiro.
05.	Hipótese de contratos em favor de terceiros:
a)	Constituição de renda em que o promitente recebe do estipulante um capital,
e obriga-se a pagar ao beneficiário uma renda por tempo certo ou pela vida toda.
b)	Seguro, em várias de suas modalidades (de vida, contra acidentes pessoais, contra acidentes do trabalho, dotal), em que o segurado (estipulante) contrata com o segurador (promitente) pagar ao beneficiário (terceiro) o valor ajustado, em caso de sinistro.
c)	Contratos com o Poder Público, concessão de serviço público etc. em que o contratante (promitente) convenciona com a Administração (estipulante) a prestação de serviços aos usuários (terceiros indeterminados).
06.		Quanto aos seus efeitos, estes devem ser agrupados em função das três ordens de relações jurídicas criadas:
a)	Relações entre estipulante e promitente: e se o promitente fica obrigado a prestar a um terceiro, nem por isto se desobriga em relação ao estipulante. Ao contrário, enquanto não realiza a solutio, permanece vinculado a este, que conserva o direito de exigir o cumprimento do contrato (Código Civil, art. 436). Isto não significa que ele seja obrigado a agir neste sentido,14 senão que tem esta faculdade. Pode ainda reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente de consentimento do promitente, que deverá cumprir a determinação recebida. Basta, para isto, a declaração unilateral de vontade do estipulante, por ato inter vivos ou causa mortis (Código Civil, art. 438). Exemplo: seguro contra acidente de trabalho.
b)	Relações entre promitente e terceiro: não aparecem na fase de celebração do contrato. Na de execução, o terceiro assume as vezes do credor, e, por isto, tem a faculdade de exigir a solutio.
c)	Relações entre estipulante e terceiro: formado o contrato entre estipulante e promitente para beneficiar o terceiro, fica o primeiro com o poder de substituílo, como visto acima. Cabe-lhe, também, a faculdade de exonerar o promitente, salvo se o terceiro ficar com o poder de exigir a prestação (Código Civil, art. 437), valendo a aceitação do terceiro para consolidar o direito, tornando-o irrevogável e definitivo.17 Quando a estipulação for acompanhada de encargo imposto no terceiro, tem o estipulante a faculdade de exigir que o cumpra. E, em certos casos, como na donatio sub modo, conserva o poder personalíssimo, intransferível, de revogá-la por inexecução do encargo (Código Civil, art. 555).
07.		Outro aspecto dos efeitos dos contratos em relação a terceiros está naquele caso da pessoa que se compromete com outra a obter uma prestação de fato de um terceiro, ou promessa de fato de terceiro.
08.		Tal qual ocorre na estipulação em favor de terceiro, aqui também há duas fases a considerar:
I.	Uma primeira, da formação, em que comparecem dois contratantes, e concluem um negócio jurídico no qual somente eles são partes e são interessados.
II.	Uma segunda fase, da execução, em que surge uma terceira pessoa, e, dando a sua anuência, obriga-se a uma prestação, para com o credor, segundo o que fora estipulado com o devedor na primeira fase. Este ato negocial compreende, assim, dois devedores. O credor é sempre o mesmo, com direito oponível a seu contratante até a anuência do terceiro, e contra este a partir de então. Os dois devedores são, portanto, sucessivos, e não simultâneos. Primeiramente, o credor o é daquele que se obrigou a obter a prestação do terceiro; uma vez dê este a sua anuência, o credor passa a ter direito de obter a solutio contra ele. A sucessividade da relação debitória está em que o terceiro a nada é obrigado enquanto não der o seu acordo, assumindo, destarte, a obrigação de prestar.
CONTRATOS COM PESSOA A DECLARAR
01.		Segundo a dogmática italiana, que o Código adotou por modelo, o contrato por pessoa a indicar é um negócio jurídico válido, dotado de obrigatoriedade. Se o nomeado aceita na forma e nas condições estabelecidas nos arts. 468 e 469, adquire os direitos e assume as obrigações. Substitui, portanto, quem o designou na titularidade das relações jurídicas. Se não aceita, nem por isso perde o contrato sua eficácia. Continua válido, subsistindo entre os contraentes originários (art. 470, I).
02.		O mesmo ocorrerá se no prazo estipulado, ou legal, não for feita a indicação;e bem assim se a pessoa nomeada era insolvente, independentemente de o outro contratante conhecer ou não a insolvência no momento da indicação (art. 470, II, e 471).
EVICÇÃO
01.		Chama-se evicção a perda da coisa, por força da sentença judicial, que a atribui a outrem, por direito anterior ao contrato aquisitivo. Analisando esta definição, encontramos, a uma só vez, os seus requisitos e o desenvolvimento do instituto:
a)	Perda da coisa: recebendo-a o adquirente em estado de servir, e sem que sofra a ação de qualquer defeito oculto que a atinja, vem a perdê-la privando-se do domínio, da posse ou do uso. A perda pode ser total ou parcial, conforme o adquirente seja dela despojado na sua integridade ou apenas parcialmente.
b)	Sentença.: não é qualquer perda que constitui evicção, mas aquela que se opera em virtude de sentença judicial. O perecimento do objeto, a sua destruição, a sua subtração pelas vias de fato de terceiro são hipóteses em que o adquirente sofre a perda da coisa ou de sua utilização. Mas não ocorre evicção, porque esta pressupõe um pronunciamento da Justiça.
c)	Anterioridade do direito do terceiro: a perda da coisa, mesmo que se dê por sentença judicial, não caracteriza por si só a evicção. Esta pressupõe que o pronunciamento da Justiça se funda em causa preexistente ao contrato pelo qual se operou a aquisição do direito do evicto.
02.		O campo de ação da teoria da evicção são os contratos onerosos. Em princípio, o alienante não responde por ela nos contratos gratuitos, a não ser que expressamente o declare.
03.		O Código de 2002 inovou em relação ao direito anterior, ao dispor que subsiste a garantia da evicção ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Diante de tal regra, a pergunta cabível, não respondida pelo Código, consiste em se saber quem responde pela evicção na alienação em hasta pública, tendo em vista que nessa hipótese a venda não se dá espontaneamente pelo proprietário da coisa, mas sim pelo Estado, a fim de que terceiro seja favorecido. Imagine-se a hipótese de um bem ser alienado em hasta pública após ter sido penhorado para a garantia de uma execução contra o proprietário. Em ocorrendo a evicção, o adquirente do bem deve exigir a indenização pela sua perda do antigo proprietário, ou do credor que obteve o proveito com a venda que veio a ser prejudicada em razão de um direito anterior? Na primeira hipótese, as chances de o adquirente vir a obter a sua indenização são diminutas, tendo em vista o provável estado de insolvência do proprietário que teve bem de sua propriedade levado a hasta pública. Na segunda hipótese, se estará transferindo a responsabilidade pela evicção a quem nunca foi proprietário da coisa evencida.
04.		Sendo uma garantia legal, e não convencional, em princípio, cabe ao legislador estabelecer a sua extensão. Ocorrendo a perda judicial da coisa, tem o adquirente a faculdade de voltar-se contra o alienante (Código Civil, art. 450) e exigir que este lhe restitua o preço pago, e mais as despesas com o contrato, honorários de advogado e custas judiciais na ação que lhe impôs a evicção; e ainda lhe indenize os frutos que tiver sido obrigado a restituir, e demais prejuízos que da evicção diretamente lhe resultarem.
05.		Reforçada a evicção por cláusula expressa (e. g., restituição em dobro ou fiança), tem o adquirente tão somente o direito de haver o que o reforço lhe assegurar, em quantia ou em coisa, bem como demandará o terceiro fiador. Ao revés, se por cláusula expressa ficar excluída a garantia (cláusula de non praestanda evictione), o adquirente tem o direito de recobrar o preço que pagou pela coisa evicta (Código Civil, art. 449).

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