Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIA DO DIREITO QUESTIONÁRIO – ESTUDO DIRIGIDO COM RESPOSTAS QUESTÕES: 1. Como pode ser definido o Direito? Aos olhos do homem comum o Direito é lei e ordem isto é o conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um dos seus membros. O Direito é um fenômeno histórico-social sempre sujeito a variações e intercorrências, fluxos e refluxos nos espaço e no tempo. Segundo Rizzatto Nunes: O Direito à luz da realidade dos estudos jurídicos contemporâneos, comporta pelo menos as seguintes concepções: A de ciência, correspondente ao conjunto de regras próprias utilizadas pela Ciência do Direito; a de norma jurídica. Como a Constituição e as demais leis e decretos, portarias etc.; a de poder ou prerrogativa; a de fato social; a de Justiça, que surge quando se percebe que certa situação é de direito porque é justa. 2. Como pode ser definida a lei? É a regra obrigatória, dotada de coercibilidade que garante a convivência mais harmônica dos indivíduos em determinada sociedade. A lei é elaborada e sua existência é marcada pelo pressuposto da liberdade, ou seja, cada indivíduo decide se cumprirá o preceito, ou não, respondendo pelas consequências. Ou seja, a lei dita como deve ser o comportamento humano. 3. Explique os três planos que podem ser vislumbrados na Teoria do Direito: dogmático, sociológico e filosófico. Essa questão pode ser respondida facilmente se lembrarmos da Teoria Tridimensional do Professor Miguel Reale: FATO, VALOR E NORMA. DOGMÁTICA DO DIREITO � NORMA � DIREITOS SUBJETIVOS SOCIOLOGIA DO DIREITO � A SOCIEDADE E O DIREITO � O DIREITO COMO FATO SOCIAL (SOCIOLOGIA JURÍDICA) FILOSOFIA DO DIREITO (Philo deriva de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio) A filosofia é o conhecimento humano universal, ilimitado, ou seja, uma ciência geral, cujo objeto de estudo são os assuntos não tratados pelas ciências particulares, em especial análise crítica dos postulados científicos. Objeto de estudo: SER (ontologia) / DEVER SER (deontologia – axiologia) / CONHECIMENTO DAS CIÊNCIAS PARTICULARES (gnoseologia – espistemologia) Segundo André Franco Montoro: Todas as ciências têm, na sua base, certos pressupostos, postulados ou suposições que são aceitos, sem discussão ou critica, como ponto de partida nas respectivas investigações. Cabe à Filosofia – e essa é uma das suas perspectivas mais importantes – o estudos desses problemas fundamentais. 4. Quais são as fontes do Direito? Materiais: São os fatores sociais que também abrangem os religiosos, os demográficos, os políticos, os econômicos, os naturais (clima, relevo), os morais e os valores de cada época. São os elementos que emergem da própria realidade social e dos valores que inspiram o ordenamento jurídico. Históricas: São todos os documentos jurídicos e coleções legislativas do passado que, devido à sua importância e sabedoria, continuam a influenciar as legislações do presente. Formais: Lei, costume, doutrina e jurisprudência. Para alguns doutrinadores o contrato também representa uma fonte formal, visto que é um negócio jurídico capaz de produzir efeitos entre as partes contratantes. A doutrina tradicional não considera esse negócio jurídico como fonte formal do direito por faltar-lhe a condição de ser geral e abstrato como as demais fontes. 5. Explique o que é o costume. O costume é fonte do Direito e corresponde à continuidade de determinadas práticas ou comportamentos, de maneira uniforme e continuada, consideradas necessárias e, portanto, obrigatórias. O elemento objetivo é o uso e o subjetivo é o psicológico, ou seja, a consciência social de que o costume é necessário para aquela sociedade. Veja o artigo 4º da LINDB e o artigo 126 do CPC. 6. O que se entende por doutrina? Para Maria Helena Diniz “é a doutrina que constrói noções gerais, conceitos, classificações, teorias, sistemas. Com isso, exerce função relevante na elaboração, reforma e aplicação do direito, devido à sua grande influência na legislação ena jurisprudência, que se inspiram no estudo dos juristas, que como sua grande formação científico jurídica, dedicam-se a aprofundar os problemas jurídicos, oferecendo em suas obras o resultado de suas reflexões e estudos”. Para alguns autores, como Miguel Reale, a doutrina não se constitui fonte do direito, vez que não possui força obrigatória. 7. Explique como se forma a jurisprudência. Para Orlando Gomes “forma-se a jurisprudência mediante o labor interpretativo dos tribunais, no exercício de sua função específica. 8. O que é vigência da lei? É o período em que a lei pode ser exigida, pois passou a integrar o sistema jurídico e só deixará de ser aplicada se outra lei a revogue, ou se o seu texto determinar um prazo específico de duração. A vigência significa a existência específica da norma. 9. O que é validade? Para Miguel Reale, a validade de uma norma de direito pode ser vista sob três aspectos: o da validade formal (vigência): a) a norma deve ser emanada de órgão competente, inclusive com competência para legislar sobre aquela determinada matéria; b) ter sido elaborada de acordo com o processo legislativo; o da validade social (eficácia ou efetividade), que significa a correspondência ao querer coletivo e o da validade ética (fundamento de ordem axiológica). A validade também inclui requisitos afetos aos valores sociais, em especial a justiça. 10. Quais são os ramos do Direito? Os ramos do Direito estão divididos em Direito Público e Direito Privado. No Direito Público a relação é estabelecida entre o indivíduo e o Estado e o interesse do Estado é o fim. Exemplo: Direito Tributário. No Direito Privado, as relações ocorrem entre os particulares. Exemplo: Direito Civil. 11. O que se entende por lei temporária? A lei pode ser temporária, com prazo determinado, portanto com vigência temporária. O texto da lei já indica o início e término do período de vigência. 12. O que se entende por lei excepcional? Lei excepcional, por sua vez, consiste em norma que tem por escopo atender necessidades estatais transitórias, tais como guerra ou calamidade, perdurando por todo o período considerado excepcional. 13. Quais são as formas de revogação? Explique cada uma delas e aponte as diferenças. Lei excepcional e a temporária são leis ULTRA-ATIVAS e AUTO-REVOGÁVEIS. Conceito de ultra-ativas: Consiste na possibilidade de uma lei se aplicar a um fato cometido durante a sua vigência, mesmo após a sua revogação. Um fato praticado sob vigência de uma lei temporária ou excepcional continuará sendo por ela regulado, mesmo após sua auto-revogação e ainda que prejudique o agente. Conceito de auto-revogáveis: A temporária se auto-revoga na data fixada em seu próprio texto. A excepcional, quando se encerra o período especial ou anormal. Não sendo temporária, somente nova lei poderá revogá-la ou alterá-la. A revogação poderá ser tácita ou expressa. Ab-rogação: revogação total da lei por uma outra norma. Derrogação – revogação parcial. 14. Quais são as características principais do nosso sistema jurídico? O Sistema Jurídico constitui um bloco unitário de normas com características comuns. Alguns fatores influenciam o sistema jurídico: ambientais, históricos, étnicos, econômicos, religiosos, políticos, sociais e filosóficos. A Constituição estabelece a unidade e a coordenação entre os elementos da ordem jurídica. O sistema FECHADO: Não sofre influências externas. É autopiético = autônomo O sistema ABERTO:Possui interdependência com o meio externo. É alopoiético = heterônomo. 15. Qual é o fim do sistema jurídico? Buscar a Justiça. 16. Quais dão as formas para solução das lacunas da lei? A integração do direito consiste no processo de preenchimento das lacunas existentes na lei, ou ainda, a completude do sistema jurídico. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a ANALOGIA, os costumes e os PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO. Na integração do direito aplicam-se, portanto, a ANALOGIA e os PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO, pois os costumes representam verdadeira FONTE do Direito. 17. O que é analogia? É a forma de integração que permite estender a um caso não previsto aquilo que o legislador previu para outro semelhante, em igualdade de razões, visto que o sistema do Direito é um todo que obedece a certas finalidades fundamentais. 18. O que se entende por antinomia e quais suas espécies? Antinomia é a presença de duas normas conflitantes, que impossibilita, num primeiro momento, saber qual das duas será aplicada ao caso concreto. Trata-se de uma lacuna de conflito. A antinomia será de 1º grau quando permitir a solução do conflito por meio da utilização de um dos critérios (cronológico, hierárquico e da especialidade). A antinomia será de 2º grau quando dois critérios deverão ser analisados, prevalecendo o mais relevante. 19. Como se forma uma relação jurídica? A relação jurídica é aquela relação social que a ordem jurídica entende como relevante. Assim, só haverá relação jurídica se a relação social estiver normada pelo direito. Sem norma incidentem, numa relação social ou fática, essa relação não é erigida à categoria jurídica. 20. Diferencie direito objetivo e direito subjetivo. Direito objetivo é o conjunto de normas jurídicas que regem o comportamento humano, prescrevendo uma sanção no caso de sua violação. Importante lembrar que existem normas que não possuem esse conteúdo sendo meramente definidoras de conceitos, como ocorre com os artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor, que definem consumidor, fornecedor, produto e serviço. Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou juríd ica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóve l, material ou imaterial. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Direito subjetivo, também chamado de direito faculdade ou direito poder é aquele de que nos valemos diuturnamente, configurando-se como um verdadeiro poder de que dispomos. É o direito de cada indivíduo garantido pelas normas. 21. Quando se utiliza o método de integração do Direito? Qual é o seu objetivo? A integração será necessária para a solução de casos concretos quando a lei for omissa. O objetivo é encontrar uma solução possível, justa e que atinja o bem comum, conforme artigo. Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Compartilhar