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Ponto 1 - Civil

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PONTO 1.6. Direito Civil: Lei de Introdução às normas de Direito Brasileiro. Norma Jurídica: Conceito e Eficácia. Lei: Requisitos. Aplicação. Interpretação. Vigência. Eficácia Temporal. Direito Adquirido. Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada como Garantias Constitucionais e o Direito Intertemporal. Prescrição e Decadência.
- COUTO/Direito Civil: é o conjunto de regras jurídicas que regula a vida particular. É o direito dos particulares. 
1.6.1 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO (LINDB)
- Decreto-lei nº 4657/42: denominação alterada pela Lei 12.376/2010 para LINDB, pois não se reporta apenas ao direito civil e sim a todo o ordenamento juíridico nacional; lei geral, relacionando-se a normas de direito público e de direito privado. Chamava-se LICC em razão da influência liberal (Código Civil no centro do ordenamento), mas mesmo antes da mudança do nome era aplicável a todo o direito. Mudou apenas para clarificar. 
- É norma de sobredireito, superdireito ou estrutural (não destinada a regular o comportamento humano. Tem por objeto a própria norma)
-objeto da LICC: 1)VIGÊNCIA DAS LEIS; 2)APLICAÇÃO; 3)CONFLITO DAS LEIS. 
1.6.2 NORMA JURÍDICA
	
1.6.2.1	***CONCEITO***: é uma norma de conduta, seu escopo direto ou indireto é dirigir o comportamento dos indivíduos (prescritiva ou diretiva). Atributos: coercitividade e imperatividade. Descumprimento ( sanção. 
	Kelsen: a norma jurídica impõe sanção para uma conduta ilícita; remete a poder coercitivo. KELSEN identifica o Direito com o Estado. 
	GOFFREDO TELLES JUNIOR afirma que a norma é imperativo-autorizante: é imperativa porque prescreve as condutas devidas e os comportamentos proibidos e é autorizante porque autoriza o lesado pela sua violação, a exigir seu cumprimento, a reparação do mal causado ou ainda a reposição das coisas ao estado anterior.
	Para MARCOS BERNARDES MELLO, a norma jurídica constituiu uma proposição através da qual se estabelece que, ocorrendo determinado fato ou conjunto de fatos (= suporte fático) a ele devem ser atribuídas certas consequências no plano de relacionamento intersubjetivo (= efeitos jurídicos). Uma proposição jurídica deve conter:
A descrição de um suporte fático do qual resultará o fato jurídico;
A prescrição de efeitos atribuídos ao fato jurídico respectivo. 
1.6.2.2 *** EFICÁCIA **** 
	Eficácia técnica: qualidade da norma, no sentido de descrever fatos que, uma vez ocorridos, tenham aptidão de irradiar efeitos jurídicos, já removidos os obstáculos materiais ou as impossibilidades sintáticas. Ex: É obrigatório ir a “Lua” (Ineficácia técnica semântica). Norma Penal em branco (Ineficácia técnica sintática) 
	Eficácia jurídica: capacidade dos fatos jurídicos desencadearem as conseqüências previstas no ordenamento. É a propriedade do fato jurídico de provocar os efeitos que lhe são próprios. “Princípio da causalidade jurídica” – Ex. Dado fato de João ser proprietário de veículo automotor deve ser o pagamento de um valor ao estado. 
	Eficácia social: padrões de acatamento com que a comunidade responde aos mandamentos de uma ordem jurídica historicamente dada. Ex. Lei tolerância zero ao álcool.
	
1.6.3 ***LEI****
Conceito de lei em sentido amplo (Guilherme Couto de Castro) – norma de comportamento, emanada de autoridade competente, coercitivamente imposta à observância da coletividade. É a fonte formal direta ou imediata do direito.
-características:
 	a)GENERALIDADE – “PESSOAS”: aplicação a número indefinido ou indefinível de pessoas. Exceção: LEI FORMAL/SINGULAR: lei elaborada para atingir uma única pessoa. Ex: decreto de desapropriação
b)abstratação – “SITUAÇÕES” - aplicação a um número indeterminado ou indeterminável de situações futuras, incidência ampla ;
c)OBRIGATORIEDADE/IMPERATIVIDADE – “SANÇÃO” seu descumprimento gera uma sanção; As normas dispostivas do Direito Civil não contraiam esse preceito, apenas significando um limite da aplicação da obrigatoriedade.
d)PERMANÊNCIA/EXISTÊNCIA – a lei não se esgota numa única aplicação;
	e)AUTORIZANTE - a violação da lei gera responsabilização. Difere das normas sociais (violação não gera responsabilidade). Mas no D. Civil, diversas normas sem responsabilização – ex: normas que regulam capacidade e personalidade.
OBS: NORMA DE EFEITO CONCRETO: é a que produz efeito sobre uma situação determinada. [semelhança com ato administrativo]. ex.: lei que proíbe atividade, lei que desapropria determinado bem.
OBS. 2: CÓDIGO X CONSOLIDAÇÃO X COMPILAÇÃO X ESTATUTO
CÓDIGO – conjunto de leis que disciplina um ramo de direito de forma unitária;
CONSOLIDAÇÃO – regulamentação unitária de leis já existentes;
COMPILAÇÃO – reunião no mesmo corpo de leis de acordo com uma ordem cronológica ou de acordo com um assunto.
ESTATUTO – regulamentação unitária do interesse de uma categoria de pessoas. Diferente do código que regulamente um ramo do direito.
 ** CDC – CÓDIGO OU ESTATUTO? -todos são consumidores em potencial, por isso se optou por código.
OBS 3: PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE (3º LICC): Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
-Guilherme Couto: o legislador não parte da premissa de que todos devem conhecer a lei, e sim não admite que a lei seja usada para buscar a subtração ao preceito. Não se trata de presunção absoluta ou ficção jurídica, mas de opção legislativa. 
- PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE E O ERRO DE DIREITO: o art. 3º da LICC estabelece a impossibilidade do indivíduo se escusar da aplicação da lei alegando seu desconhecimento. O art. 139, III do NCC, como causa de anulabilidade do negócio jurídico, prevê a possibilidade de alegação de erro de direito. Questiona-se: haveria incompatibilidade entre os dispositivos? NÃO. requisitos para que o erro de direito justifique a anulabilidade: i)quando não implicar em recusa à aplicação da lei; 	ii)quando for motivo único e principal do negócio.
1.6.4 APLICAÇÃO DA LEI
- aplicação tem significado mais amplo que interpretação. A interpretação faz parte da aplicação, mas esta não se esgota naquela.
- subsunção clássica: enquadramento do fato concreto ao conceito abstrato contido na norma (KELSEN. Teoria Pura do Direito: valores não podem contaminar)
- subsunção moderna: a definição do direito depende da integração de três subsistemas isomórficos (isomórfico = independentes, mas relacionados) entre si: fatos, normas e valores (pós-positivismo; MIGUEL REALE)
- na APLICAÇÃO da lei, o juiz atenderá aos FINS SOCIAIS e às exigências impostas pelo BEM COMUM. (ART 5 LINDB)
-conceitos jurídicos indeterminados, normativos, discricionários e as cláusulas gerais.
	Enunciações abstratas, exigindo valoração para que o juiz possa preencher o seu conteúdo. A mesma expressão abstrata, dependendo da funcionalidade de que ela se reveste dentro do sistema jurídico, pode ser tomada como princípio geral de direito, conceito legal indeterminado ou cláusula geral. Ex: boa-fé.
conceito jurídico INDETERMINADO: é o dispositivo legal que não define o instituto, mas apresenta uma consequência para sua violação (diferença da cláusula geral). Ex: art. 927, pú, CC: atividade de risco (não é definida mas estabelece responsabilidade objetiva pelos danos causados).
cláusula geral – são dispositvos legais que não apresentam a definição do instituto (seu conteúdo) e nem as consequências da violação da norma. Segundo Rosa Nery, não é princípio nem regra de interpretação. Ex: art. 421 CC: função social do contrato – norma propositalmente vaga. 
- lacunaS
	= lacuna de omissão = lacuna propriamente dita – É a ausência de norma jurídica expressa que regule determinado fato concreto. A lei pode ser lacunosa, mas o sistema não. O ordenamento não tem lacunas lógicas, mas axiológicas, segundo o princípio ontológico do Direito. Vedação ao “non liquet” (120 CPC, 8 CLT, 7 CDC, 107, CTN).
- requisitos para que se reconheça uma lacuna: a)que a questão não tenha sido resolvida pelo legislador ex: o legislador pode tê-la resolvidosilenciando-se; 	b)que a questão não tenha sido relegada ao chamado espaço livre de direito c)que a ausência de norma não constituía mera falha política, mas uma exigência da teleologia imanente à lei.
OBS: Difere das lacunas de colisão, de conflito ou ANTINOMIA – conflito entre duas normas, dois princípios, ou entre uma norma e um princípio, aplicáveis ao mesmo fato concreto. ATENÇÃO: as normas devem ser vigentes, válidas e apresentarem soluções divergentes:
**Antinomia de 1º grau: solução por um critério (cronológico/especialidade/hierárquico).
** Antinomia de 2º grau: conflito entre critérios, solução pela aplicação de um metacritério: (MARIA HELENA DINIZ)
a) cronológico x especialidade ( especialidade; 
b) cronológico (norma posterior e inferior) x hierárquico (norma anterior e superior) ( hierárquico; 
c) especialidade (norma especial e inferior) x hierárquico (norma geral e superior) ( hierárquico.
A rigor, o único conflito hierárquico que existe é entre qualquer norma e a CF, pois não há hierarquia entre LO x LC, etc.
- Mecanismos de colmatação de lacunas de omissão (INTEGRAÇÃO, não confundir com interpretação!!!!): art. 4º da LICC, analogia, costumes e princípios gerais de direito. Para MARIA HELENA DINIZ e CARLOS ROBERTO GONÇALVES, essa sequência é rígida. Para COUTO, não prevalece mais essa regra rígida, pois incompatível com a essência material das regras que informam o processo de integração. Aliás, princípio, hoje, está no topo do ordenamento jurídico. O juiz deve aplicar o que apresentar melhro resultado.
a) ANALOGIA (GUILHERME COUTO): Aplicação de uma norma prevista para hipótese distinta, porém semelhante. Fundamento: princípio da isonomia. Pode ser:
	Analogia legal: é a analogia propriamente dita: estende-se a aplicação do dispostivo legal a um caso não previsto.
	Analogia jurídica: Não há dispositivo específico que regule caso semelhante. O operador, então, utiliza a essência extraída de um conjunto de diplomas ou regras similares, aplicando-a ao caso controvertido. 
b)	COSTUME (GUILHERME COUTO) : conjunto de práticas e usos uniformes, constantes e públicos de certo ato. É a prática pública, geral e reiterada de determinado ato, com a convicção de sua obrigatoriedade jurídica. O juiz pode exigir a prova do costume (art. 337 do CPC) e ele será provado por todos os meios em direito admitidos (vale também para o costume comercial).
 Elementos do costume: objetivo: conduta + subjetivo: consciência da necessidade.
Classificação: 
	“secundum legem” – de acordo com a lei. Ex: 113 CC
	“praeter legem”: além da lei, pois regula uma situação não prevista na norma. Ex: S 37º STJ: dano moral in re ipsa: não precisa provar as consequências do dano
	“ contra legem”: contrário à letra da lei.
Posição mais segura: apenas o “secundum” e o “praeter” são admitidos. Doutrina moderna admite o contra legem em caráter excepcional.
c) PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO (GUILHERME COUTO) 	São as linhas mestras de um ordenamento. Regras norteadoras do ordenamento e universalmente aceitas. Ex: “neminem ledere” (não causar dano a outrem: 189 e 927 CC), “suum cuique tribuere” (dar a cada um o que é seu), “honest vivere”.
Normas e Princípios - a moderna metodologia caminha rumo a um direito eminentemente principiológico, com participação cada vez mais marcante e decisiva do Poder Judiciário e da jurisprudência judicial
-diferenças entre os princípios e as REGRAS (segundo Ronald Dworkin):
 	1ª)quanto à origem: os princípios não se originam em atos da vontade.
 	2ª)quanto à derrogação: os princípios não se revogam por um ato de vontade, mas o seu reconhecimento mantém-se enquanto se julgar conveniente.
 	3ª)quanto à sua identificação: os princípios não se podem estabelecer com absoluta segurança, de forma canônica, nominadamente.
 	4ª)quanto ao conteúdo: os princípios são de índole moral.
 	5ª)quanto á sua aplicação: os princípios não exigem decisão particular, enquanto as normas aplicam-se de forma disjuntiva.
	6ª)quanto ao modo de se resolverem as contradições: os princípios, ainda que contrapostos, irradiam-se para toda a ordem jurídica, e, em alguns casos, por ponderação em face de uma hipótese concreta, são sopesados a fim de que um prevaleça sobre o outro; ao contrário, as normas inconciliáveis (antinômicas) não podem subsistir ao mesmo tempo e com o mesmo campo de aplicabilidade.
 	7ª)quanto às exceções: elas não acrescem precisão aos princípios, mas apenas às normas.
 	8ª)quanto aos destinatários: os princípios dirigem-se aos órgãos encarregados de aplicar o direito.
 	9º)quanto à tarefa que exige do jurista: o seu reconhecimento e pertinência aos casos concretos são fruto de uma atividade penosa de descoberta.
*** EQUIDADE (GUILHERME COUTO): senso de justiça e equilíbrio aplicado ao caso concreto. O legislador não estabeleceu a equidade como um meio de integração do artigo 4º LINDB. Apesar dessa omissão, tem função integrativa, se esgotados os recursos do artigo 4º. Previsao no artigo 5º: meio de interpretação (interpretação TELEOLÓGICA: função social, bem comum). 
	Equidade legal: hipótese em que a norma apresenta um leque de soluções para o juiz, que deve escolher a mais justa ao caso concreto. Ex: 1584 CC
	Equidade judicial: hipótese em que a lei determina que o juiz adote a solução mais justa, mas não apresenta opções. Ex: 413 CC (redução da cláusula penal), 928 pú (valor da indenização paga pelo incapaz), 944pú (redução da indenização com base no grau de culpa).
OBS: Todo juiz julga COM equidade pois busca uma decisão justa para o caso concreto, mas só deve julgar POR equidade quando houver determinação da lei (imediata ou subsidária – 5º LINDB)
1.6.5 INTERPRETAÇÃO DA LEI
	-toda norma precisa ser interpretada para que revele sua significação e a regra que é seu sentido. NÃO CONFUNDIR COM INTEGRAÇÃO (colmatação das lacunas)!!!! 
 	- finalidade da interpretação (hermenêutica): a)revelar o sentido da norma; b)fixar seu alcance.
OBS: in claris cessat interpretatio: hoje não mais predominante, pois toda norma jurídica deve ser interpretada, a fim de que seja interpretada corretamente.
-justificativas para o reconhecimento da necessidade da interpretação da lei: 
i)o legislador não se expressa de forma suficientemente clara;
	ii)é preciso aproximar a norma abstrata ao caso concreto;
	iii)é necessário sistematizar o ordenamento para lhe garantir coerência.
	a pretensão de generalidade que é própria da norma se estende à interpretação. A interpretação deve ser tal que não signifique um problema no futuro. Preocupação pela generalidade existe e explica o cuidado que o intérprete deve ter não apenas com o caso concreto analisado, mas com outros similares que podem vir a ser analisados.
 -formas de interpretação:
a)INTERPRETAÇÃO SUBJETIVA: interpretação de acordo com a vontade do legislador, em função do entendimento daquele que criou a norma. Para os adeptos da interpretação subjetiva, o que se pesquisa com a interpretação é a vontade do legislador (voluntas legislatoris) expressa na lei. Tal concepção, no entanto, não tem sido acolhida, pois quando a norma é antiga a vontade do legislador originário está normalmente superada.
b)INTERPRETAÇÃO OBJETIVA: interpretação baseada no ordenamento, abstraindo a vontade do legislador no momento da elaboração da norma. voluntas legis, ou melhor, o sentido da norma.
-os argumentos a seu favor (Binding, Wach, Kohler) 	1)argumento da forma: com o ato legislativo, a lei desprende-se do seu autor e adquire uma existência objetiva. 2)o sentido incorporado na lei pode ser mais rico que o vislumbrado por seus criadores. 3)argumento da integração: a lei e o seu conteúdo não constituem algo estático, mas dinâmico, porque integra um todo legal global que se modifica com o tempo. 	4)o juiz não é servo do legislador, mas da lei. 5)argumento da confiança: os destinatários da norma deve confiar na palavra como tal. a confiança do destinatário na palavra presentena norma não pode ser violada. 	argumento mais importante e mais invocado pelos tribunais para a aplicação da interpretação objetivista.
c)Livre pesquisa do direito: corrente que defende que o juiz tem papel criador na aplicação da norma, que deve ser interpretada em função das concepções jurídicas morais e de cada época. ( melhor corrente a ser defendida. 
	Classificação 
a) Critério: RESULTADO
	1)interpretação DECLARATIVA: proclama que o texto legal corresponde ao pensamento do legislador. Meramente enunciativa.
	2)interpretação extensiva ou ampliativa: o intérprete conclui que o alcance ou espírito da lei é mais amplo do que indica seu texto, abrangendo implicitamente outras situações.
	3)interpretação restritiva: o intérprete conclui que o alcance ou espírito da lei é menos amplo do que indica seu texto, sendo necessária uma limitação do campo de aplicação da lei.
b) Critério: fontes ou origens
	1)interpretação autêntica ou legislativa: feito pela próprio legislador, por outro ato. reconhecendo a ambigüidade da norma, o legislador elabora uma lei interpretativa. Trata-se de nova norma, e não de interpretação.
	2)interpretação jurisprudencial ou judicial: feita pelos tribunais.
 	3)interpretação doutrinária: feita pelos jurisconsultos.
C) Critério: mÉTODOS
 	1)interpretação LITERAL (gramatical) - análise do uso literal que as palavras contêm. -dupla função: a) ponto de partida da interpretação  toda interpretação parte do critério literal. 	b)balizamento hermenêutico  determina os limites da interpretação. 
 	2)interpretação LÓGICa - utilização de raciocínios lógicos (dedutivos e indutivos) para a análise metódica da norma em toda a sua extensão, desvendando seu sentido e alcance. 
 	3)interpretação SISTEMÁTICa - análise da norma a partir do ordenamento jurídico de que é parte, relacionando-a com todas as outras com o mesmo objeto, direta ou indiretamente.
 	4)INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA - análise da norma partindo da premissa dos seus antecedentes históricos, verificando as circunstâncias fáticas e jurídicas que lhe antecederam, bem como o próprio processo legislativo correspondente. -hipóteses em que a interpretação histórico-subjetiva tem relevância  nos casos de omissão, na lei revogadora, de regra existente na lei revogada (hipóteses de beredtes Schweigen – SILÊNCIO ELOQÜENTE)
 	5)CRITÉRIO finalístico ou TELEOLÓGICO = sociológico - análise da norma tomando como parâmetro a sua finalidade declarada, adaptando-a à novas exigências sociais. Busca a finalidade social da norma, adaptando seu conteúdo aos valores protegidos pela sociedade (é dinâmica, varia conforme os valores sociais).
** Difere da ONTOLÓGICA: busca a razão de ser da lei (“ratio legis”, “mens legis”) – estática: razão no momento da criação da lei).
OBS: Não há hierarquia entre os critérios.
	OBSERVAÇÕES SOBRE A INTERPRETAÇÃO EM GERAL
	a)por que a justiça do caso não é um critério de interpretação, para a maioria dos autores? Os argumentos da manipulação, de conveniência, da discricionariedade e da segurança. 
	b)a interpretação extensiva e restritiva não são critérios de interpretação, mas o resultado do trabalho hermenêutico.
DA INTERPRETAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO JUDICIAL DO DIREITO [Karl Engish] : a heurística (descoberta do direito) secundum legem, praeter legem (interpretação das lacunas – já é hipótese de desenvolvimento judicial do direito) ou contra legem (corrigir o direito que foi criado excepcionalmente errado), 	heurística: Conjunto de regras e métodos que conduzem à descoberta, à invenção e à resolução de problemas.
1.6.6 - 	VIGÊNCIA DAS LEIS- art. 1 ao 6 LINDB
Trata-se do lapso temporal no qual a norma tem força obrigatória, vinculatividade .
CONCEITO DE VIGÊNCIA ( Guilherme Couto) – o seu período de existência, validade e eficácia. 
	VIGÊNCIA = OBRIGATORIEDADE + TEMPO
 -início da vigência: momento em que a lei determinar. [art. 1º, caput, LICC]. Em caso de omissão, é 45 dias no território brasileiro, e 3 meses, no estrangeiro.
- Em regra, não é necessária a prova de vigência da lei (princípio do “iura novit curia”). Exceções: direito estrangeiro, direito municipal, direito estadual e direito consuetudinário – 337 CPC.
A) VACATIO LEGIS: é o intervalo de tempo existente entre a publicação (e não promulgação!!! Cuidado!!!) da lei e sua entrada em vigor. Durante a vacatio a lei é existente, mas ainda inapta a produzir seus efeitos normais. Não incide nem sobre a validade nem sobre a eficácia da lei, mas sim sobre sua VIGÊNCIA (é o intervalo em que a vigência da norma fica suspensa).
	-objetivo: dar conhecimento e preparar o destinatário.
	- VACATIO DIRETA: decorre da publicação da própria lei.
	- VACATIO INDIRETA: imposta por outra norma, à norma já publicada. Ex: Estatuto do Desarmamento (sucessivas leis estendendo o período de entrega das armas) e artigo 2031 CC (prazo de um anos para os empresários se adequatrem, originalmente. Depois, os prazos foram dilatados).
 	- Contagem: início – dia da publicação. Fim: dia subsequente ao último dia do pazo (não importa se é dia útil). Fórmula rápida: dia da publicação + prazo vacatio = dia da vigência.
	- Nova publicação para correção de seu texto, erros materiais ou de ortografia = nova vacatio da parte alterada, a partir da nova publicação.
	- Mesmo em vacatio, alguns efeitos: ex: possibilidade de ADIN !
	- LC95/98 – determina de que o legislador estabeleça a data de início de vigência das normas, somente nos casos de leis de menor repercussão seria possível a omissão quanto ao prazo da vacatio - DESCUMPRIMENTO DA LC 95/98 - STF – as determinações da LC 95/98 são meramente indicativas, o descumprimento dos seus dispositivos pelo legislador não é suficiente para gerar invalidação.
-LEI QUE DEPENDE DE REGULAMENTAÇÃO: o prazo da vacatio começa a contar da publicação do regulamento.
-INÍCIO DA VIGÊNCIA DO NCC : data da publicação do NCC: 11.01.02; vacatio legis: 1 ano (art. 2.044, NCC).
		a)início em 11.01.2003. [posição majoritária]
		b)início em 12.01.2003. [posição de Nelson Nery]
 		- fundamento: [art. 8º, § 1º, LC 95/98]  “incluindo o dia da publicação (11.01.02) como início do prazo e incluindo-se o último dia do prazo de um ano (11.01.03), o CC entra em vigor no dia subseqüente (12.01.03) ao da consumação integral do prazo (11.02.03)”�
 - Atos praticados durante a vacatio: regidos pela lei anterior.
 - DECRETOS E DEMAIS ATOS NORMATIVOS INFERIORES E LICC : doutrina tem sido unânime em defender que as disposições da LICC não se aplicam aos decretos e atos normativos inferiores. Esses atos começam a vigorar no próprio dia da sua publicação, salvo disposição em contrário.
B) Vigência imediata: ATOS ADMINISTRATIVOS; EMENDAS CONSTITUCIONAIS; LEI QUE CRIA OU ALTERA PROCESSO ELEITORAL [art. 16, CF] (embora entre em vigor imediatamente terá sua eficácia suspensa no tocante às eleições realizadas no período de 1 ano). 
** anterioridade tributária - PLANO DA EFICÁCIA. A LEI TRIBUTÁRIA ENTRA EM VIGOR DE IMEDIATO, SEM, CONTUDO, PRODUZIR TODOS OS SEUS EFEITOS
C) REVOGAÇÃO: é o ato retirar a vigência da norma. (da mesma fonte ou superior)
- data da cessação da obrigatoriedade da lei revogada será aquela em que a lei revogadora entrar em vigor. 	PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE – em regra a lei vigorará até que outra lei a revogue. O princípio da continuidade não vigora para todas as leis. [ex.: leis orçamentárias]
- regra: Norma válida só é revogada por outra norma válida. 
** Costume e desuso não revogam.
 ** medida provisória não revoga a lei, ela apenas paralisa a produção de efeitos. [o mesmo ocorre com os tratados internacionais de direitos humanos não aprovados pelo quorum de EC; com as Leis Federais de caráter geral editada nos termos do art. 24, § 4º, CF (competência concorrente)]
- exceções: parte da doutrina reconhece 2 hipóteses de revogação sem a necessidade de nova lei: a)lei temporária - lei que traz em si a data de sua revogação. b)leis que tratade situações excepcionais já consumadas.
- REVOGAÇÃO EM DECORRÊNCIA DA PARÊMIA CESSANTE RATIONE LEGIS CESSAT ET IPSA LEX: 	-cessada a razão que justificou a criação da lei ocorreria sua revogação? Não, o ordenamento estabelece critérios específicos para que ocorra a revogação. 
-classificação da revogação:
 A) critério: EXTENSÃO DA REVOGAÇÃO a)DERROGAÇÃO – é a revogação parcial.
 b)AB-ROGAÇÃO – é a revogação total.
B) critério: PREVISIBILIDADE DA REVOGAÇÃO NO TEXTO DA NORMA REVOGADORA
 a)EXPRESSA [ “(...) quando expressamente o declare (...)”] -norma revogadora declara qual a norma que está sendo extinta.
 b)TÁCITA -norma revogadora não declara qual a norma que está sendo extinta.
	-formas de revogação tácita: i)INCOMPATIBILIDADE DA NOVA LEI COM A LEI ANTERIOR [“(...) quando seja com ela incompatível (...)”] ii)NOVA LEI REGULAMENTA INTEIRAMENTE A MATÉRIA DE FORMA DIFERENTE [“(...) quando regule inteiramente a matéria que tratava a lei anterior.”]
OBS: CADUCIDADE X DESUSO X COSTUME NEGATIVO
	CADUCIDADE – fato externo que torna impossível a aplicação da lei.
 	DESUSO – a lei está em vigor, mas as circunstâncias foram superadas pela sociedade.
	COSTUMES NEGATIVOS – a norma não foi revogada, mas ocorreu a perda de sua eficácia. Decorre da evolução dos costumes sociais. [ex.: adultério]
D) REPRISTINAÇÃO: restauração da vigência de uma lei anteriormente revogada em virtude da revogação da lei revogadora. [É A VOLTA À VIGÊNCIA DE UM TEXTO ANTERIORMENTE REVOGADO]. No direito brasileiro, não é proibida, mas não pode ser automática. A lei deve determinar, de forma expresa.
OBS: Não confundir com EFEITO REPRISTINATÓRIO DECORRENTE DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE: a declaração de inconstitucionalidade de uma norma, é uma decisão tem eficácia retroativa (ex tunc), como regra. Assim, quando STF declara a lei B, revogadora da lei A, inconstitucional, os efeitos da decisão serão ex tunc, e essa decisão terá efeito repristinatório, porque a lei A terá sua vigência restaurada. A lei B tem vício na origem e não poderia ter revogado a lei A.
OBS2: Qual é o momento que se deve considerar para efeito de revogação: publicação (ingresso da norma no ordenamento) ou vigência? -o que importa é o início da vigência e não a data da publicação. 
E) Não confundir !!! EXISTÊNCIA x PROMULGAÇÃO X VIGÊNCIA X VALIDADE X EFICÁCIA X EFETIVIDADE 
	EXISTÊNCIA- a partir do momento em que o projeto de lei é SANCIONADO pelo Chefe do Executivo. 
	PROMULGAÇÃO- atestação da existência da lei e proclamação de sua executoriedade. Ato do chefe do Executivo que autentica a lei e determina sua existência.
	VALIDADE- é a conformidade da lei em relação à outra norma de nível superior (via de regra a CF). a)VALIDADE MATERIAL -validade quanto ao conteúdo. b)VALIDADE FORMAL -validade quanto às regras procedimentais destinadas à edição da norma.
	VIGÊNCIA- é a obrigatoriedade da lei no tempo.
	EFICÁCIA - é a aplicabilidade completa da lei. Eficaz é a norma que pode produzir efeitos.
 *** é possível que uma norma vigente não tenha eficácia (ex.: norma que depende de regulamentação).
*** A relação entre eficácia e vigência dá ensejo a diversas situações:
ULTRA-ATIVIDADE DA NORMA - norma que não mais está em vigência, mas que continua tendo eficácia (continua produzindo efeito). ex.: direito adquirido durante o período que a norma estava vigente.
LEIS TEMPORÁRIAS - norma que ainda está no ordenamento, mas que não mais produz efeito. ex.: normas transitórias.
1.6.7 EFICÁCIA TEMPORAL
Refere-se à possibilidade de produção concreta de efeitos.
Espécies de eficácia:
	a)EFICÁCIA JURÍDICA OU PROPRIAMENTE DITA -é a possibilidade de uma norma ser aplicada aos casos concretos aos quais ela se dirige. é a aptidão que a norma possui para produzir efeitos. Eficácia pressupõe a vigência.
	b)EFICÁCIA SOCIAL - além de ser apta para produzir efeito é necessário que ela cumpra em concreto sua função. Está relacionado à efetividade da norma. * lacuna ontológica – existência de norma sem eficácia social. Tércio Sampaio afirma que a eficácia possui graus, que podem ser verificados de acordo com as funções da eficácia no plano da realização normativa. São as funções eficaciais das normas: a) Função de bloqueio – normas punitivas e proibitivas. b) Função de programa – normas que visam à realização de um objetivo do legislador (artigo 218, CF/88). c) Função de resguardo – normas que visam a assegurar uma conduta desejada (artigo 5º, XXVII, CF/88). 
Obs: Classificação de José Afonso da Silva:: 
a) Normas de eficácia plena – função eficacial é IMEDIATAMENTE concretizada 
b) Normas de eficácia limitada – a função eficacial depende de uma outra norma (Maria Helena Diniz fala em norma com eficácia relativa complementável ou dependente de complementação legislativa). 
c) Normas de eficácia contida – a função eficacial poderá ser restringida por outra norma (artigo 5º, XIII, CF/88) (Maria Helena Diniz fala em norma com eficácia relativa ou restringível).
*** Difere de EFETIVIDADE - é a obediência fática pelos destinatários da norma. [pf, pj e órgão estatais responsáveis pela aplicabilidade da lei]
*** é preciso distinguir a “vigência” da norma, a qual pertence ao plano do dever-ser, e a “eficácia” da norma, que pertence ao mundo do ser.
*** Anterioridade tributária: subordina a eficácia da norma válida e vigente. 
*** Anterioridade eleitoral: LEI QUE CRIA OU ALTERA PROCESSO ELEITORAL [art. 16, CF] (embora entre em vigor imediatamente terá sua eficácia suspensa no tocante às eleições realizadas no período de 1 ano.
1.6.8 Direito Adquirido. Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada como Garantias Constitucionais e o Direito Intertemporal. ART 6 LINDB e 5º XXXVI CF
-conflito de duas ordens de idéias: PROGRESSO SOCIAL (presunção de que a lei mais nova atende melhor ao interesse social) x PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA E DA ESTABILIDADE SOCIAL.
- princípio geral da irretroatividade é inerente à ordem jurídica.
*** Retroatividade da lei civil (COUTO, PONTES DE MIRANDA e STF): 
 	a) menção expressa + b) não atinja direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito. – influência da Teoria do GABBA (ver adiante) – retroatividade justa (admitida) e injusta (proibida).
***atenção*** o art. 5º, XXXVI da CF consagra o PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE, que é diferente do princípio da irretroatividade, previsto apenas excepcionalmente na CF.
Ex: auxílio-moradia e auxílio-alimentação a juízes e MP: concessão retroativa por lei. É legal ou ilegal? Legal, pois não viola ato jurídico perfeito, coisa julgada e nem direito adquirido. É exemplo de retroatividade JUSTA.
PRINCIPIO DA IRRETROATIVIDADE - não foi positivado, o que o texto constitucional trouxe foi o princípio da intangibilidade. 
	-Há 3 sistemas sobre o direito transitório: (i) sistema germânico: não há previsão no CC para a solução dos conflitos intertemporais de leis. Essa tarefa deve ser desenvolvida pelo aplicador do direito, que investigará a vontade legislativa em se determinar a retroatividade ou não ao caso; (ii) o sistema adotado na França (art. 2º), Itália (art. 11), Espanha (art. 3º) e Argentina (art. 3º), em que o sistema da irretroatividade é previsto no próprio CC, sendo uma regra geral; (iii) o sistema brasileiro, em que o princípio da não-retroatividade é uma regra geral, previsto na própria CF (art. 5º, inciso XXXVI).
GRAUS DE RETROATIVIDADE (Matos Peixoto e Roubier – opositor de GABBA) 
Retroatividade MÁXIMA –lei nova atinge a coisa julgada e os fatos jurídicos já consumados.
Retroatividade MÉDIA - lei nova atinge os efeitos pendentes de atos jurídicos verificados antes de sua entrada em vigor. Ex: atinge as prestações vencidas, mas não pagas antes da entrada em vigor da lei.
**** Apenas se expressamente previsto pelo Poder Constituinte Originário, seria possível retroatividade média e máxima.
Retroatividade mínima– lei nova atinge os efeitos futuros dos fatos pretéritos. CC/02 a positivou em GRAU MÍNIMO (art. 2035, 2ª parte): o plano da eficácia do negócio jurídico é regulado pela norma em vigor no momento da produção de efeitos do negócio. 
***Validade ( lei do momento da celebração (art 2035 1ª parte)
***Eficácia ( lei do momento dos efeitos. (art. 2035 2ª parte) – RETROATIV. MÍNIMA
Ex: contrato de mútuo celebrado em 2001 (ato jurídico perfeito), prevendo juros de mora de 6% ao ano. CC/02 estabelecendo juros de 12% ao ano (artigo 406 CC). Lei nova não atinge o ato jurídico perfeito mas pode atingir os efeitos futuros dos fatos pretéritos. Pela retroatividade mínima, o banco cobrará 12% de juros de mora. 
Ex2: cláusula penal por não pagamento de cota condominial (Lei 4591/64, art 12§3º: era de 20% do valor da cota). Com CC/02, no 1336§1º: 2% da cota. Mesmo que na convenção de condomínio esteja 20%, aplica-se 2%. 
RETROATIVIDADE MÍNIMA VIOLA A CF, que proíbe retroação injusta ??? 3 correntes:
Não – Doutrina e enunciados do CJF (164 e 300), pq retroatividade mínima não é retroatividade e sim mera aplicação imediata da norma. *** Para COUTO, o princípio fundamental é que a lei deve ser aplicada aos fatos presentes e futuros. A aplicabilidade atual da nova lei, a partir de sua vigência, é mera aplicação imediata da lei, e não ofensa a direito adquirido: não há direito adquirido a fazer fatos atuais escaparem da lei atual. Não é adquirido o direito em relação a situações que estão ocorrendo, e devem ser regidas pela lei atual. 
Sim – STF – não admite a retroatividade mínima. Mas não declarou a inconstitucionalidade do 2035 em ação direta (pq não provocado), apenas incidentalmente. Marco: ADI 493 de 1992 – Relator: Min. Moreira Alves. Casos: Nova lei de plano de saúde (Lei 9656/98): previa ser aplicável aos contratos futuros (OK) e atuais (problema: contratos atuais, já celebrados).STF considerou INCF a parte dos “atuais”. Questão dos royalties do petróleo (Lei 12.734/12): art. 3º e 5º - a nova divisão de royalties será realizada nos contratos atuais (não pode: é retroatividade mínima) e futuros.
Posição mediana - STJ – Concorda com o STF e não admite a retroatividade mínima (ex: CDC não se aplica aos contratos realizados anteriormente à sua vigência). Mas nos contratos de execução diferida e trato sucessivo, cada pagamento realizado opera uma renovação tácita do contrato. Quando essa renovação tácita ocorrer no vigor da lei nova, a ela se subordina. S. 285 STJ
	- Súmula 654/STF: se o Poder Público aprova uma lei com efeitos retroativos benéficos à sociedade, o Estado não pode depois invocar a irretroatividade. 
A) DIREITO ADQUIRDO
	Guilherme Couto: é o direito definitivamente incorporado ao patrimônio subjetivo de seu titular. Para que isso aconteça, todos os fatores aquisitivos devem estar completados, pois, do contrário, existe apenas a expectativa de direito.
- Teorias:
i) TEORIA SUBJETIVAS - análise é feita sob a perspectiva do sujeito de direito. GABBA: direito adquirido apresenta 3 elementos: a)fato idôneo suficiente para produzir o direito. b)a existência de efeitos que não se esgotaram no momento que a nova lei começou a vigorar. c)incorporação ao patrimônio jurídico.
ii) TEORIA OBJETIVA - a análise é feita com foco nos fatos e não nos sujeitos. DE PAGE estabelece 4 regras básicas. 1) a lei nova atinge situações nascidas e definitivamente cumpridas (situação consumada).2)a lei nova atinge os efeitos futuros dos atos anteriores. 3)em matéria de contratos, os efeitos futuros não poderão ser atingidos. 4)lei nova aplica-se aos contratos em curso quando o legislador declarar expressamente ou a lei for de ordem pública. -regra que não se aplica no direito brasileiro. Essa regra vale em ordenamentos que a questão do conflito temporal de normas é tratado pela lei, no Brasil esse tratamento está presente no texto constitucional.
** essa teoria OBJETIVA exerce influência na jurisprudência nacional -ex.: redução do limite máximo para lei convenção condominial (20 %  2 %). As convenções condominiais anteriores à alteração caracterizaria ato jurídico perfeito ou direito adquirido? Podem ser atingidos pela alteração? -STJ – a redução atinge mesmo as convenções anteriores, sem a caracterização de violação [influência da teoria trazida por Duguit].
** TEORIA ADOTADA NO BRASIL: O ordenamento brasileiro adotou a doutrina de SUBJETIVA de GABBA [art. 5º, XXXVI, CF; art. 6º, LICC], mas a jurisprudência nacional tem dado relevância às teorias objetivas.
		“Os julgados raciocinam utilizando as teorias objetivas e decidem utilizando as teorias subjetivas”. [por isso não é possível desconsiderar as teorias objetivistas, apesar de o ordenamento adotar expressamente a teoria subjetiva]
OBS: DIREITO ADQUIRIDO anteriormente ao surgimento de uma NOVA CONSTITUIÇÃO não estão protegidos contra ela, salvo se a própria constituição assim o desejar (ADI 248.RJ). Em relação a emendas constitucionais, há posicionamento em ambos os sentido, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, pela possibilidade e impossibilidade de flexibilização. O STF afirma que o direito adquirido não poderia ser levado aos extremos, já que se fosse assim não poderia ter havido a abolição da escravatura, pois os senhores teriam direito adquirido aos seus escravos
B) ATO JURÍDICO PERFEITO: O já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. ato que cumpriu integralmente as fases do seu ciclo de formação ao tempo da norma revogada, que não pode ser prejudicado pela alteração posterior do parâmetro normativo.
	-há quem defenda que a defesa do ato jurídico perfeito caracteriza uma redundância do ordenamento. A simples proteção do direito adquirido já seria suficiente, pois o ato jurídico representaria a fonte do direito adquirido, protegendo um, o ordenamento já estaria protegendo o outro.
	-outra parte da doutrina defende tese diversa. Ato jurídico perfeito e direito adquirido representam situações distintas, não havendo redundância alguma na proteção dos dois institutos. O ato jurídico perfeito pode ser fonte tanto do direito adquirido como de direito eventual, a previsão de proteção específica desse instituto representa uma proteção maior do ordenamento (proteção tanto daquilo que representa a fonte do direito adquirido, como daquilo que representa a fonte do direito eventual).
	PORTANTO: 	- fonte de direito adquirido E - fonte de direito eventual: o ato existe, mas o direito ainda não teria sido inserido no patrimônio jurídico do sujeito. [ex.: existência de uma condição suspensiva] [art. 125, NCC]
C) COISA JULGADA: É a imutabilidade e indiscutibilidade quando não mais cabível qualquer recurso.
ART6º§3º LINDB ( decisão
ART. 467 CPC ( eficácia
ART 5 CF ( intertemporal
STF: não só intertemporal, mas também em face de novas leis e entendimentos jurisdicionais.
** PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DA COISA JULGADA: COISA JULGADA MATERIAL OU COISA JULGADA formal?
	-o texto constitucional não faz distinção entre coisa julgada material ou formal. A distinção entre uma e outra é feita pela doutrina processualista. O entendimento da doutrina e da jurisprudência do STF é de que a proteção constitucional atinge tanto a coisa julgada material quanto a coisa JULGADA formal.
*** RELATIVIZAÇÃO DA CJ - CJ INCONSTITUCIONAL: Dinamarco, Teresa Wambier. Valores como justiça, moralidade, ética. Para combater uma injustiça grave estabilzada pela CJ. Exemplos: desapropriação e investigação de paternidade – evolução tecnológica com exame e DNA e direito da personalidade (juris apenas esses. Doutrina admite em mais casos, mas na jurisprudência prevalece a segurança jurídica). Barbosa Moreira: no Brasil, a coisa julgada nunca foi absoluta, podendo ser quebrada por rescisória. A rigor, a CJ não é incostitucional e sim o conteúdo da sentença.
1.6.9 Prescrição e Decadência. SERÃO MELHOR TRATADAS NO PONTO 7
- DISTINÇÃO: Agnelo Amorin Filho.
PRESCRIÇÃO: é a perda da pretensão, que é a possibilidade de se exigiro cumprimento de uma obrigação de dar, fazer, ou não-fazer. Relaciona-se com ordem privada. Não extingue a obrigação em si. Prazos: 205 e 206. Ações condenatórias não são mais cabíveis pois extinta a pretensão. Guilherme Couto: A prescrição põe fim à exigibilidade do direito.
DECADÊNCIA: é a perda do próprio direito, do direito potestativo (direito de uma pessoa intervir na seara alheia, colocando o sujeito passivo em estado de sujeição, relacionando-se com a ordem pública. ex: direito de anular um contrato). Ações relacionadas: constitutivas ou descontituvias.
Em esquema: 
PRESCRIÇÃO - PRETENSÃO - DIREITO SUBJETIVO - AÇÕES CONDENATÓRIAS
DECADÊNCIA - PRÓPRIO DIREITO - DIREITO POTESTATIVO - AÇÕES CONSTITUTIVAS
** outras situações:
-art. 37, § 5º, CF -– AÇÃO DE RESSARCIMENTO EM CASO DE LESÃO AO ERÁRIO SERIA IMPRESCRITÍVEL. (pretensão não sujeita à prescrição) -os constitucionalistas defendem que a primeira parte do dispositivo estaria se referindo à prescrição penal, e a parte final, à prescrição civil. Haveria uma prescrição penal, mas não uma prescrição civil; -os administrativistas defendem que essa imprescritibilidade atingiria a responsabilidade administrativa. Nenhuma dessas posições é unânime nem na doutrina nem na jurisprudência. Quem defende posicionamento contrário critica a imprescritibilidade em decorrência da insegurança por ela promovida. -STJ já se manifestou nos dois sentidos. -STF não tem posicionamento nesse sentido.
 - art. 156, V, CF - no direito tributário a prescrição e a decadência atingem o direito. Decadência no direito tributário ocorre antes do lançamento (com a ocorrência do fato gerador, surge um direito potestativo, direito de constituir o crédito tributário) e prescrição no direito tributário ocorre depois do lançamento (a pretensão surge a partir do inadimplemento do crédito tributário). O reconhecimento da prescrição não atinge a pretensão, mas o direito material (crédito tributário). - em decorrência desse fato é que se defende que o pagamento de um crédito tributário prescrito gera o direito de repetição [diferente do que ocorre no direito civil]. Algumas procuradorias, em especial a da Fazenda Nacional, defendem que não existiria direito à devolução no caso de pagamento de crédito tributário prescrito. O crédito tributário surgiria com o lançamento, mas o direito surgiria com o fato gerador. [defendida pela Fazenda Nacional]. [não é o posicionamento que prevalece
- ações imprescritíveis: deveriam ser denominadas de ações indecadenciáveis - são ações que tem objetivo de amparar direitos potestativos não sujeitos à decadência. Ex: ações declaratórias, ações de divisão e demarcação; ação de investigação de paternidade.
- IMPRESCRITIBILIDADE E ATOS ABSOLUTAMENTE NULOS - nas hipóteses de absoluta nulidade, embora, em tese, a ação seja imprescritível, os efeitos condenatórios ou patrimoniais são atingidos. Nesses casos a ação é imprescritível, mas faltará uma das condições da ação, qual seja, o interesse de agir. Embora esteja pleiteando o reconhecimento judicial de uma nulidade absoluta, faltará interesse uma vez que os efeitos patrimoniais pretendidos já foram atingidos, por isso a falta de interesse de agir.
	-ex.: compra e venda realizada por um menor absolutamente incapaz. [-se o objeto foi um imóvel, ainda que o ato tenha sido nulo, existe a possibilidade de caracterização da usucapião] - se for um contrato de execução diferida haverá interesse uma vez que os efeitos patrimoniais ainda persistem.
- IMPRESCRITIBILIDADE NO DIREITO AMBIENTAL - doutrina defende que a responsabilização civil por dano ambiental é imprescritível - fundamento: a titularidade do direito ambiental é difusa, pertence às gerações atuais e futuras. Não seria possível aceitar uma penalização como a decorrente da prescrição àquela geração que sequer existe.
	QUADRO COMPARATIVO : PRESCRIÇÃO X DECADÊNCIA
	
	PRESCRIÇÃO
	DECADÊNCIA
	
	Só tem origem na lei
	Tem origem na lei, no contrato e no testamento
	
	É renunciável, depois de consumada, se não causar prejuízo a terceiros
	A decadência legal é irrenunciável, enquanto a decadência convencional é renunciável
	
	Há um prazo geral residual
	Não há prazo geral residual
	
	Tem natural aplicação das causas suspensivas, impeditivas ou interruptivas
	Não se suspende nem tem causa interruptiva, salvo disposição em contrário. Ex: vício redibitório de difícil verificação – enquanto não se tornar aparente, o prazo não corre
	
	Será decretada de ofício
	A decadência legal será decretada de ofício, mas a convencional não.
	CRITÉRIOS DE DISTINÇÃO
	
	
	LEGAL
	prevista nos arts. 205 e 206 do NCC.
	todos os prazos previstos fora dos arts. 205 e 206 do NCC.
	CIENTÍFICO 
[AGNELO AMORIM FILHO –PROVIMENTO JURISDICIONAL]
	-provimento constitutivo que tenha previsão de prazo para seu exercício.
	-provimento condenatório.
	DIREITO VIOLADO
	direito subjetivo.
	direito potestativo.
	EXISTÊNCIA ANTERIOR DE DIREITO
	existência de direito anterior.
	inexiste direito anterior.
	FORMA PELA QUAL É PREVISTA
	só em anos [1, 2, 3, 4, 5 e 10 anos].
	em dias, meses e anos.
PERGUNTAS DA PROVA ORAL
Em que consiste a chamada vacatio legis? 
A lei em vacatio revoga a legislação anterior? 
No que consiste a repristinação? 
A LINDB estabelece que “ninguém se escusa de cumprir a lei...”. Fale sobre o erro de direito no direito privado. Formule um exemplo.  
Relativização da Coisa Julgada. Como você encara isso? 
�	 NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil Anotado e legislação extravagante. 2ª ed. rev. e ampl. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2.003.

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