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Segurança do paciente na administração, preparo de medicamentos e aspectos legais Este material mostra a importância dos cuidados da enfermagem no preparo e administração de medicamentos, visando à capacitação do profissional da saúde para evitar eventos adversos. 1 Índice Índice..................................................................................... 1 Regras básicas na administração dos medicamentos ........................... 2 Relevância do conhecimento ..................................................... 2 Prescrição de medicamento......................................................... 2 “11 certos” .......................................................................... 3 Cuidados de enfermagem no preparo dos medicamentos ......................... 3 Segurança na medicação ............................................................ 5 Introdução .......................................................................... 5 Eventos adversos .................................................................. 5 Etapas da terapia medicamentosa ............................................... 6 Erros de medicação ................................................................ 7 Tipos de erro de medicação ...................................................... 7 Referências bibliográficas ............................................................. 9 2 Regras básicas na administração dos medicamentos Relevância do conhecimento A administração de medicamentos requer, além de habilidade manual, conhecimento e segurança, que promovam o correto tratamento do paciente. O seu conhecimento e atenção são imprescindíveis para a exatidão dos procedimentos, melhores resultados e nenhuma margem de erro. A administração de medicamentos demanda conhecimentos de áreas como: microbiologia, farmacologia e dos cuidados de enfermagem. Em outras palavras, oferecer o medicamento certo para a pessoa certa, da forma certa. Atenção e responsabilidade nesse processo evitam consequências que podem ser irreversíveis e até mortais. Prescrição de medicamento Todo medicamento deve ser prescrito pelo médico e conter os itens conforme apresentado. 3 “11 certos” Para auxílio na correta prática de enfermagem, você conhecerá os “11 certos” que precisam ser checados em toda medicação de paciente que devem ser utilizados em todo administração de medicamentos. 1) Técnica correta. 2) Medicação correta. 3) Dose correta. 4) Rótulo correto. 5) Paciente correto. 6) Volume de diluição correto. 7) Tempo de infusão correto. 8) Direito de recusar. 9) Via de administração correta. 10) Hora correta. 11) Orientação ao paciente. Cuidados de enfermagem no preparo dos medicamentos Manter-se concentrado e atento no preparo (não realizar atividades paralelas). Não preparar o medicamento com dúvidas. Lavar as mãos. Limpar a bandeja e a bancada com álcool 70º. Manter a prescrição médica ao lado da bandeja. Usar somente frascos com rótulos. Rotular o medicamento com os 5 certos: nome paciente e leito, nome da medicação, via de administração circulado, dosagem da medicação e horário. Não sujar os rótulos. Agitar sempre as suspensões. Abrir um frasco por vez, mantendo a tampa com a boca virada para cima. Ler o rótulo do medicamento 3 vezes: antes de retirar do recipiente, antes de aspirar ou colocar no copo se for VO e antes de desprezar ampola ou frasco vazio. Não misturar medicamentos. Nunca recolocar o medicamento no frasco. Desprezar medicamento quando houver alteração de cor e consistência ou com qualquer aspecto estranho. 4 Após os cuidados realizados durante o preparo da medicação, também é necessário atentar-se aos seguintes cuidados durante a administração. 1. Não administrar medicamento preparado por outra pessoa. 2. Não deixar medicamento com o paciente para que ele tome depois. 3. Não deixar a bandeja de medicação no quarto, caso precise sair. 4. Conferir o nome do paciente e/ou pulseira de identificação, antes de administrar a medicação. 5. Observar a presença de sinais e sintomas que contraindiquem a medicação, antes de administrá-la. 5 Segurança na medicação Introdução Talvez, você já tenha ouvido a frase “errando é que se aprende”, que é aplicada em muitas situações do nosso dia a dia. Na área da saúde, os erros devem ser reconhecidos antes que ocorram, pois a prevenção para o correto tratamento e adversidades é indispensável. Eventos adversos Eventos adversos são erros e incidentes que resultam em danos ao cuidado da saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que esses danos ocorram em dezenas de milhares de pessoas todos os anos em diversos países. Na Europa, estudos realizados sobre a Qualidade da Atenção Hospitalar mostram que 1 a cada 10 pacientes sofrem danos evitáveis e eventos adversos ocasionados durante a assistência prestada. A maioria desses danos é evitável e a prevenção envolve a adoção de mudanças que reduzam a probabilidade da ocorrência. No campo relacionado com a assistência à saúde, Donabedian (1978) definiu qualidade como “a obtenção dos maiores benefícios com os menores riscos ao paciente e ao menor custo”, focando na tríade de gestão de estrutura, processo e resultado (Donabedian, 1986). Segundo Gallotti, 50 a 60% dos eventos são evitáveis. 6 Mediante esse cenário, a movimentação para a segurança do paciente é vivenciada por uma nova abordagem, a de “repensar os processos assistenciais”, com o intuito de antecipar a ocorrência dos erros antes que causem danos aos pacientes em serviços de saúde. Etapas da terapia medicamentosa Para antecipar a ocorrência desses erros, você conhecerá agora sete pontos da terapia medicamentosa que devem ser observados para o tratamento adequado. As etapas da terapia medicamentosa são: Prescrição: é o momento que o médico indica a terapia medicamentosa para o paciente. Todas as vezes que a prescrição for recebida via telefone, o enfermeiro deve seguir algumas etapas para ajudar a assegurar a exatidão e segurança do procedimento. Confirmar o nome do médico e se ele é do corpo clinico do hospital; Confirmar o nome do paciente e o diagnóstico. Solicitar que outro enfermeiro escute a ligação para confirmar o recebimento da mesma ordem. Repetir o nome do medicamento prescrito para o médico e verificar se ele ouviu corretamente. Solicitar ao médico que soletre o nome do medicamento, se necessário. Repetir um a um os números da dose prescrita. Escrever a prescrição, destacando que foi uma prescrição via telefone, assinando e datando em seguida. Administrar o medicamento conforme prescrito. O médico também deverá assinar a prescrição escrita por você dentro do tempo permitido conforme protocolo da instituição. Transcrição: é a reescrita da prescrição médica, digitalizada para o sistema eletrônico que alimenta, automaticamente, o sistema da farmácia. Em alguns hospitais, existem protocolos para transcrição de ordens médicas, entretanto tal procedimento pode induzir à omissão ou erro na transmissão da informação. Dispensação: é o armazenamento de medicamentos em local específico para ser distribuído. Distribuição: é o fornecimento de medicamentos ao profissional de enfermagem ou consumidor, a fim de ser preparado e administrado. Preparo: é a identificação da droga, da indicação,dosagem, orientação ao paciente e vias de acesso antes da administração. 7 Administração: é o modo correto para conduzir os procedimentos de medicação. Monitorização: é a observação do paciente após administração da medicação buscando identificar possíveis efeitos ou reações da droga. Erros de medicação Alguns erros de medicação também comprometem o tratamento do paciente, sendo necessária total atenção para o correto tratamento e segurança do paciente. Os erros na medicação são considerados eventos adversos, tendo a possibilidade de serem evitados. Esses eventos podem ou não causar algum dano ao paciente e ainda podem ocorrer em um ou vários momentos do processo de medicação. Para prevenir esses erros, é indicada a implementação de barreiras em cada uma das etapas da terapia medicamentosa, são elas: paciente certo; medicamento certo; dose certa; via certa; hora certa. Essas barreiras fazem parte dos 11 certos utilizados na terapia medicamentosa. Tipos de erro de medicação Os erros de medicação podem ser: 1) erro de prescrição: escolha incorreta do medicamento (médico); prescrição ilegível ou incompleta; prescrição incorreta da dose, administração, velocidade de infusão, forma de apresentação do medicamento. 2) erro de dispensação: distribuição incorreta do medicamento prescrito ao paciente. 3) erro de omissão: não administração do medicamento ao paciente e/ou ausência de registro sobre isso. 4) erro de horário: administração do medicamento feito fora do prazo da prescrição do médico. 8 5) erro de administração de medicamento não autorizado: medicamento não autorizado; paciente errado; medicamento errado; não autorizado pelo médico; prescrição desatualizada. 6) erro de dose: dose maior ou menor que a prescrita; dose extra ou duplicada do medicamento. 7) erro de apresentação: medicamento com aspecto diferente do prescrito. 8) erro de preparo: medicamento com fórmula e manipulação erradas; armazenamento inadequado; falha na assepsia; identificação incorreta do fármaco; escolha inadequada dos acessórios de infusão. 9) erro de administração: falha na administração e assepsia do medicamento, por via diferente da prescrita, em local errado, com velocidade de infusão incorreta. 10) erro com medicamentos deteriorados: data de validade expirada, ocorrendo danos na integridade física ou química do medicamento. 11) erro de monitoração: falha no monitoramento de dados clínicos e laboratoriais antes, durante e depois da administração do medicamento, para avaliar como está a resposta do paciente à terapia prescrita. 12) erro em razão da não aderência do paciente e/ou família : comportamento inadequado do paciente e ou cuidador na participação do tratamento. 9 Referências bibliográficas 1. DONABEDIAN, Avedis. The role of outcomes in quality assessment and assurance. In: GRAHAN, Nancy O. Quality in health care: theory, applications, and evolution. Gaithersburg: Aspes Publication, 1995. p. 198-209. 2. HARADA, Maria de Jesus; PEDREIRA, Mavilde. Enfermagem dia a dia. Segurança do paciente. São Caetano do Sul, SP: Yendis, 2010. 3. WACHTER, Robert. Compreendendo a Segurança do paciente. Porto Alegre, RS: Artmed, 2010.
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