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Penal I - Principios

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TEMA: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE DIREITO PENAL
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (Art. 5º, XXXIX, CF; e Art. 1º, CP)
O princípio da legalidade, também conhecido como princípio da reserva legal, traduz-se pela expressão “nullum crimen nulla poena sine lege”.
O art. 5º, XXXIX, da CF, assim dispõe: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”, redação esta também contida no art. 1º do Código Penal.
Significa que não pode haver crime, nem tampouco imposição de pena sem prévia cominação legal – nullum crimen nulla poena sine lege –, sem lei anterior escrita, certa e estrita, sendo vedado o uso da analogia.
1.1. Princípio da Irretroatividade da Lei Penal ou Lei Prévia: não pode a lei, como regra, alcançar fatos anteriores à sua vigência. Em reforço ao princípio da legalidade, o art. 5º, XL, da Constituição Federal, estabelece que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o Réu (Ex: caso de revogação do crime de adultério em 2005). 
1.2. Princípio da Lei Escrita: a criação de crimes e penas somente pode decorrer de Lei em sentido formal e material. Não se admite o uso dos costumes para este fim. Lei em sentido formal é aquela aprovada pelo congresso, pelo procedimento constitucionalmente previsto. Não pode decorrer de Medida Provisória, pois, apesar desta ter força de lei, não é lei em sentido formal (art. 62, §1º, I, “b”, CF), sendo vedado à mesma tratar de assuntos de direito penal, processual penal e processual civil. Lei em sentido material é aquela norma de caráter geral e abstrato.
1.3. Princípio da lei certa: significa dizer que é proibido o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas. Se o fato não foi previsto expressamente pelo legislador, não pode o intérprete valer-se da analogia a fim de abranger fatos similares em prejuízo do agente. É vedado o uso da analogia in malla partem. (Ex: homem com 04 (quatro) companheiras x crime de bigamia, e hipótese de permissão de aborto no caso de atentado violento ao pudor).
Admite-se, por outro lado a interpretação analógica. O legislador, em determinadas passagens do CP, em razão de não poder prever todas as situações que poderiam ocorrer na vida em sociedade, e que seriam semelhantes àquelas por ele já previstas, permitiu, expressamente, o uso da interpretação analógica ou intra legem, que serve para ampliar o alcance da norma penal.
Interpretação analógica se verifica quando, a uma fórmula casuística, que serve de orientação ao intérprete, segue-se uma fórmula genérica (Ex: art. 121, § 2º, III e IV, do CP).
A diferença reside na voluntas legis: na interpretação analógica, busca a norma abranger os casos semelhantes ao por ela regulados; na analogia, por sua vez, ocorre o contrário, pois não é pretensão da lei aplicar o seu conceito aos casos análogos.
1.4. Princípio da Taxatividade ou da lei estrita: significa que a norma penal deve descrever a conduta proibida de forma clara e precisa, não se admitindo a criação de tipos penais que contenham conceitos vagos, indeterminados ou imprecisos. 
Trata-se de imperativo lógico do princípio da legalidade ou reserva legal. São vedados, dessa forma, tipos penais como: “são proibidas quaisquer condutas que atentem contra os interesses da pátria”. 
A expressão interesses da pátria é muito vaga e imprecisa, haja vista que pode significar tudo aquilo que o intérprete da norma quiser e bem entender, violando o princípio da legalidade. 
O legislador pátrio, infelizmente, tem cada vez mais abusado de termos vagos e imprecisos na elaboração das leis penais, cabendo ao Poder Judiciário declarar a inconstitucionalidade dos respectivos dispositivos legais, por ofensa ao princípio da legalidade ou reserva legal (Ex: art. 5º da Lei 7.492/86; art. 71 da Lei 8.078/90, etc).
2. PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA (Art. 5º, XLV, CF)
Significa ser a pena personalíssima, qualquer que seja a sua modalidade (privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa), não podendo passar da pessoa do condenado. Nos tempos antigos, era muito comum a pena atingir o grupo familiar ou social do sentenciado. 
Havendo o falecimento do condenado, por exemplo, a pena que lhe foi infligida, ainda que de natureza pecuniária, não poderá ser estendida a ninguém, tendo em vista o seu caráter personalíssimo.
Em caso de responsabilidade civil, todavia, havendo morte do condenado e tendo havido a transferência de seus bens aos sucessores, estes ficam obrigados a reparar o dano, até as forças da herança. 
3. PRINCÍPIO DA HUMANIDADE (Art. 5º, XLVII, CF)
Significa dizer que o Brasil veda a imposição de qualquer pena que viole a dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos do nosso Estado Democrático de Direito, insculpido no art. 1º, III, da CF. 
Proíbe-se, assim, a aplicação de penas que vulnerem a integridade física ou mental do condenado.
Ficam vedadas expressamente as penas de morte (salvo na hipótese de guerra declarada - OAB), de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento (expulsão do território nacional) e cruéis (açoites, mutilações, isto é, desumanas e degradantes).
Ex: Nos EUA, um sujeito cometeu mais de 12 (doze) estupros. Iria ser condenado à pena de morte e resolveu propor acordo com o MP para que houvesse a sua castração química. No Brasil, tal pena não poderia ser aplicada, pois qualquer espécie de pena corporal não é permitida.
De acordo com o STF, é vedada a pena e medida de segurança de caráter perpétuo. Embora o limite máximo de cumprimento da pena seja de 30 anos no Brasil, os benefícios da progressão de regime e livramento cond. serão calculados com base no total da condenação (Súmula 715 do STF).
4. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (Art. 5º, XLVI, da CF)
Por este princípio, cada sanção penal deve ser fixada de acordo com a natureza do crime e as características do condenado. Para cada Réu, o Estado deve aplicar a pena exata e merecida, evitando-se a pena padrão. 
A individualização da pena é feita pelo legislador (cominação), pelo Juiz (aplicação) e durante a execução da pena (execução). 
O STF entendeu ser inconstitucional, por ofensa a este princípio, o artigo da lei de crimes hediondos que vedava a progressão de regime. No ano de 2007, a referida Lei foi modificada e instituiu requisitos específicos para progressão de regime do condenado por crime hediondo.
5. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
A pena deve ser proporcional ao delito, guardando equilíbrio entre o crime praticado e a pena imposta. Não se punem, igualmente, o furto e o homicídio. Dirige-se tenta ao legislador, quanto ao Juiz.
6. PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
Nullum crimen sine culpa. A pena só pode ser imposta a quem, agindo com dolo ou culpa, e merecendo juízo de reprovação, cometeu um crime (fato típico, ilícito e culpável). O juízo de culpabilidade repudia a responsabilidade penal objetiva, sendo imprescindível a verificação de dolo ou culpa do agente.
Por esse princípio, cuja doutrina enxerga sua previsão constitucional no art. 5º, XLV, CF, ninguém pode ser responsabilizado por fato de terceiro ou de forma objetiva, devendo-se apurar, sempre, ter o autor agido com dolo ou culpa.
7. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
Também denominado de princípio da necessidade ou da ultima ratio, segundo o qual o Direito Penal somente deverá atuar quando os demais ramos do direito forem incapazes de proteger eficazmente os bens jurídicos considerados de maior relevância social.
Do princípio da intervenção mínima decorre o caráter fragmentário do Direito Penal, bem como a sua natureza subsidiária. 
Atribui-se o caráter fragmentário ao Direito Penal porque não são todos os bens jurídicos, nem tampouco todas as lesões que constituem objeto de sua proteção, mas tão somente uma pequena parte (fragmento), uma limitada parcela que, sem dúvida, ao menos em tese, são os mais relevantes e necessários ao convívio em sociedade. (Ex: Adultério deixou de ser crime em 2005; não há crime no inadimplementode contrato de locação).
A natureza subsidiária do Direito Penal, por sua vez, reside no fato de que, constituindo-se este subsistema jurídico na maneira mais violenta de intervenção do Estado na vida dos cidadãos, a sua utilização apenas se justifica quando as outras formas extrapenais de controle social não forem suficientemente capazes de proteger os bens jurídicos tidos como fundamentais.
Exemplo mais recente da completa violação ao Princípio Constitucional Penal da Intervenção Mínima consiste na LEI SECA, em face da total desnecessidade do legislador se valer do Direito Penal nesse caso.
8. PRINCÍPIO DA LESIVIDADE OU OFENSIVIDADE
Pelo princípio da lesividade ou ofensividade, o Direito Penal somente deve ser aplicado quando a conduta praticada pelo agente causar uma lesão ou ameaça de lesão a um bem jurídico relevante de terceiro. Em outras palavras, apenas em face de um efetivo ataque a um bem jurídico relevante alheio deve intervir o Direito Penal.
Assim, aquilo que for da própria esfera do agente deverá ser respeitado pela sociedade e, sobretudo pelo Estado, não podendo ninguém ser penalmente punido, por exemplo, pelo que pensa ou por sentimentos pessoais negativos (ira, ódio, raiva, etc.), por condutas lesivas que não ultrapassem o âmbito do autor (autolesão, tentativa de suicídio, etc.), por condutas desviadas sob o ponto de vista moral (não gostar de tomar banho, tatuar o próprio corpo, se entregar a práticas sexuais anormais, etc.), desde que não lesivas a terceiros. 
Inclui-se aqui, também, a figura do crime impossível. Não se pode punir, por exemplo, aquele que quer matar quem já está morto; ou que quer furtar quem não tem dinheiro, etc.
9. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Pelo Princípio da Insignificância, impõe-se que as condutas de pouca ou ínfima lesividade sejam afastadas das severas consequências jurídicas de uma norma penal incriminadora. Como ultima ratio, o Direito Penal não deve cuidar de todas as lesões ao bem jurídico, apenas das mais graves.
Cumpre, neste particular, transcrever as célebres palavras de Francisco de Assis Toledo, a saber: “segundo o princípio da insignificância, que se revela por inteiro pela sua própria denominação, o direito penal, por sua natureza fragmentária, só vai aonde seja necessário para a proteção do bem jurídico. NÃO DEVE OCUPAR-SE DE BAGATELAS.”
Não faz sentido, portanto, o Juiz aplicar uma sanção penal em casos de furto de coisa insignificante, prática de crime de dano cuja lesão seja desprezível, bem como quando o imposto que não foi pago no crime de descaminho seja ínfimo, dada à insignificância da lesão ao bem jurídico protegido, devendo ser afastada a tipicidade da conduta.
11. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
Por este princípio, cuja primeira menção se deve a Welzel, as condutas que se consideram socialmente adequadas aos valores da sociedade não podem constituir crimes e, por isso, não se revestem de tipicidade.
Os tribunais pátrios, especificamente em relação à contravenção penal do “jogo do bicho”, têm rejeitado a tese de que as condutas daqueles que se vêem envolvidos com a aludida contravenção são socialmente adequadas.
Ex: Art. 229, do CP: “Manter casa de prostituição ou local destinado a encontros com fim libidinoso.” É possível se enquadrar aqui, dentre outras, a situação dos motéis. A conduta está socialmente adequada.
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