Resenha do filme A caça

Prévia do material em texto

Psicologia do Cotidiano
Resenha do filme “a Caça”
Resumo do filme:
Lucas é um pai divorciado, que trabalha em uma escola infantil, ele tenta recomeçar sua vida amorosa namorando uma colega de trabalho, nas folgas ele gosta de caçar animais e beber com os amigos. Uma de suas alunas é Clara, filha de um amigo seu, eles tem uma vida familiar conturbada, seu irmão mais velho não mede as palavras diante da criança, sem receber a atenção necessária de sua família ela vê em Lucas um amigo e ao vê- lo se divertindo com outros alunos ficam enciumada e inventa uma mentira dizendo que Lucas a fez tocar em suas partes intimas(repetindo palavras que ouviu seu irmão dizer) ela diz isso para a diretora da escola onde estuda e aonde Lucas trabalha. A diretora fica transtornada com a possibilidade de ter havido um caso de abuso em sua escola e chama um homem (creio que seja psicólogo) para conversar com Clara, esse induz a criança ao erro fazendo perguntas fechadas como se confirmasse a historia que Clara inventou anteriormente.
Como existe a crença que criança não mente, todos o consideram culpado mesmo a policia não encontrando provas do abuso, inclusive sua namorada o questiona sobre essa possibilidade e Lucas termina o relacionamento, os únicos que acreditam em sua inocência são Marcos (seu filho) e o padrinho do menino. A essa altura outras crianças também dizem ter sido abusadas por Lucas que acaba preso, elas contam uma mesma historia com detalhes de um porão na casa dele, porém a casa de Lucas não tem porão, o que comprova que elas estão mentindo, com o andar das investigações ele é inocentado por falta de provas, mas para a população da pequena cidade onde mora isso não faz diferença, Lucas mesmo livre tem sua casa apedrejada e sua cachorra Fani companheira de muitos anos é morta cruelmente em represália a sua soltura, seu filho marcos presencia tudo e se revolta com a morte da cadela. No mercado além de ter que ver todos o encarando com desconfiança, é impedido de comprar, ao questionar o porquê, é violentamente agredido e expulso do local, indignado ele volta e agride um dos funcionários então o proprietário autoriza que ele compre e vá embora, enquanto caminha em direção a sua casa é visto todo ensanguentado por Clara e sua família, que ficam tristes ao vê-lo naquele estado.
Durante a missa de natal Lucas é hostilizado por todos os presentes, não aguentando mais aquela situação questiona o pai de Clara pedindo para ele olhar em seus olhos e dizer se achava que ele era culpado, ao voltar para casa o homem conversa com a criança que confessa que mentiu sobre Lucas, ele então decide ir atrás do amigo para se reconciliarem.
Passado um tempo, exatamente no dia da festa em que Marcos ganha sua licença para caçar, todos tratam Lucas como se nada tivesse acontecido, porém durante a primeira caçada de seu filho ele quase é atingido por um caçador desconhecido, ele chora pois sabe que mesmo inocente sempre carregará essa triste historia em seu passado.
Conclusão:
A meu ver a diretora foi extremamente equivocada em tomar providencias sem comunicar os pais de criança e chamar o psicólogo por conta própria para falar com a menina. O papel do psicólogo foi fundamental para incriminar Lucas, quando ele faz afirmações, ele induz a criança a criar uma fantasia em sua cabeça e repetir o que é dito por ele sem ela mesma saber o que é, sem investigar a situação familiar que ela estava inserida, sem pensar na possibilidade dela ter tido acesso a conteúdos impróprios para a menina. Seus amigos mesmo o conhecendo há muito tempo e sabendo do seu caráter, acreditaram na afirmação dada pelo profissional e pela diretora que ele realmente é um pedófilo, mesmo tendo sido inocentado pela policia.
A mentira criada por Clara trouxe graves problemas para Lucas, ele perdeu seu emprego, sua namorada, a liberdade, o respeito de todos e carregará traumas psicológicos profundos para sempre e terá sempre alguém que não irá acreditar na sua inocência. Como psicólogos nesse caso, não podemos afirmar nada, apenas levantar hipóteses e trabalhar psicologicamente as emoções e sentimentos da criança supostamente abusada.