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Estudo dirigido - Bioquímica do sangue.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
BIOQUÍMICA 
ESTUDO DIRIGIDO – BIOQUÍMICA DO SANGUE 
Definir sangue
O sangue é um tecido conjuntivo composto de matriz extracelular líquida, chamada de plasma sanguíneo ou simplesmente plasma, que comporta diversas células e fragmentos celulares. Suas três funções gerais são: transporte, regulação e proteção. 
Enumerar os constituintes do sangue.
O sangue possui dois componentes: o plasma sanguíneo, uma matriz extracelular líquida aquosa contendo substâncias dissolvidas, e elementos figurados, que são as células e os fragmentos celulares. Normalmente, quase todos os elementos figurados são glóbulos vermelhos ou eritrócitos. Os glóbulos brancos (os leucócitos) compõem menos de 1% dos elementos figurados.
 
Relacionar as principais funções do sangue. 
As principais funções do sangue são: Transporte – o sangue atua transportando oxigênio do pulmão para as células do corpo e CO2 das células ao pulmão, para exalação. Além disso, o sangue transporta os hormônios das glândulas endócrinas para células dos mais diversos sistemas do nosso corpo.
Regulação – o sangue ajuda a regular o pH, por meio de tampões. Ademais, também ajuda a ajustar a temperatura do corpo.
Proteção – a coagulação sanguínea impede a perda excessiva do sangue, após uma lesão. Seus leucócitos protegem o corpo contra doenças, realizando fagocitose.
Diferenciar plasma de soro.
O plasma corresponde ao sangue total, com exceção das células que o constitui. Já o soro, seria o sangue total com exceção das células e dos elementos de coagulação. Dessa forma, pode-se dizer que o soro é, basicamente, o plasma sem o fibrinogênio.
Citar a composição química do sangue, enumerando os componentes orgânicos e inorgânicos.
O sangue é composto basicamente de água (aproximadamente 90%), e pode ser dividido em plasma e células. É no plasma sanguíneo que encontramos alguns componentes orgânicos e outros inorgânicos. Os orgânicos correspondem às proteínas (albumina, globulina e fibrinogênio), nitrogenados não protéicos (uréia, amônia, aminoácidos, entre outros), açúcar (glicose), gorduras (colesterol, triglicerídeos, fosfolipídios e ácidos graxos). Já os inorgânicos são o cloro, iodo, fósforo, potássio, sódio, magnésio, ferro e sulfato.
Relacionar as funções das proteínas plasmáticas.
As proteínas plasmáticas -- entre as quais estão as albuminas, as alfa e betaglobulinas (transportadoras de lipídios, como o colesterol, e de açúcares, esteróides ou íons), o fibrinogênio (que intervém na coagulação) e as chamadas imunoglobulinas (gamaglobulinas, responsáveis pelas reações antígeno-anticorpo) -- contribuem de forma decisiva para a manutenção do pH e da pressão osmótica do sangue. As proteínas plasmáticas impedem a perda excessiva de líquido dos capilares: a água e a maioria das substâncias dissolvidas no plasma podem atravessar com facilidade as paredes dos capilares, o que não ocorre com as moléculas de proteína. Isso cria uma pressão osmótica que assegura a manutenção, dentro de certos limites, do nível de líquido nas vias circulatórias. Essa função reguladora é resultado, em grande parte, da presença da albumina.
Conceituar hemostasia.
É a sequência de respostas que interrompe o sangramento. Quando os vasos sanguíneos sofrem uma lesão, a resposta hemostática precisa ser rápida, restrita à região da lesão e cuidadosamente controlada para ser eficiente. Três mecanismos reduzem a perda de sangue: a constrição vascular, formação do tampão plaquetário e a coagulação do sangue. Quando bem-sucedida a hemostasia impede a hemorragia.
Relacionar os diferentes fatores da coagulação.
Fator I - Fibrinogênio – Origem: Fígado e SRE,
Fator II - Protrombina – Origem: Fígado,
Fator III - Fator tecidual/Tromboplastina – Origem: Tecidos em geral,
Fator IV - Cálcio – Origem: Tecidos em geral,
Fator V - Proacelerina, Fator lábil – Origem: Fígado, megacariócitos,
Fator VII - Procovertina, Fator estável – Origem: Fígado,
Fator VIIIC - Fator anti-hemofílico A – Origem: SRE, endotélio, fígado,
Fator VIIIvW - Fator von Willebrand – Origem: Endotélio, SRE, megacariócitos,
Fator IX - Fator anti-hemofílico B – Origem: Fígado,
Fator X - Fator Stuart-Prower – Origem: Fígado,
Fator XI - Antecedente tromboplástico do plasma – Origem: Fígado,
Fator XII - Fator de Contato/ Hageman – Origem: Fígado,
Fator XIII - Fator estabilizador da fibrina – Origem: Fígado, megacariócitos,
Precalicreína - Fator Fletcher – Origem: Fígado,
Cininogênio de alto peso molecular - Fator Fitzgerald-Williams – Origem:
Fígado,
Proteína C – Origem: Fígado,
Proteína S – Origem: Fígado
Descrever a ativação da coagulação pelas vias intrínsecas e extrínsecas. 
Nas vias extrínsecas, uma proteína tecidual chamada de fator tecidual (FT), vaza para o sangue e inicia a formação da protrombinase. O fator tecidual começa, então, uma sequência de reações que, por fim, ativam o fator de coagulação X. Uma vez ativado, este fator se combina com o fator V, na presença de Ca² +, para formar a enzima ativa protombinase, completando a via extrínseca.
Já nas vias intrínsecas, o processo é mais lento. Se as células endoteliais são danificadas o sangue entra em contato com fibras colágenas, o que ativa o fator de coagulação XII, que começa uma sequência de reações que, por fim, ativam o fator de coagulação X. 
Descrever a ativação dos fatores e o processo de coagulação pela via comum aos 2 sistemas, a partir da ativação do fator X. 
Uma vez ativado, o fator X se combina ao fator V para formar a enzima ativa protrombinase. A formação desta enzima assinala o início da via comum. A protrombinase e o Ca²+ catalisam a conversão da protrombina em trombina. No terceiro estágio, a trombina, na presença de Ca²+ , converte o fibrinogênio que é solúvel, em filamentos frouxos de fibrina, A trombina também ativa o fator XIII, que fortalece e estabiliza os filamentos de fibrina no coágulo resistente. O plasma contém certa quantidade de fator XIII, que também é liberado pelas plaquetas retidas no coágulo. 
Reconhecer o papel estrutural do fibrinogênio na formação do coágulo e como se dá sua ativação.
O fibrinogênio é uma glicoproteína hexamérica de grande importância para a formação do coágulo. Codificada por três genes - FGA, FGB e FGG - localizados no braço longo do cromossomo 1, está envolvido nas etapas finais da coagulação como precursor de monômeros de fibrina necessários para a formação do plug plaquetário. Possui alta massa molecular e é solúvel no plasma sanguíneo, covertendo-se em fibrina, quando ativado, pela ação da trombina, que é a enzima ativa.
Mostrar o papel do fator XIII na conversão do coágulo frouxo no coágulo compacto.
A Trombina ativa o fator XIII (Fator estabilizador da Fibrina) tornando o
“plug” fibrina/plaqueta estável, pois no sítio da lesão vascular a fibrina
Inicialmente é instável.
Descrever a função da plasmina na fibrinólise.
A Plasmina é uma importante enzima presente no sangue que degrada
muitas proteínas do plasma sanguíneo, mais notavelmente os coágulos de
fibrina. A degradação da fibrina é chamada de fibrinólise. Ela é uma protease
serina que é liberada como plasminogênio (pró-fibrinolisina) na circulação e
ativada pelo ativador de plasminogênio tecidual (AP-t), ativador de
plasminogênio uroquinase (uPA), trombina, fibrina e fator XII. É inativada pela
antiplasmina-alfa 2, uma inibidor de protease serina. É composta de duas
cadeias polipeptídicas, leve (B) e pesada (A), com peso molecular de 75.000. A
deficiência de plasmina pode gerar trombose, já que os coágulos não são
degradados adequadamente.

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