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Ponto 3 - Processo Civil

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PONTO 3 - Direito Processual Civil: Jurisdição. Conceito. Características. Natureza Jurídica. Princípios. Limites. Competência. Critérios Determinadores. Competência Internacional c Interna. Competência Absoluta e Relativa. Modificações. Meios de Declaração de Incompetência. Conflitos de Competência. Perpetuação da Jurisdição. Competência da Justiça Federal e dos Juizados Especiais Federais. Ação de Prestação de Contas. Ações Possessórias. Desapropriação. Ação Discriminatória.
ANA LUCIA PETRI BETTO analuciabetto@hotmail.com
3.11.1 JURISDIÇÃO: Conceito. Características. Natureza Jurídica. Princípios. Limites.
Lembrar: 
Jurisdição: é o poder de dizer o direito
Ação: direto público subjetivo
Processo: método de compor litígios
Procedimento: expressão sinônima de rito. Maneira de organizar atos processuais
Jurisdição no estado constitucional.
Passadas décadas e décadas, ainda são sustentadas teorias que indicam ter a jurisdição a função de meramente fazer atuar a vontade concreta da lei – noção atribuída a Chiovenda (Giuseppe Chiovenda, Instituições de direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 1969, v. 2, p. 55. ) − e de que o trabalho do juiz poderia ser resumido como a criação da norma individual para o caso concreto, conforme a tese da “justa composição da lide”, de Carnelutti (Francesco Carnelutti, Sistema di diritto processuale civile, Padova: Cedam, 1936, v. 1, p. 40). Ocorre que a própria concepção de direito foi, nesse ínterim, completamente transformada. Diz Marinoni: “A lei, que na época do Estado legislativo valia em razão da autoridade que a proclamava, independentemente da sua correlação com os princípios de justiça, não existe mais. A lei, como é sabido, perdeu o seu posto de supremacia, e hoje é subordinada à Constituição. (...) Isso significa que as teorias de Chiovenda e Carnelutti, se não podem ser contestadas em sua lógica, certamente não têm – nem poderiam ter – mais relação alguma com a realidade do Estado contemporâneo.(...) A transformação da concepção de direito fez surgir um positivismo crítico, que passou a desenvolver teorias destinadas a dar ao juiz a real possibilidade de afirmar o conteúdo da lei comprometido com a Constituição”.
Portanto, antigas teorias da jurisdição, calcadas meramente no princípio da supremacia da lei e no positivismo acrítico (juiz com a mera função de declarar o direito ou de criar a norma individual), são hoje insustentáveis. Vige, no Estado constitucional, um novo modelo de juiz, “sendo apenas necessário, agora, que o direito processual civil se dê conta disso e proponha um conceito de jurisdição que seja capaz de abarcar a nova realidade que se criou”, conforme Marinoni. A legislação deve ser compreendida a partir dos princípios constitucionais e dos direitos fundamentais, e é o juiz quem tem o dever de interpretá-la de acordo com a Constituição.
Hoje, pode-se tranquilamente apontar uma série de situações em que o juiz está longe de se limitar às ideias de declaração da lei e de criação da norma individual: a) no controle da constitucionalidade da lei (atribuindo-lhe, o juiz, novo sentido para evitar a declaração de inconstitucionalidade); b) no suprimento de omissões legais que impeçam a proteção de um direito fundamental; c) definição da tutela adequada ante o choque de direitos fundamentais no caso concreto.
Embora isso não signifique que o juiz passou a ter o poder de criar o direito, uma análise mais detida da norma jurídica pode ser muito reveladora. De fato, a mera norma, compreendida simplesmente como o texto em que condensada, não é criada pelo juiz. Contudo, a norma jurídica, entendida como a interpretação dela decorrente, é, sim, produto da atuação do juiz, resultando do cumprimento de suas atribuições − no que, como visto, deve estar ele pautado pelas normas constitucionais.
Pois bem. Isso considerado, é necessário colocar a questão sob a perspectiva de direito material. Isso porque, antes de tudo, cabe ao juiz dar tutela ao direito material (a própria função de editar a norma jurídica só se impõe, na verdade, com vistas ao desempenho desta outra). Trata-se de desdobramento do direito fundamental à tutela jurisdicional.
É aí que se situa o problema da maior subjetividade outorgada ao juiz para a realização e a proteção dos direitos, natural a uma lógica que faz as normas constitucionais preponderarem sobre a legislação. Como daí decorre a impossibilidade de se falar na existência de uma decisão correta para o caso concreto, o que se tem é a definição de uma característica marcante na Jurisdição do Estado Constitucional: a importância destacada da argumentação e fundamentação pelo juiz. Cresce-lhe o peso do dever de demonstrar que a sua decisão é a melhor possível mediante uma argumentação fundada em critérios racionais.
a) Conceito − Dinamarco: jurisdição é função do Estado e tb forma de manifestação do poder deste. “É uma função do Estado destinada a solucionar conflitos intersubjetivos, de modo imperativo, imparcial, mediante aplicação de direito ao caso concreto”
Função do Estado: o encargo de promover a pacificação de conflitos. Estado se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito, com justiça.
Poder do Estado: capacidade de decidir imperativamente e impor decisões
Atividade: o complexo de atos do juiz no processo.
- Atores − É exercida:
Tipicamente: pelo judiciário (órgãos do art. 94 da CF, salvo CNJ).
Atipicamente: pelo SF (Art. 52, I e II, da CF), em caso de crimes de responsabilidade praticados por: i) PR e Vice; ii) Ministros do STF; iii) membros do CNJ e CNMP; iv) PGR; v) o AGU.
características: 
Substitutividade (Chiovenda) – o Estado substitui a partes na decisão do conflito; 
Monopólio do Estado - o Estado proíbe regra geral a autotutela e reserva para si a violência organizada para solucionar conflitos; 
Imparcialidade
Unidade - como poder estatal, é una; Motivada – não prescinde de motivação; 
Definitividade - aptidão para produção de coisa julgada material; 
Lide: compõe conflito de interesses – pretensão de um e resistência do outro. 
Quanto à Jurisdição voluntária: cf. doutrina majoritária, a ausência de conflito e de aptidão para aí se formar coisa julgada afastam a noção de Jurisdição. Dinamarco discorda, porém.
	JURISDIÇÃO
	Contenciosa
	Voluntária
	visa a composição de litígios
	visa uma integração do Estado para validar negócio jurídico
	há uma lide a ser resolvida
	há um negócio jurídico a ser integrado
	Partes
	interessados
	coisa julgada material e formal
	coisa julgada apenas formal
	juiz segue estrita legalidade
	há mais liberdade para o juiz
	lide composta através de processo
	jurisdição atua por procedimento
	há os efeitos da revelia
	não há os efeitos da revelia
	princípio do dispositivo
	princípio do inquisitivo
Jurisdição voluntária é jurisdição? 1ª C: Clássica – não, sem lide, sem partes. 2ª C: revisionista – Carnelutti – lide indireta
OBS: Arbitragem é jurisdição? 
1ªC: Não: sem imperatividade, sem definitividade (anulável pelo Judiciário, tendo em vista aspectos formais e não mérito)
2ª C: Sim: 475- N, IV: é título judicial
c) Natureza jurídica
Teorias: 
atuação da vontade da lei- Chiovenda
coisa julgada- Enrico Allorio 
justa composição da lide- Carnelutti (“Segundo Carnelutti, é a atividade estatal responsável pela justa composição das lides.”)
terceiro imparcial- Ovidio Baptista
( Poder-dever estatal.
( é uma das funções do Estado 
perspectivas da expressão jurisdição (GRINOVER E DINAMARCO):
--JURISDIÇÃO = PODER - poder estatal de interferir na esfera jurídica dos jurisdicionados.
--JURISIÇÃO = FUNÇÃO - a jurisdição é uma das funções estatais atribuída em regra ao Poder Judiciário.
--JURISDIÇÃO = ATIVIDADE - é o complexo de atos praticados pelo agente estatal investido de jurisdição no processo.
Teoria Dualista (maj oritária): os direitos são preexistentes,cabendo ao juiz exercer a jurisdição na conformidade com a norma (DECLARATÓRIA) 
Teoria Unitária: o juiz por meio da jurisdição cria o direito antes inexistente. (CONSTITUTIVA)
d) Princípios da jurisdição:
Princípio da aderência ao território: a jurisdição só é exercida nos limites territoriais do Estado, sendo considerados ligados ao território nacional os conflitos civis: a. em que o réu tenha domicílio no Brasil; b. em que se verse sobre obrigação a ser cumprida no Brasil; c. cuja origem seja fato aqui ocorrido; d. em que o objeto da pretensão seja imóvel situado no Brasil; e. em que os bens que constituam objeto de inventário ou partilha se situem no Brasil (arts. 88 e 89, CPC). Obs.: d e e: são as hipóteses de jurisdição exclusiva.
Princípio da investidura – só exerce jurisdição quem foi investido no cargo de Juiz. Ato praticado sem investidura é ato inexistente.
Princípio da Impessoalidade − titular da jurisdição é o Estado, não o Juiz. Obs.: Juiz presenta o estado (Teoria do Órgão − Otto Von Gierke).
Princípio da indelegabilidade – juiz não pode delegar atribuições decisórias. Exceção: art. 102, I, m, CF – delegação, pelo STF, da atribuição para prática de atos processuais para execução de seus julgados. Isto é, carta de ordem (≠ da carta rogatória, que é mero pedido de cooperação − e não é exceção à indelegabilidade)
Princípio da inevitabilidade – poder estatal submete o particular independente/e de sua vontade. Exceção: regramento da nomeação à autoria.
Princípio da inafastabilidade – ligado ao direito fundamental de acesso à Justiça (q impede criação de óbices à busca, ante lesão ou ameaça de lesão a direito, da tutela jurisdicional).
Princípio do juiz natural – proíbe-se juízo ou tribunal de exceção, ninguém será processado senão pela autoridade competente previamente estabelecida (art. 5º, XXXVII e LIII, CF).
Princípio da inércia – Ne procedat iudex ex officio - A jurisdição não é prestada de ofício. Protege-se a imparcialidade do Juízo.
Limites à jurisdição.
Internacionais − relacionados à coexistência dos Estados. 
Objetivos: Quem dita os limites internacionais da jurisdição de cada Estado são as normas internas desse mesmo Estado, mas, em princípio, cada Estado tem poder jurisdicional nos limites de seu território, tendo em vista a necessidade de coexistência com outros Estados soberanos, além da conveniência (excluem-se os conflitos irrelevantes para o Estado) e viabilidade (excluem-se os casos que não será possível a imposição autoritativa do cumprimento da sentença). Análise da COMPETÊNCIA INTERNACIONAL (art. 88 e 89 do CP), para verificar que o Brasil terá JURISDIÇÃO sobre a lide. Para efeito de jurisdição, não importa a lei aplicável (se brasileira ou não), mas, apenas, se o Brasil tem competência internacional
Subjetivos : São imunes à jurisdição de um país: 
* os Estados estrangeiros;
* os chefes de Estados estrangeiros; e
* os agentes diplomáticos;
* organismos internacionais, como a ONU, que obtiveram a imunidade em decorrência de tratados e convenções.
Internos − exceções ao princ. da inafastabilidade (limites, excepcionais). Ligados ao preenchimento das condições da ação, em especial à possibilidade jurídica do pedido. Ex.: situações em que o Estado-administração é o único a decidir a respeito de eventuais conflitos, sem intervenção do Judiciário, como nos casos de impossibilidade da censura judicial dos atos administrativos, do ponto de vista da oportunidade ou conveniência; lei veda da apreciação judiciária as pretensões fundadas em dívidas de jogo (art. 814, CC); Justiça desportiva
3.11.2 Competência. Critérios Determinadores. Competência Internacional e Interna. Competência Absoluta e Relativa. Modificações. Meios de Declaração de Incompetência. Conflitos de Competência. Perpetuação da Jurisdição. Competência da Justiça Federal e dos Juizados Especiais Federais.
A) Critérios
Na fixação da competência, devem ser feitos os 8 questionamentos:
a Justiça Brasileira é competente? (competência de jurisdição)
A competência é de Tribunais de Superposição? (STF e STJ - competência originária)
A competência é da Justiça Especial? (Eleitoral, Trabalho ou Militar - competência de matéria)
Sendo a competência comum, é federal ou estadual? (competência de matéria)
A competência é originária do Tribunal respectivo? (competência originária)
Qual a comarca ou seção judiciária competente? (competência de foro)
Qual a vara competente? (competência de juízo)
A jurisdição é una, mas tal unicidade não impede a especialização de setores da função jurisdicional. A competência é o resultado de critérios que visam a distribuir entre os vários órgãos as atribuições relativas ao desempenho da jurisdição. Ou seja, é a medida da jurisdição. A competência pode se classificar em: a) Competência do foro e do juízo: Foro é a unidade territorial sobre a qual se exerce o poder jurisdicional. Já o juízo é a vara, cartório, unidade administrativa na qual o magistrado exerce suas funções. A competência do juízo é matéria afeta às leis de organização judiciária. A competência de foro é regulada pelo CPC; b) Competência originária e derivada: É originária a competência atribuída ao órgão jurisdicional diretamente, para conhecer da causa em primeiro lugar. Será derivada a competência recursal, que atribui ao órgão jurisdicional a revisão de decisão já proferida; Princípio Kompetenzkompetenz: O juiz tem sempre competência para examinar a sua competência. A decisão proferida por um juiz incompetente não é uma não-decisão, como entendia Calmon de Passos. Trata-se, a rigor, de sentença inválida, e não de sentença inexistente. Ademais, como se trata de desrespeito a comando constitucional, o vício que dele decorre pode ser arguido a qualquer tempo, inclusive após o prazo para ação rescisória (“vício transrescisório”, na dicção de TESHEINER), por meio de querela nulittatis. Critérios para divisão de competência: a) Objetivo: Toma por base a natureza da relação jurídica substancial deduzida em juízo, pelo que é relevante conhecer os elementos da demanda, que são utilizados como critérios de divisão da competência (partes, causa de pedir e pedido); b) territorial: é o critério que distribui a competência em razão do lugar. Ver arts. 94 e seguintes do CPC; c) funcional: relaciona-se com a distribuição das funções que devem ser exercidas em um mesmo processo. Com base nisso a competência funcional pode se dividir (i) por graus de jurisdição - originária ou recursal -, (ii) por fases do processo – cognição e execução -, (iii) por objeto do juízo – uniformização de competência, declaração de inconstitucionalidade, etc.
B) Competência internacional e interna
Competência internacional: É decorrência da própria noção de soberania e do princípio de efetividade, pelo qual o Estado deve se abster de julgar uma causa se a sentença não puder ser reconhecida onde deve exclusivamente produzir seus efeitos. Logo, por se constituir verdadeira limitação da jurisdição de um Estado em face dos outros, a competência internacional brasileira diz quais as causas que deverão ser conhecidas e decididas por nossa justiça. A competência internacional será concorrente ou cumulativa, nos casos do art. 88�, CPC, e exclusiva, nos casos do art. 89�, CPC. Atenção para o disposto no art. 90, CPC, segundo o qual a ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz litispendência no Brasil, previsão esta que se aplica, por óbvio, à competência internacional concorrente. Nesse caso, terá prevalência a sentença que transitar em julgado em primeiro lugar, sabendo-se que a homologação da sentença estrangeira implica seu trânsito em julgado no Brasil (STF, Pleno, SE 4.509/AO, Rel. Min. Marco Aurélio). Todavia, entende-se que, proferida liminar no Brasil, esta prevalece sobre a sentença estrangeira, pena de violação da soberania nacional (STF, Pleno, SEC 5.526/NO, Rel. Min. Ellen Gracie).
Homologação de sentença estrangeira: Trata-se de instrumento quepermite que uma decisão judicial de certo Estado seja executada em outro, estendendo seus efeitos ao território deste último. A homologação atende a condições impostas pelo ordenamento do Estado que a homologa, as quais, no Brasil, em razão da adoção do método da delibação, não permite incursão no mérito da decisão, senão para se verificar afronta à ordem pública, à soberania nacional e aos bons costumes. Os requisitos para homologação constam do art. 15, LINDB, com o acréscimo da necessidade de autenticação da sentença pela autoridade consular brasileira e de estar acompanhada de tradução por tradutor oficial ou juramentado no Brasil (Res. 9/STJ). A súmula 420/STF exige comprovação do trânsito em julgado da sentença, muito embora haja precedentes a dispensando (STJ, SEC 651-FR, vide Info. 407).
A Res. 9/2005 da Presidência do STJ trata da homologação de sentenças estrangeiras e concessão de exequatur a cartas rogatórias passivas (nas quais o Brasil é rogado). Em ambos os procedimentos, adota-se o sistema de contenciosidade limitada ou delibação. Ver também: CR, 105, I, i, e 109, X; CPC 210 e 484. Com edição da Resolução STJ n. 9/2005, restou superada a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que não admitia cartas rogatórias com caráter executório. O art. 7º da referida Resolução prevê expressamente que ‘as cartas rogatórias podem ter por objeto atos decisórios ou não decisórios’. (CR 374 – 11/06)”. Cartas Rogatórias: É instrumento de cooperação jurídica internacional regulado pelo direito interno dos Estados e/ou por tratados, que visa à realização de atos processuais no exterior. Pode ser ativa, quando o Estado em questão seja o solicitante (arts. 202, 203 e 338, CPC) ou passiva, quando seja rogado (art. 12, §2, LINDB). Tratados e convenções para cumprimento de decisões estrangeiras no Brasil: Código de Bustamante (Decreto 18.871/29), vide arts. 423 a 433; Convenção sobre o Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras, de 1958 – Convenção de Nova Iorque, vide Decreto 4.311/2002; Convenção Interamericana sobre a Eficácia Territorial de Sentenças e Laudos Arbitrais Estrangeiros, de 1979 – Convenção de Montevidéu (Decreto 2.411/97); Protocolo de Las Leñas sobre Cooperação e Assistência Jurisdicional em matéria Civil, Comercial, Trabalhista e Administrativa do Mercosul, de 1992 (Decreto 2.067/1996); e tratados bilaterais, como os celebrados com Argentina, Espanha, Itália e Uruguai.
C) Competência absoluta e relativa: a competência absoluta é aquela que deriva de regras fixadas paras atender exclusivamente ao interesse público, enquanto as relativas visam a atender preponderantemente ao interesse particular. Disso decorre que a incompetência absoluta pode ser arguida a qualquer tempo, ao passo que a relativa o será apenas no prazo de resposta do réu, pena de preclusão e prorrogação. Nesse sentido, a Súmula n. 33/STJ: “A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.” Nota-se que o Ministério Público pode alegar incompetência relativa em benefício de réu incapaz (STJ, 3ª. Turma, REsp 630.968/DF, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 14.05.2007).
	Absoluta
	Relativa
	É uma regra criada para atender interesse público.
	Criada para atender o interesse de alguma das partes.
	Não poderá ser alterada por vontade das partes.
	Pode ser alterada por vontade das partes.
	Não poderá ser alterada por conexão e continência.
	Pode ser alterada por conexão e continência.
	Todos os sujeitos processuais são legitimados para alegar (autor, réu, terceiros intervenientes, MP e o juiz de ofício).
	Como regra, o juiz não pode conhecer de ofício da incompetência relativa (súmula 33-STJ). Exceção: abusividade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão.
Só o réu pode alegar a incompetência relativa.
	Pode ser alegado a qualquer tempo ou grau de jurisdição e mesmo depois de o processo encerrar, por meio de ação rescisória.
	Só pode ser alegada no primeiro momento em que lhe couber falar nos autos, sob pena de preclusão. Prazo: mesmo da resposta.
	A incompetência absoluta pode ser alegada por qualquer forma, inclusive oralmente.
	A alegação de incompetência relativa tem que ser feita por uma forma prescrita em lei denominada “exceção de incompetência relativa”. No entanto, o STJ é pacífico em admitir a exceção de incompetência alegada no bojo da contestação uma vez que não traria prejuízo ao autor.
	Tanto em um caso como outro, a incompetência não gera extinção do processo (defesas dilatórias). Reconhecida a incompetência os autos serão remetidos ao juízo competente. 
Exceções (casos em que a incompetência gera a extinção do processo): incompetência no juizados; incompetência internacional
	Na incompetência absoluta os atos decisórios serão anulados.
	Na incompetência relativa, o juiz remete os autos, mas não anula os atos decisórios.
D) Modificações: A modificação ou prorrogação de competência é a ampliação da esfera de competência de um órgão judiciário para conhecer certas causas que não estariam, ordinariamente compreendidas em suas atribuições jurisdicionais. Somente a competência relativa é prorrogada. A modificação pode ser legal, quando decorre de conexão ou continência, ou voluntária, nos casos de não oposição de exceção de incompetência e de foro de eleição. 
Modificações de competência relativa (conexão e continência)
Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes.
No processo coletivo, contudo, é possível que a conexão ou continência modifiquem uma competência absoluta. Ex: O art. 2º da LACP diz que é o juízo competente para a ACP é o do local do dano.Imagine-se que um acidente ambiental causa danos em Manaus e em um município limítrofe. É proposta uma ACP em Manaus pelo órgão ambiental estadual e outra no município limítrofe pelo MP. Essas ações são conexas. Deve-se então determinar o juízo prevento. Diante desse juízo prevento, haverá reunião das duas ações, mesmo sendo caso de competência absoluta.
Súmula 489 do STJ: Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça Federal as ações civis públicas propostas nesta e na Justiça estadual.
- Efeito da conexão ou continência
O efeito da conexão e da continência é a reunião dos processos perante um juízo para o julgamento conjunto. O juízo que vai receber as demandas (juízo prevento) vai receber uma demanda para a qual ele não era inicialmente competente. Em todos os casos de reunião, os processos não perdem sua identidade própria, permanecendo com sua autonomia formal, servindo a junção apenas para a facilitação da instrução e do julgamento.
- É possível que haja conexão, mas sem que haja a reunião de processos
Isso ocorre quando a reunião implicaria em modificação da competência absoluta. Ex: duas causas conexas: uma na vara cível e outra na vara criminal. Não poderá haver reunião.
Por isso também que não se pode reunir causas que estejam tramitando em instâncias diversas. Uma coisa é a conexão (fato); outra é o efeito (reunião de processos). Nesses casos, ao invés de reunir, um dos processos fica suspenso aguardando o julgamento do outro. Assim, o efeito principal da conexão é a reunião. Se não for possível, ocorrerá a suspensão de um dos processos para evitar o desperdício da atividade jurisdicional.
Súmula 235-STJ: A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado. Essa súmula deixa claro que a conexão é uma coisa e a reunião é outra.
Se forem da mesma competência, a reunião é obrigatória?
Sim. Antônio Cláudio da Costa Machado. Não, é facultativa e somente haverá reunião se existirem riscos de decisões contraditórias. Nesse sentido: Hélio Tornaghi e Alexandre Câmara.
-- Fundamentos da conexão: economia processual, harmonia dos julgados (evitar decisões contraditórias)
-- Alegação de conexão
A conexão pode ser conhecida ex officio pelo juiz.
Qualquer das partes pode alegar a conexão.Se for o autor, a conexão é alegada na petição inicial quando já pede a distribuição por dependência.
Se for o réu, a conexão é alegada na contestação.
Outros aspectos
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.
Art. 107. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado ou comarca, determinar-se-á o foro pela prevenção, estendendo-se a competência sobre a totalidade do imóvel.
Art. 108. A ação acessória será proposta perante o juiz competente para a ação principal.
Art. 109. O juiz da causa principal é também competente para a reconvenção, a ação declaratória incidente, as ações de garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente.
Art. 110. Se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato delituoso, pode o juiz mandar sobrestar no andamento do processo até que se pronuncie a justiça criminal.
Parágrafo único. Se a ação penal não for exercida dentro de 30 (trinta) dias, contados da intimação do despacho de sobrestamento, cessará o efeito deste, decidindo o juiz cível a questão prejudicial.
-- Quando ocorre a CONEXÃO
Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto� ou a causa de pedir.
Pedidos iguais E/OU Causas de pedir iguais. Devem ser iguais a causa de pedir próxima e remota.
O STJ possui entendimento consolidado no sentido de que a identidade de causa de pedir ou pedido exigida pelo art. 103 do CPC não precisa ser total, mas apenas suficiente para recomendar o julgamento conjunto das ações. Ex: ação de execução fiscal e ação anulatória de débito fiscal.
-- Quando ocorre a CONTINÊNCIA
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.
Partes iguais + causa de pedir igual + o pedido de uma abrangendo o da outra. Ex: ação “A” para anular uma cláusula; ação “B” para anular o contrato inteiro.
Essa continência pode ser tanto quanto ao pedido mediato quanto ao pedido imediato.
Toda continência é também uma conexão. Isso porque em toda continência a causa de pedir é igual e isso já é conexão. A continência, assim, é inútil.
Não se deve confundir continência com litispendência parcial:
Continência: reunião das demandas
Litispendência parcial: diminuição objetiva da demanda.
A litispendência parcial ocorre quando há repetição do pedido com a cumulação de pedidos novos.
Ex: na demanda 1, pede-se dano moral; na demanda 2, pede-se dano moral e material; 
Na continência deve-se fazer dois pedidos diferentes. Pedidos iguais não podem ser contidos um no outro.
Assim, se em uma demanda há três pedidos e na outra há dois pedidos, não há continência porque a primeira “conteria” a segunda. Se os pedidos formulados na segunda demanda também foram formulados na primeira, o caso é de litispendência parcial.
-- Em qual juízo as causas haverão de ser reunidas?
R: Deverão ser reunidas no juízo prevento. Prevenção é o critério para escolher um dos juízes onde as causas deverão ser reunidas.
Atenção: apesar da redação do edital do concurso, prevenção não é hipótese de modificação da competência. A prevenção apenas identifica em qual dos juízos as causas haverão de ser reunidas, ou seja, em que juízo se operou a modificação.
O CPC prevê dois critérios de prevenção, que se excluem:
1º critério: causas conexas na mesma comarca → primeiro despacho
2º critério: causas conexas em diferentes comarcas → primeira citação válida
*** Ações coletivas
Correndo perante juízos distintos várias ações coletivas, ainda que com partes formais distintas, as ações serão litispendentes. Só que nesse caso a litispendência não implicará extinção das ações coletivas, mas sim unificação para julgamento conjunto. As ações serão unificadas no juízo prevento. Qual é ele? Art. 2º, § 2º, LACP: para quem a ação foi distribuída em primeiro lugar (posição do STJ). Onde a ação foi proposta antes (onde recebeu o carimbo antes)
E) Meios de Declaração de Incompetência
	Absoluta
	Relativa
	Contestação ou por simples petição
	Exceção de Incompetência (peça autônoma). STJ já admite na contestação. 
	De ofício pelo juiz.
	Apenas por requerimento.
	Qualquer das partes pode provocar.
	Apenas o requerido. 
	Preclusão: prazo de contestação. 
	Pode ser alegado a qualquer tempo.
F) Conflitos de Competência - conceito: é o modo pelo qual se solucionam os incidentes relativos a competência.
-natureza jurídica: INCIDENTE PROCESSUAL
-hipóteses: [art. 115, CPC] a)2 OU MAIS JUÍZOS SE DECLARAM INCOMPETENTES PARA O JULGAMENTO; [CONFLITO NEGATIVO] b)2 OU MAIS JUÍZOS SE DECLARAM COMPETENTES PARA O JULGAMENTO;[CONFLITO POSITIVO] c)quando entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. [CONFLITO POSITIVO OU NEGATIVO]
-não se caracterizará conflito de competência se juízo que recebeu o processo (advindo do primeiro juízo que se deu por incompetente) encaminhá-lo à 3º juízo que julgar ser competente.
 	-não há conflito de competência se entre os órgãos houver hierarquia.
	-partes legitimadas: [art. 116, caput, CPC]: i)PARTES ii)MP iii)PRÓPRIO ÓRGÃO JURISDICIONAL 
 -conflitos nos tribunais: deve ser suscitado pelo órgão colegiado e a sua disciplina será dada pelos regimentos internos;
 -competência do STF para decidir sobre conflito de competência: 
 “(...)Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais (...)”  STJ x QUALQUER OUTRO TRIBUNAL;
 “(...) entre Tribunais Superiores (...)”  TRIBUNAL SUPERIOR x TRIBUNAL SUPERIOR;
 “(...) entre estes e qualquer outro tribunal (...)”  TRIBUNAL SUPERIOR x QUALQUER OUTRO TRIBUNAL]
 -competência do STJ para decidir sobre conflito de competência:
 			TJ x TJ;			TRF x TRF;
 			TJ x TRF 			
 -CONFLITO ENTRE JUIZ DE VARA COMUM E JUIZ DE JUIZADO – STF firmou entendimento de que compete ao TRF (e não ao STJ) o julgamento de conflito de competência estabelecido entre Juizado Especial Federal e juiz de primeiro grau da Justiça Federal da mesma Seção Judiciária. 
-competência das Turmas Recursais para decidir sobre conflito de competência: 	conflito entre juízes dos juizados.
** CONFLITOS ENTRE MEMBROS DO MP - é situação diferente do conflito de atribuições.
 	1)membros do MPE: PGJ (LOMP, ART. 10, X);
 	2)MP’S DA UNIÃO: PGR (LOMPU, ART. 26, VII);
 	3)INTEGRANTES DO MPF: Câmaras de Coordenação e Revisão do MPF
 	4)MPE X MPU ou MPE de estados diferentes: STF
G)Perpetuação da Jurisdição
De acordo com o princípio da perpetuatio jurisdictionis, determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia (Art.87 do CPC).
	Considera-se proposta a ação: a) onde houver uma só vara: quando a petição inicial for despachada pelo juiz. b) onde houver mais de uma vara: quando a petição inicial for distribuída.
	Deve-se ressaltar, contudo, que somente existe a perpetuação do juízo competente. Se o juízo não for competente, não ocorre a perpetuação.
	Há, no entanto, exceções à regra da perpetuação:
Supressão do órgão judiciário: se o órgão não mais existe, não pode exercer qualquer competência.
A criação de um novo juízo também é uma exceção à perpetuatio?
SIM. Athos Gusmão Carneiro e Ovídio Batista afirmam que a criação de um novo juízo tem por objetivo atender ao interesse público. 
Alteração da competência absoluta
Reunião de processos pela conexão ou continência.
Exclusão de um sujeito que determina a competência.
H) Competência da Justiça Federal e dos Juizados Especiais Federais.
NOÇÕES GERAIS SOBRE A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL Arts. 108 (Tribunais Regionais Federais)e 109 (1ª instância) do Texto Constitucional. 
***S. 150 STJ Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas. 
*** 224 STJ  Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito.
** No âmbito cível, a competência da Justiça Federal é constitucional e taxativa (DIDIER, 2013, p.193. Na matéria penal, art. 109, VI : nos crimes contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, a legislação ordinária irá determinar as hipóteses em que a competência para julgamento será federal.
** É absoluta: prevista expressamente na Constituição.
( 109, I: “as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;”
ratione personae
“Entidade autárquica” - expressão genérica (autarquias + fundações). Agências reguladoras - natureza jurídica de “autarquias sob regime especial”. 
OBS: agência reguladora como amicus curiae : não haverá deslocamento da competência para a Justiça Federal, considerando que o amicus não é parte. 
OBS 2: Súmula vinculante 27-STF: Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva necessária, assistente nem opoente.
OBS 3: Os Conselhos de Fiscalização Profissional (exs: CREA, CRM, COREN, CRO, CRC etc.) = autarquias federais. S 66 do STJ: “Compete à Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por Conselho de fiscalização profissional.”
OBS 4: OAB
A OAB, por ser um Conselho Profissional, era classificada pela doutrina como autarquia federal. Mas - STF, ao julgar a ADI 3026/DF (08/06/2006): OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União (não é uma autarquia federal), mas sim um “serviço público independente”. Com base nesta decisão, surgiram opiniões defendendo que a competência não deveria mais ser da Justiça Federal. Para o STJ ( em um caso no qual foi impetrado mandado de segurança contra o Presidente da subseção da OAB/AP) - 2ª Turma - continua sendo competência da Justiça Federal (AgRg no REsp 1.255.052-AP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/11/2012). O Min. Rel. Humberto Martins considerou que, de fato, a OAB não pode ser classificada como autarquia federal por conta da decisão do STF, mas as funções desempenhadas pela OAB possuem natureza federal, uma vez que foram delegadas pela União, por meio da Lei, para serem exercidas pela Ordem. As finalidades da OAB estão previstas no art. 44 da Lei n. 8.906/94. Segundo o Min. Humberto Martins, “(...) as funções desempenhadas pela OAB possuem natureza federal. Não há como conceber que a defesa do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Fundamentais etc. e a regulação profissional dos advogados constituam atribuições delegadas pelos Estados Membros. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce função delegada federal, motivo pelo qual, a competência para o julgamento do mandado de segurança contra ele impetrado é da Justiça Federal.” (STJ. AgRg no REsp 1.255.052-AP). Desse modo, para o STJ, as causas envolvendo a OAB continuam sendo de competência da Justiça Federal. O STF ainda não se debruçou sobre a definição da competência para julgar causas envolvendo a OAB. O tema, no entanto, será em breve submetido ao Plenário da Corte, tendo em vista que já foi considerado como de repercussão geral (RE 595332 RG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/03/2010).
OBS. 4: Sociedades de economia mista não estão incluídas no inciso I !! 
Súmula 508-STF: Compete à justiça estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil, S.A.
Súmula 517-STF: As sociedades de economia mista só tem foro na justiça federal, quando a União intervém como assistente ou opoente.
Súmula 556-STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.
OBS 5: Ministério Público Federal
A simples presença do MPF na lide faz com que a causa seja da Justiça Federal? Em outras palavras, todas as ações propostas pelo Parquet federal serão, obrigatoriamente, julgadas pela Justiça Federal? 
( Demandas contra o CNJ e CNMP
Art. 102, I, r, CF: compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente: “as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público”.
A jurisprudência do STF, no entanto, confere interpretação estrita a esse dispositivo, de forma que somente compete ao STF as demandas em que o próprio CNJ ou CNMP – que não possuem personalidade jurídica própria – figurarem no polo passivo. É o caso de mandados de segurança, habeas corpus e habeas data contra os Conselhos. No caso de serem propostas ações ordinárias para impugnar atos do CNJ e CNMP, quem irá figurar como ré no processo é a União, já que os Conselhos são órgãos federais. Logo, tais demandas serão julgadas pela Justiça Federal de 1ª instância, com base no art. 109, I, da CF/88.
Resumindo:
** MS, HS e habeas data - STF
** Ações ordinárias - Juiz federal (1ª instância)
OBS 6: Ação de pensão por morte na qual haverá reconhecimento de união estável 
A definição da competência se estabelece de acordo com os termos da demanda, e não a partir de considerações a respeito de sua procedência, da legitimidade das partes ou de qualquer juízo acerca da própria demanda. Se a pretensão deduzida na inicial não diz respeito ao reconhecimento de união estável, mas apenas à concessão de benefício previdenciário, deve ser reconhecida a competência da Justiça Federal. Ainda que o juízo federal tenha de enfrentar o tema referente à caracterização da união estável, não haverá usurpação da competência da Justiça Estadual, pois esse ponto somente será apreciado como questão prejudicial, possuindo a demanda natureza nitidamente previdenciária. Vale ressaltar que a decisão da Justiça Federal sobre a existência ou não da união estável terá efeitos apenas para a concessão da pensão por morte, não valendo para fins de direito de família e sucessórios. Assim, esse tema, decidido como questão prejudicial, não fará coisa julgada, conforme determina expressamente o art. 469, III do CPC: Art. 469. Não fazem coisa julgada: III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo
OBS 7: Causas que são de interesse mediato das agências reguladoras: Justiça Estadual. O interesse da União na causa é mediato e indireto, o que não justifica a atração do feito para Justiça Federal. Exemplos: a) Restituição de indébito relacionada com tarifa de energia elétrica: Justiça Estadual. b) Ação de usuário de telefonia contra a concessionária: Justiça Estadual (Súmula vinculante 27-STF: Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva necessária, assistente nem opoente).
Desse modo, salvo as hipóteses de demandas coletivas, nas ações individuais que tramitam entre o usuário e a concessionária de telefonia a ANATEL não é parte legítima para figurar na lide, sendo tais feitos de competência da Justiça Estadual.
OBS 8: Causas que são excluídas da Justiça Federal mesmo envolvendo entes federais:
a) Falência, recuperação judicial ou insolvência civil
b) Acidentes de trabalho: se a ação por acidente de trabalho for proposta contra o INSS, a competência será da Justiça Estadual. Se for intentada contra o empregador, será julgada pela Justiça do Trabalho;
c) Lides eleitorais;
d) Lides trabalhistas
OBS 9: S. 365 STJ   : A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a competência para a JustiçaFederal ainda que a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual.
S 505 STJ: A competência para processar e julgar as demandas que têm por objeto obrigações decorrentes dos contratos de planos de previdência privada firmados com a Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER é da Justiça estadual.
OBS 10: Intervenção da União spo para protesto de crédito não desloca para Justiça Federal (S. 270 STF). Também não desloca na intervenção anômala (art 5º Lei 9469/97), salvo se recorrer.
OBS 11: Execução fiscal do 114, VIII: Justiça do Trabalho executa de ofício as contribuições do 195, I a, II. Mas atenção! Sucumbência ( JF. Multas MTE ( JT.
OBS 12: BACEN: mera intervenção na liquidação extrajudicial – JE
OBS 13: ACP na JF: não cabe cumuçação subjetiva de demandas quando só um for da JF.
( ART. 109, II, CF : causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou
pessoa domiciliada ou residente no País;
Em função da pessoa
Situações: 
a) Estado estrangeiro x Município brasileiro;
 b) Estado estrangeiro x pessoa (física ou jurídica) domiciliada ou residente no Brasil; 
 c) Organismo internacional x Município brasileiro;
 d) Organismo internacional x pessoa (física ou jurídica) domiciliada ou residente no
Brasil.
Recurso: ao STJ (art. 105, II, c, da CF/88) e não TRF.
OBS 1: Apesar do inciso II não fazer esta ressalva, se a lide versar sobre relação de trabalho, a competência será da Justiça do Trabalho (e não da Justiça Federal comum), por força do art. 114, I, da CF/88. É o caso, por exemplo, de uma reclamação trabalhista proposta por uma pessoa residente emBrasília e que trabalhava na Embaixada da Colômbia.
OBS 2: Quem julga as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território? Trata-se de competência do STF, nos termos do art. 102, I, e,da CF/88.
( ART. 109, III CF: as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro
ou organismo internacional;
Em função da matéria
A interpretação deste inciso deve ser restritiva. É preciso que a causa se funde exclusivamente em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional.
Exemplos: proteção do nome comercial (são fundamentadas na Convenção de Paris de
1967); ações de ressarcimento de danos causados por vazamento ocorrido em navio de petróleo (Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil por danos causados por poluição de óleo); ações de alimentos internacionais, ou seja, quando o alimentando (credor) residir no exterior e o alimentante (devedor) morar no Brasil. Esta demanda será processada pela Justiça Federal, na Seção ou Subseção Judiciária onde tiver domicílio o devedor. As regras para esta ação estão fundadas na Convenção de Nova Iorque de 1956, promulgada pelo Decreto 56.826/65.
( 109, VIII CF: “ os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade 
federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;”
em razão da autoridade (ratione autoritatis).
OBS: “autoridade federal” : em sentido amplo
a) a autoridade pública que integre os quadros da Administração Pública direta, autárquica e
fundacional. Exs: Delegado da Receita Federal; Superintendente do INSS ou do IBAMA.
b) os agentes de pessoas jurídicas de direito privado (sociedades de economia mista, empresas públicas ou empresas privadas), quando estiverem no exercício de atribuições do poder público (exercício de função delegada do poder público). É o caso dos dirigentes de instituição particular de ensino superior.
Resumo das competências no caso de ações questionando atos tipicamente relacionados
com ensino superior:
OBS: Cabe MS contra atos de administradores de sociedade de economia mista federal? Depende:
** Se o ato impugnado for de gestão comercial: não será possível a impetração do writ (art.
1º, § 2º, da Lei n 12.026/2009). É o caso, por exemplo, do ato do administrador que
impõe multa decorrente de descumprimento do contrato (STJ. REsp 1078342/PR);
** Se a autoridade tiver praticado ato administrativo: caberá mandado de segurança. Exs: ato
praticado pela autoridade em licitação promovida por sociedade de economia mista (Súmula 333 do STJ); ato praticado no âmbito de concurso público ou processo seletivo de contratação de pessoal.
OBS 2: MS e HD contra autoridades: julgados originalmente pelo TRF (art. 108, I, c), pelo STJ (art. 105, I, b) ou pelo STF (art. 102, I, d). 
( ART. 109, X, CF : “(...) a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização”
 Execução de carta rogatória e de sentença estrangeira:
	Carta rogatória é um instrumento de cooperação jurídica internacional por meio do qual uma autoridade judiciária de um Estado estrangeiro solicita que o Poder Judiciário de outro país pratique determinado ato processual em seu território. Ex: um juiz de Berlim (Alemanha) expede uma carta rogatória para que seja ouvida uma testemunha residente em Manaus (Brasil). Neste caso, ela é Competências da Justiça Federal de primeira instância chamada de carta rogatória passiva (a ser cumprida no Brasil). Se o juiz brasileiro é quem tivesse expedido a carta rogatória, seria denominada de ativa. A carta rogatória passiva, em regra, antes de ser cumprida no Brasil precisa receber um exequatur, que é exarado pelo STJ (art. 105, I, i, da CF/88). Por meio do exequatur, o STJ verifica se o ato processual solicitado pela autoridade judiciária estrangeira é compatível com o ordenamento brasileiro. Caso seja, o Tribunal concede o exequatur, que significa “cumpra-se”. Desse modo, após o exequatur concedido pelo STJ à carta rogatória, esta irá ser cumprida por um juiz federal.
	De igual forma, a sentença estrangeira, para que tenha eficácia no Brasil, precisa antes ser homologada também pelo STJ. “O processo de homologação de sentença estrangeira visa aferir a possibilidade de decisões estrangeiras produzirem efeitos dentro da ordem jurídica nacional” (MARINONI, 2008, p. 489). Após esta homologação, caso seja necessária a execução da sentença estrangeira, isso será de competência da Justiça Federal.
 Causas referentes à nacionalidade e à naturalização
Exemplos:
- Ação de opção pela nacionalidade brasileira (art. 12, I, c, parte final, da CF/88);
- Ação de perda da naturalização em caso de prática de ato nocivo ao interesse nacional
(art. 12, § 4º, I, da CF/88).
( ART. 109, XI CF: “a disputa sobre direitos indígenas”
Abrange tanto ações cíveis como criminais. 
É em razão da matéria (direitos indígenas), e não fixada em função da pessoa.
Indígenas coletivamente considerados. É preciso que a causa verse sobre algum dos interesses da coletividade indígena elencados no art. 231 da Constituição Federal, que dispõe sobre os direitos reconhecidos aos índios que devem ser protegidos pela União, a saber: organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam.
( COMPETÊNCIA TERRITORIAL DA JF – 109§§ 1º e 2º, CF
U autora – seção domicílio réu (foro) – 95 CPC
U ré ( foros concorrentes (escolha autor): (i) próprio domicílo (ii) DF (iii) local situação da coisa (iv) local do ato/fato demanda 
( DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA da JF para JE
Questões previdenciárias
Lei 5010/66: art 15 II – vistorias e justificações
Lei 6969/81: usucapião especial (S 11 STJ: A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não afasta a competência do foro da situação do imóvel.) 
DL 227/61: mineração: foro do local da lavra
Execução fiscal (ATENÇÃO) – art 15 I da Lei 5010/66 revogado pela lei 13.043 de /2014: não existe mais a competência delegada!!!
OBS: Competência delegada é opção do particular. Nasexecuções fiscais, era obrigatória, porque o autor é o Estado.
OBS2: Criação de Vara Federal na localidade: não há perpetuatio, sendo remetidos, de imediato, todos os processos pendentes de sentença.
**** COMPETÊNCIAS JUIZADO ESPECIAL FEDERAL 
60 salários mínimos: Enunciado FONAJEF 15: Na aferição do valor da causa, deve-se levar em conta o valor do salário mínimo em vigor na data da propositura de ação.
Complexidade da causa (critério implícito): 98, I C	
A competência do JEF para julgamento de causas que, a despeito de ostentarem valor inferior a 60 s.m., exijam produção probatória complexa é tema controvertido na jurisprudência. Atualmente, o entendimento do STJ é no sentido de que para definição da competência dos JEF, ao contrário dos JE estaduais, é desinfluente a maior ou menor complexidade probatória.
Em sentido contrário:
Enunciado nº 91 – FONAJEF: Os Juizados Especiais Federais são incompetentes para julgar causas que demandem perícias complexas ou onerosas que não se enquadrem no conceito de exame técnico (art. 12 da lei n. 10.259/2001).
Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) parcelas não poderá exceder o valor de 60 salários-mínimos (art. 3º, §2º). Se houverem parcelas vencidas, seu valor deve ser somado às vincendas.
Enunciado FONAJEF 17: Não cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de fixação de competência nos Juizados Especiais Federais.
Na hipótese do valor da causa ultrapassar os 60 salários-mínimos, deve o Juiz reconhecer a incompetência do JEF e determinar a extinção do processo, pois não é admitida a renúncia tácita ao valor excedente, ao contrário do que ocorre nos Juizados Especiais Estaduais (art. 15 c/c art. 39 da Lei 9.099/95).
Enunciado FONAJEF 48: Havendo prestação vencida, o conceito de valor da causa para fins de competência do JEF é estabelecido pelo art. 260 do CPC.
Enunciado FONAJEF 49: O controle do valor da causa, para fins de competência do JEF, pode ser feito pelo juiz a qualquer tempo.
No litisconsórcio ativo, o valor da causa deve ser calculado por autor, sob pena de burla ao sistema dos JEF, especialmente na hipótese de litisconsórcio ativo facultativo. Caso o número de autores dificulte a solução da lide, é possível a sua limitação pelo Juiz.
Enunciado FONAJEF 18: No caso de litisconsorte ativo, o valor da causa, para fins de fixação de competência deve ser calculado por autor.
Enunciado nº 65 FONAJEF: Não cabe a prévia limitação do valor da multa coercitiva (astreintes), que também não se sujeita ao limite de alçada dos Juizados Especiais Federais, ficando sempre assegurada a possibilidade de reavaliação do montante final a ser exigido na forma do parágrafo 6º do artigo 461 do CPC.
No foro onde estiver instalada Vara do Juizado especial, a sua competência é absoluta (art. 3º, §3º). Nos Juizados Especiais Estaduais, a competência é relativa, cabendo o autor da demanda optar por ajuizar a ação perante a justiça comum ou perante os juizados. Diferentemente, a competência dos juizados especiais cíveis federais é absoluta, razão pela qual não pode ser alterada pela vontade das partes.
Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível (art. 3º, §1º):
Inciso I – As demandas que envolvam Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País (art. 109, II, CF), ou as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional (art. 109, III, CF) e aqueles que dizem respeito a disputa sobre direitos indígenas (art. 109, XI, CF), os mandados de segurança, as ações de desapropriação, de divisão, demarcação, populares, execuções fiscais, as demandas por improbidade administrativa e sobre direitos ou interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. 
Enunciado FONAJEF 9: Além das exceções constantes do § 1º do artigo 3º da Lei n. 10.259, não se incluem na competência dos Juizados Especiais Federais, os procedimentos especiais previstos no Código de Processo Civil, salvo quando possível a adequação ao rito da Lei n. 10.259/2001.
Enunciado FONAJEF 22: A exclusão da competência dos Juizados Especiais Federais quanto às demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos somente se aplica quanto a ações coletivas.
Inciso II – As demandas sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais.
Inciso III – para anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal.
Inciso IV – que tenham como objeto a impugnação de pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares. 
Não há unanimidade na doutrina se as demais sanções (como a advertência e a suspensão) podem ser questionadas nos JEF’s. Contudo, sendo certo que o inciso III afasta dos JEF’s a competência para anulação ou cancelamento de ato administrativo, as ações que objetivarem a anulação de tais sanções estarão excluídas da competência dos JEF’s.
Finalmente, no que tange à real natureza da competência dos JEF e a discussão sobre possível descompasso entre o critério constitucional, entende-se que a questão trata da divergência entre a norma constitucional – que prevê a competência dos Juizados Especiais para causas de menor complexidade – e a norma legal dos JEF – que atribui competência com base unicamente no critério quantitativo (60 s.m.). Referida divergência, ao que parece, não vem sendo contornada pela jurisprudência, notadamente em face do atual entendimento do STJ, relativo aos JEF, no sentido de ser desinfluente, para a definição da competência dos JEF, a complexidade probatória. 
	Quanto à competência territorial, a Lei 10.259/01 também é omissa. Apesar da omissão legislativa na Lei 10.259/01, para o JEF não se aplicará subsidiariamente a regra do art. 4º da Lei 9.099 porque há disposição expressa na CF (art. 109, §2º), norma de maior hierarquia, sobre a competência para as ações intentadas contra a União e afins. As causas contra a União, autarquias federais e fundações de direito público federal podem ser ajuizadas: - domicílio do autor; - lugar onde ocorreu o ato ou fato ou onde situada a coisa;
	Exceção: existe uma hipótese em que eu não aplico o art. 109, §2º da CF e aplico no lugar dele o art. 4º da Lei 9.099: É a hipótese de empresa pública federal ré (ex.: CEF e Correios), pois nesse caso a regra de competência não é a da CF e sim a do sistema (a CF não menciona a empresa pública federal, ela só se preocupa depois da União, com autarquias e fundações federais).
	A ação contra a CEF e Correios segue a regra do art. 4º: pode ser ajuizada no domicílio do réu, no local onde ele tem agência; no local onde a obrigação deve ser cumprida; ou no domicílio do autor.
Art. 20: Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4º da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.
	Se na comarca não tem Justiça Federal, você pode ajuizar a ação na comarca do lado, onde houver Justiça Federal, ou no Juizado Especial Federal mais próximo.
	Cuidado: o juiz estadual não pode aplicar as regras do Juizado Especial Federal na comarca onde não tem Justiça Federal (embora, por delegação de competência, possa ser ajuizada ação previdenciária na Justiça Estadual, na forma do art. 109, § 3º, CF), devendo a causa ser processada pelo procedimento comum – ordinário ou sumário – disciplinado no CPC.
Em resumo: A ação pode ser ajuizada na capital ou subseção; Se não for sede de Vara Federal, capital, subseção que abranja a cidade de domicílio e foro federal mais próximo, além da estadual. Tudo competência relativa, indeclinável de ofício.
De qualquer forma, se ajuizar em outra é competência relativa, não podendo ser declinada de ofício.
Enunciado 24, FONAJEF: Reconhecida a incompetência do JuizadoEspecial Federal, é cabível a extinção do processo, sem julgamento de mérito, nos termos do art. 1º da Lei n. 10.259/2001 e do art. 51, III, da Lei n. 9.099/95, não havendo nisso afronta ao art. 12, § 2º, da Lei 11.419/06. (Nova redação – V FONAJEF).
OBS: Criação superveniente de Juizado Especial Cível Federal
	A competência dos Juizados Especiais Cíveis Federais é absoluta e assim sendo, não deveria se submeter à regra da perpetuatio jurisdictionis prevista no art. 87 do CPC. Contudo, prevê o art. 25 da Lei 10.259/2001 que “não serão remetidas aos Juizados Especiais as demandas ajuizadas até a data de sua instalação”.
	Contudo, é possível que, em razão do art. 20 da Lei 10.259/2001, a demanda tenha sido proposta perante o juízo estadual, dotado de competência federal delegada. Neste caso, segundo Leonardo José Carneiro da Cunha (“A Fazenda Pública em Juízo”), a conseqüência irá variar caso seja criada de Vara Federal ou de Juizado Especial Cível Federal. Para o autor, a delegação do exercício da competência federal deixa de existir quando, naquele foro, for instalada Vara Federal. Isto porque a superveniente instalação de vara federal revoga a delegação da competência. A causa passa para a vara federal, que continua a processá-la com aplicação das regras procedimentais contidas no CPC. Diversamente, se superveniente instalação for de Juizado Especial Federal, o processo mantém-se com o juízo estadual, não devendo ser remetido para o Juizado, por força do já mencionado art. 25 da Lei 10.259/200149.
OBS 2: Competência para cumprir carta precatória quando existente, na comarca, um Juizado Especial Cível Federal 
CPC, art. 209: O juiz recusará cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com despacho motivado: II - quando carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia.
	O cumprimento da precatória apenas poderá ser realizado pelo Juizado Federal se a causa inserir-se entre aquelas de sua competência. Se não for da sua competência, a carta deverá ser cumprida pela Justiça Estadual, nos termos do art. 1.213 do CPC: “as cartas precatórias, citatórias, probatórias, executórias e cautelares, expedidas pela Justiça Federal, poderão ser cumpridas nas comarcas do interior pela Justiça Estadual”. Neste sentido, 1ª Seção do STJ, CC 47.445/SP, j. 22.2.2006; 2ª Seção do STJ, CC 56.521, j. 22.3.2006 e confirmado.51
OBS 3: Conflito de Competência entre juiz federal de vara comum e juiz federal de juizado
INFORMATIVO Nº 557/STF 
Considerou-se que a competência para dirimir o conflito em questão seria do Tribunal Regional Federal ao qual o juiz suscitante e o juizado suscitado estariam ligados, haja vista que tanto os juízes de primeiro grau quanto os que integram os Juizados Especiais Federais estão vinculados àquela Corte. No ponto, registrou-se que esse liame de ambos com o tribunal local restaria caracterizado porque: 1) os crimes comuns e de responsabilidade dos juízes de primeiro grau e das Turmas Recursais dos Juizados Especiais são julgados pelo respectivo Tribunal Regional Federal e 2) as Varas Federais e as Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais são instituídos pelos respectivos Tribunais Regionais Federais, estando subordinados a eles administrativamente. Reportou-se à orientação firmada pelo Tribunal no julgamento do HC 86834/SP (DJU de 9.3.2007), no sentido de reconhecer a competência do Tribunal Regional Federal para o julgamento dos crimes comuns e de responsabilidade praticados por juízes de primeiro grau e das Turmas Recursais. Citou-se, também, o disposto na Lei 10.259/2001, que comete aos Tribunais Regionais Federais a faculdade de instituir os Juizados Especiais Federais e de estabelecer sua competência, bem como lhes atribui o poder-dever de coordenar e prestar suporte administrativo aos Juizados Especiais (artigos 21, 22 e 26). (...) Considerou-se que a Constituição não conferiu, portanto, às Turmas Recursais, integradas por juízes de primeiro grau, a natureza de órgãos autárquicos ou a qualidade de tribunais, também não lhes tendo outorgado qualquer autonomia com relação aos Tribunais Regionais Federais. Explicou-se que, por isso, contra suas decisões não cabe recurso especial ao STJ, mas sim recurso extraordinário ao Supremo. Assim, não sendo possível qualificar as Turmas Recursais como tribunais, não seria lícito concluir que os juízes dos Juizados Especiais estariam a elas vinculados, salvo — e exclusivamente — no que concerne ao reexame de seus julgados. Outro precedente citado: RE 136154/DF (DJU de 23.4.93). RE 590409/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009. (RE-590409)
Diante desta manifestação do STF, a Corte Especial do STJ, ao apreciar o Conflito de Competência 107.635/PR, cancelou o enunciado 348 da sua súmula de jurisprudência (Compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal, ainda que da mesma seção judiciária).
	Súmula 428 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre Juizado Especial Federal e Juízo Federal da mesma Seção Judiciária. 
Enunciado 91 do FONAJE: O conflito de competência entre juízes de Juizados Especiais vinculados à mesma Turma Recursal será decidido por esta. Inexistindo tal vinculação, será decidido pela Turma Recursal para a qual for distribuído.
Enunciado 106 do FONAJEF: Cabe à Turma Recursal conhecer e julgar os conflitos de competência apenas entre Juizados Especiais Federais sujeitos a sua jurisdição.
	Entretanto, se os juízes não estiverem vinculados funcionalmente ao mesmo Tribunal, quem decide é o STJ (art. 105, I, “d”, CF).
OBS. 4: Competência. Necessidade de citação por edital
COMPETÊNCIA. DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA.
Compete à Justiça Federal, e não a Juizado Especial Federal, processar e julgar a ação de declaração de ausência com a finalidade de percepção de benefício previdenciário, uma vez que é necessária a citação editalícia, imprescindível no caso concreto. O rito estabelecido no art. 18, § 2º, da Lei n. 9.099/1995, aplicável ao Juizado Especial, conforme o art. 1º da Lei n. 10.259/2001, não admite a citação editalícia. Precedentes citados: CC 47.936-MG, DJ 20/11/2006, e CC 57.544-SP, DJ 16/10/2006. CC 93.523-RJ, 2ª Seção, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 25/6/2008.
	De acordo com o art. 18, § 2º da Lei 9.099/95, não cabe citação por edital nos Juizados Especiais, o autor precisa saber o endereço do réu.
3.11.3 Ação de Prestação de Contas
A ação de prestação de contas compete a quem tem o direito de exigi-las ou o dever de prestá-las, em razão da administração de bens, valores ou interesses de determinado sujeito confiado a outrem. 
	COGNIÇÃO: SECUNDUM EVENTUM DEFENSIONIS (MARINONI) OU EVENTUAL (KAZUO)
	A cognição secundum eventum defensionis não tem nada a ver com a cognição do mandado de segurança (esta é plena e exauriente secundum eventum probationis). O exemplo é o da ação de prestação de contas: se o réu contestar o dever de prestar contas, o juiz vai exercer cognição sobre isso; se ele prestar contas, a cognição se limitará ao valor.
	Apresentada contestação e sendo julgado procedente o pedido, o réu ficará obrigado, em virtude da sentença, a prestar contas, desenvolvendo-se o destinado à apuração do eventual crédito. Caso o réu preste as contas, reconhecendo a procedência do pedido, será suprimido o procedimento destinado a declarar o dever de prestá-las, passando-se automaticamente ao procedimento destinado à apuração do eventual crédito.
	Kazuo Watanabe entende que, na ação de prestação de contas, há cognição eventual (assim como na ação monitória).
	
	COGNIÇÃO SECUNDUM EVENTUM DEFENSIONIS (MARINONI) – AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS (PARA KAZUO, É COGNIÇÃO EVENTUAL)
	
	Importante: O saldo credor declarado na sentença poderá ser cobrado em execução forçada. Há quem fale, em razão disso, que se trata de uma sentença declaratória com força executiva.
Natureza hibrida da ação:
Condenação à prestaçãode contas (obrigação de fazer)
Condenação ao pagamento do saldo residual (obrigação de pagar)
	Contas de inventariante, tutor etc: as contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de outro qualquer administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeada.
	Natureza dúplice da ação: significar dizer que o bem da vida objeto da demanda – dinheiro resultante do saldo devedor – irá obrigatoriamente ficar com uma das partes. 
3.11.4. Ações possessórias 
1. Noções Gerais e Espécies:
As ações possessórias competem a quem pretender proteger a posse de seus bens, sem discutir o domínio sobre eles (art. 923 do CPC). Há separação entre direito possessório (jus possessionis) do direito petitório (jus possidendi – Tutela da posse como um dos atributos da propriedade).
São espécies de ações possessórias previstas no CPC:
- Reintegração de posse – caso de esbulho (só há perda da posse no caso do art. 1224 do CC);
- Manutenção de posse – caso de turbação (incômodo ao exercício normal da posse);
- Interdito proibitório – “justo receio” de ser molestado na posse (esbulho ou turbação iminentes).
Outras ações relacionadas (não possessórias): Ação de imissão de posse (baseada em documento que outorga direito à posse contra quem tem obrigação de transferi-la, sem discussão sobre domínio); Ação Reivindicatória (baseada no domínio, que faz coisa julgada); Embargos de terceiro (utilizada pelo terceiro prejudicado no caso do desapossamento decorrer de cumprimento de ordem judicial); nunciação de obra nova, dano infecto, etc.
2. Características: Há fungibilidade entre as ações possessórias (art. 920). Significa a possibilidade do juiz conhecer e decidir de pedido diverso daquele originalmente formulado pelo autor (ex: verificado o esbulho no curso da ação de manutenção de posse, cabe reintegração).
O autor pode cumular ao pedido possessório (I) pedido de condenação em perdas e danos, (II) cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho e (III) desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse (art. 921).
As possessórias são demandas de natureza dúplice: o réu pode voltar-se contra o autor, postulando proteção possessória e indenização na própria contestação (art. 922). Porém, pedido de natureza diversa só poderá ser veiculado por meio da reconvenção.
3. Procedimento: proposta a ação dentro de ano e dia do esbulho ou da turbação (ação de força nova), a ação segue rito especial (art. 924-931); passado o prazo decadencial (ação de força velha), segue o rito ordinário (art. 924 – e, eventualmente, o rito sumário, art. 275, I, ou da Lei n. 9.099/95, a depender do valor do bem – STJ, CC 62.402/MG, DJ 11/10/2007).
Não deixa de haver tutela possessória, porém o procedimento possessório é diverso, em especial quanto aos requisitos a serem demonstrados para a concessão da tutela liminar possessória: na ação de força velha depende, além dos requisitos do art. 927, da demonstração de uma situação de urgência (art. 273), enquanto na força nova o risco de demora é presumido e deve ser concedida (art. 928). Mas é importante destacar que, na força velha, não se afasta de plano a possibilidade de antecipação da tutela (Cfr. Enunciado 238 da I Jornada de Direito Civil).
O rito do interdito proibitório será sempre o especial (art. 933), pois não se cogita de situação envolvendo posse velha, visto que a ameaça de ofensa à posse é necessariamente a atual.
O foro competente é o da situação da coisa (art. 95 do CPC – competência territorial absoluta).
Incumbe ao autor demonstrar (I) sua posse (fundamento da possessória); (II) a turbação ou esbulho; (III) a data em que ocorreu (para se verificar o procedimento a ser adotado); e (IV) a continuação da posse turbada ou a sua perda, conforme consta do art. 927 do CPC.
Sendo a ação de força nova e estando o juiz suficientemente convencido do cumprimento dos requisitos do art. 927, deve conceder a tutela antecipada (art. 928), independentemente dos requisitos do art. 273 do CPC; caso não demonstrados, o juiz designará audiência de justificação, citando o réu a participar do ato, mas não para se defender (não pode produzir provas nessa audiência, mas apenas contraditar as produzidas pelo autor, cfr. Marcato, p. 150, e Marinoni, p. 108), o que somente se dá após o despacho que deferir ou não a antecipação da tutela, em havendo justificação prévia (art. 930, parágrafo único).
A antecipação da tutela possessória não pode ser concedida contra pessoa jurídica de direito público antes da oitiva de seu representante judicial (art. 928, parágrafo único).
4. Legitimidade: É legitimado ativo aquele que se afirma possuidor (direto ou indireto) do bem, independentemente da condição de proprietário, e legitimado passivo aquele que se supõe infringidor da posse alheia. Haverá litisconsórcio necessário dos cônjuges nos casos de composse ou de ato por ambos praticados (art. 10, § 2º, do CPC).
O possuidor direto pode promover a ação em face do indireto (art. 1197 do CC), ou vice-versa (Marcato, p. 147). O detentor, que conserva a coisa no interesse de outrem (detentor dependente – art. 1198 do CC), não tem legitimidade. Já o detentor interessado (art. 1208 do CC) tem direito à tutela contra agressões de terceiros, mas não contra o possuidor. Se acionado o detentor-preposto, cabe nomeação à autoria em relação ao possuidor (art. 62 do CPC). Já se acionado o locatário (possuidor direto), tem ele a faculdade de denunciar a lide ao locador (CPC, art. 70, II).
No caso da ação possessória envolver, como parte ré, uma multidão de pessoas, admite-se que a citação ocorra na pessoa do seu líder, ainda que informal, citando-se as demais por edital (CPC, art. 231, I), sob pena de se tornar impossível a tutela possessória ao autor (STJ, REsp 837.108/MG, DJe 18/06/2008). No litígio possessório coletivo é necessária intervenção do MP.
5. Considerações diversas:
Não cabe tutela possessória de servidões não aparentes, salvo quando tituladas (art. 1213 do CC), e de bens imateriais (Súmula 228 do STJ), pois não são objeto de posse. Ver Súmula 415 STF.
Se o Poder Público já deu ao imóvel uma destinação pública, não é possível a ação possessória. Nesse caso, cabe ação de desapropriação indireta para pleitear perdas e danos.
O réu pode pedir ao juiz que ordene ao autor, enquanto provisoriamente mantido ou reintegrado na posse (isto é, até a sentença de procedência), que proceda à caução, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, caso provado que o autor carece de idoneidade financeira para responder por perdas e danos no caso de sua sucumbência (art. 925).
Súmula 487 do STF parcialmente superada, pois só aplicável ao caso em que se postula a posse com base no domínio (Tartuce,, p. 781; Marcato, p. 145).
3.11.5 Desapropriação
Ação que tem por escopo a incorporação de imóvel ao patrimônio público, para que he seja dada destinação de interesse público, mediante o pagamento de justa e prévia ndenização.
Trata-se de ação de cognição parcial, pois – fundada na supremacia do interesse público – somente permite a discussão acerca do valor da indenização, e, ao mesmo tempo, de cognição exauriente, não havendo limitação quanto à produção de prova relacionada à indenização.
Direito de extensão. É o direito de exigir da Administração indenização pelos prejuízos extraordinários causados diretamente pela desapropriação ou de exigir a desapropriação da totalidade da área (área remanescente) - art. 37 do Decreto-lei nº 3.355/64. Permite-se tal discussão por se tratar do justo direito à indenização.
Competência: foro em que localizado o bem.
Requisitos da PI (art. 13): além dos requisitos previstos no CPC, oferta do preço, cópia do decreto expropriatório e planta do imóvel.
Imissão provisória na posse (art. 15 do DL): condicionada à alegação de urgência pelo expropriante e ao depósito da indenização. A jurisprudência tem entendido pela necessidade de períciaprovisória para se aferir o valor do depósito, como decorrência da exigência constitucional de justa e prévia indenização, já que com a imissão na posse, o particular fica desprovido de todos os poderes inerentes ao domínio.
Levantamento do valor depositado (art. 33, § 2º): autoriza ao expropriado o levantamento de até 80% do valor depositado.
Consectários legais: os juros compensatórios estão previstos no art. 15-A e dizem respeito à remuneração pela perda antecipada da posse, vigorando o percentual de 12% ao ano (súmula 618 do STF)�.
Os juros moratórios (art. 15-B) têm finalidade diversa: de recompor o valor da indenização em virtude do atraso no pagamento, sendo de 6% ao ano.
Inicialmente, o STJ entendia pela cumulatividade dos juros (súmula 12), contudo, tendo em vista a sumula vinculante 17, passou a entender que não são cumuláveis por incidirem em momentos distintos.
Os compensatórios incidem a partir da imissão na posse, na desapropriação direta; ou ocupação indevida do bem, na indireta (súmula 69 STJ) ate a data da expedição do precatório; enquanto os moratórios apenas incidirão após o término do exercício em que o precatório deveria ter sido pago (quando se caracterizaria a mora).
Correção monetária. Segundo a súmula 561 do STF, em desapropriação, é devida a correção monetária até a data do efetivo pagamento da indenização.
Honorários advocatícios: serão fixados entre 0,5% e 5%, sobre a diferença entre a oferta e a indenização arbitrada, ambas corrigidas monetariamente (art. 20, § 1º, do DL; súmula 617 do STF e a súmula 141 do STJ). Nota-se que o STF declarou inconstitucional a parte do dispositivo que vedava o arbitramento de valor acima de R$ 151 mil reais.
Impostos de transmissão (art. 27, § 2º, do DL) a transferência da propriedade do bem não gera a incidência dos impostos de transmissão. Contudo, segundo a súmula 111 do STF, se houver retorno do bem ao particular (retrocessão), o imposto de transmissão será devido.
Desistência da desapropriação. Poderá ocorrer até a sua consumação, isto é, até o efetivo pagamento do preço.
3.11.6 Ação Discriminatória
Criado pela Lei 6.383/76, que buscou uma forma de separar as terras públicas das privadas, é a esse fim que se destina o procedimento discriminatório; que é composto por 02 fases:
1) Fase Administrativa – se divide em etapas:
a) CHAMAMENTO dos interessados (publicação dos editais)
- se tiver dúvidas, ajuíza ação judicial;
- se apresentados títulos legítimos, será lavrado o registro para os particulares;
b) DEMARCAÇÃO
- serão delimitadas as terras:
	i) devolutas
	ii) particulares
 	iii) objeto de legitimação de posse
Títulos que suscitarem dúvidas. 
	
2) Fase Judicial – ocorre por meio da AÇÃO DISCRIMINATÓRIA de rito especial, sendo a titularidade de seu ajuizamento do poder público. Hipóteses:
	i) quando o processo administrativo for interrompido ou dispensado
	ii) quem não atender ao chamamento
Quando ocorrer atentado (alteração das divisas após o processo)
Competência: Justiça Federal, se tiver terras da União
Sentença: define os títulos legítimos apresentados pelos particulares; por exclusão, definem-se as terras devolutas. 
Se o Estado não discrimina as terras, elas poderão ser usucapidas e o ajuizamento da usucapião impede a instauração do procedimento discriminatório.
� Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando:I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.Parágrafo único. Para o fim do disposto no no I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal.
� Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.
� Adotou-se aqui a teoria alemã, segundo o qual o objeto é formado apenas pelo pedido.
� Inconstitucionalidade dos juros compensatórios de até 6%. O STF suspendeu a parte do art. 15-A que diz “de até seis por cento ao ano”. O tribunal entendeu que essa limitação fere a justiça da indenização prevista na CF�. Aplica-se atualmente a súmula 618 do STF, que estabelece a taxa de juros compensatórios em 12% ao ano. O STJ entendeu que, entre a edição da MP 1.577/97, que alterou o art. 15-A, introduzindo a taxa de 6%, em 1997, e o julgamento do STF na MC na ADI 2332, que ocorreu em 2001, é válido a taxa de juros de 6% ao ano�. O art. 15-A, §§ 1º, 2º e 4º, estão suspensos pela mesma MC, pois o STF entendeu que violam o princípio do justo preço esculpido na CF. O trecho de 6% ao ano previsto no art. 15-B está em vigor.
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