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Ponto 4 - Processo Civil

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PONTO 4 – 
Direito Processual Civil: Sujeitos Processuais. Juiz. Princípios. Garantias. Organização da Magistratura. Poderes. Deveres. Responsabilidade. Impedimentos e Suspeição. Mandado de Segurança. Mandado de Injunção. Ação Popular. Ação Civil Pública e Inquérito Civil Público. Improbidade Administrativa. Habeas Data. Proteção ao Meio Ambiente e ao Consumidor.
Sujeitos Processuais
Juiz
Sujeito imparcial do processo, investido de autoridade para dirimir a lide. Como a jurisdição é função estatal, não pode o juiz eximir-se de atuar no processo, pronunciando o non liquet (art. 126 do CPC).
Material Marcos Góes
	STJ - 1aT
	433
	Suspeição
	A suspeição só pode ser arguida enquanto não realizado o julgamento; inaugurar outra possibilidade conspiraria contra o princípio da segurança jurídica. De acordo com o § 1º do art. 138 do CPC, a arguição de suspeição deve ser suscitada na primeira oportunidade em que couber à parte manifestar-se nos autos e se deve observar o prazo de até 15 dias da ciência do fato causador da suspeição, conforme disposto nos arts. 304 e 305 do CPC.
	STJ - 4aT
	435
	Suspeição
	Leva à suspeição do magistrado sua íntima ou fraternal amizade ou sua inimizade capital em relação às partes do processo, e não em relação ao patrono da causa.
Classificação dos atos judiciais
a) Provimentos - espécies: Despacho, decisão interlocutória, sentença e acórdão. 
	b) Atos reais ou materiais – espécies: certificação e instrução.
 
Só cabe recurso de ato de provimento, não cabe recurso de ato material.
Provimentos:
1) sentença [art. 162, § 1º, CPC] - ato que resolve o processo com ou sem a análise do mérito. 
-conceito legal: sentença é ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos art. 267 e 269 do CPC.
(O Prof. José Roberto dos Santos Bedaque faz uma interpretação literal do dispositivo. Nelson Nery se posiciona de maneira diferente, ele diz que a interpretação literal do dispositivo seria insuficiente. Não seria possível tão somente a adoção do critério formal. Para Nery, sentença será toda decisão que implique numa das situações dos arts. 267 e 269 e que ponha fim ao processo ou procedimento. 
-recurso cabível: 
a)embargos declaratórios 
b)apelação (existem vários regimes jurídicos específicos para apelação. A depender da situação concreta será usado um, ou outro)
2) decisão interlocutória [art. 162, § 2º, CPC] - decisão que resolve uma questão, mas não resolve o processo.
-espécies:
a)simples 
b)mistas - só ocorre em processos que tenham cumulação de pedidos, de sujeitos ou de ações, quando o juiz poderá acolher uns e afastaR os outros.
-recurso cabível: [depende]
a)decisão interlocutória na 1ª instância: 
regra: agravo retido.
exceção: agravo de instrumento.
b)decisão interlocutória na 2ª instância: [ex.: decisão monocrática proferida pelo relator]
regra: agravo regimental. [prazo: 5 dias]
exceção: se a decisão for pela não admissão do RE ou REsp, o recurso será o agravo NOS PRÓPRIOS AUTOS previsto no art. 544, CPC. [prazo: 10 dias]
(contra decisão do relator que concede ou nega a tutela antecipada no recurso não cabe recurso.
Decisão que tem a mesma natureza jurídica de sentença e a mesma natureza de decisão interlocutória - recurso cabíveL: Agravo retido ou instrumento.
3) Despachos de mero expediente [art. 162, § 3º, CPC] - não precisam ser motivados e não são atacáveis por recurso [art. 504, CPC].
(fundamento da irrecorribilidade dos despachos: o impulso oficial é um dever do Poder Judiciário [art. 262, 2ª parte, CPC], não há opção ao magistrado. O pressuposto para a existência do recurso é a prática de um ato com certa margem de discricionariedade (por certo uma discricionariedade regrada). Nos atos decisórios este pressuposto existe, nos despacho não.
Onde houver ato decisório, há opção e onde há opção por parte do magistrado, há possibilidade de sucumbência (pelo menos sob aspecto jurídico).
constitucionalidade da limitação da recorribilidade e da desnecessidade da motivação: o despacho tem natureza híbrida - tem forma de decisão, mas não tem conteúdo decisório (não resolve processo, nem questão). O despacho não tem capacidade de gerar dano à parte contrária.
4) acórdão [art. 162, § 3º, CPC] - julgamento proferido pelos tribunais.
-crítica: imprecisão técnica do legislador: nem todos os julgamentos proferidos pelo tribunal serão acórdão (ex.: decisão monocrática do relator). Segundo a definição mais técnica acórdão é o julgamento proferido por órgãos colegiados do tribunal.
-justificativa da expressão “acórdão”: no português arcaico a fonética coincidia com a forma escrita. A terminação “ão”, da época, hoje tem o significado de “am”. A expressão “acórdão” representa a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo acordar (estar de acordo), por isso se pressupor a existência de mais de uma pessoa decidindo.
(Wambier: possui natureza diferenciada: espécie de decisão judicial colegiada.
-recurso cabível: 
a)embargos declaratórios 
b)embargos infringentes
c)embargos de divergência 
d)Recurso ordinário constitucional
e)Recurso especial
f)Recurso extraordinário
Princípios. Garantias. Organização da Magistratura
REGRAS X PRINCÍPIOS
	Regra
	Princípio
	são mandamentos de definição, impõem resultados, devem ser aplicadas na medida exata de suas prescrições 
[“mandamentos de definição”, “lógica do tudo ou nada” ( “all or nothing” - DWORKING].
	são mandamentos de otimização, ou seja, normas que ordenam que algo seja cumprido na maior medida possível, de acordo com as circunstâncias fáticas e jurídicas existentes.
(“lógica do mais ou menos, dependendo das circunstâncias fáticas e jurídicas” (ALEXY)
	-conteúdo: limitam-se a traçar uma conduta.
	-conteúdo: identificam valores a serem preservados ou fins a serem alcançados.
(trazem em si um conteúdo ideológico ou uma decisão política.
	-estrutura normativa: o relato de uma regra, especifica os atos a serem praticados para seu cumprimento adequado.
(a atuação do intérprete é menos complexa, se ocorre o fato previsto em abstrato produz-se o efeito concreto prescrito.
	estrutura normativa: o relato de um princípio indica um fim, um estado ideal a ser alcançado. 
(a atuação do intérprete será mais complexa, pois caberá a ele definir a ação a tomar.
	-são espécies de normas.
	-são espécies de normas.
	-as regras não podem estar em conflito entre si.(no caso de conflito entre duas delas, uma deve ser eliminada.
	os princípios podem estar em conflito, devendo ser objeto de um juízo de ponderação, à luz do caso concreto, pelo qual um cederá em função do outro.
	-encontram-se em uma dimensão de validade..
	-os princípios se encontram em uma dimensão de peso.
1.2.1. Princípios
P. do Juiz Natural – Juiz Natural é aquele competente e imparcial. O P. Juiz Natural resulta da conjugação de dois incisos do art. 5 (XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente). Alguns chamam o Juiz Natural de juiz constitucionalmente competente. O princípio não impede posteriores alterações de competência, desde que amparadas em critérios gerais e abstratos (como no caso da mudança na organização judiciária com a especialização de varas ou redistribuição de processos após criação de novas varas).
Princípio da identidade física do juiz: o juiz que concluir a audiência deve julgar a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado (art. 132 do CPC). Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas.
Princípio da Imparcialidade: o juiz deve abster-se de julgar a demanda quando houver motivos que levem as partes a duvidar de sua imparcialidade (impedimento ou suspeição).
P. da Improrrogabilidade - O mesmo que P. da Aderência ao Território - veda aojuiz o exercício da função jurisdicional fora dos limites delineados pela lei. O princípio da improrrogabilidade admite exceções nos casos de prorrogação de competência como no caso de conexão e continência.
P. da Indeclinabilidade – O mesmo que P. da Inafastabilidade. O Estado-Juiz não pode se eximir de prover a tutela jurisdicional àqueles que o procurem para pedir uma solução baseada em uma pretensão amparada pelo direito. Liga-se ao P. da Vedação ao "non liquet".
Princípio Dispositivo - Também conhecido como Princípio da Adstrição ou P. da Congruência ou P. da Correlação - previsto no art. 460 e também no 128 CPC - Manifestação da Inércia da Jurisdição (2 CPC), da Imparcialidade e da Ampla Defesa e Contraditório, refere-se à necessidade do magistrado decidir a lide dentro dos limites objetivados pelas partes, não podendo proferir sentença de forma extra, ultra ou infra petita. 
P. Iura Novit Curia - O Juiz conhece o Direito (necessidade de aplicação de ofício o Direito, dentro dos limites estabelecidos pelo P. Dispositivo)
1.2.2. Garantias (*extraí do ponto de princípios institucionais a parte a partir do item 1, mas, por se tratar de direito processual, entendo que o conhecimento do resumido no início supre o exigido pelo edital)
EM SUMA: As garantias possuem caráter relativo:
- Vitaliciedade – garante a permanência na Magistratura enquanto o juiz quiser, observadas as ressalvas da própria CF. É mais do que estabilidade: esta permite a exclusão do processo administrativo, enquanto que a vitaliciedade só por processo judicial. Não impede a aposentadoria compulsória por invalidez efetiva (incapacitação física ou mental) ou presumida (70 anos), nem a aposentadoria por interesse público, em decisão fundamentada de 2/3 do Tribunal ou do CNJ, em processo administrativo. Carecem de vitaliciedade os juízes em estágio probatório (2 anos iniciais da carreira) e os juízes eleitorais não provenientes, obviamente, da magistratura.
- inamovibilidade – imunidade a transferências de um cargo a outro contra a vontade, mesmo por promoção. Exceções: é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento (CF, art. 93, II, a); o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
RECENTEMENTE STF DECIDIU QUE O JUIZ SUBSTITUTO TEM INAMOVIBILIDADE
- irredutibilidade de vencimentos – põe a salvo de quaisquer alterações substancialmente capazes de diminuir a capacidade de adquirir bens. No entanto, assegura apenas a manutenção nominal do valor dos vencimentos.
São basicamente duas as garantias da magistratura: 
1) Garantias institucionais;
Autonomia orgânico-administrativa;
Autonomia financeira.
2) Garantias funcionais
Independência do magistrado;
Imparcialidade do magistrado.
No tópico, cabe ressaltar as garantias funcionais.
São garantias dos magistrados enquanto no exercício do cargo, daí porque também são conhecidas como garantias dos órgãos, funcionais dos órgãos.
1.2.1. Garantias Relativas à Independência do Magistrado
Independência é a capacidade ou aptidão do órgão de produzir seus julgamentos sem que dependa de qualquer fator externo. Isso é muito importante, independência do magistrado é algo que deve ser observado, porque quando lutamos pela independência do juiz, estamos lutando pela democracia e pelos direitos fundamentais. 
Embora isso seja um processo longo e demorado, aos poucos o Poder Judiciário vai se afirmando com independência e toda conduta que importe na supressão da independência do juiz é uma conduta antidemocrática, é uma conduta que labora contra os direitos fundamentais e contra o próprio Estado. 
Então, quando se fala em juízes independentes, PENSA-SE EM UMA GARANTIA DE QUE A SOCIEDADE VAI TER UM AMPARO DEMOCRÁTICO, DE QUE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS VÃO SER CONCEDIDOS, QUE HÁ O CONTROLE DO PODER. 
Essa independência dos magistrados, ela se expressa em três espécies de garantias, previstas no artigo 95 da CR: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios.
VITALICIEDADE – art. 95, I da CR.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
Assim, o juiz não vitaliciado pode perder o cargo por decisão do tribunal. Quem é o juiz vitaliciado? É o juiz de primeiro grau que entrou por concurso público, após dois anos de EFETIVO exercício do cargo, e o juiz que ingressou na magistratura pelo quinto constitucional, que já é vitalício desde a posse.
Durante o período de vitaliciamento o que ocorre é que o magistrado fica sob o exame dos tribunais. Alguns tribunais criaram a figura do juiz formador, juiz ao qual o juiz substituto fica atrelado e que vai examinando o comportamento e a conduta do magistrado. O que se observa no juiz vitaliciando? A qualidade da atividade jurisdicional em primeiro lugar; em segundo lugar a sua produtividade; ainda a sua conduta privada e pública, todos os elementos necessários que um juiz experiente ou o tribunal poderá observar.
Pergunta: digamos que o juiz substituto, durante o período de 2 anos, faça um monte de besteiras, e aí o tribunal vai avaliando se está bom ou não, e passa o prazo de dois anos, e quando dá 2 anos e meio o tribunal resolve não vitaliciar, isso é possível? Tanto para o STF quanto para o STJ, o prazo de vitaliciamento é um prazo peremptório e constitucional. Significa que o único requisito previsto na constituição é o prazo de dois anos, se o tribunal não tomar as providencias necessárias para iniciar o procedimento administrativo disciplinar e afastar o magistrado de suas funções, então automaticamente o magistrado se torna vitalício. Então esse entendimento do Superior Tribunal impõe ao tribunal que realize as diligências para a análise da conduta do magistrado antes que se complete os dois anos, porque se completar os dois anos e o tribunal nada deliberar, automaticamente o magistrado se torna vitalício. 
Mas se dentro dos dois anos o juiz cometer faltas graves? Ele é afastado por deliberação do tribunal, ou seja, administrativamente, por simples deliberação. Esse é o entendimento sedimentado no STJ. Isso aí nos termos da resolução 30 do CNJ (Resolução 30 do CNJ foi revogada pela Resolução 135/11, objeto da ADI 4638, ainda não julgada), ou seja, processo administrativo contra vitaliciando deve ser disciplinado pelos tribunais. Ou seja, EXISTE UM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA VITALICIANDO E EXISTE UM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA JUIZ VITALÍCIO. Os tribunais devem disciplinar sobre esse procedimento no regimento interno, no qual deve ser assegurado contraditório e ampla defesa. 
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
E se na lista sêxtupla não existir candidato que se enquadre dentro dos requisitos constitucionais, o tribunal pode recusar a lista e devolver para complementação ou reformulação pelos órgãos de classe? Segundo o STF pode. Vide: MS 25624. A seleção dos candidatos ao quinto se transferiu dos tribunais para os órgãos de representação do MP e da advocacia. Pode o Tribunal recusar-sea compor a lista tríplice dentre os seis indicados, se tiver razões objetivas para recusar algum, a alguns ou a todos eles, as qualificações pessoais reclamadas pelo art. 94 da CF (ex. não ter os 10 anos de advocacia ou mais de 10 anos de carreira no MP; a questão é mais delicada no caso de recusa por ausência de “notório saber jurídico” ou de “reputação ilibada”: a respeito de ambos esses requisitos constitucionais, o poder de emitir juízo negativo ou positivo se transferiu por força do art. 94 dos Tribunais para a entidade de classe correspondente. Essa transferência de poder não ilide, porém, a possibilidade de recusa da indicação, desde que fundada em razões objetivas, declinadas na motivação da deliberação ). Nesses casos de recusa, a solução é a devolução motivada da lista à corporação da qual emanada, para que refaça conforme o numero de candidatos desqualificados. 
Pois bem.
Como visto, se o juiz não é vitalício ele pode ser exonerado por deliberação do tribunal, mas se o juiz é vitalício ele só pode ser exonerado por sentença judicial transitada em julgado. Há uma diferença, portanto, em relação aos cargos de servidores estáveis, que adquirem sua estabilidade com 3 anos de exercício no cargo e poderão ser exonerados por sentença judicial transitada em julgado, processo administrativo disciplinar que lhe garanta contraditório e ampla defesa e ainda por insuficiência de desempenho. Essa comparação entre o juiz que tem a garantia da vitaliciedade e os servidores do Estado cai sempre em concurso. 
Os servidores do Estado adquirem estabilidade após 03 anos de exercício e são 3 as hipóteses de exoneração, enquanto o magistrado adquire vitaliciedade com dois anos e aí só com a sentença transitada em julgado. De onde vem a sentença transitada em julgado? Pode vir da área civil e pode vir da área criminal, como efeito secundário da sentença penal condenatória.
A vitaliciedade vincula o titular do cargo por toda a sua vida funcional, até completar 70 anos de idade.
A vitaliciedade assegura ao magistrado a prerrogativa de somente ser demitido após o trânsito em julgado da decisão judicial, afastando qualquer possibilidade de perda do cargo por decisão meramente administrativa.
No Estado Constitucional de Direito não há direitos absolutos e a vitaliciedade não pode ser um entrave à ação do Estado no exercício do jus puniendi a quem viole a lei.
O Juiz não vitalício pode ser promovido para tornar-se Juiz de Direito, Juiz Federal ou Juiz do Trabalho, assim como o Juiz Substituto pode ser vitalício. Os temas não se confundem uma vez que vitaliciedade é adquirida pelo decurso do prazo de dois anos, contados da posse no cargo de Juiz Substituto, quer tenha havido ou não a promoção do juiz nesse prazo.
No segundo grau de jurisdição, a vitaliciedade dá-se com o efetivo exercício (é imediata), como já falado. 
NUNCA USE O TERMO EFETIVO PARA JUÍZES! O JUIZ NUNCA SE TORNARÁ EFETIVO, ELE SE TORNARÁ VITALÍCIO.
Houve um caso, PCA nº 267 do CNJ em que se propôs o seguinte, que o CNJ exonerasse o magistrado que ingressou na carreira. Chegou-se à seguinte conclusão: o magistrado já tinha cumprido os dois anos de vitaliciamento. E aí se perguntou o seguinte, o CNJ poderia exonerar por deliberação sua o juiz que acabou de ingressar? ENTENDEU-SE QUE CASO O JUIZ FOSSE VITALICIANDO, NÃO tivesse COMPLETADO O PERÍODO DE DOIS ANOS, O CNJ PODERIA DELIBERAR SOBREPONDO O ÓRGÃO ESPECIAL DO TRF OU DO TJ ADMINISTRATIVAMENTE, DESDE QUE GARANTIDO O PROCESSO ADMINISTRATIVO COM AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. 
DESSE MODO, EM QUE PESE A REGRA PARA DECIDIR SOBRE O NÃO VITALICIAMENTO SEJA DO TRIBUNAL, SE O PROCESSO ADMINISTRATIVO TIVER SIDO AVOCADO PELO CNJ, ELE PODERÁ DELIBERAR EM DESFAVOR DO ATO.
Existe alguma exceção à regra de que o juiz vitalício só pode ser exonerado por sentença judicial transitada em julgada? Existem duas hipóteses: 
1 – ministros do STF podem ser exonerados por irresponsabilidade perante o senado federal e podem ser destituídos do cargo, artigo 52, II da CR.
2 – os membros do CNJ. Os membros do CNJ possuem as mesmas prerrogativas dos magistrados por conta do seu regimento interno. E possuindo estas prerrogativas, também estaria aí a impossibilidade de exoneração a não ser por sentença judicial transitada em julgado, e também estão sujeitos a julgamento perante o senado federal por crime responsabilidade, artigo 52, II.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
Todos os magistrados estão sujeitos ao vitaliciamento? não, porque existem alguns magistrados cujo ingresso na carreira não é por concurso público, é o famoso quinto constitucional previsto no artigo 94 da CF. Nesse caso, assim que assumem a função passam a ter vitaliciedade automática. Mas há ainda alguma hipótese de assunção no cargo de juiz sem vitaliciamento que não seja pelo quinto constitucional? Sim, naqueles tribunais em que não há quinto constitucional, ou seja, no STF, por exemplo, não existe quinto constitucional, a composição do STF é diferenciada. Assim sendo, os ministros do STF são vitalícios a partir do momento que tomam posse no seu cargo.
INAMOVIBILIDADE – ART 95, II, CR/88
Art. 95, C/88 [...] II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
Inamovibilidade é a garantia institucional que compreende a vedação à aposentadoria, disponibilidade, remoção ou promoção, contra a vontade do magistrado regularmente nomeado para exercício da jurisdição na Vara ou Comarca.
Quando o juiz ingressa na magistratura ele pode escolher para onde ele vai se deslocar na entrância, de acordo com os critérios de remoção estabelecidos pelo Tribunal. Acontece que o juiz tem a opção de escolher permanecer no local. Isso existe para obstar que o juiz seja constantemente removido com base em criptocausas políticas, a fim de que ele não analise tal ou qual demanda relevante. Então essa é uma garantia, mas é uma garantia que admite exceção. 
A exceção está na possibilidade de remoção compulsória no interesse público, artigo 93, VIII da CR. 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
Por voto da maioria absoluta do tribunal. A anterior redação do inciso VIII falava em 2/3 do tribunal. Essa é uma alteração da EC 45, a remoção por interesse público, ou a aposentadoria ou a disponibilidade, se fazem por maioria absoluta. 
Estabeleceu a possibilidade também de o CNJ por maioria absoluta decidir pela remoção compulsória ou aposentadoria do magistrado. O CNJ já produziu algumas decisões administrativas colocando em disponibilidade magistrados até da cúpula dos tribunais e até remoção compulsória também. Existe um procedimento dentro do regimento interno do CNJ que estabelece como se faz isso.
A inamovibilidade se aplica tanto aos juízes titulares quanto aos substitutos, de acordo com o STF:
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA QUE CONSIDEROU A INAMOVIBILIDADE GARANTIA APENAS DE JUIZ TITULAR. INCONSTITUCIONALIDADE. A INAMOVIBILIDADE É GARANTIA DE TODA A MAGISTRATURA, INCLUINDO O JUIZ TITULAR E O SUBSTITUTO. CONCESSÃO DA SEGURANÇA. I – A inamovibilidade é, nos termos do art. 95, II, da Constituição Federal, garantia de toda a magistratura, alcançando não apenas o juiz titular, como também o substituto. II - O magistrado só poderá ser removido por designação, para responder por determinada vara ou comarca ou para prestar auxílio, com o seu consentimento,ou, ainda, se o interesse público o exigir, nos termos do inciso VIII do art. 93 do Texto Constitucional. III – Segurança concedida. MS 27958
IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIOS – ART. 95, III, CR/88
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Irredutibilidade de subsídios assegura que o magistrado não tenha redução do valor de seus subsídios, salvo imposição legal (ressalvado o disposto nos artigos 37, X e XI, 39, §4, 150, II, 153, III, e 153, §2, I, da CF).
O que é irredutibilidade de subsídios? O magistrado ele tem uma imposição, o próprio CNJ reconhece isso, e o STF também reconhece isso nos seus julgados. Ele tem a obrigatoriedade de se dedicar à jurisdição. O juiz não pode deixar as suas atividades jurisdicionais e dar prioridade, por exemplo, às atividades de magistério�. 
Essa imposição legal impõe que os subsídios sejam compatíveis para que ele possa se dedicar somente a essa atividade. Então a irredutibilidade de subsídios significa o seguinte: uma vez fixado o subsídio em lei, o magistrado tem o direito constitucional de ter remuneração compatível. 
Entretanto, o próprio STF, embora diga que a magistratura deve ter a irredutibilidade de subsídio para que não se ocupe com outra atividade, considera que a irredutibilidade dos subsídios é uma irredutibilidade nominal e não real.
Outro ponto importante é que os vencimentos de magistrados foram transformados em subsídios. Por quê? Porque a expressão vencimentos incorporava verba de representação, salários e outros adicionais, isso ia incorporando e acrescentando valor.
E com o subsídio foi estabelecido um teto remuneratório. Ninguém pode ganhar mais que ministro do STF. Temos a primeira figura, teto remuneratório. Agora existem os sub tetos. Quais são os sub tetos? 
Sub teto dos tribunais superiores – que recebem 95% do valor reservado a membro do STF.
Sub teto dos desembargadores, que recebem 90,25% do ministro do STF. Então o subsidio máximo estadual é de 90,25% do valor do subsidio dos ministros do STF.
É possível extrapolar o teto remuneratório? 
Se por acaso os desembargadores, além dos 90,25%, ganharem, por exemplo, subsidio em função de atividade eleitoral, se somar outras gratificações previstas em lei, ele pode perceber esse valor? Sim, só que limitado ao teto máximo, então ele chega no teto e para. 
Agora, existe uma previsão no § 11 do artigo 37 da CR, que fala de parcelas indenizatórias. Então as parcelas de caráter indenizatório podem ultrapassar o teto, aquelas previstas no artigo 37, § da CR, por exemplo, ausência de pagamento de valores que eram devidos e depois são complementados. Então, primeiro o STF e STJ decidem o que são parcelas de caráter indenizatório, se forem indenizatórias podem sobrepujar o teto, se não for não podem.
Art. 37, CR/88 § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
Só lembrando que a remuneração dos magistrados é escalonada, ou seja, parte do subteto e vai descendo, de 10 em 10% ou de 5 em 5%, conforme o numero de entrância (na justiça estadual). NA JUSTIÇA FEDERAL SÓ HÁ DIFERENÇA REMUNERATÓRIA ENTRE JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO, JUIZ FEDERAL TITULAR (geralmente 10% a mais do que aquele) E DESEMBARGADORES.
Em resumo, sobre a remuneração do magistrado. Com a EC 19/1998, os agentes políticos, inclusive os magistrados, deixaram de ser remunerados segundo o sistema de vencimento e passaram a ter remuneração pelo sistema de subsídios, modalidade remuneratória estabelecida em parcela única, fixados ou modificados por lei específica, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória de qualquer origem.
OBS: acumulação de cargos permitidos pela CF. Possibilidade de receber acima do teto. Ex. se determinado Ministro do STF for também professor da Unb, ele irá receber seu subsidio integral como Ministro e mais a remuneração decorrente do magistério. Nesse caso, o teto seria considerado especificamente para cada cargo, sendo permitido que ele recebesse acima do limite previsto no art. 37, XI da CF se considerarmos seus ganhos globais. Ver RMS 33170. Entendimento recente do STJ. Ressalte-se que no âmbito administrativo do PJ, o CNJ editou a Resolução 13/06, reconhecendo que não se submetem ao teto remuneratório o exercício da magistratura com o desempenho do magistério. 
1.2.2. Garantias Relativas à Imparcialidade do Magistrado
Previstas no art. 95, p. u. da CR.
Imparcialidade significa que o juiz é equidistante, ou seja, que o juiz não pende nem para um lado nem para outro, ele julga com total isenção. 
Qual é o vício processual quando o juiz é parcial? O juiz que perde a imparcialidade pode ser dado como suspeito ou impedido. Isso vai gerar uma nulidade dentro do processo, e essa nulidade se refere a pressuposto processual positivo relativo ao juiz, que é a imparcialidade. 
O processo será relativamente nulo se houver suspeição;
E será absolutamente nulo se houver impedimento. 
Quais são essas garantias de imparcialidade? Art. 95, p. u. da CR. 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
A respeito disso existe uma resolução do CNJ que estabelece que os cargos da justiça desportiva não podem ser exercidos por magistrados; isso era comum antigamente, mas eles exerciam as atividades com muita assiduidade e atrapalhava a atividade jurisdicional. 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
Veja que isso já vem desde a época da revolução francesa; o juiz não pode receber nenhuma participação em custas ou processo. Isso seria uma forma de se apropriar da coisa pública, já que o magistrado acabaria revertendo em seu proveito os resultados financeiros das atividades jurisdicionais.
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
O juiz tem uma independência de natureza político partidário, ele não se envolve com partido, mas ele tem uma vinculação política estatal, ele se envolve com os direitos fundamentais e com a democracia. O envolvimento partidário certamente seria ameaçador para sua imparcialidade. Claro que isso não significa que, como pessoa, ele não possa ter suas ideologias políticas. Tanto tem que é, assim como todas as demais pessoas, obrigado a votar.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
Exceções previstas em lei, praticamente não há. O que poderia haver é alguma possibilidade de uso desses valores com fim público ou com fim de interesse público. 
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
É a famosa QUARENTENA DE SAÍDA. Essa quarentena de saída é muito importante, porque há desembargadores, infelizmente, que assim que se aposentam retornam ao tribunal para advogar, e como tem acesso livre aos demais colegas causam constrangimento aos demais membros do tribunal ao levar as suas considerações diretamente a eles. Isso causa um grande constrangimento aos demais advogados, que não tem o mesmo tratamento que são dispensados a essas pessoas. Objetivo da quarentena: impedir qualquer resquício de influência que o juiz recém-afastado do cargo, e doravante na condição de advogado, pudesse vir a exercer sobre seus pares.
A Constituição Federal previa as três primeiras vedações (artigo 95, parágrafo único, I, II e III) e posteriormente, com a EC 45/2004, foram inseridas as duas últimas.
Ainda, acerca das vedações, a LOMAN, em seu art. 36, dispõe que é vedado ao magistrado:
a) Exercer o comércio ou participar de sociedade comercial,inclusive de economia mista, exceto como acionista ou quotista;
b) Exercer cargo de direção ou técnico de sociedade civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, e sem remuneração;
c) Manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.
Tais proibições têm o propósito de liberar o juiz de qualquer outra preocupação que não seja a de solucionar as lides submetidas a sua apreciação. A dedicação à magistratura deve ser plena.
O ofício do juiz exige tempo integral, não havendo a possibilidade de meia jornada ou de conciliação com outros afazeres. No entanto, havendo compatibilidade, o juiz pode acumular suas funções com o magistério, como já falado.
Por último, a LOMAN, em seu artigo 33, estabeleceu que são prerrogativas do magistrado:
a) Ser ouvido como testemunha em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade ou Juiz de instância igual ou inferior.
b) Não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado;
c) Ser recolhido a prisão especial, ou a sala especial de Estado-Maior, por ordem e à disposição do Tribunal ou do órgão especial competente quando sujeito a prisão antes do julgamento final.
d) Não estar sujeito a notificação ou intimação para comparecimento, salvo a expedida por autoridade judicial.
e) Portar arma de defesa pessoal.
Os juízes têm prerrogativa de portar arma de defesa pessoal em todo o território nacional.
Trata-se do denominado porte funcional de arma, que dispensa autorização ou licença de outras autoridades, inclusive da localidade territorial diversa do Tribunal a que esteja vinculado o magistrado.
Alvo de discussão. Alguns sustentam que o art. 4º da Lei 10826 passou a exigir, inclusive para os magistrados, comprovação de aptidão técnica para o registro da arma. 
Para uma segunda corrente, o porte de arma conferido aos juízes não está abarcado pelas limitações previstas ao porte na legislação ordinária que disciplina a matéria (lei 10.826/2003), em razão de a LOMAN ser lei complementar e permitir ao juiz portar armas de defesa pessoal, sem estabelecer quaisquer condicionantes. 
Os Tribunais Federais tem se inclinado pela tese de que o art. 33, V, confere aos seus membros a prerrogativa de portar arma de defesa pessoal, sem prever qualquer requisito para o exercício dessa prerrogativa, não podendo lei ordinária estabelecer critérios não previstos na lei complementar que regula a matéria. 
Há decisão da Min Ellen Gracie nos autos da ação ordinária 1429 contrária à tese acima exposta. 
Art. 33, pu. Quando no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação.
Organização da Magistratura (não encontrei nenhuma menção expressa no CPC, na LOMAN, nem nos resumos do TRF1/TRF3, motivo pelo qual inseri as considerações abaixo, por entendê-las pertinentes)
LOMAN: 
Art. 1º - O Poder Judiciário é exercido pelos seguintes órgãos:
 I - Supremo Tribunal Federal;
 II - Conselho Nacional da Magistratura;
 Ill - Tribunal Federal de Recursos e Juízes Federais;
 IV - Tribunais e Juízes Militares;
 V - Tribunais e Juízes Eleitorais;
 VI - Tribunais e Juízos do Trabalho;
 VII - Tribunais e Juízes Estaduais;
 VIII - Tribunal e Juízes do Distrito Federal e dos Territórios.
De acordo com o art. 15 da LOMAN, “os órgãos do Poder Judiciário da União (art. 1º, incisos I a VI) têm a organização e a competência definidas na Constituição, na lei e, quanto aos Tribunais, ainda, no respectivo Regimento Interno.
CRFB: 
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I - os Tribunais Regionais Federais;
II - os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. 
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. 
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordode navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
1.3. Poderes. Deveres. Responsabilidade. Impedimentos e Suspeição
1.3.1. Poderes
Os poderes do juiz também são classificados da seguinte forma:
a) administrativos: ou de polícia para assegurar a ordem e o decoro
b) jurisdicionais: se desenvolvem no próprio processo, subdividindo-se em:
poderes meios (ordinatórios, ou simples andamento processual, e os instrutórios, que se referem à formação do convencimento do juiz)
poderes fins (que compreendem os decisórios e os de execução).
1.3.2. Deveres
Ada Pellegrini observa que há uma concepção menos individualista e mais dinâmica do contraditório onde a equidistância do juiz passa a ser adequadamente temperada com a atribuição de poderes mais amplos ao magistrado, para estimular a efetiva participação das partes no contraditório e, conseqüentemente, sua colaboração e cooperação no justo processo. 
Fredie Didier Júnior afirma que “atualmente, prestigia-se no direito estrangeiro-mais precisamente na Alemanha, França e Portugal-, e já com alguma repercussão na doutrina brasileira, o chamado princípio da cooperação, que orienta o magistrado a tomar uma posição de agente-colaborador do processo, de participante ativo do contraditório e não mais a de um mero fiscal de regras”. 
O princípio da cooperação gera os seguintes deveres para o magistrado (seus três aspectos): 
 	a)dever de esclarecimento; dever do tribunal de se esclareceu junto às partes quanto às dúvidas que tenha sobre suas alegações, pedidos ou posições em juízo, para evitar decisões tomadas em percepções equivocadas/apressadas.
 	b)dever de consultar; impede que o magistrado decida com base em questão de fato ou de direito, ainda que possa se conhecida ex officio, sem que sobre elas sejam as partes intimadas a manifestar-se.
 	c)dever de prevenir. dever de prevenir impõe que o magistrado aponte as deficiências das postulações das partes, para que possam ser supridas
São deveres:
Rápida solução do litígio (art. 125, II):
ordenar ou indeferir provas ou diligências (art. 130) – a determinação de provas não pode quebrar o princípio da isonomia
julgar antecipadamente a lide (art. 330)
determinar a reunião de processos (art. 105)
tentar a qualquer tempo conciliar as partes (art. 125, IV)
Repressão aos atos atentatórios à dignidade da Justiça (art. 125, III, e 129):
punir o litigante de má-fé (arts. 17 e 18)
advertir a testemunha mentirosa
fazer retirar da audiência pessoas inconvenientes
obstar a utilização do processo para praticar ato simulado ou proibido por lei (art. 129)
Prestação da tutela jurisdicional (art. 126):
aplicar normas legais, se houver
se não houver normas legais, recorrer a:
analogia
costumes
princípios gerais de direito
O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei (art. 127 do CPC).
Decisão da lide nos limites propostos (arts. 128, 131 e 460):
não pode conhecer das questões não suscitadas, a menos que a lei não exija iniciativa da parte (art. 128)
pode apreciar livremente a prova (princípio do livre convencimento fundamentado ou da persuasão racional)
pode o juiz conhecer de circunstâncias ou fatos simples não alegados pelas partes
o juiz não pode decidir aquém do pedido (citra petita), além do pedido (ultra petita) e nem fora do pedido (extra petita)
Outros deveres e responsabilidades:
É vedado o exercício indiscriminado de outros cargos e funções, salvo uma de magistério
É vedado receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo
É vedado dedicar-se à atividade político-partidária
É vedado receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
É vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração
Deve observar e fazer observar os prazos
Deve residir na comarca
Deve observar a pontualidade e cumprimento do expediente
Deve observar o trato respeitoso em relação aos demais sujeitos do processo
1.3.3. Responsabilidade do Juiz (art. 133)
se procede com dolo ou fraude
se recusa, omite ou retarda providência jurisdicional sem justo motivo
1.3.4. Impedimentos e Suspeição
IMPARCIALIDADE DO JUZ - definição pela negativa: juiz será considerado imparcial quando não restar caracterizada nenhuma das hipóteses de impedimento ou suspeição.
	[art. 134, CPC] impedimento ( parcialidade absoluta;
	[art. 135, CPC] suspeição ( parcialidade relativa.
A utilização das expressões absoluta e relativa não é no sentido de graduação da imparcialidade, no sentido clássico da teoria das nulidades. A distinção decorre da questão de prova – parcialidade absoluta é objetivamente demonstrada (ex.: parentesco); parcialidade relativa não é objetivamente demonstrada.
é possível que o autor oponha exceção, quando uma suspeição ou um impedimento ocorra supervenientemente.
Exceção de Impedimento e Suspeição
Nessas duas situações o sujeito passivo será o juiz. A intenção da parte é “retirar o juiz”, o processo permanece onde está.
O julgamento será feito pelo tribunal e não pelo próprio juiz, como ocorre com a exceção de incompetência relativa.
No impedimento, não haverá preclusão (obstáculo é absoluto), na suspeição, não havendo alegação oportuna, poderá ser reconhecida a preclusão. 
	hipóteses de impedimento [são causas objetivamente verificáveis]
– exercício de funções nos seguintes casos: 
a)quando for parte;
b)quando interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do ministério público ou prestou depoimento como testemunha;
c)quando conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo proferido sentença ou decisão;
d)quando for advogado no processo seu cônjuge ou qualquer parente (consanguineo ou afim, na linha reta ou colateralaté 2º grau);
e)quando a parte for cônjuge ou parente (consanguineo ou afim, linha reta ou colateral até 3º grau);
f)quando for PJ da qual faça parte de órgão de direito ou de administração; 
	hipóteses de suspeição [são causas subjetivas]
a)amigo íntimo (amizade fidalgal) ou inimizade capital (inimizade figadal) de uma das partes. 
b)parte for credora ou devedora sua ou do seu cônjuge ou de parente destes (linha reta ou na colateral até 3º grau). 
c)herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes. 
d)receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo. 
e)aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa. 
f)subministrar meios para atender as despesas do litígio. 
g)tiver interesse no julgamento favorável para uma das partes. 
O juiz poderá se declarar suspeito por motivo íntimo, não necessitando indicar as suas razões para as partes. A justificação deve ser dada ao Juiz Corregedor e ao Presidente do Tribunal. A finalidade da norma é preservar a imparcialidade do juiz.
-procedimento:
1)petição - a parte dirigirá a petição ao juiz da causa, especificando o motivo da recusa (impedimento ou suspeição), podendo ser instruída com documentos e apresentar rol de testemunhas.
O STJ entende que o oferecimento das exceções de suspeição e impedimento não demanda procuração com poderes especiais.
2)manifestação judicial - juiz pode reconhecer a alegação ou contrariá-las.
	a)reconhece a alegação: 
juiz reconhece a alegação apresentada e encaminha o processo para seu substituto legal.
-natureza da decisão: decisão interlocutória.
-recurso: não há ( inexiste interesse recursal nesse caso, ninguém tem direito a ser julgado por um juiz certo.
	b)contraria a alegação:
deverá apresentar suas razões (prazo de 10 dias), apresentando os documentos que fundamentam esse posicionamento e o rol de testemunha, ordenando a remessa para o tribunal.
	
3)julgamento do tribunal - caso o juiz não reconheça a alegação apresentada, o julgamento da exceção de incompetência/suspeição será julgada pelo tribunal.
	a)procedência da exceção:
reconhece as alegações do excipiente e determina a remessa dos autos para o substituto legal, condenando o magistrado nas custas.
	b)improcedência da exceção:
as alegações do excipiente são consideradas infundadas, sendo determinado o arquivamento da exceção.
Pode o juiz se opor à decisão do Tribunal que julga procedente a exceção de suspeição ou de impedimento?
a)Impossibilidade: o juiz deve se submeter às decisões superiores. [Prof. Marcato]
b)Possibilidade: seria possível a interposição de RE ou REsp contra o acórdão que o julgou suspeito ou impedido, pois ele é parte passiva da exceção, tendo legitimidade para recorrer. Nesse caso o interesse do juiz em recorrer reside em dois pontos:
	i)na defesa do múnus público que seu cargo representa e o respeito ao princípio do juiz natural (CF art. 5º, LIII);
	ii)na defesa de seu direito subjetivo, porque condenado a afastar-se do processo e a pagar as custas do incidente. 
2. Mandado de Segurança
	STJ - 1aT
	379
	MS - Admissibilidade
	CEF impetra MS contra ato de juiz de direito (o correto seria interpor agravo de instrumento) visando deslocamento para a Justiça Federal. Situação inadmitida pelo STJ em função da patente fisionomia recursal do mandamus. O art. 109 I CF implica em deslocamento para a JF apenas nos casos em que se figura como autor, réu, assistente ou oponente.
	STF Pleno
	Rep Geral 4
	MS - Admissibilidade
	Não cabe mandado de segurança contra decisão interlocutória proferida em Juizado Especial.
	STJ - CE
	378
	MS - Admissibilidade
	É cabível o MS para atacar decisão que converteu o Agravo de Instrumento em Retido.
	STF Pleno
	548
	MS - Admissibilidade
	Apesar da jurisprudência no sentido da não admissibilidade de MS como sucedâneo recursal, a via pode ser adequada quando terceiro prejudicado por decisão judicial não tenha como ingressar com outra medida contra o ato (no caso concreto, decisão monocrática em conflito de competência decidido pelo STJ).
	STF Pleno
	561
	MS - Admissibilidade
	Está suplantada a jurisprudência do STF revelada no Verbete 622 de sua Súmula (“Não cabe agravo regimental contra decisão do relator que concede ou indefere liminar em mandado de segurança”), em função da superveniência da Lei 12.016/2009 (art. 16 pu )
	STJ - 6aT
	413
	MS - Admissibilidade
	O MS não pode ser utilizado como sucedâneo de ação de cobrança, o que impõe reconhecer que as prestações patrimoniais anteriores à impetração devem ser requeridas mediante ação própria.
	STJ - 3aT
	418
	MS - Admissibilidade
	Não cabe MS contra recepção de recurso supostamente intempestivo, tendo em visto que será analisado não só pelo relator, mas por todo órgão colegiado quando do julgamento.
	STJ - 1aT
	422
	MS - Admissibilidade
	A imposição de multa decorrente de contrato, ainda que precedido de procedimento licitatório de cunho administrativo, não é ato de autoridade, mas ato de gestão, contra o qual não cabe mandado de segurança.
	STF - Pleno
	MS 20999
	MS - Admissibilidade
	A impugnação judicial de ato disciplinar, mediante utilização do writ constitucional do Mandado de Segurança, legitima-se em face de três situações possíveis, decorrentes (1) da incompetência da autoridade, (2) da inobservância das formalidades essenciais e (3) da ilegalidade da sanção disciplinar.
	STJ - 5aT
	431
	MS - Decadência
	A redução de vencimentos sofrida por servidores denota prestação de trato sucessivo, em que o prazo decadencial renova-se mês a mês.
	STF - Pleno
	433
	MS - Competência
	Apenas o mandado de segurança impetrado contra ato omissivo da Mesa da Câmara dos Deputados é julgado pelo STF (102 I d CRFB). Ato contra o presidende da Câmara deve ser julgado por juiz federal (109 VIII CRFB).
	STJ – 1aS
	Jurisp
	MS
	São três os requisitos para aplicação da teoria da encampação no mandado de segurança: existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal; e manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas
	STJ
	Jurisp
	MS
	Não obstante controvérsia sobre a matéria, o STJ vem entendendo pela possibilidade de determinação de emenda da inicial para correção da autoridade coatora (e, em alguns casos extremos, até mesmo correções de ofício), ao invés da extinção sem julgamento do mérito em nome da efetividade da prestação jurisdicional e o peso do MS como garantia constitucional.
	TRF2
	Ementário Temático 79
	MS
	Na esfera mandamental a pessoa jurídica em cuja estrutura organizacional a autoridade coatora encontra-se vinculada deve obrigatoriamente ser intimada da sentença proferida para fins de contagem do prazo recursal, pois a função da autoridade coatora limita-se à prestação de informações, não tendo legitimidade para interpor o recurso cabível. (com a Lei 12.016, passou a ter legitimidade recursal conforme art. 14 p.2)
	STJ - 2aT
	434
	MS
	Em MS, a partir da sentença, a intimação dos atos processuais deve ser endereçada à pessoa jurídica de direito público a quem está vinculada a autoridade impetrada, tendo início o prazo recursal a partir da juntada da intimação pessoal do representante da pessoa jurídica de direito público.
	STJ - 5aT
	440
	MS
	Não cabe aplicação da Teoria da Causa Madura em Recurso Ordinário em MS.
	STJ - 2aT
	430
	MS - Coletivo
	O sindicato sem registro no MTE não pode ingressar em juízo na defesa de seus filiados. Esse registro visa preservar o princípio da unicidade sindical, que não será observado se as entidades sindicais se registrarem somente nos cartórios civis de pessoa jurídica.
	STF
	Jurisp
	MS - Coletivo
	O partido político não está autorizado a valer-se do mandado de segurança coletivo para, substituindo todos os cidadãosna defesa de interesses individuais, impugnar majoração de tributo.
	STJ
	MS 1235
	MS - Coletivo
	O MS Coletivo impetrado por partido político deve ter objeto restrito às finalidades partidárias.
Direito Líquido e Certo
“É o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração” (HLM) 
Natureza jurídica da exigência da certeza e liquidez do direito: [condição da ação x pressuposto processual x mérito ?] CONDIÇÃO DA AÇÃO: não havendo direito líquido e certo não será cabível o writ em decorrência da inadequação da via eleita, ou seja, em decorrência da falta do interesse de agir.
legitimidade da entidade de classe e pretensão relacionada apenas a uma parte da categoria: o entendimento sumulado pelo STF (Súmula 630 STF) foi positivado pela Lei 12.016/09, de forma que, a entidade de classe tem legitimação para o MS ainda que a pretensão interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. [“(...) em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades (...)”]
necessidade de autorização dos associados/integrantes: o entendimento sumulado pelo STF (Súmula 629 STF) foi positivado pela Lei 12.016/09, de forma que o MS coletivo impetrado por entidade de classe independe da autorização dos associados. [“(...) dispensada, para tanto, autorização especial.”]
autoridade coatora:
- em órgãos colegiados: presidente do órgão.
- em atos complexos: quem intervém para seu aperfeiçoamento, ou seja, aquele que praticou o último ato. Este é fundamento para a Súmula 627 STF ( no mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do Presidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento.
- em Procedimentos administrativos: autoridade que preside o procedimento.
no ato praticado no exercício de competência delegada [súmula 510 STF] – será considerada como coatora a autoridade delegada, e não a delegatária.
ato de funcionário de SEM ou EP - somente poderá ser atacado se o ato for revestido de natureza pública. [ex.: ato praticado em licitação ou em concurso público]. Nesse sentido o enunciado da súmula 333 do STJ preceitua: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.
Porém, não cabe MS contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.
NÃO cabe MS contra ato de presidente de comissão de licitação de EP (CEF) que aplicou multa pelo atraso da obra (STJ), sob o fundamento de que tal ato não se caracterizaria como ato de autoridade, mas de gestão. Também foi afirmado que a hipótese demandaria dilação probatória, fato que inviabilizaria a via do MS.
a litispendência, conforme a jurisprudência do STJ, não é descaracterizada pela circunstância de o polo passivo do MS ser ocupado pela autoridade indicada como coatora e, na ação ordinária, figurar como réu a própria pessoa jurídica de direito público à qual pertence o impetrado no writ.
Ilegitimidade passiva do presidente do TJ que cumpre determinação do CNJ: na análise de MS impetrado por serventuário de cartório extrajudicial, o STJ reafirmou o entendimento de que o ato normativo de TJ que se destina a cumprir determinação advinda de decisão do CNJ representa simples execução administrativa, o que acarreta a ilegitimidade do presidente do Tribunal para figurar no polo passivo de MS; pois, em última análise, esse writ externa inconformismo contra o próprio CNJ.
Intervenção de Terceiros no MS
Para o STF, não é cabível intervenção de terceiros em sede de MS, não cabendo, sequer, assistência, em decorrência da incompatibilidade com o procedimento do MS, bem como pela ausência de previsão legal (o art. 24 só menciona aplicação das regras do litisconsórcio).
Também não cabe intervenção anômala.
Hipóteses de Vedação Legal à Utilização do MS
a)Ato que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo
b)decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo
c)decisão judicial transitada em julgado
d)ato de gestão comercial praticados pOr EP / SEM / concessionárias de serviço público
Súmula 429 STF: existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade. Se o ato ilegal decorrer de uma omissão, ainda que haja recurso com efeito suspensivo será possível a utilização do MS.
É possível a utilização MS para atacar ato omissivo do poder público, Nesse caso deverá ser considerada como coatora a autoridade que era tida como competente para a realização do respectivo ato.
É possível que terceiro, que suporta os efeitos da decisão, se utilize de MS para atacar o ato judicial, não condicionando, tal atuação, à interposição de recurso. Nessa situação, a decisão judicial comporta utilização de recurso para as partes do processo, mas seus efeitos atingem a esfera jurídica de um terceiro, alheio ao conflito. Assim sendo, permite-se que esse terceiro se utilize do MS.
Prazo para Impetração do MS 
Art. 23 DA lei 12.016/09: 120 dias, com termo inicial da ciência do ato.
-natureza jurídica desse prazo: apesar de a Lei 12.016/09 utilizar a expressão decadencial [art. 6º, § 6º - “(...) dentro do prazo decadencial (...)”], entende-se que possui natureza jurídica própria [prazo extintivo específico] - não ostenta nem natureza decadencial, nem prescricional. O prazo não se suspende nem interrompe. Se fosse prescricional o impetrante perderia sua pretensão, se fosse decadencial, seu direito. Ocorre que o transcurso do prazo somente inviabilizará a utilização da via do MS, restando resguardadas as vias ordinárias. 
Súmula 632 STF: é constitucional o prazo fixado para impetração do ms - há quem defenda ser inconstitucional a fixação do prazo para impetração do MS, mas esse não é o posicionamento adotado pela corrente majoritária. 
prazo do MS e pedido de reconsideração – [Súmula 430 STF] - pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.
Não há prazo para impetração do MS no caso de atos omissivos. 
atos de trato sucessivo e o prazo para a impetração do MS - no caso dos atos de trato sucessivo o prazo se renova.
MS impetrado tempestivamente em juízo incompetente - o posicionamento atual do STF é no sentido de ser válida a impetração ainda que a remessa dos autos ao juízo competente ocorra após os 120 dias. Nesse caso não deve haver extinção do processo, mas seu encaminhamento para o juízo competente.
termo final da contagem do prazo e férias/feriados forenses: caso o marco final coincida com feriado forense, ele deverá ser prorrogado para o primeiro dia útil seguinte.
Imposição de Multa por Descumprimento
STJ não admitiu que a multa para cumprimento da decisão fosse arbitrada em face do funcionário que deveria cumprir a decisão, devendo ser dirigida à pessoa jurídica de direito público.
MS x Parcelas vencida e vincendas
Análise da possibilidade da utilização da via do MS quanto às prestações de trato sucessivo já vencidas e também em relação às vincendas.
	a)em relação às parcelas vencidas 
		i)vencidas antes da impetração: impetrante deverá se valer das vias ordinárias para sua cobrança.
(súmula 269 STF( O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.
(súmula 271 STF( Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.
		ii)vencidas a partir da impetração: nos casos que for vedada a concessão de liminar somente serão devidos após o trânsito em julgado. 
	b)em relação às parcelas vincendas: serão acrescidas às vantagensque tiverem sido reconhecidas. Nesse caso a decisão terá natureza de obrigação de fazer; a tutela judicial, nesse caso, terá caráter mandamental [ordem para que a autoridade reconheça como devida tais parcelas].
Sentença e condenação em honorários
Não há condenação em honorários advocatícios (Súmula 105 STJ, súmula 512 stf e art. 25 da Lei 12.016/09). O fundamento para a não condenação seria o estímulo para o uso do writ.
Liminar em MS
É possível que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante (fumus boni iuris) e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida (periculum in mora).
-prazo da liminar: a legislação atual não traz prazo, diferente do que ocorria com a lei 4.348/64 determinava que a liminar teria eficácia pelo prazo de 90 dias (a contar da concessão) prorrogável por mais 30 dias. 
-hipóteses de vedação para a concessão de liminar: [a lei traz regramento especial quanto à concessão de liminar para algumas situações]
		a)compensação de créditos tributários. [novidade]
		b)entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior. [novidade]
 		c)reclassificação de servidor público;
 		d)equiparação de servidor público;
 		e)concessão de aumento de vantagem;
 		f)extensão de vantagens.
Reexame Necessário
sentença que conceder o MS fica sujeita ao reexame necessário.
Questionamento quanto à possibilidade de aplicação das hipóteses de dispensa do reexame nos casos previstos no CPC. [art. 475 e seus §§]
-hipóteses de dispensa do reexame previstas no CPC:
	a)condenação em valor superior a 60 SM.
	b)procedência dos embargos do devedor na execução contra dívida ativa de valor superior a 60 SM.
	c)sentença fundada em jurisprudência do plenário do STF.
	d)sentença fundada em súmula de tribunal superior.
STJ - inaplicabilidade: as hipóteses de dispensa não têm aplicação no caso do MS. O CPC tem aplicação subsidiária e o art. 14, § 1º, Lei 12.016/09 não prevê hipótese de dispensa do reexame.
2ª CORRENTE - aplicabilidade: Nas hipóteses trazidas pelo CPC o legislador determinou não existir interesse público a ser preservado. Se não existe interesse público no processo ordinário, inexistirá também para o MS. A interpretação pela inaplicabilidade da dispensa conflitaria com o caráter célere que é constitucionalmente estabelecido para o MS (posicionamento do LJCC).
Recursos 
EMBARGOS DECLARATÓRIOS - possibilidade de utilização no procedimento do MS.
agravo de instrumento - possibilidade no caso da concessão da liminar, quando na 1ª instância.
APELAÇÃO
	-efeitos da apelação:
		a)sentença concessiva: somente efeito devolutivo.
			(exceção: incidência do efeito suspensivo nos casos em que é vedada a concessão de liminar.
		b)sentença denegatória: [divergência]
			i)somente efeito devolutivo [posicionamento do STJ]
			ii)efeito suspensivo e Devolutivo: [posicionamento do LJCC] - deve ser aplicada a regra do art. 520, CPC, uma vez que inexiste previsão legal em sentido contrário.
agravo regimental - há previsão expressa no caso de indeferimento da inicial e da concessão/negação de liminar, pelo relator, no caso de processo originário nos tribunais.
Recurso Ordinário - cabimento nas decisões definitivas de MS prolatadas pelo TJ, TRF, STJ [art. 539, CPC]
	(STF: decisão denegatória de MS decidida em única instância pelo STJ.
	(STJ: decisão denegatória de MS decidida única instância pelo TRF ou TJ.
possibilidade de aplicação do art. 515, § 3º no Recurso ordinário - divergência:
a)possibilidade: MS trata tão somente de matéria de direito.
b)impossibilidade: possibilidade da caracterização de usurpação de competência constitucionalmente prevista. Nesse caso deverá haver a determinação do retorno do processo ao tribunal de origem. [posição do STJ e do STF]
Embargos Infringentes - não têm cabimento no procedimento do MS. O entendimento que já constava no enunciado da Súmula 169 STJ e foi positivado no art. 25 da Lei 12.016/09.
REsp - possibilidade de utilização no procedimento do MS.
RE - possibilidade de utilização no procedimento do MS.
MS Coletivo
Não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.
Observação: “(...) desistência (...)” – nos processos coletivos o que se exige é o pedido de suspensão do processo e não a sua desistência.
Coisa Julgada no MS
O fundamento da decisão do MS determinará a possibilidade (coisa julgada formal), ou não (coisa julgada material), do uso da ação própria (vias ordinárias). 
Na ausência de direito líquido e certo, quando a demanda exige dilação probatória, há sentença TERMINATIVA por ausência de uma das condições da ação (interesse de agir – adequação) - art. 267, VI, CPC – Há formação de COISA JULGADA FORMAL e POSSIBILIDADE da utilização de novo MS (caso não tenha transcorrido o prazo) ou da utilização das vias ordinárias para levar a discussão novamente ao judiciário.
atenção: se a prova é meramente documental, mas o impetrante não a produz adequadamente, haverá COISA JULGADA MATERIAL. [aplicabilidade do art. 474, CPC] Tal hipótese somente não ocorrerá no caso de ser necessária outra prova, que não a documental [ex.: prova testemunhal].
No entanto, se a análise da demanda não exige dilação probatória e o impetrante não tem direito ao que postula, trata-se de hipótese de SENTENÇA que APRECIA O MÉRITO, negando a segurança pleiteada - art. 269, I, CPC = formação de COISA JULGADA MATERIAL.
MS nos juizados
	1)MS CONTRA DECISÃO DE JUIZ DO JUIZADO FEDERAL ( competência da respectiva TURMA RECURSAL FEDERAL. [RMS 16.376 – STJ]
	2)MS CONTRA DECISÃO DE JUIZ DO JUIZADO ESTADUAL ( competência da respectiva TURMA RECURSAL ESTADUAL.
	3)MS CONTRA DECISÃO DE JUIZ ESTADUAL EXERCENDO COMPETÊNCIA DELEGADA FEDERAL (art. 109, § 3º, CF) ( competência da TURMA RECURSAL FEDERAL. [CC 63.249 – STJ]
	4)MS CONTRA DECISÃO DA TURMA RECURSAL( REGRA: NÃO CABE. [no STJ é pacífico que os Tribunais de Justiça não têm jurisdição para rever as decisões proferidas pelos órgãos dos juizados especiais, ainda que pela via de mandado de segurança]. Assim, não cabe MS contra turma recursal para STJ, nem para o STF: supremo não tem competência originária para julgar MS contra turma recursal. [MS 25.087 – STF]
( EXCEÇÃO: CABIMENTO DE MS PARA O TJ / TRF QUANDO O OBJETIVO NÃO FOR A REVISÃO DO MÉRITO DA DECISÃO, MAS O QUESTIONAMENTO DA COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS PARA CONHECER DETERMINADA CAUSA. [RMS 17.524, STJ, julgado em 02.08.2006] [ex.: juizado especial estadual julgando matéria previdenciária] 
		
3. Mandado de Injunção
Assim como a Adin por omissão, o MI visa combater síndrome de inefetividade.
• pressupostos:
	1)previsão de direito constitucional em norma constitucional de eficácia limitada; 
	2)falta de norma regulamentadora inviabilize o exercício do direito constitucional.
• espécies de omissão
a)omissão total: caracterizada pela total inércia do poder responsável pela edição da norma.
b)omissão parcial: caracterizada quando já houve atuação, mas esta ocorreu de forma insuficiente.
	i)omissão parcial por incompletude: quando a atuação ocorre em violação ao princípio da isonomia. 
	ii)omissão parcial por deficiência: quando não se atende Aos objetivos delineados na norma constitucional.
• COMPETÊNCIA
Depende da autoridade encarregada de regulamentar a norma constitucional.
- STF: quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal.
- STJ: quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição deórgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal.
O procedimento é o mesmo do MS.
Obs.: o STF não tem admitido medida liminar em Mandado de Injunção, pelo mesmo motivo da ADI por omissão. Efeitos ex tunc (o direito sempre existiu).
• objeto do mi
É a omissão normativa (não administrativa)‏
	-objeto: (restrição à determinadas normas constitucionais)
		(DIREITOS E LIBERDADE CONSTITUCIONAIS. [art. 5°, LXXI, CF]
		(PRERROGATIVAS INERENTES DA NACIONALIDADE;
		(SOBERANIA POPULAR[art. 14, parágrafo único, CF];
		(CIDADANIA [direito de ter direitos e contrair obrigações]
• LEGITIMIDADE ATIVA: titular do direito = qualquer pessoa física ou jurídica.
(possibilidade de mandado de injunção coletivo (não há previsão expressa, mas se realiza uma interpretação analógica em relação ao MS), tendo legitimidade os mesmos que podem impetrar o mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX, CF) → organização sindical, entidade de classe, associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano (em decisões recentes o STF diz que esse requisito de um ano é apenas para as associações; mas há divergências doutrinárias, dizendo que o requisito de um ano se estende a todas as entidades, como sustenta Pedro Lenza) e partidos políticos com representação no Congresso Nacional.
O STF não admite, em regra, que Estado-membro ou Município impetre Mandado de Injunção, já que não são titulares de direitos e liberdades constitucionais.
• legitimidade passiva: responsável pela edição do ato normativo (não pode ser particular).
• Efeitos da decisão no mi
-TEORIAS SOBRE A DECISÃO:
	a)CONCRETISTA - o Poder Judiciário, em sua decisão, reconhece a omissão e concretiza o exercício do direito.
		i)GERAL – concretização para todos.
		ii)INDIVIDUAL - concretização para as partes no processo.
		iii)INTERMEDIÁRIA - dá ciência ao poder competente e fixa prazo para elaboração. Não havendo elaboração dentro do prazo fixado o Poder Judiciário regulamentará o exercício do direito.
	b)NÃO CONCRETISTA - o Poder Judiciário não pode criar normas, por isso só caberá a comunicação, ao poder competente, da sua omissão.
	
	ADI POR OMISSÃO
	MANDADO DE INJUNÇÃO
	PREVISÃO LEGAL
	-art. 103, § 2º, CF.
	-art. 5º, LXXI, CF.
	LEGITIMIDADE
	-art. 103, CF.
	-qualquer pessoa física ou jurídica.
	COMPETÊNCIA
	-STF.
	-depende de qual for a autoridade competente para edição do ato
(“CONTROLE DIFUSO LIMITADO”)
	OBJETO
	-qualquer norma constitucional.
	-direitos e liberdades constitucionais;
-nacionalidade;
-soberania popular;
-cidadania.
(objeto mais restrito)
	EFEITOS DA DECISÃO
	-comunica o órgão.
(órgão administrativo – 30 dias para editar, sob pena de caracterizar crime de responsabilidade)
	-posição tradicional -comunica o órgão.
-decisão recente – concretizou o exercício do direito 
(direito de greve - aplicação de norma já existente)
	Natureza do controle
	-controle abstrato.
	-controle concreto.
	objetivo
	-proteção da ordem jurídica.
	-proteção de interesses subjetivos.
4. Ação Popular
	STF - 2aT
	587
	Ação Popular
	A isenção de ônus de sucumbência concedida para o cidadão na Ação Popular também atinge as medidas cautelares em função de sua acessoriedade em relação à ação principal.
• Natureza
Depende do ângulo sob o qual se examina a ação popular:
	(uma AÇÃO CIVIL;
	(um REMÉDIO ou AÇÃO CONSTITUCIONAL;
	(ou um MECANISMO DE PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DO CIDADÃO.
“Ação para anular ato lesivo”.
• Objeto da Ação Popular
Tutela os DIREITOS DIFUSOS relacionados à proteção [cada um desses objetos são tutelados de forma autônoma]:
	(PATRIMÔNIO PÚBLICO
	(MORALIDADE ADMINISTRATIVA 
	(MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO;
	(PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO e CULTURAL
AÇÃO POPULAR não tutela DIREITO COLETIVO nem DIREITO INDIVIDUAL HOMOGÊNEO.
Observação: A jurisprudência não admite o manejo da AÇÃO POPULAR para pleitear DANO MORAL COLETIVO.
• Legitimidade Ativa = CIDADÃO ELEITOR.
Logo, estrangeiro não tem legitimidade para propor ação popular.
LEGITIMIDADE ATIVA NA AÇÃO POPULAR ECOLÓGICA - alguns autores sustentam que a AÇÃO POPULAR ECOLÓGICA poderia ser proposta por ASSOCIAÇÕES e que não seria necessária a comprovação da condição de cidadania para este tipo de ação popular (minoritário). 
sÚMULA 365 STF: pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. 
Há discussão se o eleitor menor de 18 anos precisa de assistência para a propositura da ação popular. Alguns autores entendem que seria necessária a assistência nesse caso, mas a melhor doutrina entende que esse caso seria uma exceção, devendo ser dispensada a assistência para a propositura da ação popular pelo menor de 18 anos. Quem pode eleger um político pode fiscalizar sua gestão [quem pode o mais, pode o menos].
MP não é legitimado ativo, mas pode (facultatividade) assumir o pólo ativo.
(hipóteses do art. 9º:-se autor desistir da ação;
			 -se o autor der motivo à absolvição da instância.
É possível litisconsórcio ativo de cidadãos.
-natureza da legitimidade ativa: [divergência]
 		a)LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA - cidadão estaria defendendo toda a coletividade. 
		b)LEGITIMIDADE ORDINÁRIA - cidadão estaria defendendo interesse próprio. [Legitimidade autônoma]
• Legitimidade Passiva [art. 1º cc art. 6º, Lei 4.717/65]
	a)AS PESSOAS CUJO PATRIMÔNIO SE PRETENDE PROTEGER: (UNIÃO; (DISTRITO FEDERAL;(ESTADO; (MUNICÍPIO; (ENTIDADES AUTÁRQUICAS (abrangendo AUTARQUIAS e FUNDAÇÕES PÚBLICAS); (EMPRESAS PÚBLICAS; (SOCIEDADE DE ECONOMIAS MISTA;(FUNDAÇÕES DE DIREITO PRIVADO FEDERAIS, ESTADUAIS, DISTRITAIS, MUNICIPAIS;(SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS (QUAISQUER PESSOAS JURÍDICAS SUBVENCIONADAS PELOS COFRES PÚBLICOS, 
	b)AQUELES QUE CAUSARAM OU QUE AMEAÇAM CAUSAR LESÃO AOS BENS TUTELADOS PELA AÇÃO POPULAR: 
	c)AUTORIDADES PÚBLICAS, FUNCIONÁRIOS E ADMINISTRADORES, AVALIADORES; 
	d)BENEFICIÁRIOS DIRETOS DO ATO OU DA OMISSÃO. 
• Atuação da Fazenda Pública na Ação Popular
Lei possibilita ao réu (FAZENDA PÚBLICA) se consorciar com o autor. [situação peculiar em matéria processual]
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO OU DE DIREITO PRIVADO PODERÁ:
		a)ABSTER-SE DE CONTESTAR O PEDIDO
		b)ATUAR AO LADO DO AUTOR
• ação popular contra ato de conteúdo jurisdicional: os atos de conteúdo jurisdicional - precisamente por não se revestirem de caráter administrativo - estão excluídos do âmbito de incidência da ação popular, porque se acham sujeitos a um sistema específico de contestação, quer por via recursal, quer mediante utilização de ação rescisória. 
• OMISSÃO ILEGAL E LESIVA AO PATRIMÔNIO PÚBLICO: discussão quanto à possibilidade de ação popular para o caso de omissão. a expressão ato no texto constitucional está relacionada à conduta, que pode ser comissiva ou omissiva. Assim, reconhece-se a possibilidade de se atacar omissão ilegal e lesiva ao patrimônio público através da ação popular.
• Binômio: Ilegalidade e Lesividade
Há discussão quanto à caracterização da lesividade e ilegalidade como requisitos concomitantes, ou não, caracterizando as condições da ação:
	a)NECESSIDADE DE CONJUGAÇÃO LESIVIDADE E ILEGALIDADE;
	b)BASTA A LESIVIDADE;
	c)A LESIVIDADE CONTÉM A ILEGALIDADE. 
(JURISPRUDENCIA MAJORITÁRIA: ATO LESIVO + ILEGAL (art. 4º da Lei 4.717/65 traz um rol de atos considerados como de lesividade presumida).
•Competência
AÇÃO POPULAR CONTRA ATO ADMINISTRATIVO RELACIONADO ÀS ELEIÇÕES - o STF reconheceu a competência da JUSTIÇA ELEITORAL para julgar ação popular que pretendia impugnar atos relativos à apuração de eleições. 
ART. 109, § 2º, CF - possibilidade do autor da ação popular demandar em seu domicílio quando a AUTORIDADE DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA FEDERAL.
	AÇÃO POPULAR

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