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Responsabilidade Civil: Danos Morais e CDC

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sábado, 20 de novembro de 2010
Revisão (Responsabilidade Civil) 
I. Danos Morais. 
A) Noções
* Dano moral é uma lesão a um direito da personalidade (CC, 11 a 21 e CF, 5º). 
* Consequências do dano moral: dor, tristeza, amargura, sofrimento, angústia, vergonha. 
B) Espécies de dano moral
* Dano moral provado ou dano moral subjetivo: é aquele que necessita ser comprovado pelo autor da demanda. 
* Dano moral objetivo, presumido ou in re ipsa: é aquele que dispensa prova, como nos casos de abalo de crédito (inclusão indevida do nome no SPC ou SERASA) ou de morte de pessoa da família. 
* Dano moral direto: atinge a própria pessoa. 
* Dano moral indireto ou dano moral em ricochete: é aquele que atinge a pessoa de forma reflexa, como nos casos de morte de um membro da família em acidente de carro.
:: Apesar de serem os direitos da personalidade personalíssimos e, portanto, intransmissíveis, a pretensão ou direito de exigir a sua reparação pecuniária em caso de ofensa transmite-se aos sucessores, nos termos do Código Civil, artigos 12, § único e 943. 
C) Danos morais versus transtornos
Enunciado 159 do CJF: o dano moral não se confunde com os meros aborrecimentos decorrentes de prejuízo material. 
* O que a jurisprudência entende por mero transtorno?
(1) A quebra de um contrato. A inadimplência, por si só, não dá origem a dano moral, senão simples aborrecimento. Caso haja lesão a um direito da personalidade, este deve ser provado. 
(2) Críticas a celebridades políticas feitas em programa de rádio. Deve ser dada a liberdade de imprensa , direito coletivo que prepondera sobre o individual. 
D) Danos morais da pessoa jurídica. 
* A pessoa jurídica pode sofrer dano moral quando é lesada em sua honra objetiva, em seu nome e em sua imagem no meio social. 
Súmula 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
II. Responsabilidade do Incapaz (Atenção! Ler o comentário abaixo). 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
* Responderá o incapaz quando: 
1) possuir patrimônio próprio; 
3) as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes; 
- os pais não têm responsabilidade quando: 
:: não possuem a guarda do menor. Exemplo: pais que perderam o poder familiar; pai divorciado que não possui a guarda do filho. 
:: delegarem a responsabilidade a outrem (casos do art. 932, a exemplo do empregador e do educador). 
- menor emancipado: segundo a jurisprudência, não afasta a responsabilidade dos pais. 
4) não privar o incapaz nem seus dependentes dos bens para subsistência (ter o inimputável bens em valor superior ao necessário para lhe assegurar os alimentos). 
* Não há direito de regresso por parte do pai que paga a dívida do filho. 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente
III. Responsabilidade do CDC. 
* A responsabilidade é, em regra, solidária, entre todos os agentes que participam da cadeia de produção (importador, exportador, fabricante, comerciante, etc). 
A) Vício do produto. 
* Vício do produto: quando existe um problema oculto ou aparente no bem de consumo, que o torna impróprio para o uso ou diminui o seu valor (art. 18). 
* O fornecedor (comerciante ou fabricante), nesses casos, tem o prazo de 30 dias para sanar o vício. Não ocorrendo, o consumidor poderá optar entre: 
- abatimento proporcional do preço; 
- substituição do produto por outro da mesma espécie; 
- resolução do contrato, com devolução da quantia paga. 
B) Fato do produto (ou defeito do produto)
* Fato do produto é aquele relacionado com situações em que estão presentes danos que extrapolam os limites da coisa. Exemplo: televisão que explode e atinge quem está próximo. 
- Exceção da responsabilidade solidária: o comerciante não responderá solidariamente, e sim subsidiariamente (nos casos em que não for possível identificar o responsável direto – um daqueles elencados no art. 12). 
C) Vício do serviço: é o serviço mal prestado. O consumidor poderá optar entre: 
- abatimento proporcional do preço; 
- reexecução do serviço; 
- resolução do contrato, com restituição da quantia paga. 
D) Fato do serviço (defeito): danos que surgem além do valor pecuniário referente ao serviço. 
- Exemplo: serviço mal prestado que acarreta em inscrição indevida do nome do consumidor no cadastro dos inadimplentes (SPC e Serasa). 
* Exceção da responsabilidade objetiva: O profissional liberal terá responsabilidade subjetiva. Exemplo: o consumidor estaciona seu carro num local reservado para este fim com o fito de freqüentar determinado restaurante. O manobrista (profissional liberal) só responderá por eventual furto se ficar provada sua culpa, enquanto o dono do estacionamento responderá objetivamente. 
IV. Responsabilidade por ato e fato de terceiro. 
A) A responsabilidade dos educadores.
* Responderão os educadores de ensino privado pelos atos dos alunos no tempo em que sobre eles exercerem vigilância e autoridade. 
* Situações: 
- se o dano é causado pelo aluno contra terceiros, a escola responde pelos prejuízos, independente de culpa. Terá ela ação regressiva contra o aluno (os pais não têm a obrigação de responder pelos atos dos filhos na escola). 
- se o dano é sofrido pelo próprio aluno, a vítima poderá mover ação contra o estabelecimento. Obs.: a responsabilidade quanto às escolas públicas cabe ao Estado. 
B) Danos causados por animal (CC, 936).
* É responsável o dono ou detentor do animal pelos danos por este causados. 
- Detentor: aquele a quem é transmitido o dever de custódia sobre o animal. Exemplos: adestrador, treinador, veterinário. 
* Excluem o nexo causal: culpa exclusiva da vítima (sujeito que provocou o animal, por exemplo); caso fortuito ou força maior. 
* Não se fala mais em culpa custodiendo. A responsabilidade é objetiva e independe de culpa. 
C) Danos oriundos de coisas lançadas das casas (CC, 938).
* Responsabilidade daquele que habitar em casa por objetos que dela caírem ou forem lançadas. 
- A responsabilidade não é necessariamente do proprietário da casa, e sim de quem mora nela (inquilino, comodatário, etc). 
- Os objetos que caem por descuido também ensejam responsabilidade, visto ser espécie de risco criado. 
* Prédios de escritórios ou apartamentos: a responsabilidade será solidária se não for possível identificar de onde caiu a coisa. 
- o STJ já julgou no sentido de afastar a responsabilidade dos moradores de apartamentos que não possuem janelas voltadas para o local do fato. 
- pela teoria da responsabilidade pressuposta, haveria, primeiramente, que se indenizar a vítima e, só então, discutir o afastamento de responsabilidade para uns ou outros moradores. 
V. Exclusão do nexo causal. 
A) Fato exclusivo da vítima
* O agente, aparente causador do dano, é mero instrumento do acidente. O comportamento da vítima representa o fato decisivo para o evento. 
:: Ex.: “A” que se atira debaixo das rodas do carro de “B”. Também é o caso dos pingentes e dos “surfistas de metrô” que sofrem acidentes. 
B) Fato de terceiro
* Terceiro é qualquer pessoa além da vítima e do responsável. Alguém sem qualquer ligação com o causador aparente do dano. 
:: Ex.: Acidente de trânsito em que o carro de “A” colide com o carro de “B” que colide em “C”. O dano provocado em “C” é de responsabilidade de “A”. 
* Para a maioria da doutrina, o fato de terceiro se equipara a um fortuito, por ser causa estranha à conduta do agente. 
C) Caso fortuito e força maior
Art. 393 – o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.* O CC praticamente considera ambos os termos como sinônimos, sendo fato necessário cujos efeitos não se era possível evitar ou impedir. 
* Caso fortuito é o evento imprevisível e, por isso, inevitável. Elemento caracterizador: imprevisibilidade.
* Força maior é o evento previsível, mas inevitável por se tratar de fato superior às forças do agente, como os eventos naturais. Elemento caracterizador: inevitabilidade. 
D) Exclusão de nexo causal no CDC. 
* Por culpa exclusiva da vítima.
* Por culpa exclusiva de terceiro: deve ser terceiro sem qualquer vínculo com o prestador ou fornecedor, alheio à cadeia de consumo.
* Por inexistência de defeito ou dano (exemplo: produto não foi colocado no mercado). 
* Caso fortuito e força maior: a discussão atual tem sido em torno do fortuito interno e do fortuito externo. Se o evento tem relação com a atividade exercida pelo causador do dano, a responsabilidade não será afastada (fortuito interno); é o caso dos assaltos em agências bancárias e dos roubos em garagem. Sendo, portanto, evento alheio à atividade, a responsabilidade será afastada.
Postado por Filipe Garcia às 11:52 
Marcadores: Responsabilidade Civil 
3 comentários:
Filipe Garcia disse... 
Pessoal,
eu disse na aula que, não podendo o patrimônio dos responsáveis responder pela dívida como um todo, o patrimônio do menor não poderia ser afetado para a complementação.
No entanto, analisando melhor o artigo 928, é possível concluir pela possibilidade da complementação, afetando subsidiariamente o patrimônio do menor. Vejam a redação:
"O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de MEIOS SUFICIENTES".
Se o legislador fez questão de ressaltar que os meios devem ser suficientes, entende-se que, não sendo (ou seja, sendo parcialmente suficientes), será possível imputar a responsabilidade ao incapaz.
Ressalto que a doutrina que consultei não faz essa ponderação, mas, analisando "friamente" a lei, seria o entendimento mais correto.
Abraço a todos!

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