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CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, amigos. Não tenho nesse espaço a menor pretensão de esgotar o assunto Economia nem pretendo seguir com rigor acadêmico e exposição técnica a abordagem que será nesse contexto realizada. Fiz Economia na UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora - na segunda metade dos anos 90 e depois continuei os estudos na UFF – Universidade Federal Fluminense – com a conclusão do Mestrado em Economia Monetária em 2000. Tive algumas conquistas no campo acadêmico como o Prêmio Minas de Economia, em 1997, com o trabalho de conclusão de curso: “ Pobreza e Distribuição de Renda no Brasil Recente” e a indicação ao Prêmio BNDES de Economia com a tese “ Uma Visão da Fragilidade Financeira numa Economia de Mercado de Capitais”, em 2000. Fui professor de algumas faculdades particulares no RJ no período de 2000 a 2002, nas cadeiras de Macroeconomia e Introdução à Economia. Até aqui nada que me credencie a formatar um Curso regular on-line de Economia em um ambiente tão criterioso e rigoroso quanto o site pontodosconcursos. A questão começa a se modificar quando se analisa minha breve vida profissional. Em 1999, ainda no mestrado, ingressei na CEF – Caixa Econômica Federal – como técnico bancário superior através de concurso realizado pelo CESPE/UNB e permaneci lá até 2001, tendo sido selecionado internamente em 2000 para o cargo de Instrutor Gerencial da instituição. Em 2001 realizei mais dois concursos quase que simultaneamente para o cargo de Economista do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – concurso realizado pelo NCE/UFRJ - e da Petrobrás – concurso realizado pelo CESPE/UNB. Tomei posse no IBGE no Departamento de Contas Nacionais - que trabalha com o Sistema de Contas Nacionais do Brasil – tópico bastante regular e freqüente nas provas dos mais diversos concursos. Permaneci lá até a convocação da Petrobrás que ocorreu no fim de 2002. Trabalhei como Economista na PETROBRAS na área de Gás Natural e no CENPES/Petrobrás na Gerência de Avaliação e Monitoramento Ambiental – AMA CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 2 até dezembro de 2003 em razão de novo concurso público agora para Auditor Fiscal da Receita Federal – área PAT – Política e Administração Tributária, meu cargo atual. Realizei a etapa de Curso de Formação em Brasília e em maio de 2004 assumi na Delegacia da Receita Federal em Poços de Caldas-MG. Em maio de 2006, fui selecionado para ministrar o Curso de Política Tributária – PTRI – para os novos colegas da Receita Federal, motivação do meu ingresso no grupo de instrutores da ESAF. Com a minha remoção de ofício para a Secretaria da Receita Federal em Brasília em julho de 2006, após 2 anos de Receita Federal, tive o prazer de conhecer e conviver com o Vicente Paulo, que dispensa apresentação. Surgiu então a idéia da formatação de um Curso on-line de Economia, dadas a carência na área, a obrigatoriedade da disciplina para todos os candidatos ao concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal – AFRF, bem como o caráter bem peculiar da matéria em pauta. Esse ambiente somado ao gosto pela Economia e ao desafio de formular um curso que realmente seja compatível com as aspirações e necessidades dos candidatos, nos puseram em ação. Dessa forma, sem pretendermos inovar, enveredarmos por originalidade ou competir, mas, espontaneamente, decidimos elaborar um projeto menos matematizado ( equações só quando imprescindíveis) e com pouca análise gráfica, mas sem deixar de ser investigativo e especulativo. Não há nesse projeto o estudo dos aspectos introdutórios da Economia nem todas as supostas implicações da Microeconomia na Macroeconomia ( objeto desse estudo). Preferimos não rotular o curso como básico, intermediário ou avançado. Temos em mente que a matéria de Economia não é a das mais apreciadas na preparação para o certame e que, em muitas vezes, é o grande gargalo/entrave na aprovação do candidato. Por outro lado, levamos em conta que a disciplina Economia (obrigatória para todos os candidatos ao cargo de AFRF) teve seu peso relativo diminuído em razão da inclusão de Finanças Públicas. Sendo assim, creio que o CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 3 material proposto está de acordo com o que as bancas, sobretudo a ESAF, solicitam e esperamos que o seu rigoroso estudo seja suficiente. Um detalhe importantíssimo reside no fato de que quando determinado assunto parecer desconfortável, complicado, confuso mesmo, concentrem-se nas hipóteses preliminares, pressupostos e conclusões! De qualquer maneira, realçamos aqui a importância da matéria e a necessidade de se apurar um percentual de acertos considerável, pois dificilmente tal disciplina estará em um dos extremos: notadamente fácil de sorte que a maioria absoluta se saia bem sem oportunidade de distanciamento dos concorrentes ou cabalmente difícil de forma a provocar desespero na grande maioria redundando em fracasso generalizado. Diante dessas variáveis – complexidade da disciplina, redução de sua importância individual no certame e necessidade de acerto mínimo para aprovação -, temos que nos pautar pela objetividade e concisão, estudando somente aqueles aspectos que nos serão úteis para a realização de uma boa prova – sem nos perdermos em devaneios inúteis, que não levarão a nada e, ainda, nos consumirão tempo precioso para o estudo das outras disciplinas exigidas no certame. Essa idéia ficará mais clara, a partir da leitura dos parágrafos seguintes. Desde os primórdios, a teoria econômica tem uma herança que produz ainda hoje conclusões completamente disparatadas sobre a realidade. As falácias dessa base teórica estão ligadas a vários pressupostos, presentes nas principais correntes da teoria econômica. A primeira assume que o sistema econômico é neutro para o meio ambiente. Esse pressuposto derivou das leis da mecânica clássica para explicar o fluxo de consumo e produção. Essa visão mecanicista do sistema econômico aparece até os dias de hoje em todos os livros e teorias. O descompasso entre essa visão e a realidade - e que norteia as recomendações de políticas econômicas - não é só um erro, é um risco de falência sistêmica, acima de tudo econômica. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 4 A segunda falácia adotada por todas as teorias econômicas é ainda mais fantasiosa, à medida que assume o meio ambiente como inesgotável. Essa hipótese está presente nos modelos econômicos de crescimento com uma coragem quase irresponsável. Aqui também a economia assume que os progressos tecnológicos serão capazes de nos emancipar dos limites do meio ambiente. Admite-se que seria possível produzir com a nossa tecnologia bens e serviços ilimitadamente, para o qual a questão do espaço físico finito da Terra deixaria de ser relevante. Ignora-se aqui a destruição dos ecossistemas que são a base de sustentação de todas as formas da vida. O processo tecnológico é uma hipótese fora do controle das teorias, e só assumindo um mundo surrealista no qual seremos capazes de produzir bens intangíveis a partir do nada podemos concluir que uma variável-fluxo como o PIB pode ser submetida a um crescimento exponencial infinito, acumulando estoques também exponencialmente crescentes. Na visão dos economistas, esse acúmulo de pessoas, bens e serviços pode crescer indefinidamente, sem esbarrar em limites espaciais, sem gerar crises ambientais, sem causar guerras por energia, sem degradar os ecossistemas, sem poluir e sem matar. Portanto, de acordo com as teorias, a expansão econômica deveria estar acontecendo,sem nenhum desses resultados desagradáveis reais observados todos os dias. Nada mais justifica essa cegueira. O resultado desses dois mitos está na visão dos ativos financeiros, onde vigora a total ausência de limites ou equilíbrio social e ambientalmente sustentável de longo prazo. Todos os principais sistemas das economias (empresarial, fiscal, previdenciário) estão vinculados a ativos financeiros calcados sobre a hipótese do crescimento ilimitado que, por sua vez, é uma impossibilidade física, social, ambiental e econômica. É claro que nada disso cai em concurso! É puramente uma visão bem pessoal que tem como único objetivo que o concurseiro tenha a nítida noção e precisa convicção da importância de se pautar estritamente naquilo que roga o edital, sem CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 5 devaneios ou alucinações. A roda já está inventada e a nossa missão é simplesmente fazê-la girar de acordo com nossa conveniência e julgamento aqui relatados. As críticas são muito bem vindas, mas, muitas vezes, não incorporadas, pelo fato que isso não consta no edital da disciplina, nossa bíblia para o concurso. Nosso curso está estruturado em onze aulas, sendo dez encontros temáticos rigorosamente conforme roga o edital de Economia e uma aula bônus, procurando demonstrar o que julgo como pontos mais importantes de cada encontro, além das possíveis questões de um eventual AFRF –2007. Cada encontro (aula) apresenta um texto preliminar sobre os assuntos do tópico e uma bateria criteriosamente selecionada de questões das mais diversas bancas ( ESAF, principalmente, CESPE/UNB, VUNESP, NCE/UFRJ, FAURGS, FCC, dentre outras) para os mais diversos cargos ( AFRF, Fiscal da receita estadual e municipal, AFC/STN, Analista do BC, Petrobras, IBGE, Analista de Comércio Exterior, Economista da Escola Nacional de Administração Pública, AFPS, dentre outros). O desenvolvimento das aulas se dá sob o seguinte espectro: AULA 00: INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA. CONCEITOS MACROECONÔMICOS BÁSICOS. FORMAS DE MENSURAÇÃO DO PRODUTO E DA RENDA NACIONAIS. AULA 01: O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS. CONTAS NACIONAIS NO BRASIL. AULA 02: MACROECONOMIA KEYNESIANA. HIPÓTESES BÁSICAS. AS FUNÇÕES CONSUMO E POUPANÇA. DETERMINAÇÃO DA RENDA DE EQUILÍBRIO. O MULTIPLICADOR KEYNESIANO. OS DETERMINANTES DO INVESTIMENTO. AULA 03: TEORIA MONETÁRIA: OFERTA DE MOEDA E DEMANDA DE MOEDA. MEIOS DE PAGAMENTO, MULTIPLICADOR MONETÁRIO E BASE CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 6 MONETÁRIA. INFLAÇÃO E EMPREGO. DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE PREÇOS. INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS DA INFLAÇÃO. A CURVA DE PHILLIPS AULA 04: MODELO DE OFERTA E DEMANDA AGREGADA. A FUNÇÃO DEMANDA AGREGADA. AS FUNÇÕES DE OFERTA DE CURTO E LONGO PRAZO. A RIGIDEZ DOS REAJUSTES DE PREÇOS E SALÁRIOS. AULA 05: O MODELO IS-LM NUMA ECONOMIA FECHADA ( IS-LM COM TAXA DE JUROS). O EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS. A DEMANDA POR MOEDA E O EQUILÍBRIO NO MERCADO MONETÁRIO. O EQUILÍBRIO NO MODELO IS-LM. POLÍTICAS ECONÔMICAS NO MODELO IS-LM. AULA 06: MACROECONOMIA ABERTA. ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS. REGIMES CAMBIAIS.CRISES CAMBIAIS. AULA 07: O MODELO IS/LM NUMA ECONOMIA ABERTA ( IS-LM COM TAXA DE CÂMBIO) POLÍTICAS MONETÁRIA, FISCAL E COMERCIAL NUMA ECONOMIA ABERTA. MODELO MUNDELL-FLEMING. AULA 08: A ECONOMIA INTERTEMPORAL. O CONSUMO E O INVESTIMENTO NUM MODELO DE ESCOLHA INTERTEMPORAL. A RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL DAS FAMÍLIAS. A RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA INTERTEMPORAL DO GOVERNO E A EQUIVALÊNCIA RICARDIANA. AULA 09: MODELO DE SOLOW: CRESCIMENTO DE LONGO PRAZO. O PAPEL DA POUPANÇA, DO CRESCIMENTO POPULACIONAL E DAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SOBRE O CRESCIMENTO. “ A REGRA DE OURO”. O PRODUTO NOMINAL X O PRODUTO REAL. NÚMEROS ÍNDICES. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 7 AULA 10: PONTOS DETERMINANTES DE CADA AULA E POSSÍVEIS QUESTÕES PARA O PRÓXIMO CERTAME – ASPECTOS CONCLUSIVOS. Vocês devem ter notado que a programação desse curso segue rigorosamente os temas explicitados no edital, o que não poderia ser diferente. Todavia, julgamos pertinente modificar a seqüência das aulas face à ordem estabelecida pelo edital, puramente por motivações didáticas. Dessa forma, temos na aula 00, uma exposição sobre a introdução ao mundo da macroeconomia com suas formas de mensuração do principal agregado macroeconômico, o Produto Interno Bruto (PIB). Esse assunto, por incrível que pareça, tem sido uma tônica dos concursos elaborados pelas bancas da Fundação Carlos Chagas (FCC) e do Núcleo de Computação Eletrônica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE-UFRJ). E de certa forma, pelo menos nas provas de carreira não fiscal, os conceitos macroeconômicos e as formas de mensuração também têm tido boa receptividade. Já na aula 01, sobre Contas Nacionais, o assunto mais palpitante de todas as provas de Economia elaboradas por todas as bancas examinadoras. Mesmo aquelas bancas de expressão mais regional priorizam esse tipo de tema. Procuramos nessa aula a máxima objetividade e uma lista de exercícios comentados extremamente criteriosa, de forma a não ocorrer sobreposição de questões. Na aula 02, sobre macroeconomia keynesiana, comentamos que o tópico já foi muito mais cobrado pelas bancas em sua literalidade, mas não pode de forma alguma ser esquecido pelos concurseiros. Até porque as aulas sobre modelos IS- LM e Mundell-Fleming requerem com detalhes os conhecimentos aqui adquiridos. É um estágio necessário para o firme entendimento dos dois assuntos citados, que aparecem com freqüência em todas as provas. O multiplicador keynesiano e o q de Tobin são os temas mais importantes dessa aula 03. Na aula 03 sobre teoria monetária, inflação e Curva de Phillips, vale citar que os assuntos e abordagens são diversos e, embora, não estejam tendo uma atenção recente tão vigorosa pelas bancas examinadoras, são de fácil assimilação e, de CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 8 certo modo, bastante técnicos. A lista de exercícios comentados também é bem ampla e cobre todos os aspectos da aula texto. No que se refere à aula 04, os modelos de oferta e demanda agregada explicam as flutuações econômicas de curto prazo e auxiliam diretamente na determinação dos níveis de atividade/renda/produto e preços da economia. Existem várias correntes com posições diametralmente opostas sobre a condução dos citados modelos . Contudo, em conformidade com o edital, nos será suficientes a menção e estudo das concepções clássica e keynesiana. Vocês notarão que não têm sido mais a vedete dos certames recentes e não vemos com claridade e convicção que possam retornar com força nas próximas batalhas. A aula 05 aborda o modelo IS-LM, centro da macroeconomia moderna, e se constitui na explicação de políticas macroeconômicas ( fiscal e monetária) em um cenário de economia fechada ( em que não se verificam trocas com o exterior, isto é, não há setor externo, apenas empresas, famílias e governo). É tópico fundamental para a aula sobre o modelo Mundell-Fleming ( modelo IS-LM para economia aberta) , assunto muito cobrado pelas bancas examinadoras. A aula 06, por sua vez, trata da macroeconomia aberta com os regimes cambiais e o balanço de pagamentos. Aqui se observam trocas comerciais freqüentes com o exterior. Os agentes da economia agora são as famílias, as empresas, o governo e o resto do mundo. O modelo econômico está completo. Vale citar que o tema Balanço de Pagamento é, de certa forma, técnico e bastante cobrado em todas as provas. Já o modelo Mundell-Fleming (modeloIS-LM com taxa de câmbio, para economias abertas) aparece com força na aula 07. Explica a atuação das políticas macroeconômicas (fiscal, monetária e comercial/cambial) de acordo com o regime cambial adotado: câmbio fixo ou flexível. É assunto recorrente nas provas da ESAF (pelo menos uma questão) e o “queridinho” do NCE/UFRJ e FCC. É também importante e estimulante saber que aparecem em provas da ESAF questões de uma “facilidade franciscana” embora tragam com elas uma aparente complexidade através de gráficos bidimensionais, conjunto de equações e fórmulas econômicas bem como textos longos e exaustivos. Essa tem sido uma CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 9 constância nas provas da ESAF, notadamente nos concursos para a área não fiscal, como AFC/STN, Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental/MPOG, Analista de Planejamento e Orçamento/MPOG, dentre outros. A aula 08 trata da economia intertemporal, que vem a ser o estudo da restrição orçamentária intertemporal das famílias e do governo. A economia intertemporal se constitui em uma teoria que afirma que as famílias dividem sua renda entre consumo e poupança com o objetivo de atingir o máximo de utilidade possível. Da mesma forma, o setor público também compreende a repercussão de uma política fiscal sobre as decisões de gastos e poupança pública. Sobretudo em concursos da área fiscal elaborados pela ESAF, é praticamente certa a confecção de uma questão para o próximo certame (AFRF –2007) ainda que pese o menor número de questões da disciplina Economia. Em 2005, ano do último concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal, a prova foi muito fácil e não se utilizou de questões desse tópico, que aparecia recorrentemente em todas as provas desde 2001. No que tange à aula 09, deixamos esses assuntos ( Solow e Números-Índices) como última aula, antes da aula-revisão sobre todos os assuntos estudados, pelos motivos ilustrados, a seguir: a) o modelo de Solow (embora seja o preferível das bancas) não tem encontrado mais tanta ressonância nas bancas examinadoras e acreditamos que, com a redução do número de questões da prova de Economia, não há motivação que justifique a elaboração de uma questão do modelo de crescimento de Solow. É evidente que você não precisa decorar tudo o que será narrado sobre o modelo! Bastam algumas leituras para que vocês, no momento do certame, quando virem a questão pela frente, lembrem-se dos corolários, hipóteses e conclusões apresentados nessa aula. b) números-índices representam assunto dos mais trabalhosos em termos numéricos ( ainda que rudimentar) com várias fórmulas para os diversos índices que temos que memorizar. E mais, como veremos nos exercícios propostos, a probabilidade de uma questão sobre tal assunto voltar aos certames é CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 10 virtualmente nula, sobretudo na forma numérica, como aparecia até 2001/2002. Além disso, via de regra, existem as disciplinas Matemática Financeira e Estatística ( sempre descritiva) que trabalham rigorosamente com uma quantidade de fórmulas e cálculos infinitos, de sorte que consideramos sobreposição de interesses, questões da esfera de números-índices/índices de preço. E, finalmente, na aula 10, última aula do curso em questão, mas não menos importante, trazemos à tona uma espécie de revisão geral/conclusão sobre os pontos determinantes de cada uma das 10 aulas apresentadas e possíveis questões para o próximo certame. Dado o recado, julgamos necessário o estudo dessa pequena introdução sobre conceitos macroeconômicos básicos e formas de mensuração, pois será de grande utilidade no entendimento do conteúdo da aula sobre Contas Nacionais – Sistema de Contas do Brasil, matéria mais esboçada atualmente nas provas de carreira fiscal e não fiscal, elaboradas, principalmente, pela ESAF. Hoje afirmamos com certa convicção que não há provas de economia sem a presença de pelo menos uma questão de Contas Nacionais, qualquer que seja a banca examinadora. Essa pequena introdução ao estudo dos conceitos macroeconômicos básicos e das formas de mensuração do produto e da renda nacionais tem sido bastante cobrada nas provas de economia elaboradas, principalmente, pela Fundação Carlos Chagas (FCC) e pelo Núcleo de Computação Eletrônica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE-UFRJ), bancas bastante requisitadas no momento do cenário nacional. Teremos essa constatação ao final da aula demonstrativa com alguns recentes exercícios gabaritados e comentados sobre o assunto em pauta. Então, vejamos o que vem a ser os conceitos macroeconômicos relevantes e as formas de medição! A macroeconomia estuda o comportamento global do sistema econômico; não se detém em relações individuais, mas pretende estudar a realidade econômica de forma global. Dessa forma, não se prende a agregados que interessam a apenas um agente econômico como a estrutura de custos de uma certa empresa em São CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 11 Paulo, a lógica de gasto de um consumidor no interior de Minas Gerais, o faturamento de uma empresa de cosméticos na cidade do Rio de Janeiro. Todos esses fatores são imprescindíveis para a análise e boa evolução dos negócios de cada agente isoladamente, mas não dizem respeito aos agregados macroeconômicos básicos, como o consumo das famílias, os gastos governamentais dos entes municipal, estadual e federal, o nível de investimento da economia, o volume de exportações observado bem como o ritmo de importações verificado na economia nacional. São fatores que, em menor ou maior escala, afetam todos os agentes da coletividade, a saber: famílias, empresas, governo e setor externo ( também conhecido como resto do mundo, isto é, os agentes que extrapolam as fronteiras nacionais, como os investidores norte-americanos, os turistas italianos, os governos do continente europeu, as famílias do Mercosul, etc). Dessa forma, vejamos, num primeiro instante, o principal agregado macroeconômico responsável pela riqueza de toda uma coletividade, ou melhor, a variável que mede a produção de bens e serviços de toda a economia. Contudo, existem breves diferenças entre a nomenclatura Produto Nacional Bruto e Produto Interno Bruto. AULA 00: INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA. CONCEITOS MACROECONÔMICOS BÁSICOS. FORMAS DE MENSURAÇÃO DO PRODUTO E DA RENDA NACIONAIS. PNB x PIB Produto Nacional Bruto (PNB) é a renda gerada pelos cidadãos de um país. Inclui a renda que estes ganham no estrangeiro, mas não inclui a renda auferida pelos fatores de produção ( terra, capital e mão-de-obra) existentes no país que são de propriedade estrangeira. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 12 Já o Produto Interno Bruto (PIB) é a renda auferida internamente. Inclui a renda ganha internamente por estrangeiros, mas não inclui a renda ganha pelos cidadãos do país no estrangeiro. Em resumo: o PNB vem a ser o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos pelos cidadãos de uma nação, mesmo que tenham sido produzidos no exterior. Já o PIB é o valor monetário total de todos os bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras de uma nação, mesmo que tenham sido produzidos por estrangeiros. Atenção para o quadro abaixo: Quadro I – PIB x PNB PIB = PNB – ganhos dos cidadãos e corporações do Brasil no exterior (+) ganhos de estrangeiros que moram no Brasil (+) ganhos de corporações estrangeiras em operações no Brasil Notem que o que distingue o produto nacional do interno é o critério de residência/ nacionalidade. O PNB mede o valor da produçãorealizada pelos fatores da produção nacionais enquanto o PIB mede a produção dos residentes no Brasil. Dessa forma, aquilo que os brasileiros produzirem sempre estará computado no PNB, mas só será calculado sob o espectro do PIB se os citados agentes estiverem produzindo riqueza no território nacional. Em mesmo compasso, a produção que os cidadãos mexicanos realizarem ao longo do ano estará computada nas contas do PNB mexicano. Mas só fará parte do PIB mexicano se os fatores de produção estiverem no território mexicano. Se essa comunidade de mexicanos trabalha na produção de bens e serviços em solo brasileiro através de uma multinacional, a riqueza gerada estará devidamente computada no PNB do México e no PIB do Brasil. Ainda mais claro, se um conglomerado de construtoras de origem italiana se instalar no Brasil com o fito de se tornar o maior empreendedor imobiliário no solo brasileiro, a produção a ser gerada, quando realizada, fará parte do PNB da Itália, CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 13 em razão dos fatores de produção serem italianos, mas estará computado no PIB do Brasil, em função do empreendimento funcionar no território nacional. Essas duas medidas de renda diferem porque os fatores de produção nem sempre são de propriedade dos cidadãos do país em que são utilizados. Por essa razão, países como o Brasil ( “em desenvolvimento”, “emergentes”) divulgam como número oficial o indicador PIB e países desenvolvidos privilegiam o PNB. Ora, o PNB desses últimos se faz maior que o PIB, posto que angariam mais renda do exterior do que enviam através de uma presença maciça de empresas multinacionais nos mais diversos países emergentes. De outro lado, o Brasil privilegia, para efeitos de análise de atividade econômica, o conceito de PIB comumente maior que o PNB em razão de receber do exterior ( das suas multinacionais) divisas menores do que aquelas enviadas ao resto do mundo. Dessa forma, podemos concluir, para uma primeira análise, que a renda líquida enviada ao exterior (RLEE) é dada pela diferença entre a renda enviada ao exterior (REE) e a renda recebida do exterior (RRE). Quando a REE superar a RRE, concluímos que a RLEE é positiva, o que nos garante que o PIB é maior que o PNB e essa situação é típica dos países em desenvolvimento/emergentes, como a nossa economia. A presença maciça de grandes aglomerados multinacionais em solo brasileiro ocasiona, necessariamente, um volume significativo de remessa de divisas, rendas, lucros, para a matriz sediada em solo estrangeiro, ou seja, a renda enviada ao exterior é gigantesca frente à renda recebida do exterior pelas empresas domésticas que atuam no setor externo. Em posição contrária, quando a REE for inferior à RRE, concluímos que a RLEE é negativa, o que garante um PIB menor que o PNB e tal contexto é tradicional nos países desenvolvidos. O montante de rendas, lucros, royalties recebidos pela matriz é extraordinariamente alto, ou seja, a RRE é muito alta frente à REE. Ora, a General Motors hoje está presente em mais de 8 países ao redor do globo, atuando em quatro continentes. Imaginem, portanto, a soma de recursos/divisas que anualmente o citado grupo (matriz) recebe a título de dividendos, lucros e royalties. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 14 Em resumo, atentem-se para os quadros abaixo. É realmente bem simples, mas bancas examinadoras como o NCE/UFRJ e a FCC têm trazido recentemente assertivas teóricas sobre exatamente esse ponto. Quadro II – PIB x PNB – REE x RRE PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) (-) Renda enviada ao exterior (REE) (+) Renda recebida do exterior (RRE) Produto Nacional Bruto (PNB) Quadro III – Países em desenvolvimento Países em desenvolvimento REE > RRE = RLEE positiva = PIB > PNB Quadro IV – Países desenvolvidos Países desenvolvidos REE < RRE = RLEE negativa = PIB < PNB O PIB/PNB é concebido pelo valor de todos os bens e serviços finais gerados em um certo período de tempo, por convenção, um ano. Somar o valor da produção de todas as entidades produtivas significa duplicar o valor das matérias-primas e dos produtos intermediários produzidos e que são utilizados na produção de outros bens e serviços. Estas duplicações ensejam um indicador superestimado da produção global de um país e deturpam qualquer análise de políticas públicas. A contabilização dupla é evitada pela introdução do conceito de valor agregado, que desconsidera da produção final a parcela de consumo intermediário. Calcula- CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 15 se o valor adicionado em cada etapa de produção, subtraindo-se do valor do produto da fase em questão os custos dos bens intermediários e materiais que não foram gerados nesta fase, mas adquiridos de outras empresas. Em síntese, valor adicionado ou agregado reside na contribuição que cada unidade produtiva acrescenta sobre o insumo para repassar o bem ou serviço para frente. Concluindo, temos os bens intermediários como aqueles que sofreram alguma transformação, não atingindo a etapa em que se transformam em bens finais. É o estágio intermediário da produção. Já os bens finais são os produzidos para uso final, não sendo novamente comercializados ou utilizados na produção de outros bens. Um bem final é aquele que foi produzido, mas não revendido durante o ano. Dessa forma, um produtor vende trigo por R$ 10,00 para o moleiro, que o transforma em farinha para revender por R$ 12,00 para o padeiro, que o comercializa como bolo para o consumidor final, no varejo, por R$ 15,00. Somente os R$ 15,00 são computados como parte do produto nacional. Se computássemos as demais transações (R$10,00 e R$ 12,00) aos R$ 15,00 da transação final, estaríamos inadvertidamente realizando uma contagem dupla, pois já estão incluídas nos R$15,00 do bolo no varejo. E a ligação entre os dois tipos de bens se traduz no valor adicionado entendido como o valor de um produto final menos o custo dos produtos intermediários utilizados no processo produtivo. Valor Adicionado = Consumo Final – Somatório dos Consumos Intermediários. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 16 Vejamos um exemplo relativamente rudimentar para ilustrar a questão: Etapa da Produção Valor das vendas (1) Custo dos produtos intermediários (2) Valor adicionado (3) = (1) – (2) Bens Intermediários Trigo 0,05 0,00 0,05 Farinha 0,15 0,05 0,10 Pão ( atacado) 0,25 0,15 0,10 Bem final Pão (varejo) 0,36 0,25 0,11 Total 0,36 Na etapa do varejo, onde ocorre o consumo pelas famílias, o preço de venda é igual a R$ 0,36 e o valor adicionado é de R$ 0,11. O valor do produto final é equivalente ao somatório do valor adicionado em cada uma das etapas. Esse é justamente o valor que estará computado no produto nacional. Não se deve somar o valor de todas as etapas de produção, sob o risco da dupla contagem. Isso ficará bem claro em um exercício elaborado pela ESAF para a prova de Auditor Fiscal da Previdência Social – AFPS. O PIB constitui, por conseguinte, o somatório dos valores agregados de todas os entes de produção que residem no país. Vejamos a citada questão. (ESAF-AFPS-2002) Considere uma economia hipotética que só produza um bem final: pão. Suponha as seguintes atividades e transações num determinado período de tempo: o setor S produziu sementes no valor de 200 e vendeu para o setor T; o setor T produziu trigo no valor de 1.500, vendeu uma parcela equivalente a 1.000 para o setor F e estocou o restante; o setor F produziu farinha no valor de 1.300;o setor P produziu pães no valor de 1.600 e vendeu-os aos consumidores finais. Com base nessas informações, o produto agregado dessa economia foi, no período, de CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 17 a) 1.600 b) 2.100 c) 3.000 d) 4.600 e) 3.600 Questão fácil, mas diferente dos padrões normais da ESAF. Não propriamente uma inovação, mas devemos ter atenção a essas supostas novidades! Mas, não acredito, como as provas posteriores comprovaram, ser uma tendência. Vamos a ela: Valor agregado ( ou produto agregado como colocado aqui) vem a ser a geração de valor promovida por cada passagem que atravessa o produto da fabricação até o consumo final. A ótica do produto rege que é dado pelo valor bruto da produção menos o consumo intermediário. O setor S, setor pioneiro nesse encadeamento, produziu 200 e, pela lógica, não possuía consumo intermediário, isto é, 200 – 0 = 200. O setor T, segundo setor da cadeia, produziu 1.500 e teve o consumo intermediário ( proveniente da etapa anterior) de 200. Logo, 1.500 – 200 = 1.300. Atenção: não interessa aqui o estoque da produção (500), o que nos diz respeito é o volume de produção vendido (1000). O erro de vários candidatos aconteceu aqui! O setor F, por sua vez, gerou 1.300 e teve 1.000 de consumo intermediário ( 1.300 – 1.000 = 300) ao passo que o setor P, setor varejista, apresentou 1.600 unidades vendidas e 1.300 de consumo anterior de farinha ( 1.600 - 1.300 = 300). CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 18 O produto agregado, nessa economia hipotética, o PIB simplificado, entendido como produção exclusiva desse bem, corresponde ao somatório de 200 + 1.300 + 300 +300 = 2.100. A assertiva b está correta. Vejamos agora o PIB/PNB sob duas óticas distintas, ótica do produto, que sinaliza a produção observada em certa região e a ótica da renda, representativa dos recebimentos verificados na economia. O quadro sintético a seguir é bem ilustrativo e suficiente para o entendimento das relações entre as variáveis pertinentes. O PIB/PNB é mensurado pelo lado dos custos dos fatores de produção – c.f. - ( gastos efetuados pelas empresas para pagar os fatores de produção salários, juros, aluguéis e lucros ) ou pelo enfoque dos preços de mercado (p.m.) acrescentando os impostos indiretos (IPI, ICMS) e excluindo os subsídios à produção. Ótica do Produto Ótica da Renda (+) Salários pagos (+) Aluguéis (+) Juros (+) Lucros (+) Salários pagos (+) Aluguéis (+) Juros (+) Lucros = Produto Interno Líquido a c.f. (+) Depreciação = Renda Interna Líquida (+) Depreciação =Produto Interno Bruto a c.f. (-) Renda líquida enviada ao exterior =Renda Interna Bruta (-) Renda líquida enviada ao exterior =Produto Nacional Bruto a c.f. (+) Impostos Indiretos (-) Subsídios Renda Nacional Bruta (-) Depreciação = Renda Nacional Líquida (-) Lucros retidos (-) Contribuições Previdenciárias (+) Transferências Governamentais CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 19 (+) Transferências Empresariais = Renda Pessoal (-) Impostos diretos = Renda Pessoal Disponível = Produto Nacional Bruto a p.m. Em função de possíveis questões teóricas com várias assertivas para julgar qual delas é correta ou incorreta ( essa tem sido a tônica das bancas nos últimos concursos), devemos guardar, principalmente, os seguintes aspectos, a saber: i) O PNB/PIB a custo de fatores (c.f.) se diferencia daquele calculado a preços de mercado (p.m) em razão do p.m. incorporar (agregar) impostos indiretos e desconsiderar (subtrair) subsídios ( subvenções concedidas pelo Estado às famílias e empresas). O PNB/PIB c.f. indica a valoração sem a inclusão dos impostos indiretos e com a adição dos subsídios. ii) A renda/produto interno e a renda/produto nacional são diferentes em razão da renda líquida enviada ao exterior ( renda enviada ao exterior menos renda recebida do exterior). Só poderiam ser iguais, na teoria e em casos extremos, em que se verifica que a renda enviada ao exterior é numericamente igual à renda recebida do exterior ou se não houvesse transações com o exterior, economia totalmente fechada ( renda enviada ao exterior e renda recebida do exterior iguais a zero). iii) A renda/produto bruto e a renda/produto líquido se diferenciam pelo aspecto da depreciação a que estão sujeitos. Isso é totalmente verdadeiro e não há situação, nem teórica, possível, em que o PIB seja menor que o PIL, por exemplo. Sempre, portanto, restará Produto Interno Bruto maior que Produto Interno Líquido e Renda Interna Bruta maior que Renda Interna Líquida. Vale a ressalva que os agregados PIL ou RIL são mais corretos, pois levam em conta a depreciação, o desgaste do equipamento e da maquinaria produzidos durante o ano. Contudo, dada a dificuldade de estimação da depreciação, opta-se pelo cálculo do PIB ou RIB, os quais só exigem o cálculo do investimento bruto em CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 20 que os dados de estoques adquiridos e novas plantas industriais são mais confiáveis. Como última possibilidade de questões e sabendo que cada componente a seguir será explorado com riqueza de detalhes em momentos posteriores ( nas aulas respectivas), vale fixar a ótica da despesa, no que tange ao agregado PIB, espectros espelhos da ótica do produto e da renda. Em relação ao seu emprego (do ponto de vista do gasto), o PIB é distribuído em gastos de consumo privado, gastos governamentais, de investimento ( formação bruta de capital fixo e variação de estoques) e transações com o setor externo (exportações menos importações). Senão, vejamos: PIB = C + I + G + X – M. Vamos aos componentes isoladamente: A variável consumo compreende os gastos/despesas das unidades famílias ( agentes consumidores) com bens e serviços, isto é, com o mercado real. Aqui se enquadram desde os alimentos, automóveis até os serviços de lazer, transportes e comunicações. O consumo será devidamente estudado nas aulas sobre Macroeconomia Keynesiana e Economia Intertemporal. A variável investimento bruto (I), por sua vez, inclui equipamentos, construções, residências e estoques. Será devidamente estudada, principalmente, na aula sobre Macroeconomia Keynesiana e, de certa forma, nas aulas sobre Modelo IS- LM ( IS-LM com taxa de juros) e Modelo Mundell-Fleming (IS-LM com taxa de câmbio). Já os gastos do governo (G) compreendem as despesas correntes ( necessárias ao funcionamento da máquina pública, como compras de bens e serviços ordinários e pagamento do funcionalismo) e as despesas de capital ( necessárias ao melhor funcionamento/aperfeiçoamento da máquina pública, basicamente investimentos governamentais). O componente Governo será explorado, de forma relativa, na aula sobre Contas Nacionais ( aula importantíssima!), nas aulas sobre Modelos IS-LM e Mundell-Fleming e, notadamente, na aula sobre Economia Intertemporal. E, finalmente, as variáveis X e M, representam as exportações líquidas, isto é, o valor das exportações de bens e serviços menos o valor das importações de bens CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 21 e serviços. Serão estudadas nas aulas de Câmbio e Balanço de Pagamentos e no modelo Mundell-Fleming. Sinteticamente, apresentamos um quadro resumo dos principais agregados da contabilidade nacional. Quadro V – Principais agregados da contabilidade nacional Gasto ( demanda agregada) Origem (oferta agregada) Consumo privado Agicultura (+)Gastos Governo (+) Indústria(+)Formação bruta capital fixo (+) Serviços (+)Variação de estoques = PIB c.f. (+)Exportação (-)Importação =PIB p.m. (-) Impostos indiretos (+) Subsídios (=) PIB c.f. Sobre os pontos que estudamos hoje, os conceitos mais importantes, que vocês terão que levar para a prova, são os seguintes: 1) PNB x PIB: o PNB vem a ser o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos pelos cidadãos de uma nação, mesmo que tenham sido produzidos no exterior. Já o PIB é o valor monetário total de todos os bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras de uma nação, mesmo que tenham sido produzidos por estrangeiros. 2) PNB x PIB: a diferença reside no montante de rendas recebida e enviada ao exterior. Ou seja, os fluxos de rendas, royalties, lucros e juros recebidos e enviados determinam o distanciamento entre os agregados PIB e PNB. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 22 3) PIB/PNB a preços de mercado (p.m.) e PIB/PNB a custo de fatores (c.f.) se diferenciam em razão da carga tributária líquida ( carga de impostos e subsídios). O conceito preços de mercado considera os impostos e subtrai os subsídios ou transferências do governo para as famílias e setor produtivo. Já o conceito custo de fatores desconsidera a carga de impostos e acrescenta os subsídios observados. 4) PIB/PNB x PIL/PNL: a diferença reside na depreciação do estoque de capital, isto é, do desgaste, obsolescência a que os equipamentos, as construções, os maquinários estão sujeitos. É uma lei da “física econômica”. Aqui, sempre PIB será maior que o PIL da mesma forma que o PNB será maior que o PNL. 5) PIB = C + I + G + X – M. 6) O valor adicionado é gerado pelo montante de consumo final menos a soma de todos os insumos utilizados na produção observada, ou seja, o somatório dos consumos intermediários. Vejamos agora uma pequena amostra de como as bancas examinadoras se utilizam desse ponto da Economia na elaboração das provas. 01 – (NCE/UFRJ – Secretaria do Estado de Administração-MT-2005) Considere os seguintes dados de uma economia qualquer: 1) Produto Nacional Bruto a preços de mercado = R$ 1.000.000,00 2) Impostos Indiretos = R$ 300.000,00 3) Depreciação = R$ 50.000,00 4) Subsídios = R$ 55.000,00 O Produto Nacional Líquido a preços de mercado seria igual a: a) R$ 950.000,00 b) R$ 1.050.000,00 c) R$ 1.155.000,00 d) R$ 650.000,00 e) R$ 705.000,00 CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 23 Produto Nacional Bruto (PNB) faz referência à produção de bens e serviços finais produzidos pelos cidadãos brasileiros, quer estejam domiciliados no território nacional, quer estejam em solo estrangeiro. Os fatores de produção (capital, terra e trabalho) são genuinamente nacionais. PNB a preços de mercado leva em conta a carga tributária indireta e desconsidera o montante de subsídios, subvenções e transferências pagas ao setor produtivo e às famílias. E, por último, a distinção entre um agregado macroeconômico bruto e um agregado macroeconômico líquido se constitui na depreciação. Com essas breves considerações, vamos ao cálculo requerido. PNB p.m. = 1.000.000 (-) Depreciação = 50.000 PNL p.m. = 950.000 Notem que os impostos indiretos e os subsídios já estão incorporados ao PNB/PNL a preços de mercado e não devem ser levados em consideração sob o risco da dupla contagem. Apareceram em excesso na questão. A assertiva a está correta. 02- (ESAF/Analista-SUSEP – 2002) De acordo com os conceitos de produto agregado, é incorreto afirmar que: a) o crescimento do produto agregado total pode não significar um crescimento do produto per capita. b) o produto interno tem sido maior que o produto nacional no Brasil. c) o produto líquido é necessariamente menor que o produto bruto. d) o produto agregado pode ser considerado como uma “variável fluxo”. e) não é possível o produto a custo de fatores ser maior que o produto a preços de mercado. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 24 O crescimento do PIB não significa necessariamente elevação do PIB per capita, pois a taxa de crescimento populacional tem que ser analisada em conjunto com a taxa de crescimento da economia. Quando a primeira é superior à segunda, dizemos que o produto per capita encolheu. Mesmo considerando que as taxas de crescimento populacional hoje sejam bastante reduzidas em praticamente todos os países, basta que o crescimento da economia seja reduzido, ínfimo, para o PIB per capita decrescer. A assertiva a está correta. Como já visto exaustivamente no texto, países em desenvolvimento como o Brasil apresentam um PIB maior que o PNB em razão da renda enviada ao exterior proveniente dos lucros, royalties e dividendos obtidos pelas multinacionais em solo brasileiro serem infinitamente maiores que as rendas recebidas do exterior pelos cidadãos brasileiros. Ou seja, sempre que a renda líquida enviada ao exterior for positiva, o produto interno será maior que o produto nacional. A assertiva b está correta. Cuidado com a assertiva c. Óbvia, mas muitos candidatos tropeçam na afirmativa. O PNL/PIL é necessariamente menor que o PNB/PIB em razão da depreciação do estoque de capital, isto é, do desgaste, obsolescência a que os equipamentos, as construções, os maquinários estão sujeitos. É uma lei da “física econômica”. A assertiva c está correta. O produto agregado (PIB,PNB) será tido sempre como uma “variável fluxo” porque é mensurado em um período de tempo ao passo que reservas internacionais, por exemplo, constituem “variável estoque”, pois podem ser medidas em um determinado momento, num ponto do tempo, assim como é o caso do número de trabalhadores em uma empresa e do valor dos ativos em geral. A assertiva d está correta. Embora incomum, é possível que o produto agregado a custo de fatores seja maior que o produto agregado a preços de mercado. Para tanto, é condição necessária e suficiente que a carga tributária líquida seja negativa, isto é, a diferença entre a soma de impostos indiretos e o somatório de subsídios seja negativa. Ou ainda, subsídios maiores que impostos indiretos. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 25 Seria a situação utópica em que o montante de subvenções ao setor produtivo e os subsídios às famílias traduzem cifras maiores que o esforço de arrecadação de tributos indiretos. Subsídios maiores que impostos indiretos = carga tributária líquida negativa. A assertiva e está incorreta. 03- (ESAF/AFPS – 2002) Considere os seguintes dados: Produto Interno Bruto a custo de fatores = 1.000; renda enviada ao exterior = 100; renda recebida do exterior = 50; impostos indiretos = 150; subsídios = 50; depreciação = 30. Com base nessas informações, o Produto Nacional Bruto a custo de fatores e a Renda Nacional Líquida a preços de mercado são, respectivamente: a) 1.250 e 1.050 b) 1.120 e 1.050 c) 950 e 1.250 d) 950 e 1.020 e) 1.250 e 1.120 Como já conhecemos o valor do Produto Interno Bruto a custo de fatores e desejamos conhecer o quantitativo do Produto Nacional Bruto a custo de fatores, basta-nos explicitar os fluxos de renda enviada ao exterior ( ganhos de estrangeiros que moram no Brasil e corporações internacionais com operações no Brasil) e recebida do resto do mundo (ganhos dos cidadãos e corporações brasileiras atuantes no exterior). Daí, segue: PIB c.f. = 1.000 (-) Renda enviada ao exterior = 100 (+) Renda recebida do exterior = 50 = PNB c.f. = 950 Agora, o objetivo é conhecer a Renda Nacional Líquida a preços de mercado. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA –CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 26 Já temos a Renda Nacional Bruta a custo de fatores, que é idêntica, ao Produto Nacional Bruto a custo de fatores, calculado na etapa anterior. São apenas óticas distintas ( a ótica do produto e a ótica da renda). A partir daí, retiramos a depreciação do estoque de capital, para chegarmos ao agregado líquido e, a seguir, incluímos os impostos indiretos e desconsideramos os subsídios, para obtermos o agregado a preços de mercado. Seguem os cálculos abaixo: RNB c.f. = 950 ( - ) Depreciação = 30 = RNL c.f. = 920 (+) Impostos indiretos = 150 (-) Subsídios = 50 = RNL p.m. = 1.020 A assertiva d está correta. 04- (FAURGS/ Agente Fiscal do Tesouro do Estado- 2006) Assinale a alternativa correta: a) O PIB é definido como o somatório de todos os bens e serviços produzidos por uma economia em determinado período de tempo. b) Se o PIB nominal cresce de US$ 800 bilhões para US$ 900 bilhões enquanto a inflação for de 15%, então se pode afirmar que o PIB real também cresceu. c) Se a taxa de crescimento do PIB custo de fatores, em determinado ano, for igual à taxa de crescimento do PIB preços de mercado, pode-se afirmar que, por definição, a carga tributária líquida da economia não se alterou. d) O PIB, assim como o PNB, são variáveis estoque enquanto o PIL e o PNL são exemplos de variáveis fluxo. e) Ao se optar pelo cálculo do PIB segundo o critério de paridade de poder de compra, está-se admitindo que a taxa de câmbio não é um conversor eficiente para possibilitar comparação entre produtos de países diferentes. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 27 O PIB é definido como o somatório de bens e serviços finais produzidos por uma economia em determinado período de tempo. A ausência do termo finais inviabilizou a questão sob o risco da superestimação do PIB em razão da dupla contagem. A assertiva a está incorreta. O produto agregado cresce nominalmente 12,5% ( de US$ 800 bilhões para US$ 900 bilhões) ao passo que a taxa de inflação verificada é de 15%. Logo, o produto agregado em termos reais decresceu. A assertiva b está incorreta. Iguais taxas de crescimento no produto agregado custo de fatores e preços de mercado acarretam mesma taxa de crescimento na carga tributária líquida da economia ( e não imutabilidade). Vejam através do exemplo numérico abaixo: PIB c.f. = 800 u.m. (+) I.I. = 110 u.m. (-) Subsídios = 10 u.m. ------CTL = 100 u.m. PIB p.m. = 900 u.m. Com 10 % de crescimento, o PIB c.f. passa a valer 880 u.m. e o PIB p.m. 990 u.m. A CTL passa a valer ( 990 – 880) 110 u.m. Ou seja, cresce 10% também. A assertiva c está incorreta. As variáveis econômicas podem ser rotuladas em “fluxo” (quando mensuradas em um período de tempo) e “estoque” (quando medidas em certo ponto do tempo). A renda, o investimento, o consumo e o déficit são medidos em um certo período de tempo. Já a dívida pública e a quantidade de capital são medidas em determinado ponto do tempo, portanto, variáveis estoque. O PIB e o PNB também são “ variáveis fluxo”, uma vez que são cotadas em um certo período do tempo. Caso fossem mensurados em um ponto fixo do tempo, seriam “variáveis estoque”. A assertiva d está incorreta. Não se preocupem com a explicação exposta abaixo, pois essa assertiva elaborada pela banca faz parte do estudo de Câmbio e Balanço de Pagamentos, CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 28 que será visto oportunamente. Julgamos conveniente a colocação dessa questão aqui em função da riqueza de detalhes nas outras assertivas. A PPC é utilizada para se calcular as desvalorizações nominais que corrigem as valorizações reais causadas pela inflação de maneira a se manter paridade do poder de compra. A paridade poder de compra (P.P.C) é uma teoria segundo a qual as taxas de câmbio ajustam-se até que uma unidade de qualquer moeda seja capaz de comprar o mesmo conjunto de bens e serviços em todos os países que mantêm relações comerciais. Todavia, as taxas de câmbio nem sempre se comportam como a teoria da paridade do poder de compra prevê. Uma razão para isso é que os países não trocam bens idênticos. Outra razão é que alguns países não permitem o fluxo livre de moedas e bens. Contudo, o principal motivo para que a teoria nem sempre funcione é que os países trocam bens e ativos. O mercado de ativos desvia as taxas de câmbio da paridade poder de compra. A assertiva e está correta. 05 – (ESAF/AFC-STN – 2005) Com relação ao conceito de produto agregado, é incorreto afirmar que: a) o produto agregado a preços de mercado é necessariamente maior do que o produto agregado a custo de fatores. b) o produto agregado pode ser considerado como uma “variável fluxo”. c) é possível uma elevação do produto agregado nominal junto com uma queda no produto agregado real. d) o produto agregado pode ser entendido como a renda agregada da economia. e) o produto interno bruto pode ser menor do que o produto nacional bruto. Desnecessário comentar a questão. A resposta que satisfaz é a mesma da questão 02, elaborada também pela ESAF, para o concurso de Analista Técnico da SUSEP, quatro anos atrás. CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 29 Embora tenhamos realizado em cada tópico uma triagem crítica e rigorosa para não ocorrer sobreposição de questões, julgamos relevante em alguns momentos comentá-las para que nossos leitores vejam que as bancas repetem muito as assertivas. Embora incomum, é possível que o produto agregado a custo de fatores seja maior que o produto agregado a preços de mercado. Para tanto, é condição necessária e suficiente que a carga tributária líquida seja negativa, isto é, a diferença entre a soma de impostos indiretos e o somatório de subsídios seja negativa. Ou ainda, subsídios maiores que impostos indiretos. Seria a situação utópica em que o montante de subvenções ao setor produtivo e os subsídios às famílias traduzem cifras maiores que o esforço de arrecadação de tributos indiretos. Subsídios maiores que impostos indiretos = carga tributária líquida negativa. A assertiva a está incorreta. 06 - (ESAF/ENAP – 2006) Com base nos conceitos macroeconômicos é incorreto afirmar que: a) se os subsídios forem iguais a zero, na existência de impostos indiretos, o Produto Interno Bruto a custo de fatores será menor do que o Produto Interno Bruto a preços de mercado. b) a diferença entre o Produto Interno Bruto e o Produto Nacional Bruto depende do sinal do saldo da conta de renda líquida enviada ao exterior. c) a dívida pública como percentual do Produto Interno Bruto não pode ser superior a 100%. d) considerando que a depreciação é sempre positiva, o Produto Interno Bruto é necessariamente maior do que o Produto Interno Líquido. e) o Produto Interno Bruto pode ser considerado o que se denomina variável fluxo. Atenção, pois a tendência para confecção de uma nova prova em um próximo certame pode ser lida nas suas entrelinhas. Para ser mais claro, a ESAF e outras bancas têm ultimamente se utilizado de opções sobre assuntos diversos em uma mesma questão. Isso aconteceu, por diversas vezes, nas provas da ENAP/2006, CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 30 FCC/BC – 2006. FAURGS – 2006, AFC/STN – 2006, dentre outras. Essa questão, por exemplo, envolve PIB – ótica da produção – e dívida pública. Como a distinção entre o PIB a custo de fatores e PIB a preços de mercado reside na carga tributária líquida ( impostos indiretos menos subsídios), admitindo inexistência de subsídios everificando impostos indiretos, o PIB a preços de mercado será maior que o PIB a custo de fatores. Produto Interno Bruto a custo de fatores ( +) impostos indiretos (-) subsídios = Produto Interno Bruto a preços de mercado A assertiva a está correta. A diferença entre o PIB e o PNB está justamente no sinal da renda líquida enviada ao exterior. Se a renda líquida enviada ao exterior for positiva, então, o PIB é maior que o PNB. Agora, se a renda líquida enviada ao exterior apresentar sinal negativo, então, o PIB é menor que o observado no PNB. Assim: REE > RRE REE < RRE = RLEE positiva = RLEE negativa = PIB > PNB = PIB < PNB A assertiva b está correta. A depreciação é de fato sempre positiva, pois todos os anos certa parte do estoque de capital (prédios, equipamentos e estoques) sofre uma depreciação, ou seja, fica desgastada e se torna obsoleta. O PIB é superior ao PIL. A assertiva d está correta. O PIB é considerado “variável fluxo”, pois é medido em um período de tempo e não em um determinado ponto do tempo. A renda, o investimento, o consumo e o déficit, por exemplo, são também medidas “ fluxo”. A assertiva e está correta. Essa assertiva, assertiva c, se apresenta como correta. Será melhor estudada e compreendida quando do assunto política fiscal. De qualquer forma, vamos a ela! CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 31 Países como a Itália possuem uma dívida bem superior a 100% do PIB. O que interessa ao país é a forma de financiamento dessa dívida e não propriamente o tamanho. Nosso país, por exemplo, tem uma dívida como percentual do PIB bem menor do que 100%, mas a sua capacidade de honrá-la não é tão vigorosa como a da Itália, ainda que hoje o país apresente mais credibilidade internacional ( risco Brasil, tão apregoado pela imprensa, tem caído sistematicamente). A assertiva c está incorreta. 07 - (NCE/UFRJ – Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos – MT – 2005 ) O Produto Nacional Líquido a custo de fatores é igual ao: a) Produto Nacional Bruto a preços de mercado + depreciação – impostos indiretos + subsídios. b) Produto Nacional Líquido a preços de mercado + depreciação – impostos indiretos +subsídios. c) Produto Interno Bruto a preços de mercado – depreciação – impostos indiretos + subsídios. d) Produto Interno Líquido a custo de fatores – depreciação – impostos indiretos – subsídios. e) Produto Nacional Bruto a preços de mercado – depreciação – impostos indiretos + subsídios. Lembrem-se de dois pontos do nosso resumo ao final da aula-texto: i) A diferença entre PNB e PNL está na depreciação. ii)A diferença entre PNB a preços de mercado e custo de fatores está na carga tributária líquida ( impostos menos subsídios). Vejamos o quadro abaixo: Produto Nacional Bruto (PNB) a p.m. (-) Depreciação = Produto Nacional Líquido (PNL) a p.m. (-) Impostos indiretos (+) Subsídios CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 32 = Produto Nacional Líquido (PNL) a c.f. A assertiva e está correta. Percebam como a banca examinadora do NCE/UFRJ se utiliza muito dos conceitos macroeconômicos básicos e das formas de mensuração do produto e da renda nacionais. Não é exagero afirmar que em todas as provas elaboradas por esta banca aparece uma questão sobre essa vertente. 08 – (NCE/UFRJ – Auditoria Geral do Estado – MT) O Produto Interno Bruto a preços de mercado é igual ao: a) Produto Nacional Bruto a preços de mercado menos a renda líquida enviada ao exterior. b) Produto Nacional Bruto a preços de mercado menos a renda líquida recebida do exterior. c) Produto Nacional Bruto a preços de mercado mais depreciação menos a renda líquida enviada ao exterior. d) Produto Nacional Líquido a custo de fatores mais depreciação menos renda líquida enviada ao exterior. e) Produto Nacional Líquido a custo de fatores mais depreciação menos renda líquida recebida do exterior. A diferença entre o PIB e o PNB está ancorada nos movimentos (fluxos) de renda enviada ao exterior e recebida do exterior. Sabemos também que a renda líquida enviada ao exterior se constitui na diferença entre a renda enviada ao exterior e a renda recebida do exterior. Já a renda líquida recebida do exterior compreende a diferença entre a renda recebida do exterior e a renda enviada ao exterior. Em resumo: Produto Interno Bruto (PIB) (-)R.E.E. (+)R.R.E CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 33 Produto Nacional Bruto (PNB) Se REE > RRE então Se RRE>REE então PIB > PNB PNB>PIB RLEE (+) RLRE (+) Países em desenvolvimento Países desenvolvidos Produto Nacional Bruto (PNB) (-) RLRE Produto Interno Bruto (PIB) Produto Interno Bruto (PIB) (-)RLEE Produto Nacional Bruto (PNB) A assertiva b está correta. 09 – (ESAF/Analista BC) Considere os seguintes dados para uma economia hipotética (valores em unidades monetárias): Renda líquida enviada ao exterior 50 Remuneração dos empregados 200 Depreciação 10 Excedente operacional bruto 350 Outras receitas correntes do governo 90 Tributos diretos pagos pelas empresas 70 Transferências de assistência e previdência 30 Tributos indiretos 60 Subsídios 10 CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR PROFESSOR MARLOS FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 34 Com base nestes dados pode-se afirmar que, em unidades monetárias, o Produto Nacional Bruto a preços de mercado e a carga tributária líquida são, respectivamente: a) 600 e 180 b) 550 e 180 c) 550 e 210 d) 600 e 90 e) 550 e 90 Tal questão abarca alguns conhecimentos de Contas Nacionais. De qualquer modo, registramos nesse momento para que o candidato possa ter lucidez e bom senso no sentido da possibilidade de resolução com os conhecimentos já adquiridos. Para se atingir o PNB a p.m., temos o Produto Interno Líquido a custo de fatores (PILc.f.) ou renda interna, equivalente ao somatório das remunerações dos fatores de produção. Logo, renda interna é igual à remuneração dos empregados (200) mais excedente operacional bruto (350), que corresponde as demais remunerações. Logo, PIL c.f. = 550. Para se chegar finalmente ao PNB p.m., exclui-se a renda líquida enviada ao exterior pelos residentes estrangeiros e corporações do resto do mundo que aqui se instalaram (50), incrementam-se os tributos indiretos (60) e desconsideram-se os subsídios (10). Logo, PNB p.m. = 550 – 50 + 60 – 10 = 550. Já a carga tributária líquida (CTL) corresponde à soma dos impostos diretos (70) mais os tributos indiretos (60) mais outras receitas correntes (90) menos transferências (30) e subsídios (10). Logo, a CTL = 70+ 60 + 90 – 30 –10 = 180. A assertiva b está correta. Boa sorte e que Deus nos ilumine! Marlos
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