Buscar

Economia - Aula 02 - Macroeconomia Keynesiana

Prévia do material em texto

CURSOS ON-LINE – ECONOMIA – CURSO REGULAR 
PROFESSOR MARLOS FERREIRA 
www.pontodosconcursos.com.br 
Alguns olham para os problemas e perguntam: Por que? 
Eu olho para aquilo que nunca foi feito e pergunto: Por que não? 
 
AULA 02: 
MACROECONOMIA KEYNESIANA. HIPÓTESES BÁSICAS. AS FUNÇÕES 
CONSUMO E POUPANÇA. DETERMINAÇÃO DA RENDA DE EQUILÍBRIO. O 
MULTIPLICADOR KEYNESIANO. OS DETERMINANTES DO INVESTIMENTO. 
 
Vamos dar início agora a um tópico que já foi muito mais cobrado pelas bancas, 
mas não pode de forma alguma ser esquecido pelos concurseiros. Até porque as 
aulas sobre modelos IS-LM e Mundell-Fleming requerem com boa profundidade os 
conhecimentos aqui adquiridos. 
O que vem a ser Macroeconomia Keynesiana? Qual o nosso interesse nesse 
assunto? 
Não se preocupem em excesso se as considerações feitas sobre a 
macroeconomia keynesiana nas próximas seis folhas parecerem confusas e 
áridas. Elas servem apenas para um entendimento da obra de Keynes, autor de 
extrema relevância para a economia. Os principais corolários, hipóteses, 
preliminares e conclusões estarão tarjados em negrito. O que vocês devem levar 
para a prova será o entendimento das funções consumo e poupança, o 
multiplicador e acelerador keynesianos vistos mais adiante. 
Keynes será o marco do estudo dos gastos governamentais, ou seja, a política 
fiscal e seus condicionantes começam a ter renome acadêmico com esse 
economista, que teve destaque após a década de 40. 
Em Keynes, a discussão girava em torno do papel da política fiscal em um 
ambiente incerto, no qual as expectativas são realizadas conforme um 
conhecimento precário da economia. Nessa direção, o comportamento defensivo 
dos agentes faz-se plausível e racional. Está expresso na preferência pela 
liquidez, conduzindo à redução dos gastos de forma a deprimir a economia. 
O agente econômico preferir ficar líquido significa que mantém seu estoque de 
riqueza predominantemente em moeda, ativo líquido por excelência, sinônimo de 
 2
liquidez. É um recurso a ser utilizado imediatamente, a qualquer momento sem 
custos de transação. Em um momento de incertezas, creditava-se como o mais 
apropriado. 
Essa preferência pela liquidez de seus ativos por parte dos agentes econômicos 
se justifica por causa de incerteza quanto ao futuro dos eventos econômicos e do 
resultado futuro dos investimentos passados e presentes. Por essa razão, os 
indivíduos preferem manter sua riqueza na forma de dinheiro. Segundo Keynes, a 
taxa de juros representa um limite ao investimento produtivo, apenas por ser um 
trade-off1 do investidor, quando aplica seu capital em uma ampla carteira de 
ativos, entre o investimento (capital produtivo) e a liquidez (capital monetário). 
Keynes tratou de esclarecer que o investimento precede o aumento da poupança 
na economia, à medida que esta é função da renda, que por sua vez depende dos 
gastos agregados. Em sua análise, é central o fato de a economia capitalista ser 
uma economia monetária e que, portanto, o dinheiro não é elemento passivo nas 
decisões de investimentos. Elas dependem da eficiência marginal do capital2, da 
sua taxa de juros intrínseca de longo prazo e da taxa de juros monetária de curto 
prazo. Por que investir se há ativos de maior liquidez e rentabilidade disponíveis? 
Para Keynes , não se investe nessas circunstâncias. 
 
1 Trade-off do investidor se refere a uma escolha entre taxa de investimento e moeda (títulos) 
guiada pelos movimentos na taxa de juros. O empresário deve escolher entre comprar uma 
máquina e ficar líquido, isto é, comprar ativos financeiros. Mais máquinas representam menos 
ativos financeiros. E a preferência por ativos financeiros se dará às custas da redução do estoque 
de máquinas. 
2 No estudo dos determinantes do investimento, o desenvolvimento do conceito de eficiência 
marginal do capital é vital. A eficiência marginal do capital corresponde à eficiência do capital que 
vai ser produzido mais provavelmente, isto é, no caso de existirem duas unidades com preços de 
oferta diferentes, considerar-se-á a eficiência marginal daquele que vai ser produzido com mais 
certeza. O investimento será realizado quando existir capital para o qual a eficiência excede a taxa 
de juros. As mudanças na taxa de investimento dependem de mudanças na eficiência marginal do 
capital e da taxa de juros de mercado. 
 3
A teoria de Keynes é baseada no principio de que os consumidores alocam as 
proporções de seus gastos em consumo e poupança em função da renda. Quanto 
maior a renda, maior a percentagem da renda poupada. Assim se a renda 
agregada aumenta, em função do aumento do emprego, a taxa de poupança 
aumenta simultaneamente. 
O problema de Keynes está no lado da demanda. Deve-se notar que, para o 
estado aumentar a demanda efetiva, ele deve gastar mais do que arrecada, 
porque a arrecadação de impostos reduz a demanda efetiva, enquanto que os 
gastos aumentam a demanda efetiva. 
A intervenção da autoridade fiscal pode aumentar a previsibilidade dos agentes 
face à demanda futura, minimizando a incerteza em relação ao estado futuro da 
economia. Entra, então, a proposição de Keynes no sentido da formatação de um 
plano de investimentos públicos para assegurar uma demanda agregada mínima. 
Os keynesianos, a partir da análise empírica do modelo IS-LM ( modelo 
importantíssimo, recorrente em concursos, que será visto com riqueza de detalhes 
em aula mais à frente), detectaram que a política fiscal é mais eficaz que a política 
monetária para estabilizar a demanda agregada, recomendando, a discrição fiscal. 
Em razão disso, essa corrente ficou taxada como fiscalista por propor políticas de 
gastos e déficits. 
O programa de investimentos públicos seria gerido em conformidade com a 
necessidade de estabilização da demanda agregada, de acordo com os 
movimentos gerados pela economia. 
Keynes reconheceu a fragilidade frente às flutuações ao afirmar que é mais fácil 
“evitar que uma bola comece a rolar que fazê-la parar uma vez rolada”. Esta 
constatação implica que o projeto de investimentos públicos tenha de ser 
suficientemente ágil de sorte a se antecipar aos movimentos da demanda 
agregada. 
A lei de Keynes afirma que os níveis de emprego e utilização da capacidade 
dependem dos determinantes da demanda agregada e, em particular, da decisão 
de investir das classes capitalistas e da propensão marginal a consumir a partir 
das diferentes fontes de renda. 
 4
Em resumo: a preocupação principal de Keynes reside na incapacidade do 
sistema de gerar demanda agregada capaz de prover empregos para uma parcela 
significativa da força de trabalho. Daí a razão para o Estado vir a influenciar a 
propensão a consumir em parte através de seu esquema de taxação, em parte, 
através da fixação da taxa de juros. Keynes, entretanto, duvidava da capacidade 
da política monetária de afetar a taxa de juros e, por isso, propunha uma “ 
socialização de grande alcance do investimento”. 
O elemento central da Teoria Geral é o investimento entendido como demanda 
por máquinas e equipamentos por parte dos empresários. A produção de uma 
máquina emprega trabalhadores que, com seus salários, demandarão bens de 
consumo o que, por sua vez, tende a aumentar o emprego e assim por diante ( 
multiplicador de empregos). 
A decisão de investir depende, porém, da expectativa de lucratividade daquela 
máquina ou equipamento. Num período de recessão ou de incertezas quanto ao 
futuro da economia, o empresário, no lugar de comprar uma máquina, prefere ficar 
líquido, isto é, comprar ativos financeiros. É nestas circunstâncias que Keynes 
acredita na intervenção do Estado na taxa de investimento e taxa de juros. 
Para Keynes, cabe ao Estado gerar condições para que o investimento privado se 
recupere mantendo otimista o estado geral dos negócios e tratando dereduzir a 
taxa de juros e viabilizar a recuperação. 
Expectativas de investimentos futuros são mais decisivas do que a taxa de juros 
na ligação do futuro com o presente porque dada a psicologia do público, o nível 
de produção/emprego como um todo depende do volume de investimento, que é 
influenciado pelas perspectivas de futuro sobre o qual se sabe muito pouco. 
Na sua análise da instabilidade, flutuações violentas na eficiência marginal do 
capital geram choques que afetam a demanda agregada, isto é, a principal fonte 
de flutuação econômica vem do lado real da economia. 
Na Teoria Geral, a taxa de juros é um fenômeno puramente monetário 
determinado pela preferência pela liquidez (demanda por moeda) do público em 
conjunção com a oferta de moeda, determinada pelas autoridades monetárias. Ao 
 5
motivo transação, Keynes adiciona o motivo especulação, muito sensível à taxa de 
juros. 
Veremos em detalhes na aula sobre o modelo IS-LM, a demanda por moeda, seus 
condicionantes e suas implicações. Por enquanto, nos é suficiente saber que a 
demanda por moeda apresenta duas determinantes motivações. 
A primeira motivação é a transacional, necessária para cobrir os gastos diários de 
consumo e totalmente dependente da renda. Quanto maior o nível de renda, maior 
a demanda por moeda motivo transação. 
A segunda motivação é a especulação intrinsecamente ligada aos rumos da taxa 
de juros. Quanto maior a taxa de juros, menor a demanda por moeda motivo 
especulação. 
De forma inversa ao pressuposto clássico da Lei de Say ( “ a oferta cria sua 
própria demanda”), a abordagem keynesiana simplificada afirma que a demanda 
agregada determina o nível da oferta agregada e, conseqüentemente, o nível da 
renda de equilíbrio. 
Destarte, a política fiscal tem impactos positivos sobre a demanda agregada. O 
primeiro canal é o da minimização das incertezas com a criação de um contexto 
de expectativas favoráveis às decisões de investimento. O canal se dá via 
multiplicador de gastos, posto que a distribuição de renda aumenta a renda dos 
assalariados, que possuem propensão a consumir mais elevada que os 
capitalistas. 
O multiplicador keynesiano se faz no elemento central para explicar variações no 
produto. O consumo cresce depois de uma decisão de investimento, mas o que 
motiva o investimento? Depende do espírito empreendedor dos empresários, o 
que é algo bastante subjetivo. Se esse risco subjetivo for maior do que as rendas 
esperadas (expectativas) do investimento, não se toma a decisão de investir. Em 
razão do multiplicador, qualquer distúrbio no investimento tem um impacto 
magnífico no produto agregado. 
Sintetizando, a economia keynesiana tornou-se pouco mais do que a descrição 
das condições em que apenas saídas fiscais se constituem alternativas de política 
econômica. Em condições de depressão, investimentos são pouco sensíveis a 
 6
variações na taxa de juros. Se os investimentos não são suficientes para sustentar 
a demanda agregada, também nada se pode esperar do consumo, dado que 
consumo e investimento variam na mesma direção ( teoria do multiplicador) ao 
invés de se compensarem mutuamente como esperado por autores pré-
keynesianos. 
Se o comportamento do setor externo escapa ao controle das autoridades, só 
resta a demanda do governo como possível compensação para a fragilidade dos 
demais setores. Keynes tornou-se, assim, o arauto do fiscalismo, para quem a 
moeda não importa e a política monetária é impotente quando mais se precisa 
dela. 
Após essas breves considerações, nem sempre motivantes, mas necessárias, 
vamos ao modelo keynesiano generalizado (MKG), o exigido pelas bancas 
examinadoras. 
 
 
Demanda Agregada, Renda e Produto de equilíbrio numa economia com 2 
agentes: 
 
Produto de Equilíbrio: 
- Hipóteses: 
a) Consideramos uma economia com 2 agentes sem governo ( G=T=R=0) e sem 
setor externo ( X = 0) 
b) A identidade entre demanda, renda e produto para essa economia será: 
C + I = Y = C + S 
c) A demanda agregada será considerada “autônoma”, isto é, independente do 
nível da renda. 
d) Consideramos que as firmas tentarão produzir de modo que a variação não 
planejada de seu estoque seja igual a zero ( isto é, que as firmas tentarão vender 
tudo que produzem) e que o consumo efetivo das famílias será igual ao seu 
consumo planejado ( isto é, que não haverá escassez de oferta). 
- Funcionamento: 
 7
O nível de produto (Y) é determinado pelas firmas. Ao decidir o quanto produzir, 
as firmas estimam: 
i) o quanto de investimento desejam; 
ii) o quanto esperam que as famílias consumam. 
Chamando a demanda agregada ( C + I) de “ A”, diz-se que a demanda agregada 
planejada ( A planejada) consiste no volume de consumo planejado pelas famílias 
mais o volume de investimentos planejado pelas firmas, ou seja, : 
A planejado = C planejado + I planejado 
A demanda agregada efetiva é igual ao nível de produto ( Y), ou seja,: 
A = C + I 
A efetiva = Y 
Y = C + I 
Supondo que o consumo efetivo é igual ao consumo planejado, um erro de 
previsão para mais acarretará um investimento involuntário no sentido de aumento 
do estoque enquanto um erro de previsão para menos acarretará um escoamento 
de produtos também involuntário. Algebricamente, 
I involuntário = A efet – A planej 
Sabendo que a demanda agregada efetiva é igual ao nível do produto, isto é, A 
efet = Y , que Y = C + I, e que a demanda agregada planejada é igual à soma do 
consumo e do investimento planejados A planej = C + I voluntário, então, 
I involuntário = Y – ( C + I voluntário) 
Produto de equilíbrio é o nível de Y em que a demanda agregada efetiva se iguala 
à demanda agregada planejada. Para o produto de equilíbrio, o investimento 
involuntário é igual a zero e demanda agregada efetiva é igual à demanda 
agregada planejada. 
Produto de Equilíbrio I invol = 0 e A efet = A planej. 
Finalmente, observem que as firmas sempre aumentam sua produção quando o 
nível do produto estiver abaixo do nível de equilíbrio e que diminuem sua 
produção em caso contrário. Isto nos leva a crer que o produto da economia está 
sempre tendendo ao equilíbrio. 
 
 8
A FUNÇÃO CONSUMO 
Representa uma função consumo com as três propriedades propostas por 
Keynes. 
Primeira: a propensão marginal a consumir se situa entre 0 e 1. 
Segunda: a propensão média a consumir cai quando a renda aumenta (PMeC 
declinante). 
Terceira: o consumo é determinado pela renda corrente. 
Em uma economia fechada, a demanda agregada é a soma das demandas de 
consumo, investimento e gastos governamentais. 
O consumo pode ser expresso como uma função positiva tanto da renda 
disponível atual quanto futura e como função negativa da taxa de juros. 
O investimento reage positivamente à produtividade marginal esperada do capital 
e negativamente à taxa de juros. 
Para simplificar, o gasto governamental é considerado exógeno. 
Quando combinamos as equações básicas de C, I e G, encontramos uma 
expressão de forma reduzida para a demanda agregada, como função positiva da 
futura renda prevista, da produtividade marginal esperada do capital e do 
dispêndio governamental e uma função negativa da taxa de juros e dos impostos. 
Suponhamos que o consumo, antes autônomo, agora passe a ser uma função da 
renda. E o investimento planejado permaneça constante, independente da renda, 
ou seja, 
C = f(Y) 
I = I 
O consumo será considerado uma função linear da renda: 
C = Ċ + cy 
Ċ – consumo autônomo, independente da renda ( questão de sobrevivência) 
c – consume induzido ( questão de padrão de vida) 
O coeficiente “ c” é denominado “ propensão marginal a consumir” ( PMgC), “ na 
margem”, “extra”, “adicional” e vem a ser o aumento do consumo a cada aumento 
unitário da renda. 
 9
PMeC = C/Y é a propensão média a consumir dada por aquela relação para 
diferentes níveis de renda. 
A PMeC decrescecontinuamente à medida que aumenta a renda, com o detalhe 
de que C aumenta menos do que proporcionalmente aos aumentos de Y, pelo fato 
de c estar entre 0 e1. 
Qual a possível relação a ser estabelecida entre a PMgC e a PMeC? 
Bem, sabemos que: 
PMeC = C/Y e PMgC = ΔC/ΔY. 
Logo, C/Y = a/Y + bY/Y . 
Daí, vem que: 
PMeC = a/Y + PMgC e, conclui-se que, PMe > PMg. Essa simples demonstração 
já foi solução para questões aparentemente complexas com textos longos, 
identidades e equações do modelo keynesiano simplificado. 
 
 
A FUNÇÃO POUPANÇA 
Não existe função poupança independente tal como uma função consumo. A 
função poupança é tão somente a “imagem espelhada” da função consumo. 
Por hipótese, C + I = Y = C + S 
 Y = C + S 
 S = Y – C 
 S = Y – (Ċ + cY) 
 S = Y – Ċ – cY 
 S = -Ċ + Y – cY 
 S = -Ċ + ( 1 – c)Y 
O coeficiente “ 1 – c” é denominado propensão marginal a poupar (PMgS) e seu 
valor corresponde ao restante da parcela c do consumo. 
Como encontrar produto de equilíbrio através da fórmula de demanda agregada? 
Y = A 
A = C + I 
A = C + cY + I 
 10
A = C + I + cY 
A = A + cY 
Y = C + I + cY 
Y – cY = C + I 
Y( 1 – c) = C + I 
Y = 1/1 – c ( C + I) 
Y = 1/ 1 – c (A) 
Observa-se que: 
i) quanto maior o c, mais inclinada será a curva de demanda agregada e mais alto 
será o nível de equilíbrio da renda. 
ii) quanto maior o consumo autônomo, mais alto será o nível de equilíbrio da 
renda. 
Um aumento de gastos governamentais dá origem a um aumento da demanda 
agregada maior do que o aumento inicial de gastos do governo. O motivo é o 
efeito multiplicador ( ponto fundamental para questões de concurso sobre modelo 
keynesiano simplificado): quando G aumenta R$ 1,00, a demanda agregada total 
inicialmente aumenta R$ 1,00, dados C e I. Mas, se a produção for determinada 
pela demanda agregada, a renda disponível tende a aumentar R$ 1,00, o que por 
sua vez, vai aumentar o consumo. O aumento do consumo, por sua vez, vai 
induzir outro aumento na produção total e outro aumento na renda disponível, 
gerando novo aumento do consumo. 
No caso especial de um aumento de gastos governamentais com orçamento 
equilibrado, o multiplicador é 1: a produção aumenta exatamente no mesmo valor 
do aumento nos gastos financiados pelos impostos. 
O multiplicador do orçamento equilibrado é o número pelo qual o aumento em G 
deve ser multiplicado para obter o aumento na renda de equilíbrio quando T 
aumenta na mesma magnitude que G. Uma unidade monetária a mais de G 
aumenta a renda de equilíbrio em 1/ ( 1 – PMgC) enquanto uma unidade 
monetária a mais de T diminui a renda de equilíbrio em – PMgC vezes 1/(1 – 
PMgC). Quando adicionamos estes dois efeitos, o multiplicador do orçamento 
equilibrado é igual a 1: 
 11
 
 1 + - PMgC = 1 – PMgC = 1 
 1 – PMgC 1 – PMgC 1 - PMgC 
 
Por exemplo, se tanto os gastos do governo como a tributação aumentam em $ 
1.000, a renda de equilíbrio aumenta em $ 1.000. 
Embora veremos de maneira exaustiva nas questões de concurso arroladas ao 
final do tópico, vale aqui registrar algumas assertivas que aparecem com certa 
regularidade quando o tópico modelo keynesiano é solicitado. 
Pessoal, atenção aqui nesse espaço para algumas considerações acerca das 
propensões marginais a consumir e a poupar e, por tabela, do multiplicador do 
modelo de determinação da renda. 
Procuramos quase exaurir as questões desse tópico, extraindo as assertivas que 
apareceram com maior freqüência e que consideramos suficientes para uma 
resolução rápida e objetiva nos próximos certames. 
É evidente que vocês não precisam decorar todas essas assertivas. Bastam 
algumas leituras para que vocês, na hora da prova, quando virem a questão pela 
frente, lembrem-se, por exemplo, que se a propensão marginal a consumir foi 
igual à propensão marginal a poupar, o valor do multiplicador será igual a 2. 
Vamos a elas: 
i) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a poupar, o 
valor do multiplicador será igual a 2. 
ii) o multiplicador da renda numa economia fechada é maior do que em uma 
economia aberta. 
iii) quanto maior for a propensão marginal a consumir ( ou menor a propensão 
marginal a poupar), maior será o valor do multiplicador. 
iv) em uma economia fechada e sem governo, quanto mais próximo de zero 
estiver a propensão marginal a poupar, maior será o efeito de um aumento dos 
investimentos sobre a renda. 
v) o valor do multiplicador pode ser maior do que 10. 
vi) o valor do multiplicador não pode ser menor do que zero. 
 12
O que quero dizer é que tal tópico já foi mais exigido pelas bancas ( até 2003), 
mas, caso apareçam questões sobre ele nos próximos certames, julgamos, com 
relativa confiança, que se dará em cima do multiplicador e/ou acelerador! 
Em suma: a revolução keynesiana fundou a macroeconomia moderna e deu 
origem a todo um conjunto de modelos de crescimento e flutuação cíclica em cuja 
raiz está a interação entre dois mecanismos: o multiplicador e o acelerador. Tais 
mecanismos, respectivamente, descrevem o efeito do investimento autônomo 
sobre a expansão da demanda agregada e o efeito induzido pela expansão da 
demanda agregada sobre a propensão a investir. 
Bem, amigos, vamos introduzir agora o resto do mundo no modelo keynesiano 
simplificado, para determinar a demanda agregada, como fruto da soma das 
variáveis de diversos atores econômicos, onde: 
C – consumo privado das famílias e das empresas 
I – investimento privado ( não inclui as adições involuntárias de estoque) 
G – gastos do ente governamental 
X - exportações 
Dessa forma, a DA ( demanda agregada) corresponde ao somatório abaixo: 
DA = C + I + G + X 
 Na outra frente, encontramos a oferta agregada (OA) compreendendo o produto 
mais as importações, como demonstrado abaixo: 
 OA = Y + M 
Traduzindo para o equilíbrio do produto/renda, tem-se como demonstrado: 
Y + M = C + I + G + X ou, de forma sintética, 
Y = C + I + G + X –M. 
 
 
DETERMINANTES DO INVESTIMENTO. 
 
O investimento é o componente mais volátil do PNB. Quando os gastos com bens 
e serviços declinam durante uma recessão, boa parte dessa redução costuma 
concentrar-se nas despesas de investimento. 
 13
Compras que significam transferências de ativos entre pessoas não são 
investimento do ponto de vista da economia. Na concepção dos economistas, 
investimento é aquilo que gera um novo capital. 
O investimento em capital fixo privado inclui o equipamento e as construções que 
as empresas adquirem para utilizar na produção. 
O investimento em residências inclui as novas habitações que as pessoas 
compram para morar ou para alugar a terceiros. 
O investimento em estoques inclui os bens que as empresas estocam, incluindo 
matérias-primas e componentes, trabalho em processo e bens acabados. 
O investimento está diretamente associado a três variáveis fundamentais, a saber: 
a taxa de juros, as perspectivas empresariais sobre a atividade ( expectativas dos 
agentes) e o nível da capacidade instalada da economia ( instalações produtivas 
das empresas). 
O custo do dinheiro (preço do dinheiro dado pela taxa de juros) regula as novas 
decisões de investimento. O nível de investimento só será viabilizado quando 
restar comprovado que o retorno esperado do investimento for superior ao custo 
do dinheiro. Ou seja, se o empreendimento for mais rentável que deixar o capital 
aplicado no sistema financeiro, o investimento é viabilizado, novas contratações 
irão surgir e o nível de atividade aumentará. 
Quando as expectativas dos empresários sinalizam no sentido de prosperidade e 
bons ventos para a economia, então, o investimento se concretizará. Notem, 
amigos, bem subjetivo esse fator. 
Ao mesmo tempo, se a capacidade produtiva das empresasainda não chegou a 
seu limite, isto é, existe capacidade ociosa, através de máquinas subutilizadas e 
trabalhadores sem emprego, não há estímulo a novos investimentos. Por outro 
lado, se os trabalhadores encontram colocação, há capital disponível e as 
máquinas estão no seu limite de produção, o investimento será viabilizado o mais 
rápido possível. 
 
Investimento e Mercado de Ações: q de Tobin 
 
 14
Suponhamos uma empresa com aparato de 10 máquinas e 10 ações em 
circulação. Assumimos agora que o preço da ação seja de 10 unidades 
monetárias e o da máquina de 5 unidades monetárias. Para adquirir cada máquina 
a empresa desembolsa 5 unidades monetárias. Por outro lado, os investidores do 
mercado acionário estão propensos a pagar 10 unidades monetárias por ação 
correspondente a essa máquina instalada e operando perfeitamente na empresa. 
Ora, a que conclusão chegamos? O que o bom senso nos revela? E atenção, pois 
o bom senso nos auxilia e muito não só em economia, como em todas as outras 
disciplinas e, sobretudo, em todas as decisões cotidianas! 
Deveríamos investir na compra de um novo maquinário e financiá-la via mercado 
de capitais ( emissão de ações). Esse é o corolário de James Tobin: é inequívoca 
a relação direta existente entre o mercado de ações e o agregado 
macroeconômico investimento. O problema do empresário, do empreendedor 
tende a ser facilitado, segundo o q de Tobin, pois o preço das ações sinaliza às 
empresas qual o julgamento que o mercado realiza de cada unidade de capital, ou 
melhor, qual o valor atribuído a cada unidade de capital já operando. 
O cálculo agora é trivial: reside na comparação do preço de aquisição de uma 
unidade adicional de capital a ser instalado com o preço que o mercado está 
valorando a unidade respectiva. 
Se o valor julgado pelo mercado superar o preço da aquisição da máquina, o 
empresário adquire a unidade de capital, viabilizando o investimento. 
Por outro lado, se o valor que o mercado está disposto a pagar pela unidade 
instalada for inferior ao custo de aquisição, o investimento perde sua viabilidade e 
não será concretizado. 
E, ainda, se o valor estimado pelo mercado acionário for exatamente igual ao 
custo de reposição da unidade de capital instalado, o investidor é indiferente ao 
novo empreendimento. 
Essa variável que interliga o valor acionário de uma unidade de capital em relação 
ao seu custo de aquisição é que se denomina “q” tendo ficado conhecida como “q 
de Tobin”. 
 15
Imaginemos, por hipótese, que o valor total das empresas brasileiras cotadas em 
bolsa de valores, isto é, empresas abertas do mercado brasileiro, em 
conformidade com a avaliação dos mercados financeiros, seja da ordem de 200 
bilhões de reais. Em um segundo momento, iremos dividir esse valor agregado 
pelo valor do estoque de unidades de capital das empresas domésticas a custo de 
reposição ( equivalente ao preço que as empresas pagariam para repor seus 
fatores de produção) da ordem de 100 bilhões de reais. 
A razão entre os dois componentes calculados ( 200 bilhões/100 bilhões = 2 
bilhões) permite encontrar o q de Tobin. Quanto mais elevado o q de Tobin ( > 1), 
maior será o valor do capital em relação ao seu preço corrente e, por conseguinte, 
maior será o nível de investimento. Isto é, definitivamente, o empresário deve 
investir. 
A conclusão é clara: tanto os investimentos quanto o mercado de ações estão 
diretamente vinculados aos mesmos fatores: lucros futuros esperados e taxas de 
juros. 
O q de Tobin é assim mensurado: 
Valor de Mercado do Capital Instalado/ Custo de Reposição do Capital Instalado. 
Se q é maior do que 1, o mercado de ações considera que o capital instalado vale 
mais do que seu custo de reposição. Neste caso, os empresários poderiam 
aumentar o valor de mercado de suas empresas comprando mais capital. De 
forma análoga, se q é menor do que 1, o estoque de capital é menor do que seu 
custo de reposição. Neste caso, os empresários não substituiriam o capital à 
medida que este se desgastasse. 
Se o produto marginal do capital excede o custo de capital, o capital instalado gera 
lucro. Esse lucro torna desejável a posse de empresas locadoras, o que aumenta 
o valor das ações dessas empresas, implicando um valor mais alto para q. Já 
quando o produto marginal do capital é menor do que o custo do capital, o capital 
instalado registra prejuízo, o que representa um baixo valor de mercado e um 
baixo valor de q. 
A teoria q de Tobin é também útil porque proporciona uma forma simples de 
interpretar o papel do mercado de ações na economia. 
 16
Como o custo de reposição do capital é bastante estável, a queda no mercado de 
ações implica, em geral, um queda no q de Tobin. 
Reflete o pessimismo dos investidores quanto à lucratividade, corrente ou futura, 
do capital. De acordo com a teoria q, a queda em q provocará uma redução no 
investimento, que poderia reduzir a demanda agregada. 
A teoria q oferece uma razão para esperar que as flutuações no mercado de 
ações estejam estreitamente relacionadas com flutuações no produto e no 
emprego. Assim, não surpreende que o mercado de ações seja um dos 
indicadores mais observados do rumo da atividade econômica. 
Tobin procurou explicar como os agentes econômicos se comportam ao 
adquirirem ativos ou contraírem dívidas. Demonstrou que, ao compor suas 
carteiras, tais agentes (famílias, firmas, etc) levam em conta o risco e a taxa de 
retorno esperada. 
A concepção é simples, mas avançou em relação à teoria existente. Tobin 
mostrou que o agente interessado em diminuir o risco em sua carteira pode 
diversificá-la entre a moeda, um ativo sem risco e com taxa de retorno nominal 
nula, e uma coleção de ativos com risco e taxa de retorno nominal esperada 
positiva. 
Ao pesquisar a função da moeda na economia, Tobin procurava entender as 
razões que levam os agentes econômicos a retê-la, bem como as implicações de 
considerar, explicitamente, a existência de ativos substitutos da moeda. Sempre 
criticou os modelos que ignoram a presença de tais ativos. 
Tobin melhorou a ponte que liga a teoria macroeconômica à teoria do crescimento, 
dando especial atenção à relação entre as flutuações de curto prazo e o 
crescimento de longo prazo - os dois grandes temas da macroeconomia. 
Assim, inspirado em Keynes, Tobin ajudou a explicar uma das questões mais 
difíceis da macroeconomia: os determinantes do investimento agregado. Os 
 17
trabalhos sobre o crescimento macroeconômico resultam da sua permanente 
perplexidade diante do modelo keynesiano, em que o estoque de capital é 
considerado constante, embora, em equilíbrio, a poupança e o investimento não 
sejam nulos. 
Tobin reconciliou as idéias presentes na literatura macroeconômica de curto prazo 
com as da literatura sobre o crescimento desenvolvidas por Harrod, Hicks, 
Goodwin e outros. 
Sobre os pontos que estudamos hoje, os conceitos mais importantes, que vocês 
terão que levar para a prova, são os seguintes: 
1) Sobre a função consumo keynesiana ( C = C + cY) apresentamos a PMgC (c) 
situada no intervalo entre entre 0 e 1. No limite inferior (0), todo acréscimo da 
renda irá se deslocar para a poupança ao passo que no limite superior todo 
incremento de renda se destinará ao consumo. A PMeC é decrescente. E o 
consumo é determinado pela renda corrente. Vale a seguinte regra: PMeC > 
PMgC. 
2) Sobre a função poupança S = -C + ( 1 – c)Y , vale registrar que o coeficiente 
“ 1 – c” é denominado propensão marginal a poupar (PMgS) e seu valor 
corresponde ao restante da parcela c do consumo. Ou seja, PMgC + PMgS = 1. 
3) Sobre o produto/renda de equilíbrio, temos que Y = 1/ 1 – c (A), onde: 
i) quanto maior o c, mais inclinada será a curva de demanda agregada e mais alto 
será o nível de equilíbrio da renda. 
ii) quanto maior o consumo autônomo, mais alto seráo nível de equilíbrio da 
renda. 
4) Sobre o modelo keynesiano completo ( Y = C + I + G + X – M), vale o seguinte 
registro: 
 A demanda agregada (DA) corresponde ao somatório abaixo: 
DA = C + I + G + X 
 E a oferta agregada (OA) compreendendo o produto mais as importações, como 
demonstrado abaixo: 
 18
 OA = Y + M 
Traduzindo para o equilíbrio do produto/renda, tem-se como demonstrado: 
Y + M = C + I + G + X ou, de forma sintética, 
Y = C + I + G + X – M. 
5) E, finalmente, sobre q de Tobin, sua mensuração é dado por 
Valor de Mercado do Capital Instalado/ Custo de Reposição do Capital Instalado. 
Se o q de Tobin > 1, então, o valor julgado pelo mercado supera o preço da 
aquisição da máquina e o empresário adquire a unidade de capital, viabilizando o 
investimento. 
Se o q de Tobin < 1, então, o valor que o mercado está disposto a pagar pela 
unidade instalada é inferior ao custo de aquisição e o investimento perde sua 
viabilidade e não será concretizado. 
Se o q de Tobin = 1, o valor estimado pelo mercado acionário é exatamente igual 
ao custo de reposição da unidade de capital instalado e o investidor é indiferente 
ao novo empreendimento. 
Vejamos agora uma bateria de exercícios sobre macroeconomia keynesiana. 
 
01 – (VUNESP/IBGE – 99) Na teoria de Keynes, as decisões de investimento 
dependem de: 
a) taxa de juros 
b) taxa de eficiência marginal de capital 
c) existência de poupança 
d) inovações tecnológicas 
e) comparação das taxas de juros e da eficiência marginal do investimento. 
 
Exercício bem antigo, ainda dos anos 90. Vale apenas como mostra da franca 
evolução do grau de dificuldade e especialização ocorrido a partir de 2001. Não há 
meios dessas questões aparecerem num próximo certame. Vale como fixação do 
conteúdo. 
A análise keynesiana é desenvolvida em cima de determinantes de investimento, a 
saber: taxas de juros (preço do capital) e a eficiência marginal do capital. É a lei 
 19
psicológica de Keynes. Mais adiante, teremos o avanço do pensamento com o q de 
Tobin. 
A assertiva e está correta. 
 
 
 
 
02 – (VUNESP/IBGE – 99 e ESAF/ENAP - 2006) Pela teoria do multiplicador, sendo a 
propensão marginal a consumir de 75% e havendo aumento dos gastos autônomos de 
$10.000.000, a renda da economia aumentará de: ( considere que a propensão 
marginal a consumir no modelo seja igual a 0,75. Se as despesas governamentais 
aumentarem em 100 unidades monetárias, a variação na renda de equilíbrio será) : 
a) $70.000.000 
b) $55.000.000 
c) $40.000.000 
d) $25.000.000 
e) $20.000.000 
Acreditem! A mesma questão realizada pela Vunesp em 1999 foi praticamente 
revalidada pela ESAF nesse ano de 2006. Exercício igualmente trivial. Sem 
maiores esclarecimentos, vamos ao cálculo. 
O efeito multiplicador é da ordem de 1/(1-c) , em que c é a propensão marginal a 
consumir e a economia é fechada. Daí, vem que o multiplicador Km = 1/ 1 – c, 
igual a 1/0,25 = 4. 
Substituindo-se c por 0,75, vem: 
Km = 1/ 1 – 0,75 = 1/ 0,25 = 4. 
A renda da economia aumentará quatro vezes, passando de 10.000.000 para 
40.000.000. 
A assertiva c está correta. 
 
 
 
 20
 
03 -(ESAF/APO-2002) Com relação ao multiplicador keynesiano, é correto afirmar 
que: 
a) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a poupar, o 
seu valor será igual a 1. 
b) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a poupar, 
pode ser menor do que um e só é válido para os gastos do governo. 
c) numa economia aberta, seu valor depende da propensão marginal a consumir e 
importar, pode ser negativo e vale apenas para os gastos do governo e 
exportações autônomas. 
d) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a 
consumir, não pode ser menor do que um e vale para qualquer componente dos 
denominados gastos autônomos agregados. 
e) seu valor para uma economia fechada é necessariamente menor do que para 
uma aberta. 
Trazemos para a resolução dessa questão a listagem de assertivas verdadeiras 
que mencionei no decorrer da aula desse tópico e consideramos suficiente o seu 
estudo para a resolução. Isto é, até o presente momento, quando a ESAF e 
também outras bancas se utilizaram do multiplicador keynesiano de forma textual ( 
sem números, sem contas), sempre as assertivas estavam compreendidas na 
listagem abaixo ou muito próximas delas, a saber: 
i) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a poupar, o 
valor do multiplicador será igual a 2. 
ii) o multiplicador da renda numa economia fechada é maior do que em uma 
economia aberta. 
iii) quanto maior for a propensão marginal a consumir ( ou menor a propensão 
marginal a poupar), maior será o valor do multiplicador. 
iv) em uma economia fechada e sem governo, quanto mais próximo de zero 
estiver a propensão marginal a poupar, maior será o efeito de um aumento dos 
investimentos sobre a renda. 
v) o valor do multiplicador pode ser maior do que 10. 
 21
vi) o valor do multiplicador não pode ser menor do que zero. 
Se a PMgC for igual à PMgS, elas serão iguais a 0,5 ( PmgC + PmgS = 1). 
Daí, o multiplicador será igual a 2, pois Km = 1/( 1- 0,5) = 2. 
A assertiva a está incorreta. 
Em uma economia fechada ( sem setor externo), o multiplicador não pode ser 
menor do que um e não é só válido para os gastos autônomos do governo. 
A assertiva b está incorreta. 
Em uma economia aberta, o multiplicador vale para todos os gastos autônomos e 
não pode ser negativo. 
A assertiva c está incorreta. 
O multiplicador keynesiano é maior numa economia fechada do que numa 
economia aberta. 
A assertiva e está incorreta. 
Numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a consumir, 
não pode ser menor do que um e vale para qualquer componente dos 
denominados gastos autônomos agregados. 
A assertiva d está rigorosamente correta. 
 
 
 
04 -(NCE/UFRJ- IBGE – 2001) Para uma economia fechada, os dados das contas 
nacionais são: 
Y = 5000 (produto agregado) 
G = 1000 ( gastos do governo) 
T = 1000 ( total do imposto) 
C = 250 + 0,75(Y – T) ( consumo do setor privado) 
I = 1000 – 50r ( investimentos) 
Para esta economia, a taxa de juros de equilíbrio será dada por: 
a) 5% 
b) 7,5% 
c) 10% 
 22
d) 15% 
e) 17,5% 
Considere a equação de equilíbrio da demanda agregada com governo e sem 
setor externo ( economia fechada com governo). Logo, Y = C + I + G. 
5000 = 250 + 0,75(4000) + 1000 + 1000 – 50r 
5000 = 250 + 3000 + 2000 – 50r 
5000 = 5250 – 50r 
50r = 250 
r = 5%. 
A assertiva a está correta. 
 
 
 
05 -(ESAF/AFRF –2002) Considere os seguintes dados: 
C = 500 + cY 
I = 200 
G = 100 
X=M=50 
Com base nestas informações, é correto afirmar que: 
a) se a renda de equilíbrio for igual a 2.500, a propensão marginal a poupar será 
igual a 0,68. 
b) se a renda de equilíbrio for igual a 1.000, a propensão marginal a consumir será 
maior que a propensão marginal a poupar. 
c) se a renda de equilíbrio for igual a 2.000, a propensão marginal a consumir será 
igual a 0,5. 
d) se a renda de equilíbrio for igual a 1.600, a propensão marginal a consumir será 
igual à propensão marginal a poupar. 
e) não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2.500. 
Tratamos agora com uma economia aberta. Daí, vem que: Y = C + I +G +X -M. 
Y = 500 +cY +200+100+50-50 
Y –cY = 800 
 23
Y(1-c) = 800 
Y = 800 
 (1 –c) 
Como não há dados adicionais e sabendo que PMgC + PMgS é igual a 1, temos 
que passar pelas opções e ver qual delas revela a solução da equação. Na letra d, 
se Y = 1.600, a PMgC é igual a PMgS, ou seja, 0,5. 
A assertiva d está correta. 
 
 
 
 
 
 
06 - (ESAF/AFCE/TCU – 2002) Com base no multiplicador keynesiano numa 
economia fechada, é incorreto afirmar que: 
a) se a propensão marginal a poupar for igual a 0,4, então o valor do multiplicadorserá de 2,5. 
b) na possibilidade de a propensão marginal a poupar ser igual à propensão 
marginal a consumir, o valor do multiplicador será igual a 1. 
c) se a propensão marginal a consumir for menor do que a propensão marginal a 
poupar, então o multiplicador será necessariamente menor do que 2. 
d) seu valor tende a ser maior quanto menor for a propensão marginal a poupar. 
e) o seu valor nunca pode ser negativo. 
Aqui tratamos do modelo keynesiano simplificado ( economia fechada e sem 
governo) onde o multiplicador é dado pela expressão 1/ ( 1 – c) em que c é a 
propensão marginal a consumir e (1 – c) a propensão marginal a poupar. 
Nota-se que as propensões em questão são complementares, como não poderia 
ser diferente, já que a função poupança é a imagem espelhada da função 
consumo. Em outros termos, o somatório da propensão marginal a consumir e da 
 24
propensão marginal a poupar é igual a 1. Outra preliminar é que as propensões 
estão compreendidas entre o intervalo 0 e 1. 
Recorrentemente, questões de modelo keynesiano simplificado aparecem em 
provas elaboradas pela ESAF, VUNESP e NCE/UFRJ. E, certamente, uma 
questão que não passa desapercebida pelos examinadores é um conjunto de 
assertivas teóricas sobre o multiplicador. Ainda que sejam teóricas, com o 
conhecimento acumulado até aqui, é suficiente que o concursando aplique valores 
hipotéticos ao que está sendo pedido, que, dessa forma, “a resposta sai por 
inércia.” 
Vejamos o item c: PMgC ( c) < PMgS ( 1 – c), ou seja, exemplificando a propensão 
marginal a consumir é 0,4 e a propensão marginal a poupar é 0,6. Daí, o 
multiplicador é 1/ ( 1 – 0,4) = 1/0,6 , igual a aproximadamente 1,7 ( menor que 2) e 
quanto maior o denominador ( propensão marginal a poupar), menor o numerador 
( multiplicador). Dessa forma, o termo necessariamente ( palavra perigosa!) foi 
aqui devidamente empregado para tornar certa a assertiva. 
Quanto menor for a propensão marginal a poupar (PMgS), maior será a propensão 
marginal a consumir (PMgC), aumentando o valor do multiplicador. 
A assertiva d está correta. 
O valor do multiplicador keynesiano nunca é negativo. 
A assertiva e está correta. 
Já vimos em pelo menos duas questões anteriores que, quando a PMgC é 
equivalente à PMgS, o valor do multiplicador é necessariamente 2. 
A assertiva b está incorreta. 
 
 
 
 
 
 
 25
07 - ( FCC-ICMS/SP – 2006) Suponha que numa economia fechada, o 
comportamento do setor de bens e serviços possa ser descrito pelas seguintes 
equações do modelo keynesiano simples: 
C = 100 + 0,8Yd 
I = 250 + 0,15Y 
G = 300 
T = 50 + 0,25Y 
onde: 
C = consumo de bens e serviços 
Y = renda 
Yd = renda disponível 
G = gastos do governo 
T = tributação 
Nessa economia, 
a) o multiplicador dos gastos do governo é igual a 4. 
b) o nível de renda de equilíbrio é 2.400. 
c) o governo tem um superávit de 350 no nível de renda de equilíbrio. 
d) o multiplicador da tributação é igual a 4. 
e) os investimentos apresentam certa elasticidade em relação à taxa de juros real. 
Atenção, só aparentemente complicado. Exige-se apenas bastante cálculo 
matemático bem rudimentar. O modelo keynesiano simplificado advoga que Y = C 
+ I + G ( economia fechada) e sabe-se que Yd = Y – T. 
Y = 100 + 0,8(Y – T) + 250 + 0,15Y + 300 
Y = 100 + 0,8(Y – 50 – 0,25Y) + 550 + 0,15Y 
Y = 100 + 0,8(0,75Y – 50) + 550 + 0,15Y 
Y = 100 + 0,6Y – 40 + 550 + 0,15Y 
Y – 0,75Y = 610 
Y(1 – 0,75) = 610 
Y = 610 = 2.440 
 0,25 
Logo, o multiplicador keynesiano é igual a 4. 
 26
Km = 1/ (1-c) = 1/( 1- 0,75) = 4. 
A assertiva a está correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
08 -(ESAF/AFRF –2002.II ) Suponha que as seguintes equações descrevam uma 
economia: 
C = 170 + 0,6(Y – T) 
T = 200 
I = 100 – 4r 
G = 350 
(M/P)d = L = 0,75Y – 6r 
Ms/P = 735 
Assinale a opção verdadeira: 
a) a curva LM tem uma inclinação igual a – 1/10 
b) a curva LM tem uma inclinação igual a 1/10 
c) a taxa de juros de equilíbrio é 18% 
d) o investimento de equilíbrio é 28 
e) o nível de renda de equilíbrio é de 1100 
Veja a conhecida e carimbada equação Y = C + I + G. Substituindo-se pelos 
valores, tem-se que: 
Y = 170 + 0,6(Y – T) + 100 – 4r + 350 
Y = 170 + 0,6(Y – 200) + 100 – 4r + 350 
 27
Y = 170 + 100 + 350 + 0,6Y – 120 – 4r 
Y = 500 – 4r + 0,6Y 
Y – 06Y = 500 – 4r 
0,4Y = 500 – 4r 
Y = 500 – 4r (1) 
0,4 
Pessoal, até aqui temos metade da questão resolvida ( via mercado real, de bens 
e serviços). Agora, nos resta concluir a análise via mercado monetário, igualando-
se a quantidade ofertada de moeda com a quantidade demandada de sorte a: 
0,75Y – 6r = 735. 
0,75Y = 735 + 6r 
 
 
 Y = 735 + 6r (2) 
 0,75 
Igualando-se os dois lados ( mercados real e monetário), vem (1) = (2) 
735 + 6r = 500 – 4r 
 0,75 0,4 
0,4( 735 + 6r) = 0,75( 500 – 4r) 
294 + 2,4 r = 375 – 3r 
5,4 r = 81 
r = 15% 
Substituindo-se em (1), vem : Y = 500 – 4.15 = 1.100 
 0,4 
 28
A assertiva e está correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
09 - ( FCC-ICMS/SP – 2006) Os setores real e monetário de uma determinada 
economia em que o nível geral de preços é igual a 1 podem ser representados por 
um modelo IS-LM descrito pelas equações a seguir: 
C = 200 + 0,8Yd 
I = 300 – 2000i 
G = 400 
T = 400 
X = 200 
M = 100 + 0,2 Y 
Md = 0,25Y – 1000i 
Ms = 200 
No equilíbrio da economia: 
a) a taxa nominal de juros nominal é de 8% 
b) o nível de renda é 1.500 
c) as importações são 200 
d) o consumo é 1.000 
e) o investimento é 100. 
 29
Questão idêntica à anterior. Atenção: elaboradas por bancas diferentes (ESAF e 
FCC) e em anos relativamente distantes. Só para lembrá-los mais uma vez que as 
questões se repetem. 
Veja o conhecido modelo keynesiano simplificadoY = C + I + G. Substituindo-se 
pelos valores, tem-se que: 
Y = 200 + 0,8 (Y – T) + 300 – 2000i + 400 + 200 – 100 – 0,2Y 
Y = 200 + 0,8(Y – 400) + 300 – 2000i + 500 – 0,2Y 
Y = 200 + 0,8Y – 320 + 800 – 2000i – 0,2Y 
Y - 0,6Y = 680 – 2000i 
Y (1 – 0,6) = 680 – 2000i 
Y = 680 – 2000i (1) 
 0,4 
Pessoal, até aqui temos metade da questão resolvida ( via mercado real, de bens 
e serviços). Agora, nos resta concluir a análise via mercado monetário, igualando-
se a quantidade ofertada de moeda com a quantidade demandada de sorte a: 
0,25Y – 1000i = 200. 
 0,25Y = 200 + 1000i 
 Y = 200 + 1000i (2) 
 0,25 
Igualando-se os dois lados ( mercados real e monetário), vem (1) = (2) 
680 – 2000i = 200 + 1000i 
 0,4 0,25 
0,4( 200 + 1000i) = 0,25( 280 – 2000i) 
80 + 400 i = 170 – 500i 
900 i = 90 
 30
i = 0,1 % ( taxa nominal de juros) 
Substituindo-se em (1), vem : Y = 680 – 2000i = 1.200 ( renda de equilíbrio) 
 0,4 
As importações são da ordem de 100 + 0,2Y = 100 + 0,2.1200 = 340 
O consumo é igual a 200 + 0,8 Yd = 200 + 0,8(1.200 – 400) = 200 + 0,8(800) = 
200 + 640 = 840. 
O nível de investimento é igual a 300 – 2000.0,1 = 300 – 200 = 100, que é a 
resposta da questão. Traiçoeira essa banca que coloca como gabarito a opção e, 
o que nos faz realizar todo esse arcabouço matemático ( se bem que muito 
rudimentar). O risco aqui é só se perder em algum dos números e errar a questão. 
A assertiva e está correta. 
 
 
10 - (ESAF/AFRF – 2003) Considere as seguintes informações para uma 
economia fechada e com governo: 
Y = 1200; C = 100 + 0,7Y I = 200 
Com base nessas informações, pode-se afirmar que, considerando o modelo 
keynesiano simplificado, para que a autoridade econômica consiga um aumento 
de 10% no produto agregado, os gastos do governo terão de sofrer um aumento 
de: 
a) 60% b) 30%c) 20% d) 10% e) 8% 
 31
Bem, precisamos aqui ter em mente nossa tradicional fórmula de identidade 
macroeconômica keynesiana para economia fechada, ou seja, Y = C + I + G. 
Substituindo-se na equação apresentada pelos valores, surge 1.200 = 100 + 
0,7.1200 + 200 + G, o que nos garante gastos governamentais iguais a 60. 
Sabemos também que o produto/renda agregada é igual a 1200 e admite-se 
incremento de 10%, gerando uma expansão de 120. Para que o ritmo de atividade 
cresça 120, quanto deve aumentar a variável G? Eis a questão. 
Trazemos para a questão nosso velho conhecido multiplicador dos gastos 
autônomos (k), dependente da propensão marginal a consumir (c), dado pela 
fórmula k = 1/ ( 1-c). Alterando-se na equação c por 0,7, surge um k = 3,3. 
Dividindo o incremento da renda pelo multiplicador verificado, chega-se ao 
resultado aparente da questão (36). Aparente, porque as opções em pauta exigem 
números relativos ( percentagens). Daí, o resultado é 36/60, que é igual a 60%. 
O examinador poderia ter colocado a opção 36% e muitos candidatos se 
equivocariam e não teriam êxito nessa questão com grau de dificuldade mediano! 
A assertiva a está correta. 
 
 
 
11 - (ESAF/AFRF –2002.II) Com relação aos determinantes do investimento, é 
correto afirmar que: 
a) as decisões de investir dependem do parâmetro "q de Tobin". Se q < 1, haverá 
incentivo por parte das empresas em aumentar o estoque de capital. 
 32
b) o incentivo a investir depende da comparação entre a taxa de depreciação e a 
taxa de retorno do investimento. Se a taxa de retorno do investimento excede a 
taxa de depreciação, então as empresas terão incentivos em aumentar o seu 
estoque de capital. 
c) o incentivo a investir depende apenas do custo do capital. Nesse sentido, as 
empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital enquanto o 
custo do capital for negativo. 
d) o incentivo a investir depende da comparação entre o valor de mercado do 
capital instalado e o custo de reposição do capital instalado. Nesse sentido, as 
empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital se o custo de 
reposição do capital instalado for maior do que o valor de mercado do capital 
instalado. 
e) o incentivo a investir depende da comparação entre o custo do capital e o 
produto marginal do capital. Se o produto marginal do capital excede o custo do 
capital, então as empresas terão incentivos em aumentar o seu estoque de capital. 
A teoria macroeconômica do investimento roga que o estímulo às ações de 
investimento depende essencialmente da taxa de lucro ( resultado do produto 
marginal menos o seu custo). O parâmetro q de Tobin se sustenta na relação 
entre o valor de mercado do capital instalado e o custo de reposição desse capital. 
Assim, se o valor de mercado for maior do que o seu custo de reposição, ou seja, 
se q > 1, o investimento será realizado. 
A assertiva e está correta. 
 
 
 
 33
12 - (NCE-UFRJ – IBGE – 2001) Considerando as decisões de investimento, 
podemos então afirmar que com o produto marginal do capital 
a) determinando o custo do capital e a taxa de juros real, a taxa de 
depreciação e o preço relativo dos bens de capital determinando o preço de 
arrendamento do capital, as empresas irão investir se o preço do 
arrendamento for maior do que o custo do capital 
b) determinando o preço de arrendamento real do capital, e a taxa de juros 
real, a taxa de depreciação e o preço relativo dos bens de capital 
determinando o custo do capital, as empresas irão investir se o preço do 
arrendamento for menor do que o custo do capital 
c) determinando o preço de arrendamento real do capital, e a taxa de juros 
real, a taxa de depreciação e o preço relativo dos bens de capital 
determinando o custo do capital, as empresas irão investir se o preço do 
arrendamento for maior do que o custo do capital 
d) determinando o custo do capital e a taxa de juros real, a taxa de 
depreciação e o preço relativo dos bens de capital determinando o preço de 
arrendamento do capital, as empresas irão investir se o preço do 
arrendamento for menor do que o custo do capital 
e) e a taxa de juros real, a taxa de depreciação e o preço relativo dos bens de 
capital determinando o custo do capital, as empresas irão investir se o 
custo do financiamento do capital for menor do que o custo do capital 
Para maximizar o lucro, o empresário aluga capital até que a produtividade 
marginal do capital seja suficiente para igualar o preço de arrendamento. Quando 
o valor de mercado do capital instalado supera o custo de reposição do capital 
instalado, os empresários creditam como positiva a avaliação de investimento, 
aumentando o valor de mercado de suas empresas. O investimento será 
concretizado. 
A assertiva c está correta. 
 
 34
 
 
 
13 – (ESAF/Analista Técnico - SUSEP – 2002) É possível avaliar as decisões de 
investimento de uma empresa a partir de seu desempenho no mercado acionário. 
Esta avaliação baseia-se em dois parâmetros: 
q1 = valor do capital instalado avaliado pelo mercado acionário; 
q2 = custo de reposição do capital instalado. 
Será vantajoso para a empresa investir se: 
a) (q1/q2) > 1 
b) (q2/q1) > 1 
c) q1.q2 > 0 
d) q1.q2 > - 1 
e) (q1/q2) # 0 
Se e somente se q1 for maior que q2, o mercado acionário avalia que o capital 
instalado vale mais do que seu custo de reposição. Os empreendedores poderiam 
aumentar o valor de mercado de suas empresas comprando mais capital. Como o 
produto marginal do capital excede o custo do capital, o capital instalado gera 
lucro, tornando desejável a posse de empresas locadoras, o que aumenta o valor 
das ações dessas empresas. 
É inequívoca a relação direta existente entre o mercado de ações e o agregado 
macroeconômico investimento. O problema do empresário, do empreendedor 
tende a ser facilitado, segundo o q de Tobin, pois o preço das ações sinaliza às 
empresas qual o julgamento que o mercado realiza de cada unidade de capital, ou 
melhor, qual o valor atribuído a cada unidade de capital já operando. 
O cálculo agora é trivial: reside na comparação do preço de aquisição de uma 
unidade adicional de capital a ser instalado com o preço que o mercado está 
valorando a unidade respectiva. 
Se o valor julgado pelo mercado superar o preço da aquisição da máquina, o 
empresário adquire a unidade de capital, viabilizando o investimento. 
 35
Por outro lado, se o valor que o mercado está disposto a pagar pela unidade 
instalada for inferior ao custo de aquisição, o investimento perde sua viabilidade e 
não será concretizado. 
A assertiva a está correta. 
 
 
 
 
 
 
 
14 – (ESAF/ENAP – 2006) Suponha que as empresas, em suas decisões em 
relação ao estoque de bens de capital que elas devem possuir, levem em 
consideração a razão entre o valor de mercado do capital instalado (a), avaliado 
pelo mercado acionário, e o custo de reposição do capital instalado (b). 
Denominada essa razão de q (isto é (a)/(b)) e aceitando essa suposição: 
a) se q>1, a empresa não terá incentivos em repor e aumentar o capital. 
b) se q>1, a empresa não terá incentivos em realizar os investimentos. 
c) somente será interessante investir se q <1. 
d) se q=1, a empresa é indiferente em investir. 
e) se q=1, a empresa obterá lucros aumentando o capital instalado. 
Desnecessário comentar face aos comentários da questão 13. Notem, quando 
aparecem questões de determinantes de investimento, basicamente q de Tobin, 
não há como fugir desse aspecto relatado nas quatro últimas questões, 
elaboradas por bancas diferentes e em épocas distintas. 
Se q > 1, a empresa terá fortes incentivos em concretizar o investimento, repondo 
e aumentando o estoque de capital fixo, pois o mercado acionário credita à 
unidade de capital um valor superior ao custo de reposição da mesma. 
As assertivasa e b estão incorretas. 
Se q < 1, o investimento não será viabilizado, pois o mercado acionário valora a 
unidade de capital a preços menores que o custo de reposição. 
 36
A assertiva c está incorreta. 
Se q = 1, então, o investidor é indiferente ao investimento porque há um empate 
técnico entre a valoração do mercado acionário e o custo de reposição da unidade 
de capital. 
A assertiva d está correta.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes