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perícia contábil

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2015
Perícia contábil
e arbitragem
Profª. Arlete Regina Floriani
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Profª. Arlete Regina Floriani
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
657.450
F635p Floriani, Arlete Regina
 Perícia contábil e arbitragem/ Arlete Regina Floriani. 2.ed. Indaial : 
UNIASSELVI, 2015.
 192 p. : il.
 ISBN 978-85-7830-894-0
 
 1.Perícia contábil - auditoria. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
aPresentação
Prezado acadêmico, a partir deste momento você terá a oportunidade de 
conhecer o que é perícia contábil e arbitragem. Trata-se de um tema de grande 
importância na sua formação profissional, pois lhe dará a base necessária para 
que você possa encontrar excelentes oportunidades no mercado de trabalho. 
Isso depende apenas do seu comprometimento com o estudo. 
Serão abordados os aspectos introdutórios, nos quais buscaremos registrar 
as regras da perícia atribuídas ao contador, a origem da perícia de âmbito geral e 
o surgimento da perícia contábil no Brasil. Dando prosseguimento, buscaremos 
identificar os objetivos, conceituar o sentido e também os elementos da perícia. 
Trataremos também do perfil do profissional habilitado para o exercício da 
perícia. Esforçamo-nos para conceituar e esclarecer que a tomada de decisão 
cabe aos Juízes Estaduais e Federais, que conduzem os processos de acordo com 
o Código de Processo Civil. Também procuramos esclarecer questões sobre o 
início e as características da matéria pericial, fundamentos doutrinários, a ética 
profissional, bases contextuais, exercício profissional, a função contábil e o perito.
Teremos por assunto uma abordagem histórica e as características que 
levaram à realização da perícia, como classificação, requerimento e trabalhos 
técnicos da contabilidade. 
Para nos tornarmos afins de nossas atribuições, tornaremos evidente 
o exercício profissional e ressaltaremos que, ao realizar uma perícia, podem 
ocorrer irregularidades administrativas e irregularidades contábeis. No que 
diz respeito a essas irregularidades, o assunto abordado deve ser demonstrado 
em um laudo elaborado pelo profissional da área denominado de perito.
Por fim, versaremos sobre as funções contábeis que se subdividem 
em fundamentais e complementares. As funções fundamentais são também 
conhecidas como funções peculiares da contabilidade e contemplam três 
subfunções, assim identificadas: escritural, expositiva e interpretativa. As funções 
complementares são conhecidas como funções corretivas que complementam 
sua utilidade, tais como função administrativa, função revisora e função pericial, 
em que acontece o registro das transações ou dos negócios contratados, a 
conciliação das contas segundo os registros realizados e a realização da perícia 
é feita, oportunamente, apenas quando há necessidade de testemunhar a 
existência de elementos patrimoniais e/ou de situações do direito.
Com esta exposição é possível percebermos a relevância desta 
matéria. Desejo a você bom estudo e que este caderno lhe forneça subsídios 
para sua aprendizagem. 
Então mãos à obra!
 Profª Msc. Arlete Regina Floriani
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
V
VI
VII
UNIDADE 1 – DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA 
 O SURGIMENTO DA PERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO E TRABALHOS 
 TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO 
 PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL ................................................................ 1
TÓPICO 1 – DADOS HISTÓRICOS ................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ........................................................................................................ 4
3 ORIGEM ................................................................................................................................................. 4
4 O SURGIMENTO DA PERÍCIA CONTÁBIL NO BRASIL ......................................................... 5
5 OBJETIVO .............................................................................................................................................. 6
6 CONCEITUAÇÕES .............................................................................................................................. 7
6.1 PERÍCIA ............................................................................................................................................ 7
6.2 O PERITO .......................................................................................................................................... 16
6.2.1 O conceito ............................................................................................................................... 17
6.2.2 Normas profissionais do perito ............................................................................................ 20
6.3 O ASSISTENTE TÉCNICO ............................................................................................................. 22
6.4 USUÁRIOS DA PERÍCIA ............................................................................................................... 23
7 NOMEAÇÃO, CONTRATAÇÃO E ESCOLHA DO PERITO-CONTADOR OU 
 INDICAÇÃO DO PERITO-CONTADOR ASSISTENTE ............................................................. 24
8 INDEPENDÊNCIA ............................................................................................................................... 25
9 IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO ....................................................................................................... 25
10 HONORÁRIOS ................................................................................................................................... 27
11 O SIGILO ..............................................................................................................................................31
12 RESPONSABILIDADE E ZELO....................................................................................................... 31
13 UTILIZAÇÃO DE TRABALHO DE ESPECIALISTA .................................................................. 34
14 A ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................................ 34
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 38
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 40
TÓPICO 2 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DA PERÍCIA, 
 CLASSIFICAÇÃO, E TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE .......... 43
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 43
2 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ........................................................................................................ 43
3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DA PERÍCIA .......................... 45
4 A CLASSIFICAÇÃO DA PERÍCIA .................................................................................................. 45
5 REQUERIMENTO ................................................................................................................................ 47
6 TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE ...................................................................... 47
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 48
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 49
TÓPICO 3 – EXERCÍCIO PROFISSIONAL ........................................................................................ 51
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 51
2 EXERCÍCIO PROFISSIONAL ............................................................................................................ 51
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 62
sumário
VIII
TÓPICO 4 – FUNÇÕES CONTÁBEIS ...............................................................................................65
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................65
2 FUNÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................................................................65
3 FUNÇÕES FUNDAMENTAIS .........................................................................................................65
4 FUNÇÕES COMPLEMENTARES ...................................................................................................66
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................69
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................71
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................72
UNIDADE 2 – PERÍCIA CONTÁBIL .................................................................................................75
TÓPICO 1 – ABORDAGENS GERAIS SOBRE A PERÍCIA CONTÁBIL ..................................77
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................77
2 LEGISLAÇÃO PERICIAL .................................................................................................................77
2.1 NBC TP 01 ......................................................................................................................................78
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................97
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................98
TÓPICO 2 – CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHOS PERICIAIS .........................................101
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................101
2 PLANO DE TRABALHO ...................................................................................................................101
3 EXECUÇÃO DO TRABALHO PERICIAL .....................................................................................106
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................112
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................113
TÓPICO 3 – EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO PERITO ..............................................................115
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................115
2 LAUDO PERICIAL .............................................................................................................................115
2.1 ESTRUTURA DOS LAUDOS .......................................................................................................120
2.2 REQUISITOS DE UM LAUDO CONTÁBIL ..............................................................................121
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................125
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................126
TÓPICO 4 – FUNÇÕES CONTÁBEIS ...............................................................................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 PARECER PERICIAL CONTÁBIL ...................................................................................................129
3 ENCAMINHAMENTO DO PARECER PERICIAL CONTÁBIL ...............................................131
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................133
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................137
UNIDADE 3 – ARBITRAGEM ............................................................................................................139
TÓPICO 1 – LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA A ARBITRAGEM ....................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 A ARBITRAGEM ................................................................................................................................141
2.1 LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................141RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................153
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................154
IX
TÓPICO 2 – ÉTICA NO EXERCÍCIO DA ARBITRAGEM ............................................................159
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................159
2 CÓDIGO DE ÉTICA ..........................................................................................................................160
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................164
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................166
TÓPICO 3 – ITENS RELEVANTES NO EXERCÍCIO DA ARBITRAGEM ................................169
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................169
2 ORIGEM DA ARBITRAGEM ..........................................................................................................169
3 ÁRBITRO E PERITO .......................................................................................................................170
4 PERÍCIA ARBITRAL .......................................................................................................................173
5 TÉCNICAS DE ARBITRAMENTO .................................................................................................174
6 LAUDO ARBITRAL ...........................................................................................................................175
7 SENTENÇA ARBITRAL ....................................................................................................................175
8 PERITO DO JUÍZO: ESTIMATIVA E ARBITRAMENTO DOS HONORÁRIOS .................179
8.1 EM JUÍZO ARBITRAL ...............................................................................................................181
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................184
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................186
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................189
X
1
UNIDADE 1
DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS 
CARACTERÍSTICAS PARA O 
SURGIMENTO DA PERÍCIA, 
CLASSIFICAÇÃO E TRABALHOS 
TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, 
BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO 
PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade você será capaz de:
• entender os conceitos de perícia contábil;
• conhecer o código de ética;
• identificar os quesitos;
• elaborar laudo (parecer) pericial contábil;
• entender arbitragem.
A Unidade 1 será apresentada com a estrutura de quatro tópicos, sendo 
que ao final de cada tópico encontrarás atividades que auxiliarão no seu 
aprendizado.
TÓPICO 1 – DADOS HISTÓRICOS
TÓPICO 2 – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO 
 DA PERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO, E TRABALHOS TÉCNICOS 
 DA CONTABILIDADE
TÓPICO 3 – EXERCÍCIO PROFISSIONAL
TÓPICO 4 – FUNÇÕES CONTÁBEIS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DADOS HISTÓRICOS
1 INTRODUÇÃO
Na maioria das vezes o aluno se questiona: por que estudar história? Que 
ligação tem com a contabilidade? Conhecer os dados históricos é de fundamental 
importância, pois, desta maneira, temos a oportunidade de entender qual era o 
pensamento dos precursores da matéria. Acerca deste tema buscamos apresentar 
aspectos doutrinários da perícia contábil, as datas que marcaram este período 
que iniciou em 1939 e mostrar que sete anos foram necessários para que a perícia 
contábil se institucionalizasse, pois, somente em 1946, com a criação do Conselho 
Federal de Contabilidade, Decreto-Lei nº 9.295, é que foi institucionalizada a 
perícia contábil no Brasil. 
Hoog (2005, p. 48) descreve que: 
Após edição da lei 8455, de 24.08.1992 que introduziu alterações 
relativas à perícia e aos peritos, visualizamos a ocupação de espaço 
significativo na mídia quanto ao trabalho executado por profissionais 
e, em especial, os seus resultados querem na área de engenharia, 
acidentes aéreos, construção civil, quer na área médica, especialmente 
nos casos de atentado contra a vida e a honra; igual importância tem 
na área contábil envolvendo fatores como aferição de contas relativas 
às campanhas políticas, fraudes em grandes e renomadas instituições 
financeiras e até mesmo no âmbito familiar, na separação conjugal, 
quando abrange grandes fortunas. 
Mais uma razão para se estudar a historicidade dos fatos para conhecer 
como eram resolvidos estes tipos de problema antes da normatização. 
Complementamos este item abordando a relação do CPC – Código de 
Processo Civil com a Contabilidade aplicada a esta área específica, que é a perícia, 
a legislação pertinente e onde iniciou e o surgimento da perícia no Brasil. É 
recomendável que quando você iniciar o estudo de um novo tema, sempre inicie 
com a leitura da parte histórica. Isto enriquecerá seu conhecimento específico.
UNIDADE 1 | DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DA PERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO E 
TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
4
2 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
No Brasil, analisando os primeiros sinais do surgimento da perícia 
contábil, observamos que o período remonta a 1939, quando o Código de Processo 
Civil (promulgado pelo Decreto-Lei nº 1.608, de 18.09.1939, em seus arts. 57, 117, 
129, 131, 132, 208, 254, 255, 256, 257, 267, e 268) descreveu, de maneira sucinta e 
precisa, admitindo a perícia como prova de fato, que depende de conhecimento 
especial, inclusive expôs sobre o laudo, a recusa do perito, a substituição deste, os 
esclarecimentos pelo perito em audiência, a indicação de assistentes técnicos, as 
despesas com o ato e as penalidades aplicáveis por eventual ato ilícito ou dolo do 
perito, explica Hoog (2010).
Em 2011, mencionou Hoog, que Oscar Castelo Branco (1941) realizou um 
estudo sobre perícia contábil, que pela sua notoriedade foi intitulado de “A função 
do contador na perícia contábil”, e publicado pela Companhia Melhoramento de 
São Paulo (indústria de papel).
Continua Hoog (2011), face a acontecimentos mais recentes, é possível concluir 
que com a criação do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, via Decreto-Lei nº 
9.295/1946, é que foram impressas as primeiras atribuições legais do contador, ou seja, 
a parametrização da perícia contábil, conferindo trabalho privativo aos contadores 
diplomados ou a eles equiparados legalmente, naquela época. 
A partir de 1966 com o advento da nº Lei 4.983; e Decreto-Lei nº 7.661/45 
que foi revogado pela Lei nº 11.101/2005, relativo à Lei de Falências, tivemos 
grande evolução que estabeleceu as regras de perícia contábil. Em 1973, com a 
edição do Código de Processo Civil promulgado pela Lei nº 5.869, as perícias 
judiciais contempladas com tratamento mais transparente. 
Decorridas mais de duas décadas e os procedimentos de perícia são emanados 
das resoluções do CFC; Lei nº 8.455/92; Lei nº 8.748/93, e legislação complementar.
MAGALHÃES et al. (2008) corroboram com Hoog (2011) e mencionam 
quefoi com o segundo Código de Processo Civil, criado pela Lei nº 5.869/73, e com 
as modificações atribuídas pelas Leis Complementares ao Código de Processo 
Civil, que as perícias judiciais tiveram legislação ampla, clara e aplicável.
3 ORIGEM
A origem da perícia conta com o apoio dos dados históricos na formação do seu 
processo, pois nos leva a conhecer a cultura dos povos que os levaram a introduzi-la. 
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
5
Não é possível afirmar que a Perícia Contábil surgiu com os 
primórdios da civilização, assim como é comentado em relação à 
Contabilidade, haja vista que nesta época a animalidade era maior do 
que a racionalidade. Vestígios de perícia são encontrados, registrados, 
e, documentados na civilização antiga do Egito, e também, na Grécia, 
onde se iniciou a sistematização dos conhecimentos jurídicos, com a 
utilização de especialistas em determinados campos do conhecimento 
para proceder à verificação e ao exame de algumas questões. Disponível 
em: <http://analgesi.co.cc/html/t13379.html>. Acesso em: 6 maio 2011.
No Direito Romano também é possível perceber, com maior clareza, a 
figura do perito, sem estar dissociada do árbitro, no momento em que a decisão 
necessitava de apreciação técnica de um fato, ou seja, o magistrado tinha a 
faculdade de deferir o juízo da causa a homens que, através de seus conhecimentos 
técnicos, melhor pudessem pronunciar-se sobre os fatos, transformando-se em 
perito e juiz simultaneamente. Nessa época, a adequação do direito civil não era 
devido ao conteúdo material de sua legislação, mas sim, à estrutura uniforme 
e racional, baseada na aplicação de leis escritas, previamente estabelecidas por 
tribunais compostos por técnicos, que atendiam a critérios racionais de prova e 
de argumentação no processo judicial, explica Wolkmer (1996). A superioridade 
do direito romano para a prática mercantil em suas bem-definidas noções 
de propriedade absoluta residia nos critérios racionais de prova, e na ênfase 
atribuída a uma magistratura profissional, vantagens estas que os tribunais 
normalmente não atribuíam, porém, de extrema importância ao perito na época, 
pela valorização profissional.
A necessidade da verificação dos fatos constatados foi o que conduziu 
a perícia à condição de instrumento auxiliar da instância decisória, pessoal ou 
coletiva, judicial ou extrajudicial, mesmo nos mais remotos tempos. 
No Brasil, a perícia contábil começou a surgir com maior intensidade no 
início deste século, e se mantém ativa até os dias atuais, cada vez mais 
ocupando seu espaço para dirimir as discrepâncias existentes entre 
as pessoas, buscando a resolução dos problemas não equacionados 
segundo a racionalidade. Disponível em: <http://analgesi.co.cc/html/
t13379.html>. Acesso em: 6 maio 2011.
4 O SURGIMENTO DA PERÍCIA CONTÁBIL NO BRASIL
Conhecer quando ocorreu o surgimento da “Perícia Contábil” no Brasil é 
muito importante, porque esta informação nos proporciona entender melhor todo 
o contexto da matéria, como eram realizados os encontros dos profissionais da 
época, e a sua valorização. Embora as informações ocorressem de forma precária, o 
que se sabe é que a perícia surgiu em um evento da classe contábil em 1924, quando 
aconteceu o primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, comenta Sá (2009).
UNIDADE 1 | DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DA PERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO E 
TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
6
Na mesma ocasião, os profissionais oficializaram a necessidade da “Perícia 
Judicial”, cujos trabalhos seriam atribuídos privativamente aos membros das 
Câmaras periciais, e que seriam fiscalizados pelos Conselhos de Contabilidade 
no momento de sua criação. Outro item importante, que foi decidido no mesmo 
evento, foi a remuneração do trabalho do perito. 
Prossegue Sá (2009) afirmando, que somente na década de 40, foi 
regulamentada a Profissão de Contador, e na mesma época oficializado que a 
perícia é função privativa do Contador, através do Decreto-Lei nº 9.295/46, e 
que o Decreto nº 5.746, em 1929, veio para regular a atribuição da tarefa pericial 
apenas ao Contador.
Magalhães et al. (2008) corroboram com Sá (2009) e citam que foi com 
o advento do “segundo” Código de Processo Civil, criado pela Lei nº 5.869/73, 
através das Leis Complementares atribuídas ao Código de Processo Civil, que 
as perícias judiciais tiveram ampliada a sua legislação, ficando de forma clara e 
aplicável. Neste mesmo contexto foi inclusa a Legislação Trabalhista e o Direito 
Comercial, que adotam a mesma metodologia que as jurisprudências de natureza 
processual civil, ampliando ainda mais a área atingida pela perícia.
Diante do exposto no parágrafo acima, e apoiados no entendimento 
dos autores Magalhães et al. (2008), é possível observar que a Perícia Contábil 
é disciplinada através de um conjunto de normas de natureza técnica-contábil 
emanadas pelo CFC, por apresentar um conteúdo elucidativo e esclarecedor, que 
permite ao magistrado decidir sobre as questões que se apresentam para serem 
resolvidas entre partes adversas. 
5 OBJETIVO
A perícia contábil, segundo Hoog (2010), tem por objetivo verificar atos 
das empresas ou fatos ligados a sua riqueza, com o objetivo de oferecer opinião 
científica contábil, prova cabal, solucionando as questões propostas. Para oferecer 
opinião, laudo ou parecer revelador de prova, são realizados exames, vistorias, 
indagações, investigações, avaliações, arbitramento, procedimento necessário 
para dar sustentação científica contábil. 
De acordo com Magalhães et al. (2008), a perícia pode ser realizada em 
qualquer área científica, ou, até mesmo em situações empíricas, apesar de que é 
a natureza do processo que a classificará; a perícia pode ser de origem judicial, 
extrajudicial, administrativa ou operacional. No que tange à natureza dos fatos 
que se deparam, a perícia pode ser classificada como criminal, contábil, médica, 
trabalhista, entre outras. 
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
7
Para melhor entendimento do tema, utilizou-se a ideia de Barboza (2010), 
que explica que a perícia tem como objetivo a busca da VERDADE REAL em 
determinado caso judicial, onde haja alguma dúvida voltada para o julgador, 
sobre a Ação Judicial lhe apresenta um fato, que é contestado pelo réu, nascendo 
destes dois pontos de vista “duas verdades”, as quais poderão ser diferentes 
da VERDADE REAL, e cuja resposta somente poderá ser demonstrada ou 
encontrada com a ajuda do perito, que deve agir com imparcialidade e se atentar 
aos aspectos técnicos e científicos, que lhe qualifica para a tarefa. Complementa 
o autor: a perícia tem por objeto principal e centralizador os fatos pertinentes à 
lide, os quais merecem análise e verificação pelo perito. 
Em outras palavras é possível dizer que a perícia visa avaliar, verificar, 
e, analisar as situações, coisas e fatos, e atinge as relações, efeitos, e haveres 
patrimoniais. Sua procedência acontece depois de estabelecido requerimento ou 
ofício, devendo restringir-se especificamente ao objeto merecedor de análise. O 
objeto não pode ser o objetivo da perícia, haja vista que o objeto se refere aos fatos 
de natureza técnica, e o objetivo se destina a apresentar uma prova ou constatação, 
de forma final e verdadeira.
O trabalho pericial materializa-se através do laudo elaborado pelo perito, 
e deve refletir de forma nítida e imparcial a verdade dos fatos técnicos analisados 
por este profissional (perito). Embora se saiba que existem diferentes tipos de 
pesquisas, neste caderno, nosso objetivo é explorar o que foi escrito sobre perícia 
contábil, razão pela qual abordaremos com superficialidade as outras espécies.
6 CONCEITUAÇÕES
Antes de iniciar qualquer atividade prática, o primeiro passo é conhecer o 
conceito do que se propõe analisar.Neste subtópico serão abordados os seguintes 
itens: perícia, perito, assistente e usuários da perícia para que você, acadêmico, 
tenha o conhecimento necessário para a realização das atividades pertinentes, bem 
como conheça e reconheça a função de cada profissional envolvido no processo.
6.1 PERÍCIA
A expressão perícia é derivada do latim peritia, que significa conhecimento. 
(SÁ, 2009). A forma de se elaborar a perícia é a que enseja opinião sobre a verificação 
feita, ao patrimônio individualizado de empreendimentos ou de pessoas, cujo 
procedimento, por sua natureza, é determinado ou requerido quando alguém, 
interessado no tema, pede a opinião.
Para maior entendimento Sá (2009, p. 3), conceitua a “perícia contábil 
como sendo a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando 
oferecer opinião, mediante questão proposta”.
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TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
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Dessa forma, explica Wakim (2012, p. 4), pode-se definir perícia contábil 
como “uma tecnologia da contabilidade que significa pesquisa, exame acerca da 
verdade dos fatos, efetuada por pessoa com reconhecida habilidade ou experiência 
na matéria investigada”.
Magalhães et al. (2008), ao se reportarem à perícia, divergem parcialmente 
seu entendimento do conceito apresentado por Sá (2009), e explicam que a perícia, 
de forma mais ampla, pode ser entendida como qualquer trabalho de natureza 
específica que tenha rigor na execução se em nível mais profundo, com o objetivo 
de obtenção de prova ou opinião que permita orientar uma autoridade formal no 
julgamento de um fato, ou para desfazer conflito em interesses de pessoas. Esta 
afirmação nos faz entender que pode haver perícia em qualquer área científica ou 
até em situações empíricas.
A definição ou conceito de perícia ainda não está contemplada no Código 
de Processo Civil, apesar de estabelecer normas e procedimentos processuais, bem 
como as condições legais quanto à habilitação do profissional para o exercício da 
Perícia Judicial. Outro diploma legal que contribui para o entendimento do que 
seja Perícia Contábil Judicial é o Decreto-Lei nº 9.295/46, que em seu art. 25, alínea 
“e”, combinado com o art. 26, expressa que a Perícia Contábil é de competência 
dos contadores. 
O Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução nº 1.243/2009, 
fez sua parte e alterou o conceito de Perícia Contábil como o
conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à 
instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa 
solução do litígio ou constatação de um fato, mediante laudo pericial 
contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas 
jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
Para ampliar o assunto e deixar claro quais são as atribuições profissionais 
cabíveis aos profissionais da contabilidade, foi verificado o Decreto-Lei nº 9.295/46, 
que regulamenta a profissão do Contador, e no artigo 25, alínea “c” foi constatado 
que são atribuições privativas dos contadores diplomados, 
as perícias contábeis ou extrajudiciais, revisão de balanços e de haveres, 
revisão permanente ou periódica de escritas, regulações judiciais ou 
extrajudiciais de avarias, grossos ou comuns, assistência aos conselhos 
Fiscais das Sociedades Anônimas e quaisquer outras atribuições de 
natureza técnica conferidas por lei aos profissionais de contabilidade. 
Com o intuito de que não ocorra qualquer dúvida sobre este campo 
de atuação privativa dos contadores, buscou-se dar maior abrangência ao 
tema, e assim permitir ao acadêmico entender melhor quais são, de fato, suas 
oportunidades de trabalho enquanto contador diplomado.
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
9
Sá (2009) vai além e explica que a formação do conceito de perícia contábil 
exige razões do raciocínio, como a necessidade de se conhecer uma opinião de 
profissional contábil, a qualquer tempo, de forma qualitativa e quantitativa, sobre 
uma determinada realidade patrimonial, através de exame do especialista. 
Os procedimentos periciais são realizados através de exame, 
levantamentos, vistorias, indagações, investigações, avaliação e arbitragem 
(procedimento este realizado quando da falta de elementos mais concretos), de 
forma a fazer o necessário para ter segurança sobre o que será dito, escrito sobre 
determinada opinião, uma vez que os procedimentos periciais são aplicados 
segundo a pertinência de cada caso.
Não se pode confundir perícia com informe. O informe serve à perícia, na 
geração de um parecer ou um ponto de vista lógico.
Perícia é conhecimento e experiência das coisas. A função pericial é, 
portanto, aquela pela qual uma pessoa conhecedora e experimentada 
em certas matérias e assuntos examina as coisas e os fatos, reportando 
sua autenticidade e opinando sobre as causas, essência e efeitos da 
matéria examinada. (D’AURIA, 1962, p. 35)
Complementa Sá (2009), a perícia pode ser “parcial” ou “total”, dependendo 
do que se pretende detectar (realidades ou existências, valores, forças de provas 
ou configurações de situações da riqueza aziendal. 
Uma perícia pode requerer outra perícia quando o interesse de opinião 
abrange um objetivo que requer amplo conhecimento de uma questão postulada. 
A “abrangência” está relacionada ao caráter da perícia, e tem por finalidade atingir 
a “especificidade” para a qual a perícia foi requerida. Entre os seus objetivos, está 
o “pleno alcance da realidade”. 
Ressalta Sá (2009) que todos os meios são válidos para a formação de 
uma opinião que se apoie na “realidade”, na “plenitude”, na “essencialidade” 
e nas “formas” dos fatos em exame, e explica que o perito ao realizar a perícia, 
busca a “verdade” sobre o que se pretende evidenciar e deve ter sustentação 
documental. Sua finalidade é ser utilizada para fins diversos e para isso deve 
ser suficientemente “confiável”. Entre os principais fins da perícia estão os de 
matéria: (I) pré-judicial, que ilustra a abertura dos processos; (II) judiciais; (III) 
regimentais, que são utilizados para decisões administrativas, para decisões de 
âmbito social, e para finalidades fiscais. A matéria a ser periciada deve ater-se ao 
objeto para a qual a perícia foi requerida. 
As perícias são contratadas para tomada de “decisões” de diversas 
naturezas, como de gestão, de direito etc. e o fim é sempre a obtenção de “prova 
competente”, mas para isso é necessário que se lastreie em bases consistentes e de 
plena materialidade, isto é, competentes e verdadeiras.
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TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
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Sá (2009) vai além, e explica que os fins para os quais se pode requerer uma 
perícia são vários, precisando para isso que se baseie em elementos “verdadeiros” 
e “competentes”. 
Para que você, acadêmico, tenha um conhecimento mais amplo, buscou-
se um case apresentado por Magalhães et al. (2008, p. 110-115), referente a uma 
perícia extrajudicial, pertinente a uma Prestação de Contas de Administradores/
Procuradores, que descrevemos a seguir.
Inicialmente apresenta-se o perito e as partes, conforme demonstrado no 
item 1.
1	 Apresentação
Identificação do perito: (..........)
Matéria Periciada: litígio entre outorgante e outorgados quando do 
encerramento da gestão administrativa-comercial de empresa concessionária 
de derivados de petróleo.
Outorgante: Parte 1 (Contratante da Perícia Extrajudicial)
 Parte 2 (Praticante do Ilícito)
 Parte 3 (Praticante do Ilícito)
Síntese: Atendendo às condições expressas no CONTRATO DE 
SERVIÇOS DE PERÍCIA CONTÁBIL EXTRAJUDICIAL,firmado em 31-07-x5, 
periciamos os registros contábeis e os documentos que nos foram apresentados, 
mencionados na sequência:
Livros: Diário, nº (...) registrado na JCP/(...), sob nº(...), em 8-7-x5, fls. (...); 
 Registro de Entradas da Matriz, nº (...), fls. (...); 
 Registro de Saídas da Matriz, nº (...), fls. (...); 
 Registro de Apuração de ICMS da Matriz, nº (...), fls. (...); 
Registro de Inventário da Matriz, nº (...), fls. (...)
Registro de Entradas da Filial de BF, nº (...), fls. (...); 
Registro de Saídas da Filial de BF, nº (...), fls. (...); 
Registro de Apuração de ICMS da Filial de BF, nº (...), fls. (...);
Registro de Inventário da Filial de BF, nº (...), fls. (...).
Documentos: Notas fiscais de compras e de vendas;
CMD (Controle de Movimento Diário de Combustíveis); 
Extratos de Contas Correntes;
Canhotos de Cheques;
Ordens de Pagamento;
Recibos de Depósitos, dos seguintes bancos: BANCO 1, BANCO 2, 
BANCO 3, BANCO 4.
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
11
De posse da documentação, os autores fazem uma explanação de como 
foram desenvolvidos os trabalhos, conforme é apresentado no item 2.
2 Visão do conjunto
 A perícia foi desenvolvida em todos os registros, aplicando-se os 
procedimentos usuais, com aprofundamento específico nas áreas identificadas 
a seguir: disponibilidades, estoques, compras e vendas, registros fiscais e 
registros contábeis. 
2.1 Caixa e Equivalentes de Caixa
 Nos exames efetuados nos controles auxiliares e facultativos das contas 
que registram as disponibilidades, constatou-se as seguintes irregularidades:
a) Banco conta Movimento – BANCO 1
- omissão de lançamentos contábeis de alguns fatos ocorridos nos meses de 
abril a junho de 19x5;
- encontramos na documentação cinco canhotos de talões de cheques 
pertencentes a uma conta não identificada, cujas anotações envolvem 
operações comerciais idênticas às da empresa periciada, por exemplo: o 
cheque nº 143891, no valor de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), tendo 
como beneficiário um posto de gasolina; o cheque nº 333103, no valor de R$ 
3.000.000,00 (três milhões de reais), também para pagamento de um posto; os 
cheques nº 143904 e 143907, todos ao mesmo beneficiário.
b) Banco Conta Movimento – BANCO 2 
- omissão de lançamentos contábeis dos fatos ocorridos nos meses de abril a 
junho de 19x5;
- um comprovante de depósito em nome de outra empresa (...) Ltda., 
autenticado com o número “055, de 13/FEV./x5”, no valor de R$ 5.000.000,00 
(cinco milhões de reais), foi encontrado junto com os comprovantes de 
depósitos bancários da empresa periciada.
c) Banco Conta Movimento – BANCO 3
- este sem registro de movimento em nome da empresa periciada, porém está 
documentado um registro de lançamento a crédito, no extrato expedido 
pelo banco, na conta da Outorgada: Parte 3 (PRATICANTE DO ILÍCITO), 
procuradora da empresa periciada, no valor de R$ 38.000.000,00 (trinta e oito 
milhões de reais), emitido em 01/02/x5.
2.2 Estoques, compras e vendas
 Nos exames desses controles, foram constatadas as seguintes irregularidades:
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TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
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a) Estoques: MCD – Movimentação de Controle Diário de Combustíveis – foi 
constatado omissão do registro da entrada de 9.800 (nove mil e oitocentos 
litros) de ÓLEO DIESEL, adquiridos da fornecedora “[...] Distribuidora S/A”, 
conforme nota fiscal nº 29.301, no valor de custo igual a R$ 10.923.570,00 (dez 
milhões, novecentas e vinte e três mil, quinhentos e setenta reais).
b) Compras: no Registro de Entradas a NF nº 9.804, de “[...] e Representações de 
Produtos Derivados de Petróleo Ltda., foi lançada com um erro de valor; R$ 
3.000,00 (três mil reais), que representa uma saída fictícia de caixa.
c) Vendas: no exame dos talonários de notas fiscais e no registro de Saídas, 
constatamos omissão de registro de vendas dos meses de ABRIL a MAIO/x5, 
da Filial de BF, no valor de R$ 5.395.520,00 (cinco milhões, trezentos e noventa 
e cinco mil, quinhentos e vinte reais) e mais uma diferença nas vendas do 
dia 10/março/x5 no valor de R$ 549.000,00 (quinhentos e quarenta e nove mil 
reais), que comprovam omissão na entrada de caixa, no valor de R$ 5.944.520,00 
(cinco milhões, novecentos e quarenta e quatro mil, quinhentos e vinte reais). 
2.3 Registros Fiscais
 Os registros fiscais não estão revestidos das formalidades legais, pelas 
razões enunciadas a seguir:
a) Registro de entradas da Matriz: erro de valor no lançamento da segunda 
linha às fls (...); rasurado às fls. [...]; soma a lápis.
b) Registro de Saídas da Matriz: rasurado às fls [...]; somas a lápis.
c) Registro de Entradas da Filial de BF: rasurado às fls [...].
d) Registro de saídas da Filial de BF: o valor das vendas de MAR./x5 e ABRIL/
x5 não conferem com os valores registrados no Registro de Apuração do 
ICMS para os mesmos meses. 
2.4 Registros contábeis
 Os registros contábeis, também, não estão feitos em conformidade com a 
legislação comercial e tributária, pelos motivos que enunciamos a seguir:
a) Omissão de lançamentos de fatos contábeis, principalmente, nas contas 
“Banco Conta Movimento”, nos meses de ABRIL a JUNHO/x5.
b) Lançamento indevido a débito da conta “Venda de Lubrificantes isentos”, 
no valor de R$ 12.480.640,00 (doze milhões, quatrocentos e oitenta mil, 
seiscentos e quarenta reais), implicando em erro de classificação da conta. 
c) Lançamentos sintéticos da conta “Caixa” com ausência de Livro Caixa 
Analítico ou Boletins Diários de Caixa.
d) Alteração do sistema contábil utilizado, no curso da gestão administrativa, 
sem justificativa de mudança. 
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
13
3 Comentários periciais (CONCLUSÕES)
 As conclusões apresentadas são pela existência de: 
(a) Fraudes e erros, efetivamente comprovados;
(b) Indícios de fraudes, que podem ser investigadas;
(c) Ausência de prestação de contas dos atos praticados pelos procuradores, na 
gestão administrativa, a seguir especificados:
a) Fraudes e erros constatados
b) Indícios de fraudes
Histórico R$
Compra de mercadoria sem a competente entrada do 
estoque, o que significa desvio da mercadoria, NF nº 29.301.
10.923.570,00
Venda de mercadoria sem a competente entrada do 
valor recebido, NFVC nº 051 a 165.
5.393.520,00
Saída fictícia de caixa, por compra lançada com valor 
maior do que o real: valor lançado: valor lançado 
R$ 695.935,00; valor correto conforme NF.9804 – R$ 
692.935,00; diferença encontrada
3.000,00
TOTAL 16.322.090,00
Histórico R$
Depósito em nome de outra empresa (...) Ltda., no 
Banco 3.
5.000.000,00
Depósito de grande valor em nome da Parte 3, 
procuradora da empresa periciada, no Banco 4.
38.000.000,00
TOTAL 43.000.000,00
c)	Ausência	de	prestação	de	contas
- Não consta dos registros contábeis que os procuradores tenham prestado 
contas ao deixarem a empresa; a Contabilidade registra elevados saldos de 
CAIXA, conforme provam os balancetes dos últimos quatro meses, a saber:
Histórico R$
- MARÇO/x5 (nas duas filiais) 16.817.301,00
- ABRIL/x5 (matriz e filiais) 86.278.793,00
- MAIO/x5 (matriz e filiais) 78.331.986,00
		JUNHO/x5	(matriz	e	filiais) 80.144.048,00
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TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
14
4 Documentos Probantes
 Os documentos comprobatórios das irregularidades, fraudes e erros 
constatados, dos indícios de fraudes e dos saldos de caixa, estão elencados, a seguir:
a) Nota Fiscal nº 29.301, de “[...] Distribuidora S/A”;
b) Notas Fiscais de Venda a Consumidor nº 051 a 200:
c) NotaFiscal nº 9.804, de “[...] Derivados de Petróleo Ltda.”;
d) Controles de Movimento Diário dos meses de FEV. a MAR./x5 das bombas 
de GASOLINA, ÓLEO DIESEL e ÁLCOOL HIDRATADO;
e) RECIBO DE Depósito Nº 998907, do BANCO 3;
f) Extrato de Conta Corrente, BANCO 4, emitido em 1-2-x5, conta em nome da 
Parte 3;
g) Talonários de cheques (canhotos), nºs 143891 a 143900; 332371 a 332390; 
332391 a 332410; 333101 a 333120; 833891 a 833910; 299911 a 299930 (conta 
não identificada);
h) Balancetes dos meses de março a junho de 19x5.
5	 Recomendações
a) Seja o contabilista responsável pela Contabilidade da empresa convidado 
a regularizar os registros contábeis, efetuando os lançamentos omitidos e 
reclassificando os lançamentos incorretos, no prazo legal.
b) Sejam os procuradores, Parte 2 e Parte 3 (PRATICANTES DO ILÍCITO) 
convidamos a prestar contas amigavelmente ou em juízo, se assim o 
preferirem, requerendo-se o depoimento pessoal de cada um deles sobre os 
fatos não esclarecidos.
6	 Contribuição	ao	aprendizado
Os aspectos mais relevantes desse caso, como contribuição ao aprendizado, 
estão circunscritos nos seguintes pontos:
a) Os atos preparatórios para a Perícia Extrajudicial são expressos no contrato, 
portanto, diferentes daqueles usuais na Perícia Judicial, pois, nesse caso, o 
perito não é nomeado pelo juiz, mas contratado pela(s) parte(s).
b) Na Perícia Extrajudicial, podem ser elaborados quesitos ou não, porém 
seguidas as regras básicas definidas no contrato.
c) A essência da Perícia Extrajudicial está no exame do sistema contábil, dos 
livros e dos documentos que formam o suporte da escrita contábil e dos atos 
da gestão social.
d) A apresentação do Laudo da Perícia Extrajudicial deve ser feita com 
observação da seguinte estrutura: introdução, visão do conjunto, documentos 
e livros examinados, comentários periciais.
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
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7	 Críticas	ao	laudo	e	sugestões	para	os	casos	futuros
Prezado Acadêmico, 
como você pode observar, não basta apenas levantar e apresentar os 
fatos, é necessário fundamentar segundo a legislação, pertinente.
A estrutura do laudo pericial está ótima, bem sistematizada, escrita 
de tal forma a combinar síntese e clareza. Os comentários periciais, embora 
escritos de forma elucidativo, estão sem fundamentação expressa (leis, normas 
etc. que qualificam as fraudes e erros encontrados, os indícios de fraudes, a 
ausência de prestação de contas). Comentamos autores (2008).
FONTE: Magalhães et al. (2008, p. 110-115)
Existem diferentes fins para serem realizadas as perícias, os quais são 
qualificados da seguinte forma: 
• Para fins administrativos a perícia pode ser realizada, por exemplo, para 
verificar se o almoxarife está controlando os estoques sem permitir de haja 
desvio dos mesmos. Este tipo de perícia pode ser requerido dentro da própria 
empresa, por seu setor de contabilidade caso não disponha de outros meios.
• Para fins regimentais as perícias são realizadas para as Comissões Parlamentares 
de Inquérito, e quem as solicita é a Câmara dos Deputados.
• Para fins sociais as perícias são promovidas pelos sindicatos para que haja 
clareza na forma como os acordos salariais foram realizados.
• Para fins de observar se as empresas possuem meios de remunerar melhor, a 
perícia apura as condições em que os aumentos se suportam, tão como se há 
boa-fé na apuração. 
• Para confirmar se as afirmações dos autores estão em conformidade, buscou-se 
o que contempla o Código de Processo Civil, e no artigo 420 está disposto que 
“a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”.
O texto da lei nº 5.869/1973 fala em “prova pericial” que é o elemento 
competente para instruir decisão. 
No que se refere ao método de realização da perícia, este depende sempre 
do objeto que se examina. Sá (2009) explica e destaca que:
a) Quando a matéria é parcial, alcançável, é examinado tudo, isto é, todo o 
universo de exame. 
b) Quando a matéria é demasiadamente ampla, com risco de não alcançar o objetivo 
da perícia pela totalidade, é utilizada “excepcionalmente” uma amostra.
UNIDADE 1 | DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DA PERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO E 
TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
16
As normas de auditoria podem ajudar o desempenho da perícia, mas 
como elemento subsidiário, isto é, valemo-nos da auditoria como ajuda para 
alguns poucos casos apenas, uma vez que, o método da perícia contábil não se 
confunde com o da auditoria. (SÁ, 2009)
A metodologia da perícia é basicamente analítica, detalhada sempre 
que necessário, uma vez que é preciso: I) identificar bem o objetivo; II) planejar 
competentemente o trabalho; III) executar o trabalho baseado em evidências 
inequívocas, plenas e confiáveis; IV) ser prudente na conclusão e emiti-la somente 
depois que tenha absoluta certeza sobre os resultados; V) a conclusão deverá ser 
de forma clara, precisa, e, inequívoca.
O método básico da perícia contábil de maior abrangência é o analítico, 
visando à confiabilidade da opinião, como prova que deverá ser para terceiros. 
Infere-se que a perícia contábil deve ser elaborada de forma imparcial, ampla, 
segura e sigilosa, utilizando-se o perito de fontes seguras, não permitindo que os 
resultados sejam tratados de forma que venham a beneficiar alguma das partes.
6.2 O PERITO
No início deste caderno foi abordado o surgimento da perícia, e observou-
se que os primeiros sinais surgiram em 1939. Daquela época para os dias atuais 
já houve muitas mudanças e adequações, porém, devido à crescente evolução e a 
relevância do trabalho pericial, necessário se faz atualização e aprimoramento das 
normas, daí mais uma vez a necessidade, do Conselho Federal de Contabilidade, 
fazer novos ajustes. Em 10 de dezembro de 2009 foi aprovada a Resolução nº 
1.244/09 (que está ainda vigente, e sem nenhuma alteração, até esta data), a qual 
entrou em vigor em 1º de janeiro de 2010, e estabelece o seguinte: o artigo 1º 
aprovou NBC PP 01 que dispõe sobre o Perito Contábil; o artigo 2º aprova a data 
de início de vigência, e o artigo 3º revoga, a partir de 1º de janeiro de 2010, as 
Resoluções CFC nº 857/99, 1.050/05, 1.051/05, 1.056/05 e 1.057/05, publicadas no 
Diário Oficial da União – D.O.U, seção I, de 29/10/99, 08/11/05, 08/11/05, 23/12/05 
e 23/12/05, respectivamente.
Esta resolução tem por objetivo normatizar os procedimentos inerentes à 
atuação do contador na condição de perito, e conceituar quem de fato pode ser 
perito, quais as reais necessidades para que seja habilitado como tal, e conhecer 
os deveres e obrigações. 
Nesse contexto observa-se o que explica Hoog (2011, p. 69) sobre o perito 
“[...] o perito não é funcionário público concursado, trata-se de um profissional liberal 
devidamente habilitado de livre escolha do magistrado, por ser pessoa de sua confiança”. 
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
17
Infere-se que qualquer profissional da contabilidade devidamente 
habilitado pode ser perito, cabe a este fazer seu cadastro no poder judiciário em 
site específico, ou então, dependendo do porte da Comarca em que deseja prestar 
seus serviços, entregar seu currículo na forma impressa.
6.2.1 O conceito 
Conforme pesquisa realizada para a elaboração deste caderno, ainda 
não existe nada escrito quanto ao conceito de perito, e nossas bibliografias são 
carentes no que concerne a este tema, explicam Magalhães et al. (2008), porém, 
as Normas de Perícia Judicial conceituam, e é aceito, da seguinte forma: Perito 
Judicial é o profissional habilitado e nomeado pelo juiz para emitir sua opinião 
sobre questões técnicas de sua especialidade. 
Ressaltam Magalhães et al. (2008) que o profissional para poder atuar como 
perito necessita ter nível universitário, ser inscrito no órgão de classecompetente, 
e no caso do contador, este profissional deve ser inscrito no Conselho Regional 
de Contabilidade do Estado onde estiver inserido, devendo comprovar sua 
especialidade mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos.
A lei processual denomina perito o profissional que é nomeado por 
iniciativa do juiz, podendo, após este ato, as partes ou uma delas, indicar o 
assistente técnico “Perito da Parte”. 
Wakim e Wakim (2012) entendem que o art. 145 do CPC considera o perito 
como cientista, isto porque ele fornecerá ao condutor do litígio informações 
técnicas e científicas que permitam o juiz tomar sua decisão, e complementam 
citando o que preveem os parágrafos 1º e 2º:
§ 1º Os peritos são escolhidos entre profissionais de nível universitário, 
devidamente inscritos no órgão de classe competente.
§ 2º Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que 
deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que 
estiverem inscritos.
Até a alteração do Código de Processo Civil, que ocorreu com a promulgação 
da Lei nº 8.455/92, perito ou assistente técnico era nomeado para fazer perícia, os 
quais mencionavam o que viam e o que constatavam em suas investigações e o 
faziam com bases reais e com absoluta intenção de justiça, mencionam Magalhães 
et al. (2008). Foi a partir desta alteração, que coube ao perito fazer a perícia, lavrar 
e assinar o laudo.
Já não é mais possível mencionar que não há nada escrito que conceitue o 
Profissional Perito, haja vista que a Resolução nº 1.244/09 do CFC, foi instituída 
e está em vigor desde 1º de janeiro de 2010 (sem alteração), a qual apresenta de 
forma clara três conceitos que apresentamos a seguir: 
UNIDADE 1 | DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DA PERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO E 
TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
18
1) Perito é o contador regularmente registrado em Conselho Regional 
de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, 
devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências 
da matéria periciada; 2) Perito-contador nomeado é o designado pelo 
juiz em perícia contábil judicial; contratado é o que atua em perícia 
contábil extrajudicial; e escolhido é o que exerce sua função em 
perícia contábil arbitral; 3) Perito-contador assistente é o contratado 
e indicado pela parte em perícias contábeis, em processos judiciais e 
extrajudiciais, inclusive arbitral. 
Barboza (2010) conceitua o profissional perito como um agente ativo da 
perícia, uma pessoa entendida sobre determinado assunto, expert, que tem como 
objetivo esclarecer os aspectos técnicos dos fatos, mediante elaboração de exame, 
ou de vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação ou até certificação.
A visão de Peleias (2010) é divergente. Para este autor o Perito Contábil é o 
profissional que prepara e fornece informações relativas ao patrimônio de pessoas e 
sociedades. Seu trabalho é realizado para atender a uma classe especial de tomadores 
de decisão, com a finalidade de subsidiar seus processos decisórios. Para melhor 
compreensão deste parágrafo, buscamos identificar quem são os tomadores de 
decisão. Observamos que são os Juízes Federais ou Estaduais que conduzem os 
processos segundo as determinações do Código de Processo Civil. Para os casos em 
que houverem questões controversas de natureza patrimonial, e que não possuir o 
conhecimento necessário, estes, se utilizarão do trabalho do Perito contábil.
Para dirimir eventuais dúvidas, no que diz respeito ao que significa perito, 
utilizamo-nos do dicionário da Língua Portuguesa, de autoria de Ferreira (1999) 
que explica: “perito é a pessoa sabedora ou especialista em determinado assunto; 
ou ainda, é o profissional nomeado judicialmente para exame ou vistoria”.
Apesar de já estar normatizado o significado de perito, conforme 
conceituamos anteriormente, nosso entendimento como Profissional da 
Contabilidade vem de encontro com o exposto pelo CFC, através da Resolução 
nº 1.244/2009. Perito é o profissional formado em Ciências Contábeis, que tem 
seu diploma registrado no Conselho Regional de Contabilidade, e que realiza 
trabalhos profissionais com profundo conhecimento da contabilidade e matérias 
afins, para produzir prova amparado em elementos verdadeiros e competentes, 
que garantam a veracidade dos fatos. 
De acordo com o item 7 da Resolução CFC 1.244/2009, o perito deve 
comprovar sua habilitação profissional,
por intermédio da Declaração de Habilitação Profissional – DHP, 
de que trata a Resolução CFC nº 871/00. É permitida a utilização 
da certificação digital, em consonância com a legislação vigente 
e as normas estabelecidas pela Infraestrutura de Chaves Públicas 
Brasileiras – ICP – Brasil.
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
19
No âmbito geral, a habilitação profissional significa o conhecimento de 
determinado assunto, que permite apresentar a quem de direito, os fatos que 
comprovem a realização de atos ilícitos, e permita às autoridades dirimir dúvidas 
pertinentes. Para isso é necessário comprovar sua habilitação, que segundo Sá 
(2009, p. 277), “devem o perito-contador e o perito-contador assistente, fazê-lo 
mediante apresentação de certidão específica, cujo documento é emitido pelo 
Conselho Regional de Contabilidade, de acordo com a forma a ser regulamentada 
pelo Conselho Federal de Contabilidade”. 
A referida certidão deverá ser juntada ao processo no primeiro momento 
que o perito-contador, ou o perito-contador assistente se manifestarem nos autos, 
ficando habilitados para o exercício da função pericial contábil.
O CRC de cada estado é o órgão que emite a DHP, a qual é fornecida ao 
profissional da contabilidade que está em dia com suas obrigações profissionais, 
através do acesso à internet, na página do CRC.SC.
FIGURA 1 - SITE DO CRC.SC.
Certidão de Regularidade Profissional 
Certidão de Regularidade - Sociedade / Empresário
Certidão de Regularidade - Escritório Individual
Emitir Certidões, Acesso Público
FONTE: Site do Conselho Regional de Contabilidade de santa Catarina – CRCSC.
Acesso em: 5 jan. 2015.
A declaração fornecida está demonstrada a seguir, e foi baixada pela 
autora deste caderno, que é Contadora e Perita Judicial.
UNIDADE 1 | DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DA PERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO E 
TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE SANTA CATARINA
CERTIDÃO DE REGULARIDADE PROFISSIONAL
 O CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADA DE SANTA CATARINA
certifica que o(a) profissional identificado(a) no presente documento encontra-
se em situação regular.
 IDENTIFICAÇÃO DO REGISTRO
NOME: ................ 
REGISTRO: ..........
CATEGORIA: ....... 
CONTADOR: .........................
CPF: ...................
A presente CERTIDÃO não quita nem invalida quaisquer débitos ou 
infrações que posteriormente, venham a ser apurados pelo CRCSC contra o 
referido registro. 
A falsificação deste documento constitui-se em crime previsto no 
Código Penal Brasileiro, sujeitando o autor à respectiva ação penal. 
Emissão: Florianópolis, 05.01.2015 as 12:31:07.
Válido até: 05.04.2015.
Código de Controle: 74580. 
Para verificar a autenticidade deste documento consulte o site do CRCSC.
6.2.2 Normas profissionais do perito
Sempre que temos matéria nova sobre determinado assunto, o primeiro 
passo é conhecer a sua normatização, para uma perfeita aplicação.
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
21
Dada a relevância do tema Perícia Contábil, o Conselho Federal de 
Contabilidade que é o órgão máximo de fiscalização do exercício profissional do 
Contador, no Brasil, absorveu também a matéria relativa à Perícia Contábil. 
A constanteevolução e a crescente importância da perícia exigem 
atualização e aprimoramento das normas endereçadas à sua regência para manter 
permanente justaposição e ajustamento entre o trabalho a ser realizado e o modo 
ou o processo dessa realização.
O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições 
legais e regimentais, através da Resolução nº 1.243, de 10 de dezembro de 2009, 
resolve aprovar a NBC PP 01, que trata do Perito Contábil a qual entrou em vigor 
em 1º de janeiro de 2010 e ainda permanece vigente sem sofrer alteração, a qual 
revogou as resoluções anteriores. 
A NBC PP 01 que trata do Perito Contábil quando se refere ao item 5 – 
Competência Profissional, ressalta que para o exercício da função deve manter:
Competência técnico-científica pressupõe ao perito manter adequado 
nível de conhecimento da ciência contábil, das Normas Brasileiras de 
Contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação relativa à profissão 
contábil e aquelas aplicáveis à atividade pericial, atualizando-se, 
permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, 
educação continuada e especialização. 
E complementa que para isso, o perito deve demonstrar capacidade para 
pesquisar, examinar, analisar, fundamentar de forma sintética a prova no laudo 
pericial contábil e/ou no parecer pericial contábil, quando se tratar do perito-
contador assistente.
IMPORTANT
E
Realizar seus trabalhos com a observância da equidade significa que o perito-
contador e o perito-contador assistente devem atuar com igualdade de direitos, adotando os 
preceitos legais técnicos inerentes à profissão contábil.
De acordo com Sá (2009), o espírito de solidariedade do perito-contador 
e do perito-contador assistente não pode induzir, como também não justifica 
a participação ou ser conivente com erros ou atos infringentes às normas 
profissionais e éticas que regem o exercício da profissão, devendo sempre buscar a 
verdade fática a fim de esclarecer o objeto da perícia de forma técnica e imparcial.
UNIDADE 1 | DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DA PERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO E 
TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
22
Prezado acadêmico! Você teve a oportunidade de conhecer as normas 
profissionais do perito, a sua aplicação, competência profissional, enfim, a legislação 
necessária para a prática da perícia contábil, e chamo a sua atenção no sentido de 
nunca esquecer a prática da justiça e o reconhecimento dos direitos de cada um.
6.3 O ASSISTENTE TÉCNICO
Quando se fala em assistente logo se associa a alguém que assiste a outrem, 
e este tipo de função é comum na área da saúde onde algum profissional assiste a 
alguém que é incapaz de realizar suas necessidades pessoais etc. Na elaboração da 
perícia não é diferente, ou seja, pode o perito em algum momento necessitar de um 
assistente que lhe atenda com informações precisas à realização do serviço para o 
qual foi contratado, e sobre o qual o perito não possui o conhecimento necessário. 
O Perito-Contador pode exercer a figura de Perito-Contador Judicial como 
também Perito-Contador Assistente. 
O assistente é um perito, porém, é indicado pelas partes para acompanhar 
o trabalho desenvolvido pelo perito designado pelo juiz, haja vista que em muitos 
casos o problema a ser resolvido não é passível de acordo amigável, o que leva à 
contratação do assistente, para sentir-se mais seguro dos resultados apresentados. 
De acordo com o § 1º, inciso I, art. 421 do CPC, o juiz incumbe às partes a 
“indicação” do assistente técnico, dentro do prazo de cinco dias, a contar da data 
de intimação do despacho de nomeação do perito.
De acordo com o art. 421:2c. “A falta de intimação do despacho de 
nomeação de perito pode ser suprida, pelo juiz, com a ampliação do prazo do art. 
421, § 1º, do CPC, para garantia da participação do assistente técnico na perícia”. 
(STJ – 3ª T., Resp. 1.932, Min. Gueiros Leite, j.14.5.90, DJU 11.6.90).
Prossegue ainda o CPC, art. 421: 3, mencionando que a indicação do 
assistente técnico é facultativa.
O assistente técnico é um mero assessor dos litigantes e não perito do juízo. 
Por isso as partes são livres para indicar ou não seu assistente, especialmente no 
caso de interesses distintos. De acordo com Magalhães et al. (2008), o assistente 
técnico, diferente do perito, apenas emite parecer. O que a lei não deixa claro é, 
se o parecer se baseia na matéria sob exame, ou, somente no conteúdo do laudo. 
Segundo Sá (2009), nas perícias contábeis judiciais, três são os peritos: um 
perito é nomeado pelo juiz, e as partes indicam os assistentes quando assim desejarem. 
Os peritos das partes, denominados assistentes, devem ser indicados no prazo de 
cinco dias, a partir da data da nomeação do perito, e, no mesmo prazo devem ser 
apresentados os quesitos pelas partes, conforme prevê o art. 421 do CPC – Código do 
Processo Civil, com as alterações da Lei nº 8.455, de 24 de agosto de 1992. 
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
23
Se os assistentes aceitarem a indicação, então o perito do juiz se 
compromete, e, pode conectar-se com os assistentes indicados, explica Sá 
(2009), que nos faz lembrar que os peritos devem ser Contadores, devidamente 
registrados no Conselho Regional de Contabilidade. 
Outro detalhe importante, quando da solicitação da perícia, é a escolha 
do perito, pois é dele que depende o sucesso dos trabalhos. Quando se trata de 
causas mais complexas, a decisão sobre a contratação do perito deve considerar 
o grau de experiência e cultura que ele deve ter, isto gerará maior confiabilidade 
no trabalho realizado.
Quando se trata do assistente técnico (de ambas as partes) é importante 
ressaltar que este profissional toma conhecimento de sua indicação pelas partes 
em litígio ou pelos advogados; não existe mais a obrigatoriedade de notificação 
para que se procedesse à assinatura de termo de compromisso em cartório. Os 
assistentes não se compromissam, apenas são indicados e depois avaliam o laudo 
do perito do juízo. (SÁ, 2009).
Corrobora Sá (2009), com Magalhães et al. (2008), quando menciona que o 
CPC prevê que aos assistentes técnicos cabe a manifestação em forma de parecer 
do laudo do perito do juízo, no prazo de dez dias contados da juntada do laudo 
nos autos, quando estes deverão concordar ou então apresentar as ressalvas, 
porém, na prática o que acontece é a permissão aos assistentes a terem amplo 
acesso durante a elaboração do trabalho de campo, antes mesmo da elaboração 
do laudo final, para que haja benefício na qualidade técnica e na doutrina contábil 
por parte do perito do juízo. 
Pelo fato de que a perícia judicial é do tipo de trabalho que se realiza 
“em conjunto”, este procedimento tem favorecido a manifestação dos assistentes, 
evitando interpretações diferentes, uma vez que as divergências podem ser 
discutidas e sanadas na fase de trabalho de campo, eliminando as concordâncias 
e discordâncias que poderiam vir a ocorrer posteriormente.
6.4 USUÁRIOS DA PERÍCIA
De acordo com Wakin; Wakin (2012), os usuários básicos que utilizarão as 
informações geradas pelo perito são: I) o magistrado; II) os advogados; III) as partes. 
I) O magistrado precisa de informações técnicas de determinada área para 
formar opinião e tomar sua decisão, apontando a parte que realmente possui 
o direito dentro de um litígio.
II) Os advogados que defendem as partes envolvidas utilizarão os resultados 
encontrados no laudo pericial como base para buscar a verdade de seus 
clientes e defender os interesses de seus contratantes.
III) As partes envolvidas no processo são os mais interessados nas informações 
apresentadas no laudo pericial, porque é através deste que se conhecerá o 
vencedor em um litígio. 
UNIDADE 1 | DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DAPERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO E 
TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
24
7 NOMEAÇÃO, CONTRATAÇÃO E ESCOLHA DO PERITO-
CONTADOR OU INDICAÇÃO DO PERITO-CONTADOR 
ASSISTENTE
A nomeação, a contratação e a escolha do perito-contador, ou a 
indicação do perito-contador assistente, para o exercício da função 
pericial contábil, em processo judicial, devem ser consideradas 
como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do 
Contador, (SÁ 2009, p. 277). 
Sempre que o perito-contador reconhecer que não tem competência ou 
não dispõe de estrutura profissional adequada para desenvolver a função pericial 
contábil, deverá escusar ou renunciar os serviços, contemplada a utilização do 
serviço de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto da perícia assim 
o requerer, dispõe o art. 146 do CPC: 
O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei, 
empregando toda a diligência: pode, todavia, escusar-se do encargo 
alegando motivo legítimo.
Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de cinco dias, 
contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena 
de se reputar renunciado o direito de alegá-lo (art. 423). 
O fato de os peritos-contadores e peritos-contadores assistentes terem que 
utilizar serviços de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto da perícia 
assim o requerer, não implica presunção de incapacidade dos profissionais, 
devendo tal fato ser, formalmente, relatado no Laudo Pericial Contábil ou no 
Parecer Pericial Contábil para conhecimento do julgador, das partes ou dos 
contratantes, explica Sá (2009). 
Esta indicação ou a contratação, menciona Sá (2009, p. 278):
Ocorre quando as partes ou contratantes necessitarem comprovar algo 
que depende de conhecimento técnico específico, razão pela qual o 
contador só deverá aceitar o encargo se reconhecer sua capacidade 
com conhecimento técnico suficiente, discernimento e irrestrita 
independência para a realização do trabalho.
Quando o profissional não se sentir preparado para assumir determinado 
serviço, deve ter conhecimento e ética para reconhecer o ato de recusa da função 
específica para aquele caso.
TÓPICO 1 | DADOS HISTÓRICOS
25
8 INDEPENDÊNCIA
Um profissional independente é aquele que toma suas próprias decisões, 
que tem autonomia para a realização de suas funções. De acordo com o item 15, 
das Normas Brasileiras de Contabilidade PP 01 – Perito Contábil, alterada segundo 
a Resolução do CFC – Conselho Federal de Contabilidade nº 1244/2009, o “Perito 
deve evitar qualquer interferência que possa constrangê-lo em seu trabalho, 
não admitindo, em nenhuma hipótese, subordinar sua apreciação a qualquer 
fato, pessoa, situação ou efeito que possa comprometer sua independência, 
denunciando a quem de direito a eventual ocorrência da situação descrita”. Pelo 
exposto entende-se que o profissional da perícia contábil deve realizar seu trabalho 
conforme sua autonomia, ética, caráter, e livre de qualquer compromisso. 
Hoog (2012) faz seus comentários e conclui que o perito-contador judicial 
ou perito-contador assistente têm total liberdade para firmar sua opinião no laudo, 
não podendo subordinar o resultado do seu trabalho à anuência de quem quer 
que seja, advogados, partes, magistrados, inclusive os outros peritos assistentes 
ou nomeados que são colegas de trabalho, devendo denunciar por escrito, nos 
autos, se houver algum tipo de tráfico de influência, ameaça, constrangimento 
de ordem física entre outros. Ressalta o autor que discutir sobre o resultado da 
análise é saudável, e isto prestigia e valoriza o contraditório e a ampla defesa.
9 IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO
Continuando com o estudo das Normas Brasileiras de Contabilidade PP 01 – 
Perito Contábil, alteradas de acordo com a Resolução CFC nº 1244/2009, averiguou-se 
os itens 16 a 19, que tratam do impedimento e suspeição observando o seguinte:
• O item 16 explica que são situações de fatos que impossibilitam o perito de 
realizar atividade pericial em processo judicial ou extrajudicial, inclusive arbitral, 
segundo legislação vigente e Código de ética Profissional do contabilista.
• Para que o perito possa exercer suas atividades com imparcialidade, segundo o 
item 17, é fator determinante que ele se declare impedido, depois de nomeado, 
contratado, escolhido ou indicado quando ocorrerem as situações previstas 
nesta Norma.
• O item 18 disciplina que quando nomeado em juízo, o perito deve dirigir 
petição, no prazo legal, justificando a escusa ou o motivo do impedimento.
• O item 19 trata do perito-contador assistente: prevê que quando for indicado 
pela parte e não aceitar o encargo, este deve comunicá-la sobre sua recusa, 
devidamente justificada por escrito, com cópia ao juízo. 
Os casos de impedimento não param por aí, e então novamente 
consultamos a Resolução CFC 1.244/09, item 20, que trata do impedimento legal, 
que contempla a seguinte redação:
UNIDADE 1 | DADOS HISTÓRICOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA O SURGIMENTO DA PERÍCIA, CLASSIFICAÇÃO E 
TRABALHOS TÉCNICOS DA CONTABILIDADE, BASES CONTEXTUAIS, EXERCÍCIO PROFISSIONAL, FUNÇÃO CONTÁBIL
26
O perito-contador nomeado ou escolhido deve se declarar impedido 
quando não puder exercer suas atividades com imparcialidade e sem 
qualquer interferência de terceiros, ou ocorrendo pelo menos uma das 
seguintes situações: (a) for parte do processo; (b) tiver atuado como 
perito-contador contratado ou prestado depoimento como testemunha 
no processo; (c) tiver mantido, nos últimos dois anos, ou mantenha 
com alguma das partes ou seus procuradores, relação de trabalho 
como empregado, administrador ou colaborador assalariado; (d) tiver 
cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou em linha 
colateral até o terceiro grau, postulando no processo ou entidades 
da qual esses façam parte de seu quadro societário ou de direção; (e) 
tiver interesse, direto ou indireto, mediato ou imediato, por si, por seu 
cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou em linha 
colateral até o terceiro grau, no resultado do trabalho pericial; (f) exercer 
cargo ou função incompatível com a atividade de perito-contador, em 
função de impedimentos legais ou estatutários; (g) receber dádivas 
de interessados no processo; (h) subministrar meios para atender às 
despesas do litígio; (i) receber quaisquer valores e benefícios, bens ou 
coisas sem autorização ou conhecimento do juiz ou árbitro.
Finalizamos os casos de impedimento, item 21 da mesma Resolução, com 
a abordagem do impedimento técnico-científico a ser declarado pelo perito, que 
abrange, a autonomia, a estrutura profissional e a independência para poder 
realizar de forma isenta o seu trabalho, e apresenta os seguintes motivos: 
(a) a matéria em litígio não ser de sua especialidade; (b) a constatação 
de que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional 
não permitem assumir o encargo; cumprir os prazos nos trabalhos em 
que o perito-contador for nomeado, contratado ou escolhido; ou em 
que o perito-contador assistente for indicado; (c) ter o perito-contador 
da parte atuado para a outra parte litigante na condição de consultor 
técnico ou contador responsável, direto ou indireto em atividade 
contábil ou em processo no qual o objeto de perícia seja semelhante 
àquele da discussão, sem previamente comunicar ao contratante.
Na sequência trataremos ainda da suspeição que contempla os itens 22, 
23 e 24 da resolução 1.244/2009. O perito-contador nomeado ou escolhido deve 
declarar-se suspeito segundo o item 22, quando, após, nomeado, contratado ou 
escolhido observar a ocorrência de situações que venham suscitar suspeição face 
da sua imparcialidade ou independência, comprometendo o resultado do seu 
trabalho em relação à decisão.
O item 23 apresenta os casos de suspeição

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