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MAT 001 - Ca´lculo I Aula IV IMC-Unifei Nesta aula vamos estudar o conceito de limite. Podemos dizer, sem sombra de du´vidas, que a noc¸a˜o de limite e´ responsa´vel por boa parte do desenvolvi- mento tecnolo´gico atual uma vez que este e´ o conceito chave por traz da definic¸a˜o de Derivada e de Integral, que por sua vez, sa˜o utilizados para modelar situac¸o˜es reais atuais. 1 Motivac¸a˜o Observe as tabelas a seguir: x 0, 1 0, 01 0, 001 0, 0001 sen ( 1 x ) −0, 54402 −0, 50636 0, 82688 −0, 30561 x · sen ( 1 x ) −0, 05440 −0, 00506 0, 00082 −0, 00003 δ = |x− 0| 0, 1 0, 01 0, 001 0, 0001 x −0, 1 −0, 01 −0, 001 −0, 0001 sen ( 1 x ) 0, 54402 0, 50636 −0, 82688 0, 30561 x · sen ( 1 x ) −0, 05440 −0, 00506 0, 00082 −0, 00003 δ = |x− 0| 0, 1 0, 01 0, 001 0, 0001 1 (A) Considere as func¸o˜es f(x) = sen ( 1 x ) , ∀x 6= 0; e g(x) = x · sen ( 1 x ) , ∀x 6= 0 Temos que: • A func¸a˜o f na˜o esta´ definida para x = 0 e a medida que x se aproxima de 0, o valor de g(x) fica oscilando no intervalo [−1, 1] e, portanto, na˜o se aproxima de nenhum valor! • A func¸a˜o g na˜o esta´ definida para x = 0 mas, a medida que x se aproxima de 0, o valor de f(x) se aproxima de 0! Conclusa˜o: O fato de uma func¸a˜o na˜o estar definida em um ponto a na˜o significa que seus valores numa vizinhanc¸a deste ponto na˜o possam se aproximar de um nu´mero real bem definido. (B) Considere as func¸o˜es f(x) = x · sen ( 1 x ) se x 6= 0 0 se x = 0 g(x) = sen ( 1 x ) se x 6= 0 pi se x = 0 h(x) = x · sen ( 1 x ) se x 6= 0 1 se x = 0 Temos que: • A func¸a˜o f esta´ definida para x = 0 e, a medida que x se aproxima de 0, o valor de f(x) se aproxima de 0 = f(0)! • A func¸a˜o g esta´ definida para x = 0 mas , a medida que x se aproxima de 0, o valor de g(x) fica oscilando no intervalo [−1, 1] e, portanto, na˜o se aproxima de nenhum valor! • A func¸a˜o h esta´ definida para x = 0 mas, a medida que x se aproxima de 0, o valor de h(x) se aproxima de 0 6= h(0) = 1! Concluso˜es: • O fato de uma func¸a˜o estar definida em um ponto a na˜o significa que seus valores numa vizinhanc¸a deste ponto se aproximem de um nu´mero real bem definido. 2 • Se, a medida que os valores de x se aproximem de um ponto a, o valor de f(x) ficar cada vez mais pro´ximo de um nu´mero real L, na˜o e´ necessa´rio que L = f(a). 2 Ponto de Acumulac¸a˜o Dada uma func¸a˜o f : X → R, nos interessa o comportamento de f(x) quando x se aproxima de a por valores x 6= a. Para isto, f na˜o precisa estar definida no ponto a mas sim, numa vizinhanc¸a de a, isto e´, pontos x ∈ R que fiquem ta˜o pro´ximos de a quanto quisermos. Temos, assim, a seguinte definic¸a˜o: Definic¸a˜o 1 (Ponto de Acumulac¸a˜o). Um ponto a e´ chamado um ponto de acumulac¸a˜o do conjunto X quando podemos encontrar pontos de X, diferentes de a, ta˜o pro´ximos quanto quisermos de a, ou seja, a e´ ponto de acumulac¸a˜o de X se puder ser aproximado por pontos de x ∈ X com x 6= a. Dado um conjunto X, denotaremos por X ′ o conjunto de todos os pontos de acumulac¸a˜o de X. Exemplo 1. (A) A = [2, 3) (B) B = [1, 2] (C) C = (0, 1) ∪ (1, 2) 3 (D) D = (1, 2) ∪ (3, 5] ∪ {6} Observac¸a˜o 1. Conforme vimos nos exemplos acima, dado um conjunto na˜o vazio X ⊂ R temos: • Existem pontos de acumulac¸a˜o de X que na˜o sa˜o elementos de X. • Existem pontos de X que na˜o sa˜o pontos de acumulac¸a˜o de X. • Se I for um intervalo, enta˜o I ⊂ I ′, ou seja, todo ponto de um intervalo e´ um ponto de acumulac¸a˜o. 3 Limite Exemplo 2. Considere f : R− {1} → R dada por f(x) = 3x2 − 2x− 1 x− 1 . Note que 1 na˜o pertence ao domı´nio de f mas e´ um ponto de acumulac¸a˜o de R− {1}. Podemos, enta˜o, observar o comportamento de f(x) a medida que x→ 1: x 1, 1 1, 01 1, 001 1, 0001 f(x) 4, 3 4, 03 4, 003 4, 0003 |x− 1| 0, 1 0, 01 0, 001 0, 0001 |f(x)− 4| 0, 3 0, 03 0, 003 0, 0003 x 0, 9 0, 99 0, 999 0, 9999 f(x) 3, 7 3, 97 4, 997 3, 9997 |x− 1| 0, 1 0, 01 0, 001 0, 0001 |f(x)− 4| 0, 3 0, 03 0, 003 0, 0003 Observe que f(x) se aproxima cada vez mais de 4, a medida que x→ 1. 4 Dizemos enta˜o que 4 e´ o limite de f(x) quando x tende a 4 denotamos por lim x→1 f(x) = lim x→1 3x2 − 2x− 1 x− 1 = 4 Definic¸a˜o 2. Sejam f : X → R e a ∈ X ′. Dizemos que um nu´mero real L e´ o LIMITE de f(x) quando x tende para a, e denotamos por lim x→a f(x) = L quando . . . · · · podemos obter f(x) ta˜o pro´ximo de L quanto quisermos, bastando para isto, tomar valores de x suficientemente pro´ximos de a. m · · · dado � > 0, for poss´ıvel obter δ > 0 de maneira que x ∈ X 0 < |x− a| < δ } ⇒ |f(x)− L| < �. 5 4 Alguns Limites Fundamentais 1) Fixemos c ∈ R e seja f1 : R→ R dada por f1(x) = c ; ∀x ∈ R. Para cada a ∈ R temos que lim x→a f1(x) = limx→a c = c 2) Seja f2 : R→ R dada por f2(x) = x; ∀x ∈ R (Func¸a˜o Identidade). Para cada a ∈ R temos que lim x→a f2(x) = limx→ax = a 3) Seja f3 : R→ R dada por f3(x) = sen(x); ∀x ∈ R. Temos que lim x→0 f3(x) = lim x→0 sen(x) = 0 6 4) Seja f4 : R→ R dada por f4(x) = cos(x); ∀x ∈ R . Temos que lim x→0 f4(x) = lim x→0 cos(x) = 1 5) Seja f5 : R→ R dada por f5(x) = ex; ∀x ∈ R . Temos que lim x→0 f5(x) = lim x→0 ex = 1 6) 1o Limite Trigonome´trico Fundamental Seja f6 : R− {0} → R dada por f6(x) = sen(x) x ; ∀x 6= 0 . Temos que lim x→0 f6(x) = lim x→0 sen(x) x = 1 7) 2o Limite Trigonome´trico Fundamental Seja f7 : R− {0} → R dada por f7(x) = cos(x)− 1 x ; ∀x 6= 0 . Temos que lim x→0 f7(x) = lim x→0 cos(x)− 1 x = 0 8) Limite Exponencial Fundamental Seja f8 : R− {0} → R dada por f8(x) = e x − 1 x ; ∀x 6= 0 . Temos que lim x→0 f8(x) = lim x→0 ex − 1 x = 1 7 5 Alguns Teoremas para (Ajudar No) Ca´lculo de Limites Veremos agora alguns teoremas que sa˜o bastante u´teis no ca´lculo de limites. Teorema 1 (Unicidade do Limite). Sejam f : X → R e a ∈ X ′. O limite lim x→a f(x), quando existe, e´ u´nico. Teorema 2. Sejam f : X → R e a ∈ X ′. Temos: lim x→a f(x) = L⇔ limx→a (f(x)− L) = 0⇔ limx→a |f(x)− L| = 0 Exemplo 3. (A) lim x→0 |x| (B) lim x→0 (cos(x)− 1) (C) lim x→0 (ex − 1) Teorema 3 (Propriedades Alge´bricas dos Limites). Sejam f, g : X → R, a ∈ X ′ e suponha que lim x→a f(x) = L e limx→a g(x) = M . Enta˜o: (i) lim x→a [f(x)± g(x)] = L±M (ii) lim x→a [f(x) · g(x)] = L ·M (iii) Se M 6= 0, enta˜o lim x→a [ f(x) g(x) ] = L M (iv) lim x→a n √ f(x) = n √ lim x→a f(x) = n √ L { se n ı´mpar se n par e L > 0 8 Exemplo 4. (A) lim x→2 x+ 3 (B) lim x→1 x(x+ 2) (C) lim x→0 sen(x) · cos(x) (D) lim x→0 tan(x) (E) lim x→0 √ x+ 4 (F) lim x→1 x2 − 1 x (G) lim x→2 x2 − 4 x− 2 9 (H) lim x→−1 2x2 + 8x+ 6 x+ 1 (I) lim x→0 √ x+ 1− 1 x (J) lim x→1 3 √ x− 1 x− 1 10 (K) lim x→0 cos(x)− 1 x (L) lim x→0 sen(2x) x (M) lim x→0 cos(x)− 1 ex − 1 11 Teorema 4 (Mudanc¸a de Varia´vel). Se lim u→b f(u) = L e lim x→au(x) = b, ou seja, x→ a ⇒ u→ b, e x 6= a⇒ u 6= b, enta˜o lim x→a f (u(x)) = L . Exemplo 5. (A) lim x→0 sen(4x) 4x (B) lim x→0 sen(4x) x (C) lim x→0 e3x − 1 x 12 (D) lim x→1 x− 1√ x− 1 (E) lim x→1 3 √ x− 1√ x− 1 (F) lim x→a sen(x) (G) lim x→a cos(x) 13 (H) Se a ∈ (0,+∞)− {1}, enta˜o • lim x→0 ax • lim x→b ax • lim x→0 ax − 1 x (I) lim x→0 cos(2x)− 1 ex − 1 14 (J) lim x→0 sen(2x) sen(3x) (K) lim x→pi2 cos(x) x− pi2 (L) lim x→0 cos(x) 15 Teorema 5 (Teoremado Sandu´ıche (ou Confronto)). Sejam f, g e h func¸o˜es tais que f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) para todo x 6= a num intervalo aberto contendo a. Se lim x→a f(x) = L = limx→ah(x), enta˜o limx→a g(x) = L. Exemplo 6. (A) lim x→0 sen(x) (B) lim x→0 sen(x) x (C) lim x→0 x · sen ( 1 x ) Podemos generalizar o u´ltimo exemplo da seguinte forma: Teorema 6 (Atratividade do Zero). Se lim x→a f(x) = 0 e g e´ uma func¸a˜o limitada em um intervalo aberto contendo o ponto a (sem precisar estar definida no ponto a!), enta˜o lim x→a f(x) · g(x) = 0 16 O teorema a seguir e´ utilizado para verificar que determinado limite na˜o existe. Teorema 7. Sejam f, g : X → R e a ∈ X ′. Se lim x→a f(x) = L 6= 0 e limx→a g(x) = 0 enta˜o NA˜O EXISTE o lim x→a f(x) g(x) Exemplo 7. (A) lim x→0 1 x (B) lim x→0 cos(x) x (C) lim x→−2 x2 + 2 x+ 2 (D) lim x→pi2 tan(x) 17 6 Outros Teoremas Os teoremas a seguir nos permitem obter informac¸o˜es a respeito da func¸a˜o atrave´s do limite. Teorema 8. Sejam f : X → R e a ∈ X ′. Se lim x→a f(x) = L enta˜o a func¸a˜o f e´ limitada em algum intervalo aberto contendo o ponto a. Teorema 9. Sejam f : X → R, a ∈ X ′ e suponha que lim x→a f(x) = L . (i) Se L > M , enta˜o f(x) > M para todo x 6= a do domı´nio em um intervalo aberto contendo o ponto a. (ii) Se L < M , enta˜o f(x) < M para todo x 6= a do domı´nio em um intervalo aberto contendo o ponto a. 7 Limites Laterais Sejam f : X → R e a ∈ X ′. Se a pode ser aproximado por pontos de X maiores do que a, podemos investigar o LIMITE LATERAL A` DIREITA lim x→a+ f(x). Ana´logamente, se a pode ser aproximado por pontos de X menores do que a, podemos investigar o LIMITE LATERAL A` ESQUERDA lim x→a− f(x). Teorema 10. Sejam f : X → R e a ∈ X ′. Temos que limx→a f(x) existe se, e somente se, os limites laterais existem e sa˜o iguais. Podemos destacar dois motivos para estudar os limites laterais: 1. Existem func¸o˜es cujo domı´nio conte´m pontos de acumulac¸a˜o que so´ podem ser aproximados por um dos lados. 18 Exemplo 8. f : [0,+∞)→ R dada por f(x) = √x. 2. Existem func¸o˜es cuja fo´rmula de definic¸a˜o e´ dada em determinados sub- conjuntos da reta. Exemplo 9. (A) f : R→ R dada por f(x) = { x+ 1 se x > 0 x− 1 se x ≤ 0 (B) f : R→ R dada por f(x) = sen(x) x se x > 0 1 se x = 0 ex−1 x se x ≤ 0 Observac¸a˜o 2. TODOS OS TEOREMAS ANTERIORES VALEM TAMBE´M PARA LIMITES LATERAIS, COM AS DEVIDAS ADAPTAC¸O˜ES! 19 8 Exerc´ıcios A) Calcule os limtes abaixo justificando: 1) lim x→3 x2 − 9 x− 3 2) lim x→ 12 3 + 2x x− 5 3) lim x→0 √ x+ 2−√2 x 4) lim x→2 x− 2 x4 − 16 5) lim x→−3 x+ 3 1 x + 1 3 6) lim x→0 |x|√ x4 + 7 7) lim x→−3 x2 + 5x+ 6 x2 − x− 12 8) lim u→−1 1√ 5− u 9) lim x→0 x3 · sen ( 1 3 √ x ) 10) lim h→0 4−√16 + h h 11) lim x→3 3 √ 2 + 5x− 3x3 x2 − 1 12) lim y→−2 y3 + 8 y + 2 13) lim t→0 1− cos(t) sen(t) 14) lim x→2 x2 − x− 2 (x− 2)2 15) lim x→4 3x2 − 17x+ 20 4x2 − 25x+ 36 16) lim w→0 sen(3w) sen(5w) 17) lim h→0 3 √ h+ 1− 1 h 18) lim x→0 1 + tan(x) sen(x) 19) lim t→0 sen2(2t) t2 20) lim x→pi sen(x) x− pi 21) lim x→0 x cos(x) 22) lim x→0 1− cos(x) x2 23) lim x→0 32x − 1 x 24) lim x→0 3x2 1− cos (x2 ) 25) lim x→ 1√ 2 x5 − ( 1√ 2 ) x− ( 1√ 2 ) 26) lim x→−2 (x− 1)(x+ 2) x2 + 4x+ 4 27) lim x→3 √ x2 − 9 x− 3 28) lim y→0 e7y − 1 sen(y) 29) lim x→0 (1− sec(x)) · cot(x) · cos(x) x 30) lim x→3 x2 − 6x+ 9 (x+ 1)(x− 3) 31) lim x→√3 pi √ 3− pix x3 − 3√3 32) lim x→pi2 x− pi2 cos(x) 33) lim x→0 sen3(x) 5x(1− cos(x)) 34) lim y→0 3 √ 1− e2y y 35) lim x→√2 3x− 3√2 x6 − 8 20 36) lim y→0 √ sen(piy) y 37) lim x→1 x2 − 1 (1− x)3 38) lim x→−pi 1 + cos(x) x+ pi 39) lim x→0 ex + sen2(x)− 1 x 40) lim x→3 3 √ x− 3 27− x3 41) lim x→−1 x3 + 2x2 + x x+ 1 42) lim x→0 esen(x) − 1 2x 43) lim y→0 sen(7y) + cos(piy)− 1) y 44) lim x→0 1− cos(x)√ 5 · x · sen(x) 45) lim x→√3 x3 − 3√3 4x− 4√3 46) lim y→0 e2y − 1 sen(3y) 47) lim x→−1 x3 + x2 − x− 1 x3 − x 48) lim x→pi2 1− sen(x) x− pi2 B) Sejam f, g : R→ R dadas por f(x) = { x3 + 3 se x ≤ 1 x+ 1 se x > 1 e g(x) = { x2 se x ≤ 1 2 se x > 1 . Fac¸a um estudo sobre os limites: 1) lim x→1 f(x) 2) lim x→1 g(x) 3) lim x→1 f(x)g(x) 21 9 Respostas A) 1) 6 2) 8/9 3) √ 2/4 4) 1/32 5) −9 6) 0 7) 1/7 8) 1/2 9) 0 10) −1/8 11) −2 12) 12 13) 0 14) @ 15) 1 16) 3/5 17) 1/3 18) @ 19) 4 20) −1 21) 0 22) 1/2 23) 2 ln(3) 24) x 25) 5/4 26) @ 27) √ 6 28) 7 29) −1/2 30) 0 31) −pi/9 32) −1 33) 2/5 34) − 3√2 35) √ 2/16 36) √ pi 37) @ 38) 0 39) 1 40) −1/3 41) 0 42) 1/2 43) 7 44) 1 2 √ 5 45) 9/4 46) 2/3 47) 0 48) 0 B) 1) lim x→1− f(x) = 4, lim x→1+ f(x) = 2 ⇒ @ lim x→1 f(x) 2) lim x→1− g(x) = 1, lim x→1+ g(x) = 2 ⇒ @ lim x→1 g(x) 3) lim x→1− f(x)g(x) = 4, lim x→1+ f(x)g(x) = 4 ⇒ lim x→1 f(x)g(x) = 4 22
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