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Direito Empresarial Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
2014
Assuntos tratados:
1° Horário.
S Bibliografia / Teoria da Empresa / Profissão intelectual / Teoria da empresa vs. Teoria dos atos do comércio
2° Horário.
S Sociedade Empresária e Sociedade Simples 3° Horário.
S Registro / Empresário rural / Momento do registro
1° horário
Bibliografia
S Direito Empresarial Esquematizado - André Luiz Santa Cruz Ramos - Editora Método;
S Manual de Direito Comercial - Direito de Empresa - Fábio Ulhoa Coelho - Editora Saraiva;
S Para a Magistratura Federal (TRF2), deve-se ler as seguintes obras de Paulo Penalva Santos:
Falência;
Prática em recuperação (obra escrita em conjunto com o Ministro Luis Felipe Salomão).
Teoria da Empresa
O art. 966, caput, CC, define o conceito de empresa.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
[...]
Atualmente, é vigente no Direito brasileiro a teoria da empresa, inspirada no direito italiano. Essa teoria é classificada como subjetiva, na qual a identificação da atividade como sendo ou não empresária passa por examinar se a atividade é i) econômica (lucrativa); ii) organizada.
Por atividade econômica, entende-se lucratividade, visto que não existe empresa sem fim lucrativo.
Direito Empresarial Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Por atividade organizada, entende-se que a organização da atividade é a manipulação dos fatores de produção, quais sejam: o capital, a mão de obra, a matéria-prima e a técnica.
No que se refere à essencialidade da mão de obra há divergência. A Banca CESPE segue a posiçao de Fábio Ulhoa, que sustenta que é essencial a manipulação da mão de obra, ou seja, empresário não faz, manda fazer. Para Santa Cruz, a mão de obra é fator mitigável, admitindo-se que o sujeito que possui um site de internet seja considerado como empresário, mesmo que ele próprio seja sua única mão de obra.
Observação: Para a magistratura federal, prevalece a posição de Fábio Ulhoa.
A teoria da empresa é classificada como sendo subjetiva pois, às vezes, a mão de obra está presente, mas não é essencial. Verifica-se quando não se pode identificar com precisão se a atividade é mais pessoal ou mais organizada.
Exemplo: Chefe de cozinha que é contratado por sua boa fama, mas que leva sempre um ajudante. Entretanto, a mão de obra é exercida pelo próprio chefe, sendo esta insubstituível por qualquer pessoa.
Profissão intelectual
Previsão no art. 966, p.u., CC.
Art. 966 [...]
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Não se considera empresário aquele que exerce atividade intelectual, pois o desempenho da atividade está concentrado no executor, ainda que haja um auxílio de colaboradores (mão de obra).
Há uma exceção que consiste na ideia de a organização ser mais relevante que a atuação pessoal. Exemplo: Médico não é empresário, pois há presunção relativa de que não exerça sua atividade com empresariedade. Já o hospital exerce uma atividade empresária, pois a manipulação prepondera sobre o exercício intelectual.
Teoria da empresa vs. Teoria dos atos do comércio
A teoria dos atos do comércio foi anterior à teoria da empresa. Foi regulada pelo Código Comercial de 1850 até a vigência do atual Código Civil.
Direito Empresarial Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
A teoria dos atos do comércio é objetiva e foi inspirada no Direito Francês. O Código de 1850 aduzia que era comerciante quem praticava ato de mercância, sendo considerado como tal aquele que desempanhava atividade elencada em rol enumerativo de atos do comércio, previsto no Decreto 737/1850.
Essa teoria se dividia em dois modelos: descritivo e enumerativo. O Brasil adotou, à época, a teoria dos atos do comércio pelo modelo enumerativo. Portugal e Espanha adotaram o modelo descritivo.
A banca CESPE formulou a seguinte questão: Arnaldo, engenheiro há 20 anos, cansado do labor, contratou engenheiros, arquitetos e contadores para a edificação de casas populares. Perguntou-se se Arnaldo ainda seria considerado autônomo ou se passaria a ser considerado empresário. A resposta correta era identificar que Arnaldo se tornou empresário, visto que passou a manipular a atividade de forma impessoal.
2° horário
Geralmente, o empresário é considerado empresário individual, entretanto, também há empresa constituída por pessoa jurídica, quais sejam, a sociedade empresária e a Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada).
	Elemento de
	
	
	
	Sujeita-se à
	Registro
	empresa?
	Pessoa
	Pessoa jurídica
	Lei
	(CC, art.
	
	Física
	
	
	11.101/05?
	1.150)
	
	
	
	
	(art. 1°)
	Registro Público de
	Sim
	Empresário
	Sociedades
	EIRELIs
	Sim
	Empresas
	
	individual
	Empresariais
	empresariais
	
	Mercantis, a
	
	
	
	
	
	cargo das
	
	
	
	
	
	Juntas
	
	
	
	
	
	Comerciais
	
	
	Sociedades
	EIRELIs
	
	
	
	Autônomo
	Simples
	simples
	
	Registro Civil
	Não
	Exemplo:
	(estrutura
	Apesar de
	Não
	de Pessoas
	
	taxista, etc.
	simplificada)
	chamar
	
	Jurídicas -
	
	
	Art. 982 do
	"empresa", é
	
	RCPJ
	
	
	CC
	sociedade
	
	
	
	
	
	simples
	
	
Direito Empresarial Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Lei 11.101/05
Art. 1° - Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
Art. 1.150, CC. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Empresa é a atividade em si, não se confundindo com a pessoa que a exerce, tampouco, com o lugar em que se estabelece o negócio.
Sociedade empresária e Sociedade simples
Os artigos 983 e 982, parágrafo único, CC, destacam as formas de constituição societária.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade emconta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo.
	Previsão legal
(Código Civil)
	Formas de constituição
Sociedades Empresárias Sociedades Simples
	Arts. 1.039 a 1.044
	Sociedade em nome coletivo
	Sociedade em nome coletivo
	Arts. 1.045 a 1.051
	Sociedade em comandita simples
	Sociedade em comandita simples
	Arts. 1.052 a 1.087
	Ltda.
	Ltda.
	Arts. 1.088 a 1.089
	*Sociedade anônima
	Cooperativa
(Arts. 1.093 a 1.096)
	Arts. 1.090 a 1.092
	*Comandita por ações
	Simples pura (Arts. 997 a 1.038;
Direito Empresarial Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Se adotar a forma de sociedade anônima ou de comandita por ações, a sociedade simples passa a ser empresária.
aCUR50
ENFA5E
As sociedades empresárias devem adotar um dos tipos empresários previstos entre os artigos 1.039 e 1.092 do CC. Já as sociedades simples podem fazê-lo.
A sociedade limitada pode ser empresária ou simples, a depender do elemento de empresa. O local de registro depende da natureza da sociedade.
A S/A e a Comandita por ações fazem registro na Junta Comercial, pois possuem natureza sempre empresarial.
Há divergência quanto ao registro das sociedades cooperativas. O CJF possui enunciado que segue a posição do professor Waldo Fazzio, no sentido de que a cooperativa, apesar de ser sociedade simples, realiza registro na junta comercial (previsão na Lei n° 5.764/71 - aplica-se o princípio da especialidade). Por outro lado, a posição dominante na doutrina (Fábio Ulhoa e Tavares Borba) sustenta que o registro é feito no RCPJ. A banca FGV segue a segunda posição.
Enunciado CJF
69 - Art. 1.093: as sociedades cooperativas são sociedades simples sujeitas à inscrição nas juntas comerciais.
Direito Empresarial Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
aCUR50
ENFA5E
Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial.
Lei 5.764/71
Art. 18. Verificada, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de entrada em seu protocolo, pelo respectivo órgão executivo federal de controle ou órgão local para isso credenciado, a existência de condições de funcionamento da cooperativa em constituição, bem como a regularidade da documentação apresentada, o órgão controlador devolverá, devidamente autenticadas, 2 (duas) vias à cooperativa, acompanhadas de documento dirigido à Junta Comercial do Estado, onde a entidade estiver sediada, comunicando a aprovação do ato constitutivo da requerente.
§ 1° Dentro desse prazo, o órgão controlador, quando julgar conveniente, no interesse do fortalecimento do sistema, poderá ouvir o Conselho Nacional de Cooperativismo, caso em que não se verificará a aprovação automática prevista no parágrafo seguinte.
§ 2° A falta de manifestação do órgão controlador no prazo a que se refere este artigo implicará a aprovação do ato constitutivo e o seu subseqüente arquivamento na Junta Comercial respectiva.
§ 6° Arquivados os documentos na Junta Comercial e feita a respectiva publicação, a cooperativa adquire personalidade jurídica, tornando-se apta a funcionar.
A sociedade cooperativa é sempre de natureza simples e não se sujeita à Lei n° 11.101/05.
Pergunta-se: Sociedade limitada devidamente registrada no RCPJ há mais de dois anos pode valer-se da recuperação?
Se estiver devidamente registrada no RCPJ, sua natureza é simples. Por isso, não pode se valer da recuperação.
3° horário
Registro
Previsão no art. 967, CC. O registro é obrigatório, mas sua ausência não afasta a empresariedade.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Direito Empresarial Aula 01
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Na última prova para AGU foi lançada a seguinte questão: Admite-se o exercício da empresa por empresário irregular. A assertativa está correta, visto que o registro não define a caracterização da empresa (enunciado da 1- jornada de Direito civil do CJF/2003). Registro é requisito de regularidade e não de empresariedade.
Enunciado CJF
- Art. 967: A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário.
- Art. 967: A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização.
Na prova da Magistratura Federal - TRF4 - 2010 foi lançada a seguinte questão: Sociedade empresária sem registro pode requerer autofalência. A assertativa está correta, pois, para sofrer as mazelas da lei n° 11.101/05, independe de regularidade, já para obter dela suas vantagens, depende-se da regularidade.
A sujeição à referida lei depende de a natureza da atividade da sociedade ser empresária, independentemente da regularidade advinda do registro. A condição de atividade empresária não está atrelada à regularidade da sociedade (art. 105, IV, lei 11.101/05).
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: [...]
IV - prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
A atividade empresária irregular é punida porque não pode requerer a falência dos outros nem pode requerer a recuperação, já que para isso precisaria comprovar a sua regularidade há mais de dois anos (art. 97, §1°, lei 11.101/05).
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
- o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
- o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
- o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
- qualquer credor.
Direito Empresarial Aula 01
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§ 1° O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas
que comprove a regularidade de suas atividades.
O devedor empresário irregular não pode requerer a recuperação judicial (art. 48, lei 11.101/05).
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que
atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:
- não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
- não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
- não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
- não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada porqualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Quanto à empresariedade, o registro gera efeito declaratório, pois apenas reconhece aquela.
Quanto à existência da relação societária, o registro também gera efeito meramente declaratório.
O conceito de sociedade está previsto no art. 981, CC.
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
Observação: O efeito constitutivo do registro é quanto à aquisição de personalidade das pessoas jurídicas.
Empresário rural
Como exceção da obrigatoriedade do registro, destacam-se os artigos 971 e 984, CC.
O art. 971 do CC regulamenta a atividade rural individual.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede,
Direito Empresarial Aula 01
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caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Já o art. 984 do CC regulamenta a sociedade rural.
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária.
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se subordinará, no que for aplicável, às normas que regem a transformação.
O empresário rural pode se registrar na Junta Comercial do local de sua sede. Trata-se, de forma excepcional, de registro facultativo. Se não promover o registro, não pode ser reputado irregular; mas se o fizer, ficará equiparado ao registro obrigatório. Assim, o registro da atividade rural na Junta não é declaratório, mas constitutivo da empresariedade.
Enunciados do CJF
- Arts. 971 e 984: O empresário rural e a sociedade empresária rural, inscritos no registro público de empresas mercantis, estão sujeitos à falência e podem requerer concordata.
- Arts. 971 e 984: O registro do empresário ou sociedade rural na Junta
Comercial é facultativo e de natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. É inaplicável esse regime ao empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção.
Questão exemplificativa: Coronel possui fazenda de cacau no interior da Bahia e emprega 50 funcionários, mas não fez o registro da atividade na Junta. Considerando o cenário, marque a opção correta.
Trata-se de atividade irregular.
Esse empresário está sujeito à falência, independentemente do registro.
Caso opte pelo registro na Junta, ficará equiparado ao registro obrigatório e sujeitar-se-á à Lei 11.101/05.
Comentários: A letra "a" está errada, pois, enquanto empresário rural, o registo é facultativo e não induz irregularidade;
A letra "b" está errada, pois a sujeição ao direito empresarial, inclusive falimentar, pressupõe que o coronel seja, pela lei, reputado empresário.
Direito Empresarial Aula 01
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aCUR50
ENFA5E
A letra "c" é a resposta correta.
Momento do registro
O art. 967, CC, afirma que o registro deve ser feito antes do início das atividades, entretanto, o art. 998 sustenta que a sociedade deve requerer a inscrição nos trinta dias subseqüentes à sua constituição.
Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
O art. 986 aduz que, enquanto não há registro, a relação societária existe sob a denominação de sociedade em comum.
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples.
Em princípio, não há irregularidade, desde que o registro se realize dentro do prazo de 30 dias. Se o registro é realizado dentro do período legal, o efeito é ex tunc; se feito após o prazo, o efeito é apenas ex nunc. Os efeitos ex tunc não são oponíveis àqueles que não conheciam a situação (art. 1154, CC).
Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições especiais da lei, não pode, antes do cumprimento das respectivas formalidades, ser oposto a terceiro, salvo prova de que este o conhecia.
Parágrafo único. O terceiro não pode alegar ignorância, desde que cumpridas as referidas formalidades.
Enquanto não há registro, a responsabilidade dos sócios é ilimitada (art. 990,
CC).
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
O registro derivado (averbação) também se submete ao prazo de 30 dias. Exemplo, alteração contratual modificando endereço da sede.
Enunciado do CJF afima que a ausência de registro derivado leva aos mesmos efeitos da ausência de registro originário, e portanto, à aplicação das normas da sociedade em comum.
Enunciado CJF IV Jornada de Direito Civil
Direito Empresarial Aula 01
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383 - A falta de registro do contrato social (irregularidade originária - art. 998) ou de alteração contratual versando sobre matéria referida no art. 997 (irregularidade superveniente - art. 999, parágrafo único) conduzem à aplicação das regras da sociedade em comum (art. 986).
Questão exemplificativa: Em 13 de dezembro de 2008, sócios da sociedade A Itda. assinaram distrato social, averbando-o em 02 de janeiro de 2009. Diante disso, pode-se afirmar que a sociedade encontra-se dissolvida desde 13 de dezembro de 2008.
A assertativa está correta, pois a averbação foi efetuada no prazo legal, e portanto, possui efeitos ex tunc. (vide art. 1.151, §§1° e 2°, CC).
Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado.
§ 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos.
§ 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somente produzirá efeito a partir da data de sua concessão.
Essa regra não cabe para qualquer averbação. Constitui uma exceção a previsão dos arts. 1.012 c/c 1.062, ambos do CC.
Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá- lo à margem da inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação, responde pessoal e solidariamente com a sociedade.
Art. 1.062. O administrador designado em ato separado investir-se-á no cargo mediante termo de posse no livro de atas da administração.
§ 1o Se o termo não for assinado nos trinta dias seguintes à designação, esta se tornará sem efeito.
§ 2o Nos dez dias seguintes ao da investidura, deve o administrador requerer seja averbada sua nomeação no registro competente, mencionando o seu nome, nacionalidade, estado civil,residência, com exibição de documento de identidade, o ato e a data da nomeação e o prazo de gestão.
Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br
1
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Direito Empresarial
Aula 2
Direito Empresarial
Aula 2
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Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br
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Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br
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Assuntos tratados:
1° Horário.
S Empresário individual / Natureza Jurídica / Responsabilidade / Capacidade 2° Horário.
S Incapaz como sócio / Sociedade entre marido e mulher 3° Horário.
S Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI / Natureza Jurídica / Instituição / Capital / Nome / Transformação de registro
1° horário
1. Empresário individual
Natureza jurídica
A natureza jurídica do empresário individual é de pessoa física, natural, que não constitui personalidade jurídica.
O empresário individual é, entretanto, equiparado à pessoa jurídica, especialmente, para fins contábeis e tributários. Exemplo, feito registro na Junta, terá inscrição nas Fazendas (Receita Federal, estadual e municipal). Possui, inclusive, CNPJ.
Responsabilidade
A responsabilidade é facilmente identificada, visto que o empresário individual exerce a atividade em nome próprio. A responsabilidade é ilimitada ou integral, inclusive nos bens particulares.
Editou-se enunciado n° 5 da I Jornada do CFJ, Direito comercial, afirmando que, na execução, pelas dívidas da atividade, teria o empresário direito a benefício de ordem para que primeiro sejam atingidos pela penhora os bens decorrentes de uso empresarial em detrimento dos bens pessoais (art. 391, CC e 591, CPC).
5. Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá primeiramente com os bens vinculados à exploração de sua atividade econômica, nos termos do art. 1.024 do Código Civil.
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Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
O art. 978, CC, afirma que o empresário casado, qualquer que seja o regime de bens, pode dispor dos bens imóveis que integrem o patrimônio da empresa sem a necessidade da outorga conjugal. (Vide Enunciado n° 6, I Jornada de Direito Comercial, CJF). As ferramentas para o exercício da profissão são bens exclusivos.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
6. O empresário individual regularmente inscrito é o destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa, desde que exista, se for o caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de Imóveis, devendo tais requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis
Capacidade
Não se deve confundir a capacidade para ser empresário individual com a capacidade para ser sócio.
O art. 972, CC, prevê dois requisitos para que alguém possa ser empresário individual: i) capacidade civil plena, onde se incluem também os emancipados; ii) que o empresário não seja, por lei, impedido.
Exemplos para impedimento: a decretação da falência e eventual extinção das obrigações falimentares (art. 102 e 158, lei 11.101/05); funcionário e servidor público;
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
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Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro.
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
- o pagamento de todos os créditos;
- o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;
- o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei;
- o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
Observação: Qual o efeito da falência de uma pessoa jurídica sobre seus
sócios?
Resposta: Se o sócio tem responsabilidade ilimitada, a falência da sociedade acarretará a falência dos sócios (art. 81 e 190, lei 11.101/05). Por outro lado, se os sócios forem limitadamente responsáveis, a falência da sociedade não se estenderá, em regra, aos seus sócios.
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem.
§ 1o O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos de 2 (dois) anos, quanto às dívidas existentes na data do arquivamento da alteração do contrato, no caso de não terem sido solvidas até a data da decretação da falência.
§ 2o As sociedades falidas serão representadas na falência por seus administradores ou liquidantes, os quais terão os mesmos direitos e, sob as mesmas penas, ficarão sujeitos às obrigações que cabem ao falido.
Art. 190. Todas as vezes que esta Lei se referir a devedor ou falido, compreender- se-á que a disposição também se aplica aos sócios ilimitadamente responsáveis.
Os servidores e funcionários públicos não podem exercer a atividade empresária como empresário individual, pois, haveria uma incompatibilidade de tempo e, porque, presume-se que aquele faria uso da máquina do Estado como
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fomento para a atividade privada. Há liberdade para que seja sócio, desde que não seja administrador.
Observação: Concurso da Magistratura Federal da 2- região abordou o seguinte tema: Servidor público cotista ou acionista pode ser majoritário. O que ele não pode é exercer função de administrador, salvo, como membro do Conselho de Administração de Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista. Essa regra também vale para agentes políticos, exemplo, magistrados, com as devidas ressalvas do respectivo estatuto.
O incapaz, como regra, não pode ser empresário individual. Excepcionalmente, poderá nas hipóteses continuativas previstas no art. 974, CC: i) sucessão causa mortis; ii) incapacidade superveniente. O objetivo é a preservação da empresa.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuara empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá- la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.
§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei n° 12.399, de 2011)
- o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei n° 12.399, de 2011)
- o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei n° 12.399, de 2011)
- o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. (Incluído pela Lei n° 12.399, de 2011)
Em ambas as hipóteses, o menor deverá ser representado ou assistido. Ressalta-se que tal ato demanda autorização judicial, que poderá se dar por mero alvará nos próprios autos da interdição ou sucessão. Esse alvará autorizativo gera decisão precária, ou seja, que pode ser modificada a qualquer tempo, por não fazer
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coisa julgada material. Se o representante ou assistente estiver sob impedimento, deve ser nomeado um gerente para conduzir as atividades empresárias.
Concurso recente da Magistratura Estadual abordou o tema, afirmando que quem nomeia o gerente é o próprio representante ou assistido e o juiz apenas autoriza (vide art. 975, CC).
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
O art. 974, §2°, CC afirma que os bens que o incapaz já possuía antes da sucessão ou da interdição não se sujeitarão aos riscos futuros da atividade, desde que estanhos à empresa. Exemplo, empresário possuía diversos bens havidos antes e, depois, se torna incapaz, sendo interdito. Dessa forma, tais bens estarão protegidos, expondo-se a risco somente aqueles adquiridos após a incapacidade.
2° horário
Incapaz como sócio
Observação: O incapaz pode ser sócio, até mesmo originalmente (art. 974, §3°,
CC).
Art. 974, §3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei n° 12.399, de 2011)
- o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei n° 12.399, de 2011)
- o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei n° 12.399, de 2011)
- o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. (Incluído pela Lei n° 12.399, de 2011)
O incapaz somente pode ser sócio quando, na sociedade, tiver responsabilidade limitada (Ltda., art. 1052, CC / S.A., art. 1° da lei 6.404/76 / como comanditário em comandita simples, art. 1.045,CC / e como investidor de comandita por ações, art. 1.090, CC.)
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
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Art. 1° A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias:	os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação.
Os incisos do art. 974, §3° são cumulativos e tratam dos requisitos para que o incapaz possa ser sócio. O inciso I aduz que o sócio incapaz não pode exercer a administração na sociedade e se fundamenta no fato de que a administração societária é personalíssima e, portanto, não admite assistência ou representação.
O inciso II trata de outro requisito que é o capital social totalmente integralizado. Sempre se teve a ideia de que para que o incapaz pudesse ser sócio em Ltda., só poderia sê-lo se o capital social já estivesse todo integralizado.
Na S.A., a responsabilidade dos acionistas também é limitada, entretanto, não reside solidariedade entre aqueles pelo capital que ainda não está integralizado. Portanto, não precisa o capital estar totalmente integralizado para que o incapaz possa ser sócio.
Concurso da CESPE para AGU de 2009 (antes da mudança legislativa que passou a exigir o capital todo integralizado) considerou como correta a seguinte alternativa: "o incapaz pode ser sócio na S.A. desde que o capital esteja integralizado e ele não exerça função de administrador." Enunciado 467, V Jornada, afirma que a exigência de capital integralizado não se aplica à sociedade anônima. Atualmente, a posição tecnicamente mais correta é o entendimento estabelecido no enunciado.
467) Art. 974, § 3°. A exigência de integralização do capital social prevista no art. 974, § 3°, não se aplica à participação de incapazes em sociedades anônimas e em sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada nas quais a integralização do capital social não influa na proteção do incapaz.
Cumpre destacar que a única sociedade em que a falta de integralização acarreta risco é a sociedade limitada.
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Sociedade entre marido e mulher - Art. 977, CC
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
Concurso da CESPE abordou o tema e considerou como ERRADA a seguinte questão: "Marido e mulher podem ser sócios entre si, desde que não casados em regime de comunhão universal ou separação convencional".
Marido e mulher podem ser sócios, salvo em comunhão universal ou separacão obrigatória ou legal de bens.
Contudo, poderiam ser sócios de terceiros. Isso porque essa limitacão e inter conjuges, e não em relacão a terceiros. Vide enunciado 205 do CJF.
205 - Art. 977: Adotar as seguintes interpretações ao art. 977: (1) a vedação à
participação de cônjuges casados nas condições previstas no artigo refere-se
unicamente a uma mesma sociedade; (2) o artigo abrange tanto a participação
originária (na constituição da sociedade) quanto a derivada, isto é, fica vedado o
ingresso de sócio casado em sociedade de que já participa o outro cônjuge.
O legislador proibiu a sociedade quando o regime for de comunhãouniversal para evitar a confusão patrimonial. O professor Pablo Arruda critica essa vedação porque podem haver bens exclusivos (advindos de doação ou sucessão causa mortis, por exemplo).
Se o matrimônio for contraído antes do advento do CC/02, o casal pode contratar sociedade.
Há proibição de contratar sociedade quando o regime for de separação obrigatória, visto que o entendimento é no sentido de que o patrimônio deve verticalizar a partir de 70 anos de idade.
Na regime de separação convencional, o patrimônio é totalmente exclusivo e, por isso, os cônjuges podem contratar sociedade.
Não se aplica o caput do art. 2031, CC, nas hipóteses que possam interferir na substância do negócio jurídico das relações conjugais que contraíram sociedade entre si antes do CC/02, poi estão sob o manto o direito adquirido e ato jurídico perfeito. Vide enunciado 204 CJF.
Art. 2.031. As associações, sociedades e fundações, constituídas na forma das leis anteriores, bem como os empresários, deverão se adaptar às disposições deste Código até 11 de janeiro de 2007.
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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às organizações religiosas nem aos partidos políticos.
Enunciado n° 204 - Art. 977: A proibição de sociedade entre pessoas casadas sob o regime da comunhão universal ou da separação obrigatória só atinge as sociedades constituídas após a vigência do Código Civil de 2002.
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2. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI
Natureza Jurídica
A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) foi inserida no CC/02 pela Lei n° 12.441/11, entrando em vigor em janeiro de 2012.
EIRELI é pessoa jurídica de direito privado. Ressalta-se que não se trata de sociedade, mas sim, de nova pessoa jurídica de direito privado inserida no Código Civil.
Fabio Ullhoa defende a Eireli como sociedade unipessoal, entretanto, o entendimento dominante é de que Eireli não é sociedade (art. 44, VI, CC). Vide Enunciados 3 e 469, CJF.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
- as associações;
- as sociedades;
- as fundações.
- as organizações religiosas; (Incluído pela Lei n° 10.825, de 22.12.2003)
- os partidos políticos. (Incluído pela Lei n° 10.825, de 22.12.2003)
- as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei n°
12.441, de 2011) (Vigência)
Enunciado n° 3. A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI não é sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária.
Enunciado n° 469 - Arts. 44 e 980-A: A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado.
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A Eireli iria nascer como sociedade, entretanto, houve mudança no projeto de lei, alterando-a para pessoa jurídica de direito privado. Entretanto, ficaram alguns resquícios de sociedade, exemplo, art. 980-A, §1° e §3°.
Art. 980-A, §1° - O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei n° 12.441, de 2011) (Vigência)
§3° - A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei n° 12.441, de 2011) (Vigência)
O legislador, no § 6°, 980-A, afirma que aplicam-se às Eirelis as normas das sociedades limitadas. Dessa aplicação surgiu a ideia de que a responsabilidade do instituidor é limitada e de que a Eireli pode ser administrada por terceiro, que não seja o próprio instituidor.
§6° - Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei n° 12.441, de 2011) (Vigência)
Instituição
A Eireli não possui sócio, mas sim, instituidor, que opera sozinho (como titular) no negócio, ainda que organize pessoas (Eireli empresária).
Apesar de o caput do art. 980-A afirmar que a Eireli poderá ser constituída por pessoa, a posição que predomina é a de que somente pessoa física capaz e não impedida pode instituir eireli. O que aproxima da figura do empresário individual. Vide enunciado 468, CJF, V Jornada de Direito Civil e Instrução Normativa 117/11 do DNRC.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei n° 12.441, de 2011) (Vigência)
Enunciado n° 468 - Art. 980-A: A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser constituída por pessoa natural.
Vide Instrução Normativa n° 117/2011.
1.2.10 - CAPACIDADE PARA SER TITULAR
Pode ser titular de EIRELI a pessoa natural, desde que não haja impedimento legal:
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maior de 18 anos, brasileiro(a) ou estrangeiro(a), que se achar na livre administração de sua pessoa e bens;
menor emancipado:
* por concessão dos pais, ou de um deles na falta de outro se o menor tiver dezesseis anos completos;
A outorga constará de instrumento público, que deverá ser inscrito no Registro Civil das Pessoas Naturais e arquivado na Junta Comercial.
por sentença do juiz que, também, deverá ser inscrita no Registro Civil das Pessoas Naturais;
pelo casamento;
pelo exercício de emprego público efetivo (servidor ocupante de cargo em órgão da administração direta, autarquia ou fundação pública federal, estadual ou municipal);
pela colação de grau em curso de ensino superior; e
pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria;
2.11 - IMPEDIMENTO PARA SER TITULAR
Não pode ser titular de EIRELI a pessoa jurídica, bem assim a pessoa natural impedida por norma constitucional ou por lei especial.
O parágrafo 2° afirma que a pessoa física só pode instituir uma Eireli. Tal parágrafo fomenta ainda mais a discussão a respeito de pessoas jurídicas ou físicas instituirem Eirelis.
Art. 980-A, §2° - A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei n° 12.441, de 2011) (Vigência)
Alguns afirmam ser uma confirmação de que apenas pessoas físicas podem instituir Eirelis. Outros defendem que não, pelo que pessoas jurídicas também poderiam fazê-lo, mas em relação às pessoas físicas haveria essa limitação de uma por pessoa. O que predomina é que pessoa física pode instituir uma única Eireli.
Capital
O capital da Eireli somente pode ser formado por bens ou dinheiro (art. 1.055, §2°), não se pode integralizar o capital com serviços. Nada impede que se integralize o capital com créditos decorrentes de prestação de serviços e cessão de bens de uso material (art. 980-A, §5°). Exemplo, compositor cria música e a cede para terceiro,
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mediante remuneração. O crédito decorrente da obra poderá ser integralizado na Eireli.
Art.1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio.
§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.
Art. 980-A, §5° - Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela Lei n° 12.441, de 2011) (Vigência)
O capital mínimo a se investir é de cem vezes o maior salário mínimo vigente no país (art. 980-A, caput).
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei n° 12.441, de 2011) (Vigência)
O caput do art. 980-A é atacado por ADI em curso e há projeto de lei para reduzir o valor pela metade. Esse valor deve ser integralizado no ato da constituição, diferentemente das sociedades, onde a integralização pode ser diferida. Não se exige prova, bastando apenas a declaração no ato do registro. Quando feita a integralização com bens, não se exige prova da avaliação de tais bens.
Nome
Art. 980-A, §1° - O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.
A Eireli, tal qual a sociedade limitada, pode adotar tanto firma quanto denominação social (Instrução normativa 116/11).
O tipo de nome firma é aquele em que é confeccionado com o nome da pessoa
física.
Em regra, a formação da denominação pressupõe, como núcleo, o objeto, a atividade. Entretanto, pode-se utilizar somente o nome fantasia para a formação de Eireli. Na qual sempre, ao final, utilizar-se-á a expressão "Eireli".
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Transformação de registro
A transformação de registro possui previsão no § 3°, 980-A c/c parágrafo único do art. 1.033, CC.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
§ 3° A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração.
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
- o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
- o consenso unânime dos sócios;
- a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
- a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
- a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.
É possível transformar a limitada, absorvendo as cotas do outro sócio que tem 1% , por exemplo, e formar uma Eireli.
Assim, quem tem uma Eireli pode transformá-la em limitada, mas passará a ter registro de sociedade, e não apenas de pessoa jurídica. Existe, portanto, possibilidade de transformação entre elas.
Os efeitos da responsabilidade são ex nunc. Quanto às obrigações anteriores, a responsabilidade persiste como ilimitada.
Essas transformabilidade também se aplica à sociedade anônima. Enunciado CJF. Existe total transformação entre Eireli e empresário individual.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
O CC e a Lei de S.A. conceituam transformação como a mudança de um tipo societário para outro, ou seja, de uma roupagem societária em outra (art. 220, Lei 6.404/76). Trata-se do conceito ortodoxo de transformação.
Art. 220. A transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro.
Parágrafo único. A transformação obedecerá aos preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo a ser adotado pela sociedade.
O CJF, por sua vez, preferiu, ao invés de ampliar o conceito de transformação para abarcar o que acontece na sociedade, diferenciá-la da que acontece nas sociedades, nao sendo a transformação que existe no CC e na Lei da S.A.
O §4° do art. 980-A, CC, foi objeto de veto presidencial para evitar a perpetuação da fraude. CJF entende que pode ser aplicada a teoria da desconsideração, desde que presentes os pressupostos.
Direito Empresarial
Aula 2
Direito Empresarial
Aula 2
Por fim, a Eireli pode ser administrada pelo próprio instituidor e/ou por terceiro.
Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br
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Acesso nosso site: www.cursoenfase.com.br
Assuntos tratados:
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1° Horário.
S Direito societário / Elementos essenciais da sociedade 2° Horário.
S Sociedades em espécie / Sociedades não personificadas / Sociedade em
comum
3° Horário.
S Sociedade em conta de participação
1° horário
1. Direito societário
Elementos essenciais da sociedade
São cinco os elementos essenciais da sociedade. Quatro deles estão previstos no art. 981, CC/02 e o quinto elemento está previsto no art. 5°, XX, CRFB/88.
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, % garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
A) Pluripessoalidade: A pluralidade de sócios é o primeiro elemento essencial da sociedade.
Observação: Há algumas situações legais de exceção da pluripessoalidade. São duas hipóteses em que a sociedade é unipessoal, e outras duas em que a sociedade está unipessoal (transitória).
Hipóteses em que a sociedade é unipessoal:
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Sociedade subsidiária integral (Lei 6.404/76, art. 251): é integral porque a integralidade do capital pertence a uma só pessoa. Exemplo: BR Distribuidoria possui apenas um acionista.
Essa sociedade é, necessariamente, S.A., mas aquela que a constitui não precisa de ser. Somente a sociedade brasileira pode fazer. A sociedade subsidiária integral é constituída por escritura pública;
Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionistasociedade brasileira.
§l° - A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária integral deverá aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo 8°, respondendo nos termos do § 6° do artigo 8° e do artigo 10 e seu parágrafo único.
§2° - A companhia pode ser convertida em subsidiária integral mediante aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas ações, ou nos termos do artigo 252.
Empresa pública: É constituída por capital exclusivamente público, composto por um ou mais entes da federação. Exemplo: BNDES. A empresa pública é regida pelas normas da lei de S.A.
Hipóteses em que a sociedade está unipessoal.
i) A sociedade pode permanecer unipessoal somente até 180 dias, so pena de dissolução (art. 1.033, IV, CC/02);
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
- o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
- o consenso unânime dos sócios;
- a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
- a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
- a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o
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disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Redação dada pela Lei n° 12.441, de 2011) (Vigência)
ii) A S.A. será dissolvida se não for reconduzida a sua pluripessoalidade dentro do respectivo prazo. A unipessoalidade transitória para S.A está prevista no art. 206, I, "d" lei 6.404/76. A unipessoalidade evidenciada em uma Assembleia Geral Ordinária (AGO) deve cessar até que seja instalada a próxima AGO. Uma mesma companhia pode participar de duas AGO's seguidas, desde que, entre elas, reconduza-se a pluripessoalidade e, após, retome a unipessoalidade.
Art. 206. Dissolve-se a companhia:
- de pleno direito:
pelo término do prazo de duração;
nos casos previstos no estatuto;
por deliberação da assembléia-geral (art. 136, X); (Redação dada pela Lei n° 9.457, de 1997)
pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251;
pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.
B) Contribuição dos sócios: É o segundo elemento essencial da sociedade. A contribuição pode ser com bens ou serviços, entretanto, somente em duas sociedades se admite a contribuição que consiste em serviço, que são a simples pura e a cooperativa (vide enunciado n° 206, CJF, III Jornada de Direito Civil).
Enunciado 206 - Arts. 981, 983, 997, 1.006, 1.007 e 1.094: A contribuição do sócio exclusivamente em prestação de serviços é permitida nas sociedades cooperativas (art. 1.094, I) e nas sociedades simples propriamente ditas (art. 983, 2$ parte).
A proibição da sociedade Ltda. está prevista no art. 1.055, §2°, CC; e da S.A, no art. 7°, Lei 6.404.
Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio.[...]
§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.
Art. 7°, Lei 6.404/76 - O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.
O art. 1.006 do CC aduz que o sócio que contribui com serviços deve ter dedicação exclusiva.
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Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído.
O art. 1.026, CC afirma que o fruto das quotas do sócio pode ser penhorado em execução, entretanto, essa penhorabilidade não recai sobre o sócio que contribui com serviços, pois, o fruto dessa cota possui natureza alimentar (vide enunciado 388 e 389, CJF, I Jornada de Direito Civil).
Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação.
Enunciado 388 - Art. 1.026: O disposto no art. 1.026 do Código Civil não exclui a possibilidade de o credor fazer recair a execução sobre os direitos patrimoniais da quota de participação que o devedor possui no capital da sociedade.
Enunciado 389 - Art. 1.026: Quando se tratar de sócio de serviço, não poderá haver penhora das verbas descritas no art. 1026, se de caráter alimentar.
A contribuição com bens admite qualquer bem suscetível de avaliação pecuniária (móveis, imóveis, créditos, títulos de crédito, dentre outros). Apenas nas sociedades por ações (Comandita e S.A.), esses bens devem ser formalmente avaliados, segundo o art. 8° da Lei 6.404/76. Essa avaliação deve ser realizada por três peritos ou uma empresa especializada. Nas demais sociedades, a avaliação é feita pelos sócios, sem formalidade.
Art. 8° A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por empresa especializada, nomeados em assembléia-geral dos subscritores, convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em primeira convocação com a presença desubscritores que representem metade, pelo menos, do capital social, e em segunda convocação com qualquer número.
§1° - Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação adotados e instruído com os documentos relativos aos bens avaliados, e estarão presentes à assembléia que conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações que lhes forem solicitadas.
§2° - Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembléia, os bens incorporar- se-ão ao patrimônio da companhia, competindo aos primeiros diretores cumprir as formalidades necessárias à respectiva transmissão.
§3° - Se a assembléia não aprovar a avaliação, ou o subscritor não aceitar a avaliação aprovada, ficará sem efeito o projeto de constituição da companhia.
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§4° - Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio da companhia por valor acima do que lhes tiver dado o subscritor.
§5° - Aplica-se à assembléia referida neste artigo o disposto nos §§ 1° e 2° do artigo 115.
§6° - Os avaliadores e o subscritor responderão perante a companhia, os acionistas e terceiros, pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo na avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenham incorrido; no caso de bens em condomínio, a responsabilidade dos subscritores é solidária.
A integralização com bens produz os mesmos efeitos de uma compra e venda, significando que o sócio integralizante responde pelos vícios da coisa (redibitórios e evictórios) como se vendedor fosse.
Em se tratando de integralização com bem imóvel, dispensa-se a lavratura de escritura pública. A transferência de propriedade se realiza com o contrato social ou estatuto que pode ser levado a registro no Registro de Imóveis.
CJF entende que essa possibilidade de dispensa de escritura públicaalcança não só as sociedades empresárias, mas também, as sociedades simples.
2° horário
Incide ITBI na integralização de bem imóvel, visto que produz efeitos de compra e venda?
A CRFB/88 aduz que essa operação é imune de ITBI, segundo art. 156, §2°. Tal imunidade é condicionada, visto a sociedade não ser preponderantemente imobiliária. Caso não se implemente a referida condição, há a incidência do ITBI.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
- propriedade predial e territorial urbana;
- transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
- serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 3, de 1993)
- (Revogado pela Emenda Constitucional n° 3, de 1993)
[...]
§ 2° - O imposto previsto no inciso II:
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- não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
- compete ao Município da situação do bem.
O STJ entende que na transmissão de terreno foreiro incide laudêmio, visto a operação ser onerosa.
A integralização de capital social com créditos produz efeitos de cessão civil de crédito. Porém, com garantia de solvência, não admitindo cláusula em contrário. Vide Art. 10, p.u. da Lei 6.404 e art. 1.005, CC/02.
Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que contribuírem com bens para a formação do capital social será idêntica à do vendedor.
Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.
Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, responde pela evicção; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito.
Fim econômico: É o terceiro elemento essencial da sociedade. Toda sociedade possui fim econômico.
Partilha dos resultados: É o quarto elemento essencial da sociedade. Se a sociedade produz resultado econômico, esse resultado é partilhável entre os sócios. Exemplo, art. 1.008, CC/02 e art. 109, inciso I, Lei 6.404/76.
Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.
Art. 109, lei 6.404/76. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:
- participar dos lucros sociais;
Livre associação: É o quinto elemento essencial da sociedade, com previsão no art. 5°, XX, CRFB/88. O direito de retirada da sociedade se fundamenta nesse dispositivo. Nas sociedades regidas pelo Código Civil, o direito de retirada está previsto no art. 1.029, sendo esse direito livre e extrajudicial se a sociedade opera por prazo indeterminado. Se operar por prazo determinado, a retirada da sociedade deve ser motivada e reconhecida judicialmente.
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Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa.
Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os demais sócios optar pela dissolução da sociedade.
Sem prejuízo da regra geral do art. 1.029, na sociedade Ltda., a dissidência (não consentir com a aprovação de certas matérias em Assembleia) permite a retirada, vide art. 1.077, CC.
Art. 1.077. Quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subseqüentes à reunião, aplicando-se, no silêncio do contrato social antes vigente, o disposto no art. 1.031.
Nas sociedades de pessoas, observa-se o affectio societatis. Nas sociedades por ações, em regra, não se observa tal instituto. Sendo assim, na S.A, a retirada deve ser motivada (art. 109, V, Lei 6.404/76). O art. 137 da lei de S.A. afirma que o acionista dissidente em certas matérias (art. 136, I a VI e IX) pode se retirar da sociedade.
Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45), observadas as seguintes normas: (Redação dada pela Lei n° 10.303, de 2001)
- nos casos dos incisos I e II do art. 136, somente terá direito de retirada o titular de ações de espécie ou classe prejudicadas; (Incluído pela Lei n° 9.457, de 1997)
- nos casos dos incisos IV e V do art. 136, não terá direito de retirada o titular de ação de espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado, considerando-se haver: (Redação dada pela Lei n° 10.303, de 2001)
liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado que a represente, integre índice geral representativo de carteira de valores mobiliários admitido à negociação no mercado de valores mobiliários, no Brasil ou no exterior, definido pela Comissão de Valores Mobiliários; e (Redação dada pela Lei n° 10.303, de 2001)
dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou outras sociedades sob seu controle detiverem menos da metade da espécie ou classe de ação; (Redação dada pela Lei n° 10.303, de 2001)
- no caso do inciso IX do art. 136, somente haverá direito de retirada se a cisão implicar: (Redação dada pela Lei n° 10.303, de 2001)
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mudança do objeto social, salvo quando o patrimônio cindido for vertido para sociedade cuja atividade preponderante coincida com a decorrente do objeto social da sociedade cindida; (Incluída pela Lei n° 10.303, de 2001)
redução do dividendo obrigatório; ou (Incluída pela Lei n° 10.303, de 2001)
participação em grupo de sociedades; (Incluída pela Lei n° 10.303, de 2001)
- o reembolso da ação deve ser reclamado à companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da ata da assembléia-geral; (Redação dada pela Lei n° 10.303, de 2001)
- o prazo para o dissidente de deliberação de assembléia especial (art. 136, § 1o) será contado da publicação da respectiva ata; (Redação dada pela Lei n° 10.303, de 2001)
- o pagamento do reembolso somente poderá ser exigido após a observância do disposto no § 3o e, se for o caso, da ratificação da deliberação pela assembléia- geral. (Incluído pela Lei n° 10.303, de 2001)
§ 1° O acionista dissidente de deliberação da assembléia, inclusive o titular de ações preferenciais sem direito de voto, poderá exercer o direito de reembolso das ações de que, comprovadamente, era titular na data da primeira publicação do edital de convocação da assembléia, ou na data da comunicação do fato relevante objeto da deliberação, se anterior. (Redação dada pela Lei n° 9.457, de 1997)
§ 2o O direito de reembolso poderá ser exercido no prazo previsto nos incisos IV ou V do caput deste artigo, conforme o caso, ainda que o titular das ações tenha se abstido de votar contra a deliberação ou não tenha comparecido à assembléia. (Redaçãodada pela Lei n° 10.303, de 2001)
§ 3o Nos 10 (dez) dias subsequentes ao término do prazo de que tratam os incisos IV e V do caput deste artigo, conforme o caso, contado da publicação da ata da assembléia-geral ou da assembléia especial que ratificar a deliberação, é facultado aos órgãos da administração convocar a assembléia-geral para ratificar ou reconsiderar a deliberação, se entenderem que o pagamento do preço do reembolso das ações aos acionistas dissidentes que exerceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade financeira da empresa. (Redação dada pela Lei n° 10.303, de 2001)
§ 4° Decairá do direito de retirada o acionista que não o exercer no prazo fixado. (Incluído pela Lei n° 9.457, de 1997)
Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, para deliberação sobre: (Redação dada pela Lei n° 9.457, de 1997)
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- criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações preferenciais existentes, sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto; (Redação dada pela Lei n° 10.303, de 2001)
- alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida; (Redação dada pela Lei n° 9.457, de 1997)
- redução do dividendo obrigatório; (Redação dada pela Lei n° 9.457, de 1997)
- fusão da companhia, ou sua incorporação em outra; (Redação dada pela Lei n° 9.457, de 1997)
- participação em grupo de sociedades (art. 265); (Redação dada pela Lei n° 9.457, de 1997)
- mudança do objeto da companhia; (Redação dada pela Lei n° 9.457, de 1997) [...]
IX - cisão da companhia; (Incluído pela Lei n° 9.457, de 1997)
O acionista dissidente na S.A. que exerce a retirada possui direito a reembolso (art. 45).
Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembléia- geral o valor de suas ações.
[...]
Observação: O STJ entende que na S.A. de capital fechado pode haver affectio societatis, especialmente, quando a companhia é de formação familiar.
Sociedades em espécie
As sociedades em espécie dividem-se em dois grupos: as sociedades personificadas e as não personificadas.
Sociedades não personificadas
Sociedade em comum
A sociedade em comum é regida pelos arts. 986 a 990, CC/02. É assim chamada, pois, enquanto lhe falta registro, os bens, direitos e dívidas afetos à sociedade pertencem aos sócios em comum (em condomínio). A isso se denomina de patrimônio especial, vide art. 988.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo.
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum.
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer.
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
A sociedade comum, subdiariamente, rege-se pelo capítulo de sociedade simples pura.
As normas da sociedade em comum são destinadas às sociedades em fase de constituição, salvo a S.A.
A prova da existência da sociedade em comum é promovida mediante qualquer documento escrito pelos sócios e, por qualquer meio lícito, pelos terceiros de boa-fé, vide art. 987, CC. Cria-se uma dificuldade probatória dentre os sócios, a fim de se agilizar o registro da sociedade.
A responsabilidade dos sócios na sociedade comum é ilimitada, visto que a sociedade não possui personalidade antes do registro dos atos constitutivos, e, sendo assim, não possui patrimônio próprio, vide arts. 989 e 990. Entre os sócios, a responsabilidade é solidária.
3° horário
Há benefício de ordem para os sócios?
O benefício de ordem se exerce sobre coisa e não sobre pessoa. Sendo assim, há benefício de ordem para os bens afetos ao negócio.
O benefício de ordem não pode ser exercido pelo sócio que houver contratado pela sociedade.
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aCUR50
ENFA5E
Sociedade em conta de participação - SCP
Possui previsão nos art. 991 a 996, CC/02.
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social.
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito.
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais.
§ 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios.
§ 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário.
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido.
Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais.
Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual.
Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo.
A sociedade em conta de participação é não personificada porque a lei assim a definiu, mesmo que seja levada a registro. A ausência de personalidade não induz irregularidade, a não ser que o objeto seja ilícito.
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Na sociedade por conta de participação, necessariamente,

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