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Processo Coletivo - João Paulo Lordelo Processo Coletivo - João Paulo Lordelo O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Sumário Teoria Geral do Processo Coletivo 3 Fundamentos do Processo Coletivo 3 Conceito 3 História da metodologia processual 3 Evolução do processo coletivo no Brasil 4 Modelos de ação coletiva no mundo 5 Alemão (associativo) 5 Class Actions (EUA) 5 Direitos Meta Individuais 5 Classificação do processo coletivo 6 Sujeito 6 Objeto 7 Princípios do Processo Coletivo 8 Princípio da indisponibilidade mitigada da ação coletiva 8 Princípio da indisponibilidade da execução coletiva 8 Princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do mérito 9 Princípio do máximo benefício da tutela jurisdicional coletiva 9 Princípio do ativismo judicial ou da máxima efetividade do processo coletivo 10 Princípio da não taxatividade 13 Princípio da ampla divulgação da demanda coletiva 13 Princípio da integratividade do microssistema processual coletivo 13 Princípio da adequada representação ou do controle judicial da legitimação coletiva 14 Objeto do processo coletivo 16 Classificação de Barbosa Moreira (Antônio Gidi) 16 Direitos Naturalmente Coletivos 17 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Direitos Acidentalmente Coletivos 18 Coisa julgada 19 Limites Objetivos no processo coletivo 19 Limites Subjetivos 19 Modo de Produção 20 Questões sobre o regime jurídico da coisa julgada coletiva 21 Assistentes litisconsorciais 21 Suspensão da ação individual 22 Sentença individual transitada em julgada anterior ao ajuizamento de ação coletiva 23 Extensão da Coisa julgada 23 Relação entre demandas 25 Sistemas 25 Relação entre Processos Individuais 25 Ação Coletiva x Individual 25 Ação Coletiva x Coletiva 25 Critério para prevenção 26 Competência 26 Funcional 26 Material 27 Valorativo 27 Territorial 27 Execução, liquidação e cumprimento de sentença 28 Direitos Difusos e Coletivos em sentido estrito 28 Direitos Individuais Homogêneos 29 Liquidação pelos próprios indivíduos 29 Liquidação pelo Ente coletivo 29 Fluid Recovery (pretensão residual) 31 Prescrição 31 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Bibliografia S Hugo Nigro Mazzilli - A defesa dos direitos difusos em juízo - Ed. Saraiva S Fredie Didier Júnior - Processo Coletivo - Ed. Jus Podivum S Cléber Masson - Interesses Difusos e Coletivos Esquematizado - Ed. Método Teoria Geral do Processo Coletivo Fundamentos do Processo Coletivo O processo coletivo possui dois fundamentos: o primeiro fundamento é de ordem sociológica e o segundo, de ordem político. O processo coletivo em sua ordem sociológica visa promover o acesso à justiça. Exemploi: Uma lata de leite faz a propaganda de possuir 1 kg. Entretanto, ao pesar o conteúdo da embalagem, esta somente contém 800g. Ninguém individualmente ajuizará uma ação para ter reparado 200g de leite, ficando impune a empresa violadora dos direitos do consumidor. A ação coletiva permite responsabilizar os violadores de direitos coletivos em sentido amplo. O processo coletivo em sua ordem política visa à economia processual. Resolvem-se diversas demandas individuais de uma única vez. Exemplo2: Expurgos inflacionários. Uma decisão resolverá milhares de demanda. Conceito O processo coletivo é aquele instaurado por ou em face de um legitimado autônomo, em que se postula um direito coletivo em sentido amplo ou se afirma a existência de uma situação jurídica coletiva passiva. É um processo em que a coletividade está no polo ativo ou passivo. O processo coletivo não se resume às ações coletivas ativas. História da metodologia processual A ciência processual passou basicamente por três fases: sincretismo processual, autonomismo e instrumentalidade. Há autores que colocam o neoprocessualismo como quarta fase e autores que o colocam na terceira fase. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. O Sincretismo processual ou civilismo é marcado pela ausência de uma ciência processual autônoma. O processo se confundia com o próprio direito material. O sincretismo perdurou até o ano de 1868. O autonomismo ocorreu de 1868 até 1950 e é marcada pelo doutrinador chamado Bülow, que definiu o processo como algo destacado do direito material. A consequência desta visão foi a construção de institutos inúteis de direitos processuais e o enfraquecimento do direito material. A instrumentalidade ou instrumentalismo é conhecido como fase de acesso à justiça e iniciou-se em 1950, perdurando até o momento. Mauro Cappelletti e Brian Garth produziram a obra "Acesso à justiça" que trata das chamadas ondas renovatórias do direito processual. Questiona-se o que deve mudar para que haja maior acesso à justiça. Exemplo3: Ninguém possuía celular há alguns anos atrás. Hoje praticamente todas as pessoas possuem celular. E possuir celular é possuir problemas com operadoras de telefonia, o que massificou as demandas judiciais de pequenas causas. Existem três ondas renovatórias: S Justiça aos pobres: no Brasil tenta-se garantir a justiça aos pobres com o empoderamento das Defensorias Públicas. S Coletivização do processo: consiste na desistência de bens e direitos de titularidade indeterminada para que determinados grupos o tutelem, desinteresse econômico dos particulares na defesa dos direitos difusos, economia processual. S Efetividade do processo: os institutos do direito processual civil individual são inadequados ao processo coletivo. Como exemplos, a ideia de legitimidade no processo individual é inadequada ao processo coletivo, que demanda outro tipo de legitimidade, assim como o instituto é a coisa julgada. S Evolução do processo coletivo no Brasil A evolução do processo coletivo no Brasil começou a partir da Lei 6.938/81, que é a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. Esta Lei é um marco, pois prevê que a tutela ao meio ambiente deve ser feita pelo Ministério Público por meio de uma Ação Civil Pública (ACP). Lei 6.938/81 - Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. § 1° - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. Em seguida, com disciplina mais instrumentalista, adveio a Lei 7.347/85. A potencialização do processo coletivo ocorreu com a edição do CDC. Existem alguns retrocessos no processo coletivo, especialmente pelo Poder Público, que tenta restringir ao máximo o alcance do processo coletivo. O maior exemplo deste retrocesso é a eficácia da coisa julgada no processo coletivo. Modelos de ação coletiva no mundo Alemão (associativo) O modelo alemão de processo coletivoé marcado pelo empoderamento das associações. A legitimidade recai especialmente nas associações, pessoas jurídicas de direito privado. Class Actions (EUA) O modelo americano de processo coletivo é marcado pela representação adequada, que significa que o juiz faz o controle do legitimado coletivo, que pode ser inclusive o indivíduo. Qualquer pessoa típica daquele conflito pode ajuizar demanda coletiva. A coisa julgada nos EUA se estende a todos, independentemente do resultado, a não ser que exercido o direito de retirada (opt out). Direitos Meta Individuais Existe uma clássica doutrina da teoria geral do direito que divide os direitos entre público e privado. O direito público existiria relação de verticalidade entre o Estado e o particular. O direito priva seria o direito a regulamentar os interesses privados. Esta classificação perdeu sua força ao longo dos anos, pois no próprio Código Civil há normas de interesse público, normas cogentes (casamento, direito de sucessão) e foi sepultada com a teoria dos direitos meta individuais, transindividuais ou coletivos em sentido amplo. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Os direitos meta individuais, transindividuais ou coletivos em sentido amplo são direitos que não são privados ou públicos. São três as grandes diferença entre o processo individual e o processo coletivo. O processo coletivo envolve um grupo de pessoas, seja no polo ativo ou passivo, além disso, pode haver conflituosidade entre os membros do grupo, especialmente quando envolvem direitos difusos. A terceira grande diferença é a legitimação extraordinária, no processo coletivo o legitimado coletivo comparece em juízo na defesa de direitos e interesses que não são os seus. A diferença entre uma ação com litisconsórcio ativo e uma ação coletiva é a própria estrutura do processo. Uma ação com vários autores discute o direito individual de cada autor. No processo coletivo sempre será analisada a situação jurídica coletiva, uma pretensão que envolve todo o grupo. Classificação do processo coletivo Sujeito O processo coletivo pode ser ativo ou passivo quanto ao sujeito. O processo coletivo ativo é aquele marcado pela coletividade no polo ativo. É o processo coletivo por excelência. O processo coletivo passivo é aquele marcado pela coletividade no polo passivo. É aquele em que a coletividade é ré. Alguns autores não reconhecem a existência do processo coletivo passivo, como Cândido Rangel Dinamarco. Existem, portanto duas correntes em relação ao processo coletivo passivo: a primeira corrente reconhece sua existência e a segunda corrente não reconhece. A corrente majoritária é a que reconhece o processo coletivo passivo (Fredie Didier e Ada Pellegrini). São três os fundamentos para a existência do processo coletivo passivo. O artigo 83 do CDC prevê expressamente que para a defesa dos direitos coletivos são admissíveis todas as espécies de ações. CDC - Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela. O artigo 5°, §2°, da ACP permite o litisconsórcio da coletividade para defesa de qualquer das partes. LACP - Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei n° 11.448, de 2007). O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. § 2° Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes. Além disso, existe o questionamento da ação rescisória no processo coletivo. Se o MP propôs uma ação que transitou em julgado e há o ajuizamento de ação rescisória. O réu será o próprio MP. Objeto O processo coletivo pode ser classificado em especial ou comum. O processo coletivo especial envolve o controle de constitucionalidade concentrado: ADI ADC, ADO e ADPF. Quando o PGR ajuíza ação para impugnar uma lei federal por inconstitucionalidade, ele está defendendo a coletividade de se submeter a uma lei inconstitucional. O processo coletivo comum é marcado pelas ações: S Ação Civil Pública S Ação Popular S Mandado Segurança Coletivo / Mandado de Injunção Coletivo S Ação de Improbidade Administrativa Entende-se cabível o Mandado de Injunção Coletivo, o qual seguiria as mesmas regras do Mandado de Segurança Coletivo. Existem alguns autores como Mazzilli que enumeram também a Ação Coletiva ou Ação Civil Coletiva, pois o CDC utiliza esta expressão, entretanto é minoritário o posicionamento. CDC - Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva. Para alguns autores a Ação de Improbidade Administrativa seria uma espécie de Ação Civil Pública, posição adotada pelo Superior Tribunal de Justiça. É recomendado em uma prova prática, para evitar controvérsia, que se nomeie a peça como Ação de Improbidade Administrativa, fugindo da discussão a respeito de ser ou não Ação Civil Pública. Importante destacar que a própria ação penal pública, de titularidade do Ministério Público é uma espécie de ação coletiva, pois os bens jurídicos protegidos são da coletividade. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Princípios do Processo Coletivo Princípio da indisponibilidade mitigada da ação coletiva O objeto do processo coletivo é irrenunciável pelo autor coletivo. O objeto do processo coletivo não pertence ao legitimado, mas sim à coletividade. Por este motivo, a desistência da ação não acarretará a extinção da ação, mas a sucessão processual. A indisponibilidade da ação coletiva é relativa, pois existem motivos justificados para o pedido de desistência. LACP - Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei n° 11.448, de 2007). § 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. (Redação dada pela Lei n° 8.078, de 1990) Lei Ação Popular (LAP) - Art. 9° Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7°, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. Princípio da indisponibilidade da execução coletiva O princípio da indisponibilidade da execução coletiva busca impedir a fraude na execução da ação coletiva. Se o autor não promover a execução da sentença, deverá o Ministério Público e demais legitimados executar a sentença. A indisponibilidade da execução é absoluta, pois o direito da coletividade já foi reconhecido. LAP - Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução. o representante do Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave. LACP - Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o MinistérioPúblico, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. (Redação dada pela Lei n° 8.078, de 1990) O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do mérito O processo coletivo é tão relevante, tão peculiar, que deve haver uma máxima flexibilização para haver a admissibilidade da ação. Não possui previsão legal, sendo um princípio implícito. Se houver uma possiblidade de extinção do processo sem resolução do mérito, o juiz deve fazer o máximo para evitar esta situação. Exemplo1: A DPU ajuizou ACP, mas o juiz entendeu não ter legitimidade ativa. O juiz ao invés de extinguir o processo, intimou o MPF para que ele se manifestasse se há interesse de prosseguir com a ação. Princípio do máximo benefício da tutela jurisdicional coletiva No Brasil a coisa julgada só pode beneficiar os indivíduos, nunca prejudicá-los. É o que se chama de "transporte in utilibus". É preciso ressaltar que pode haver improcedência no processo coletivo, que evite o ajuizamento de nova ação coletiva, mas não haverá restrição para o ajuizamento de ação individual. CDC - Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81; - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81. § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe. § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual. § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. § 4° Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória. Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva. Se houver a procedência da ação coletiva, todos os indivíduos afetados podem se habilitar para executar a sentença. Princípio do ativismo judicial ou da máxima efetividade do processo coletivo O ativismo judicial ou máximo efetividade do processo coletivo é o que se chama nos EUA de "defining function". No processo coletivo o juiz tem mais poderes de instrução e de flexibilizar as regras processuais. O princípio do ativismo judicial ou da máxima efetividade do processo coletivo é exemplificado em quatro pontos: S Poderes instrutórios acentuados: no processo coletivo o juiz tem maior liberdade para determinar a produção de provas. O juiz pode suprir a lacuna das partes. S Flexibilização procedimental: o juiz pode aumentar os prazos para entrega de documentos, alterar a ordem de atos processuais. Aplicação do neoconstitucionalismo ao processo. S Alteração dos elementos da demanda: possibilidade de alterar os elementos da demanda, mesmo após a citação (art. 264, CPC). No processo coletivo o art. 264 do CPC não é aplicado. O magistrado pode permitir alteração, mesmo após este prazo. CPC - Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei.(Redação dada pela Lei n° 5.925, de 1°.10.1973) Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo. (Redação dada pela Lei n° 5.925, de 1°.10.1973) S Controle de políticas públicas: este ponto é extremamente controvertido. O processo coletivo fatalmente vai resultar no controle de políticas públicas e isto resulta numa discussão de se isto seria possível ou não. Para uma corrente, haveria violação ao princípio da separação dos poderes e da reserva do possível. Por outro lado o STF tem jurisprudência consolidada pela possibilidade de controle de políticas públicas para respeitar o mínimo existencial. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Daniel Sarmento possui um artigo intitulado "Direitos Fundamentais e Controle das Políticas" em que são questionados os parâmetros para intervenção das políticas públicas. O CNJ possui indicações para a concessão de decisões de controle de políticas públicas. RECOMENDAÇÃO N° 31, DE 30 DE MARÇO DE 2010 Recomenda aos Tribunais a adoção de medidas visando a melhor subsidiar os magistrados e demais operadores do direito, para assegurar maior eficiência na solução das demandas judiciais envolvendo a assistência à saúde. O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ, no uso de suas atribuições, e CONSIDERANDO o grande número de demandas envolvendo a assistência à saúde em tramitação no Poder Judiciário brasileiro e o representativo dispêndio de recursos públicos decorrente desses processos judiciais; CONSIDERANDO a relevância dessa matéria para a garantia de uma vida digna à população brasileira; CONSIDERANDO que ficou constatada na Audiência Pública n° 4, realizada pelo Supremo Tribunal Federal para discutir as questões relativas às demandas judiciais que objetivam o fornecimento de prestações de saúde, a carência de informações clínicas prestadas aos magistrados a respeito dos problemas de saúde enfrentados pelos autores dessas demandas; CONSIDERANDO que os medicamentos e tratamentos utilizados no Brasil dependem de prévia aprovação pela ANVISA, na forma do art. 12 da Lei 6.360/76 c/c a Lei 9.782/99, as quais objetivam garantir a saúde dos usuários contra práticas com resultados ainda não comprovados ou mesmo contra aquelas que possam ser prejudiciais aos pacientes; CONSIDERANDO as reiteradas reivindicações dos gestores para que sejam ouvidos antes da concessão de provimentos judiciais de urgência e a necessidade de prestigiar sua capacidade gerencial, as políticas públicas existentes e a organização do sistema público de saúde; CONSIDERANDO a menção, realizada na audiência pública n° 04, à prática de alguns laboratórios no sentido de não assistir os pacientes envolvidos em pesquisas experimentais, depois de finalizada a experiência, bem como a vedação do item III.3, "p", da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde; CONSIDERANDO que, na mesma audiência, diversas autoridades e especialistas, tanto da área médica quanto da jurídica,manifestaram-se acerca de decisões judiciais que versam sobre políticas públicas existentes, assim como a necessidade de assegurar a sustentabilidade e gerenciamento do SUS; CONSIDERANDO, finalmente, indicação formulada pelo grupo de trabalho designado, através da Portaria n° 650, de 20 de novembro de 2009, do Ministro Presidente do Conselho Nacional de Justiça, para proceder a estudos e propor medidas que visem a aperfeiçoar a prestação jurisdicional em matéria de assistência à saúde; O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. CONSIDERANDO a decisão plenária da 101g Sessão Ordinária do dia 23 de março de 2010 deste E. Conselho Nacional de Justiça, exarada nos autos do Ato n° 000195462.2010.2.00.0000; RESOLVE: Recomendar aos Tribunais de Justiça dos Estados e aos Tribunais Regionais Federais que: até dezembro de 2010 celebrem convênios que objetivem disponibilizar apoio técnico composto por médicos e farmacêuticos para auxiliar os magistrados na formação de um juízo de valor quanto à apreciação das questões clínicas apresentadas pelas partes das ações relativas à saúde, observadas as peculiaridades regionais; orientem, através das suas corregedorias, aos magistrados vinculados, que: 1) procurem instruir as ações, tanto quanto possível, com relatórios médicos, com descrição da doença, inclusive CID, contendo prescrição de medicamentos, com denominação genérica ou princípio ativo, produtos, órteses, próteses e insumos em geral, com posologia exata; 2) evitem autorizar o fornecimento de medicamentos ainda não registrados pela ANVISA, ou em fase experimental, ressalvadas as exceções expressamente previstas em lei; b.3) ouçam, quando possível, preferencialmente por meio eletrônico, os gestores, antes da apreciação de medidas de urgência; b.4) verifiquem, junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisas (CONEP), se os requerentes fazem parte de programas de pesquisa experimental dos laboratórios, caso em que estes devem assumir a continuidade do tratamento; b.5) determinem, no momento da concessão de medida abrangida por política pública existente, a inscrição do beneficiário nos respectivos programas; incluam a legislação relativa ao direito sanitário como matéria individualizada no programa de direito administrativo dos respectivos concursos para ingresso na carreira da magistratura, de acordo com a relação mínima de disciplinas estabelecida pela Resolução 75/2009 do Conselho Nacional de Justiça; promovam, para fins de conhecimento prático de funcionamento, visitas dos magistrados aos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde, bem como às unidades de saúde pública ou conveniadas ao SUS, dispensários de medicamentos e a hospitais habilitados em Oncologia como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia - UNACON ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia - CACON; Recomendar à Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados - ENFAM, à Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho - ENAMAT e às Escolas de Magistratura Federais e Estaduais que: incorporem o direito sanitário nos programas dos cursos de formação, vitaliciamento e aperfeiçoamento de magistrados; O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. promovam a realização de seminários para estudo e mobilização na área da saúde, congregando magistrados, membros do ministério público e gestores, no sentido de propiciar maior entrosamento sobre a matéria; Publique-se e encaminhe-se cópia desta Recomendação a todos os Tribunais. Ministro GILMAR MENDES Princípio da não taxatividade O rol das ações coletivas não é exaustivo. É possível o ajuizamento de qualquer ação coletivizada, como ação possessória coletiva. CDC - Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela. Princípio da ampla divulgação da demanda coletiva É a ideia de adequada notificação dos membros. No direito norte-americano é o chamado "fair notice", para que estes exerçam o direito de sair da demanda coletiva "opt out." CDC - Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor. Art. 6° Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção. Art. 7° Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis. Princípio da integratividade do microssistema processual coletivo O processo coletivo não possui um código específico, havendo diplomas esparsos que integram o microssistema coletivo. Há diálogo das fontes. O núcleo do microssistema coletivo é o CDC e a LACP. O CPC não faz parte do microssistema do processo coletivo, somente podendo ser aplicado de maneira subsidiária. Exemplo i: O prazo de apelação não está previsto no CDC ou LACP, razão pela qual é utilizado o prazo do CPC. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. CDC - Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições. LACP - Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor. (Incluído Lei n° 8.078, de 1990) Para o STJ é possível aplicar a inversão do ônus da prova em qualquer ação coletiva. Como exemplo, o direito ambiental é movido pelo princípio da prevenção, que justifica a inversão do ônus da prova. Também se aplicam as normas de reexame necessário a todas as ações coletivas, pois a LAP possui disposição expressa neste sentido. LAP - Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. § 1° Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento. § 2° Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público. Outro exemplo é a intervenção móvel (na ação popular o Poder Público pode se colocar no lado do autor ou do lado do réu) da pessoa jurídica também se aplica aos processos coletivos. Princípio da adequada representação ou do controle judicial da legitimação coletiva Tanto a LACP quando o CDC prevê um rol de legitimados para o ajuizamento da ACP. Neste rol não está incluído o indivíduo. A grande questão que se pergunta é se o legitimado coletivo da LACP podem ajuizar ações sobre qualquer matéria. Nos EUA existe um instituto chamado adequacy of representation (representação adequada). No Brasil é preferível usar a expressão "adequada legitimação coletiva", pois é tecnicamente incorreto o tempo representação, tendo em vista que aqui ocorre a substituição processual. Questiona-se se pode o Poder Judiciário limitar a atuação do legitimado ou o legislador quando estabeleceuo rol já fez o controle prévio. Existem duas correntes sobre o tema. A primeira corrente sustentada por Nelson Nery veda o controle judicial. Seguindo esta corrente seria possível que o Ministério Público de Minas Gerais ajuíze ação em defesa do meio ambiente por fato ocorrido em São Paulo. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. A segunda corrente admite o controle judicial (Mazzilli, Ada Pelegrini, Fredie Didier), podendo o juiz entender que o autor da ação não é legitimado coletivo. Esta corrente é amplamente majoritária. O STF já se posicionou neste sentido, de que é possível o controle judicial da legitimidade coletiva, sendo desempenhada pela pertinência temática. LACP - Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei n° 11.448, de 2007). - o Ministério Público; (Redação dada pela Lei n° 11.448, de 2007). - a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei n° 11.448, de 2007). - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei n° 11.448, de 2007). - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; (Incluído pela Lei n° 11.448, de 2007). - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei n° 11.448, de 2007). esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; (Incluído pela Lei n° 11.448, de 2007). inclua, entre as suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Redação dada pela Lei n° 12.966, de 2014) § 1° O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei. § 2° Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes. § 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. (Redação dada pela Lei n° 8.078, de 1990) § 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. (Incluído pela Lei ng 8.078, de 11.9.1990) § 5. ° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. (Incluído pela Lei ng 8.078, de 11.9.1990) (Vide Mensagem de veto) § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. (Incluído pela Lei ng 8.078, de 11.9.1990) (Vide Mensagem de veto) A discussão que ainda caberia seria quais os critérios para esse controle. Nos EUA, por exemplo, é feito controle de legitimidade, inclusive do advogado, que deve demonstrar a capacidade financeira de sustentar a ação e sua experiência na área. No Brasil, cabe a análise da função institucional dos legitimados. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Em relação à Defensoria Pública, prevê a CRFB que sua função institucional é a defesa dos necessitados. Ao Ministério Público compete a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, razão pela qual alguns autores argumentam que o Ministério Público deteria plena pertinência temática para ajuizar ações coletivas. Objeto do processo coletivo O processo coletivo trata dos interesses trans ou meta individuais ou para individuais. Para Mazzilli esses interesses estariam entre o interesse público e o interesse privado. CDC - Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. A legislação oscila em relação ao uso dos termos direitos e interesses. É importante entender a diferença entre direitos e interesses. Direitos são pretensões expressamente tuteladas, enquanto interesses são pretensões que não são protegidas de maneira expressa. Classificação de Barbosa Moreira (Antônio Gidi) Os direitos metaindividuais são podem ser naturalmente coletivos ou acidentalmente coletivos. Os direitos naturalmente coletivos são os direitos difusos e os direitos coletivos em sentido estrito. Os direitos acidentalmente coletivos são os direitos individuais homogêneos. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Naturalmente Coletivos Difusos Classificação de Barbosa Moreira (Antônio Gidi) Coletivos Sentido Estrito Acidentalmente Coletivos Individuais homogêneos 6.1.1 Direitos Naturalmente Coletivos Os direitos naturalmente coletivos assim o são, pois há indivisibilidade do objeto, o que significa que o bem tutelado não pode ser partilhado entre seus titulares. Difusos Coletivo Sentido Estrito Exemplo Ex. Meio Ambiente Ex. Direitos trabalhistas, cláusulas em contratos de adesão Titularidade Indetermináveis Determináveis por categoria Relação Jurídica Circunstâncias de fato mutáveis Relação jurídica base O direito a um meio ambiente equilibrado não pode ser partilhado entre João, Maria e José. Ele é indivisível. Os direitos trabalhistas não podem ser divididos entre os trabalhadores, pois há identidade entre os beneficiários. Se uma empresa não está pagando hora extra aos seus funcionários, todos eles devem receber. Os direitos difusos tem titularidade indeterminável, pois não há como singularizar quem são os afetados. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Os direitos coletivos em sentido estrito os afetados podem ser determinados por categoria. Direitos Acidentalmente Coletivos Os direitos acidentalmente coletivos são os direitos individuais homogêneos, pois é a ótica do próprio sistema são protegidos por uma questão de economia processual e acesso à justiça. O principal exemplo é aquele dado no início da aula, referente à lata de leite. Difusos Meio ambiente, moralidade, propaganda enganosa Coletivos em sentido estrito Direitos trabalhistas, contratos individuais homogêneos consumidores A grande marca dos direitos individuais homogêneos é a divisibilidade (ou partilhamento) do objeto e a determinabilidade dos seus titulares. S Partilhamento/divisibilidade do objeto S Determinabilidade de seus titulares É essencial a leitura atenta do artigo 81 do CDC. CDC - Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dosconsumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. Destaca-se que o mesmo fato pode dar origem a mais de uma violação e mais de uma categoria de direito. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Exemploi Uma escola coloca uma cláusula abusiva no contrato de prestação de serviços escolares. Ajuíza-se uma ACP. Podem nascer três pretensões diferentes: declarar a abusividade da cláusula em relação a todos os contratantes (tutela direitos coletivos em sentido estrito); a indenização por danos sofridos (tutela direitos individuais homogêneos); e a obrigação de que a escola nunca mais coloque esta cláusula abusiva em contratos futuros (o que tutela direitos difusos) Ressalta-se o estudo das "ações pseudo individuais", que não são tratados adequadamente pela doutrina e jurisprudência. O maior exemplo é uma ação individual para anular questão de prova. Não pode haver a anulação somente para uma pessoa, isso afeta um grupo determinado. A doutrina se divide sobre o tema. Uma parte entende que deve haver a extinção do processo, enquanto outra parte da doutrina entende que deve haver a conversão da ação individual em coletiva O novo CPC regula esta situação, havendo a coletivização das ações individuais. Coisa julgada A coisa julgada é a qualidade de uma decisão judicial que se tornam imutáveis. No processo individual o limite objetivo da coisa julgada é o dispositivo da sentença, o limite subjetivo é interpartes. No processo individual o modo de produção da coisa julgada é pro et contra. Art. 468 do CPC. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas. Limites Objetivos no processo coletivo Da mesma forma que no processo individual, no processo coletivo, o limite objetivo da coisa julgada recai sobre o dispositivo da sentença. Limites Subjetivos No processo coletivo a coisa julgada pode ser erga omnes ou ultra partes. CDC - Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81; - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81. § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe. § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual. § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. § 4° Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória. Modo de Produção No processo individual o modo de produção da coisa julgada é pro et contra. No processo coletivo o modo de produção da coisa julgado é secundum eventum probationis. Nos direitos difusos a sentença de procedência será erga omnes, se for improcedente, também será erga omnes, impedindo o ajuizamento de nova ação coletiva, exceto quando se tratar de caso de falta de provas, hipótese em que poderá ser ajuizada nova ação coletiva. Esta possibilidade se chama coisa julgada secundum eventum probationis. O resultado da sentença da ação coletiva somente afeta os legitimados coletivos. A coisa julgada no processo coletivo nunca vai afetar o indivíduo e seu direito de ação (exceto nas hipóteses de atuação em litisconsórcio). O regime de produção da coisa julgada nos direitos difusos depende do resultado, ou seja, é secundum eventum probationis. Existem autores que dizem que os direitos difusos são secundum eventum litis, pois é gênero da espécie secundum eventum probationis. O mesmo raciocínio da coisa julgada é aplicado aos direitos coletivos em sentido estrito, que se estendem somente ultra partes. Em relação aos direitos individuais homogêneos há diferença no trato da coisa julgada, pois em qualquer hipótese é impedido o ajuizamento de nova ação coletiva. Mesmo se a sentença for de improcedência por falta de provas, não pode haver nova ação coletiva. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Há muita crítica a esta impossibilidade, pois os autores defendem seja aplicado aos direitos individuais homogêneos a mesma regulamentação dos direitos difusos e coletivos em sentido estrito. Defende-se que seja utilizada a classificação de naturalmente e acidentalmente coletivos, à qual não faz qualquer distinção nesta questão. Sentença Procedente: Erga Omnes Beneficia a todos Direitos Difusos Sentença improcedente: Erga Omnes, salvo se por insuficiência de provas coisa julgada secundum eventum probationis Direitos coletivos em sentido estrito Sentença Procedente: Ultra partes Beneficia a todos Sentença improcedente: Ultra partes, salvo se por insuficiência de provas coisa julgada secundum eventum probationis Sentença Procedente: Erga Omnes Beneficia a todos Individuais homogêneos Sentença improcedente: Erga Omnes Em QUALQUER HIPÓTESE impede nova ação coletiva Nada impede que os particulares ajuízem suas ações individuais. Questões sobre o regime jurídico da coisa julgada coletiva Assistentes litisconsorciais O artigo 94 do CDC, que personifica o princípio da ampla divulgação da demanda coletiva, permite que os indivíduos intervenham como litisconsortes na demanda coletiva. CDC - Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor. 40 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Entretanto, esta atuação não é do melhor interesse do particular,pois afeta a sua possiblidade de ajuizar posteriormente ação individual em caso de sentença improcedente no processo coletivo. Os assistentes litisconsorciais não tem direito ao transporte in utilibus da coisa julgada e não podem ajuizar ação individual caso percam na ação coletiva. Suspensão da ação individual Outro ponto importante é a possibilidade (necessidade) de suspensão da ação individual quando for ajuizada ação coletiva sobre o tema, sob pena de não aproveitar a decisão de procedência da ação coletiva. CDC - Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva. O autor de ação individual que não a suspender, após o ajuizamento de ação coletiva, não poderá se beneficiar de seu resultado. O tema é controvertido, pois o STJ definiu, no REsp 110549/RS que a suspensão é automática. RECURSO REPETITIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO COLETIVA. MACRO- LIDE. CORREÇÃO DE SALDOS DE CADERNETAS DE POUPANÇA. SUSTAÇÃO DE ANDAMENTO DE AÇÕES INDIVIDUAIS. POSSIBILIDADE. - Ajuizada ação coletiva atinente a macro-lide geradora de processos multitudinários, suspendem-se as ações individuais, no aguardo do julgamento da ação coletiva. - Entendimento que não nega vigência aos aos arts. 51, IV e § 1°, 103 e 104 do Código de Defesa do Consumidor; 122 e 166 do Código Civil; e 2° e 6° do Código de Processo Civil, com os quais se harmoniza, atualizando-lhes a interpretação extraída da potencialidade desses dispositivos legais ante a diretriz legal resultante do disposto no art. 543-C do Código de Processo Civil, com a redação dada pela Lei dos Recursos Repetitivos (Lei n. 11.672, de 8.5.2008). - Recurso Especial improvido. (STJ REsp 110549/RS, Relator: Ministro SIDNEI BENETI, Data de Julgamento: 28/10/2009, S2 - SEGUNDA SEÇÃO) O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Sentença individual transitada em julgada anterior ao ajuizamento de ação coletiva Destaca-se a hipótese de haver para o indivíduo sentença transitada improcedente e posteriormente é ajuizada demanda coletiva, em que há sentença coletiva procedente. Questiona-se se esta sentença coletiva de procedência pode ser aproveitada ao indivíduo com sentença individual transitada em julgada. Sobre o tema existem duas correntes: A primeira corrente entende que por já haver coisa julgada, em razão da segurança jurídica, não pode se beneficiar da sentença coletiva. A segunda corrente (Mazzilli) defende que pode o indivíduo ser beneficiado pela sentença coletiva de procedência, em razão do princípio da igualdade. Não poderia o indivíduo ser prejudicado pela não existência na época de ação coletiva sobre o tema. Extensão da Coisa julgada Talvez o tema mais controvertido na tutela coletiva seja a extensão da coisa julgada. A Lei 9.494/97, conhecida como "Lei Leviatã", que veio para facilitar a vida do Poder Público, restringiu a extensão da coisa julgada coletiva. A nova redação do artigo 16 da LACP determina que a sentença civil somente se aplica no limite da competência territorial do órgão prolator. LACP - Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei n° 9.494, de 10.9.1997) Para a doutrina o artigo 16 da LACP é absolutamente inconstitucional. Questiona-se primeiro a sua inconstitucionalidade formal, pois a matéria primeiro foi regulamentada por medida provisória, posteriormente convertida em lei, não havendo relevância e urgência que justificasse a edição de medida provisória. Questiona-se também a inconstitucionalidade material (Mazzilli e Didier), pois há violação ao princípio da razoabilidade. Em provas do Ministério Público deve defender a inconstitucionalidade deste dispositivo. Em provas da Magistratura a posição é indefinida. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Em 2011, o STJ passou a não aplicar este dispositivo, sustentando que a eficácia da sentença não está circunscrita a lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi decidido. DIREITO PROCESSUAL. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA (ART. 543-C, CPC). DIREITOS METAINDIVIDUAIS. AÇAO CIVIL PÚBLICA. APADECO X BANESTADO. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. EXECUÇAO/LIQUIDAÇAO INDIVIDUAL. FORO COMPETENTE. ALCANCE OBJETIVO E SUBJETIVO DOS EFEITOS DA SENTENÇA COLETIVA. LIMITAÇAO TERRITORIAL. IMPROPRIEDADE. REVISAO JURISPRUDENCIAL. LIMITAÇAO AOS ASSOCIADOS. INVIABILIDADE. OFENSA À COISA JULGADA. Para efeitos do art. 543-C do CPC: A liquidação e a execução individual de sentença genérica proferida em ação civil coletiva pode ser ajuizada no foro do domicílio do beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia da sentença não estão circunscritos a lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi decidido, levando-se em conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade dos interesses metaindividuais postos em juízo (arts. 468, 472 e 474, CPC e 93 e 103, CDC). A sentença genérica proferida na ação civil coletiva ajuizada pela Apadeco, que condenou o Banestado ao pagamento dos chamados expurgos inflacionários sobre cadernetas de poupança, dispôs que seus efeitos alcançariam todos os poupadores da instituição financeira do Estado do Paraná. Por isso descabe a alteração do seu alcance em sede de liquidação/execução individual, sob pena de vulneração da coisa julgada. Assim, não se aplica ao caso a limitação contida no art. 2°-A, caput, da Lei n. 9.494/97. Ressalva de fundamentação do Ministro Teori Albino Zavascki. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido. (REsp 1243887/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMAO, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/10/2011, DJe 12/12/2011) Outra tentativa de limitar a ACP, foi o artigo 2°-A da Lei 9.494, que exige a ata da assembleia da entidade associativa que autorizou o ajuizamento da ação. Lei 9.494 - Art. 2o-A. A sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta por entidade associativa, na defesa dos interesses e direitos dos seus associados, abrangerá apenas os substituídos que tenham, na data da propositura da ação, domicílio no âmbito da competência territorial do órgão prolator. (Incluído pela Medida provisória n° 2.180-35, de 2001) Parágrafo único. Nas ações coletivas propostas contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas autarquias e fundações, a petição inicial deverá obrigatoriamente estar instruída com a ata da assembléia da entidade associativa que a autorizou, acompanhada da relação nominal dos seus associados e indicação dos respectivos endereços. (Incluído pela Medida provisória n° 2.180-35, de 2001) O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Relação entre demandas Sistemas O sistema da tríplice identidade exige para que uma causa seja considerada idêntica à outra que haja identidade entre autor, causa de pedir e pedido. Não foi a teoria utilizada pelo processo coletivo. O processo coletivo utiliza o sistema da identidade da relação jurídica materialenuncia que a identidade entre as demandas se observa pela identidade da relação jurídica material. Para que uma demanda seja considerada igual a outra, basta que se discuta a mesma relação jurídica material. Relação entre Processos Individuais Se há identidade total de demandas é possível existir a coisa julgada ou litispendência. Se a identidade das demandas for parcial, fala-se em conexão ou continência, o que gera a reunião das causas para julgamento simultâneo ou a suspensão de um dos processos. Ação Coletiva x Individual Nunca é possível identidade total entre a ação coletiva e a ação individual, pois sempre haverá diferença nas partes e nos pedidos. Por esta razão, não há litispendência entre ação individual e coletiva, o que é enunciado pelo artigo 104 do CDC. Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva. Existindo identidade parcial entre uma demanda coletiva e individual é facultada a suspensão da ação individual (para o STJ a suspensão é obrigatória). Ação Coletiva x Coletiva É possível a identidade total e parcial entre demandas coletivas. Para ambos os casos a doutrina explica que o resultado deve ser o mesmo: reunião para julgamento simultâneo. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Não se adotou a teoria da tríplice identidade, mas o sistema da identidade da relação jurídica material. É importante destacar a edição da Súmula 489 do STJ que determina a reunião para julgamento simultâneo de ações coletivas. STJ. Súmula 489: "Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça Federal as ações civis públicas propostas nesta e na Justiça estadual." Critério para prevenção O critério de prevenção entre ações coletivas é a propositura ou da distribuição da ação coletiva. LACP - Art. 2° As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição1 do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória n° 2.180-35, de 2001) Competência Funcional A regra geral é que as ações coletivas devem ser ajuizadas em primeiro grau (primeira instância). Em ações de improbidade administrativa há uma enorme discussão, que será analisada posteriormente. Existem duas exceções, previstas no artigo 102 da CRFB. Quando a ação interessar a totalidade do juízo ou da maioria dos desembargadores do Tribunal, razão pela qual a competência será do STF. CRFB - Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; A segunda hipótese é quando houver conflito federativo, razão pela qual a competência será do STF. CRFB - Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. I - processar e julgar, originariamente: f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; Material A justiça eleitoral comporta ações coletivas, como exemplo, ações de impugnação de candidatura. A justiça do trabalho comporta ações coletivas, como as que envolvem o meio ambiente do trabalho, ações que envolvam trabalho escravo. A justiça federal e estadual também são competentes para julgar ações coletivas, sendo que cabe à justiça federal a decisão sobre a competência nas ações em que houver conflito de competência. STJ - Súmula 150 - Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas. Valorativo Esse ponto é totalmente irrelevante, pois nos juizados especiais não cabe ação coletiva. Territorial O CDC, em seu art. 93, trata de alguns critérios específicos para a repartição da competência territorial. O que se leva em consideração é a extensão do dano. S Dano local - competência do juízo do local do dano. S Dano regional - capital do estado S Dano nacional - Distrito Federal ou capital de um dos estados envolvidos CDC - Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local: - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Ressalta-se o cancelamento da Súmula 183 do STJ: "Compete ao Juiz Estadual, nas Comarcas que não sejam sede de vara da Justiça Federal, processar e julgar ação civil pública, ainda que a União figure no processo" que não mais se coaduna com o ordenamento jurídico. A maior dificuldade na definição da competência territorial é definir a extensão do dano. Execução, liquidação e cumprimento de sentença Direitos Difusos e Coletivos em sentido estrito Em relação aos direitos difusos e coletivos em sentido estrito podem surgir duas pretensões: pretensão coletiva e pretensão individual. É possível que uma ação que tutele direitos difusos ou coletivos beneficie especificamente indivíduos. Exemplo1: Condenação de empresa a pagar horas extras de seus trabalhadores. A sentença vai beneficiar de maneira direta os trabalhadores afetados pelo não pagamento de suas horas extras. O destinatário da pretensão individual é o próprio indivíduo afetado. O destinatário da pretensão coletiva é o Fundo de Reparação dos bens lesados, artigo 13 da LACP. LACP - Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. A sentença coletiva será transportada pelo indivíduo na forma do art. 103, §3°, do CDC. Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada: § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. A liquidação é imprópria, pois cada um deve comprovar a relação de causa e efeito entre o comportamento da pessoa condenada e as vítimas. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementaçãodo estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. A liquidação não precisa ser feita no juízo da condenação, podendo ser efetuada no juízo de condenação ou no domicílio do lesado e seus sucessores. CDC - Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; Direitos Individuais Homogêneos Há previsão de que a sentença será genérica, razão pela qual existem três modelos de liquidação. CDC - Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados. Liquidação pelos próprios indivíduos A liquidação pelos próprios indivíduos ocorre pelo transporte in utilibus, seguindo o mesmo rito dos direitos difusos e coletivos, sendo imprópria e se exigindo a demonstração de causa e efeito. Liquidação pelo Ente coletivo Se já tiver havido toda a liquidação da sentença, pode o ente coletivo recolher estes valores e repassar aos indivíduos. Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei n° 9.008, de 21.3.1995) A liquidação pode ser promovida por qualquer ente coletivo e seus destinatários serão as vítimas. O STJ entendeu que é muito perigoso o ente coletivo promover execução do indivíduo, razão pela qual estabeleceu uma ordem de preferência. PROCESSO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA PROLATADA EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. PRECEDÊNCIA DA LEGITIMIDADE DAS VÍTIMAS OU SUCESSORES. SUBSIDIARIEDADE DA LEGITIMIDADE DOS ENTES INDICADOS NO ART. 82 DO CDC. O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. A legitimidade para intentar ação coletiva versando a defesa de direitos individuais homogêneos é concorrente e disjuntiva, podendo os legitimados indicados no art. 82 do CDC agir em Juízo independentemente uns dos outros, sem prevalência alguma entre si, haja vista que o objeto da tutela refere-se à coletividade, ou seja, os direitos são tratados de forma indivisível. Todavia, para o cumprimento de sentença, o escopo é o ressarcimento do dano individualmente experimentado, de modo que a indivisibilidade do objeto cede lugar à sua individualização. Não obstante ser ampla a legitimação para impulsionar a liquidação e a execução da sentença coletiva, admitindo-se que a promovam o próprio titular do direito material, seus sucessores, ou um dos legitimados do art. 82 do CDC, o art. 97 impõe uma gradação de preferência que permite a legitimidade coletiva subsidiariamente, uma vez que, nessa fase, o ponto central é o dano pessoal sofrido por cada uma das vítimas. Assim, no ressarcimento individual (arts. 97 e 98 do CDC), a liquidação e a execução serão obrigatoriamente personalizadas e divisíveis, devendo prioritariamente ser promovidas pelas vítimas ou seus sucessores de forma singular, uma vez que o próprio lesado tem melhores condições de demonstrar a existência do seu dano pessoal, o nexo etiológico com o dano globalmente reconhecido, bem como o montante equivalente à sua parcela. O art. 98 do CDC preconiza que a execução "coletiva" terá lugar quando já houver sido fixado o valor da indenização devida em sentença de liquidação, a qual deve ser - em sede de direitos individuais homogêneos - promovida pelos próprios titulares ou sucessores. A legitimidade do Ministério Público para instaurar a execução exsurgirá - se for o caso - após o escoamento do prazo de um ano do trânsito em julgado se não houver a habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, nos termos do art. 100 do CDC. É que a hipótese versada nesse dispositivo encerra situação em que, por alguma razão, os consumidores lesados desinteressam-se quanto ao cumprimento individual da sentença, retornando a legitimação dos entes públicos indicados no art. 82 do CDC para requerer ao Juízo a apuração dos danos globalmente causados e a reversão dos valores apurados para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (art. 13 da LACP), com vistas a que a sentença não se torne inócua, liberando o fornecedor que atuou ilicitamente de arcar com a reparação dos danos causados. No caso sob análise, não se tem notícia acerca da publicação de editais cientificando os interessados acerca da sentença exequenda, o que constitui óbice à sua habilitação na liquidação, sendo certo que o prazo decadencial nem sequer iniciou o seu curso, não obstante já se tenham escoado quase treze anos do trânsito em julgado. No momento em que se encontra o feito, o Ministério Público, a exemplo dos demais entes públicos indicados no art. 82 do CDC, carece de legitimidade para a liquidação da sentença genérica, haja vista a própria conformação constitucional desse órgão e o escopo precípuo dessa forma de execução, qual seja, a satisfação de interesses O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. individuais personalizados que, apesar de se encontrarem circunstancialmente agrupados, não perdem sua natureza disponível. Recurso especial provido. (REsp 869.583/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, DJe 05/09/2012). Fluid Recovery (pretensão residual) Ocorre nos casos em que detentores de direitos individuais homogêneos não promoverem a execução em um ano. Os entes coletivos então promoveriam a execução e o valor iria para o Fundo de Reparação. CDC - Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida. Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985. Para Mazzilli, nos casos em que o indivíduo ficou inerte, ele deveria ajuizar ação individual para obter uma nova condenação do réu. Em casos de dano moral coletivo, se o objeto da ação for indivisível, este valor irá para o Fundo, se o objeto for divisível, o valor irá para os indivíduos afetados. Prescrição Em relação à prescrição das ações coletivas, a posição da doutrina é destoante da jurisprudência do STJ. A corrente majoritária da doutrina entende que a pretensão da ação coletiva prescreve nos termos do direito material tutelado. Por outro lado, o STJ decidiu no REsp 911961/SP, que o prazo para ajuizamento de ações coletivas é de cinco anos, utilizando-se para isso o prazo da Ação Popular. Tutela Coletiva e Improbidade Administrativa Tutela Coletiva e Improbidade Administrativa PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESSARCIMENTO DE DANOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO. PRAZO PRESCRICIONAL DA AÇÃO POPULAR. ANALOGIA (UBI EADEM RATIO IBI EADEM LEGIS DISPOSITIO). 1. O ajuizamento de Ação de Improbidade Administrativa, em face de agentes públicos eleitos, ocupantes de cargo em comissão; ou de função de confiança, submete-se ao prazo prescricional de 5 anos, cujo termo a quo é o término do mandato eletivo ou do exercício funcional, à luz da ratio essendi do art. 23, inciso I, da Lei 8429/92. 2. In casu, o mandato eletivo dos demandados, Prefeito e www.cursoenfase.com.br 32 www.cursoenfase.com.br 1 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. vice-Prefeito do Município de Pompéia-SP,expirou em 31.12.1996, e a Ação Civil Pública, ajuizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, foi protocolizada em sendo distribuída em 02.01.2002, consoante se infere do voto condutor do acórdão recorrido à fls. 83/84, fato que, evidentemente, revela a observância do qüinqüênio, exigido pela Lei de Improbidade Administrativa, afastando, outrossim, a prescrição. 3. Destarte, hodiernamente ambas as ações fazem parte de um microssistema de tutela dos direitos difusos onde se encartam a moralidade administrativa sob seus vários ângulos e facetas. Assim, à míngua de previsão do prazo prescricional para a propositura da Ação Civil Pública, inafastável a incidência da analogia legis, recomendando o prazo quinquenal para a prescrição das Ações Civis Públicas, tal como ocorre com a prescritibilidade da Ação Popular, porquanto ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio. Precedentes do STJ:REsp 890552/MG, Relator Ministro José Delgado, DJ de 22.03.2007 e REsp 406.545/SP, Relator Ministro Luiz Fux, DJ 4. A Medida Provisória 2.180-35 editada em 24/08/2001, no afã de dirimir dúvidas sobre o tema, introduziu o art. 1°- C na Lei n° 9.494/97 (que alterou a Lei 7.347/85), estabelecendo o prazo prescricional de cinco anos para ações que visam a obter indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e privado prestadores de serviço público, senão vejamos: "Art. 4o A Lei no 9.494, de 10 de setembro de 1997, passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos:"Art. 1.°-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos."(NR) 5. A Lei 8.429/92, que regula o ajuizamento das ações civis de improbidade administrativa em face de agentes públicos, dispõe em seu art. 23:"Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. 6. A doutrina do tema assenta que:"Trata o art. 23 da prescrição das ações civis de improbidade administrativa.(...).O prazo prescricional é de 5 anos para serem ajuizadas contra agentes públicos eleitos ou ocupantes de cargo de comissão ou de função de confiança, contados a partir do término do mandato ou do exercício funcional (inciso I).O prazo prescricional em relação aos demais agentes públicos que exerçam cargo efetivo ou emprego público, é o estabelecido em lei específica para as faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público (inciso II).No âmbito da União, é de 5 anos e começa a correr da data em que o fato tornou-se conhecido, não pendendo causa interruptiva ou suspensiva, e dos Estados ou Municípios, no prazo previsto nas leis por eles editadas sobre essa matéria. No caso de particulares acionados por ato de improbidade administrativa, por serem coniventes com o agente público improbo, tendo induzido-os ou concorrendo para a sua prática, entendo eu, que observa a regra dos incisos I ou II, conforme a qualificação do agente público envolvido. (...)"Marino Pazzaglini Filho, in Lei de Improbidade Administrativa Comentada, Atlas, 2007, p. 22832 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 229 7. Sob esse enfoque também é assente que: "(...) No entanto, não se pode deixar de trazer à baila, disposições a respeito da Ação Civil Pública trazidas pela Lei 8.429/92, que visa o controle da probidade administrativa, quando o ato de improbidade é cometido por agente público que exerça mandato, ou cargo em comissão com atribuições de direção, chefia e assessoramento, ou função de confiança. O art. 23 da Lei 8.429/92 dispõe:"Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. Nota-se que simplesmente limitar-se a dizer que as ações civis públicas não prescrevem, não nos parece cientificamente correto afirmar, haja vista que o inc. I do art. 23 se refere ao prazo prescricional da Ação Civil Pública, quando o ato de improbidade administrativa tiver sido cometido por agente político, exercente dos cargos públicos e funções disciplinadas na citada lei. Em relação aos casos não previstos no artigo acima citado, Mateus Eduardo Siqueira Nunes, citando Hely Lopes Meirelles, que entende que diante da ausência de previsão específica, estariam na falta de lei fixadora do prazo prescricional, não pode o servidor público ou o particular ficar perpetuamente sujeito a sanção administrativa por ato ou fato praticado há muito tempo. A esse propósito, O STF já decidiu que "a regra é a da prescritibilidade". Entendemos que, quando a lei não fixa o prazo da prescrição administrativa, esta deve ocorrer em cinco anos, à semelhança da prescrição das ações pessoais contra a Fazenda Pública (Dec. 20.910/32), das punições dos profissionais liberais (lei 6.838/80 e para a cobrança do crédito tributário (CTN, art. 174)"Fábio Lemos Zanão in Revista do Instituto dos Advogados de São Paulo, RT, 2006, p 33-34 8. Recurso Especial desprovido. Tutela Coletiva e Improbidade Administrativa Tutela Coletiva e Improbidade Administrativa Tutela Coletiva e Improbidade Administrativa (STJ REsp 911961/SP, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 04/12/2008, T1 - PRIMEIRA TURMA) www.cursoenfase.com.br www.cursoenfase.com.br 34 www.cursoenfase.com.br # O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Sumário Ação Civil Pública 3 Origem, posição legal e sumular 3 Objeto 3 Tutela preventiva e tutela ressarcitória 5 Legitimidade 6 Legitimidade ativa 6 Legitimação Passiva 14 Competência 14 Termo de Ajustamento de Conduta e Inquérito Civil (Resolução n° 87/CSMPF) 16 Considerações gerais 16 Fases 16 Questões processuais sobre a ação civil pública 22 Ação Popular 24 Conceito 24 Previsão constitucional, legal e sumular 24 Objeto 24 Cabimento 27 Legitimidade 29 Legitimidade ativa 29 Legitimidade passiva 30 Outras questões processuais 31 Sentença 31 Responsabilização disciplinar 32 Reexame necessário (em favor da coletividade) 32 Efeito suspensivo 32 O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Sucumbência 32 Competência 32 Tutela Coletiva e Improbidade Administrativa Tutela Coletiva e Improbidade Administrativa Tutela Coletiva e Improbidade Administrativa Prescrição da via popular 33 1 www.cursoenfase.com.br 12 www.cursoenfase.com.br 13 www.cursoenfase.com.br O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Ação Civil Pública Origem, posição legal e sumular A lei da política nacional do meio ambiente foi criada em 1981 (Lei n° 6.938/81), nela estava previsto que o instrumento adequado à tutela do meio ambiente é a ação civil pública, e, ainda, que o Ministério Público teria a legitimidade para manejá-la. A
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