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Introdução à Anatomia Animal

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1 
 
INTRODUÇÃO Á ANATOMIA 
 Lygia Almeida 
 
É a ciência da estrutura do corpo. Embora o interesse primordial da anatomia esteja na estrutura, a 
estrutura e a função devem ser consideradas simultaneamente. É a ciência que estuda o corpo do 
animal, quanto à sua forma e estrutura, sem descuidar dos aspectos funcionais - funções do organismo, 
que está relacionado com a fisiologia. 
 
Etimologicamente – (parte da gramática que estuda a origem das palavras) 
Anatomia do grego significa: Ana – separar em partes e Tominus – cortar repetidas vezes. 
Anatomia - significa cortar em partes, a dissecação de cadáveres é o seu método principal de estudo. 
 
Divide-se em 3 grandes ramos: 
I. ANATOMIA MACROSCÓPICA 
II. ANATOMIA MICROSCÓPICA 
III. EMBRIOLOGIA 
 
I. ANATOMIA MACROSCÓPICA - é o estudo das estruturas anatômicas (órgãos, vasos, nervos, 
etc.) através da dissecação das peças ou animais previamente fixados com soluções apropriadas (a 
partir 1660 – álcool, 1890 – formalina). Usa-se a observação a olho nu, sem o uso de qualquer 
instrumento óptico que ampliem seu tamanho. As peças ou animais são estudados somente com 
auxílio de instrumentos cirúrgicos rotineiros, como tesouras, bisturi e pinças. 
 
Subdivide-se em: 
1. Anatomia Comparada ou Comparativa – visa estabelecer comparações entre as estruturas 
anatômicas nas diferentes espécies animais. Ex. estudo do aparelho respiratório em peixes, 
aves e mamíferos domésticos. 
2. Anatomia Especial – refere-se ao estudo das estruturas anatômicas de uma só espécie. Ex: 
cinotomia – espécie canina; hipotomia – espécie eqüina. 
3. Anatomia Descritiva ou Sistemática – estuda os diferentes sistemas e aparelhos que compõe 
o organismo de forma isolada. 
 
O estudo da anatomia sistemática está subdividido nas seguintes partes: 
Osteologia: estuda os ossos que compõe o esqueleto. 
Artrologia ou Sindesmologia: estuda as articulações (junturas) que são os meios de uniões entre 
os ossos. 
Miologia: estuda os músculos, que são elementos ativos do movimento. 
Neurologia: é o estudo do sistema nervoso. Este sistema está subdividido em central e 
periférico. 
Angiologia: estuda o aparelho cardiovascular, o coração e vasos (artérias, veias e linfáticos) por 
onde circula o sangue e a linfa encarregados de nutrir e drenar todos os tecidos do corpo. 
Esplancnologia ou organologia: estuda as vísceras que compõe os aparelhos e sistemas 
localizados no interior do corpo do animal. Ex.: aparelhos: respiratório, digestório, urinário, etc. 
2 
 
Estesiologia: estuda os órgãos que se destinam a captação das sensações, como o olho, orelha, 
papilas gustativas, etc. 
 
A pele e seus anexos são estudados no sistema tegumentar. 
 
As glândulas de secreção interna são estudadas no sistema endócrino ou juntamente com os 
sistemas que estão relacionados funcionalmente. Ex. a hipófise no sistema nervoso, o testículo 
no sistema genital masculino, etc. 
 
4. Anatomia Topográfica – estudo das estruturas anatômicas por regiões do corpo animal e suas 
inter-relações. Ex; região da coxa (pele, tecido subcutâneo, músculos, vasos sanguíneos, ossos, 
nervos, linfonodos, articulações, etc...) 
5. Anatomia Aplicada – consiste em reunir os conhecimentos adquiridos na anatomia 
sistemática e topográfica e aplicá-los na clinica médica, clinica cirúrgica, diagnóstico por 
imagem – radiologia, ultra-sonografia, ressonância magnética, exames fenotípicos dos 
animais para fins de inscrição em sociedades de registros genealógicos, inspeção e 
ezoognósia. 
 
II. ANATOMIA MICROSCÓPICA 
1. Biologia Celular – estudo da célula 
2. Histologia – estudo dos tecidos 
 
III. EMBRIOLOGIA - é o estudo do desenvolvimento anatômico desde o período da fecundação ao 
nascimento. 
 
DIVISÃO DO CORPO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS QUADRÚPEDES 
 
1. Cabeça Crânio 
 Face 
2. Pescoço 
3. Tronco Tórax 
 Abdome 
 Pelve 
4. Membros Torácicos 
 Pélvicos 
5. Cauda 
 
POSIÇÃO ANATÔMICA 
 
 Com o propósito de unificar a descrição das estruturas anatômicas, convencionou-se adotar uma 
posição padrão para o corpo dos animais = POSIÇÃO ANATÔMICA, na qual o animal está em 
estação, com os 4 membros estendidos e firmemente apoiados ao solo, com a cabeça ereta, narinas 
3 
 
voltadas para frente e olhar dirigido para o horizonte, assim independentemente da posição que o 
animal se apresente a descrição das estruturas anatômicas será sempre a mesma. 
 
PLANOS DE DELIMITAÇÃO: o corpo do animal está envolto através de 6 planos imaginários, 
dentro de uma figura geométrica em forma de paralelepípedo. Os planos são: 
 
1. Plano Ventral – é um plano horizontal, que pode ser representado pelo próprio solo em que os 4 
membros estão apoiados. 
2. Plano Dorsal – é o plano horizontal que tangencia o dorso do animal, portanto em posição oposta 
ao plano ventral. 
3. Planos Laterais – direito e esquerdo – são planos verticais que tangenciam as faces laterais do 
corpo. 
4. Plano Cranial – plano vertical, situado a frente do animal e constituindo a face anterior do 
paralelepípedo. 
5. Plano Caudal – é o plano vertical oposto ao plano cranial, ou seja, tangencia a cauda do animal. 
 
 
EIXOS DE CONSTRUÇÃO: há 3 grandes eixos formados por linhas imaginárias considerados 
importantes referências à posição e direção dos órgãos no interior do corpo que são: 
 
1. Eixo CranioCaudal – estende-se do ponto de interseção das diagonais do plano cranial ao plano 
caudal. 
2. Eixo DorsoVentral – estende-se do ponto de interseção das diagonais do plano dorsal ao plano 
ventral. 
3. Eixo LateroLateral – estende-se do ponto de interseção das diagonais dos planos laterais entre si. 
4 
 
 
 
PLANOS DE CONSTRUÇÃO: para a obtenção dos planos de construção do corpo dos animais, 
usamos os eixos estudados anteriormente 2 a 2 da seguinte maneira: 
 
1. Deslizando-se o eixo craniocaudal sobre o eixo dorsoventral temos o: 
PLANO MEDIANO (Fig.1 e 2 A) - que divide o corpo do animal em 2 metades semelhantes 
denominados de ANTÍMEROS (direito e esquerdo). 
PLANOS SAGITAIS OU PARAMEDIANOS (Fig. 2B): planos paralelos ao Mediano 
 
 
2. Deslizando-se o eixo laterolateral sobre o eixo dorsoventral temos o: 
PLANO TRANSVERSAL OU VERTICAL (Fig. 3B) – que divide o corpo do animal em partes 
cranial e caudal – denominados de METÂMEROS 
 
 
 
B – Medial 
C - Lateral 
Fig. 1 
Fig. 2 
B – Medial 
C - Lateral 
5 
 
3. Deslizando-se o eixo laterolateral sobre o eixo craniocaudal temos o: 
 PLANO FRONTAL OU HORIZONTAL (Fig. 3A) - que divide o corpo do animal em partes dorsal 
e ventral denominados de PAQUÍMEROS. 
 
 
TERMOS INDICATIVOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO DOS ORGÃOS 
 
 O estudo da forma dos órgãos vale-se geralmente da comparação com figuras geométricas. Assim 
conforme o órgão denomina-se: faces, margens, extremidades ou ângulos, denominados de acordo 
com os correspondentes planos para os quais estão voltados. Da seguinte maneira: 
 
1. Ventral: qualquer estrutura que estiver mais próxima ou voltada para o plano ventral terá uma 
posição ou direção denominada ventral. 
2. Dorsal: qualquer estrutura que estiver mais próxima ou voltada para o plano dorsal terá uma 
posição ou direção denominada dorsal. 
3. Lateral: qualquer estrutura que estiver mais próxima ou voltada para o plano lateral terá uma 
posição ou direção denominadalateral. 
4. Cranial: qualquer estrutura que estiver mais próxima ou voltada para o plano cranial terá uma 
posição ou direção denominada cranial. 
5. Caudal: qualquer estrutura que estiver mais próxima ou voltada para o plano caudal terá uma 
posição ou direção denominada caudal. 
6. Medial: qualquer estrutura que estiver mais próxima ou voltada para o plano Mediano terá uma 
posição ou direção denominada medial. 
7. Intermédia: qualquer estrutura que se situa entre duas outras, que são respectivamente medial e 
lateral em relação a ela. 
8. Média: qualquer estrutura que se situa entre duas outras que são respectivamente dorsal e ventral 
em relação a ela. 
9. Interno e Externo: indica a situação da parte voltada para o interior ou exterior de uma cavidade. 
 
Nos membros empregam-se termos especiais de posição: 
10. Proximal: qualquer estrutura que esteja mais próxima à raiz do membro (extremidade unida ao 
tronco). 
Fig. 3 
6 
 
11. Distal: qualquer estrutura que esteja mais próxima ou voltada para a parte livre do membro. 
 
Na Mão 
12. Termo cranial - é substituído por Dorsal (do carpo em diante) 
13. Termo caudal - substituído por Palmar 
 
No Pé 
14.Termo cranial – é substituído por Dorsal (do tarso, tornozelo ou jarrete em diante) 
15. Termo caudal - é substituído por Plantar 
 
Nos dedos 
16. Axial: face do dedo que está voltada para o eixo funcional. 
Eixo funcional – sobre a linha média da mão ou do pé. 
Bovino: 4 dedos, suíno: 4 dedos, cão: 5 dedos mão e 4 dedos no pé. 
17. Abaxial: face do dedo oposta ao eixo funcional. 
 
18. Superior e Inferior: termos usados para lábios e pálpebras 
19. Anterior e Posterior: termos usados para o globo ocular 
20. Superficial e Profundo: aplica-se a camadas do corpo, às paredes das vísceras. 
21. Rostral: somente na região da cabeça substituindo o termo cranial. 
 
 Para o tronco: 
 vértebra 
 
 
 
 1 - mediano 
 2 - medial 
 3 - lateral 
 4 - intermédio 
 5 - dorsal 
 6 – ventral 8 
 7 - médio 
 costela 
 
 
 9 
 esterno 
 plano mediano 
 
Para os membros 
 
 8 – proximal 
 10 
 9 – médio 
 
 10 - distal 
 
 
 
 
7 
 
 
Para cabeça 
 
 11 
 
 11 – dorsal 
 
 12 – ventral 
 14 
 13 13 – rostral 
 
 14 – caudal 
 
 
 
 12 
Em cavidades 
 
 
 
 a- interno 
 
 a b 
 b - externo 
 
 
 
 
 
 
NOMES ZOOTÉCNICOS 
8 
 
OSTEOLOGIA 
SISTEMA ESQUELÉTICO 
 
ESQUELETO: é o conjunto de ossos e cartilagens que se interligam para formar a estrutura do corpo 
do animal. 
 
TIPOS DE ESQUELETO 
1. Exoesqueleto: base de sustentação é externa ex: crustáceos, artrópodos. 
2. Endoesqueleto: esqueleto interno ex: homem, mamífero e aves. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO ESQUELETO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 
 
 Axial (eixo) 
Esqueleto divide-se em Apendicular (apêndices) 
 Esplâncnico ou visceral 
 
Esqueleto Axial compreende: Raque ou coluna vertebral 
 Costelas 
 Esterno 
 Crânio ou cabeça óssea 
 
Esqueleto Apendicular compreende: os ossos dos membros torácicos e pélvicos. 
 
Esqueleto esplâncnico ou visceral compreende: vários ossos desenvolvidos no interior de algumas 
vísceras ou órgãos. 
Exemplos: 
 Osso peniano dos canídeos e felídeos 
 Osso cardíaco dos bovinos 
 Osso rostral do focinho dos suínos 
 
 Fabelas – osso em forma de ervilha localizado caudalmente a cada côndilo do fêmur, no 
interior do músculo gastrocnêmio. 
 
O número de ossos em um esqueleto varia: 
- segundo a idade deste animal, já que quando um osso é formado ele é composto de inúmeras 
partes, as quais se fundem após o nascimento, consolidando-se em um único osso na idade adulta, 
quando termina o crescimento do animal. 
- em um mesmo esqueleto animal entre os dois antímeros; assim em um animal adulto, no carpo do 
eqüino podemos encontrar 7 ossos cárpicos num antímero e 8 ossos cárpicos no antímero oposto. 
Enquanto no tarso eqüino um pode apresentar 6 e o outro 7 ossos társicos. 
 
9 
 
- entre espécies diferentes principalmente devido ao número de dedos. Os eqüinos pisam em um 
dedo, os ruminantes em dois, os suínos em quatro, os caninos e felinos em quatro ou cinco e os 
humanos em cinco. As vértebras caudais são as que apresentam a maior variação entre espécies 
diferentes ou mesmo dentro de uma mesma espécie. 
 
 Os artiodáctilos têm dedos pares, ruminantes 2, suínos e hipopótamo 4; os perissodáctilos 
têm dedos ímpares, eqüídeos 1, anta e rinoceronte 3 e elefante 5 dedos. 
 
 
FUNÇÕES DO ESQUELETO 
1. Proteção para órgãos como: coração, pulmão, e Sistema Nervoso Central (SNC) 
2. Sustentação e conformação do corpo 
3. Armazenamento de íons de cálcio (Ca++) e fosforo (P) 
4. Sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos permitem os deslocamentos do 
corpo no todo ou em parte. 
5. Produção de certas células do sangue – HEMATOPOIESE 
 
ESTRUTURAS DOS OSSOS 
 O osso é uma substancia viva com vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Ele cresce, está 
sujeito a doenças e quando fraturado, cicatriza. 
 
10 
 
CONSTITUIÇÃO DOS OSSOS 
1. Matriz Orgânica (OSTEÓIDE) – é formada por fibras colágenas(95%) constituídas de 
colágeno do tipo I e por pequena quantidade de proteoglicanas e glicoproteínas 
adesivas. São responsáveis por uma certa elasticidade e flexibilidade do osso. Ososteoblastos são as células que sintetizam a parte orgânica da matriz óssea. 
2. Matriz Inorgânica (SUBSTANCIA MINERAL)- compõe cerca de 50% do peso da 
matriz óssea. É constituída principalmente cálcio e fosforo que formam cristais de 
hidroxiapatita (Ca5 (PO4)3OH) que são depositados dentro da rede de fibras colágenas 
(matriz orgânica), sendo responsáveis pela dureza e resistência característica do tecido 
ósseo. 
 
MECANISMOS DE OSTEOGENESE OU OSSIFICAÇÃO 
1. OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA 
2. OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL 
 
1. OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA 
Os ossos que vão se formar total ou parcialmente por esse modo de ossificação, são os ossos 
que não sustentam muito peso, tais como, os ossos chatos do crânio e faciais, a mandíbula e 
clavícula(no homem). Surge no interior de membranas de tecido conjuntivo, daí o nome de 
intramembranosa. O local da membrana conjuntiva, onde a ossificação começa, chama-se 
centro de ossificação primária, O processo tem início pela diferenciação de células 
mesenquimatosas que se transformam em grupos de osteoblastos. Estes sintetizam o osteóide 
(matriz ainda não mineralizada), que logo se mineraliza, englobando alguns osteoblastos que se 
transformam em osteócitos. A palpação do crânio dos recém nascidos revela áreas moles – as 
fontanelas – onde as membranas conjuntivas ainda não foram substituídas por tecido ósseo. 
 
2. OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL 
Tem inicio sobre uma peça de cartilagem hialina. De forma semelhante á do osso que vai se 
formar, porém de tamanho menor. Esse tipo de ossificação é o principal responsável pela 
formação de ossos curtos e longos, tais como os ossos dos membros, coluna vertebral, da pelve 
e base do crânio. 
 
Todavia deve-se salientar que a única diferença entre esses dois mecanismos distintos de 
osteogênese é o ambiente em que a ossificação ocorre. Não há diferença no tipo de osso que 
irão produzir, que será sempre o mesmo : Osso primário ou Imaturo (fibras colágenas com 
disposição irregular, sem orientação definida), e Osso Secundário ou Lamelar (fibras se 
organizam em lamelas, que adquirem uma disposição muito peculiar). 
 
TODOS OS OSSOS SÃO PERFURADOS POR FORAMES NUTRÍCIOS POR ONDE 
PENETRAM VASOS ENCARREGADOS DE SUA NUTRIÇÃO. 
 
 
11 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS 
É uma classificação baseada na forma, tomando-se em consideração a predominância de uma 
das dimensões (comprimento, largura e espessura) sobre as outras duas. Assim, classificam-se em: 
 
• Ossos longos: 
São ossos em que uma das dimensões é maior do que as demais, ou seja, o comprimento é 
maior do que a largura e a espessura (altura). 
Os ossos longos apresentam um grande eixo longitudinal com a forma cilíndrica e que 
recebe o nome de CORPO ou DIÁFISE. 
As extremidades são mais largas e denominadas de EPÍFISES, sendo uma proximal e uma 
distal. 
A área ou região entre a diáfise e as epífises nos animais jovens, recebe o nome de 
METÁFISE. Na metáfise encontra-se uma cartilagem responsável pelo crescimento do osso 
em comprimento, chamada de CARTILAGEM DE CONJUGAÇÃO ou CARTILAGEM 
EPIFISÁRIA, ou CARTILAGEM EPIFISEAL (ou ainda CARTILAGEM DE 
CRESCIMENTO). Durante o crescimento a cartilagem sofre uma ossificação formando uma 
linha de tecido ósseo próxima das epífises e por isso chamada de linha epifisária, linha 
epifiseal ou linha fiseal. 
É recoberto, tanto na superfície externa (periósteo) como interna (endósteo), por camadas 
de tecido conjuntivo contendo células osteogênicas. 
 
PERIÓSTEO, revestimento externo da diáfise e parte das epífises, com exceção das 
superfícies articulares. É uma membrana delgada que possui duas camadas, uma camada 
fibrosa e outra celular que possui atividade osteogênica (responsável no animal jovem pelo 
crescimento em espessura dos ossos. No animal adulto, pela regeneração de fraturas ou 
inflamações). As epífises e a diáfise apresentam vários forames (orifícios) para a passagem 
de artérias e veias que irão nutrir o osso e também para levarem as células do sangue 
formadas na medula óssea. Os forames são chamados de nutrícios ou nutritivos. 
 
O corpo ou diáfise encontra-se formado pelo TECIDO ÓSSEO COMPACTO, que 
delimita um espaço chamado de CAVIDADE MEDULAR. No interior da Cavidade 
Medular, existe a MEDULA ÓSSEA, com função hematopoiética, ou seja, responde pela 
produção de células sanguíneas: eritrócitos, granulócitos e plaquetas. 
 
Nas epífises existe o TECIDO ÓSSEO TRABECULAR ou ESPONJOSO que recebe esse 
nome por apresentar uma forma reticular, ou seja, forma de rede, ou de esponja. No interior 
do tecido ósseo esponjoso encontram-se pequenos espaços, preenchidos por medula óssea. 
 
ENDÓSTEO é constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas revestindo as 
cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de Volkmann. 
12 
 
Nos animais jovens a medula óssea é sempre vermelha, já nos animais idosos este 
tecido vai sendo substituído por tecido adiposo (gordura), formando a chamada medula 
amarela. 
A medula óssea do esterno e pelve (crista ilíaca) permanece vermelha, por toda a vida. 
 
 TECIDO OSSEO COMPACTO: apresenta lamelas concêntricas que circundam um canal 
central – OSTEONIO (unidade estrutural básica do osso esponjoso). 
No canal central (Canal de Harvers) observamos vasos sanguíneos, Os canais centrais 
comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa do osso, através 
de canais transversais , os Canais Perfurantes ( Canais de Volkmann). 
 
- Funções dos ossos longos: 1) Sustentação dos tecidos moles 
 2) Auxilio na locomoção (alavancas) 
 3) Fonte de Minerais 
 4) Abrigam a medula óssea 
 
 
13 
 
- Locais onde encontramos ossos longos: 
Estão localizados nos membros: 
Membro Torácico (Úmero, Rádio, Ulna, Metacarpo (Metacárpicos) e Falanges) 
Membro Pélvico (Fêmur, Tíbia, Fíbula, Metatarso (Metatársicos) e Falanges). 
 
 
 
 
14 
 
 
• Ossos alongados: 
São ossos em que o comprimento é maior do que a largura e a 
espessura. Externamente são formados por tecido ósseo compacto e 
internamente apresentam tecido ósseo esponjoso com pequena 
quantidade de medula óssea. São revestidos pelo periósteo e também 
pelo endósteo. Diferem dos ossos longos por NÃO apresentarem 
Cavidade Medular. Ex.: Costelas 
- Funções: 1) Proteção 
 2) Área de fixação muscular 
 3) Fonte de minerais 
 4) Abrigam medula óssea 
 
 
• Ossos planos ou chatos: 
São os que apresentam comprimento e largura equivalentes maiores do que a espessura. Os 
ossos chatos ou planos são formados externamente por uma fina camada de tecido ósseo 
compacto. Possuem pequena quantidade de medula óssea no interior do tecido ósseo 
esponjoso. 
 
A disposição de camadas de tecido ósseo esponjoso situado entre as duas lâminas de tecido 
compacto nos ossos chatos, no crânio, é denominada de DIPLOË. 
A lâmina interna de tecido ósseo compacto é mais fina, porém mais resistente, aumentando 
assim a proteção do encéfalo e não apresenta periósteo. É revestida pela dura- máter, que é 
a meninge mais externa que recobre o encéfalo. Como a dura-máter não tem capacidade 
osteogênica, no caso de laceração da parede craniana, não vai haver regeneração e não há 
formação de calo ósseo, que comprimiria o encéfalo. 
 
- Função dos ossos Chatos ou Planos: 1) Proteção dos tecidos moles 
 2) Grande área para fixação muscular 
 3) Fonte de Minerais 
 4) Abrigam Medula Óssea 
- Localização: maior parte dos ossos da cabeça, escápula e o osso do quadril ou coxal.15 
 
 
 
• Ossos curtos: 
São ossos em que as três dimensões se equivalem e estão formados externamente por uma 
fina camada de tecido ósseo compacto. Internamente apresentam tecido ósseo esponjoso 
com pouca quantidade de medula óssea no seu interior. 
Os ossos curtos estão presentes nas proximidades das articulações que realizam movimentos 
amplos ou complexos. Possuem também uma função além de permitir uma fonte de 
minerais e de abrigar medula óssea, a de absorver choques. 
Estão localizados na região do Carpo, portanto constituem os Ossos do Carpo e na região do 
Tarso, formando os Ossos do Tarso. 
 
16 
 
• Ossos sesamóides: 
É um tipo especial de osso curto porque possuem a forma de semente de sésamo (Gergelim). 
Funções: 
1) São formados no trajeto de determinados tendões e por isso evitam o atrito entre os 
tendões e os ossos (parte pontiaguda dos ossos). 
2) Por estarem no trajeto dos tendões podem alterar o seu curso, redirecionando-os. 
3) Por ocasionarem uma mudança na direção dos tendões (redirecionamento) alteram o 
ângulo de tração dos tendões dos músculos e com isso proporcionam menor trabalho 
muscular, ou seja, maior vantagem mecânica, pois atuam como verdadeiras roldanas. 
 
Exemplos: O maior osso sesamóide do corpo é a Patela (antiga 
Rótula). 
Existem três ossos Sesamóides por dedo, sendo dois ossos entre a 
extremidade distal do metacarpo e a extremidade proximal da 
falange proximal e um osso sesamóide entre as falanges média e 
distal. 
 
• Ossos irregulares: 
São ossos que apresentam uma morfologia complexa, sem forma geométrica definida, não se 
enquadram em nenhuma classificação e geralmente são ossos ímpares e situados no plano 
mediano. 
Ex.(localização): alguns ossos do crânio como o osso occipital, o osso esfenóide, temporais, 
e etmóide e os ossos da coluna vertebral, que são chamados de vértebras. 
 
 
 
 
17 
 
• Ossos pneumáticos: 
São ossos que possuem espaços no seu interior contendo ar, e apresentam-se revestidos por 
uma membrana mucosa, possuem uma comunicação com o meio exterior através da 
cavidade nasal. Os espaços no interior dos ossos são chamados de Seios ou Sinus 
Os ossos que apresentam Seios são: Frontal (Seio Frontal), Maxilar (Seio Maxilar), 
Esfenóide (Seio Esfenoidal), Palatino (Seio Palatino). 
Os Seios nesses ossos podem também ser chamados de Seios Paranasais (ao lado do nariz). 
- Funções: 
Resistência (mais resistentes do que os ossos que não possuem ar no interior) e leveza

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