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APOSTILA DE ECONOMIA 01

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Economia
Wiliam Rangel 
O N L I N EO N L I N E
Economia
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Introdução
 Vivemos em um mundo altamente globalizado e pleno de informações e transformações, 
no qual os negócios evoluem junto com as empresas, que se reinventam a cada ciclo 
de crescimento, numa tentativa, por vezes, desesperada de responder às demandas de 
consumidores e cidadãos cada vez mais bem informados, conectados e exigentes. 
 Para entender melhor este cenário em transformação, ofertamos este conteúdo 
de economia, moderno e abrangente, pois desejamos que você saiba como utilizar os 
conhecimentos da ciência econômica para prever, antecipar e gerenciar os seus impactos 
para a condução de sua vida pessoal, sua vida profissional e também para sua participação 
na sociedade. 
 Nossa disciplina está integrada com as demais disciplinas que fazem parte de sua 
grade curricular, e aborda, de forma interdisciplinar, aspectos econômicos, sociais, 
ambientais e financeiros relacionados aos negócios realizados pelas pessoas e pelas 
empresas. 
 Nesta disciplina você verá as noções básicas de dois importantes setores da Economia: 
a Microeconomia - que mostra as interações entre consumidores e fornecedores que 
duelam em busca do equilíbrio de mercado -, e a Macroeconomia - que trata das grandes 
questões econômicas de nossos dias, como a inflação, o desemprego, os impostos e a 
formação do PIB de um país. 
 Abordaremos estas questões sempre com um olhar sobre a realidade que nos cerca, 
através de um conteúdo emoldurado por recursos educacionais que tornam o aprendizado 
mais fluido, mais interessante e participativo, no qual você verá como a Economia faz 
parte de sua vida e como você pode interpretar os eventos econômicos a seu favor, 
principalmente com relação ao mercado de trabalho, para o qual você está se capacitando.
Economia
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Objetivos
Competências a serem desenvolvidas na disciplina.
Esperamos que, ao final deste curso, você seja capaz de: 
•	Reconhecer as definições e conceitos básicos da ciência econômica e a forma como 
esta ciência social está organizada, além de ser capaz de ordenar e exemplificar os 
princípios econômicos de Mankiw;
•	Demonstrar a lei da oferta e da demanda e ser capaz de construir esquemas da economia 
real que explicam o comportamento do consumidor no mercado de bens e serviços;
•	Relacionar os fatores que influenciam na oferta e na demanda por bens e serviços, 
de forma a construir a noção de equilíbrio de mercado, com as possíveis restrições 
impostas pela elasticidade; 
•	Empregar os conceitos de PRODUÇÃO e de CUSTOS para categorizar e descrever 
estes custos à luz da contabilidade empresarial;
•	Ordenar os conceitos e as definições básicas da Macroeconomia, visando à construção 
do resumo teórico sobre a contabilidade nacional e a compreensão dos grandes 
agregados macroeconômicos;
•	Reconhecer e definir os conceitos do ambiente inflacionário, de forma que possa 
entender as causas e relacionar os efeitos da política econômica sobre o dia a dia da 
empresa e do mercado;
•	Analisar o ambiente empresarial e esquematizar as forças políticas e econômicas que 
atuam sobre esse ambiente, identificando a interação entre a empresa e o mercado 
visando construir e comparar possíveis estratégias de respostas às forças de mercado.
 Objetivos Gerais: 
 Apresentar ao aluno os principais 
conceitos da Teoria Econômica a fim de 
capacitá-lo para a compreensão das 
relações entre consumidor, mercado, 
governo e o setor externo da economia. 
	 Objetivos	Específicos:	
 Capacitar o aluno para que ele tenha 
uma visão global sobre o mercado atual, 
de forma a identificar a empresa como um 
agente econômico que tem vida própria, 
que interage e atrita, todo o tempo, com as 
forças internas e externas do mercado. 
 A disciplina de economia tem objetivos gerais e específicos bem claros, que nos 
permitem estabelecer as competências que devem ser desenvolvidas. Veja a seguir: 
Introdução à Microeconomia
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Introdução à Microeconomia
Unidade 1
Wiliam Rangel
Introdução à Microeconomia
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Sumário
Carta ao Aluno .................................................................................................. 06
Introdução ........................................................................................................ 07
Objetivos........................................................................................................... 08
Estrutura da Unidade....................................................................................... 08
UNIDADE 1: Introdução à Microeconomia
Tópico 1: Fluxo Circular da Renda e Moeda a Dois Fatores - Famílias / 
Empresas .................................................................................... 09
Tópico 2: Problemas Econômicos Fundamentais ......................................... 14
Tópico 3: Divisão do Estudo Econômico ......................................................... 15
Tópico 4: Os Dez Princípios Básicos da Eonomia .......................................... 19
Resumo ............................................................................................................ 32
Leitura Complementar .................................................................................... 33
Referências	Bibliográficas	.............................................................................				34
Introdução à Microeconomia
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Carta ao Aluno
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo ao fascinante mundo da Economia! 
 Seja qual for o seu curso, seja qual for a sua atividade profissional, seja qual for a 
maneira como você conduz a sua vida pessoal, saiba que você é considerado um “ser 
econômico”, que interage com o mundo ao seu redor, e toma decisões segundo os seus 
valores, os seus interesses, os seus objetivos. 
 A disciplina Economia pretende dar a você a capacidade de entender o ambiente 
que o cerca e de interpretar de, forma adequada, os sinais que estão por toda a parte, e 
que vão ajudá-lo a se sentir mais seguro para tomar importantes decisões no mundo dos 
negócios ou em sua vida pessoal. 
 Adam Smith, considerado por muitos o “pai” da Economia Moderna e também das 
teorias do liberalismo, escreveu o seguinte no final do século XVIII: “Não é pelo dinheiro 
em si que os homens o desejam; é pelo que podem comprar com ele”. 
 Acrescentaríamos que não é apenas o que se pode comprar com ele, mas o que 
podemos transformar a partir dele, gerando riqueza para as pessoas, para as empresas, 
e para a sociedade, enfim. Isso denota a relevância do estudo econômico: pelo que ele 
pode agregar em conhecimento para a transformação de vidas e para o aumento da sua 
qualidade de vida. 
 Este material foi elaborado com a preocupação de dar a você um conteúdo robusto, 
atual, impregnado de informações e casos da vida real, em um formato atraente e 
interativo, de forma que sua participação possa ser intensa e proveitosa para o seu próprio 
aprendizado. 
 Nós, do NEaD, queremos lhe dar as boas-vindas e nos colocamos inteiramente ao 
seu dispor. Estaremos juntos nesta caminhada!
 Bons estudos!
 Wiliam Rangel - ECSA
(Professor-autor)
Introdução à Microeconomia
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 Olá, seja bem-vindo (a) à Primeira Unidade de Aprendizagem de Economia! 
Mostraremos que você é um ser econômico, que age na defesa de seus gostos, seus 
interesses, suas preferências, e que também interage com os demais agentes econômicos, 
que podem ter interesses, gostos e preferências bem diversos dos seus. Muitas das 
vezes ainda precisamos de uma intervenção governamental para disciplinar a questão 
dos direitos e deveres, ou a proteção aos agentesmais vulneráveis da sociedade. Como 
ajustar esses parâmetros para que os recursos escassos e disponíveis sejam alocados da 
forma mais eficiente entre todos os agentes? 
 A Economia, como ciência social, tenta dar respostas a essa e outras perguntas. Para 
entender este processo, um bom começo pode ser a compreensão sobre qual é o papel 
das famílias e das empresas na sociedade, em termos de posse e disponibilização de 
bens, serviços e fatores de produção, e as respectivas remunerações para as transações 
efetuadas. Nesse particular, você precisa saber como os agentes tomam decisões 
individuais e como interagem uns com os outros nos mercados, onde há regras implícitas 
de funcionamento que não podem ser ignoradas. 
 
Vamos começar?
Bons estudos!
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Estrutura da Unidade
Objetivo
s
 Ao final desta Unidade de Aprendizagem você 
será capaz de:
1.	 Entender o funcionamento básico do 
mercado, onde as famílias e as empresas interagem 
comprando e vendendo produtos, serviços e fatores 
de produção;
2.	 Estar familiarizado com a nomenclatura dos 
fatores de produção e seu significado econômico;
3.	 Compreender as divisões do estudo 
econômico, e como cada divisão trata dos 
problemas econômicos fundamentais;
4.	 Identificar os princípios econômicos que regem 
o comportamento dos agentes econômicos quando 
tomam decisões individuais e também como eles 
interagem com outros agentes no mercado. 
5.	 Conhecer os princípios básicos do 
funcionamento da economia de um país.
 Nesta Unidade de Aprendizagem, você terá 
o primeiro contato com as noções básicas de 
Economia, através do seguinte conteúdo:
1.	 Funcionamento básico da Economia por 
meio do fluxo circular da renda e da moeda;
2.	 Conceituação e definições sobre os fatores 
de produção e os problemas econômicos 
fundamentais;
3.	 Divisão do estudo econômico em quatro 
grandes áreas;
4.	 Dez princípios básicos da Economia, 
segundo a visão do economista N. Gregory 
Mankiw, para as decisões individuais dos 
agentes econômicos, para as interações entre 
esses agentes e sobre o funcionamento básico 
da Economia.
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1.	Fluxo	Circular	da	Renda	e	Moeda	a	Dois	
Fatores	–	Famílias/Empresas
Figura 1: diagrama do fluxo circular da renda (Mankiw, 2005, Página 23).
 Pare e pense! Todos os dias, milhões de trabalhadores acordam cedo e se põem 
a caminho do trabalho, onde passam por um longo período exercendo suas atividades 
profissionais, produzindo bens ou serviços que são ofertados à sociedade. Ao final 
de um mês, as empresas remuneram esses trabalhadores com um salário, que será 
consumido na aquisição de bens e serviços necessários a sua manutenção. Estes bens e 
serviços foram produzidos por outros agentes econômicos, que também acordaram cedo, 
trabalharam por todo o mês e foram remunerados pelas empresas, e que também gastam 
o salário com novas aquisições, e o ciclo se repete indefinidamente. Todo esse processo 
se concretiza mesmo sem que você o perceba, e o diagrama do fluxo circular da renda, 
mostrado na Figura 1, vai permitir que você observe e entenda o fenômeno com mais 
detalhes.
Mercado de Bens e Serviços
As Empresas Vendem
As Famílias Compram
As Famílias Vendem
As Empresas Compram
Empresas:
Contratam e Utilizam Fatores de Produção
Produzem e Vendem Bens de Serviços
Famílias:
Vendem os Fatores de Produção
Compram e Consomem Bens de Serviços
Bens e Serviços
Vendidos
Receita Gastos
Fatores de
Produção
Trabalho, Terra,
Capital
Fluxo de Insumos e Produtos
Fluxo Monetário
Bens e Serviços
Comprados
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 Esse diagrama é um modelo simplificado da realidade, que mostra como a economia 
está organizada e como os agentes econômicos interagem uns com os outros. Você pode 
entender esse processo em cinco passos:
 Imagine um mercado onde constem apenas dois tipos de agentes 
econômicos: as famílias e as empresas. Apenas para conhecimento, 
um modelo mais completo incluiria o governo, arrecadando tributos e 
prestando serviços públicos à sociedade e, ainda, o mercado externo, com 
as exportações e as importações.
 As famílias e as empresas interagem em dois mercados. No mercado de 
fatores de produção, as famílias ofertam às empresas a sua mão de obra e 
são remuneradas com o salário; ofertam seus imóveis e recebem aluguéis; 
ofertam capital para compra de ações das empresas, por exemplo, e são 
remuneradas com o lucro e os juros. Em resumo, no mercado de fatores 
de produção, as famílias vendem os fatores, e as empresas compram 
esses insumos. Já no mercado de bens e serviços os papéis se invertem: 
as empresas ofertam os bens e serviços gerados com os insumos que 
adquiriu e transformou, e as famílias compram esses bens e serviços para 
satisfazer as suas necessidades.
 Para adquirir os bens e serviços, as famílias incorrem em gastos, em 
despesas que, por sua vez, se convertem em receitas para as empresas.
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 Este diagrama foi colocado bem aqui, no 
primeiro capítulo porque, ao longo do curso, 
voltaremos a fazer referências a ele, de forma 
que você possa entender as noções básicas da 
ciência econômica. 
 As despesas ou gastos das famílias são pagos com a renda que foi 
auferida com a venda dos fatores de produção: salários, aluguéis e lucros/
juros. Entretanto, essa remuneração representou uma despesa para as 
empresas. Para honrar essas despesas, as empresas vendem os bens e 
serviços às famílias, já incorporando as projeções de lucro.
 Ao fluxo mais interno, que gira em sentido horário, damos o nome 
de fluxo de insumos e produtos, ou fluxo real da economia. Ao fluxo mais 
externo, que gira em sentido anti-horário, damos o nome de fluxo monetário, 
pois indica como se processa o fluxo do dinheiro na economia.
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1 Trade-off: Expressão utilizada para definir a tendência à relação inversa entre variáveis. Por exemplo, com uma quantia de 
R$ 100, você pode comprar refrigerante ou carne bovina. Você pode gastar todo o dinheiro apenas comprando refrigerantes 
apenas carne. O mais sensato, porém, é que você compre um pouco de cada bem, até o limite de R$ 100. Porém, dada 
essa escolha inicial, se você quiser comprar mais carne, por exemplo, terá que abrir mão de uma parcela de refrigerantes 
por causa da restrição orçamentária de R$ 100. Em resumo, você só terá mais carne se aceitar que isso só será possível 
se você tiver menos refrigerantes em sua cesta! 
2 Commodity: mercadorias em estado bruto ou com grau mínimo de industrialização; matéria prima. São produzidas em 
grandes quantidades, e provém do cultivo ou da extração. Exemplos: café, soja, trigo, algodão, petróleo, minérios de ferro, 
de cobre ou manganês, carne bovina ou de frango.
 Economia é a ciência social que estuda como os agentes econômicos decidem 
empregar os recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo 
a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as 
necessidades humanas. (VASCONCELLOS; GARCIA, 2008). A partir dessa definição, 
fica clara a associação da administração de um Estado com a administração de um 
lar. Em ambos, os recursos produtivos são escassos e as necessidades humanas são 
ilimitadas, o que, frequentemente, nos leva a tomar decisões. E, na tomada de decisão, 
os agentes se deparam com a questão do trade-off1, já que a adoção de uma escolha 
implica, necessariamente, no abandono de uma segunda alternativa. Então, podemos 
dizer que esta é a principal questão da economia: como atender as necessidadeshumanas 
ilimitadas, que aumentam com o crescimento da renda, ou com o aparecimento de novas 
tecnologias, e distribuir da melhor maneira possível os recursos produtivos ou fatores de 
produção, que são escassos.
 Os mercados são, em geral, mecanismos ágeis e eficazes para lidar com a escassez 
e a escolha.
 Refere-se ao espaço geográfico utilizado para que se construa 
uma fábrica, um edifício empresarial, ou para o plantio e cultivo de 
produtos agrícolas e criação de animais. Inclui os recursos naturais. 
O Brasil, por exemplo, é muito rico neste fator de produção, pois 
somos grandes exportadores de commodities2 agrícolas e minerais.
Terra
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 É o estoque de equipamentos e estruturas necessárias ao 
processo produtivo ou para que se possa consumir. Compreende as 
edificações, as fábricas, os galpões, as máquinas e os equipamentos.
Capital
 Inventário dos métodos de produção conhecidos e 
empregados em produtos, processos, inovações,que são 
necessários à produção e ao desenvolvimento produtivo.
 Competência ou habilidade para organizar, coordenar, tomar 
decisões, investir, controlar e dirigir um negócio com sucesso, 
mesmo em ambientes sujeitos a riscos. 
Tecnologia
Capacidade Empresarial
 São os recursos humanos, a mão-de-obra que aplica as 
faculdades físicas e intelectuais no processo produtivo, seja no chão 
de fábrica, na lavoura, nos escritórios, no ensino, na pesquisa, etc. 
Trabalho 
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2.	Problemas	Econômicos	Fundamentais
 Sabemos que nem todos os fatores de produção são encontrados em todos os países, 
ou, pelo menos, são encontrados em quantidades nas diferentes nações. As sociedades 
enfrentam o problema de escassez de recursos para as ilimitadas necessidades 
humanas. A sociedade, ou um determinado segmento dela, deve decidir, a partir das 
escolhas coletivas, como empregar, da melhor maneira possível, os recursos existentes 
e escolher como irão se desenvolver a produção e o consumo no país. Assim, aparecem 
os problemas econômicos fundamentais, e nos perguntamos:
•	O que produzir: dentro das possibilidades existentes de produção, 
a sociedade deverá escolher o que será produzido;
•	Quanto produzir: ainda devido à escassez de recursos, deve-se 
optar por uma quantidade que racionalize a utilização dos fatores 
disponíveis.
•	Como produzir: quais os métodos de produção eficientes 
devem ser escolhidos, de acordo com a tecnologia existente 
no país, a fim de diminuir os custos de produção e utilizar, da 
melhor maneira, os recursos disponíveis;
•	Para quem produzir: a sociedade também decidirá quais setores 
serão mais beneficiados e como seus membros participarão da 
distribuição dos resultados da sua produção. 
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3.	Divisão	do	Estudo	Econômico
MICROECONOMIA
Relação entre empresas 
e consumidores 3 elementos
Relação entre oferta
 e procura
Consumidor, empresa 
e produção.
Os preços
Defini-se pela:
Da qual advém:
O que define:
Apresenta:
Que são:
 Você já deve ter percebido que o estudo da Economia é bastante complexo. Porém, 
para facilitar esse estudo, os economistas costumam dividi-lo em quatro grandes áreas de 
especialização, que são as seguintes:
•	Microeconomia: estuda os fundamentos das escolhas dos agentes econômicos, ou 
seja, indivíduos e firmas, e suas interações nos mercados específicos, considerando 
os recursos escassos de que dispõem, através da Teoria do Consumidor e da Teoria da 
Firma. Usando a análise da oferta e da demanda por bens e serviços, a Microeconomia 
descreve como o mercado pode atingir um equilíbrio em relação aos preços e às 
quantidades demandadas pelos consumidores e ofertadas pelas firmas, tal como 
você viu no diagrama do fluxo circular da renda. A Microeconomia também estuda as 
estruturas de mercado em função do grau de concorrência entre as empresas e as 
implicações disso para a eficiência econômica. 
•	Macroeconomia: estuda a Economia como um todo, incluindo as causas e os 
mecanismos corretivos das grandes flutuações das variáveis conjunturais. Importa a 
determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais, proporcionados 
em parte pela reunião dos dados setoriais da Microeconomia. Sua estrutura é composta 
por 5 mercados: Bens de serviços, Mercado de trabalho, Mercado monetário (juros), 
Mercado de títulos (déficit e superávit) e Mercado de divisas: câmbio, dólar. 
Entenda melhor essas duas áreas na figura abaixo.
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MACROECONOMIA
Tem foco nos:
Agregados econômicos
Que são:
Renda, emprego, juros
câmbio, títulos, etc...
Cuja estrura é composta de:
5 mercados
Que são:
Bens de serviços
Mercado de trabalho Mercado de títulos: défict e superávit
Mercado monetário (juros)
Mercado de divisas: câmbio, dolar
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•	Economia Internacional: estuda as relações de troca entre um país e o resto do 
mundo através da balança comercial (exportação e importação de bens e serviços) e 
as relações comerciais e financeiras entre os residentes e os não residentes do país. 
Contempla as relações econômicas, como transações de bens e serviços e transações 
financeiras e, também, as relações internacionais do país. Isso se faz necessário porque 
não há um único país sequer no mundo, que não precise efetuar trocas internacionais 
de bens e serviços.
•	Desenvolvimento Econômico: apesar de possuir um caráter macroeconômico, o 
desenvolvimento econômico trata de questões de longo prazo, em busca de maneiras 
para melhorar o padrão da vida da população. Isso quer dizer a melhoria dos indicadores 
qualitativos da economia. Preocupa-se com o crescimento populacional (taxas de 
natalidade, de mortalidade, de analfabetismo, de esperança de vida ao nascer etc.). 
Visa ao aumento do bem-estar da sociedade, ao progresso tecnológico e às estratégias 
de crescimento.
 Entenda melhor sobre Economia Internacional e Desenvolvimento Econômico, na 
figura abaixo:
ECONOMIA INTERNACIONAL
Relações de troca Se faz necessário
Através
O que contempla?
Entre um país e 
o resto do mundo
Da balança comercial e 
das relações comerciais 
e financeiras
Relações econômicas: transações 
de bens e serviços e transações 
financeiras e as relações 
internacionais do país.
Não há um único país sequer 
que não precise efetuar trocas 
internacionais de bens e serviços
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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
Macroeconômico, questões 
de longo prazo
Aumentar o bem-estar da sociedade, 
o progresso tecnológico e as 
estratégias de crescimento
Crescimento 
populacional
Mortalidade 
Natalidade 
Esperança de vida
Analfabetismo
Caráter
Preocupação
Objetivo 
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4.	Os	Dez	Princípios	Básicos	da	Economia
 Logo no primeiro capítulo de seu livro “Princípios de Microeconomia”, o economista 
americano N. Gregory Mankiw relacionou os dez princípios da Economia, sendo quatro 
os que regem as tomadas de decisão individuais, mais três princípios que dizem 
respeito a como as pessoas interagem entre si e, por fim, três princípios relacionados ao 
funcionamento da Economia. Vamos a eles!
Os 10 princípios da Economia
Princípios
1, 2, 3 e 4
Princípios
5, 6 e 7
Princípios
8, 9 e 10
Tomadas de decisão 
individuais
Interações
entre pessoas
Funcionamento 
da Economia
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Percebe por que não existe almoço grátis?Como agentes econômicos, estamos constantemente às voltas com decisões e 
escolhas mutuamente excludentes e, por isso, se faz necessário reconhecer e avaliar 
os trade-offs em nossa vida, porque somente podemos tomar boas decisões 
se compreendermos muito bem as opções que 
estão disponíveis.
Princípios Relacionados à Tomada de Decisão Individual
 Princípio nº 1 - As pessoas enfrentam trade-offs. 
 Você já deve ter ouvido a frase “Não existe almoço grátis”! E não existe mesmo, 
pois até mesmo quando vamos a um almoço do tipo “boca livre”, incorremos em um 
custo de oportunidade, pois sacrificamos uma alternativa ou outra atividade qualquer que 
poderíamos estar executando. Porém, a tomada de decisão nos levou a escolher a opção 
de ir a esse almoço, em detrimento de alguma outra atividade concorrente. 
 Vejamos mais um exemplo:
 Podemos ter um meio ambiente mais limpo, menos poluído, mais sustentável. Mas, 
para isso, temos que reduzir as atividades industriais poluidoras. Isso pode gerar o 
desemprego, o que é indesejável. Este é o trade-off: menos poluição, mais desemprego. 
Como alternativa, o governo poderia obrigar as empresas a instalarem mecanismos de 
controle da poluição. Só que isso vai encarecer o preço dos produtos, ou seja, vai gerar 
inflação. 
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Princípio nº 2 - O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la. 
 Como os agentes econômicos enfrentam trade-offs, a tomada de decisão entre as 
diversas alternativas existentes exige a comparação dos custos com os benefícios em 
cada uma das alternativas. Em muitos casos, porém, a identificação dos custos pode não 
estar assim tão clara como você gostaria que estivesse. Considere a seguinte hipótese: 
você trabalha para uma empresa, é um assalariado, e ganha R$ 2.000 por mês. Em 
dado momento de sua vida, você decide ter o seu próprio negócio, uma pet shop, por 
exemplo. Você monta um plano de negócios para avaliar o empreendimento e, nele, você 
indica todas as entradas de receita e todos os seus custos, fixos e variáveis. E chega à 
conclusão de que vale a pena fazer o investimento, que vai lhe garantir retiradas mensais 
em valores iguais ou até superiores ao salário que você ganhava como assalariado.
 Um pequeno detalhe pode ter escapado ao seu controle: em seus cálculos, você 
considerou como perda o salário mensal de R$ 2.000 que você ganhava como assalariado? 
Se a sua resposta a essa pergunta for “não”, será necessário rever os cálculos, e a 
razão é simples: ao optar pelo seu próprio negócio, você está abrindo mão de 
seu status atual. Em outras palavras, e traduzindo em valores, 
você está sacrificando a alternativa de continuar como 
assalariado, o que tem um custo mensal de 
R$ 2.000. Isto nos remete ao conceito 
de custo de oportunidade. O custo 
de oportunidade nada mais é 
que o valor da alternativa 
que foi sacrificada. Neste 
exemplo, o seu custo de 
oportunidade é de R$ 
2.000, equivalente ao 
salário mensal a que 
você renunciou. 
Ele também é 
chamado de 
custo alternativo 
ou custo 
implícito, pois 
não envolve 
desembolso 
monetário.
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 Veja o que acontece numa companhia aérea, citada por Mankiw em seu livro: se um 
avião tem 130 lugares, e a passagem custa US$ 500, significa que você jamais venderia 
uma passagem por menos de US$ 500? A resposta é “não”! Imagine que este avião está 
prestes a decolar e que há 10 assentos vagos. Se aparece um passageiro disposto a 
pagar US$ 300 pela passagem, a empresa deve recusar? Claro que não, uma vez que os 
US$ 300 cobrem, com margem folgada, os custos adicionais (custos marginais) para ter 
um passageiro a mais na aeronave.
Princípio nº 3 – As pessoas racionais pensam na margem. 
 Você conhece expressões do tipo “Comigo é tudo ou nada” ou ainda, “Ou vai ou 
racha”. Elas pressupõem decisões extremas, radicais, mas você sabe que na vida as 
coisas não são bem assim. Em Economia, você aprende que as melhores decisões são 
tomadas “na margem”, ou seja, próximas dos extremos, daquilo que você está fazendo. 
Por exemplo, se você acabou de saborear um sorvete do tipo “banana split”, sua próxima 
decisão poderá ser a de aceitar (ou não) uma colher a mais de sorvete (na margem), mas 
não a de tomar outra taça de sorvete. 
Decisões de Estoque
Decisões de Custo
Decisões de Logística
Decisões de Produto
Decisões de Local de Desembaraço
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 Sobre o Princípio nº 4 (“As pessoas reagem a 
incentivos”), veja que belo exemplo de mudança de 
comportamento em função da mudança nos incentivos: 
no ano de 2013, a Prefeitura da Cidade do Rio de 
Janeiro começou a aplicar multas às pessoas que jogam 
lixo nas ruas. É a campanha “Lixo Zero”. As ações da 
Prefeitura tiveram ampla divulgação nas rádios e TV´s, 
e os resultados apareceram rapidamente: segundo a 
COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) 
o lixo descartado irregularmente no chão teve uma 
redução de 50%.
Princípio nº 4 – As pessoas reagem a incentivos. 
 Os agentes econômicos tomam decisões por meio de comparações entre custos e 
benefícios e, se houver alguma alteração nessas variáveis, o comportamento dos agentes 
pode mudar. Vejamos este exemplo: imagine que você está empenhado em uma campanha 
antitabaco. Você acha que um imposto de R$ 3 por cada maço de cigarros vendido é um 
forte incentivo econômico contra a venda de cigarros? Ou você acha que a proibição 
do fumo em restaurantes e bares é um poderoso incentivo social, mais importante que 
o imposto? Ou você implementaria as duas medidas simultaneamente? Pense nisso, 
mas aqui vai uma dica: se olharmos para a indústria automobilística, existem estudos 
contundentes que indicam que o número de acidentes e de vítimas fatais aumentou muito 
após a adoção de mecanismos de segurança, como os freios ABS e os air bags instalados 
nos automóveis. Por quê? Simples! Com esses mecanismos, os maus motoristas se 
sentem mais seguros para dirigir de forma imprudente, na certeza de que os mecanismos 
vão preservar a sua vida. 
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 E você? Após conhecer o conteúdo destas duas matérias, se sente motivado a 
modificar sua atitude diante do problema? Na sua visão, o lixo jogado na rua diminuiu 
por que as pessoas rapidamente se conscientizaram sobre o seu papel frente ao meio 
ambiente ou foi simplesmente por que esse gesto pode doer no bolso? 
 Assista à reportagem do Canção Nova Notícias em http://www.
youtube.com/watch?v=y7va_uxx9i8. Link acessado em 26/12/2013 às 
21h10min.
 Leia a matéria jornalística disponível em (http://zerohora.clicrbs.
com.br/rs/esportes/copa-2014/noticia/2013/11/operacao-lixo-zero-reduz-
sujeira-pela-metade-no-rio-de-janeiro-4341370.html). Link acessado em 
26/12/2013 às 20h30min.
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Princípios Relacionados à Interação Entre os Agentes Econômicos
Princípio nº 5 – O comércio pode ser bom para todos. 
 Você já pensou em confeccionar em casa as suas próprias roupas? Fabricar o seu 
próprio sapato? Montar a sua própria bicicleta? Cortar, você mesmo, o seu cabelo? 
Certamente não, pois, agindo assim, você 
estaria gastando muito mais dinheiro 
e tempo, dois dos recursos mais 
escassos da humanidade, 
para produzir esses bens 
e serviços, e com grande 
risco de produzir bens e 
serviços de qualidade 
muito inferior aos 
existentes no mercado. 
Há milhares de 
empresas especializadas 
em confecções, centenas 
de lojas e fabricantes de 
sapatos, montadores de bicicleta 
e, talvez, um salão de beleza em 
cada rua! Por isso, o comércio racionaliza 
os recursos, gerando benefícios paratodos!
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Princípio nº 6 - Os mercados são, geralmente, uma boa maneira de organizar a 
atividade econômica. 
 Adam Smith3, um dos “pais” da Economia, em seu livro “A Riqueza das Nações”, 
indicou que as famílias e as empresas, ao interagirem nos mercados, agem como se 
fossem guiadas por uma “mão invisível” que as leva a resultados de mercados desejáveis, 
muito embora, individualmente, cada agente esteja defendendo seus próprios interesses. 
A isso chamamos de economia de mercado, na qual milhões de empresas decidem quem 
contratar e o que produzir. Milhões de famílias decidem em que empresas irão trabalhar 
e o que comprar com seus rendimentos. Os preços são o instrumento com que a mão 
invisível conduz a atividade econômica, o que será aprofundado na segunda unidade 
deste curso. Os preços refletem tanto o valor de um bem para a sociedade quanto o custo 
social de produzi-lo. Como as famílias e as empresas observam os preços para decidir o 
que comprar e o que vender, elas levam em consideração, involuntariamente, os custos e 
benefícios sociais de suas ações.
 
 Sobre o Princípio nº 6 (“Os mercados são geralmente 
uma boa maneira de organizar a atividade econômica”): 
este vídeo traz uma breve biografia sobre a vida e a obra 
de Adam Smith, que é considerado o pai da Economia 
moderna e que teve a grande sacada da “mão invisível 
do mercado”. Importante destacar que a Economia é 
uma ciência social e está interligada com várias outras 
disciplinas.
3Adam Smith: conheça a vida e a obra no vídeo indicado em Leituras Complementares.
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Assista ao vídeo em:
http://www.youtube.com/watch?v=J9HSmizOhDs. 
Acessado em 26/12/2013, às 21h50min.
Princípio nº 7 - Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados. 
 Os mercados só funcionam bem quando os direitos de propriedade são garantidos, 
assim como os demais direitos e marcos regulatórios funcionam, visando promover a 
eficiência e a equidade. Se você fosse um fazendeiro, você só cultivaria os alimentos se 
tivesse a certeza de que suas colheitas não seriam roubadas. Se você fosse dono de um 
restaurante, você só serviria as refeições se tivesse a garantia de que todos os clientes 
pagariam as contas antes de ir embora. Todos nós confiamos no governo para providenciar 
a segurança e a justiça e fazer valer nossos direitos sobre aquilo que produzimos. No 
caso dos consumidores, ainda temos a proteção legal através do Código de Defesa do 
Consumidor – Lei no 8.078 de 11 de setembro de 19904.
AÇÃO DO ESTADO CONSUMIDOR/CLIENTE
Política de defesa 
da concorrência Preços mais baixos
Maior escolhaConcorrência Eficiência econômica
Melhor qualidade
Inovação
4Assista ao vídeo sobre a fusão entre a Perdigão e a Sadia e conheça as restrições que o governo impôs à nova empresa, 
a BRF – Brasil Foods, visando proteger o consumidor do enorme poder de mercado que ela teria.
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 Sobre o Princípio nº 7 (“Às vezes os governos podem 
melhorar os resultados dos mercados”). A Sadia e a 
Perdigão eram duas grandes companhias brasileiras na 
área de alimentos processados e carnes. Em 2009, na 
esteira da crise internacional de 2008, as duas empresas 
anunciaram uma fusão e a criação de uma nova empresa, 
a BRF – Brasil Foods. Visando evitar a concentração 
do mercado nas mãos da nova empresa, que poderia 
resultar em eventuais prejuízos aos consumidores, o 
governo, através do CADE – Conselho Administrativo 
de Defesa Econômica, estabeleceu um conjunto de 
restrições à fusão. 
Assista ao vídeo em:
http://www.youtube.com/watch?v=J9HSmizOhDs. 
Acessado em 26/12/2013, às 21h50m.
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Princípios Relacionados ao Funcionamento da Economia em um País
 Princípio nº 8 - O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de 
produzir bens e serviços. 
 De acordo com dados do FMI – Fundo Monetário Internacional, a renda per capita dos 
países no ano de 2011 assumiu os seguintes valores, para os países citados:
Renda per capita anual – Base 2011 – Fonte: FMI
 É fácil de observar que as diferenças de padrão de vida somente nesse conjunto de 
países são assustadoras. A renda per capita se reflete em diversos outros indicadores 
Países
Luxemburgo
Estados Unidos
Coreia do Sul
Brasil
China
Bolívia
Paquistão
Afeganistão
Congo
Em Dólares
113500
48000
22000
Em Reais
244025
103200
12800
5400
1200
200
600
2300
47300
27520
11610
4945
2580
1290
430
de qualidade de vida. Os cidadãos de países de renda elevada 
têm mais escolaridade, mais televisores e carros, melhor 
nutrição, melhores moradias, melhor assistência médica e uma 
expectativa de vida mais longa do que os cidadãos dos países de 
baixa renda. Quase todas as variações de padrão de vida podem 
ser atribuídas a diferenças de produtividade 
entre países, ou seja, à quantidade de bens e 
serviços produzidos em 
uma hora de trabalho. 
Em países onde os 
trabalhadores podem 
produzir uma grande 
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 Princípio nº 9 - Os preços sobem quando o governo emite moeda demais.
 O que causa a inflação? Em quase todos os casos de inflação elevada ou persistente, 
o culpado é o mesmo: um aumento na quantidade de moeda. Quando um governo gasta 
mais do que arrecada em tributos, precisa emitir grandes quantidades de moeda e, assim, 
o valor da moeda diminui. A moeda se desvaloriza, e precisamos de mais moeda para 
comprar a mesma quantidade de alimentos, por exemplo. O Brasil passou por grandes 
surtos inflacionários nas décadas de 80 e 90, que somente foram debelados após a 
adoção do Real como moeda, em 1994, e de mais um conjunto de medidas saneadoras. 
Esse tema será aprofundado na Unidade 7 – Ambiente Inflacionário.
quantidade de bens e serviços por unidade de tempo, a maioria das pessoas desfruta 
de padrões de vida elevados; em nações onde os trabalhadores são menos produtivos, 
a maioria das pessoas precisa enfrentar uma existência com maior escassez e, portanto, 
menos confortável. 
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Princípio nº 10 - A sociedade enfrenta um trade-off	de	curto	prazo	entre	inflação	e	
desemprego. 
 Quando a taxa de desemprego está baixa, isto significa que a maior parte dos 
trabalhadores está empregada, recebendo salários que serão gastos na compra de bens 
e serviços, conforme vimos no fluxo circular da renda, no início desta unidade. Se muitas 
famílias vão às compras, demandando bens, pode ser que os comerciantes percebam 
esse movimento, e aumentem os preços para aproveitar a “maré de sorte” e também para 
se precaver na renovação dos estoques. Se falta produto no mercado, os preços sobem, 
e isso gera um aumento de preços, que é a inflação. Logo, teremos desemprego em 
baixa, mas com inflação elevada. Se o governo adota medidas fiscais e monetárias para 
conter a inflação (medidas restritivas) acontece o efeito inverso: o crédito fica mais caro, a 
sociedade paga mais tributos, as intenções de compra se congelam, reduz-se a produção 
de bens, e as fábricas e o comércio demitem trabalhadores. Menos trabalhadores com 
renda, menores as vendas, e surge a necessidade de ajustar os estoques, através da 
baixa de preços, o que vai reduzir a inflação. Agora, então, teremos inflação baixa, sob 
controle, mas com elevado desemprego. Esse tema será aprofundado na Unidade 7 
– Ambiente Inflacionário, onde veremos o ambiente inflacionário e a Curva de Philips, 
indicada na imagem abaixo.
Inflação
(%)
B6%
2%
3%
A
Desemprego
(%)5%
Exemplo: 
Ponto	A:	para	uma	taxa	de	inflação	baixa,	de	apenas	2%,	a	taxa	de	desemprego	é	alta	=	5%.
Ponto	B:	para	uma	taxa	de	inflação	alta,	de	6%,	a	taxa	de	desemprego	se	reduz	para	3%.
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 O fluxo circular da renda nos ajuda a ter uma ideia sobre o funcionamento básico 
da economia, onde as famílias e as empresas interagem nos mercados de fatores de 
produção e de bens e serviços. As trocas no mercado de bens e serviços representam 
despesas para as famílias e, simultaneamente, receitas para as empresas.
 Os fatores de produção são a terra, o trabalho, o capital, a tecnologia e a capacidade 
empresarial. São eles que ajudam a resolver os problemas fundamentais da Economia: o 
que produzir, quando produzir, como produzir e para quem produzir.
 O estudo econômico se divide em quatro grandes áreas: a Microeconomia, a 
Macroeconomia; a Economia Internacional e o Desenvolvimento Econômico.
 Os princípios econômicos mostram que os agentes econômicos reagem a incentivos 
e enfrentam trade-offs em suas decisões, incorrendo em custos de oportunidade, mesmo 
quando tomam decisões na margem. Também mostram que o comércio pode ser bom 
para todos e que os mercados podem ser uma boa maneira de organizar a atividade 
econômica, mas a intervenção governamental pode ser necessária para melhorar os 
resultados do mercado.
 Os princípios econômicos evidenciam que o padrão de vida de um país depende da 
capacidade deste país em produzir bens e serviços de forma eficiente e competitiva. Se o 
governo se mostra ineficiente na condução de seus gastos, pode precisar emitir moeda, 
gerando inflação, que pode afetar diretamente o mercado de trabalho.
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 Sobre o Princípio nº 4 (“As pessoas reagem a incentivos”)
 Assista à Reportagem do Canção Nova Notícias em http://www.youtube.com/
watch?v=y7va_uxx9i8. Link acessado em 26/12/2013 às 21h10min.
 Leia a matéria jornalística disponível em (http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/
copa-2014/noticia/2013/11/operacao-lixo-zero-reduz-sujeira-pela-metade-no-rio-de-
janeiro-4341370.html). Link acessado em 26/12/2013 às 20h30min.
 Sobre o Princípio nº 6 (“Os mercados são, geralmente, uma boa maneira de 
organizar a atividade econômica”)
 Assista ao vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=J9HSmizOhDs. Acessado em 
26/12/2013, às 21h50min.
 Sobre o Princípio nº 7 (“Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos 
mercados”).
 Assista ao vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=Skyaroo_oO0. Link acessado 
em 26/12/2013 às 22h15min.
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MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Tradução da 5ª Edição norte-americana. 
São Paulo: Cengage Learning, 2009.
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS. Marco A. S. de (org.) Manual de Economia. 
Equipe de professores da USP. 5ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2004.
VASCONCELLOS, Marco A. S. de; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. 3ª 
Edição. São Paulo: Saraiva, 2008.
PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 5ª Edição. 
São Paulo: Cengage Learning, 2008.
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010.
VASCONCELLOS, Marco A. S. de. Economia: micro e macro. 4ª Edição. São Paulo: 
Atlas, 2009.

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