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trabalho de penal parte especial

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FACULDADE DO ESPIRITO SANTO
DIREITO
DENISE SILVA COUTO 
ELAINE CARNEIRO BASILIO
LORENA PERIM
CRIMES CONTRA FAMÍLIA E DOS CRIMES CONTRA INCOLUMINADE PÚBLICA
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2015
DENISE SILVA COUTO 
ELAINE CARNEIRO BASILIO
LORENA PERIM
CRIMES CONTRA FAMÍLIA E DOS CRIMES CONTRA INCOLUMINADE PÚBLICA
Trabalho apresentado à disciplina Metodologia da Pesquisa do Curso de Direito da Faculdade do Espírito Santo, como requisito para obtenção da avaliação bimestral. 
Professor: Marcela Pereira Clipes
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	5
CRIMES CONTRA FAMÍLIA	6
CAPÍTULO I – CRIMES CONTRA O CASAMENTO.......................................................7 
Art. 235	8
Art. 236	9
Art. 237	10
Art. 239	11
CAPÍTULO II – CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO.	12
Art. 241	13
Art. 242	14
Art. 243	15
CAPÍTULO III – CRIMES CONTRA A ASSITENCIA FAMILIAR.	16
Art. 244	17
Art. 246	18
CRIMES CONTRA O PATRIO PODER TUTELA E CURATELA.....................19
CAPÍTULO IV – SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES...........................................................20
Art. 249	21
CRIMES CONTRA A INCOLUMINDADE PUBLICA............................................22
CAPÍTULO V – CRIMES DE PERIGO COMUM	23
Art. 250	24
Art. 251	25
CAPÍTULO VI – CRIMES CONTRA A SAUDE PUBLICA.............................................26
Art. 269	27
Art. 273	28
ANEXOS Jurisprudências ........................................................................................29
REFERÊNCIAS .............................................................................................................36
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem a finalidade de apresentar estudo sobre alguns artigos do Título VII e do Título VIII do Código Penal. O Código Penal brasileiro define os crimes cujo bem jurídico protegido é a família. 
O Código vigente é a primeira codificação pátria a fazer previsão de um título específico para proteção da família. Mas além da família podemos dizer que o Código Penal de 1942 protegeu neste título secundariamente outros bens jurídicos, como, por exemplo, a fé pública ou a integridade física do indivíduo.
CRIME CONTRA FAMÍLIA 
A Família sendo uma importante base da sociedade precisava ter seu bem juridicamente protegido. É na Família que o ser humano tem os seus primeiros passos para a vida humana, formando seus princípios, conceitos de como viver em sociedade. Segundo Paulo José da Costa Junior (Comentários ao Código Penal, 7ª edição – Editora Saraiva – 2002, página 771 e seguintes), faz oportunas considerações sobre esses crimes trazendo à colação a Exposição de Motivos ao Código Italiano, de autoria de Alfredo Rocco “O Estado deve dirigir, constantemente, e com o máximo interesse, a sua atenção sobre a instituição ético-jurídica da família, centro de irradiação de toda vida civil. No seio da comunidade familiar, os pais, por suas palavras e mais ainda pelo seu exemplo, modelam a alma do filho, que será o cidadão de amanhã. Segundo o ambiente moral, saudável ou viciado, que encontrar no lar paterno, verá crescer em si próprio a planta do homem de bem, ou, ao contrário, nele deitará raízes a triste e envenenada planta do futuro delinqüente...”. Atualmente mesmo o Estado protegendo juridicamente a Família, o bem jurídico se encontra em risco, já que na sociedade o jovem se encontra cada vez mais distante da moral e bons princípios tomando um caminho difícil de retornar, tendo como empurrão contra a sociedade preconceituosa que usa rótulos para definir o padrão ideal ou não para conviver em sociedade. 
Os crimes contra família são tão importantes quanto os demais presentes no código penal, tendo em vista que é na Família onde tudo se começa, senão infringir os crimes contra família evita-se o cometimento dos demais crimes. 
 
CAPITULO I – CRIMES CONTRA O CASAMENTO
Visa proteger o bem jurídico, o casamento monogâmico. O casamento monogâmico é uma instituição que data dos primórdios da cultura judaico-cristã. Falaremos sobre cada artigo em relação aos Crimes Contra o Casamento nos artigos 235, 236, 237, 239 do Código Penal.
	
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 235
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 236
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 237
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 239
	SUJEITO PASSIVO 
	Estado e cônjuge do 1º casamento
	Estado e pessoa inebriada
	Estado e cônjuge que não conhecia o impedimento
	Estado e a pessoa enganada
	SUJEITO ATIVO
	Pessoa Casada
	Qualquer pessoa que se case induzindo outra
	Qualquer Pessoa que se case pela Lei
	Qualquer pessoa
	OBJETO MATERIAL 
	Casamento
	Casamento
	Casamento
	Casamento Simulado
	OBJETO JURIDICO
	Preservar a monogamia
	Interesse Estatal na Regularidade do Casamento
	Interesse Estatal na Regularidade do Casamento
	Interesse Estatal na Regularidade do Casamento
	ELEMENTO DE TIPO
	Contrair Casamento
	Contrair Casamento
	Se casar ciente do impedimento
	Simular casamento
	ELEMENTO DO CRIME
	Dolo
	Dolo
	Dolo
	Dolo
	MOMENTO CONSUMO
	Quando 2º casamento é celebrado oficialmente
	Quando casamento é oficialmente celebrado
	Quando casamento é celebrado
	Quando é formulada a proposta de casamento
	CLASSIF. DOUTRINARIA
	Próprio, Material, Comissivo, Plurisubjetivo, Plurisubsistente
	Próprio, Material, Comissivo, Plurisubjetivo, Plurisubsistente
	Próprio, Material, Comissivo, Plurisubjetivo, Plurisubsistente
	Comum, Material, Comissivo, Plurisubjetivo, Plurisubsistente
	TENTATIVA
	 É admissível 
	Não Admissível
	É admissível
	É admissível
Art. 235 BIGAMIA
Trata-se de um dos crimes do casamento. Tem como objetivo jurídico a unidade familiar e o casamento monogâmico. O crime consiste no fato do agente casado contrair novo casamento sem que o matrimônio anterior tenha sido desfeito. As condições para a ocorrência do crime é a validade do casamento anterior. Somente na forma de divorciado, o agente não incorrerá crime algum, já que o mesmo neste estado civil pode se casar novamente.
De acordo com o § 2º, se anulado por qualquer motivo o primeiro casamento exceto por bigamia, considera-se inexistente o crime. Havendo assim um único casamento válido. Para efeitos penais estamos falando do casamento no civil, admitindo-se, contudo o casamento religioso com efeitos civis com requisitos art. 226 §2º da CF/88. 
O Sujeito Ativo será somente aquele agente já casado, tratando de crime próprio. Se não houver impedimento para o casamento e o agente casar-se com pessoa impedida cometerá nesse caso o crime previsto no §1º do art. 235. O Sujeito Passivo é o Estado e a Família, a sua consumação dá-se com a vontade de manifestar expressada durante a celebração do casamento. Sua tentativa é possível, segundo parte da doutrina, embora, haja quem sustente que a tentativa impossível. 
Para cometer o crime de bigamia o agente terá cometido anteriormente o crime de falsidade ideológica quando se apresentar como solteiro ou desimpedido para o casamento perante o cartório para registro. O crime de falsidade ideológica tido como crime meio previsto no artigo 299 do código penal, será absolvido pelo crime fim, tratando do princípio da consunção. 
Contudo não se pode confundir bigamia com crime de adultério (revogado), pois a bigamia criminaliza a conduta daquele agente que contrai novo casamento, já sendo casado, mesmo que o agente venha a ter núpcias com pessoa casada ciente da circunstancia. O adultério tornou-se fato a típico tendo como juízo apenas na vara de família. 
Art. 236 INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO
O bem juridicamente tutelado é o regime institucional da Família em relação á formação jurídica. O sujeito ativo é um dos cônjuges e o sujeito passivo em primeiroo Estado e de forma secundária o cônjuge enganado. 
O elemento objetivo do tipo penal é contrair matrimônio induzindo o outro contraente em erro. O elemento subjetivo neste crime é dolo, consiste na vontade livre de contrair matrimonio induzindo o erro essencial ou ocultando o outro cônjuge, dessa forma é necessário que a ação do agente seja idônea a violar a vontade da vítima. 
Os doutrinadores afirmam que não há modalidade culposa. Sua consumação ocorre no momento em que o agente contrair matrimonio consoante no disposto artigos 1514 e 1515 do código civil, tendo conduzido o cônjuge a erro essencial. Alguns autores admitem a tentativa, contudo a corrente majoritária não admite tentativa considerando a especial condição da ação penal prevista no art.236. Trata-se de crime de ação penal privada personalíssima, sua competência fica por conta do JECRIM.
Art. 237 CONHECIMENTO PRÉVIO DE IMPEDIMENTO
Consiste em o individuo casar, conhecendo a existência do impedimento. Ou seja, constitui crime contrair casamento, induzindo um erro essencial, o outro contraente, ocultando- lhe o impedimento (que não seja casamento anterior). Tais impedimentos estão descritos no artigo 1.521 do Código Civil.
Pena: Detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Formas de Execução
Modo de AGIR: contrair e conhecer a existência de impedimento omissivo do sujeito que cause nulidade absoluta do casamento.
OBS: Havendo omissão que cause nulidade relativa, daí dizer que se trataria como fato atípico, porém, se houver emprego de fraude neste caso, o sujeito ativo cometerá o crime de induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento, previsto no artigo 239 do CP.
Art. 239 SIMULAÇÃO DE CASAMENTO
Consiste em fingir um casamento, mediante engano de outra pessoa. Ou seja, o agente engana o outro contraente, que acredita estar realizando, com seriedade e de acordo com as determinações legais, o ato solene.
Pena: Detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
CAPITULO II – CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
A filiação é o vinculo entre pais e filhos independente da filiação natural ou sócio afetiva. O plano jurídico inexiste qualquer distinção entre o tipo de filiação. Essa norma tem por objetivo garantir o registro do menor e a veracidade da documentação registrada. Todos os crimes contidos nesse capítulo são dolosos e apenados com reclusão. Como se trata de crimes de ação pública deve o Ministério Público, caso ofereça denúncia em face dos genitores por delitos praticados contra seus filhos, requerer na denuncia a aplicação do art.92, II, do Código Penal.
	
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 241
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 242
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 243
	SUJEITO PASSIVO 
	Estado e a Pessoa prejudicada
	Estado e a Pessoa prejudicada pela situação irregular
	Estado e a Pessoa prejudicada pela situação irregular
	SUJEITO ATIVO
	Qualquer Pessoa
	Somente a mulher na primeira figura
	Qualquer Pessoa
	OBJETO MATERIAL 
	Registro Civil Realizado
	Registro Civil Realizado
	Criança Abandonada
	OBJETO JURIDICO
	Estado de Filiação
	Estado de Filiação ou Recém Nascido
	Estado de Filiação
	ELEMENTO DE TIPO
	Promover o Registro
	Dar Parto alheio ou registrar filho de outrem
	Deixar, imputar, com fim de prejudicar direito inerente ao Estado Civil
	ELEMENTO DO CRIME
	Dolo
	Dolo
	Dolo
	MOMENTO CONSUMO
	Quando a Inscrição realizar-se
	Quando Quaisquer das condutas forem praticadas
	Quando ocorre abandono
	CLASSIF. DOUTRINARIA
	Comum, Formal, Comissivo, Unissubjetivo, Plurissubsistente
	Comum, Formal, Comissivo, Unissubjetivo, Plurissubsistente
	Comum, Comissivo, Unissubjetivo, Plurissubsistente
	TENTATIVA
	É admissível
	É admissível
	É admissível
ART 241 REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE
O Código Penal atual (1940), inspirado pelo Código Penal italiano (art. 566), consigna o delito de registro de nascimento inexistente entre os crimes contra a família. È também denominado de “suposição de fato”.
Tutela-se a regular formação da família, em especial a segurança das fontes probatórias do estado de filiação. A fé pública depositada nos documentos públicos
O oficial de registro que inscreve falsamente nascimento não existente incorreria, em tese, na conduta do art. 299 do Código Penal (falsidade ideológica). Todavia, além das sanções deste delito ser mais tênues, mencionamos que a falsidade é contra o estado de família (princípio da especialidade), motivos pelos quais ficam incursos no art. 241 do Código.
Art. 242 PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM NASCIDO
O bem jurídico tutelado é a segurança do Estado de Filiação. O crime é de ação múltipla. O crime consiste em dar parto alheio como próprio, nesse caso pode somente ser praticado por mulher que declara ter dado a luz, fato que não é verdadeiro, neste caso o crime é próprio. O crime consuma-se com a alteração do registro inerente do Estado Civil, a tentativa é possível, embora na prática seja impossível. 
Registrar como seu filho de outrem pode ser cometido por falso pai e falsa mãe, que registra como filho próprio. Consuma-se o crime no momento do registro. A tentativa é possível, o crime é comum é absorvido neste caso o crime de falsidade ideológica. 
Analisando de forma separada o artigo "... ocultar recém nascido ou substituir o recém nascido...” No caso de ocultar o agente é qualquer pessoa visando suprir seus direitos, já no caso de substituir o agente realiza a troca substituindo o direito civil do recém nascido.
Segundo o Prof. Andre Estefan se ocorrer à revelia da mãe biológica, não haverá adoção a brasileira e sim seqüestro previsto no artigo 148 do código penal, em concurso material com falso registro do recém nascido.
Em relação ao prazo, somente começará a correr, quando o crime se tornar conhecido. Caso o crime seja reconhecido por motivo de reconhecida nobreza o crime passa a ser infração penal de menor potencial ofensivo, sendo assim de competência do JECRIM. Entretanto o que seria essa Reconhecida Nobreza seria casos quem mesmo com dolo, sem o qual fato seria atípico, se o agente tivesse bem intencionado, como por exemplo adoção irregular fora do ECA.
Art. 243 SONEGAÇÃO DO ESTADO DE FILIAÇÃO
Trata-se de modalidade especial dos crimes de abandono de incapaz ou exposição ou abandono de recém-nascido (artigos 133 e 134) em que se visa causar prejuízo ao estado de filiação.
O intuito de prejudicar o estado de filiação e o local do abandono são os elementos que distinguem o crime previsto no artigo 243 daqueles dos artigos 133 e 134 do CP. 
A dúvida que pode surgir é sobre a necessidade de prévio registro da criança? Não se faz necessário segundo Guilherme de Souza Nucci, pois “o objetivo previsto é ocultar a filiação ou atribuir-lhe outra”. Assim não pensamos. Em primeiro lugar, pois é possível adjetivar de falsidade a filiação atribuída ao filho abandonado, a princípio, comparando-a com àquela registrada. Ademais, não exigir o registro levaria a uma situação inusitada, pois o legislador puniria mais suavemente uma modalidade de ocultamento, especificamente já prevista no art. 242 do Código Penal.
Adverte Côrtes de Lacerda que “não se trata, aqui, de punir o (simples) abandono de menor, mas a alteração ou supressão do estado civil”. Logo, não haverá crime se o agente ignorar a filiação da criança que abandona, pois não pode ocultá-la, ou, abandonar, porém, deixando indicada sua filiação, desde que verdadeira.
E se o abandono sem a revelação da filiação ou com a atribuição falsa ocorreu nos locais estabelecidos na lei, contudo por um motivo nobre, poder-se-á aplicar a atenuação do parágrafo único do art. 242 do Código Penal? A resposta é negativa, sendo possível apenas considerar a atenuante do art. 65, III, a, do DiplomaSubstantivo.
CAPÍTULO III – CRIMES CONTRA A ASSITENCIA FAMILIAR
Lembramos que o vínculo familiar deve haver a colaboração mútua e auxílio recíproco. O Professor Andre Estefan relata muito bem isso em seu e-book (Direito Penal Especial Volume 3, 2013. Página 377 “A família diz José Afonso da Silva, é uma comunidade natural composta em regra, de pais e filho, aos qual a Constituição, agora imputa direitos e deveres recíprocos, nos termos do art. 299, pelo qual os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, havidos ou n”ao de relação de casamento (art. 227§6º), ao passo que os filhos maiores têm o dever de ajudar a amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade”
	
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 244
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 246
	SUJEITO PASSIVO 
	Cônjuge, Filhos, Ascendente, descendente
	Os Pais
	SUJEITO ATIVO
	Cônjuge, Pai, Mãe. Ascendente ou descendente
	Filho em idade escolar
	OBJETO MATERIAL 
	Renda, pensão ou outro auxilio
	Instrução do menor
	OBJETO JURIDICO
	Proteção Dispensada pelo Estado e Família
	Educação e instrução de menor de 14 anos, que o Estado tem o dever de preservar
	ELEMENTO DE TIPO
	Deixar de Prover
	Deixa de prover
	ELEMENTO DO CRIME
	Dolo
	Dolo
	MOMENTO CONSUMATIVO
	Quando ocorre a omissão do amparo
	Quando passa o prazo para matrícula
	CLASSIFICAÇÃO 
	Formal. Proprio, Omissivo, Unissubjetivo, Unissubsistente
	Formal. Proprio, Omissivo, Unissubjetivo, Unissubsistente
	TENTATIVA
	Não admissível
	Não admissível
Art. 244 ABANDONO MATERIAL
Tem como objetividade jurídica a família, especialmente o dever recíproco de prestar ajuda material. Crime de ação múltipla, que também pode ser classificado como crime próprio, as diversas condutas são todas omissivas, por isso trata-se de crime próprio. Pois a mesma descreve o não saber fazer, incorrendo o agente em crime quando não fizer, a norma prescreve o não fazer sendo um importante elemento normativo que é o agente deixar de fazer sem justa causa, ou seja, sem motivo justo; contudo se houver uma situação que se justifique o fato será típico.
Trata-se de um elemento normativo do tipo, ou seja, necessitam de um juízo de valor, de uma interpretação jurídica, pois seu significado não pode ser extraído da mera observação da norma. 
"Deixar sem justa causa... recursos necessários..." nesse caso o crime poderá ser cometido pelo cônjuge, ascendente ou descendente, deixar de prover significa recusar a obrigação de tais sujeitos garantirem a subsistência de seus cônjuges ou de seus descendentes, de ascendentes, os meios incluem alimentação, moradia, vestuário e assistência médica.
"Faltar ao pagamento... majorada” trata-se do chamado abandono pecuniário, depende de pensão judicialmente definida, o crime é próprio, pois somente o devedor de pensão pode nele ocorrer. Mas a decretação da prisão civil não interfere na definição do crime. O crime é permanente, o prazo prescricional só começa a fluir quando cessado os efeitos de permanência.
"Deixar sem justa causa de socorrer... "O crime continua sendo próprio, pois somente poderá ser praticado por ascendente ou descendente. Vale ressaltar que independente da idade o elemento é normativo sem justa causa. O Socorro prestado por determinada pessoa afasta a conduta criminosa dos outros agentes, pois não terá mais omissão e tão pouco a prestação de socorro. Todas as modalidades criminosas mencionadas, na medida em que é omissiva própria, não admitem tentativa. A ação penal nesse crime é pública e incondicionada. Admite a suspeição condicional do processo, conforme artigo 89 da lei 9099/95.
Segundo o P.U evidentemente nesse caso, somente poderá haver crime desde que disponha de meios para seu compromisso de pagar pensão alimentícia. Neste caso ao frustrar o pagamento o agente incorrerá o crime.
Art. 246 ABANDONO INTELECTUAL
Trata-se do descumprimento conferido aos pais de garantir educação dos filhos. O art. 55 do ECA entre outros impõe o dever dos pais de matricular seus filhos nas escolas, protegendo assim a educação dos filhos.
A conduta é omissiva, deixar de prover é não garantir o Elemento Normativo sem justa causa encontra-se presente neste crime, pois se houver motivo que justifique o fato é típico, como por exemplo, ausência de vaga.
O sujeito Ativo é os pais, o Crime é próprio, Sujeito Passivo é o filho, o Crime é de omissivo próprio, sendo a tentativa impossível, sendo crime permanente e de competência do JECRIM.
CRIMES CONTRA O PATRIO PODER
Para falar sobre Pátrio Poder, Tutela e Curatela uma citação do artigo do Professor e Procurador Rogério Tadeu Romano. “O poder familiar, como revelou Silvio Rodrigues (Do poder familiar, 2003, pág. 64) é o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos não emancipados, tendo em vista a proteção destes. Como tal é irrenunciável, incompatível com a transação e indelegável, não podendo os pais renunciá-lo, nem transferi-lo a outrem, uma vez que se está diante de um múnus público. A tutela é instituto que substitui o antigo pátrio poder por terem falecido ou por terem sido suspensos ou destituídos dele (artigo 1.728 do Código Civil, incisos I e II). Fala-se em tutela testamentária, legítima e dativa. A curatela é o encargo público conferido por lei, a alguém, para dirigir a pessoa e administrar os bens de maiores que, por si, não possam fazê-lo (artigo 1.767, incisos I a V, do Código Civil). Na lição de Carvalho Santos (Código Civil brasileiro interpretado, volume VI, pág. 363), é o encargo de reger a pessoa e seus bens, ou tão-somente os bens de pessoas emancipadas, ou maiores de 16 anos, ou ainda não nascidas, que, por si mesmas, não o podem fazer, impossibilitadas por uma causa determinada.”
CAPÍTULO IV – SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES
Para falarmos de Subtração de Incapazes uma fala da obra no Mestre Venosa; “De acordo com Sílvio de Salvo Venosa (2010), o poder familiar não é, na realidade, um poder ou uma supremacia dos pais sobre os filhos, mas um encargo imposto pela paternidade e pela maternidade, decorrente da lei. Podendo ser conceituado como “o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais com relação aos filhos menores e não emancipados, com relação à pessoa destes e aos seus bens” (VENOSA, 2011, p. 303-304).”
	
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 249
	SUJEITO PASSIVO 
	Pessoa que detém a guarda ou autoridade sob o menor
	SUJEITO ATIVO
	Qualquer Pessoa
	OBJETO MATERIAL 
	Menor de 18 anos ou interdito
	OBJETO JURIDICO
	Proteção ao poder familiar
	ELEMENTO DE TIPO
	Subtrair menor de 18 anos ou interdito
	ELEMENTO DE CRIIME
	Dolo
	MOMENTO CONSUMATIVO
	Quando o corre a subtração
	CLASSIFICAÇÃO 
	Comum, Comissivo, Unissubjetivo, Plurissubsistente
	TENTATIVA
	É admissível 
Art. 249 SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES
O verbo é o mesmo empregado no arts.155 e 157 do código penal, mas nesse caso por se tratar de crimes contra o patrimônio o objeto material é a coisa alheia móvel , no caso do art. 248 refere-se ao menor de 18 anos ou interdito.
O Sujeito Ativo é qualquer pessoa inclusive os próprios pais, o Sujeito Passivo o menor ou interdito é o titular do direito ainda que haja consentimento do menor, da criança ou do adolescente, o crime se caracteriza, pois referido consentimento seria viciado em razão da pouca idade da vítima.
§1 norma penal explicativa adverte que o pai ou representante do menor não se eximirá da pena se destituído ou temporariamente provado do poder de família, antigo pátrio poder, curatela ou guarda, tutela de todos estes citados poderão cometer esse crime.
§2 se o dolo for de obter vantagem como condição ou preço do resgate haverá o crime de extorsão mediante seqüestro previsto no artigo 159 do código penal
O crime é material e depende da efetiva subtração, ocasião que haveria consumação. A tentativa é cabível, o crime é também de subsidiariedade expressa,pois prevê se o fato constituir elemento mais grave é esse o ultimo crime que prevalecerá matéria de competência do JECRIM.
.
CRIMES CONTRA A INCOLUMINDADE PUBLICA
É dever do Estado garantir a segurança e a harmonia do convívio social. Para tanto o legislador erigiu à categoria de crimes as condutas que possam perturbar a tranqüilidade dos indivíduos, lesando bens ou interesses considerados indispensáveis à sobrevivência do homem. Assim é que punem condutas que possam ofender a pessoa, seus bens etc...
Os previstos nesta modalidade são basicamente de perigo comum para um número indeterminado de pessoas, trazendo ao meio social uma intranqüilidade generalizada, ofendendo diretamente a coletividade como um todo.
	
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 250
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 251
	SUJEITO PASSIVO 
	Sociedade, pois se trata de crime vago
	Sociedade, pois se trata de crime vago
	SUJEITO ATIVO
	Qualquer Pessoa
	Qualquer Pessoa
	OBJETO MATERIAL 
	Substancia ou objeto incendiado 
	Dinamite ou substancia análoga
	OBJETO JURIDICO
	Incolumidade Pública
	Incolumidade Pública
	ELEMENTO DE TIPO
	Causar; Produzir
	Expor de verdade o perigo
	ELEMENTO DO CRIME
	Dolo de perigo
	Dolo de perigo
	MOMENTO CONSUMATIVO
	Quando o corre a conduta de provocar o incêndio 
	Quando o corre explosão independente do resultado
	CLASSIFICAÇÃO 
	Comum, Formal, Comissivo, Unissubjetivo, Unissubsistente, Plurissubsistente 
	Comum, Formal, Comissivo, Unissubsistente, Plurissubsistente
	TENTATIVA
	Admissível na conduta plurissubjetiva dolosa
	Admissível na conduta plurissubjetiva
CRIMES DE PERIGO COMUM
Nos crimes de Perigo comum não haverá ofensa ao bem juridicamente tutelado, o bem pela norma penal sofrerá efetiva violação, salvo na hipótese de tentativa. Quando o resultado não é alcançado por circunstancias alheias a vontade do agente. 
Nos caos de crime de perigo, basta expor o perigo, o bem tutelado que o crime já terá se configurado. No campo de Crimes de Perigo podemos ter os Crimes de Perigo Abstrato e Crimes de Perigo Concreto. Em relação ao Crime de Perigo Abstrato há uma presunção de que realizar determinada conduta o agente expõe a perigo o bem juridicamente pela norma penal, não há perigo real, podemos citar como exemplo o Crime de Rixa art. 137 do Código Penal.
Já os Crimes de Perigo Concreto, exige-se para a ocorrência do crime de perigo. A tendência é que esses crimes de perigo exijam o perigo real e não a mera abstração, ou seja, uma mera presunção ou um risco hipotético, como por exemplo, o crime de falta de CNH. Art 309 CTB da Lei 9503/97.
Os Crimes desse perigo poderão ser de perigo individual lançados nos Arts 130 a 137 do código penal, são os chamados crimes de perigo contra pessoas; E temos também os perigos de crime comum presentes nos Arts. 250 a 259 do Código Penal. No caso de Crime Comum será para número indeterminado de pessoas, e não contra pessoa determinada. 
Art. 250 CAUSAR INCENDIO, EXPONDO PERIGO A VIDA, A INTEGRIDADE FISICA OU O PATRIMONIO DE OUTREM
A objetividade jurídica é a incolumidade pública, o sossego da sociedade. A conduta consiste em causar incêndio, ou seja, provocar fogo com potencialidade real de colocar em risco a vida, a integridade física ou patrimônio de pessoas indeterminadas, nesses casos basta o perigo, mas o perigo real.
Para comprovação do Perigo Real Concreto, haverá necessidade de laudo parcial que demonstre sua ocorrência os elementos para configuração lo laudo estão presentes no Art. 173 do CPP.
Caso o Crime cometido seja contra pessoa determinada logo teremos o crime contra pessoa. Entretanto mesmo que o crime seja contra pessoa determinada, poderá haver concurso formal dos crimes de incêndio e homicídio. Se a extinção for provocar lesão ao patrimônio de pessoa determinada sem que tal conduta implique em crime comum, haverá apenas o crime de dano previsto no Art. 163, P.U, II do Código Penal. Portanto provocar incêndio por si só não conduz a ocorrência do art. 150 do Código Penal, para haver crime é necessário que o agente exponha o perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de pessoas indeterminadas.
É necessária também a presença do Elemento Subjetivo o Dolo, ou seja, vontade de provocar o incêndio, o Sujeito Ativo é qualquer pessoa, inclusive o próprio proprietário do bem, matando portando o crime comum, o Sujeito Passivo é a coletividade, mas de forma secundária pode ser pessoas que expuseram ao perigo real, a consumação em decorrência do perigo comum, sendo a tentativa absolutamente possível, a Ação é Pública e Incondicionada. No caso de modalidade culposa, a competência será do JECRIM.
Art. 251 EXPONDO PERIGO A VIDA, A INTEGRIDADE FISICA OU O PATRIMONIO DE OUTREM MEDIANTE EXPLOSÃO
Fala de expor a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de pessoas indeterminadas, possui os mesmos sujeitos e características do crime de incêndio. Contudo vale observar que não basta somente explodir para ocorrer, basta implementar o elemento para ocorrer a consumação. Se for uma falsa bomba com o pânico causado não se ocorrerá o crime do art. 251, sendo conduta atípica.
O Elemento Subjetivo é o Dolo. Sendo a explosão culposa a competência será do JECRIM. Sem a ocorrência do perigo comum o agente poderá incidir na figura criminosa prevista no estatuto do armamento Lei 10.826/03 art 16, P.U, III, se o agente possuir deter, fabricar, empregar artefato, explosivo ou incendiário sem autorização.
Podemos concluir então sobre a nova lei e ao art 251 o seguinte: Quem possuir deter ou fabricar qualquer artefato explosivo com potencialidade lesiva incorrerá no crime do estatuto do desarmamento art. 16 P.U. III; O mesmo dispositivo alcança os artefatos incendiários como coquetel molotov; quando houver explosão, arremesso ou simples colocação de dinamite ou substância análoga com perigo comum aplica-se o caput do art. 251. Sendo substâncias menos danosas como também crime comum, deve ser aplicada a figura privilegiada do § 1 do 251; E por ultimo sem o perigo comum, havendo explosão, arremesso, emprego ou colocação do artefato pode-se aplicar o mesmo dispositivo do estatuto de desarmamento.
CAPÍTULO VI – CRIMES CONTRA A SAUDE PUBLICA
ZAFFARONI (1999, p. 463) “ensina que o conceito de bem jurídico é central nas teorias do tipo e do crime e guarda paralelismo com a concepção geral do direito e do Estado. Assim, aqueles que entendem que o indivíduo existe para o Estado, afastam o conceito de bem jurídico ou sustentam que o único titular dos bens jurídicos é o Estado e que o próprio homem é um bem jurídico do Estado. Aqueles que entendem que o Estado existe para o indivíduo acentuam a perspectiva personalista do bem jurídico. Independentemente da posição assumida, inconcebível a existência de uma conduta típica que não afete um bem jurídico.”
	
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 269
	INCITAÇÃO AO CRIME – ART 273
	SUJEITO PASSIVO 
	Sociedade 
	Sociedade
	SUJEITO ATIVO
	Somente o Médico
	Qualquer Pessoa
	OBJETO MATERIAL 
	Notificação Compulsória
	Produto Falsificado
	OBJETO JURIDICO
	Saúde Pública
	Saúde Pública
	ELEMENTO DE TIPO
	Deixar de denunciar
	Falsificar, Corromper, Adulterar
	ELEMENTO DO CRIME
	Dolo de Perigo
	Dolo de Perigo ou culpa
	MOMENTO CONSUMATIVO
	Quando vence o prazo legal para o médico comunicar a doença 
	Quando condutas do caput forem praticadas 
	CLASSIFICAÇÃO 
	Própria, Formal, Omissivo, Unissubjetivo, Plurissubsistente
	Comum, Formal, Comissivo, Instantâneo, Plurissubsistente
	TENTATIVA
	Não se admite 
	Somente na forma Dolosa
Art.269 OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA
Protege-se a incolumidade pública, em especial a saúde pública. Quanto ao Sujeito Ativo trata-se de crime próprio, pois pode ser cometido apenas por médico, mas pode haver co-autores e participes que não sejam médicos. O Sujeito Passivo é a coletividade. O Crime é omissivo, pois a conduta consiste em deixarde renunciar a existência de determinada doença cuja comunicação é obrigatória, trata-se de creme omissivo puro.
A norma penal é em branco, pois a mesma não cita quais doenças estão elencadas. Vale destacar que o médico sem a obrigatoriedade de buscas em rol de doenças através de normativos ou decretos, contudo em regra deve haver comunicado das doenças contagiosas que podem causar epidemia. É um dever funcional de o médico comunicar tal doença aos órgãos responsáveis. A ausência dessa comunicação gera o crime do Art. 269, contudo não sendo a doença de notificação compulsória, não incorrerá o médico em crime algum ao deixar de comunicar sua ocorrência.
O título é somente punível a título de dolo, não havendo figura culposa. Consuma-se esse crime com a não comunicação. Por ser tratar de crime omissivo próprio cuja norma descreve o não fazer, não haverá tentativa. O Art. 269 é um crime de perigo abstrato e sua competência fica por conta do JECRIM.
Art. 273 FALSIFICAR, CORROMPER, ADULTERAR OU ALTERAR PRODUTOS DESTINADOS A FINS TERAPEUTICOS OU MEDICINAIS
Considerado o crime mais importante de seu capítulo no código penal, este é o crime de falsificação de remédios; O Objeto Material é o produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, neste caso não há a elementar de tornar o objeto nocivo a saúde.
O fato de haver alteração, falsificação, modificação, corrupção será suficiente para o agente incorrer em crime, mesmo sendo nociva a saúde. O Sujeito Ativo pode ser qualquer pessoa e o Sujeito Passivo pode ser a coletividade, vitimar, pessoas prejudicadas. O Art. 273 foi modificado completamente sua redação inicial pela Lei 9677/98, sua pena do caput passou a ser de reclusão a 15 anos e multa, tornou-se hediondo fruto da Lei 9695/98.
Segundo o parágrafo § 1 O objeto do crime estabelece que não incluindo outros produtos utilizados. Sua importância pode ser vista como, por exemplo, na falsificação de um cosmético, mesmo que não cause dano a saúde, dará ensejo a primeira vista ao crime "oris intudo". Com sua alteração através da Lei9695/98 o art. 273, tornou-se um crime amplo, mais abrangente, alcançando as mais diversas hipóteses.
Segundo o Parágrafo § 2 a modalidade culposa não é da competência do JECRIM
 
JURISPRUDÊNCIA 
CRIMES CONTRA O CASAMENTO
	Processo:
	HC 137929 GO 2009/0105818-8
	Relator (a):
	Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR
	Julgamento:
	16/08/2012
	Órgão Julgador:
	T6 - SEXTA TURMA
	Publicação:
	DJe 29/08/2012
EMENTA:
HABEAS CORPUS. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.CASAMENTO DA VÍTIMA COM TERCEIRO. CRIME PRATICADO ANTES DO ADVENTODA LEI N. 11.106/2005. GRAVE AMEAÇA E VIOLÊNCIA REAL COMPROVADAS NASINSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. PARECER ACOLHIDO.
1. No art. 107, VIII, do Código Penal, até a edição da Lei n.11.106/2005, estava prevista causa de extinção da punibilidade do agente pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes contra os costumes, se cometidos sem violência real ou grave ameaça e desde que a ofendida não requeresse o prosseguimento do inquérito policial ou da ação penal no prazo de 60 dias, a contar da celebração.
2. No caso de atentado violento ao pudor, o casamento de terceiro com a vítima apenas acarretava a extinção da punibilidade se o crime ocorresse com violência ficta, situação não configurada na espécie, conforme sentença condenatória transitada em julgado.
3. No âmbito do habeas corpus, não cabe a dilação probatória necessária para se atingir a conclusão almejada na impetração, no que tange à alegada ausência de violência ou grave ameaça na conduta do agente.
4. Ordem denegada.
ACORDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, denegar a ordem de habeas corpus nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. As Sras. Ministras Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora convocada do TJ/PE) e Maria Thereza de Assis Moura e o Sr. Ministro Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Og Fernandes.
JURISPRUDÊNCIA
CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO 
	Processo:
	ACR 70038799391 RS
	Relator(a):
	Fabianne Breton Baisch
	Julgamento:
	14/08/2013
	Órgão Julgador:
	Oitava Câmara Criminal
	Publicação:
	Diário da Justiça do dia 04/10/2013
EMENTA
APELAÇÃO CRIMINAL. SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO DE FILIAÇÃO DE RECÉM NASCIDO.
1. DECRETO CONDENATÓRIO. MANUTENÇÃO. Autoria e materialidade demonstradas pela prova produzida, documental e oral. Acusada que confirmou a entrega de seus documentos para a gestante antes desta ingressar no hospital para realizar o parto, fazendo com que a criança fosse registrada, no documento de nascido vivo, como sua filha. Após o nascimento do bebê, levou para sua residência e, por não permitir a visitação da mãe biológica, esta registrou ocorrência policial, relatando que tinha apenas a intenção de entregar sua filha em adoção à ré, e não para que fosse registrada diretamente como sua filha no hospital. Dolo no agir da increpada devidamente configurado. Relatos da imputada controvertidos em relação ao momento da entrega dos documentos pessoais à mãe biológica, tornando ainda mais inverossímil a tese exculpatória e revelando o dolo no seu agir. Édito condenatório mantido.
2. PENA PECUNIÁRIA. ISENÇÃO DE PAGAMENTO. NÃO CONHECIMENTO. Magistrado que, no ato sentencial, não fixou pena de multa, já que o tipo penal em que incursa a ré não traz tal previsão. Não conhecimento do apelo, no ponto, por ausência de interesse recursal.
3. PENA DE MULTA. ISENÇÃO. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. Magistrado singular que, no ato sentencial, não fixou a pecuniária, justamente porque o tipo legal em que incursa a increpada não prevê a cominação de multa. Apelo não conhecido no ponto, por ausência de sucumbência. APELO PARCIALMENTE CONHECIDO, E NA PARTE EM QUE CONHECIDO, IMPROVIDO. (Apelação Crime Nº 70038799391, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Fabianne Breton Baisch, Julgado em 14/08/2013)
JURISPRUDÊNCIA
CRIMES CONTRA A ASSISTENCIA FAMILIAR
	Processo:
	ACR 70057108318 RS
	Relator (a):
	José Conrado Kurtz de Souza
	Julgamento:
	16/04/2014
	Órgão Julgador:
	Sétima Câmara Criminal
	Publicação:
	Diário da Justiça do dia 22/05/2014
	
	
EMENTA
APELAÇÃO CRIME. CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR. ABANDONO MATERIAL. AUTORIA E MATERIALIDADE DEMONSTRADAS.
Hipótese em que o réu, sem justa causa, deixou de adimplir obrigação alimentar a que estava judicialmente obrigado, incorrendo, desta forma, nas sanções do artigo 244 do CP, devendo ser mantida a decisão condenatória. DOSIMETRIA DA PENA. Caso em que pequena redução no quantum de exasperação da pena-base é necessário em face da existência de somente um dos vetores do artigo59 do CP ter sido avaliado como negativo. Imperioso o afastamento da agravante da reincidência aplicada em sentença, considerando que o réu foi absolvido na ação penal que serviu para elevar a pena no presente processo.. PENA DE MULTA. A pena de multa está expressamente prevista no artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal, não havendo falar, portanto, de sua inconstitucionalidade. Destarte, tratando-se de sanção cumulativa expressamente estabelecida no Código Penal, é de aplicação cogente. Ademais, inexiste previsão legal para a sua isenção pela falta de condições financeiras do réu. Precedente do STJ. Eventual impossibilidade de pagamento, em razão de estado de pobreza, deverá ser invocada no juízo da execução, não competindo tal análise ao juízo de conhecimento, até porque as condições financeiras do réu poderãoser alteradas até o momento da efetiva execução da reprimenda pecuniária. APELAÇÃO PROVIDA, EM PARTE. (Apelação Crime Nº 70057108318, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Conrado Kurtz de Souza, Julgado em 16/04/2014)
JURISPRIDÊNCIA
SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES
	Processo:
	APR 113257920098070003 DF 0011325-79.2009.807.0003
	Relator(a):
	GEORGE LOPES LEITE
	Julgamento:
	15/03/2012
	Órgão Julgador:
	1ª Turma Criminal
	Publicação:
	16/04/2012, DJ-e Pág. 302
EMENTA
PENAL CRIME DE SEQUESTRO E CÁRCERE. AUSÊNCIA DE DOLO. PRETENSÃO À DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA PARA O TIPO DE SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES. ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE DA CONDUTA. SENTENÇA REFORMADA.
1 RÉU CONDENADO POR INFRINGIR O ARTIGO 148, § 1º, INCISOS IV, DOCÓDIGO PENAL, EIS QUE, SENDO FREQÜENTADOR ASSÍDUO DA RESIDÊNCIA DE AMIGOS, DURANTE UMA VISITA RECEBEU DOIS GAROTOS PARA CUIDAR E SE PREVALECEU DA SITUAÇÃO PARA SAIR COM UM DELES, LEVANDO-O PARA SUA CASA E SÓ O DEVOLVENDO HORAS DEPOIS, LIMPO, BEM ALIMENTADO E ASSEADO.
2 PARA QUE SE CONFIGURE O SEQUESTRO É NECESSÁRIA A PROVA DA INTENÇÃO DO AGENTE EM RESTRINGIR A LIBERDADE DA VÍTIMA, O QUE NÃO SE EVIDENCIA QUANDO ELE, SEM NENHUM INFLUÊNCIA DE FATORES ALHEIOS À VONTADE, A DEVOLVE ESPONTANEAMENTE AO SEU MEIO FAMILIAR, DO QUAL ERA UMA ESPÉCIE DE AGREGADO, CHEGANDO A RESIDIR COM A FAMÍLIA.
3 RECURSO PROVIDO PARA ABSOLVER O RÉU NOS TERMOS DO ARTIGO386, INCISO III, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.
JURISPRUDENCIA
CRIMES DE PERIGO COMUM 
	Processo:
	APR 10386130018776001 MG
	Relator(a):
	Maria Luíza de Marilac
	Julgamento:
	17/03/2015
	Órgão Julgador:
	Câmaras Criminais / 3ª CÂMARA CRIMINAL
	Publicação:
	25/03/2015
EMENTA
APELAÇAO CRIMINAL. RECURSO DA DEFESA. CRIME DE PERIGO COMUM. INCÊNDIO. NÃO TIPIFICAÇÃO. FRAGILIDADE DA PROVA QUANTO À EFETIVA SITUAÇÃO DE PERIGO PARA A VIDA, A INCOLUMIDADE FÍSICA OU O PATRIMÔNIO DE OUTREM. DESCLASSIFICAÇÃO PARA CRIME DE DANO. NECESSIDADE. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. CRIME DE DESOBEDIÊNCIA. CONDENAÇAÕ. POSSIBILIDADE.
O crime de incêndio é de perigo comum contra a incolumidade pública, logo, não basta para que ele se configure o simples atear fogo em alguma coisa, sendo necessário que o fogo ateado tenha, efetivamente, de modo concreto, causado perigo à vida, à integridade física ou ao patrimônio de número indeterminado de pessoas. Sendo frágil a prova, tanto pericial, quanto a testemunhal, quanto a efetiva situação de perigo comum para a incolumidade pública, mas restando demonstrado que o agente, dolosamente, por motivo egoístico, utilizando-se de substância inflamável, ateou fogo na residência da vítima, danificando-a, conduta devidamente narrada na denúncia, impõe-se a desclassificação do crime de incêndio para o de dano qualificado. Comprovado nos autos que o agente descumpriu as medidas protetivas deferidas no âmbito da Lei Maria da Penha, das quais havia sido regularmente intimado, resta caracterizado o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal.
JURISPRUDENCIA
CRIMES CONTRA A SAUDE PUBLICA
	Processo:
	AgRg no AREsp 284635 RS 2013/0025889-4
	Relator(a):
	Ministro CAMPOS MARQUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PR)
	Julgamento:
	21/03/2013
	Órgão Julgador:
	T5 - QUINTA TURMA
	Publicação:
	DJe 26/03/2013
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
EMENTA 
GRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRABANDO DECIGARROS. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.IMPOSSIBILIDADE. CRIME CONTRA A SAÚDE PÚBLICA. PRECEDENTES DO STJ.AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.
1. É aplicável ao crime de descaminho o princípio da insignificância, quando o valor do tributo iludido for inferior a R$10.000,00 (dez mil reais).
2. Entretanto, o entendimento acima aplica-se apenas ao delito de descaminho, que corresponde à entrada ou à saída de produtos permitidos, elidindo, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou de imposto, não abrangendo, portanto, o crime de contrabando, cujo objetivo precípuo da tipificação legal é evitar o fomento de transporte e comercialização de produtos proibidos por lei.
3. Agravo regimental improvido.
AGRAVO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Senhores Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental. Os Srs. Ministros Marilza Maynard (Desembargadora convocada do TJ/SE), Laurita Vaz, Jorge Mussi e Marco Aurélio Bellizze votaram com o Sr. Ministro Relator.
SUCESSIVO
 AgRg no AREsp 284627 PR 2013/0025583-9 Decisão:21/03/2013
DJe DATA:26/03/2013
CONLUSÃO 
Os crimes citados nesse presente trabalho têm a finalidade de apresentar a importância de cada um, mesmo sendo pouco falados no dia a dia. Podemos ver que ocorre constantemente, alguns pode-se dizer que virou rotina. O Código Penal é muito visto pelos Crimes Contra Vida e Crimes Contra a Liberdade Sexual, mas
pouco se sabe sobre os Crimes Contra Família, Pátrio Poder e Incolumidade Pública. A sociedade deveria estar à parte de cada situação aqui citada, pois qualquer pessoa pode cometer os delitos aqui apresentados e não ser punido. O Estado tem sua falha no quesito de fiscalização às vezes contribuindo com a impunidade. 
Fica então a critério de cada cidadão fazer sua parte e fiscalizar na medida do possível para que tais delitos não ocorram mais em nosso meio.
REFERÊNCIAS
VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil, 2011, Editora Atlas.
SANTOS, Carvalho, Código Civil Brasileiro Interpretado, Volume VI.
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 2013, Editora RT
GRECCO, Rogério, Código Penal Comentado, 2013, Editora Impetus
ESTEFAN. André, Direito Penal Parte Especial, 2013, Editora Saraiva 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios, Sinopse Jurídica Legislação Especial, 2013, Editora Saraiva
JUNIOR, Paulo José da Costa, Comentários ao Código Penal, 7ª edição, 2012, Editora Saraiva

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