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Ponto 6 - Processo Civil

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PONTO 6 - Direito Processual Civil: Fatos e atos processuais. Forma. Tempo. Lugar. Prazos. Comunicações. Nulidades. Formação. Suspensão. Extinção do processo.
Fato jurídico: é todo acontecimento da vida relevante para o Direito. Quanto o fato é praticado no processo, denomina-se fato processual (lato sensu), que se divide:
Fato processual (strictu sensu): acontecimento da vida relevante para o Direito, praticado no processo, e que independe da vontade humana (morte do litigante – art. 265 do CPC)
Ato processual: acontecimento da vida relevante para o Direito, praticado no processo, decorrente da vontade humana unilateral.
Atos Processuais: 
Conceito: é a manifestação, verbal ou escrita, no processo, da vontade das partes, do juiz e dos auxiliares da Justiça.
Classificação:
Atos das partes:
autor
réu
terceiros intervenientes
Ministério Público
Observações:
Atos postulatórios: são as manifestações de vontade para a obtenção da tutela jurisdicional.
Atos de causação (ou dispositivos): têm por objeto a produção imediata de efeitos processuais negociais (ex.: acordos processuais, convenção de arbitragem, conciliação, desistência da ação, renúncia, reconhecimento do pedido etc).
Atos probatórios (ou instrutórios): destinam-se a produzir a prova das alegações das partes.
Atos reais: têm por objeto uma prestação material (ex.: pagamento de despesas processuais)
Atos do juiz:
Provimentos (ou pronunciamentos): atos pelos quais o juiz se manifesta no processo. São de três tipos:
Sentença: ato pelo qual o juiz põe fim ao seu ofício de julgar, resolvendo ou não o mérito da causa.
Decisão interlocutória: ato pelo qual, no curso do processo, o juiz resolve questão incidente.
Despachos: provimentos judiciais destituídos de qualquer conteúdo decisório. 
Atos reais (ou materiais): podem ser instrutórios, como a oitiva de testemunhas, ou de documentação, como o ato de rubricar e assinar a ata de audiência.
Atos do escrivão:
atos de documentação
atos de comunicação
O escrivão (ou um escrevente juramentado) pode praticar atos meramente ordinatórios, os quais podem ser de movimentação ou de documentação, sem que se faça necessária a prolação de despacho judicial.
Forma dos atos processuais:
Podem ser:
solenes
não-solenes
Os atos devem ser necessariamente em Português ou então traduzidos para nossa língua.
Publicidade dos atos processuais: em geral, os atos processuais são públicos. Exceção: processos que correm em segredo de Justiça (art. 155).
Tempo e lugar:
Regra: os atos realizam-se na sede do juízo, das 6 às 20 horas, nos dias úteis.
Serão concluídos depois das 20 horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
Nos juizados especiais, podem ser praticados atos processuais em horário noturno.
A citação e a penhora, em casos excepcionais, poderão realizar-se nos domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido.
Atos eletrônicos:
A lei 11.419/2006 regulamenta os atos eletrônicos. Esta lei estabeleceu para fins de horário para a prática do ato eletrônico que as petições eletrônicas enviadas até às 24h do último dia do prazo serão consideradas tempestivas (art. 3º).
Informatização dos Atos Processuais - Processo eletrônico: Lei 11.419/06:
O uso de meios eletrônicos passa a ser admitido na tramitação dos processos judiciais, na comunicação de atos processuais e na transmissão de peças.
A lei aplica-se aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados especiais em qualquer grau de jurisdição.
Feito o cadastro do signatário junto ao Poder Judiciário, qualquer ato processual poderá ser praticado por meio eletrônico.
No caso de se enviar por transmissão eletrônica uma petição destinada ao atendimento de um prazo processual, considerar-se-á tempestivo o ato se a transmissão se tiver dado até o último minuto do último dia do prazo. No caso de estar indisponível o sistema eletrônico do Tribunal, por motivo técnico, o prazo processual fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução do problema.
Citações e intimações poderão ser feitas por meios eletrônicos. As cartas - meios de comunicação entre os juízos - poderão ser transmitidas eletronicamente.
Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico. A publicação eletrônica substitui qualquer outro meio e publicação oficial, salvo os casos em que a lei exige intimação ou vista pessoal. Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação.
Feito o cadastro do signatário junto ao Poder Judiciário, as intimações poderão ser feitas por meio eletrônico, dispensando-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico. Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização. Nos casos em que a consulta se dê em dia não útil, a intimação será considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte. A consulta deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo. As intimações feitas dessa forma, inclusive da Fazenda Pública, serão consideradas pessoais para todos os efeitos legais.
As citações, inclusive da Fazenda Pública, excetuadas as dos Direitos Processuais Criminal e Infracional, poderão ser feitas por meio eletrônico, desde que a íntegra dos autos seja acessível ao citando.
As cartas precatórias, rogatórias, de ordem e, de um modo geral, todas as comunicações oficiais que transitem entre órgãos do Poder Judiciário, bem como entre os deste e os dos demais Poderes, serão feitas preferentemente por meio eletrônico.
Os órgãos do Poder Judiciário poderão desenvolver sistemas eletrônicos de processamento de ações judiciais por meio de autos total ou parcialmente digitais, utilizando, preferencialmente, a rede mundial de computadores e acesso por meio de redes internas e externas (processo eletrônico - processo em que os atos processuais são praticados por via eletrônica). 
Todos os atos processuais do processo eletrônico serão assinados eletronicamente. 
No processo eletrônico, todas as citações, intimações e notificações, inclusive da Fazenda Pública, serão feitas por meio eletrônico.
STJ, AREsp 217075: Se o nome do advogado indicado como autor da petição eletrônica não confere com o do titular do certificado digital utilizado para assinar a transmissão eletrônica do documento, deve ser tida como inexistente, haja vista o descumprimento do disposto nos arts. 1, § 2º, III e 18, ambos da Lei 11.419/06. 
A distribuição da petição inicial e a juntada da contestação, dos recursos e das petições em geral, todos em formato digital, nos autos de processo eletrônico, podem ser feitas diretamente pelos advogados públicos e privados, sem necessidade da intervenção do cartório ou secretaria judicial, situação em que a autuação deverá se dar de forma automática, fornecendo-se recibo eletrônico de protocolo.
Durante as férias e feriados, praticam-se:
produção antecipada de provas
citação, a fim de evitar o perecimento de direito
arresto, sequestro, penhora, arrecadação, busca e apreensão, depósito, prisão, separação de corpos, abertura de testamento, embargo de terceiros, nunciação de obra nova e outros atos análogos
Atos que podem ser praticados e causas que correm durante as férias:
atos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos
causas de alimentos provisionais (somente até a concessão de alimentos provisórios), dação ou remoção de tutores e os relativos ao procedimento sumário
causas que a lei federal determinar (desapropriação,falência etc)
Prazos:
Conceito: lapso de tempo em que o ato processual pode ser validamente praticado.
Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz determinará os prazos. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. Os prazos são contínuos, não se interrompendo nos feriados. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor.
Natureza:
dilatórios: podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a convenção das partes
peremptórios: não permitem alteração
legais: são estabelecidos na lei, de forma fixa
judiciais: são fixados pelo juiz (ex.: art. 491 – prazo para resposta na ação rescisória)
convencionais: são os que a lei permite sejam acordados pelas partes (art. 181). 
próprios e impróprios
Próprios: prazos cujo decurso leva à perda da possibilidade de se praticar o ato processual (são próprios todos os prazos fixados para as partes).
Impróprios: prazos cujo descumprimento não acarreta conseqüências processuais (são impróprios todos os prazos fixados para o Estado-juiz).
comuns e particulares
Notas:
mesmo os prazos peremptórios podem ser renunciados
pode o juiz prorrogar os prazos por até 60 dias nas comarcas onde for difícil o transporte, ou pelo tempo necessário, em caso de calamidade
Curso dos prazos:
todo prazo em regra é contínuo, não se interrompendo nos feriados
as férias suspendem os prazos
também suspendem os prazos os obstáculos criados pela parte contrária, a morte ou perda da capacidade processual, a convenção das partes e a exceção de incompetência
Decorrido o prazo para a prática do ato processual, cessa - para a parte - a faculdade de praticá-lo, independentemente de declaração judicial (preclusão temporal). Salvo se a parte provar que não o realizou por justa causa, quando, então, o juiz permitirá a prática do ato no prazo em que lhe assinar.
STJ: A greve de advogados públicos não constitui motivo de força maior a ensejar a suspensão ou devolução dos prazos processuais (art. 265, V, do CPC).
Contagem dos prazos:
os prazos começam a fluir a partir do dia útil seguinte ao da intimação
exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento
intimação feita na sexta-feira: início do prazo na segunda-feira, se for dia útil
intimação feita no sábado: início do prazo na terça-feira, se for dia útil
Contagem dos prazos: exclui-se o dia do início e inclui-se o do vencimento. O prazo começa a correr da intimação da parte (dia do início do prazo). Tal dia será excluído da contagem, a qual se iniciará no primeiro dia útil seguinte àquele. O dia do vencimento também deverá ser útil, havendo expediente forense normal.
Prazos especiais:
Para o MP e Fazenda Pública:
em dobro (2x) para recorrer
em quádruplo (4x) para contestar
Defensoria Pública (organizada e mantida pelo Estado): todos em dobro (2x), salvo nos juizados especiais federais.
Litisconsortes com advogados diferentes: o prazo para se manifestar nos autos é contado em dobro.
STJ, REsp 973.465: Independentemente de requerimento, os réus com diferentes procuradores têm prazo em dobro para contestar, mesmo sendo casados entre si. 
STJ, AgRg no Ag 963283: Somente há prazo em dobro para litisconsortes com diferentes procuradores (artigo 191 do CPC) quando todos possuam interesse em recorrer da decisão impugnada.
STF, SÚMULA Nº 641: NÃO SE CONTA EM DOBRO O PRAZO PARA RECORRER, QUANDO SÓ UM DOS LITISCONSORTES HAJA SUCUMBIDO.
Preclusão:
Temporal: ocorre quando a parte deixa de praticar o ato no tempo devido.
Lógica: decorre da incompatibilidade entre o ato praticado e outro que se queria praticar também.
Consumativa: origina-se do fato de ter praticado o ato, não importa se bem ou mal.
Comunicação dos atos:
A comunicação dos atos ocorre através da citação ou intimação que podem ser feitas por ordem judicial ou requisitadas por carta – precatória, de ordem ou rogatória.
Citação: é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado, a fim de se defender. O juiz não cita de ofício, sendo a citação feita a requerimento. A citação é ato pessoal (o réu é citado pessoalmente). Cita-se, ainda, o terceiro interveniente, nas modalidades de intervenção forçada, sempre com o fim de integrá-lo à relação processual em um pólo passivo. 
STJ: Quanto à citação da pessoa jurídica, o STJ aplica a teoria da aparência, de modo que admite-se como citada a pessoa jurídica, por AR, quando este é entregue à pessoa que usualmente recebe a correspondência.
O advogado só poderá ser citado no lugar da parte se tiver procuração com poderes especiais para tanto ou nas situações previstas em lei (como ocorre na oposição). 
A citação válida é essencial para que o processo possa se desenvolver regularmente. A falta ou nulidade de citação são supridas pelo comparecimento espontâneo do demandado. Não havendo citação válida, nenhum outro ato processual poderá ser validamente realizado, já que todos os atos posteriores são consequências deste ato de integração do demandado na relação processual. Não havendo citação válida (nem comparecimento espontâneo do demandado), a sentença de mérito que venha a ser proferida no processo será um ato inexistente.
STJ: Na situação em que, nula a citação, quem comparece espontaneamente no processo é o advogado da parte, porém sem poderes especiais para receber citação, o STJ entende que não se considera suprida a citação.
Modalidades:
*Real:
pelo correio (regra geral).
por oficial de justiça: casos em que a citação postal for proibida, ou nos casos em que a mesmo for frustrada (ex: AR assinado por quem não é o réu). 
A citação postal é vedada nas seguintes hipóteses: 
1) ações de estado; 
2) quando for ré pessoa incapaz; 
3) quando for ré pessoa de direito público; 
4) processos de execução; 
5) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; 
6) quando o autor a requerer de outra forma.
Citação eletrônica: a citação eletrônica poderá ser feita para qualquer demandado, inclusive a Fazenda Pública. Será preciso, porém, que o citando esteja cadastrado previamente junto ao Poder Judiciário.
*Ficta:
1) Por edital - Hipóteses: 
1) quando desconhecido ou incerto o réu; 
2) quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar; 
3) nos casos expressos em lei. 
Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. 
O edital de citação deverá ser afixado na sede do juízo e publicado três vezes, num prazo de quinze dias. 
A primeira publicação deverá ser feita no Diário Oficial, e as outras duas em jornal de grande circulação local. 
As três publicações deverão ser feitas dentro do prazo de quinze dias, e não uma a cada quinze dias. 
A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiaria da assistência judiciária. 
Ao determinar a citação por edital, deverá o juiz fixar uma dilação de prazo, entre vinte e sessenta dias, a correr da data da primeira publicação. 
O prazo para oferecimento da resposta do demandado somente se inicia após o término do prazo de dilação fixado pelo juiz. 
2) Citação com hora certa: 
O oficial de justiça, depois de se dirigir por três vezes ao endereço do réu, não o encontrando e suspeitando que o demandado esteja se escondendo para impedir a citação, deverá intimar qualquer pessoa da família ou, na ausência destas, qualquer vizinho, que voltará ao local no dia seguinte, em hora determinada. Retornando ao local, independentemente de novo despacho, poderá o oficial de justiça encontrar o réu, hipótese em que a citação se fará normalmente. Não sendo encontrado o réu, porém, ter-se-á o mesmo como citado, deixando-se cópia do mandado com pessoa da família ou vizinho do réu. Feita a citação dessaforma, o escrivão deverá enviar ao réu comunicação postal informando-lhe de todo o ocorrido.
STJ - Comunicação prevista no artigo 229 do CPC não interfere em prazo da contestação:
Em citação com hora certa, o prazo da contestação começa a correr com a juntada aos autos do respectivo mandado e não do comprovante de recepção do comunicado a que se refere o artigo 229 do Código de Processo Civil (CPC). O artigo 229 determina que, “recebido o mandado, o escrivão procederá à sua juntada aos autos e expedirá, em seguida, carta, telegrama ou radiograma, dando ciência da citação concluída por hora certa”. 
O comunicado do artigo 229 serve, segundo a jurisprudência, apenas para aumentar a certeza de que o réu foi efetivamente cientificado acerca dos procedimentos inerentes à citação com hora certa, e é uma formalidade desvinculada do exercício do direito de defesa pelo réu. 
De acordo com a jurisprudência aplicada, a expedição do referido comunicado não tem o objetivo de alterar a natureza jurídica da citação com hora certa, que continua sendo ficta, tampouco interfere na fluência do prazo de defesa do réu. 
Dessa forma, o comunicado do artigo 229 do CPC não integra os atos solenes da citação com hora certa, computando-se o prazo de defesa a partir da juntada do mandado citatório aos autos.
STJ, REsp 1076914: A Fazenda Nacional não está obrigada ao pagamento das custas e despesas processuais. Portanto, não há que se exigir o adimplemento do quantum equivalente à postagem de carta citatória.
Efeitos da citação válida:
Torna prevento o juízo (juízos com competência territorial diversa);
Induz litispendência;
Faz litigiosa a coisa;
Ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
Em verdade, tais efeitos são consequências da propositura da demanda (art. 263), os quais só se produzem para o réu depois que este for validamente citado.
Intimação: é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa. Pode ser feita pelo escrivão, pelo oficial de justiça e por publicação na imprensa. Admite-se também por edital e por hora certa.
Se foi intimado através de diário de justiça impresso, considera-se intimado na data da circulação.
Quando a intimação se der por publicação no diário eletrônico, considera-se intimado na data da publicação oficial. O detalhe importante disto é que o diário de justiça eletrônico de hoje é disponibilizado no dia de ontem, ou seja, o diário eletrônico é disponibilizado na internet no dia anterior à sua data oficial – de todo modo, apenas se considera intimado na data da publicação oficial e não na data de sua disponibilização (art. 4º, Lei 11.419/2006).
A Lei 11.419/2006 diz que a intimação por email dispensa publicação no Diário Eletrônico. Além disto, importante saber que a parte intimada por email só se considera intimada depois que acessar o processo virtual, lembrando que ela tem 10 dias para o fazer sob pena de ser considerada como intimada no décimo dia. Aqui, é curioso destacar que também existe a citação por email, mais comum no caso de litigantes habituais (CEF, Banco do Brasil etc), exigindo-se delas prévio cadastramento.
Lembrar que a intimação do Ministério Público é sempre pessoal, via protocolo administrativo. Também a Defensoria Pública goza de igual prerrogativa. Já a Fazenda Pública, embora a regra seja sua intimação pessoal (art. 6º, Lei 9028/95), nas execuções fiscais ela só será intimada pessoalmente com vista dos autos se existir órgão fazendário no local onde correr o processo, pois, do contrário, será ela intimada via AR (STJ, REsp. 83.890/MG).
Como regra, as partes são intimadas através de seus advogados. Nas capitais e no DF considera-se realizada a intimação com a publicação do ato no órgão oficial. Da intimação realizada por esta forma, deverá constar, sob pena de nulidade, a indicação dos nomes das partes e de seus advogados.
STJ: É válida a intimação da Procuradoria da Fazenda Nacional por carta, com aviso de recebimento, quando o órgão não possui sede na comarca de tramitação do processo.
STJ, AREsp 226.951: Há presunção de intimação da sentença proferida em audiência, na hipótese em que o procurador, embora intimado para a AIJ, a ela não compareceu, devendo ser aplicado o art. 242, § 1º do CPC, uma vez que, o comparecimento ao ato é de opção e responsabilidade do patrono. 
É permitida às partes a utilização de sistema de transmissão de dados e imagens para a prática de atos processuais (Lei 9.800/99). Praticado o ato através da remessa da petição por fax ou outro meio análogo dentro do prazo legal, terá a parte mais 05 (cinco) dias, após o término do prazo, para entregar o original em juízo. O termo inicial do qüinqüídio legal para a entrega do original é a data prevista em lei para o vencimento (término) do prazo recursal e não no dia seguinte ao momento em que o advogado enviar a petição via fax. Não estando o ato sujeito a prazo para sua prática, o original deve ser apresentado em juízo cinco dias após sua remessa por fax. O magistrado não precisará esperar a chegada do original para emitir qualquer pronunciamento. O provimento judicial ficará sujeito a uma condição resolutiva: a entrega do original da petição em juízo no qüinqüídio. Não sendo o original apresentado no prazo, o provimento judicial deixará de produzir efeitos. Considera-se litigante de má-fé aquele que apresenta petição original em juízo quando se verifica que esta não corresponde, com fidelidade, ao texto remetido por meio de transmissão de dados ou imagens.
STJ, AgRg nos EREsp 640.803-RS: A prática de atos processuais via fax possui duas situações distintas: na primeira situação, em que os atos estão sujeitos a prazo predeterminados em lei, o prazo de cinco dias para a entrega dos originais tem início no dia seguinte ao do termo final do prazo previsto em lei, ainda que o fac-símile tenha sido remetido e recebido no curso desse prazo (ou seja, o primeiro dos cinco dias para a apresentação do originais é o primeiro dia após o término do prazo previsto em lei para a prática do ato); na segunda situação, a dos atos sem prazo predeterminado em lei, o prazo para a entrega dos originais tem início no dia seguinte ao da recepção do fac-símile pelo órgão judiciário competente. 
Meios de comunicação entre juízos - as cartas:
Pelas cartas um órgão judiciário solicita a outro a prática de um ato ou a colheita de certa prova.
As cartas podem ser de três espécies: de ordem, precatória e rogatória.
Carta de ordem: dirigida por um tribunal a um órgão judiciário a ele subordinado hierarquicamente. É fundamental para que se caracterize a carta como de ordem, que entre os juízos haja subordinação (obs.: uma carta dirigida pelo TJMG a um juízo de Porto Alegre não será de ordem, mas sim precatória, por ausência de subordinação). 
Carta precatória: é a dirigida por um juízo brasileiro a outro juízo, também nacional, quando entre eles não houver hierarquia (juízo deprecante: quem envia a carta/ juízo deprecado: quem recebe a carta).
Carta rogatória: enviada por um juízo brasileiro a juízo estrangeiro. 
As cartas precatórias e de ordem, nos casos urgentes, poderão ser transmitidas por telegrama, radiograma ou telefone.
A carta tem caráter itinerante. Antes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimento, poderá ser apresentada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.
A carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória pode ser expedida por meio eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica.
Nulidades:
Espécies:
absoluta: pode ser arguida em qualquer fase do processo, podendo ser reconhecida de ofício pelo juiz;
relativa: deve ser arguida na primeira oportunidade em que a parte falar nos autos.
O ato processual é inválido quando não se conforma com o esquema abstrato predisposto pelo legislador (tipo). Ato processual atípicoé ato processual inválido. Não há invalidade processual sem pronunciamento judicial, ou seja, não existe ato processual inválido de pleno direito.
O direito processual reconhece três espécies de invalidade (fenômenos intrínsecos do processo):
Nulidade absoluta: violação a uma norma cogente de proteção do interesse público.
Vício insanável, podendo ser reconhecido de ofício ou mediante requerimento das partes, a qualquer tempo, durante o processo.
Ex.: são nulos os atos decisórios praticados por juízo absolutamente incompetente.
Nulidade relativa: violação a uma norma cogente de proteção de interesse privado.
Vício sanável, e pode ser reconhecido de ofício ou a requerimento das partes.
Ex.: Pessoa casada propõe sem autorização do cônjuge (ou suprimento judicial da autorização), demanda que tal autorização (ou suprimento) é exigida por lei (art. 10 e 11 CPC).
Anulabilidade: violação a uma norma dispositiva.
Vício sanável que não pode ser conhecido de ofício pelo juiz, dependendo sempre de provocação. 
Ex.: Penhora de um bem relativamente impenhorável é anulável, salvo quando o bem tiver sido nomeado à penhora pelo devedor, pois se o foi a penhora é válida (art. 650 CPC - norma dispositiva).
Obs.: As normas jurídicas podem ser divididas em cogentes (ou de ordem pública) e dispositivas, sendo possível que os interessados afastem a incidência destas últimas (não das cogentes) por ato de vontade.
Princípio do prejuízo: Não poderá ser declarada a invalidade de ato processual quando esta não tiver causado prejuízo às partes. Não há invalidade processual sem prejuízo. Também não será reconhecida a invalidade processual quando o juiz puder decidir o mérito em favor daquele a quem aproveitaria a decretação da invalidade.
O princípio do prejuízo é aplicado nas nulidades relativas e anulabilidades, pois, nas nulidades absolutas há presunção absoluta (iuris et de iure) de prejuízo. 
O ato processual inválido pode ser convalidado:
Convalidação objetiva: embora formalmente inadequado, o ato processual atingiu a sua finalidade essencial (princípio da instrumentalidade das formas), e não causou prejuízo às partes (princípio do prejuízo).
Convalidação subjetiva: a invalidade não pode ser requerida pela parte que a tenha dado causa. Deverá a invalidade ser requerida pela parte prejudicada, na primeira oportunidade que tiver para se manifestar, sob pena de preclusão. Esta regra é aplicável somente às invalidades que não podem ser reconhecidas de ofício, ou seja, às anulabilidades.
A coisa julgada faz desaparecer todos os vícios que tenham se formado ao longo do processo. Transitada em julgado a sentença, todos os vícios, até mesmo aqueles inicialmente tidos por insanáveis, estarão sanados. Com a coisa julgada pode surgir uma nova espécie de invalidade, esta extrínseca, exterior ao processo onde se praticou o ato, a que se dá o nome de rescindibilidade. Nesse caso é possível a rescisão da sentença transitada em julgado, o que se faz através de uma ação autônoma de impugnação, chamada ação rescisória. A ação rescisória deverá ser proposta num prazo máximo de dois anos a contar do trânsito em julgado. Após esse prazo, nem mesmo a rescindibilidade poderá mais ser alegada, restando sanado também este vício. Surge aí, então, o fenômeno conhecido como coisa soberanamente julgada.
ATENÇÃO, todavia, para os vícios transrescisórios:
“Entende-se por vício transrescisório aquele vício tão grave que permite a desconstituição da sentença até mesmo após o prazo de propositura de ação rescisória.
O professor Fredie Didier afirma que uma decisão judicial existente pode ser impugnada por dois meios, quais sejam o recurso e a ação rescisória, tanto em razão de errores in procedendo, como de errores in iudicando. Com isso, é possível discutir a validade ou a justiça de uma sentença. O recurso, no entanto, serve para discutir uma decisão judicial dentro de um processo, antes do trânsito em julgado da sentença. Já a ação rescisória é o meio de impugnação para desconstituir coisa julgada material no prazo de dois anos (DIDIER JR., Fredie, CUNHA, Leonardo Carneiro da.Curso de Direito Processual Civil, vol.3: meios de impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais. 5ª ed. Salvador: Editora Juspodvim, 2008.).
Contudo, afirma Fredie, há duas hipóteses nas quais uma decisão existente pode ser invalidada após o prazo supramencionado, ambas em caso de sentença desfavorável ao réu em processo que correu à sua revelia: por falta de citação ou por citação defeituosa, seguindo a inteligência dos artigos 475-L, I e 741, I do CPC. Nelas se vislumbra o vício transrescisório. Vejamos os artigos:
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I - falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Art. 741. Na execução contra a Fazenda Pública, os embargos só poderão versar sobre: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
I - falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
Note-se que se a sentença for favorável ao réu que não foi citado, a invalidação não será possível por carecer de prejuízo que dê azo à ação em questão. Também é importante perceber que, se o réu, apesar de não ter sido citado ou se citado de maneira defeituosa, não for revel por ter comparecido espontaneamente, não caberá a querela nullitatis.
Para tais decisões, a querela nullitatis é a ação de nulidade cabível para impugnação. Convém rememorar que se trata de ação constitutiva, como a rescisória, mas se diferencia dela nas possibilidades de cabimento, por ser imprescritível e por dever ser proposta perante o juízo que proferiu a decisão, não sendo imperioso que seja perante tribunal, como a rescisória.
Fredie alerta para o fato de que há doutrinadores que afirmam ser possível utilizar ação rescisória para impugnar decisão judicial com vício transrescisório, apesar de a recíproca não ser verdadeira e um vício rescisório só poder ser impugnado por ação rescisória. Nada obstante, houve uma decisão recente do STJ (AR nº771-PA), cuja relatoria foi do ministro Aldir Passarinho Júnior, que não admitiu a fungibilidade acima avençada porque a ação rescisória tem cabimento específico (DIDIER JR., Fredie, CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil, vol.3: meios de impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais. 5ª ed. Salvador: Editora Juspodvim, 2008.).”
Fonte: http://ww3.lfg.com.br/artigo/20080529135648253_direito-processual-civil_que-se-entende-por-vicio-transrescisorio.html. Acesso em 11.12.14.
Sistema de nulidades:
Princípio da liberdade das formas: os atos processuais, em princípio, não dependem de forma determinada, senão quando a lei expressamente o exigir. A regra é que os atos processuais sejam não-solenes. A solenidade é a exceção e depende de expressa previsão legal.
Instrumentalidade das formas: considera-se válido ato praticado de forma diferente da prescrita em lei desde que atinja o objetivo.
Não havendo prejuízo, não se declara a nulidade.
Também não se decreta a nulidade quando o juiz puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveita a declaração.
A nulidade só pode ser decretada a requerimento da parte prejudicada e nunca por aquela que a causou. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam (causalidade); todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.
O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.
É nulo o processo quando o MP não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. Essa é a regra do art. 246, que, no entanto, tem sido temperada pela jurisprudência:
“Desnecessidade de decretação de nulidade processual, por ausência de intervenção do Ministério Público desdeque a sentença foi favorável a autora e com a apreciação da apelação não haverá prejuízo ao incapaz.” (TRF 5ª R. – AC 2002.84.00.009917-9 – 4ª T. – Rel. Des. Fed. Marcelo Navarro Ribeiro Dantas – DJU 04.07.2006 – p. 460) 
“Conforme tem reiterado a jurisprudência do STJ, a intervenção do Ministério Público em segundo grau de jurisdição, sem alegar nulidade nem prejuízo, supre a falta de manifestação do órgão ministerial de primeira instância, não sendo causa de nulidade do processo.” (STJ – RESP 204825 – RR – 2ª T. – Relª Min. Laurita Vaz – DJU 15.12.2003 – p. 00245)
Eficácia:
O ato processual inválido é apto a produzir efeitos até que a invalidade seja reconhecida (não há invalidade processual sem pronunciamento judicial).
Os atos processuais válidos produzem, em princípio, todos seus efeitos normalmente. Há casos, porém, em que a ineficácia é cominada, como se dá com a sentença de mérito proferida em processo onde estava ausente um litisconsorte necessário (art. 47, CPC). Nesta hipótese, a sentença é válida, mas incapaz de produzir qualquer efeito. Há Outros casos em que a ineficácia do ato processual válido decorre de uma natural impossibilidade de produção dos efeitos normais (ex.: sentença condenatória genérica - ilíquida).
É inadmissível a submissão da eficácia de ato processual a um termo (evento futuro e certo).
Admite-se a submissão da eficácia do ato processual a condição (evento futuro e incerto) intraprocessual, rejeitando-se, porém, as condições extraprocessuais. A eficácia de um ato processual não poderá jamais ficar submetida a um evento futuro e incerto que nenhuma ligação tenha com o processo. Admite-se, porém, o ato processual condicional quando o evento futuro e incerto seja interno ao processo (ex: denunciação da lide - sucumbência do denunciante; cumulação eventual de pedidos - o segundo pedido só será apreciado se o primeiro for rejeitado; recurso adesivo interposto na eventualidade de ser provido o recurso principal).
Formação do processo
 	(Momento da formação do processo: distribuição ou citação? - o processo judicial é relação jurídica triádica, discute-se, portanto, se a sua formação se daria com o mero despacho/distribuição, ou dependeria da efetiva citação do réu (momento em que a relação jurídica se angularizará).
( O processo se forma com o despacho/distribuição. Nesse momento já há processo, mas a relação jurídica ainda não se integralizou. Tanto há processo nesse momento que o indeferimento de plano da inicial deverá ser atacado com apelação.
 Efeitos do ajuizamento da ação:
 		1) efeitos processuais
 			a) litispendência;
 			b) prevenção da competência;
 			c) perpetuação da competência;
 		2) efeitos materiais ou substanciais
 			a) interrupção da prescrição
			b) não consumação da decadência
	1) efeitos processuais - efeitos de natureza técnica que não interferem na relação material.
	a) litispendência - a caracterização da litispendência ocorre já com a propositura da ação. A citação apenas estende tais efeitos ao réu. 
	b) prevenção da competência – prevenção decorrente do despacho/distribuição ocorrerá nos casos de ações dentre da mesma competência territorial (art. 106, CPC). Se as ações estiverem em locais com competência territorial distinta, a prevenção ocorrerá pela citação válida (art. 219, CPC).
	c) perpetuação da competência [perpetuatio jurisdictionis] – determina-se a competência no momento em que a ação é proposta, sendo irrelevante as modificações de fato ou de direito ocorridas posteriormente. Somente haverá alteração da competência quando houver superveniência de supressão de órgão judiciário ou alteração de competência em razão da matéria ou hierarquia.
	2)efeitos materiais ou substanciais
	a) interrupção da prescrição - o que se interrompe é o prazo prescricional, a prescrição é fenômeno consumado.
	O NCC antecipou o momento da caracterização da interrupção da prescrição para o despacho do juiz que ordenar a citação. Atualmente o que interrompe a prescrição não é a citação válida, como determina o texto do art. 219, caput do CPC, mas o despacho do juiz que determina a citação.
“CC/02: Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual”;
“CPC: Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.(Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)”.
 	ART. 202, I, do NCC x ART. 219, §1º, do CPC [despacho ou propositura?]- os dispositivos devem ser interpretados em conjunto, não existindo incompatibilidade entre eles.
	[art. 202, I, NCC]: momento da interrupção: despacho do juiz que ordenar a citação.
	[art. 219, § 1º, CPC]: a citação válida faz o momento da citação retroagir à propositura da ação.
conclusão: ainda que o despacho do juiz ocorra depois da consumação da prescrição, esta não poderá ser reconhecida caso a propositura tenha ocorrido em momento anterior.
para que a interrupção seja efetiva é necessário que a citação seja realizada no prazo e na forma da lei processual.
	b) não consumação da decadência
	
	despacho liminar [nomenclatura dada pela doutrina] - juiz examina a petição inicial, examina os documentos e faz um juízo, provisório, sobre o processo.
 	a) despacho liminar positivo: regularidade da petição inicial, sendo determinada a citação.
 		-natureza da decisão: despacho.
 		-recurso: não cabe.
	b) despacho liminar negativo: indeferimento da petição inicial, com a extinção do processo sem julgamento do mérito. [art. 267, I, CPC]
		-natureza da decisão: sentença.
		-recurso: apelação. [art. 296, CPC] [neste caso a apelação possuirá um regime jurídico próprio] 
	*art. 296, CPC - apelação no caso de indeferimento da petição inicial. Peculiaridades:
 		i) retratação: juiz pode se retratar no prazo de 48 horas. [de ordinário, não é possível a retratação no caso da apelação]
 		ii) Não há citação do réu: não havendo a retratação, o processo é encaminhado diretamente para a apreciação do tribunal. [situação diferente da apelação quando for aplicado o art. 285-A, CPC].
	
SUSPENSÃO DO PROCESSO
	- é a paralisação temporária do curso do processo. [art. 265 do CPC]
 	-prática de atos durante a suspensão do processo:
 		Regra: é proibida a prática de atos.
 		Exceção: será possível a prática dos atos urgentes autorizados pelo juiz, a fim de evitar dano irreparável. 
“CPC: Art. 265. Suspende-se o processo:
I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
II - pela convenção das partes; (Vide Lei nº 11.481, de 2007)
III - quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz;
IV - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente;
b) não puder ser proferida senão depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, requisitada a outro juízo;
c) tiver por pressuposto o julgamento de questão de estado, requerido como declaração incidente;
V - por motivo de força maior;
VI - nos demais casos, que este Código regula.”
	Nos casos dos incisos I e III do art. 265, haverá suspensão do processo e dos prazos processuais, nos demais casos a suspensão do processo não gera suspensão dos prazos.
	Hipóteses de suspensão do processo: [rol exemplificativo]
	a) morte/incapacidade da parte, representante legalou advogado; [suspensão do processo e dos prazos]
	b) pela convenção das partes; 
	c) exceções procedimentais; [impedimento, suspeição, incompetência] [suspensão do processo e dos prazos]
	d) questões prejudiciais:
	e) por motivo de força maior;
	f) nos demais casos, que este Código regula.
a) morte/incapacidade da parte, representante legal ou advogado; [suspensão do processo e dos prazos]
 	-nessas hipóteses também haverá suspensão dos prazos processuais.
	incapacidade da partE - O juiz suspende o processo para nomear curador especial [art. 9º, I, CPC], sem prejuízo da ação de interdição.
morte da parte- nem sempre será hipótese de suspensão.
 	i) quando a ação for transmissível: suspensão[art. 265, I, CPC] - a finalidade da suspensão é a habilitação dos sucessores.
	ii) quando a ação for intransmissível: Extinção. [art. 267, IX, CPC] [ex.: direitos personalíssimos]
 	morte/incapacidade do advogado - processo deve ser suspenso, sendo concedido prazo de 20 dias para a constituição de novo mandatário.
 	(descumprimento pelo autor (não constitui novo mandatário): extinção do processo sem julgamento do mérito.
	(descumprimento pelo réu (não constitui novo mandatário): processo segue a sua revelia. 
	(descumprimento pelo terceiro (não constitui novo mandatário): será excluído do processo. (Tudo no art. 13 do CPC).
	morte/incapacidade do representante legal - O processo deve ser suspenso, sendo concedido prazo de 20 dias para a constituição de novo representante. Incide a aplicação das mesmas regras apresentadas para situação anterior, mas com uma peculiaridade: se o descumprimento ocorrer pela parte incapaz, o juiz deve nomear curador especial. 
b) pela convenção das partes - a suspensão convencional não suspende o curso dos prazos processuais. [Não é possível que as partes convencionem a suspensão de prazos peremptórios]
 	A suspensão convencional não poderá ser superior a 6 meses.
 c) exceções procedimentais: [impedimento, suspeição, incompetência] [suspensão do processo e dos prazos]
	Nessas hipóteses também haverá suspensão dos prazos processuais.
	o que suspende o prazo: oposição ou recebimento da exceção? Dúvida decorre do fato da literalidade do art. 265, III, CPC determinar que a oposição que suspende o processo, enquanto a literalidade do art. 306, CPC, dispõe que o que suspenderá é o recebimento. No caso o que suspende o processo é a oposição, o fundamento dessa conclusão decorre do fato de que o próprio art. 306, apesar de dizer que é o recebimento que suspende, faz referência ao art. 265. Outro fundamento decorre do fato de que o ato de recebimento tem natureza declaratória, produzindo efeitos ex tunc.
d) questões prejudiciais – situações que a sentença de mérito dependem da definição de uma questão prejudicial. 
 	-prazo máximo de suspensão será de 1 ano.
	-será possível a suspensão nas seguintes hipóteses:
		i) prejudicialidade externa – a sentença depender do julgamento de outra causa.
		ii) prática de ato do qual a sentença dependa;
		iii) ação de estado; previsão dispensável, caberia na hipótese da alínea “a”.
e)por motivo de força maior – situações imprevisíveis para as quais a parte não contribuiu.
f) nos demais casos, que este Código regula.
	SUSPENSÃO DE PRAZO – fixados nos arts. 179 e 180 do CPC.
“Art. 178. O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados.
Art. 179. A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que Ihe sobejar recomeçará a correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.
Art. 180. Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 265, I e III; casos em que o prazo será restituído por tempo igual ao que faltava para a sua complementação.”
	
	( Hipóteses de suspensão dos prazos:
		a) férias;
		b) obstáculo criado pela parte;
		c) pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
		d) quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz;
Extinção do processo
	- 2 tipos de extinção do processo:
normal: fim do processo com resultado, ou seja, com sentença de mérito. 
anormal: fim do processo sem resultado, ou seja, sem sentença de mérito. 
sentença [art. 162, § 1º, CPC] - ato que resolve o processo com ou sem a análise do mérito. 
 	(conceito legal: sentença é ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos art. 267 e 269 do CPC.
	O Prof. José Roberto dos Santos Bedaque faz uma interpretação literal do dispositivo. Nelson Nery se posiciona de maneira diferente, ele diz que a interpretação literal do dispositivo seria insuficiente. Não seria possível tão somente a adoção do critério formal. Para Nery, sentença será toda decisão que implique numa das situações dos arts. 267 e 269 e que ponha fim ao processo ou procedimento. 
	DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS [art. 162, § 2º, CPC] - decisões que resolveM questÕES, mas não resolvem o processo.
	
	DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE [art. 162, § 3º, CPC]
	Os despachos de mero expediente não precisam ser motivados.
	Não cabe recurso contra despacho de mero expediente [art. 504, CPC].
	fundamento da irrecorribilidade dos despachos: o impulso oficial é um dever do Poder Judiciário [art. 262, 2ª parte, CPC], não há opção do magistrado em dar, ou não, impulso ao processo. O pressuposto para a existência do recurso é a prática de um ato com certa margem de discricionariedade (por certo uma discricionariedade regrada). Nos atos decisórios este pressuposto existe, nos despacho não.
 	O que caracteriza o despacho é o fato de exclusivamente dar impulso ao processo. Os DEMAIS ATOS, além de DAREM IMPULSO, contêm outras conseqüências.
	4) acórdão [art. 162, § 3º, CPC] - julgamento proferido pelos tribunais.
	
	Sentença
Impossibilidade de sentença ilíquida quando o pedido for certo.
a sentença deve ser certa, ainda quando decidida relação jurídica condicional.
	espécies:
	a) sentenças terminativas [art. 267, CPC]
	b) sentenças definitivas [art. 269, CPC]
	a) sentenças terminativas [art. 267, CPC] – extinção anormal do processo. Sentença que põe fim ao processo, mas não à lide (possibilidade de repropositura da mesma ação).
 	A sentença terminativa não produz coisa julgada material, podendo haver a propositura da mesma pretensão em uma nova ação, salvo quando a extinção tiver como fundamento perempção, litispendência e coisa julgada formal. [hipótese que ainda que a sentença tenha sido terminativa, não será possível a propositura de nova ação]
 	A petição inicial da nova ação somente poderá ser despachada se houver prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários advocatícios da ação anterior.
	Cândido Rangel Dinamarco (Palestra Marcato) – doutrinador faz uma crítica à redação do dispositivo. Em decorrência da garantia constitucional do acesso à justiça, seria incorreto negar o despacho da inicial. O adequado é determinar a correção sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. 
	As sentenças terminativas poderão ser proferidas de forma concisa.
	( Hipóteses nas quais a sentença será terminativa: [rol taxativo]
indeferimento da petição inicial
hipótese de abandono da causa
ausência dos pressupostos processuais positivos
presença dos pressupostos processuais negativos
carência da ação
convenção de arbitragem
desistência da ação
direito intransmissível em caso de morte da parte
confusão entre as partes
demais casos previstos em lei.
	i) indeferimento da petição inicial - a petição inicial será indeferida quando ocorrer alguma das hipóteses do art. 295, CPC.
Hipóteses de indeferimento da petição inicial:
inépcia
CPC, art. 295, Parágrafo único. Considera-seinepta a petição inicial quando
I - Ihe faltar pedido ou causa de pedir; 
 II - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
 III - o pedido for juridicamente impossível; 
 IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.  
 		2) carência da ação
		3) decadÊncia e prescrição
		4) procedimento inadequado que não pode ser adaptado
		5) quando não tendidas as prescrições dos art. 39, parágrafo único, 1ª parte, e 284
CPC, Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço em que receberá intimação;
II - comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço.
Parágrafo único. Se o advogado não cumprir o disposto no no I deste artigo, o juiz, antes de determinar a citação do réu, mandará que se supra a omissão no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de indeferimento da petição; se infringir o previsto no no II, reputar-se-ão válidas as intimações enviadas, em carta registrada, para o endereço constante dos autos.
CPC, Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Se for caso de mera irregularidade da inicial o juiz deverá abrir prazo para sua regularização, não sendo procedida a regularização necessária, a inicial deverá ser indeferida.
	
	ii) hipótese de abandono da causa - os incisos II e III trazem hipóteses de abandono da causa pelo autor.
	inciso II - processo ficar parado por mais de 1 ano por negligência das partes. Nesse caso, as partes pagarão proporcionalmente as custas.
	inciso III - autor não promover os atos e diligências que lhe competir por prazo maior de 30 dias. Nesse caso, o autor será condenado ao pagamento das despesas e honorários de advogado.
 	Em ambos os casos, antes que juiz extinga o processo, será necessário que intime pessoalmente a parte, para de andamento dentro do prazo de 48 horas. O dispositivo determina a intimação pessoal da parte para que ela não seja prejudicada pela inércia da atuação do advogado.
 	O STJ sumulou entendimento de que a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu (súmula 240 STJ). Na prática os juízes têm ignorado a súmula, extinguindo sem o pedido por parte do réu.
justificativa da súmula: Nos termos do 267, §4º do CPC, “Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação”. Caso o autor esteja inerte, a hipótese poderia ser entendida como desistência do processo, daqui por que o réu deverá se manifestar.
ATENÇÃO: MANDADO DE SEGURANÇA. Veja o posicionamento do STF!
Quinta-feira, 02 de maio de 2013
STF confirma possibilidade de desistência de mandado de segurança após decisão de mérito
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (2) que a desistência do mandado de segurança é uma prerrogativa de quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação.
A decisão ocorreu no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 669367, com repercussão geral reconhecida, em que a empresa Pronor Petroquímica S/A questionava decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que não admitiu a desistência de um mandado de segurança movido pela empresa contra a Comissão de Valores Imobiliários (CVM).
De acordo com o entendimento da maioria dos ministros, o mandado de segurança é uma ação dada ao cidadão contra o Estado e, portanto, não gera direito a autoridade pública considerada coatora, pois seria “intrínseco na defesa da liberdade do cidadão”.
Quem abriu a divergência foi a ministra Rosa Weber, ao destacar que “o mandado de segurança, enquanto ação constitucional, é uma ação que se funda no alegado direito líquido e certo frente a um ato ilegal ou abusivo de autoridade”. Em seu voto, a ministra citou jurisprudência da Corte que já aplica o entendimento segundo o qual a desistência é uma opção do autor do mandado de segurança. Para ela, eventual má-fé na desistência deve ser coibida por meio de instrumento próprio, avaliando cada caso. Seu voto foi seguido pelos ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e pelo presidente em exercício, ministro Ricardo Lewandowski.
Relator
Já o relator do caso, ministro Luiz Fux, ponderou que seria “inviável” a desistência da ação quando já houver decisão de mérito, sendo possível apenas renunciar ao direito em que se funda a ação. “A parte não pode ter o domínio de, depois que o Estado se desincumbiu da prestação judicial, desistir de tudo aquilo quanto induzira o Estado”, afirmou.
De acordo com o ministro Fux, essa medida seria necessária para impedir que empresas desistam de ações com o intuito de prejudicar o Poder Público. Ele citou casos em que a parte obtinha o benefício almejado para a liberação de uma mercadoria, por exemplo, e depois desistia da ação. Segundo ele, essa medida caracterizava um artifício contra o Poder Público.
O relator ainda citou o artigo 267 do Código de Processo Civil segundo o qual “a desistência, depois de decorrido o prazo da resposta, tem que ter anuência do réu, mas desde que seja antes do saneamento, porque a partir dali o processo é do Estado, que tem interesse em pacificar a ordem social e definir o litígio”. Ele ainda destacou que na ação de mandado de segurança deve-se aplicar analogicamente esse dispositivo.
“O que não parece razoável é que se possa assentar a possibilidade de a parte desistir do mandado de segurança como regra geral e isso possa ser utilizado para obter benefícios contra o Poder Público”, afirmou.
Seu voto foi acompanhado pelo ministro Marco Aurélio.
Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=237552. Acesso em 11.12.14
iii) ausência dos pressupostos processuais positivos – o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito quando não estiverem presentes os pressupostos de constituição [petição inicial, jurisdição, citação] e de desenvolvimento [aptidão da petição inicial; competência e imparcialidade do juiz; citação válida].
iv) presença dos pressupostos processuais negativos – o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito quando estiverem presentes os pressupostos processuais negativos [litispendência, perempção, coisa julgada].
ATENÇÃO: único fundamento da sentença terminativa que impedirá a repropositura da ação. [art. 268, CPC – “Salvo o disposto no art. 267, V (...)”]
v) carência da ação - o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito quando se verificar a ausência de alguma das condições da ação [legitimidade das partes; interesse jurídico; possibilidade jurídica]. 
vi) convenção de arbitragem - havendo convenção de arbitragem [gênero] o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito.
	a) cláusula arbitral – cláusula contratual prevendo a arbitragem se e quando houver conflito.
	b) compromisso arbitral – diferente da cláusula arbitral, o compromisso é celebrado quando o conflito já existe.
natureza da convenção de arbitragem: natureza de exceção ou de objeção? Inovação legislativa trazida pela Lei 9.307/96 alterou o inciso VII, do art. 267 e o inciso IX do art. 301, substituindo, nos dois casos, a expressão “compromisso arbitral” (espécie) pela expressão “convenção de arbitragem” (gênero). No contexto dessas alterações, não houve alteração do § 4º do art. 301, que, ao determinar que as matérias constantes no art. 301 tenham natureza de objeção (podem ser reconhecidas de ofício), excepciona o compromisso arbitral. Confira o teor do dispositivo:
Art. 301.Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação;II - incompetência absoluta; III - inépcia da petição inicial; IV – perempção; V – litispendência; Vl - coisa julgada; VII - conexão; Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; IX - convenção de arbitragem; X - carência de ação; Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. 
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
§ 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso.
§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.  
Dessa forma surge a discussão se tal omissão teria sido proposital ou um equívoco do legislador.
intencional - convenção tem natureza de objeção [Prof. Marcato] convenção de arbitragem (gênero) tem natureza de objeção, e somente a compromisso arbitral (espécie) teria natureza de exceção. Segundo essa corrente a redação do § 4º do art. 301 está correta, de forma que somente o compromisso arbitral não poderia ser reconhecido de ofício pelo juiz. O dispositivo estaria trazendo uma exceção à regra geral. Segundo Prof. Marcato, assim foi feito para se prestigiar à cláusula arbitral (objeção).
equívoco:  convenção tem natureza de exceção [Prof. garrido] o legislador se esqueceu de alterar a redação do § 4º do art. 301, dessa forma, tanto o compromisso arbitral (espécie) quanto a convenção arbitral (gênero) têm natureza de exceção, não podendo ser conhecidas de ofício pelo juiz.
		
vii) desistência do processo – a desistência do processo acarretará a extinção sem resolução do mérito.
 	* desistência do processo e anuência do réu:
 		a)processo de conhecimento:
		b)processo de execução:
	a) processo de conhecimento: após o término do prazo para resposta a desistência do processo dependerá da anuência do réu.
	i) antes do término do prazo para resposta: desistência independe da manifestação do réu.
	ii) após o términdo do prazo para resposta: desistência depende da manifestação do réu.
	fundamento para se exigir a anuência do réu: o processo de conhecimento não se destina somente ao reconhecimento do direito do autor, seu objetivo não é a satisfação da pretensão apresentada na inicial. Ele visa satisfazer o direito de quem o tenha. Em decorrência desse fato é que a sentença de improcedência, que é favorável ao réu, serve como coisa julgada negativa. Por isso que a desistência depende da anuência do réu.
	Questão de concurso: [Magistratura Federal – TRF3 – Prova Oral] Até quando o autor pode desistir da ação sem a anuência do réu? Até antes do término do prazo para a resposta [art. 267, § 4º, CPC]. Até quando o autor pode alterar pedido sem anuência do réu? Até a citação [art. 294, CPC]
 	
	b) processo de execução: independentemente da fase em que se encontrar, não dependerá da anuência do executado. 
 	O credor tem faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas.
	b.1) desistência do processo de execução e embargos:
 	b.1.i) embargos que versem apenas sobre questões processuais: a desistência da execução extinguirá os embargos, independentemente da anuência do embargante. Nesse caso, as custas e honorários advocatícios serão pagos pelo credor.
	b.1.ii) embargos que não versem apenas sobre questões processuais: nesse caso, a extinção dos embargos dependerá da anuência do embargante.
	JUIZADOS ESPECIAIS: independe da anuência do réu, inclusive processo de conhecimento.
	desistência do processo e litisconsórcio:
 	a) litisconsórcio necessário: a desistência em face de um se estenderá para todos.
	b) litisconsórcio FACULTATIVO: a desistência em face de um não se estenderá para todos.
	Se o autor desistir da ação quanto a algum réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da intimação do despacho que deferir a desistência.
viii) direito intransmissível em caso de morte da parte - no caso de morte da parte em que os direitos forem transmissíveis o processo deverá ser suspenso [art. 265, I, CPC]. Se for hipótese de direitos intransmissíveis, o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito [art. 267, IX, CPC]. 
ix) confusão entre as partes - havendo confusão entre as partes (autor e réu) o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito.
 	Humberto Theodoro Jr., sob o fundamento de que a confusão ser um instituto de direito material, defende que nesse caso haveria resolução de mérito. Prof Marcato discorda desse posicionamento, não sendo possível ser reconhecida como hipótese de resolução de mérito. 
Ex.: incorporação entre Nestlé e Garoto que posteriormente não foi aprovada pelo CADE. Eventual ação que uma empresa tinha contra a outra teria que ser extinta em decorrência da confusão, mas seria possível a repropositura em decorrência de não ter sido formada coisa julgada material.
x) demais casos previstos em lei - esse dispositivo ratifica a natureza exemplificativa do dispositivo.
sentenças definitivas [art. 269, CPC] 
Art. 269. Haverá resolução de mérito: 
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 
III - quando as partes transigirem; 
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; 
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. 
No caso do art. 269, I, há extinção normal do processo. Sentença que põe fim ao processo e à lide 
A hipótese do art. 269, I, CPC, é a única típica sentença de mérito (juiz acolhe ou rejeita o pedido), os demais casos (incisos II a V), considerados como sentença de mérito imprópria, somente são considerados como sentença de mérito por uma opção do legislador. Nesses casos não haverá julgamento do pedido pelo juiz.
i) juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor – única hipótese em que haverá julgamento do pedido, acolhendo (procedência) ou rejeitando (improcedência).
ii) reconhecimento do pedido por parte do réu – o instituto do reconhecimento do pedido é diferente do instituto da confissão.
	confissãO - réu reconhece que determinado fato é verdadeiro, o que não significa reconhecer a pretensão da parte ex adversa como justa/legítima. [ex.: confessa os fatos, mas alega prescrição]
	reconhecimento do pedido - ato unilateral do réu por meio do qual ele renúncia ao direito de resistir à pretensão, ainda que não concorde com o pedido. Reconhecer os FATOS e os FUNDAMENTOS JURÍDICOS alegados. 
	Reconhecimento do pedido x ausência de interesse – no reconhecimento, o ato unilateral não implica a prestação contida no pedido do autor; o réu simplesmente reconhece a procedência do pedido, ainda que não concorde com ele; na ausência de interesse superveniente, ele se submete justamente a prestação pretendida na inicial ao autor.
	
 	O reconhecimento deve ser expresso, não existindo reconhecimento tácito.
 	Somente o réu capaz poderá reconhecer. [réu incapaz – a sua vontade é desprezada]
 	É possível que o reconhecimento seja parcial, abrangendo parte da pretensão apresentada.
iii) transação ou conciliação; - as partes extinguem o litígio fazendo concessões recíprocas.
	transação - instrumento de autocomposição, independe da existência de processo. [instituto de direito material]
	conciliação - instrumento de heterocomposição, deve ser realizada no processo. [instituto de direito processual]
	STJ: O juiz não é obrigado a homologar o acordo, quando:
	a) objeto ilícito
	b) violar princípios informadores
	c) atentar contra a dignidade da justiça
	d) ato simulado
	e) fim proibido em lei. 
iv) decadênciaE prescrição - a sentença é considerada de mérito para que se produza coisa julgada material.
v) renúncia do autor – autor abre mão da pretensão apresentada na ação.
 Crítica à redação do dispositivo: o que se renuncia é à pretensão, e não ao direito.

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