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ELEITORAL - aula 7 - crimes eleitorais

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Profº SERGIO REIS FERRADOZA "
12ª versão, atualizada em janeiro/2015 
com a Lei nº 12.891/2013"
"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
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DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
MÓDULO 7 
CRIMES ELEITORAIS 
!  O Direito Eleitoral é ramo autônomo do Direito Público. 
!  Ele supre a necessidade de normatização das condutas 
humanas em face do processo eleitoral. 
Direito Eleitoral tem 2 aspectos 
 
1.  Aspecto formal: conjunto de regras e princípios próprios 
que regulam todo o processo eleitoral. 
2.  Aspecto material: o direito do eleitor e do candidato. 
Direito de garantia do exercício ativo e passivo do sufrágio 
no sentido de participar dos negócios políticos do Estado. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Se as normas do Direito Eleitoral não forem suficientes 
para intimidar ou reparar as ameaças ou lesões ao 
processo eleitoral, ou; 
!  Quando fracassarem as regras e princípios eleitorais, 
surge o jus puniendi estatal capaz de garantir a coação e 
coerção – mais severas – contra tais comportamentos, ou 
seja, a repreensão penal. 
!  Para esta repreensão penal temos um DIREITO PENAL 
ELEITORAL ou DIREITO ELEITORAL PENAL: 
Conjunto de normas reguladoras de condutas antijurídicas 
impondo sanção penal aos criminosos, aos que pertubam e 
ofendem, por seus comportamentos a democracia, a 
representação e o estado de direito. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
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DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
SURGIMENTO DO DIREITO 
PENAL ELEITORAL 
!  Foi na CF/46 que faz surgir Juízes e Tribunais Eleitorais, 
definindo-se com mais exatidão e amplitude a competência 
da Justiça Eleitoral, podendo: 
•  Processar e julgar os crimes eleitorais e dos comuns 
que lhe forem conexos; 
•  Manejar HC e MS em matéria eleitoral. 
!  A CF/88 recebeu esta mesma organização da 
administração eleitoral. 
!  A EC/45 não alterou a administração eleitoral. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
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DIREITO ELEITORAL 
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DISPOSIÇÃO DOS CRIMES 
ELEITORAIS 
!  Código Eleitoral (Lei n° 4.737, de 15 de julho de 1965) 
•  Título IV - Disposições Penais 
 
•  Em capítulos distintos; 
•  Nas disposições preliminares (art. 283 a 288); 
 
•  Crimes eleitorais (art. 289 a 354) 
 
•  Sobre o processo das infrações (art. 355 a 364). 
!  O CE prevê 65 delitos. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Leis extravagantes (leis eleitorais editadas posteriormente), 
entre elas: 
•  Lei n° 6.091/74 (transporte de eleitores); 
 
•  LC n° 64/90 (lei das inelegibilidades) modificada pela Lei 
nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa); 
•  Lei n° 9.504/97 (Lei das eleições); 
•  Resolução-TSE nº 23.363/11 que dispõem sobre 
apuração de crimes eleitorais. 
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DIREITO ELEITORAL 
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CONCEITO DE 
CRIME ELEITORAL 
!  René Ariel Dotti; 
 
Todo crime que ofende a liberdade do voto direto e secreto 
como exercício da soberania popular. São condutas 
injurídicas que afetam mais grave e diretamente o interesse 
público no sentido de impedir ou turbar o regular 
desenvolvimento do processo eleitoral na consecução da 
soberania popular através do direito ao sufrágio. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
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DIREITO ELEITORAL 
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SUJEITOS DOS 
CRIMES ELEITORAIS 
SUJEITO ATIVO: 
 
!  Aquele que realiza a conduta objeto da norma penal 
incriminadora, descrita ou proibida pela lei penal. 
 
 
SUJEITO PASSIVO: 
!  O titular de um determinado bem ou interesse tutelado ou 
protegido pela norma penal que é violado ou ameaçado 
pelo fato punível. 
É a pessoa física ou Jurídica que sofre a conduta 
delituosa. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
SUJEITO ATIVO PARA AS DENÚNCIAS: 
 
Presidente da República: 
 
!  O Procurador Geral Eleitoral propõem as ações criminais 
perante o TSE. 
 
Eleições Governador, Deputados Estaduais ou Federais e 
Senadores: 
 
!  Caberá aos Procuradores Regionais Eleitorais, perante 
os TRE`s. 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Eleições municipais (Prefeitos e Vereadores): 
 
!  Cabe ao Promotor de Justiça Eleitoral impulsionar a 
persecução penal. 
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DIREITO ELEITORAL 
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OBSERVAÇÕES 
GERAIS 
QUANTO AO ANIMUS: 
 
!  O Diploma Eleitoral Federal não declarou, expressamente, 
em seu texto, a punibilidade do crime eleitoral a título de 
culpa — portanto, ADMITEM-SE APENAS OS DELITOS 
DOLOSOS NAS ELEIÇÕES. 
QUANTO A AÇÃO: 
 
!  Os delitos eleitorais são sempre de AÇÃO PENAL 
PÚBLICA INCONDICIONADA E NUNCA CABERÁ A 
AÇÃO PENAL PRIVADA. (Art. 355 do CE) 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
QUANTO AO SUJEITO PASSIVO DA DENÚNCIA: 
 
!  O Estado ó o sujeito passivo imediato da lesão ou ameaça 
de dano. 
QUANTO À DENÚNCIA: 
 
!  A denúncia é exclusiva do MPE por ser ele o titular da ação 
penal pública. 
 
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A AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: 
!  Parte da doutrina entende que APPS da pública inexiste 
nos crimes eleitorais. 
!  No direito penal a APPS da Pública ocorre quando o MP 
não oferece a denúncia no prazo legal (art. 100, § 3°, do 
CP e art. 29 do CPP; 
!  Neste caso, o ofendido (vítima) ou seu representante legal 
podem oferecer queixa e se tomam os titulares da ação. 
" No direito eleitoral o MPE é o titular da ação, e o 
ofendido, o denunciante. 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Neste caso, será reduzida a termo e assinada pelo juiz, 
reclamante e 2 testemunhas — sendo encaminhada ao 
MPE, que determinará as diligencias necessárias. 
!  Art. 4º da Res.-TSE 23.363/11: Recebida a notícia-crime, o 
Juiz Eleitoral a encaminhará ao MPE ou, quando 
necessário, à policia, com requisição para instauração de 
inquérito policial a sua opinio delicti. 
!  Quando o MPE não tenha oferecido denúncia, requerido 
diligências ou solicitado o arquivamento de inquérito 
policial, no prazo legal, ai cabe a APPS da Pública: 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  A denúncia de ilícito eleitoral cabe ao MPE porque ele é 
o titular da ação penal pública, único legitimado ao 
exercício, não cabendo queixa do ofendido ou do seu 
representante 
!  Mas, 
 
!  O art. 356, do CE, determina que todo cidadão que tiver 
conhecimento de ilícito penal eleitoral deve comunicá-
lo ao Juiz da respectiva zona, por escrito ou verbal. 
Art. 3º Qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência 
de infração penai eleitoral deverá, verbalmente ou por escrito, 
comunicá-la ao Juiz Eleitoral (art. 3° da Res.-TSE 23.363/11) 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Vejamos o Julgamento autorizando a aplicação da 
APPSdaP nos crimes eleitorais: 
!  A APPSdaP é garantia constitucional, prevista no art. 5o, 
LIX, da CF/88, constituindo cláusula pétrea. 
!  A CF/88 não estabeleceu restrição quanto à aplicação da 
APPSdaP, nos processos relativos aos delitos previstos na 
legislação especial, por isso cabe em ações em que se 
apuram crimes eleitorais. 
!  A queixa-crime em ação penal privada subsidiária 
somente pode ser aceita caso o representante do MP 
não tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou 
solicitado o arquivamento de inquérito policial, no 
prazo legal. 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
Não é cabível quando o representante do MPE postulou 
providência ao juiz, razão pela qual não se pode concluir 
pela sua inércia. (RECURSO ESPECIAL ELEITORAL n°
21295, Acórdão nº 21295 de 14/08/2003, Relator(a) Min. 
FERNANDO NEVES DA SILVA, Publicação: DJ - Diário de 
Justiça, Volume 1, Data 17/10/2003, Página 131 RJTSE – 
Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 14, Tomo 4, 
Página 227) 
 
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DIREITO ELEITORAL 
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PENAS 
NA OMISSÃO DO CÓDIGO ELEITORAL 
 
Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau 
mínimo, entende-se que será ele de 15 dias para a pena de 
detenção e de 01 ano para a de reclusão. 
 
!  Para caso de agravação e atenuante é aplicado o art. 
285: 
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da 
pena sem mencionar o “quantum”, deve o juiz fixá-lo entre 
um 1/5 e 1/3 terço, guardados os limites da pena cominada ao 
crime. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
PENAS DIFERENTES DO CÓDIGO. IMPOSSIBILIDADE 
Caso: foi realizado um ajuste de conduta entre partidos, 
candidatos ou coligações para propaganda eleitoral 
durante a campanha, aplicando o art. 5º, § 6º, da Lei nº 
7.347/85 (lei de danos ambientais): 
"
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos 
interessados compromisso de ajustamento de sua 
conduta às exigências legais, mediante cominações, que 
terá eficácia de título executivo extrajudicial. 
 
!  O art. 105-A da Lei nº 9.504/97, não pemite tal ajuste. 
 
 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Art. 105-A. Em matéria eleitoral, não são aplicáveis os 
procedimentos previstos na Lei no 7.347/85. 
!  O Min. Rel. Henrique Neves da Silva assenta que : 
 
[…] 2. regulamentação da propaganda eleitoral não pode ser 
realizada por meio de ajuste de comportamento, ainda que na 
presença do Ministério Público e do Juiz Eleitoral, nos quais 
sejam estipuladas sanções diferentes daquelas previstas 
na legislação eleitoral. 3. A pretensão de impor 
sanção que não tenha previsão legal e cuja 
destinação não respeite a prevista na legislação 
vigente é juridicamente impossível. 
DJE de 30.5.2014. RESpe nº 322-31/RN 
 
 
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DIREITO ELEITORAL 
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COMPETÊNCIAS 
COMPETÊNCIA SE O CRIME COMUM TIVER CONEXÃO 
COM CRIME ELEITORAL? 
 
!  Competência da Justiça Eleitoral. 
COMPETÊNCIA CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA EM 
CONEXÃO COM CRIME ELEITORAL 
 
!  Separa tudo. 
!  O crime doloso contra a vida vai para o Tribunal de Júri, e 
o crime eleitoral para o Tribunal Eleitoral. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
STF JULGA POR CRIME ELEITORAL 
!  Presidente da República, Deputado Federal e Senador, 
Ministros e PGR. (art. 102, I, b) 
Art. 102 - Compete ao STF, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da 
República, o Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o 
Procurador-Geral da República; 
 
"  Competência pela Prerrogativa de Função. 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
STJ JULGA POR CRIME ELEITORAL 
!  As autoridades do art. 105,1, 'a' da CF. 
a) nos crimes comuns, Governadores Estados e DF, e, nestes 
e nos de responsabilidade, os desembargadores dos TJ dos 
Estados e do DF, os membros dos TCE e do DF, os dos TRF, 
dos TRE's e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou TC 
dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem 
perante tribunais; 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
TRE JULGA EM CRIMES ELEITORAIS 
 
Prefeitos; 
Deputados estaduais; 
Juízes e; 
Membros do Ministério Público. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
COMPETÊNCIAS PARA MULTAS ELEITORAIS 
 
!  STJ Súmula nº 374 - 11/03/2009: Compete à Justiça 
Eleitoral processar e julgar a ação para anular débito 
decorrente de multa eleitoral. 
!  A orientação da Primeira Seção do STJ é no sentido de 
que as ações decorrentes de multa eleitoral devem ser 
julgadas por justiça especializada. 
 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
PRESCRIÇÃO DA MULTA ELEITORAL 
 
!  Prazo prescricional de 10 anos. 
 
Ementa: RECURSO ESPECIAL. MULTA ELEITORAL. DÍVIDA 
ATIVA DE NATUREZA NÃO TRIBUTÁRIA. PRAZO 
PRESCRICIONAL DE 10 ANOS. ART. 205 CC. RECURSO 
DESPROVIDO. DJE de 6.9.2013. 
 
Art. 205 do CC/02: “A prescrição ocorre em 10 anos, 
quando a lei não lhe haja fixado prazo menor”. 
 
!  Multa eleitoral não está compreendida no conceito de 
tributo, pelo que se aplica o prazo prescricional previsto no 
art. 205 do Código Civil. 34"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
DIVERGÊNCIA À APLICAÇÃO DO PRAZO DE 10 ANOS 
 
Min. Ministro Marco Aurélio (relator do Respe nº 8338-08, Rio 
de Janeiro/RJ, em 7.5.2013) foi vencido. Ele entendia ser 
aplicável o prazo de 5 anos. 
 
 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
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DIREITO ELEITORAL 
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INVESTIGAÇÃO DE 
CRIME ELEITORAL 
QUEM INVESTIGA CRIME ELEITORAL 
 
!  Polícia Federal, mas se a Justiça Estadual investigar, o 
inquérito não será nulo. 
PROMOTOR ELEITORAL QUER ARQUIVAR INQUÉRITO E 
JUIZ NÃO QUER 
!  Art. 357 do CE e art 28 do CPP. 
!  O juiz envia para o procurador geral e, este designa novo 
membro do MP, ou manda o juiz arquivar obrigatoriamente. 
!  Neste caso ele tem que arquivar. 
 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
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DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
INQUÉRITO POLICIAL 
ELEITORAL 
Delação anônima para inicial inquérito policial: 
!  É possível a delação anônima para o MPE iniciar inquérito 
policial. 
1.É possível a instauração de IP por requisição do MP com 
fundamento em delação anônima apresentada ao Parquet, 
sobretudo quando ela traz narrativa detalhada que lhe confere 
verossimilhança. Precedentes do c. STF e do c. STJ. (Recurso 
em HC n° 103379, Acórdão de 02/05/12) 
 
!  O TSE entende que a denúncia é feita com fundamento 
nos fatos apurados no curso do IP, e não na mencionada 
delação anônima. Por essa razão, não há falar em 
ausência de justa causa para a ação penal. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
PRAZOS PARA INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES 
ELEITORAIS 
 
 
 
 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
RÉU PRESO EM 
FLAGRANTE OU 
PREVENTIVO 
!
RÉU SOLTO 
!
10 dias! 30 dias!
 
Fundamento: 
Art. 9º da Res.-TSE 
23.363/11"
 
Fundamento: 
§ 1º do art. 9º da Res.-TSE 
23.363/11"
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPP NO INQUÉRITO 
ELEITORAL 
!  Art. 12 da Res.-TSE n° 23.363/11 assegura sua aplicação: 
Aplica-se subsidiariamente ao inquérito policial eleitoral o 
disposto no Código de Processo Penal. 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
NECESSIDADE DE IP E DENÚNCIA 
A instauração de inquérito policial não é imprescindível 
para o oferecimento da denúncia. (AGRAVO REGIMENTAL 
EM AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 4692, Acórdão nº 4692 
de 22/06/2004, relator(a) Min. Fernando Neves da Silva, 
Publicação: DJ – Diário de Justiça, Volume 1. Data 
06/08/2004, Página 162) 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
IP QUANDO HOUVER CRIMES ELEITORAIS E 
CRIMES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
!  Compete à Justiça Eleitoral apreciar a ocorrência de abuso 
do poder político ou econômico com interferência no 
equilíbrio das eleições. 
!  As práticas que consubstanciem, tão somente, atos de 
improbidade administrativa, devem ser conhecidas 
e julgadas pela Justiça Comum. (RO n° 17172-31/
SC -Relator: Ministro Marcelo Ribeiro) 
 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
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DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
CRIMES ELEITORAL E
INFRAÇÃO DE 
MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
Previsão: LC nº 64/90, § 4º do art. 1º. 
 
§ 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste 
artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos 
em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de 
ação penal privada. 
!  A LC nº 64/1990 prevê no § 4º do art. 1º que não se aplica 
a inelegibilidade proveniente de condenação criminal 
quando a conduta delituosa caracteriza-se como crime 
de menor ofensividade. 
!  O art. 61 da Lei nº 9.099/1995, são aqueles com pena 
máxima não superior a 2 anos. 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
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DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
SUSPENÇÃO CONDICIONAL 
DO PROCESSO 
Suspensão condicional do processo 
!  É prerrogativa do MPE, que pode ou não propor a medida. 
!  Todavia, eventual recusa em propor o benefício deve ser 
fundamentada. 
 
!  O período a ser concedido será de 2 a 4 anos. 
!  Aplica-se em analogia o art. 89 da Lei n° 9.099/1995, nos 
crimes em que a pena mínima cominada for igual ou 
inferior a um ano. 
47"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Para casos de ausência da proposta durante o 
oferecimento da denúncia, não acarreta nulidade da peça 
acusatória, pois pode ser apresentada posteriormente, 
antes da sentença. 
!  No caso de não oferecimento pelo MPE, é possível o réu 
requerer via HC. 
 
48"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
49"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
CRIMES ELEITORAIS 
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DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
CRIMES CONTRA O 
ALISTAMENTO ELEITORAL 
 
 
Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor: 
Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. 
 
!  Serve também para transferência, conforme (Ac.-TSE nº 
15.177/1998. ) 
 
!  O tipo penal busca resguardar a idoneidade e lisura dos 
serviços da justiça eleitoral; 
!  Deve ser praticado por pessoa maior de 16 anos (crime 
próprio): 
!  Se for praticado por pessoa menor que 18 anos é ato 
infracional. 
 
 
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INSCRIÇÃO FRAUDULENTA DE ELEITOR 
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Exige a emissão do título para consumar o delito. 
!  Admite-se a forma tentada. 
!  Pena 4 anos. 
!  Prescrição em 8 anos (conforme art. 109, inciso IV, do CP.) 
Ação Penal n° 5, Acórdão n° 5 de 17/12/2008 - TRE-TO. 
!  O cancelamento da inscrição tem que ser em processo 
específico com o contraditório e ampla defesa. 
(RCED-646/SP) 
 
52"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
 
Art. 290: Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração 
de qualquer dispositivo deste Código. 
Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias- 
multa. 
 
!  Consiste em instigar, incitar ou auxiliar terceiro a alistar-se 
fraudulentamente, aproveitando-se de sua ingenuidade ou 
de sua ignorância. (TSE, RHC n° 68) 
!  É um crime de mera conduta e se consuma com o ato de 
induzir alguém. 
53"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
INDUÇÃO DE INSCRIÇÃO FRAUDULENTA DE 
ELEITOR 
Ferradoza	
!  O AGENTE é o cidadão que conduz, fornecendo 
argumentos para a realização da inscrição fraudulenta. 
!  É CRIME FORMAL, por isso não admite a forma tentada, 
pois precisa a conduta. 
!  Pena 2 anos de reclusão. 
!  Prescrição 4 anos (art. 109, inciso V, do CP) - (AÇÃO 
CRIMINAL n° 103, Acórdão n° 103 de 14/10/2008 - TRE -
TO. 
!  Havendo concurso de vontades entre o eleitor e o 
suposto autor da demanda, afasta este delito. Ac.-TSE, 
de 26.2.2013, no REspe nº 198. 
 
 
54"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Desnecessidade do crime de falsidade ideológica 
para configurar o induzimento: 
!  A falsidade ideológica eleitoral (art. 350 do CE), não é meio 
necessário de preparação para a prática do delito do art. 
290. 
!  Inscrever eleitor com infração a qualquer dispositivo do CE, 
não é necessário que se faça inserir declaração falsa em 
documento público ou particular. 
!  Essa é apenas uma das formas de se praticar o delito, 
sendo outras possíveis. 
55"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
 
!  Tipificado no art. 299 do CP: 
Omitir, em documento público ou particular, declaração que 
dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração 
falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de 
prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre 
fato juridicamente relevante. 
 
!  No CE está previsto no art. 350: 
56"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
FALSIDADE IDEOLÓGICA 
Ferradoza	
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, 
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer 
inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, 
para fins eleitorais: 
 
!  A declaração falsa deve ser firmada pelo próprio eleitor 
interessado e não por terceiros. 
Ac.-TSE, de 2/5/2006, nos REspe nos 25.417 e 25.418: para 
a adequação do tipo penal previsto neste dispositivo é 
necessário que a declaração falsa prestada para fins 
eleitorais seja firmada pelo próprio eleitor interessado, e não 
por terceiro 
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 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  A Omissão de dados na prestação de contas de 
campanha, configura o crime do art. 350 do CE. 
 
Ex.: Denúncia oferecida contra do Dep. Federal Ratinho 
Junior do PSC/PR, no STF, por suposta omissão de dados 
na prestação de contas de sua campanha ao cargo de 
deputado estadual no Paraná, em 2002. (Inquérito nº 
3345/2014 – Relator Min. Marco Aurélio) 
58"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Pena: 
DOCUMENTO PÚBLICO: 
 
!  Reclusão até 5 anos + multa de 5 a 15 dias-multa. 
DOCUMENTO PARTICULAR: 
 
!  Reclusão até 3 anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa, se 
o documento é particular. 
59"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  A falsidade ideológica não configura crime de menor 
potencial ofensivo, pois a pena ultrapassa 2 anos. 
!  Não se aplica ao caso a ressalva prevista no § 4º do art. 1º 
da LC nº 64/1990, por não se tratar de crime de menor 
potencial ofensivo, que, de acordo com o art. 61 da Lei nº 
9.099/1995, são aqueles com pena máxima não superior a 
2 anos, e o art. 350 do CE prevê pena máxima de 5 anos 
de reclusão. REspe nº 509-24, Ouro Preto/MG, rel. Min. 
Marco Aurélio, em 14.5.2013. 
60"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
 
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem 
fundamento legal, a inscrição requerida: Pena - Pagamento de 
30 a 60 dias-multa. 
 
!  A autoridade judiciária dolosamente e em conformidade 
com as disposições legais, nega ou retarda a inscrição de 
alistando, impedindo que o eleitor exerça seus direitos 
políticos. 
!  Se consuma no momento em que a autoridade judiciária 
nega ou retarda, sem previsão legal, a inscrição eleitoral 
requerida. 61"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
NEGAR OU RETARDAR INSCRIÇÃO 
Ferradoza	
!  RETARDAR tem que ser proposital e não por 
justificativa de excesso de trabalho. 
!  Não é admissível a forma tentada. 
62"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o 
alistamento: 
Pena - Detenção de 15 dias a 6 meses ou pagamento de 30 a 
60 dias-multa. 
 
!  Qualquer pessoa, funcionário da Justiça Eleitoral ou 
não, constrangendo, física ou moral, o alistando ou 
funcionário da Justiça Eleitoral encarregado do ato, 
dificultando o livre exercício do direito ao alistamento. 
!  Admite-se a forma tentada. 
63"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
PERTURBAR OU IMPEDIR O ALISTAMENTO 
Ferradoza	
 
 
 
Art. 295. Reter titulo eleitoral ou comprovante eleitoral (art. 
91 da Lei nº 9.504/97)
contra a vontade do eleitor. Pena - 
Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. 
 
Lei nº 9.504/1997, art. 91, parágrafo único: "a retenção de 
título eleitoral ou do comprovante do alistamento eleitoral 
constitui crime, punível com detenção, de 1 a 3 meses, com a 
alternativa de prestação de serviços à comunidade por igual 
período, e multa no valor de 5.000 a 10.000 Ufirs." 
 
 
64"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
RETER TÍTULO ELEITORAL 
Ferradoza	
!  Necessário que a retenção do título tenha conotação 
eleitoral caso contrário será apenas contravenção 
penal. 
!  Era praticada de forma corriqueira na época do 
coronelismo. 
!  Admite-se a forma tentada. 
!  O sujeito ativo é qualquer pessoa. 
65"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
 
Art. 319: Subscrever o eleitor em mais de uma ficha de 
registro de um ou mais partidos: 
Pena - detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias-
multa. 
 
!  O eleitor participa da formação de + de 1 partido 
político. 
!  É a garantia da autenticidade e higidez dos processos de 
formação dos partidos políticos. 
!  Cada partido para seu registro junto ao TSE necessita de 
no mínimo 101 eleitores. 
66"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
SUBSCREVER-SE EM + DE 1 FICHA DE 
REGISTRO DE PARTIDO 
Ferradoza	
!  Cada partido mantêm variantes programáticas, e o eleitor 
assinando + de 1 ficha de registro, ele acaba assumindo 
posições antagônicas quanto a ideologia. 
!  Seria o mesmo que filiar-se a 2 partidos ao mesmo tempo. 
!  Pode ser praticado por qualquer pessoa - crime comum. 
!  O sujeito passivo primário é o partido político. 
!  O sujeito passivo secundário é o Estado. 
!  Admite-se forma tentada. 
67"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
 
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou 
mais partidos: 
Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa. 
Ou 
Lei nº 9.096/1995, art. 22, parágrafo único. 
 
!  O objetivo jurídico é a autenticidade das filiações 
partidárias. 
!  É crime comum, portanto, pode ser praticado por qualquer 
pessoa. 
68"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
INSCREVER-SE SIMULTANEAMENTE EM + 
DE 1 PARTIDO 
Ferradoza	
!  O sujeito passivo imediato (primário) é o partido político. 
!  O sujeito passivo mediato (secundário) é o estado. 
 
!  Admite-se a forma tentada. 
69"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma 
ficha de registro de partido: 
Pena - detenção até 2 meses ou pagamento de 20 a 40 dias-
multa. 
 
!  Protege a higidez dos partidos políticos. 
 
!  O objeto é o agenciador da assinatura e não o que 
subscreve subscreve mais de uma ficha para registro 
de um partido. 
!  Pode ser praticado por qualquer pessoa - crime comum. 
70"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
COLHER ASSINATURA DE ELEITOR EM + DE 
UMA FICHA DE REGISTRO DE PARTIDO 
Ferradoza	
!  O sujeito passivo imediato (primário) é o partido político. 
!  O sujeito passivo mediato (secundário) é o Estado. 
!  É um crime formal e consuma-se com a assinatura. 
!  Admite-se a forma tentada. 
71"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
72"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
CRIMES CONTRA A PROPAGANDA 
E A CAMPANHA ELEITORAL 
 
 
 
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe 
inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes 
de exercerem influência perante o eleitorado: 
Pena - detenção de 2 meses a 1 ano, ou pagamento de 120 a 
150 dias-multa. 
§ único. A pena é agravada se o crime é cometido pela 
imprensa, rádio ou televisão. 
 
!  O tipo penal busca resguardar a moralidade e 
autenticidade das propagandas eleitorais. 
!  É fazer divulgação em campanha, de fato que sabe serem 
inverídicos. 73"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
DIVULGAÇÃO DE PROPAGANDA 
ELEITORAL INVERÍDICA 
Ferradoza	
!  É crime comum, portanto, pode ser praticado por 
qualquer pessoa. 
!  Sujeito ativo: por ser crime comum - pode qualquer 
pessoa. 
!  Sujeito passivo imediato: partido político e o candidato 
atingido pela conduta. 
!  Sujeito passivo mediato: o Estado. 
!  Crime formal: se consuma com a divulgação do fato. 
!  Se empregado por meio escrito, consuma-se no instante 
que o terceiro tomar conhecimento. 
!  Admite-se a forma tentada. 74"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
2. É ilegal praticar em programação normal de emissora, a 
exemplo de programação de rádio, propaganda negativa de 
candidatura, mediante o comentário sistemático sobre alusiva 
ligação do candidato a cultos satânicos. 
Representação N° 8042-66.2010.6.15.0000 - Procedência: 
João Pessoa-PB 
 
Ac.-TSE, de 15.10.2009, no REspe n° 35.977: necessidade de 
que os textos imputados como inverídicos sejam fruto de 
matéria paga para tipificação do delito previsto neste 
dispositivo. 
75"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou 
visando fins de propaganda, Imputando-lhe falsamente fato 
definido como crime: 
Pena • detenção de 6 meses a 2 anos, e pagamento de 10 a 40 
dias-multa. 
§ 1° Nas mesmas penas Incorre quem, sabendo falsa a 
Imputação, a propala ou divulga. 
§ 2° A prova da verdade do fato Imputado exclui o crime, mas não 
é admitida: 
I - se, constituindo o fato Imputado crime de ação privada, o 
ofendido, não foi condenado por sentença irrecorrível; 
II - se o fato for Imputado ao Presidente da República ou chefe de 
governo estrangeiro; 
76"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
CALÚNIA 
Ferradoza	
III - se do crime Imputado, embora de ação pública, o ofendido foi 
absolvido por sentença irrecorrível. 
 
!  Protege a honra objetiva dos participantes dos embates 
eleitorais. 
!  Atinge a honra objetiva do sujeito, atinge a reputação 
da pessoa ofendida, alterando seu conceito perante a 
sociedade, ou dificultando seu convívio social. 
!  Pode ser por meio falado, gesticulado, escrito, 
impresso etc. 
!  Se o crime for praticado fora da órbita eleitoral, ele 
deverá ser tratado como crime penal do art. 138 do CP. 
 77"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Sujeito passivo, por ser crime contra a honra objetiva das 
pessoas é o candidato ofendido. 
!  Sujeito ativo qualquer pessoa. 
!  Admite-se a exceção da verdade quando o ofendido for 
servidor público: a lei garante ao caluniador (sujeito 
ativo) o direito de provar a veracidade dos fatos 
imputados. 
!  A calúnia se consuma com a chegada do fato propagado 
ao conhecimento de terceiros. 
!  Admite-se a forma tentada na forma escrita. 
78"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou 
visando a fins de propaganda, Imputando-lhe fato ofensivo 
à sua reputação: 
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 
30 dias-multa. 
§ único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é 
funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas 
funções. 
 
!  Protege a HONRA OBJETIVA, atinge a reputação da 
pessoa ofendida, dos participantes dos embates eleitorais. 
!  É uma contravenção. 
Ex. Candidato tal foi embriagado ao debate. 79"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
DIFAMAÇÃO 
Ferradoza	
!  Pode ser executado o delito por qualquer meio escrito, 
falado, gesticulado, impresso etc. 
!  Admite-se a exceção da verdade guando o ofendido for 
servidor público: a lei garante ao difamador (sujeito ativo) o 
direito de provar a veracidade dos fatos imputados. 
!  Sujeito ativo, por ser um crime comum, pode ser qualquer 
pessoa. 
!  Sujeito passivo pode ser qualquer
pessoa, desde que 
seja candidato eleitoral. 
80"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Admite-se a forma tentada na forma escrita. 
!  Cabe direito de resposta: 
RECURSO. PROPAGANDA ELEITORAL OFENSA. 
INJÚRIA. DIFAMAÇÃO. DIREITO DE RESPOSTA. 
IMPROVIMENTO. Assegura-se o direito de resposta a 
candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que 
indiretamente, por afirmações difamatórias e 
injuriosas, nos termos do artigo 58 da Lei n° 9.504/97. - 
Unânime. (AÇÃO CAUTELAR n° 12, Acórdão n° 12 de 
17/09/2008, Relator(a) GIL DE ARAÚJO CORRÊA, 
Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, 16/09/2008) 
81"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
3. Para a configuração do crime de difamação descrito no 
art. 325 do CE não é necessário que o agente ou o 
ofendido seja candidato, sendo suficiente que o 
ato seja praticado no âmbito da propaganda 
eleitoral ou visando a fins de propaganda. 4. As 
questões não apreciadas pelo TRE, apontado como órgão 
coator, não podem ser apreciadas por esta Corte em sede de 
habeas corpus, sob pena de indevida supressão de instância. 
Precedentes. (HC nº 114080, Acórdão de 13/10/2011) 
 
 
82"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
Art. 326. Injuriar alguém, NA PROPAGANDA ELEITORAL, ou 
visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe dignidade 
ou o decoro: 
Pena - detenção até 6 meses, ou pgto de 30 a 60 dias-multa. 
 
!  O objetivo deste dispositivo penal é proteger à HONRA 
SUBJETIVA dos participantes dos embates eleitorais. 
!  Injuriar significa dar uma qualidade negativa ao 
sujeito, ofender, ultrajar, insultar a honra subjetiva do 
sujeito. 
!  Atinge a dignidade da pessoa, correspondente ao 
sentimento que esta guarda a respeito de si mesmo. 
Ex. o candidato tal é ladrão. 83"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
INJÚRIA 
Ferradoza	
VEJAMOS O JULGAMENTO CC 134.005-PR, Rel. Min. 
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 11/6/2014. 
 
Compete à Justiça Comum Estadual, e não à Eleitoral, 
processar e julgar injúria cometida no âmbito doméstico 
e desvinculada, direta ou indiretamente, de propaganda 
eleitoral, embora motivada por divergência política às 
vésperas da eleição. 
De fato, o crime previsto no art. 326 do CE possui nítida 
simetria com o crime de injúria previsto no art. 140 do CP, 
mas com este não se confunde, distinguindo-se, sobretudo, 
pelo acréscimo de elementares objetivas à figura típica, que 
acabou por resultar em relevante restrição à sua aplicação, 
refletindo, também por isso, na maior especialização do 
objeto jurídico tutelado. 
84"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
A propósito, assim dispõem os referidos dispositivos legais: 
 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro:[...] 
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou 
visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade 
ou o decôro: 
 
[...]”. como se vê, a injúria eleitoral somente se 
perfectibiliza quando a ofensa ao decoro ou à dignidade 
ocorrer na propaganda eleitoral ou com fins de 
propaganda. Ou seja, a caracterização do crime de injúria 
previsto na legislação eleitoral exige, como elementar do tipo, 
que a ofensa seja perpetrada na propaganda eleitoral ou vise 
fins de propaganda (TSE, HC 187.635-MG, DJe de 
16/2/2011), sob pena de ser crime de injúria comum. 85"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Por fim, cabe ressaltar que, na injúria comum, tutela-se a 
honra subjetiva, sob o viés da dignidade ou decoro 
individual e, na injúria eleitoral, protegem-se esses 
atributos ante o interesse social que se extrai do direito 
subjetivo dos eleitores à lisura da competição eleitoral 
ou do “inafastável aprimoramento do Estado 
Democrático de Direito e o direito dos cidadãos de serem 
informados sobre os perfis dos candidatos, atendendo-
se à política da transparência” (STF, Inq 1.884-RS, Tribunal 
Pleno, DJ de 27/8/2004). 
86"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  A conduta ofensiva é realizada diretamente a quem se 
quer ofender, independentemente de o fato houver sido 
presenciado por terceiros. 
 
FORMAS DO JUIZ DEIXAR DE APLICAR A PENA POR 
INJÚRIA AO OFENSOR 
 
1.  O ofendido provocou diretamente o ato ofensivo. 
 
Art. 326, § 1o: O juiz pode deixar de aplicara pena: 
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou 
diretamente a Injúria; 
87"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
2.  Quando o ofendido, ao ser injuriado, revida de imediato 
aos insultos, praticando ato igualmente injurioso ao 
ofensor. 
Art. 326, § 1º: 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra 
injúria. 
 
 
88"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
PENAS MAIS SEVERAS PARA INJÚRIA 
 
!  Se a injúria for realizada com violência ou vias de fato. 
 
Art. 326, § 2º: 
Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, 
por sua natureza ou meio empregado, se considerem 
aviltantes: 
Pena - detenção de 3 meses a 1 ano e pagamento de 5 a 
20 dias-multa, além das penas correspondentes à 
violência prevista no Código Penal. 
 
 
 
89"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Sujeito ativo: trata-se em crime comum, ou seja, praticável 
por qualquer pessoa. 
!  Sujeito passivo: qualquer pessoa desde que candidato a 
cargo eleitoral. 
 
Ac.-TSE, de 14.12.2010, no HC nº 187635: desnecessidade 
de que a ofensa seja praticada contra candidato para a 
tipificação do crime previsto neste artigo. 
 
!  Por ofender a honra subjetiva, a injúria se consuma 
quando o fato propagado é direcionado ao próprio 
ofendido. 
 
!  Tentativa: admite-se a forma tentada, quando for escrita. 
 
 
For"90"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
CAUSAS ESPECIAIS DE AUMENTO DE PENA 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
 
Art. 327. As penas comlnadas nos artigos. 324, 325 e 326, 
aumentam-se de 1/3, se qualquer dos crimes é cometido: 
 
I.  contra o Presidente da República ou chefe de governo 
estrangeiro; 
II.  contra funcionário público, em razão de suas 
funções; 
III.  na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a 
divulgação da ofensa. 
 
 
91"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 
!  Parlamentares são acobertados pelo manto da imunidade 
parlamentar. 
 
1.  Afirmações proferidas, pelo Querelado, tidas como 
ofensivas foram feitas, ainda que fora do âmbito 
parlamentar, em razão do exercício do mandato 
parlamentar. Querelado acobertado pela imunidade 
parlamentar. Precedentes. [...] 4. Agravo regimental ao qual se 
nega provimento. AG. REG. No Inq N. 2.840-GO. REL.: MIN. 
CÁRMEN LÚCIA. 21/06/2013. 
 
 
92"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
!  Cabe direito de resposta: 
RECURSO. PROPAGANDA ELEITORAL OFENSA. 
INJÚRIA. DIFAMAÇÃO. DIREITO DE RESPOSTA. 
IMPROVIMENTO. Assegura-se o direito de resposta a 
candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que 
indiretamente, por afirmações difamatórias e 
injuriosas, nos termos do artigo 58 da Lei n° 9.504/97. - 
Unânime. (AÇÃO CAUTELAR n° 12, Acórdão n° 12 de 
1&09/2008, Relator(a) GIL DE ARAÚJO CORRÊA, 
Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, 16/09/2008) 
 
 
93"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
 
 
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de 
propaganda devidamente empregado: Pena - detenção até 6 
meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa. 
 
!  Proteger à licitude e ao livre exercício da propaganda. 
!  A conduta é destruir, danificar, modificar, embaraça, 
perturbar, tumultuar etc. meio de propaganda devidamente 
empregado por candidato a cargo eleitoral, tais como 
placas, faixas, cartazes, adesivos, e até mesmo, comícios e 
manifestações políticas. 
!  Impedir propaganda é delito
do art. 332 do CE. 94"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
INUTILIZAR, ALTERAR OU PERTURBAR 
PROPAGANDA ELEITORAL 
Ferradoza	
 
 
 
95"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
96"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
97"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
98"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
99"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Se os atos praticados forem contra propagandas 
irregulares, não há crime. 
!  Sujeito ativo: é um crime comum, ou seja, praticável por 
qualquer pessoa. 
!  Sujeito passivo: será o candidato a cargo eleitoral e o 
partido político titulares da propaganda. 
!  Consumação: é alcançada com o dano, ainda que parcial, 
à propaganda eleitoral, ou com a perturbação promovida. 
!  A tentativa é admitida. 
 
 
100"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
Art. 332: Impedir o exercício de propaganda: 
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-
multa. 
 
!  Este delito busca garantir o livre exercício da propaganda. 
!  Este delito contempla tanto a propaganda eleitoral, quanto 
a partidária, desde que permitida em lei. 
!  Este delito trata de coibir, tolher a propaganda eleitoral. 
101"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
IMPEDIR EXERCÍCIO DA PROPAGANDA 
ELEITORAL 
Ferradoza	
Ferradoza	
Ex.: 
•  Destruir alto-falante de comitê partidário; 
•  Afugentar cabos eleitorais da rua; 
•  Destruição de material de outro candidato; 
•  Invasão ou destruição de comitê político; 
•  Dissolução de comício. 
 
!  Se for um mero tumulto, ai configura o art. 331 que é 
perturbar. 
!  Sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa, 
inclusive por juiz eleitoral, quando ele impuser censura 
prévia na propaganda, praticando cerceamento abusivo, 
ou quando ele comete erro grosseiro, manifestamente ou 
imbuído de má-fé. 102"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Sujeito passivo imediato será o partido político ou o 
candidato atingido. 
!  Sujeito passivo mediato será o Estado. 
!  Consumação será atingida com o efetivo impedimento do 
exercício da propaganda. 
!  Tentativa é admitida. 
103"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
104"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
CRIMES CONTRA 
O ALISTAMENTO ELEITORAL 
 
 
 
Art. 335: Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, 
em língua estrangeira: 
Pena - detenção de 3 a 6 meses e pagamento de 30 a 60 dias-
multa. 
 
!  Objeto jurídico é a proteção ao livre exercido de 
propaganda eleitoral. 
!  Este dispositivo visa impedir o exercido de propaganda 
diretamente direcionado a comunidades estrangeiras que 
residem no Brasil. 
105"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
FAZER PROPAGANDA EM LÍNGUA 
ESTRANGEIRA 
Ferradoza	
!  A argumentação para o dispositivo é de que 'a campanha 
política é uma disputa de brasileiros, natos e naturalizados, 
para escolha de seus próprios irmãos que devem assomar 
temporariamente ás funções representativas' (RIBEIRO, 
Fávila, 1998. p. 673) 
!  Sujeito ativo é qualquer pessoa. 
!  Sujeito passivo os eleitores e o próprio Estado. 
 
106"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
107"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
CRIMES CONTRA 
O SUFRÁGIO E A VOTAÇÃO 
 
 
 
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio: 
Pena - Detenção até 6 meses e pagamento de 60 a 100 dias-
multa. 
 
!  É proteger o livre exercício do voto. 
!  A conduta é impossibilitar, privar alguém de realizar 
algo, dificultar, perturbar. 
!  Coagir alguém a votar ou não votar em determinado 
candidato mediante emprego de violência ou grave 
ameaça é crime tipificado no art. 301 do CE 
108"
PROMOVER DESORDEM QUE PREJUDIQUEM 
TRABALHOS ELEITORAIS 
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Res.-TSE nº 22.963/2008: entendimento aplicado nas eleições 
municipais de 2008 no sentido de haver feriado apenas nos 
municípios em que se realizar 2º turno, com possibilidade de 
funcionamento do comércio, desde que obedecidas as normas 
e convenções trabalhistas sobre remuneração e horários de 
trabalho, bem como asseguradas aos empregados as 
condições necessárias para votar, sob pena de 
configuração do delito previsto no art. 297 deste código. 
 
!  Tais condutas devem atingir algumas das fases do processo 
eleitoral, ou seja, o registro, a propaganda, votação, 
apuração ou diplomação. 
!  A convenção partidária está excluído deste delito. 
109"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Sujeito ativo, por ser crime comum, é qualquer pessoa. 
!  Sujeito passivo imediato é qualquer pessoa. 
!  Sujeito passivo mediato é o Estado. 
110"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos 
eleitorais; 
Pena - Detenção até 2 meses e pagamento de 60 a 90 dias-
multa. 
 
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio: 
Pena – detenção até seis meses e pagamen- to de 60 a 100 
dias-multa. 
 
!  Objeto jurídico é garantir o respeito e a consideração 
pela condução dos trabalhos eleitorais e do sufrágio. 
111"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
IMPEDIR OU EMBARAÇAR O EXERCÍCIO DOS 
TRABALHOS ELEITORAIS / SUFRÁGIO 
Ferradoza	
!  Exemplos: 
a)  fazer baderna (art. 296), 
b)  Confusão (art. 296), 
c)  Alvoroço (art. 296); 
d)  Não deixar votar (art. 297) 
e)  etc. 
 
112"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
 
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir 
alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato 
ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos: 
Pena - reclusão até 4 anos e pgto de 5 a 15 dias-multa. 
 
!  É proteger o livre exercício do voto. 
!  A finalidade é coagir alguém em votar ou não votar em 
alguém. 
!  O diferencial está no emprego da violência ou grave 
ameaça, o que significa a intimidação. 
!  É necessário um abalo psíquico sério. 
113"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
USAR VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA PARA 
IMPEDIR DE VOTAR 
Ferradoza	
!  Sujeito ativo, por ser crime comum, é qualquer pessoa. 
!  Sujeito passivo mediato será o eleitor. 
!  Sujeito passivo imediato o Estado. 
!  Admite-se a forma tentada. 
!  Deve ocorrer no necessariamente no período eleitoral: 
Ac.-TSE, de 17.2.2011, no AgR-REspe nº 5163598: não 
exigência de que o crime deste artigo tenha sido praticado 
necessariamente durante o período eleitoral; a ausência de 
poder de gestão de programa social não afasta eventual 
configuração do delito deste artigo. 
114"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
 
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para 
coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato 
ou partido: 
Pena - detenção até 6 meses e pagamento de 60 a 100 dias-
multa. 
§ único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça 
Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é 
agravada. 
 
!  Proteção ao livre exercício do voto. 
115"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
COAGIR ALGUÉM SENDO SERVIDOR PÚBLICO 
Ferradoza	
!  A conduta é a coação exercida por autoridade que se 
encontra Investido de servidor público. 
!  O sujeito ativo, por ser crime próprio, exige que o 
criminoso esteja investido no cargo público. 
!  Se for investido na Justiça Eleitoral a pena é agravada. 
!  Sujeito passivo mediato é o eleitor. 
!  Sujeito passivo imediato é o Estado. 
!  Admite-se a forma tentada. 
116"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em 
lugar de outrem: 
Pena - reclusão até 3 anos. 
 
!  O objeto tutelar é o livre exercício do voto,
bem como a 
boa ordem dos trabalhos. 
!  A conduta é Votar; 
Tentar votar mais de uma vez; 
Votar no lugar de alguém; 
 
117"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
VOTAR OU TENTAR VOTAR EM LUGAR DE 
OUTRO ELEITOR 
Ferradoza	
!  Sujeito ativo é qualquer pessoa (crime comum) 
!  Sujeito passivo o Estado. 
!  Tentativa, por ser este crime integrante dos delitos de 
atentado, significa que qualquer tentativa recebe sanção 
idêntica à modalidade dolosa, sem redução do art. 14, § 
único do CP (reduz em 1 a 2/3) 
118"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
 
"
Art. 339 do CE. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo 
votos, ou documentos relativos à eleição: 
Pena - reclusão de 2 a 6 anos e pagamento de 5 a 15 dias-
multa. 
 
!  Ex. Pessoa destrói título de alguém pensando em 
prejudicá-lo. Não é período eleitoral. Portanto, não comete 
este delito. É crime de supressão de documento público do 
art. 305 do CP. 
 
119"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
DESTRUIR, SUPRIMIR OU OCULTAR URNA 
CONTENDO VOTOS, OU DOCUMENTOS 
RELATIVOS À ELEIÇÃO 
Ferradoza	
!  Para que haja crime eleitoral, além da conduta estar 
prevista no CE, necessário que viole o bem jurídico que a 
norma tutela. 
!  O crime deve ser praticado com o fito de atingir valores 
como a liberdade do exercício do voto, a regularidade do 
processo eleitoral e a preservação do modelo democrático. 
 
A destruição de título eleitoral da vítima, despida de 
qualquer vinculação com pleitos eleitorais e com o 
intuito, tão somente, de impedir a identificação pessoal, 
não atrai a competência da Justiça Eleitoral. O objetivo do 
padrasto foi o de dificultar ou impedir a identificação das 
vítimas, sem nenhuma vinculação com o processo eleitoral. 
Logo, NÃO HOUVE CRIME ELEITORAL. STJ. 3ª Seção. CC 
127101/RS, julgado em 11/02/2015. 120"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
No caso de exemplo o crime praticado pelo padastro foi: 
 
!  Crime de supressão de documento, previsto no at. 305 
do CP: 
 
Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou 
de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou 
particular verdadeiro, de que não podia dispor: 
!  Julga na Justiça comum (art. 109, IV, da CF/88). 
!  Motivo: título de eleitor é “documento federal”, expedido 
pela Justiça Eleitoral. 
!  Dessa feita, o crime foi praticado em detrimento de um 
serviço da União. 
121"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
122"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
COMPRA DE VOTOS 
 
 
 
Art. 41-A. constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, 
o candidato DOAR, OFERECER, PROMETER, OU 
ENTREGAR, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou 
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou 
função pública, desde o registro da candidatura até o dia da 
eleição, inclusive, sob pena de multa de 1000 a 50.000 mil Ufir, 
e cassação do registro ou do diploma. 
 
123"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
ART. 41-A 
COMPRA DE VOTOS 
Ferradoza	
!  O OBJETO É: 
•  Doar; 
•  Oferecer; 
•  Prometer; 
•  Entregar e 
•  Abstenção do voto (equiparação ao art. 299 do CE – 
corrupção eleitoral) 
!  Nome iuris do artigo: 
•  Representação ou reclamação 
124"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Sanção do art. 41-A: 
 
!  Cassação do registro ou diploma + multa. 
!  Nunca INELEGIBILIDADE. 
Art. 41-A da Lei 9.504/1997. Captação de sufrágio. As 
sanções de cassação do registro ou do diploma previstas 
pelo art. 41-A da Lei 9.504/1997 não constituem novas 
hipóteses de inelegibilidade." (ADI 3.592, Rei. Min. Gilmar 
Mendes, julgamento em 26-10-2006, Plenário, DJ de 
2-2-2007.) No mesmo sentido: Al 660.024-AgR, rei. min. 
Joaquim Barbosa, julgamento em 25-9-2012, Segunda 
Turma, DJEde 7-12-2012. 
125"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
CUMULAÇÃO DA MULTA E DA CASSAÇÃO 
!  O TSE no Agravo Regimental no RCDE n° 707/RJ, relator 
Ministro Marco Aurélio julgou: 
As sanções previstas no artigo 41-A da Lei n° 9.504/1997 -
multa e cassação do registro ou do diploma - são, 
necessariamente, cumulativas. Verificada a perda do 
objeto em virtude do encerramento do mandato, descabe 
a sequência do processo, sob a alegação de subsistir a 
cominação de multa. DJE de 31.5.2012. Informativo 
12/2012 
126"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
A modalidade ativa é: 
!  Dar, oferecer ou prometer. 
A modalidade passiva é: 
!  Solicitar ou receber. 
" Sempre e em qualquer das hipóteses para obter ou dar 
voto ou prometer abstenção (Precedentes: HC 177, rel. 
Min. Pertence, HC 233, rel. Min. Jardim, e Rec. 10.962, rel. 
Min. Andrade)". 
127"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
REspe nº 4038-03/CE. Relator originário: Ministro Henrique 
Neves da Silva. Redatora para o acórdão: Ministra Luciana 
Lóssio; Ementa: RECURSO ESPECIAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA 
DE SUFRÁGIO. ART. 41-A DA LEI Nº 9.504/97. 
CONFIGURAÇÃO. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. 
DESPROVIMENTO. 1. O núcleo do artigo 41-A da Lei nº 
9.504/1997 não exige, para a sua configuração, apenas a 
entrega do bem ou da vantagem pessoal, contentando-se 
com o oferecimento ou a promessa de entrega, a fim de 
obter o voto do eleitor. 2. Afastar a conclusão da Corte 
Regional acerca da configuração da captação ilícita de 
sufrágio importaria, no caso, o vedado reexame de fatos e 
provas dos autos, nos termos da Súmula nº 279/STF. 3. 
Recurso Especial desprovido. DJE de 25.9.2013. Noticiado 
no Informativo nº 22/2013. 
128"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
RITO A SER SEGUIDO 
!  Ordinário eleitoral do art. 22, inciso I ao XIII, da LC 64/90 
!  que NÃO tem efeito suspensivo, pois é aplicação imediata. 
 
PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DA REPRESENTAÇÃO 
POR 41-A 
 
!  Do registro (não precisa estar deferida) de candidatura até 
a diplomação. 
129"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
POTENCIALIDADE DO DANO 
 
 
 
LC 135/2010, art. 22, XVI - para a configuração do ato 
abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato 
alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das 
circunstâncias que o caracterizam. 
 
Ac.-TSE, de 16.12.2010, no AgR-AI nº 123547: exigência de 
prova robusta dos atos que configuram a captação ilícita 
de sufrágio, não sendo bastante meras presunções. 
 
 
 
 
130"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
LC 135/2010 
 
verifica-se a 
gravidade das 
circunstância
s. 
bastava uma 
conduta, ainda 
que tentada. 
!  Quebra da igualdade ocorre quando candidato pratica ato 
capaz de alterar o resultado das eleições, ainda que não 
tenha ou possa ter sido isoladamente decisivo para tanta. 
 
!  O que se há de verificar, com efeito, é a gravidade da 
conduta, aferida segundo a sua reprovabilidade contextual. 
!  Se alguém oferece suborno a 'x eleitores', não importa se 
acabou derrotando o adversário por 5 ou 'x eleitores' de 
votos de diferença. 
!  O igualdade do pleito já foi abalada, especialmente pelo 
fato de que é impossível dimensionar matematicamente o 
impacto do ato de "benemerência". 
131"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
APLICAÇÃO DA SENTENÇA 
!  A execução das decisões fundadas no art. 41-A da Lei nº 
9.504/97 é imediata. 
!  Para que a Ação Cautelar suspenda os efeitos, ele teve ter 
relevância nos argumentos. Agravo Regimental na Ação 
Cautelar n° 410-69/RR - Relator: Ministro Arnaldo Versiani 
132"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
133"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
CORRUPÇÃO ELEITORAL 
Art. 299 do CE. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, 
para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra 
vantagem, para obter ou
dar voto e para conseguir ou 
prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: Pena 
- reclusão até 4 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. 
 
!  Não é um crime de mão própria, por isso pode ser 
praticado por qualquer pessoa, candidato ou não. 
!  Significa que qualquer pessoa, mesmo não sendo 
candidato e ofereça alguns dos verbos do artigo, estará 
inserido no delito. 
 
134"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Não exige que a vantagem oferecida ao eleitor parta do 
candidato. 
!  Caso venha a ser oferecida a vantagem pelo candidato ai o 
delito passa a ser o 41-A da Lei n° 9.504/97. 
CONSUMAÇÃO DO DELITO 
 
!  No momento da entrega do beneficio ou do recebimento. 
!  Por ser um crime formal, basta a promessa para que se 
concretize o delito, não necessita da ocorrência da ação 
delituosa. 
 
135"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Mesmo que a dádiva não seja aceita já se configura o 
delito. 
Crime de corrupção eleitoral e necessidade de 
identificação dos eleitores. HC nº 693-58, Jandira/SP, 
11.6.2013. 
 
Plenário do TSE, por maioria, afirmou que para a 
configuração do tipo penal de corrupção eleitoral, previsto 
no art. 299 do CE, além do dolo específico de obter, dar 
voto ou prometer abstenção, é necessário que a conduta 
seja dirigida a eleitores identificados ou identificáveis. 
 
136"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
TENTATIVA 
 
!  É admissível quando após iniciada a execução, vem a ser 
interrompido o iter criminis por razões alheias à vontade do 
agente. 
'[...]. Na corrupção eleitoral, crime formal, o eleitor deve ser 
identificado ou identificável, Inexigindo-se, todavia, o 
resultado pretendido pelo agente para sua consumação.' 
(Ac. de 20.5.2008 no HC n° 572, rei. Min. Joaquim Barbosa.) 
 
!  Há posicionamento contrário: 
137"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
"[...] 2. O crime de corrupção eleitoral, por ser crime 
formal, não admite a forma tentada, sendo o resultado 
mero exaurimento da conduta criminosa. [...]." (Ac. de 
27.11.2007 no AAG n° 8.905, rei. Min. Arnaldo Versiani.) 
 
!  Prazo para representação pelo delito do art. 299 do CE vai 
do registro de candidatura até a diplomação. 
 
138"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
139"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 
Art. 299 CE ART. 41-a Lei nº 9.504/9 
Sujeito 
passivo 
Praticado pelo 
Candidato e eleitor. 
 
 
Respondem os dois. 
Praticado pelo candidato ou alguém 
que por ele pratique a compra do 
voto, por sua ordem e conta. 
 
Responde o candidato. 
Eleitor como 
sujeito 
passivo 
Deve estar apto a 
votar. 
 
Responde nas penas 
do art. 299: 
Reclusão até 4 anos e 
pagamento de 5 a 15 
dias-multa 
Responde nas penas do art. 299: 
Recl. até 4 anos e pgto. de 5 a 
I5 dias-multa 
+ 
Penas do Art. 41-A: multa de mil 
a 50 mil Ufir, + cassação do registro 
ou do diploma, 
 
Ferradoza	
Promessas de campanha configura corrupção eleitoral? 
 
Agravo Regimental no Agravo de Instrumento n" 586-48/SP. 
Rei. Min. Marcelo Ribeiro. 1. A realização de promessas de 
campanha, as quais possuem caráter geral e usualmente são 
postas como um beneficio à coletividade, não configuram, 
por si só, o crime de corrupção eleitoral, sendo 
indispensável que a promessa de vantagem esteja 
vinculada à obtenção do voto de determinados eleitores. 
DJE de 13.9.2011. 
 
 
140"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
141"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
REPRESENTAÇÃO PELO 
30-A “CAIXA 2“ 
REPRESENTAÇÃO PELO 30-A 
(caixa 2 ou gastos ilícitos de campanha) 
 
Art. 30-A da 9.504/97. Qualquer partido político ou coligação 
poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 dias da 
diplomação, relatando fotos e indicando provas, e pedir a 
abertura de investigação judicial para apurar condutas em 
desacordo com as normas desta Lei, relativas a 
arrecadação e gastos de recursos. 
 
 
 
 142"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
143"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Petição inicial! Representação. 
A petição inicial é do art. 96 da 
Lei nº 9.604/96 
Rito! Ordinário eleitoral do art .22 
da LC nº 64/90 (inc. I ao XII). 
(art. 30-A, § 1º) 
É o rito da AIJE, é mais amplo. 
Prazo inicial! 15 dias da diplomação (30-A 
caput da 9.504/97) 
"
Prazo inicial se for 
representação específica!
É o dia do pedido de 
registro. 
PROPORCIONALIDADE 
 
!  Para cassar diploma, nas hipóteses de captação ou gastos 
i l íc i tos de recursos é preciso demonstrar a 
proporcionalidade da conduta praticada em favor do 
candidato, considerado o contexto da respectiva 
campanha ou o próprio valor em si. Resp n» 16325-69/
MG -Relator: Min. Arnaldo Versiani 
Ac.-TSE, de 7.5.2013, no RO nº 874: na representação deste 
artigo deve-se comprovar a existência de ilícitos que 
extrapolem o universo contábil e possuam relevância 
jurídica para comprometer a moralidade da eleição. 
 
 
 
144"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
POTENCIALIDADE DO DANO 
 
 
 
 
ANTES: Ac.-TSE, de 28.4.2009, no RO no 1.540: inexigência de 
p o t e n c i a l i d a d e d a c o n d u t a , b a s t a n d o p r o v a d a 
proporcionalidade (relevância jurídica) do ilícito praticado, 
para incidência da sanção de cassação do registro ou negação do 
diploma. 
 
DEPOIS: Ac.-TSE, de 1º.12.2011, no RO nº 444344: vício de 
natureza insanável que enseja a rejeição das contas de 
campanha não acarreta obrigatóriamente a perda do diploma do 
candidato, sendo necessária a aferição da relevância jurídica 
do ilícito. 
 
 
145"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
LC 135/2010 
 
verifica-se a 
gravidade das 
circunstância
s. 
bastava uma 
conduta, ainda 
que tentada. 
!  Ela cassa o diploma ou impede de obtê-lo. 
!  Só é permitido arrecadar recursos e realizar gastos após a 
solicitação do registro do candidato e do comitê financeiro, 
bem como já possuir CNPJ, conta bancária específica para 
a movimentação financeira de campanha e a obtenção dos 
recibos eleitorais. 
 
 
146"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
EFEITO DA SENTENÇA 
 
Ac.-TSE, de 1º.3.2011, no AgR-AC nº 427889: efeito 
imediato da dec isão que cassa d ip loma em 
representação fundada neste artigo. 
 
Ac.-TSE, de 4.12.2007, no MS no 3.567: execução imediata 
da decisão que impõe cassação do registro ou negação 
do diploma com base no art. 30-A da Lei no 9.504/1997, por 
não versar sobre inelegibilidade. 
 
 
 
 
147"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Em síntese o 30-A é: 
1.  Recursos movimentados sem conta corrente; 
2.  Ausência de trânsito pela conta especifica, ou seja, a 
verificação de "caixa dois"; 
3.  Recebimento de recursos de fonte vedada; 
4.  Utilização de recursos para pagamento de despesas não 
elencadas pela norma, abusando do poder econômico 
para proporcionar vantagem ao eleitor, comprometendo a 
igualdade de oportunidades entre os candidatos, ou seja, 
corrompendo a vontade do eleitor. 
148"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  O uso do chamado cheque guarda-chuvas - em que 
várias despesas são quitadas com uma folha de cheque - 
não é permitido. 
149"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
150"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
REPRESENTAÇÃO PELO 73 ao 77 
Condutas vedadas 
REPRESENTAÇÃO PELO art. 73 ao 77 
(Condutas vedadas) 
 
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou 
não, as seguintes condutas tendentes a afetara igualdade de 
oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: 
 
Art. 74. Configura abuso de autoridade...
Art. 75. Nos 3 meses antes das eleições, na realização de 
inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos 
pagos com recursos públicos. 
151"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de 
transporte oficial pelo Presidente da República e sua comitiva 
em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido 
político ou coligação a que esteja vinculado. 
 
Art. 77. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 
meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras 
públicas. 
 
152"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
Agente público: 
!  A Lei das Eleições define como agente público quem 
exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, 
por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vinculo, mandato, 
cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da 
Administração Pública direta, indireta ou fundacional. 
!  Rito - sumário eleitoral do art. 96 da Lei 9.504/97. 
!  Pode figurar numa AIJE. 
153"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
!  Prazo inicial é do pedido de registro da candidatura. 
!  Prazo final é o dia das eleições. Depois está precluso. 
!  EFEITO DA SENTENÇA: assume o 2º colocado, salvo se 
tiver o art. 224 do CE. 
 
!  Exemplos de fatos: 
!  Usar escola pública em campanha. 
!  Uso de escrivaninhas escolares em comitê. 
!  Prefeito, durante a campanha, participar de solenidade de 
inauguração. 
154"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
TEORIA DO DIREITO ELEITORAL 
155"
DIREITO ELEITORAL 
BRASILEIRO"
BIBLIOGRAFIA PARA ESTE MÓDULO 
MARLON REIS; colaboradores: Sergio Ferradoza e Dalvan 
tavares. Direito"eleitoral"brasileiro.""Imprensa:"Brasília,"Alumnus,"
2012"
 
CERQUEIRA, Thales Tácito. Direito eleitoral esquematizado. 
São Paulo: Saraiva, 2011. 
 
__________. Direito eleitoral esquematizado. 3. ed. rev. e 
atual. São Paulo: Saraiva, 2013. 
 
 
ALVIM, Frederico Franco. Direito eleitoral e partidário. Leme: 
CL Edijur, 2012. 
 156"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
GOMES, Suzana de Camargo. Crimes eleitorais. 2. ed. Rev. 
atual. e ampl. RT: São Paulo, 2006. 
 
BROZOZA, Edson. Crimes eleitorais: conhecê-los para não 
cometê-los: comentários descomplicados. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2010. 
 
SANTANA, Jair Eduardo. Direito eleitoral: para compreender 
a dinâmica do poder político. E. Ed. Belo Horizonte: Fórum, 
2006. 
 
SPITZCOVSKI, Celso. Direito eleitoral. 2. ed. São Paulo : 
Saraiva, 2007. 
 157"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza	
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito eleitoral. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2007. 
 
BRASIL. Informativos do TSE. 
158"
 DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza

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