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1" Profº SERGIO REIS FERRADOZA " 12ª versão, atualizada em janeiro/2015 com a Lei nº 12.891/2013" " DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" 2" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" MÓDULO 7 CRIMES ELEITORAIS ! O Direito Eleitoral é ramo autônomo do Direito Público. ! Ele supre a necessidade de normatização das condutas humanas em face do processo eleitoral. Direito Eleitoral tem 2 aspectos 1. Aspecto formal: conjunto de regras e princípios próprios que regulam todo o processo eleitoral. 2. Aspecto material: o direito do eleitor e do candidato. Direito de garantia do exercício ativo e passivo do sufrágio no sentido de participar dos negócios políticos do Estado. 3" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Se as normas do Direito Eleitoral não forem suficientes para intimidar ou reparar as ameaças ou lesões ao processo eleitoral, ou; ! Quando fracassarem as regras e princípios eleitorais, surge o jus puniendi estatal capaz de garantir a coação e coerção – mais severas – contra tais comportamentos, ou seja, a repreensão penal. ! Para esta repreensão penal temos um DIREITO PENAL ELEITORAL ou DIREITO ELEITORAL PENAL: Conjunto de normas reguladoras de condutas antijurídicas impondo sanção penal aos criminosos, aos que pertubam e ofendem, por seus comportamentos a democracia, a representação e o estado de direito. 4" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 5" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" SURGIMENTO DO DIREITO PENAL ELEITORAL ! Foi na CF/46 que faz surgir Juízes e Tribunais Eleitorais, definindo-se com mais exatidão e amplitude a competência da Justiça Eleitoral, podendo: • Processar e julgar os crimes eleitorais e dos comuns que lhe forem conexos; • Manejar HC e MS em matéria eleitoral. ! A CF/88 recebeu esta mesma organização da administração eleitoral. ! A EC/45 não alterou a administração eleitoral. 6" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 7" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" DISPOSIÇÃO DOS CRIMES ELEITORAIS ! Código Eleitoral (Lei n° 4.737, de 15 de julho de 1965) • Título IV - Disposições Penais • Em capítulos distintos; • Nas disposições preliminares (art. 283 a 288); • Crimes eleitorais (art. 289 a 354) • Sobre o processo das infrações (art. 355 a 364). ! O CE prevê 65 delitos. 8" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Leis extravagantes (leis eleitorais editadas posteriormente), entre elas: • Lei n° 6.091/74 (transporte de eleitores); • LC n° 64/90 (lei das inelegibilidades) modificada pela Lei nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa); • Lei n° 9.504/97 (Lei das eleições); • Resolução-TSE nº 23.363/11 que dispõem sobre apuração de crimes eleitorais. 9" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 10" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" CONCEITO DE CRIME ELEITORAL ! René Ariel Dotti; Todo crime que ofende a liberdade do voto direto e secreto como exercício da soberania popular. São condutas injurídicas que afetam mais grave e diretamente o interesse público no sentido de impedir ou turbar o regular desenvolvimento do processo eleitoral na consecução da soberania popular através do direito ao sufrágio. 11" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 12" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" SUJEITOS DOS CRIMES ELEITORAIS SUJEITO ATIVO: ! Aquele que realiza a conduta objeto da norma penal incriminadora, descrita ou proibida pela lei penal. SUJEITO PASSIVO: ! O titular de um determinado bem ou interesse tutelado ou protegido pela norma penal que é violado ou ameaçado pelo fato punível. É a pessoa física ou Jurídica que sofre a conduta delituosa. 13" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza SUJEITO ATIVO PARA AS DENÚNCIAS: Presidente da República: ! O Procurador Geral Eleitoral propõem as ações criminais perante o TSE. Eleições Governador, Deputados Estaduais ou Federais e Senadores: ! Caberá aos Procuradores Regionais Eleitorais, perante os TRE`s. 14" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Eleições municipais (Prefeitos e Vereadores): ! Cabe ao Promotor de Justiça Eleitoral impulsionar a persecução penal. 15" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 16" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" OBSERVAÇÕES GERAIS QUANTO AO ANIMUS: ! O Diploma Eleitoral Federal não declarou, expressamente, em seu texto, a punibilidade do crime eleitoral a título de culpa — portanto, ADMITEM-SE APENAS OS DELITOS DOLOSOS NAS ELEIÇÕES. QUANTO A AÇÃO: ! Os delitos eleitorais são sempre de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA E NUNCA CABERÁ A AÇÃO PENAL PRIVADA. (Art. 355 do CE) 17" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza QUANTO AO SUJEITO PASSIVO DA DENÚNCIA: ! O Estado ó o sujeito passivo imediato da lesão ou ameaça de dano. QUANTO À DENÚNCIA: ! A denúncia é exclusiva do MPE por ser ele o titular da ação penal pública. 18" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza A AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: ! Parte da doutrina entende que APPS da pública inexiste nos crimes eleitorais. ! No direito penal a APPS da Pública ocorre quando o MP não oferece a denúncia no prazo legal (art. 100, § 3°, do CP e art. 29 do CPP; ! Neste caso, o ofendido (vítima) ou seu representante legal podem oferecer queixa e se tomam os titulares da ação. " No direito eleitoral o MPE é o titular da ação, e o ofendido, o denunciante. 19" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Neste caso, será reduzida a termo e assinada pelo juiz, reclamante e 2 testemunhas — sendo encaminhada ao MPE, que determinará as diligencias necessárias. ! Art. 4º da Res.-TSE 23.363/11: Recebida a notícia-crime, o Juiz Eleitoral a encaminhará ao MPE ou, quando necessário, à policia, com requisição para instauração de inquérito policial a sua opinio delicti. ! Quando o MPE não tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o arquivamento de inquérito policial, no prazo legal, ai cabe a APPS da Pública: 20" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! A denúncia de ilícito eleitoral cabe ao MPE porque ele é o titular da ação penal pública, único legitimado ao exercício, não cabendo queixa do ofendido ou do seu representante ! Mas, ! O art. 356, do CE, determina que todo cidadão que tiver conhecimento de ilícito penal eleitoral deve comunicá- lo ao Juiz da respectiva zona, por escrito ou verbal. Art. 3º Qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penai eleitoral deverá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la ao Juiz Eleitoral (art. 3° da Res.-TSE 23.363/11) 21" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Vejamos o Julgamento autorizando a aplicação da APPSdaP nos crimes eleitorais: ! A APPSdaP é garantia constitucional, prevista no art. 5o, LIX, da CF/88, constituindo cláusula pétrea. ! A CF/88 não estabeleceu restrição quanto à aplicação da APPSdaP, nos processos relativos aos delitos previstos na legislação especial, por isso cabe em ações em que se apuram crimes eleitorais. ! A queixa-crime em ação penal privada subsidiária somente pode ser aceita caso o representante do MP não tenha oferecido denúncia, requerido diligências ou solicitado o arquivamento de inquérito policial, no prazo legal. 22" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Não é cabível quando o representante do MPE postulou providência ao juiz, razão pela qual não se pode concluir pela sua inércia. (RECURSO ESPECIAL ELEITORAL n° 21295, Acórdão nº 21295 de 14/08/2003, Relator(a) Min. FERNANDO NEVES DA SILVA, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Volume 1, Data 17/10/2003, Página 131 RJTSE – Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 14, Tomo 4, Página 227) 23" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 24" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" PENAS NA OMISSÃO DO CÓDIGO ELEITORAL Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, entende-se que será ele de 15 dias para a pena de detenção e de 01 ano para a de reclusão. ! Para caso de agravação e atenuante é aplicado o art. 285: Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o “quantum”, deve o juiz fixá-lo entre um 1/5 e 1/3 terço, guardados os limites da pena cominada ao crime. 25" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza PENAS DIFERENTES DO CÓDIGO. IMPOSSIBILIDADE Caso: foi realizado um ajuste de conduta entre partidos, candidatos ou coligações para propaganda eleitoral durante a campanha, aplicando o art. 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85 (lei de danos ambientais): " § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial. ! O art. 105-A da Lei nº 9.504/97, não pemite tal ajuste. 26" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 105-A. Em matéria eleitoral, não são aplicáveis os procedimentos previstos na Lei no 7.347/85. ! O Min. Rel. Henrique Neves da Silva assenta que : […] 2. regulamentação da propaganda eleitoral não pode ser realizada por meio de ajuste de comportamento, ainda que na presença do Ministério Público e do Juiz Eleitoral, nos quais sejam estipuladas sanções diferentes daquelas previstas na legislação eleitoral. 3. A pretensão de impor sanção que não tenha previsão legal e cuja destinação não respeite a prevista na legislação vigente é juridicamente impossível. DJE de 30.5.2014. RESpe nº 322-31/RN 27" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 28" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" COMPETÊNCIAS COMPETÊNCIA SE O CRIME COMUM TIVER CONEXÃO COM CRIME ELEITORAL? ! Competência da Justiça Eleitoral. COMPETÊNCIA CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA EM CONEXÃO COM CRIME ELEITORAL ! Separa tudo. ! O crime doloso contra a vida vai para o Tribunal de Júri, e o crime eleitoral para o Tribunal Eleitoral. 29" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza STF JULGA POR CRIME ELEITORAL ! Presidente da República, Deputado Federal e Senador, Ministros e PGR. (art. 102, I, b) Art. 102 - Compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; " Competência pela Prerrogativa de Função. 30" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza STJ JULGA POR CRIME ELEITORAL ! As autoridades do art. 105,1, 'a' da CF. a) nos crimes comuns, Governadores Estados e DF, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos TJ dos Estados e do DF, os membros dos TCE e do DF, os dos TRF, dos TRE's e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou TC dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 31" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza TRE JULGA EM CRIMES ELEITORAIS Prefeitos; Deputados estaduais; Juízes e; Membros do Ministério Público. 32" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza COMPETÊNCIAS PARA MULTAS ELEITORAIS ! STJ Súmula nº 374 - 11/03/2009: Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para anular débito decorrente de multa eleitoral. ! A orientação da Primeira Seção do STJ é no sentido de que as ações decorrentes de multa eleitoral devem ser julgadas por justiça especializada. 33" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza PRESCRIÇÃO DA MULTA ELEITORAL ! Prazo prescricional de 10 anos. Ementa: RECURSO ESPECIAL. MULTA ELEITORAL. DÍVIDA ATIVA DE NATUREZA NÃO TRIBUTÁRIA. PRAZO PRESCRICIONAL DE 10 ANOS. ART. 205 CC. RECURSO DESPROVIDO. DJE de 6.9.2013. Art. 205 do CC/02: “A prescrição ocorre em 10 anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor”. ! Multa eleitoral não está compreendida no conceito de tributo, pelo que se aplica o prazo prescricional previsto no art. 205 do Código Civil. 34" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza DIVERGÊNCIA À APLICAÇÃO DO PRAZO DE 10 ANOS Min. Ministro Marco Aurélio (relator do Respe nº 8338-08, Rio de Janeiro/RJ, em 7.5.2013) foi vencido. Ele entendia ser aplicável o prazo de 5 anos. 35" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 36" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" INVESTIGAÇÃO DE CRIME ELEITORAL QUEM INVESTIGA CRIME ELEITORAL ! Polícia Federal, mas se a Justiça Estadual investigar, o inquérito não será nulo. PROMOTOR ELEITORAL QUER ARQUIVAR INQUÉRITO E JUIZ NÃO QUER ! Art. 357 do CE e art 28 do CPP. ! O juiz envia para o procurador geral e, este designa novo membro do MP, ou manda o juiz arquivar obrigatoriamente. ! Neste caso ele tem que arquivar. 37" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 38" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" INQUÉRITO POLICIAL ELEITORAL Delação anônima para inicial inquérito policial: ! É possível a delação anônima para o MPE iniciar inquérito policial. 1.É possível a instauração de IP por requisição do MP com fundamento em delação anônima apresentada ao Parquet, sobretudo quando ela traz narrativa detalhada que lhe confere verossimilhança. Precedentes do c. STF e do c. STJ. (Recurso em HC n° 103379, Acórdão de 02/05/12) ! O TSE entende que a denúncia é feita com fundamento nos fatos apurados no curso do IP, e não na mencionada delação anônima. Por essa razão, não há falar em ausência de justa causa para a ação penal. 39" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza PRAZOS PARA INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES ELEITORAIS 40" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza RÉU PRESO EM FLAGRANTE OU PREVENTIVO ! RÉU SOLTO ! 10 dias! 30 dias! Fundamento: Art. 9º da Res.-TSE 23.363/11" Fundamento: § 1º do art. 9º da Res.-TSE 23.363/11" APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPP NO INQUÉRITO ELEITORAL ! Art. 12 da Res.-TSE n° 23.363/11 assegura sua aplicação: Aplica-se subsidiariamente ao inquérito policial eleitoral o disposto no Código de Processo Penal. 41" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza NECESSIDADE DE IP E DENÚNCIA A instauração de inquérito policial não é imprescindível para o oferecimento da denúncia. (AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 4692, Acórdão nº 4692 de 22/06/2004, relator(a) Min. Fernando Neves da Silva, Publicação: DJ – Diário de Justiça, Volume 1. Data 06/08/2004, Página 162) 42" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza IP QUANDO HOUVER CRIMES ELEITORAIS E CRIMES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ! Compete à Justiça Eleitoral apreciar a ocorrência de abuso do poder político ou econômico com interferência no equilíbrio das eleições. ! As práticas que consubstanciem, tão somente, atos de improbidade administrativa, devem ser conhecidas e julgadas pela Justiça Comum. (RO n° 17172-31/ SC -Relator: Ministro Marcelo Ribeiro) 43" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 44" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" CRIMES ELEITORAL E INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO Previsão: LC nº 64/90, § 4º do art. 1º. § 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada. ! A LC nº 64/1990 prevê no § 4º do art. 1º que não se aplica a inelegibilidade proveniente de condenação criminal quando a conduta delituosa caracteriza-se como crime de menor ofensividade. ! O art. 61 da Lei nº 9.099/1995, são aqueles com pena máxima não superior a 2 anos. 45" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 46" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" SUSPENÇÃO CONDICIONAL DO PROCESSO Suspensão condicional do processo ! É prerrogativa do MPE, que pode ou não propor a medida. ! Todavia, eventual recusa em propor o benefício deve ser fundamentada. ! O período a ser concedido será de 2 a 4 anos. ! Aplica-se em analogia o art. 89 da Lei n° 9.099/1995, nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano. 47" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Para casos de ausência da proposta durante o oferecimento da denúncia, não acarreta nulidade da peça acusatória, pois pode ser apresentada posteriormente, antes da sentença. ! No caso de não oferecimento pelo MPE, é possível o réu requerer via HC. 48" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 49" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" CRIMES ELEITORAIS 50" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" CRIMES CONTRA O ALISTAMENTO ELEITORAL Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor: Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. ! Serve também para transferência, conforme (Ac.-TSE nº 15.177/1998. ) ! O tipo penal busca resguardar a idoneidade e lisura dos serviços da justiça eleitoral; ! Deve ser praticado por pessoa maior de 16 anos (crime próprio): ! Se for praticado por pessoa menor que 18 anos é ato infracional. 51" INSCRIÇÃO FRAUDULENTA DE ELEITOR DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Exige a emissão do título para consumar o delito. ! Admite-se a forma tentada. ! Pena 4 anos. ! Prescrição em 8 anos (conforme art. 109, inciso IV, do CP.) Ação Penal n° 5, Acórdão n° 5 de 17/12/2008 - TRE-TO. ! O cancelamento da inscrição tem que ser em processo específico com o contraditório e ampla defesa. (RCED-646/SP) 52" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 290: Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste Código. Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias- multa. ! Consiste em instigar, incitar ou auxiliar terceiro a alistar-se fraudulentamente, aproveitando-se de sua ingenuidade ou de sua ignorância. (TSE, RHC n° 68) ! É um crime de mera conduta e se consuma com o ato de induzir alguém. 53" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO INDUÇÃO DE INSCRIÇÃO FRAUDULENTA DE ELEITOR Ferradoza ! O AGENTE é o cidadão que conduz, fornecendo argumentos para a realização da inscrição fraudulenta. ! É CRIME FORMAL, por isso não admite a forma tentada, pois precisa a conduta. ! Pena 2 anos de reclusão. ! Prescrição 4 anos (art. 109, inciso V, do CP) - (AÇÃO CRIMINAL n° 103, Acórdão n° 103 de 14/10/2008 - TRE - TO. ! Havendo concurso de vontades entre o eleitor e o suposto autor da demanda, afasta este delito. Ac.-TSE, de 26.2.2013, no REspe nº 198. 54" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Desnecessidade do crime de falsidade ideológica para configurar o induzimento: ! A falsidade ideológica eleitoral (art. 350 do CE), não é meio necessário de preparação para a prática do delito do art. 290. ! Inscrever eleitor com infração a qualquer dispositivo do CE, não é necessário que se faça inserir declaração falsa em documento público ou particular. ! Essa é apenas uma das formas de se praticar o delito, sendo outras possíveis. 55" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Tipificado no art. 299 do CP: Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. ! No CE está previsto no art. 350: 56" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO FALSIDADE IDEOLÓGICA Ferradoza Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais: ! A declaração falsa deve ser firmada pelo próprio eleitor interessado e não por terceiros. Ac.-TSE, de 2/5/2006, nos REspe nos 25.417 e 25.418: para a adequação do tipo penal previsto neste dispositivo é necessário que a declaração falsa prestada para fins eleitorais seja firmada pelo próprio eleitor interessado, e não por terceiro 57" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! A Omissão de dados na prestação de contas de campanha, configura o crime do art. 350 do CE. Ex.: Denúncia oferecida contra do Dep. Federal Ratinho Junior do PSC/PR, no STF, por suposta omissão de dados na prestação de contas de sua campanha ao cargo de deputado estadual no Paraná, em 2002. (Inquérito nº 3345/2014 – Relator Min. Marco Aurélio) 58" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Pena: DOCUMENTO PÚBLICO: ! Reclusão até 5 anos + multa de 5 a 15 dias-multa. DOCUMENTO PARTICULAR: ! Reclusão até 3 anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa, se o documento é particular. 59" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! A falsidade ideológica não configura crime de menor potencial ofensivo, pois a pena ultrapassa 2 anos. ! Não se aplica ao caso a ressalva prevista no § 4º do art. 1º da LC nº 64/1990, por não se tratar de crime de menor potencial ofensivo, que, de acordo com o art. 61 da Lei nº 9.099/1995, são aqueles com pena máxima não superior a 2 anos, e o art. 350 do CE prevê pena máxima de 5 anos de reclusão. REspe nº 509-24, Ouro Preto/MG, rel. Min. Marco Aurélio, em 14.5.2013. 60" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição requerida: Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa. ! A autoridade judiciária dolosamente e em conformidade com as disposições legais, nega ou retarda a inscrição de alistando, impedindo que o eleitor exerça seus direitos políticos. ! Se consuma no momento em que a autoridade judiciária nega ou retarda, sem previsão legal, a inscrição eleitoral requerida. 61" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO NEGAR OU RETARDAR INSCRIÇÃO Ferradoza ! RETARDAR tem que ser proposital e não por justificativa de excesso de trabalho. ! Não é admissível a forma tentada. 62" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento: Pena - Detenção de 15 dias a 6 meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. ! Qualquer pessoa, funcionário da Justiça Eleitoral ou não, constrangendo, física ou moral, o alistando ou funcionário da Justiça Eleitoral encarregado do ato, dificultando o livre exercício do direito ao alistamento. ! Admite-se a forma tentada. 63" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO PERTURBAR OU IMPEDIR O ALISTAMENTO Ferradoza Art. 295. Reter titulo eleitoral ou comprovante eleitoral (art. 91 da Lei nº 9.504/97) contra a vontade do eleitor. Pena - Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa. Lei nº 9.504/1997, art. 91, parágrafo único: "a retenção de título eleitoral ou do comprovante do alistamento eleitoral constitui crime, punível com detenção, de 1 a 3 meses, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade por igual período, e multa no valor de 5.000 a 10.000 Ufirs." 64" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO RETER TÍTULO ELEITORAL Ferradoza ! Necessário que a retenção do título tenha conotação eleitoral caso contrário será apenas contravenção penal. ! Era praticada de forma corriqueira na época do coronelismo. ! Admite-se a forma tentada. ! O sujeito ativo é qualquer pessoa. 65" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 319: Subscrever o eleitor em mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos: Pena - detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias- multa. ! O eleitor participa da formação de + de 1 partido político. ! É a garantia da autenticidade e higidez dos processos de formação dos partidos políticos. ! Cada partido para seu registro junto ao TSE necessita de no mínimo 101 eleitores. 66" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO SUBSCREVER-SE EM + DE 1 FICHA DE REGISTRO DE PARTIDO Ferradoza ! Cada partido mantêm variantes programáticas, e o eleitor assinando + de 1 ficha de registro, ele acaba assumindo posições antagônicas quanto a ideologia. ! Seria o mesmo que filiar-se a 2 partidos ao mesmo tempo. ! Pode ser praticado por qualquer pessoa - crime comum. ! O sujeito passivo primário é o partido político. ! O sujeito passivo secundário é o Estado. ! Admite-se forma tentada. 67" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos: Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa. Ou Lei nº 9.096/1995, art. 22, parágrafo único. ! O objetivo jurídico é a autenticidade das filiações partidárias. ! É crime comum, portanto, pode ser praticado por qualquer pessoa. 68" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO INSCREVER-SE SIMULTANEAMENTE EM + DE 1 PARTIDO Ferradoza ! O sujeito passivo imediato (primário) é o partido político. ! O sujeito passivo mediato (secundário) é o estado. ! Admite-se a forma tentada. 69" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido: Pena - detenção até 2 meses ou pagamento de 20 a 40 dias- multa. ! Protege a higidez dos partidos políticos. ! O objeto é o agenciador da assinatura e não o que subscreve subscreve mais de uma ficha para registro de um partido. ! Pode ser praticado por qualquer pessoa - crime comum. 70" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO COLHER ASSINATURA DE ELEITOR EM + DE UMA FICHA DE REGISTRO DE PARTIDO Ferradoza ! O sujeito passivo imediato (primário) é o partido político. ! O sujeito passivo mediato (secundário) é o Estado. ! É um crime formal e consuma-se com a assinatura. ! Admite-se a forma tentada. 71" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 72" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" CRIMES CONTRA A PROPAGANDA E A CAMPANHA ELEITORAL Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem influência perante o eleitorado: Pena - detenção de 2 meses a 1 ano, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa. § único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou televisão. ! O tipo penal busca resguardar a moralidade e autenticidade das propagandas eleitorais. ! É fazer divulgação em campanha, de fato que sabe serem inverídicos. 73" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO DIVULGAÇÃO DE PROPAGANDA ELEITORAL INVERÍDICA Ferradoza ! É crime comum, portanto, pode ser praticado por qualquer pessoa. ! Sujeito ativo: por ser crime comum - pode qualquer pessoa. ! Sujeito passivo imediato: partido político e o candidato atingido pela conduta. ! Sujeito passivo mediato: o Estado. ! Crime formal: se consuma com a divulgação do fato. ! Se empregado por meio escrito, consuma-se no instante que o terceiro tomar conhecimento. ! Admite-se a forma tentada. 74" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 2. É ilegal praticar em programação normal de emissora, a exemplo de programação de rádio, propaganda negativa de candidatura, mediante o comentário sistemático sobre alusiva ligação do candidato a cultos satânicos. Representação N° 8042-66.2010.6.15.0000 - Procedência: João Pessoa-PB Ac.-TSE, de 15.10.2009, no REspe n° 35.977: necessidade de que os textos imputados como inverídicos sejam fruto de matéria paga para tipificação do delito previsto neste dispositivo. 75" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de propaganda, Imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena • detenção de 6 meses a 2 anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa. § 1° Nas mesmas penas Incorre quem, sabendo falsa a Imputação, a propala ou divulga. § 2° A prova da verdade do fato Imputado exclui o crime, mas não é admitida: I - se, constituindo o fato Imputado crime de ação privada, o ofendido, não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato for Imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; 76" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO CALÚNIA Ferradoza III - se do crime Imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. ! Protege a honra objetiva dos participantes dos embates eleitorais. ! Atinge a honra objetiva do sujeito, atinge a reputação da pessoa ofendida, alterando seu conceito perante a sociedade, ou dificultando seu convívio social. ! Pode ser por meio falado, gesticulado, escrito, impresso etc. ! Se o crime for praticado fora da órbita eleitoral, ele deverá ser tratado como crime penal do art. 138 do CP. 77" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Sujeito passivo, por ser crime contra a honra objetiva das pessoas é o candidato ofendido. ! Sujeito ativo qualquer pessoa. ! Admite-se a exceção da verdade quando o ofendido for servidor público: a lei garante ao caluniador (sujeito ativo) o direito de provar a veracidade dos fatos imputados. ! A calúnia se consuma com a chegada do fato propagado ao conhecimento de terceiros. ! Admite-se a forma tentada na forma escrita. 78" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, Imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa. § único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. ! Protege a HONRA OBJETIVA, atinge a reputação da pessoa ofendida, dos participantes dos embates eleitorais. ! É uma contravenção. Ex. Candidato tal foi embriagado ao debate. 79" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO DIFAMAÇÃO Ferradoza ! Pode ser executado o delito por qualquer meio escrito, falado, gesticulado, impresso etc. ! Admite-se a exceção da verdade guando o ofendido for servidor público: a lei garante ao difamador (sujeito ativo) o direito de provar a veracidade dos fatos imputados. ! Sujeito ativo, por ser um crime comum, pode ser qualquer pessoa. ! Sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, desde que seja candidato eleitoral. 80" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Admite-se a forma tentada na forma escrita. ! Cabe direito de resposta: RECURSO. PROPAGANDA ELEITORAL OFENSA. INJÚRIA. DIFAMAÇÃO. DIREITO DE RESPOSTA. IMPROVIMENTO. Assegura-se o direito de resposta a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que indiretamente, por afirmações difamatórias e injuriosas, nos termos do artigo 58 da Lei n° 9.504/97. - Unânime. (AÇÃO CAUTELAR n° 12, Acórdão n° 12 de 17/09/2008, Relator(a) GIL DE ARAÚJO CORRÊA, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, 16/09/2008) 81" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 3. Para a configuração do crime de difamação descrito no art. 325 do CE não é necessário que o agente ou o ofendido seja candidato, sendo suficiente que o ato seja praticado no âmbito da propaganda eleitoral ou visando a fins de propaganda. 4. As questões não apreciadas pelo TRE, apontado como órgão coator, não podem ser apreciadas por esta Corte em sede de habeas corpus, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. (HC nº 114080, Acórdão de 13/10/2011) 82" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 326. Injuriar alguém, NA PROPAGANDA ELEITORAL, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe dignidade ou o decoro: Pena - detenção até 6 meses, ou pgto de 30 a 60 dias-multa. ! O objetivo deste dispositivo penal é proteger à HONRA SUBJETIVA dos participantes dos embates eleitorais. ! Injuriar significa dar uma qualidade negativa ao sujeito, ofender, ultrajar, insultar a honra subjetiva do sujeito. ! Atinge a dignidade da pessoa, correspondente ao sentimento que esta guarda a respeito de si mesmo. Ex. o candidato tal é ladrão. 83" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO INJÚRIA Ferradoza VEJAMOS O JULGAMENTO CC 134.005-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 11/6/2014. Compete à Justiça Comum Estadual, e não à Eleitoral, processar e julgar injúria cometida no âmbito doméstico e desvinculada, direta ou indiretamente, de propaganda eleitoral, embora motivada por divergência política às vésperas da eleição. De fato, o crime previsto no art. 326 do CE possui nítida simetria com o crime de injúria previsto no art. 140 do CP, mas com este não se confunde, distinguindo-se, sobretudo, pelo acréscimo de elementares objetivas à figura típica, que acabou por resultar em relevante restrição à sua aplicação, refletindo, também por isso, na maior especialização do objeto jurídico tutelado. 84" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza A propósito, assim dispõem os referidos dispositivos legais: Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:[...] Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro: [...]”. como se vê, a injúria eleitoral somente se perfectibiliza quando a ofensa ao decoro ou à dignidade ocorrer na propaganda eleitoral ou com fins de propaganda. Ou seja, a caracterização do crime de injúria previsto na legislação eleitoral exige, como elementar do tipo, que a ofensa seja perpetrada na propaganda eleitoral ou vise fins de propaganda (TSE, HC 187.635-MG, DJe de 16/2/2011), sob pena de ser crime de injúria comum. 85" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Por fim, cabe ressaltar que, na injúria comum, tutela-se a honra subjetiva, sob o viés da dignidade ou decoro individual e, na injúria eleitoral, protegem-se esses atributos ante o interesse social que se extrai do direito subjetivo dos eleitores à lisura da competição eleitoral ou do “inafastável aprimoramento do Estado Democrático de Direito e o direito dos cidadãos de serem informados sobre os perfis dos candidatos, atendendo- se à política da transparência” (STF, Inq 1.884-RS, Tribunal Pleno, DJ de 27/8/2004). 86" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! A conduta ofensiva é realizada diretamente a quem se quer ofender, independentemente de o fato houver sido presenciado por terceiros. FORMAS DO JUIZ DEIXAR DE APLICAR A PENA POR INJÚRIA AO OFENSOR 1. O ofendido provocou diretamente o ato ofensivo. Art. 326, § 1o: O juiz pode deixar de aplicara pena: I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a Injúria; 87" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 2. Quando o ofendido, ao ser injuriado, revida de imediato aos insultos, praticando ato igualmente injurioso ao ofensor. Art. 326, § 1º: II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 88" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza PENAS MAIS SEVERAS PARA INJÚRIA ! Se a injúria for realizada com violência ou vias de fato. Art. 326, § 2º: Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção de 3 meses a 1 ano e pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das penas correspondentes à violência prevista no Código Penal. 89" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Sujeito ativo: trata-se em crime comum, ou seja, praticável por qualquer pessoa. ! Sujeito passivo: qualquer pessoa desde que candidato a cargo eleitoral. Ac.-TSE, de 14.12.2010, no HC nº 187635: desnecessidade de que a ofensa seja praticada contra candidato para a tipificação do crime previsto neste artigo. ! Por ofender a honra subjetiva, a injúria se consuma quando o fato propagado é direcionado ao próprio ofendido. ! Tentativa: admite-se a forma tentada, quando for escrita. For"90" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza CAUSAS ESPECIAIS DE AUMENTO DE PENA DOS CRIMES CONTRA A HONRA Art. 327. As penas comlnadas nos artigos. 324, 325 e 326, aumentam-se de 1/3, se qualquer dos crimes é cometido: I. contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro; II. contra funcionário público, em razão de suas funções; III. na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa. 91" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO IMUNIDADE PARLAMENTAR ! Parlamentares são acobertados pelo manto da imunidade parlamentar. 1. Afirmações proferidas, pelo Querelado, tidas como ofensivas foram feitas, ainda que fora do âmbito parlamentar, em razão do exercício do mandato parlamentar. Querelado acobertado pela imunidade parlamentar. Precedentes. [...] 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento. AG. REG. No Inq N. 2.840-GO. REL.: MIN. CÁRMEN LÚCIA. 21/06/2013. 92" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO ! Cabe direito de resposta: RECURSO. PROPAGANDA ELEITORAL OFENSA. INJÚRIA. DIFAMAÇÃO. DIREITO DE RESPOSTA. IMPROVIMENTO. Assegura-se o direito de resposta a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que indiretamente, por afirmações difamatórias e injuriosas, nos termos do artigo 58 da Lei n° 9.504/97. - Unânime. (AÇÃO CAUTELAR n° 12, Acórdão n° 12 de 1&09/2008, Relator(a) GIL DE ARAÚJO CORRÊA, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, 16/09/2008) 93" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado: Pena - detenção até 6 meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa. ! Proteger à licitude e ao livre exercício da propaganda. ! A conduta é destruir, danificar, modificar, embaraça, perturbar, tumultuar etc. meio de propaganda devidamente empregado por candidato a cargo eleitoral, tais como placas, faixas, cartazes, adesivos, e até mesmo, comícios e manifestações políticas. ! Impedir propaganda é delito do art. 332 do CE. 94" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO INUTILIZAR, ALTERAR OU PERTURBAR PROPAGANDA ELEITORAL Ferradoza 95" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 96" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 97" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 98" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 99" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Se os atos praticados forem contra propagandas irregulares, não há crime. ! Sujeito ativo: é um crime comum, ou seja, praticável por qualquer pessoa. ! Sujeito passivo: será o candidato a cargo eleitoral e o partido político titulares da propaganda. ! Consumação: é alcançada com o dano, ainda que parcial, à propaganda eleitoral, ou com a perturbação promovida. ! A tentativa é admitida. 100" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 332: Impedir o exercício de propaganda: Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias- multa. ! Este delito busca garantir o livre exercício da propaganda. ! Este delito contempla tanto a propaganda eleitoral, quanto a partidária, desde que permitida em lei. ! Este delito trata de coibir, tolher a propaganda eleitoral. 101" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO IMPEDIR EXERCÍCIO DA PROPAGANDA ELEITORAL Ferradoza Ferradoza Ex.: • Destruir alto-falante de comitê partidário; • Afugentar cabos eleitorais da rua; • Destruição de material de outro candidato; • Invasão ou destruição de comitê político; • Dissolução de comício. ! Se for um mero tumulto, ai configura o art. 331 que é perturbar. ! Sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive por juiz eleitoral, quando ele impuser censura prévia na propaganda, praticando cerceamento abusivo, ou quando ele comete erro grosseiro, manifestamente ou imbuído de má-fé. 102" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Sujeito passivo imediato será o partido político ou o candidato atingido. ! Sujeito passivo mediato será o Estado. ! Consumação será atingida com o efetivo impedimento do exercício da propaganda. ! Tentativa é admitida. 103" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 104" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" CRIMES CONTRA O ALISTAMENTO ELEITORAL Art. 335: Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira: Pena - detenção de 3 a 6 meses e pagamento de 30 a 60 dias- multa. ! Objeto jurídico é a proteção ao livre exercido de propaganda eleitoral. ! Este dispositivo visa impedir o exercido de propaganda diretamente direcionado a comunidades estrangeiras que residem no Brasil. 105" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO FAZER PROPAGANDA EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Ferradoza ! A argumentação para o dispositivo é de que 'a campanha política é uma disputa de brasileiros, natos e naturalizados, para escolha de seus próprios irmãos que devem assomar temporariamente ás funções representativas' (RIBEIRO, Fávila, 1998. p. 673) ! Sujeito ativo é qualquer pessoa. ! Sujeito passivo os eleitores e o próprio Estado. 106" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO 107" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" CRIMES CONTRA O SUFRÁGIO E A VOTAÇÃO Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio: Pena - Detenção até 6 meses e pagamento de 60 a 100 dias- multa. ! É proteger o livre exercício do voto. ! A conduta é impossibilitar, privar alguém de realizar algo, dificultar, perturbar. ! Coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato mediante emprego de violência ou grave ameaça é crime tipificado no art. 301 do CE 108" PROMOVER DESORDEM QUE PREJUDIQUEM TRABALHOS ELEITORAIS DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Res.-TSE nº 22.963/2008: entendimento aplicado nas eleições municipais de 2008 no sentido de haver feriado apenas nos municípios em que se realizar 2º turno, com possibilidade de funcionamento do comércio, desde que obedecidas as normas e convenções trabalhistas sobre remuneração e horários de trabalho, bem como asseguradas aos empregados as condições necessárias para votar, sob pena de configuração do delito previsto no art. 297 deste código. ! Tais condutas devem atingir algumas das fases do processo eleitoral, ou seja, o registro, a propaganda, votação, apuração ou diplomação. ! A convenção partidária está excluído deste delito. 109" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Sujeito ativo, por ser crime comum, é qualquer pessoa. ! Sujeito passivo imediato é qualquer pessoa. ! Sujeito passivo mediato é o Estado. 110" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais; Pena - Detenção até 2 meses e pagamento de 60 a 90 dias- multa. Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio: Pena – detenção até seis meses e pagamen- to de 60 a 100 dias-multa. ! Objeto jurídico é garantir o respeito e a consideração pela condução dos trabalhos eleitorais e do sufrágio. 111" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO IMPEDIR OU EMBARAÇAR O EXERCÍCIO DOS TRABALHOS ELEITORAIS / SUFRÁGIO Ferradoza ! Exemplos: a) fazer baderna (art. 296), b) Confusão (art. 296), c) Alvoroço (art. 296); d) Não deixar votar (art. 297) e) etc. 112" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos: Pena - reclusão até 4 anos e pgto de 5 a 15 dias-multa. ! É proteger o livre exercício do voto. ! A finalidade é coagir alguém em votar ou não votar em alguém. ! O diferencial está no emprego da violência ou grave ameaça, o que significa a intimidação. ! É necessário um abalo psíquico sério. 113" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO USAR VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA PARA IMPEDIR DE VOTAR Ferradoza ! Sujeito ativo, por ser crime comum, é qualquer pessoa. ! Sujeito passivo mediato será o eleitor. ! Sujeito passivo imediato o Estado. ! Admite-se a forma tentada. ! Deve ocorrer no necessariamente no período eleitoral: Ac.-TSE, de 17.2.2011, no AgR-REspe nº 5163598: não exigência de que o crime deste artigo tenha sido praticado necessariamente durante o período eleitoral; a ausência de poder de gestão de programa social não afasta eventual configuração do delito deste artigo. 114" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido: Pena - detenção até 6 meses e pagamento de 60 a 100 dias- multa. § único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada. ! Proteção ao livre exercício do voto. 115" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO COAGIR ALGUÉM SENDO SERVIDOR PÚBLICO Ferradoza ! A conduta é a coação exercida por autoridade que se encontra Investido de servidor público. ! O sujeito ativo, por ser crime próprio, exige que o criminoso esteja investido no cargo público. ! Se for investido na Justiça Eleitoral a pena é agravada. ! Sujeito passivo mediato é o eleitor. ! Sujeito passivo imediato é o Estado. ! Admite-se a forma tentada. 116" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem: Pena - reclusão até 3 anos. ! O objeto tutelar é o livre exercício do voto, bem como a boa ordem dos trabalhos. ! A conduta é Votar; Tentar votar mais de uma vez; Votar no lugar de alguém; 117" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO VOTAR OU TENTAR VOTAR EM LUGAR DE OUTRO ELEITOR Ferradoza ! Sujeito ativo é qualquer pessoa (crime comum) ! Sujeito passivo o Estado. ! Tentativa, por ser este crime integrante dos delitos de atentado, significa que qualquer tentativa recebe sanção idêntica à modalidade dolosa, sem redução do art. 14, § único do CP (reduz em 1 a 2/3) 118" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza " Art. 339 do CE. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documentos relativos à eleição: Pena - reclusão de 2 a 6 anos e pagamento de 5 a 15 dias- multa. ! Ex. Pessoa destrói título de alguém pensando em prejudicá-lo. Não é período eleitoral. Portanto, não comete este delito. É crime de supressão de documento público do art. 305 do CP. 119" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO DESTRUIR, SUPRIMIR OU OCULTAR URNA CONTENDO VOTOS, OU DOCUMENTOS RELATIVOS À ELEIÇÃO Ferradoza ! Para que haja crime eleitoral, além da conduta estar prevista no CE, necessário que viole o bem jurídico que a norma tutela. ! O crime deve ser praticado com o fito de atingir valores como a liberdade do exercício do voto, a regularidade do processo eleitoral e a preservação do modelo democrático. A destruição de título eleitoral da vítima, despida de qualquer vinculação com pleitos eleitorais e com o intuito, tão somente, de impedir a identificação pessoal, não atrai a competência da Justiça Eleitoral. O objetivo do padrasto foi o de dificultar ou impedir a identificação das vítimas, sem nenhuma vinculação com o processo eleitoral. Logo, NÃO HOUVE CRIME ELEITORAL. STJ. 3ª Seção. CC 127101/RS, julgado em 11/02/2015. 120" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza No caso de exemplo o crime praticado pelo padastro foi: ! Crime de supressão de documento, previsto no at. 305 do CP: Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: ! Julga na Justiça comum (art. 109, IV, da CF/88). ! Motivo: título de eleitor é “documento federal”, expedido pela Justiça Eleitoral. ! Dessa feita, o crime foi praticado em detrimento de um serviço da União. 121" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 122" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" COMPRA DE VOTOS Art. 41-A. constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato DOAR, OFERECER, PROMETER, OU ENTREGAR, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de 1000 a 50.000 mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma. 123" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO ART. 41-A COMPRA DE VOTOS Ferradoza ! O OBJETO É: • Doar; • Oferecer; • Prometer; • Entregar e • Abstenção do voto (equiparação ao art. 299 do CE – corrupção eleitoral) ! Nome iuris do artigo: • Representação ou reclamação 124" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Sanção do art. 41-A: ! Cassação do registro ou diploma + multa. ! Nunca INELEGIBILIDADE. Art. 41-A da Lei 9.504/1997. Captação de sufrágio. As sanções de cassação do registro ou do diploma previstas pelo art. 41-A da Lei 9.504/1997 não constituem novas hipóteses de inelegibilidade." (ADI 3.592, Rei. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 26-10-2006, Plenário, DJ de 2-2-2007.) No mesmo sentido: Al 660.024-AgR, rei. min. Joaquim Barbosa, julgamento em 25-9-2012, Segunda Turma, DJEde 7-12-2012. 125" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza CUMULAÇÃO DA MULTA E DA CASSAÇÃO ! O TSE no Agravo Regimental no RCDE n° 707/RJ, relator Ministro Marco Aurélio julgou: As sanções previstas no artigo 41-A da Lei n° 9.504/1997 - multa e cassação do registro ou do diploma - são, necessariamente, cumulativas. Verificada a perda do objeto em virtude do encerramento do mandato, descabe a sequência do processo, sob a alegação de subsistir a cominação de multa. DJE de 31.5.2012. Informativo 12/2012 126" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza A modalidade ativa é: ! Dar, oferecer ou prometer. A modalidade passiva é: ! Solicitar ou receber. " Sempre e em qualquer das hipóteses para obter ou dar voto ou prometer abstenção (Precedentes: HC 177, rel. Min. Pertence, HC 233, rel. Min. Jardim, e Rec. 10.962, rel. Min. Andrade)". 127" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza REspe nº 4038-03/CE. Relator originário: Ministro Henrique Neves da Silva. Redatora para o acórdão: Ministra Luciana Lóssio; Ementa: RECURSO ESPECIAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ART. 41-A DA LEI Nº 9.504/97. CONFIGURAÇÃO. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. DESPROVIMENTO. 1. O núcleo do artigo 41-A da Lei nº 9.504/1997 não exige, para a sua configuração, apenas a entrega do bem ou da vantagem pessoal, contentando-se com o oferecimento ou a promessa de entrega, a fim de obter o voto do eleitor. 2. Afastar a conclusão da Corte Regional acerca da configuração da captação ilícita de sufrágio importaria, no caso, o vedado reexame de fatos e provas dos autos, nos termos da Súmula nº 279/STF. 3. Recurso Especial desprovido. DJE de 25.9.2013. Noticiado no Informativo nº 22/2013. 128" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza RITO A SER SEGUIDO ! Ordinário eleitoral do art. 22, inciso I ao XIII, da LC 64/90 ! que NÃO tem efeito suspensivo, pois é aplicação imediata. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DA REPRESENTAÇÃO POR 41-A ! Do registro (não precisa estar deferida) de candidatura até a diplomação. 129" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza POTENCIALIDADE DO DANO LC 135/2010, art. 22, XVI - para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam. Ac.-TSE, de 16.12.2010, no AgR-AI nº 123547: exigência de prova robusta dos atos que configuram a captação ilícita de sufrágio, não sendo bastante meras presunções. 130" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza LC 135/2010 verifica-se a gravidade das circunstância s. bastava uma conduta, ainda que tentada. ! Quebra da igualdade ocorre quando candidato pratica ato capaz de alterar o resultado das eleições, ainda que não tenha ou possa ter sido isoladamente decisivo para tanta. ! O que se há de verificar, com efeito, é a gravidade da conduta, aferida segundo a sua reprovabilidade contextual. ! Se alguém oferece suborno a 'x eleitores', não importa se acabou derrotando o adversário por 5 ou 'x eleitores' de votos de diferença. ! O igualdade do pleito já foi abalada, especialmente pelo fato de que é impossível dimensionar matematicamente o impacto do ato de "benemerência". 131" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza APLICAÇÃO DA SENTENÇA ! A execução das decisões fundadas no art. 41-A da Lei nº 9.504/97 é imediata. ! Para que a Ação Cautelar suspenda os efeitos, ele teve ter relevância nos argumentos. Agravo Regimental na Ação Cautelar n° 410-69/RR - Relator: Ministro Arnaldo Versiani 132" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 133" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" CORRUPÇÃO ELEITORAL Art. 299 do CE. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: Pena - reclusão até 4 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa. ! Não é um crime de mão própria, por isso pode ser praticado por qualquer pessoa, candidato ou não. ! Significa que qualquer pessoa, mesmo não sendo candidato e ofereça alguns dos verbos do artigo, estará inserido no delito. 134" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Não exige que a vantagem oferecida ao eleitor parta do candidato. ! Caso venha a ser oferecida a vantagem pelo candidato ai o delito passa a ser o 41-A da Lei n° 9.504/97. CONSUMAÇÃO DO DELITO ! No momento da entrega do beneficio ou do recebimento. ! Por ser um crime formal, basta a promessa para que se concretize o delito, não necessita da ocorrência da ação delituosa. 135" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Mesmo que a dádiva não seja aceita já se configura o delito. Crime de corrupção eleitoral e necessidade de identificação dos eleitores. HC nº 693-58, Jandira/SP, 11.6.2013. Plenário do TSE, por maioria, afirmou que para a configuração do tipo penal de corrupção eleitoral, previsto no art. 299 do CE, além do dolo específico de obter, dar voto ou prometer abstenção, é necessário que a conduta seja dirigida a eleitores identificados ou identificáveis. 136" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO TENTATIVA ! É admissível quando após iniciada a execução, vem a ser interrompido o iter criminis por razões alheias à vontade do agente. '[...]. Na corrupção eleitoral, crime formal, o eleitor deve ser identificado ou identificável, Inexigindo-se, todavia, o resultado pretendido pelo agente para sua consumação.' (Ac. de 20.5.2008 no HC n° 572, rei. Min. Joaquim Barbosa.) ! Há posicionamento contrário: 137" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza "[...] 2. O crime de corrupção eleitoral, por ser crime formal, não admite a forma tentada, sendo o resultado mero exaurimento da conduta criminosa. [...]." (Ac. de 27.11.2007 no AAG n° 8.905, rei. Min. Arnaldo Versiani.) ! Prazo para representação pelo delito do art. 299 do CE vai do registro de candidatura até a diplomação. 138" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 139" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Art. 299 CE ART. 41-a Lei nº 9.504/9 Sujeito passivo Praticado pelo Candidato e eleitor. Respondem os dois. Praticado pelo candidato ou alguém que por ele pratique a compra do voto, por sua ordem e conta. Responde o candidato. Eleitor como sujeito passivo Deve estar apto a votar. Responde nas penas do art. 299: Reclusão até 4 anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa Responde nas penas do art. 299: Recl. até 4 anos e pgto. de 5 a I5 dias-multa + Penas do Art. 41-A: multa de mil a 50 mil Ufir, + cassação do registro ou do diploma, Ferradoza Promessas de campanha configura corrupção eleitoral? Agravo Regimental no Agravo de Instrumento n" 586-48/SP. Rei. Min. Marcelo Ribeiro. 1. A realização de promessas de campanha, as quais possuem caráter geral e usualmente são postas como um beneficio à coletividade, não configuram, por si só, o crime de corrupção eleitoral, sendo indispensável que a promessa de vantagem esteja vinculada à obtenção do voto de determinados eleitores. DJE de 13.9.2011. 140" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 141" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" REPRESENTAÇÃO PELO 30-A “CAIXA 2“ REPRESENTAÇÃO PELO 30-A (caixa 2 ou gastos ilícitos de campanha) Art. 30-A da 9.504/97. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 dias da diplomação, relatando fotos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas a arrecadação e gastos de recursos. 142" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 143" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Petição inicial! Representação. A petição inicial é do art. 96 da Lei nº 9.604/96 Rito! Ordinário eleitoral do art .22 da LC nº 64/90 (inc. I ao XII). (art. 30-A, § 1º) É o rito da AIJE, é mais amplo. Prazo inicial! 15 dias da diplomação (30-A caput da 9.504/97) " Prazo inicial se for representação específica! É o dia do pedido de registro. PROPORCIONALIDADE ! Para cassar diploma, nas hipóteses de captação ou gastos i l íc i tos de recursos é preciso demonstrar a proporcionalidade da conduta praticada em favor do candidato, considerado o contexto da respectiva campanha ou o próprio valor em si. Resp n» 16325-69/ MG -Relator: Min. Arnaldo Versiani Ac.-TSE, de 7.5.2013, no RO nº 874: na representação deste artigo deve-se comprovar a existência de ilícitos que extrapolem o universo contábil e possuam relevância jurídica para comprometer a moralidade da eleição. 144" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza POTENCIALIDADE DO DANO ANTES: Ac.-TSE, de 28.4.2009, no RO no 1.540: inexigência de p o t e n c i a l i d a d e d a c o n d u t a , b a s t a n d o p r o v a d a proporcionalidade (relevância jurídica) do ilícito praticado, para incidência da sanção de cassação do registro ou negação do diploma. DEPOIS: Ac.-TSE, de 1º.12.2011, no RO nº 444344: vício de natureza insanável que enseja a rejeição das contas de campanha não acarreta obrigatóriamente a perda do diploma do candidato, sendo necessária a aferição da relevância jurídica do ilícito. 145" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza LC 135/2010 verifica-se a gravidade das circunstância s. bastava uma conduta, ainda que tentada. ! Ela cassa o diploma ou impede de obtê-lo. ! Só é permitido arrecadar recursos e realizar gastos após a solicitação do registro do candidato e do comitê financeiro, bem como já possuir CNPJ, conta bancária específica para a movimentação financeira de campanha e a obtenção dos recibos eleitorais. 146" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza EFEITO DA SENTENÇA Ac.-TSE, de 1º.3.2011, no AgR-AC nº 427889: efeito imediato da dec isão que cassa d ip loma em representação fundada neste artigo. Ac.-TSE, de 4.12.2007, no MS no 3.567: execução imediata da decisão que impõe cassação do registro ou negação do diploma com base no art. 30-A da Lei no 9.504/1997, por não versar sobre inelegibilidade. 147" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Em síntese o 30-A é: 1. Recursos movimentados sem conta corrente; 2. Ausência de trânsito pela conta especifica, ou seja, a verificação de "caixa dois"; 3. Recebimento de recursos de fonte vedada; 4. Utilização de recursos para pagamento de despesas não elencadas pela norma, abusando do poder econômico para proporcionar vantagem ao eleitor, comprometendo a igualdade de oportunidades entre os candidatos, ou seja, corrompendo a vontade do eleitor. 148" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! O uso do chamado cheque guarda-chuvas - em que várias despesas são quitadas com uma folha de cheque - não é permitido. 149" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza 150" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" REPRESENTAÇÃO PELO 73 ao 77 Condutas vedadas REPRESENTAÇÃO PELO art. 73 ao 77 (Condutas vedadas) Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetara igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: Art. 74. Configura abuso de autoridade... Art. 75. Nos 3 meses antes das eleições, na realização de inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos. 151" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja vinculado. Art. 77. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas. 152" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza Agente público: ! A Lei das Eleições define como agente público quem exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vinculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da Administração Pública direta, indireta ou fundacional. ! Rito - sumário eleitoral do art. 96 da Lei 9.504/97. ! Pode figurar numa AIJE. 153" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza ! Prazo inicial é do pedido de registro da candidatura. ! Prazo final é o dia das eleições. Depois está precluso. ! EFEITO DA SENTENÇA: assume o 2º colocado, salvo se tiver o art. 224 do CE. ! Exemplos de fatos: ! Usar escola pública em campanha. ! Uso de escrivaninhas escolares em comitê. ! Prefeito, durante a campanha, participar de solenidade de inauguração. 154" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza TEORIA DO DIREITO ELEITORAL 155" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO" BIBLIOGRAFIA PARA ESTE MÓDULO MARLON REIS; colaboradores: Sergio Ferradoza e Dalvan tavares. Direito"eleitoral"brasileiro.""Imprensa:"Brasília,"Alumnus," 2012" CERQUEIRA, Thales Tácito. Direito eleitoral esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2011. __________. Direito eleitoral esquematizado. 3. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2013. ALVIM, Frederico Franco. Direito eleitoral e partidário. Leme: CL Edijur, 2012. 156" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza GOMES, Suzana de Camargo. Crimes eleitorais. 2. ed. Rev. atual. e ampl. RT: São Paulo, 2006. BROZOZA, Edson. Crimes eleitorais: conhecê-los para não cometê-los: comentários descomplicados. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010. SANTANA, Jair Eduardo. Direito eleitoral: para compreender a dinâmica do poder político. E. Ed. Belo Horizonte: Fórum, 2006. SPITZCOVSKI, Celso. Direito eleitoral. 2. ed. São Paulo : Saraiva, 2007. 157" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito eleitoral. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. BRASIL. Informativos do TSE. 158" DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO Ferradoza
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