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ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA

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ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
ROBERT ALEXY E NEIL MACCORMICK[1: ARTIGO apresentado para fins de obtenção da M3, referente a disciplina de Teoria da Argumentação Jurídica, ministrada pela Profa. Ms. Marilu Pohlenz.				 ]
SAMARA MOREIRA SCHEFFMACHER[2: Acadêmico da 5ª fase, do Curso de Direito, UNIARP.]
RESUMO
Este artigo tem como objetivo principal demonstrar o aprendizado em relação à Teoria da Argumentação Jurídica estudada durante o semestre, tendo como elenco principal Robert Alexy famoso filósofo estudioso da teoria supracitada. Chamado também de jusfilósofo, Alexy aponta seus principais pontos a respeito dessa teoria como argumentos necessários a uma boa argumentação, os conceitos que envolvem tal teoria e técnicas que possam ser utilizadas. Nesse artigo também podemos encontrar as Teorias de Neil MacCormick que baseou-se em decisões judiciais proferidas em tribunais escoceses e ingleses. Bem como ao decorrer do artigo também encontraremos outras doutrinas que envolvem o tema e dão suas respectivas opiniões científicas, filosóficas e jurídicas.
PALAVRAS-CHAVE: 
Teoria da Argumentação Jurídica, Técnicas Indicadas, Conceitos, Argumentos;
INTRODUÇÃO
O intuito deste artigo é apresentar alguns conceitos principais da obra 
“Teoria da Argumentação Jurídica” de Robert Alexy e “Argumentação Jurídica e Teoria do Direito” de Neil MacCormick fazendo as devidas inter-relações entre eles. MacCormick, analisando, decisão judicial proferidas nos tribunais escocês e inglês constrói os pilares da sua teoria. Robert Alexy baseia boa parte de sua teoria nas pesquisas de Haberman, Drier, Baier entre outros, incentivado, principalmente, pela tradição neokantista alemã que é onde foi inserido. Alexy é fortemente influenciado pela escola analítica inglesa e pela pragmática filosofia britânica.
Segundo Cláudia Toledo a formulação de uma teoria da argumentação jurídica somente foi possível mediante contribuição de várias teorias do discurso prático.
Sendo o que veremos a seguir nesse artigo.
1 CONCEITOS
A formulação de uma teoria da argumentação jurídica somente foi possível mediante a contribuição de várias teorias do discurso prático anteriormente desenvolvidas, desde a Ética Analítica , as Regras do Discurso e a Teoria da Argumentação , até chegar à Teoria Consensual da Verdade de Habermas, com que a teoria da argumentação jurídica se mescla. Por outro lado, para a criação dessa, imprescindível se fez o estudo sobre uma Teoria do Discurso Prático Racional Geral, sendo o discurso jurídico um caso especial da generalidade do discurso prático[3: TOLEDO, Cláudia. Professora do Curso de Direito da Escola Superior Dom Helder Câmara. Doutora em Filosofia do Direito e Teoria do Direito pela UFMG. Pós-doutorado em Filosofia do Direito e Teoria do Direito pela UFSC. Teoria da Argumentação Jurídica. ]
A partir da consciência de que “a lógica formal é insuficiente para a justificação de enunciados jurídicos” nasce a Teoria da Argumentação Jurídica de Alexy, que intenta minimizar a subjetividade das interpretações a serem procedidas pelos aplicadores do Direito. A Teoria da Argumentação Jurídica é, antes de tudo, um método que institui regras de interpretação para a interpretação de regras (as regras como componentes do ordenamento jurídico). Os aspectos valorativos, que passaram a ser entendidos também como parte do Direito, inserem-se na teoria do jusfilósofo através da pretensão de correção do discurso; constatada a necessidade de que as ações moralmente corretas sejam abarcadas pelo Direito, Alexy determina que o ordenamento seja erigido sobre uma pretensão de correção. Nesse ponto, o doutrinador faz uma distinção importante: a ausência de efetivação da correção não é algo que o inviabiliza, uma vez que uma decisão injusta não compromete todas as demais decisões. Entretanto, o ordenamento que não se alicerça na pretensão de correção torna-se inviável, pois todas as decisões que nele se fundamentarem serão injustas. Somada à pretensão de correção, que está prevista também na teoria habermasiana, Alexy entende ser necessária a justificação da decisão tomada. A regra e sua aplicação devem responder a pergunta “Por que ela se faz necessária naquele caso?”.[4: DUARTE, Luciana Gaspar Melquíades. e CARVALHO, Caroline Pessoa de. Aplicabilidade da Teoria da Argumentação Jurídica de Robert Alexy nas Decisões Judiciais; Pg 129. 5 MACCORMICK, Neil. Argumentação Jurídica e Teoria do Direito. Trad. Waldéa Barcelos. São Paulo: Martins Fontes, 2006.]
Para MacCormick a Argumentação Jurídica é como uma ramificação da argumentação prática. Essa explicação é feita com base na análise de jurisprudências britânicas, principalmente inglesas e escocesas, uma vez que o processo decisório no Reino Unido é vantajoso por envolver a prática de cada juiz apresentar seu parecer publicamente, engajando-se todos em uma discussão pública em si, que leva a uma exposição das melhores razões decisórias. O processo de argumentação é como um processo de justificação, afinal, toda a decisão deve ser justificada com bons argumentos.[5: ]
A teoria argumentativa de Neil MacCormick está entre a teoria de Dworkin (tese da única resposta correta) e a de Alf Ross (as decisões jurídicas são arbitrárias, são um produto da vontade, não da razão). Neil MacCormick elabora um modelo de justificação das decisões judiciais e pretende que as decisões realmente se comportem conforme este modelo. São objeto de sua análise casos do Direito da Inglaterra e da Escócia. MacCormick aponta duas vantagens neles de se analisar os casos do direito inglês: 1- cada juiz deve escrever seu voto e se decide por maioria simples; 2- os juízes são recrutados entre os advogados, não há uma carreira judicial. [6: SERBENA, Cesar. Prof. Esquema de aula: Teorias da Argumentação de Alexy e MacCormick. ]
MacCormick formulou uma teoria integradora da argumentação jurídica calcada na justificação, única capaz de viabilizar a persuasão. 
A justificação deve apoiar-se nas normas vigentes e nos fatos estabelecidos, apontando razões que mostrem que a decisão garante a realização da justiça. Para ele, o convencimento do auditório é fundamental para a legitimação da decisão, e é alcançado a partir de uma cadeia argumentativa coerente, através da aceitação de premissas que leve à aceitação imediata da conclusão.[7: DUARTE, Luciana Gaspar Melquíades. e CARVALHO, Caroline Pessoa de. Aplicabilidade da Teoria da Argumentação Jurídica de Robert Alexy nas Decisões Judiciais; Pg 129]
Toulmin ocupou-se de uma teoria da argumentação jurídica refutando, para tanto, a aplicação do modelo da lógica formal dedutiva no campo da razão prática. Ao revés, o autor propõe o emprego de uma lógica eficaz e aplicada, assim concebida aquela praticada pelos tribunais no julgamento de litígios jurídicos e pretensões vazadas na jurisprudência. O argumento bem fundamentado, bem originado, resiste a qualquer crítica e favorece o julgamento favorável da pretensão aduzida em juízo. A aferição da adequação de um argumento, entretanto, varia de acordo com o contexto histórico, disciplinar e social, sendo uma questão de procedimento. Seu modelo de argumentação comporta cinco etapas: a formulação de um ponto de vista; o apontamento dos dados de que dispõe; a produção de uma justificativa; o provimento de novas informações que sirvam de apoio para a mesma; a consideração de exceções. A teoria de Toulmin porém, recebe comumente a crítica de não esclarecer a diversidade dos campos de argumentação e de pretensões de validade.[8: DUARTE, Luciana Gaspar Melquíades. e CARVALHO, Caroline Pessoa de. Aplicabilidade da Teoria da Argumentação Jurídica de Robert Alexy nas Decisões Judiciais.]
“quem afirma uma proposição normativa que pressupõe uma regra para a satisfação do interesse de outras pessoas deve poder aceitar as consequências de dita regra também no caso hipotético de ele se encontrar na situação daquelas pessoas; as consequências de cada regra para a satisfaçãodos interesses de cada um devem ser aceitas por todos e toda regra deve ser ensinada de forma aberta e geral”.[9: ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. 3 ed. São Paulo: Forense, 2012.]
A Pretensão da Correção
A efetivação da pretensão de correção no discurso jurídico só seria possível se partisse de um discurso que promovesse a igualdade entre seus interlocutores e que tivesse como objetivo a universalidade. Por isso, completa a teoria habersiana com regras, denominadas de justificação interna e externa, ou seja, as regras do discurso jurídico. Já o conceito de correção dá-se através de uma distinção entre suas duas dimensões: a subjetiva e a objetiva. A primeira seria aquela que alguém entende como justa, podendo resultar num abuso das prerrogativas jurídicas de autoridade; já a segunda seria a correção, isto é, o “dever ser”, sendo esta última a dimensão perseguida pelo direito.[10: ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. São Paulo: Forense, 2005.]
“A argumentação preocupa-se com os problemas do mundo fático, do mundo real. Toda decisão jurídica busca solucionar algo da vida fática, que dela dependa ou que nela interfira. Assim, sua presença na análise da justificação externa nada mais é do que um reflexo da necessidade de se embasar o discurso jurídico, decorrente do discurso prático geral.”[11: ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. São Paulo: Forense, 2005.]
Justificação Interna x Justificação Externa
Há regras que regem o discurso, as quais variam um pouco de autor para autor, mas que têm seu cerne, sua idéia nuclear inalterada. São as regras requisito imprescindível para a aferição da racionalidade de qualquer discurso prático. Isto é, tudo pode e deve ser objeto do discurso, tanto o conteúdo das suas regras - que são, por sua vez, a forma do discurso - quanto a própria forma dessas regras, isto é, a forma da forma do discurso. São elas as regras fundamentais, de razão, de carga da argumentação, de fundamentação, de transição, além de delinear as formas de argumento do discurso prático. Além dessas regras relativas à generalidade do discurso prático racional, o discurso jurídico segue formas e regras específicas, chamadas de justificação interna e de justificação externa.[12: TOLEDO, Cláudia. Professora do Curso de Direito da Escola Superior Dom Helder Câmara. Doutora em Filosofia do Direito e Teoria do Direito pela UFMG. Pós-doutorado em Filosofia do Direito e Teoria do Direito pela UFSC. Teoria da Argumentação Jurídica.]
Os problemas ligados à justificação interna têm sido amplamente discutidos sob o nome de silogismo jurídico. Atualmente há uma série de publicações em que se trata dos problemas relativos ao tema, aplicando-se os métodos da lógica moderna. 
O objeto da justificação externa é a fundamentação das premissas usadas na justificação interna. Ditas premissas podem ser de tipos bastante diferentes. Pode-se distinguir: regras de direito positivo, enunciados empíricos e premissas que não são nem enunciados empíricos nem regras de direito positivo.[13: ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. 3 ed. São Paulo: Forense, 2012.]
Ainda segundo Alexy:
 “ As formas de de argumentos e as regras de justificação externa podem classificar-se em seis grupos: regras e formas de interpretação, argumentação da Ciência do Direito, uso dos procedentes, argumentação prática geral e argumentação empírica, assim como das chamadas formas especiais de argumentos jurídicos”[14: ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. 3 ed. São Paulo: Forense, 2012.]
Justificação Dedutiva x Justificação Não-dedutiva
Quanto à argumentação dedutiva, MacCormick afirma que esta se faz presente nas decisões de situações mais simples, em que todas as partes concordam quanto à nítida aplicação de uma norma clara e quando se chega à conclusão da prova dos fatos.
 Justificação dedutiva é justamente aquela em que a conclusão da argumentação está implícita nas premissas argumentadas. Uma argumentação dedutiva será válida se, não importa qual seja o teor das premissas e da conclusão, sua forma for tal que suas premissas de fato impliquem (ou acarretem) a conclusão. Isso é relacionado àquela expressão lógica “se p, então q”, que, desde Aristóteles, possui reconhecimento como uma argumentação dedutiva válida. Nesse caso, “p” estipularia um conjunto de fatos operativos e “q”, a consequência jurídica que daí advém. [15: MACCORMICK, Neil. Argumentação Jurídica e Teoria do Direito. Trad. Waldéa Barcelos. São Paulo: Martins Fontes, 2006.]
Problemas que limitam a justificação dedutiva, que levam à não-dedutiva, são teorizados por MacCormick, de modo que alguns conceitos se fazem proeminentes. São estes: problema de interpretação e problema de pertinência. O que está registrado na forma de “se p, então q”, pode ser, em alguns casos, entendido com significados diametralmente rivais: ora “se p1, então q”, ora “se p2, então q”. O tribunal, diante dessa situação, deve escolher qual a interpretação a ser utilizada da norma. Essa escolha, no entanto, exige ser sustentada, justificada. É então essa justificação da escolha que constrói o “problema de interpretação”. Somente depois de resolvida essa questão, é que se segue uma simples justificação por dedução de uma decisão específica. Fazendo as devidas relações: a primeira justificação (a da escolha do significado da norma) é uma justificação não-dedutiva, enquanto a segunda (referente à aplicação da norma e formulação da decisão) configura-se a justificação dedutiva.
Em alguns casos, surge o “problema da pertinência”. Anteriormente à interpretação da norma, esse problema analisa a existência da norma. Quando não há uma norma pré-estabelecida para determinar e conduzir a uma decisão, é primordial observar se a reivindicação apresentada diante do tribunal é pertinente de acordo com as normas do direito vigente. O autor da ação deve formular um silogismo legal válido – não apenas em termos lógicos, mas também jurídicos – para atestar que o seu caso é pertinente.[16: MACCORMICK, Neil. Argumentação Jurídica e Teoria do Direito. Trad. Waldéa Barcelos. São Paulo: Martins Fontes, 2006.]
2 ARGUMENTOS
Os juízes devem estar atentos às consequências provenientes da tomada de certas deliberações, segundo os valores de justiça, senso comum, interesse público, conveniência e praticidade. Vale ressaltar que esses parâmetros não são objetivos, mas subjetivos, o que leva a entender que cabe a esses juízes estabelecer seus próprios pesos quanto a esses critérios, resultando em decisões diferentes sobre um mesmo aspecto. Tendo em vista essa responsabilidade, todas as deliberações são testadas. Então, para reforçar a tomada de uma alternativa como verdadeira e viável para a sociedade, são utilizados requisitos como: argumentação consequencialista; argumentação a partir da coerência; argumentação a partir da coesão.[17: MACCORMICK, Neil. Argumentação Jurídica e Teoria do Direito. Trad. Waldéa Barcelos. São Paulo: Martins Fontes, 2006.]
A argumentação consequencialista possui um caráter avaliatório, portanto, em certo sentido, subjetivo. É relevante observar que o conceito de consequência para MacCormick não é o mesmo adotado pelos utilitaristasÉ relevante observar que o conceito de consequência para MacCormick não é o mesmo adotado pelos utilitaristas, pois como é explicado por Manuel Atienza, se insistir em interligar MacCormick ao utilitarismo, é preciso entender que “se trata não apenas de um utilitarismo da regra, como também de um utilitarismo ideal”. Entende-se, então, que as consequências teorizadas pelo jusfilósofo escocês não se restringem às implicações para as partes do caso, mas também às consequências da norma em que se baseia a decisão; ou seja, constitui um utilitarismo que não se limita ao valor da utilidade, mas também a outros valores, tais como a justiça, conveniência pública e senso comum, por exemplo.[18: ATIENZA, Manuel. Neil MacCormick: Uma teoria integradora da argumentação jurídica. Asrazões do direito: teorias da argumentação jurídica. São Paulo: Landy, 2006. p. 134.][19: MACCORMICK, Neil. Argumentação Jurídica e Teoria do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.p. 98. Teoria Da Argumentação Jurídica de Neil Maccormick. Evilanne Brandão de Morais e Nayla Soares de Oliveira. Publicado em 02/2013. Elaborado em 01/2012. ]
Apesar desse subjetivismo e essa possibilidade de obtenção de decisões discrepantes, para balizar essas deliberações é necessário os requisitos de coerência e coesão. A coerência exige que as normas do direito vigente envolvam valores válidos para a sociedade, enquanto a coesão é um termo mais estrito: exige que nenhuma das normas esteja em contradição com as outras normas do sistema. Destarte, esses dois requisitos se fazem necessários dentro de um sistema jurídico; isso fica evidente quando se analisa decisões que utilizam argumentações que testam deliberações propostas para verificar a coesão e a coerência com o sistema jurídico vigente.[20: MACCORMICK, Neil. Argumentação Jurídica e Teoria do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.p. 98. Teoria Da Argumentação Jurídica de Neil Maccormick. Evilanne Brandão de Morais e Nayla Soares de Oliveira. Publicado em 02/2013. Elaborado em 01/2012.]
Não obstante a inumerabilidade dos argumentos que podem ser trazidos para o discurso, para que obedeçam as regras do discurso, suas afirmações devem ser fundamentadas de modo a se demonstrar argumentativamente sua racionalidade. Para que se obtenha o máximo de racionalidade no resultado consensualmente estabelecido, são necessárias, dentre outras, as seguintes regras: 1) Qualquer um pode tomar parte no discurso, introduzir e problematizar qualquer asserção; 2) Se o falante aplicar um predicado a determinado objeto, deve aplicá-lo também a qualquer outro objeto semelhante nos aspectos essenciais; 3) O falante não pode se contradizer, 4) O falante só pode afirmar aquilo em que ele mesmo acredita; 5) O falante não pode usar a mesma expressão que outros falantes com significados diferentes; 6) O falante deve fundamentar o que afirma se lhe for pedido; É importante que, se o argumento afirmado pelo falante já for aceito pelos demais, ele não precisa ser justificado (princípio da inércia perelmaniano). O falante apenas está obrigado a dar mais argumentos para sua afirmativa, em caso de contra-argumentos (uma das regras da carga da argumentação). Caso contrário, haveria uma fundamentação ad infinitum , que inviabiliza o discurso, já que cada asserção deve ser indefinidamente justificada, o que equivocadamente pressupõe que nenhum conhecimento é já consolidado, que nenhum enunciado já foi consensualmente determinado como verdadeiro ou correto.
[21: TOLEDO, Cláudia. Professora do Curso de Direito da Escola Superior Dom Helder Câmara. Doutora em Filosofia do Direito e Teoria do Direito pela UFMG. Pós-doutorado em Filosofia do Direito e Teoria do Direito pela UFSC. Teoria da Argumentação Jurídica.]
“Quem afirma uma proposição normativa que pressupõe uma regra para a satisfação dos interesses de outras pessoas, deve poder aceitar as consequências de dita regra também no caso hipotético de que ele se encontrasse na situação daquelas pessoas.
As consequências de cada regra para a satisfação dos interesses de cada um devem poder ser aceitadas por todos. 
Toda regra deve poder ser ensinada de forma aberta e geral. “[22: SERBENA, Cesar. Prof. Esquema de aula: Teorias da Argumentação de Alexy e MacCormick. ]
Ainda sobre os argumentos de Alexy o Professor Cesar afirma os mesmos argumentos porém, de forma diferente da que se afirma por Cláudia Toledo dizendo que nas regras fundamentais nenhum falante pode contradizer-se; Todo falante somente pode afirmar aquilo que ele mesmo crê; Todo falante que aplique um predicado F a um objeto A deve estar disposto a aplicar F também a qualquer outro objeto igual a A em todos os aspectos relevantes; Distintos falantes não podem usar a mesma expressão com distintos significados. Além disso explica sobre as regras de razão de acordo com seu entendimento em que: Todo falante deve, quando lhe é pedido, fundamentar o que afirma, a não ser que possa dar razões que justifiquem a recusa de uma fundamentação; Quem pode falar pode tomar parte no discurso; Todos podem problematizar qualquer asserção; Todos podem introduzir qualquer asserção no discurso; Todos podem expressar suas opiniões, desejos e necessidades; Nenhum falante pode ser impedido de exercer seus direitos mediante coerção interna ou externa ao discurso.[23: SERBENA, Cesar. Prof. Esquema de aula: Teorias da Argumentação de Alexy e MacCormick. ]
“As Regras de Carga da Argumentação:
Quem pretende tratar A de maneira diferente de B está obrigado a fundamentá-lo;
Quem ataca uma proposição ou uma norma que não é objeto da discussão deve dar uma razão para isso;
Quem aduziu um argumento está obrigado a dar mais argumentos em caso de contra-argumentos;
Quem introduz no discurso uma afirmação ou manifestação sobre suas opiniões, desejos ou necessidades que não se apresentem como argumento a uma manifestação anterior tem, se lhe for pedido, de fundamentar por que tal manifestação foi introduzida na afirmação.”[24: ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. 3 ed. São Paulo: Forense, 2012. Pg. 288.]
3 TÉCNICAS INDICADAS
A teoria de Alexy indica várias formas de aplicação, sendo uma das mais fortes a estrutura racional da ponderação, através do desenvolvimento da racionalidade processual que implica uma aplicação, mediante técnicas de aprimoramento discursivo, de direitos fundamentais operacionalizáveis em determinado ordenamento jurídico. Em caso de conflito entre direitos fundamentais, o princípio da proporcionalidade deve ser aplicado para resolver o conflito em função de suas três sub-divisões: adequação, necessidade e ponderação. Se a restrição a um direito fundamental foi idônea e necessária, ela deverá ser correta e, por isso, ponderada. Deve-se justificar racionalmente as três fases de desenvoltura da aplicação da proporcionalidade mediante a teoria da argumentação jurídica em suas regras acima exaradas. Assim, quanto mais grave uma restrição a um direito fundamental, mais ‘pesados’ devem ser os argumentos que a justificam . Na fase de análise da adequação da intervenção sobre um direito fundamental, deve ser determinada a intensidade da intervenção nos direitos fundamentais; na fase de análise da necessidade, devem ser justificadas as razões de importância da intervenção; por fim, na fase de aplicação da ponderação, ocorre a proporcionalidade em sentido estrito. A teoria de Alexy é uma teoria do racional jurídico em vistas as pretensões universais de justificação de discursos e, no caso do direito constitucional, de ponderação justificada na solução de colisões entre direitos fundamentais.[25: DUARTE, Luciana Gaspar Melquíades. e CARVALHO, Caroline Pessoa de. Aplicabilidade da Teoria da Argumentação Jurídica de Robert Alexy nas Decisões Judiciais]
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalmente, podemos concluir com esse artigo que Robert Alexy não foi só um grande filósofo, foi também um grande revolucionário da doutrina da Argumentação Jurídica. Devemos ressaltar a importância de ter tal conhecimento, haja vista a profissão que escolhemos, devido a ela faz-se necessária uma excelente desenvoltura na área de argumentar, sendo que é através destes argumentos que defenderemos nossos pontos de vistas, nossa profissão, por assim dizer, mas não somente isso, também é através da argumentação, da fundamentação, que podemos reconhecer uma boa decisão seja ela uma simples decisão, uma decisão judicial, uma decisão que pode modificar a vida de alguém. Visto que uma decisão jurídica ou processual envolve vidas além da de quem argumenta, além da de quem a profere.
Por fim devemos ressaltar a importância de tal artigo que nos pode proporcionar um nível a mais de conhecimento e assim interagindo, quase que pessoalmente, com personalidades tão fortes que se destacaram não somentepor sua sabedoria mas também pelo fato de terem feito alguma diferença na história.
REFERÊNCIAS
ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. 3 ed. São Paulo: Forense, 2012.
ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. São Paulo: Forense, 2005.
ATIENZA, Manuel. Neil MacCormick: Uma teoria integradora da argumentação jurídica. As razões do direito: teorias da argumentação jurídica. São Paulo: Landy, 2006. p. 134.
DUARTE, Luciana Gaspar Melquíades. e CARVALHO, Caroline Pessoa de. Aplicabilidade da Teoria da Argumentação Jurídica de Robert Alexy nas Decisões Judiciais; Pg 129. http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source.
MACCORMICK, Neil. Argumentação Jurídica e Teoria do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.p. 98. Teoria Da Argumentação Jurídica de Neil Maccormick. Evilanne Brandão de Morais e Nayla Soares de Oliveira. Publicado em 02/2013. Elaborado em 01/2012. http://jus.com.br/artigos/23733/teoria-da-argumentacao-juridica-de-neil-maccormick
MACCORMICK, Neil. Argumentação Jurídica e Teoria do Direito. Trad. Waldéa Barcelos. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
SERBENA, Cesar. Prof. Esquema de aula: Teorias da Argumentação de Alexy e MacCormick. https://sites.google.com/site/profcesarserbena/home/conteudo-programatico---filosofia-do-direito-2o-ano-noturno/esquema-de-aula-teorias-da-argumentao-de-alexy-e-maccormick/esquema-de-aula-teorias-da-argumentao-de-alexy-e-maccormick
TOLEDO, Cláudia. Professora do Curso de Direito da Escola Superior Dom Helder Câmara. Doutora em Filosofia do Direito e Teoria do Direito pela UFMG. Pós-doutorado em Filosofia do Direito e Teoria do Direito pela UFSC. Teoria da Argumentação Jurídica.
http://www.domtotal.com/direito/pagina/detalhe/23718/teoria-da-argumentacao-juridica

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