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FINANCIAMENTO E CRÉDITO BANCÁRIO

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FINANCIAMENTO E CRÉDITO BANCÁRIO
AULA 1: CRÉDITO – INTRODUÇÃO – CONCEITO- ABRANGÊNCIA E IMPORTÂNCIA
O CONCEITO DE CRÉDITO
O que é crédito? O que significa “ter crédito na praça”? Qual é a importância do crédito para uma instituição financeira? Dos vários textos encontrados para definir crédito, podemos destacar as seguintes definições:
CRÉDITO
- Consiste na entrega de um valor presente, mediante uma promessa de pagamento.
- É a facilidade de obter dinheiro por empréstimo ou abrir contas em casas comerciais.
- É a soma posta à disposição de alguém num banco, numa casa de comércio etc., mediante certas vantagens.
- É o direito de receber o que se emprestou.
- É a troca de bens presentes por bens futuros.
- É a capacidade de que alguém dispõe para obter dinheiro, mercadoria ou serviço, mediante compromisso de pagamento num prazo futuro.
Para um banco, o crédito consiste em colocar à disposição de seu cliente uma quantia, através da formalização de empréstimo, financiamento ou adiantamento, tendo como contrapartida uma promessa de pagamento numa data futura. Logicamente, a quantia emprestada deverá ser devolvida acrescida dos encargos pactuados.
Qualquer que seja a finalidade ou o motivo para se conceder e obter crédito, há uma relação entre devedor e credor baseada na confiança.
 ← CONFIANÇA →
 A ABRANGÊNCIA DO CRÉDITO
A combinação de um bom cadastro com um sistema de análise e concessão de crédito se traduz num instrumento eficaz de apoio para o crescimento dos negócios. As empresas que possuam uma boa área de crédito, que avalia e conhece as necessidades de seus clientes, certamente terão em suas mãos uma poderosa ferramenta a ser utilizada na dura disputa por mercado.
NO COMÉRCIO →O crédito é um poderoso facilitador das vendas. Muitas lojas financiam diretamente seus clientes, seja através de cheques pré-datados ou de parcelamento no cartão de crédito.
NA INDÚSTRIA→O crédito também proporciona maior facilidade nas vendas. O financiamento pode ser oferecido pelo próprio fabricante ou através de uma instituição financeira.
NOS BANCOS →O crédito representa a sua atividade-fim. O banco tem que atuar como um intermediário financeiro entre aqueles que têm recursos excedentes (aplicadores) e aqueles que necessitam de recursos (tomadores).
A IMPORTÂNCIA DO CRÉDITO PARA ECONOMIA DE UM PAÍS
O crédito é um dos instrumentos que estimula o consumo das pessoas físicas, o que resulta em maiores vendas pelos comerciantes e numa elevação do nível de atividades das indústrias. Em uma análise preliminar podemos concluir que esse movimento é positivo para a economia de um país.
 						→
AULA 2: RISCO DO CRÉDITO
INTRODUÇÃO AO RISCO E SEU CONCEITO
Na aula anterior, verificamos que o crédito deve fazer parte das estratégias de vendas de empresas comerciais e industriais, de forma que elas possam alavancar suas vendas. Vimos também que conceder crédito faz parte da atividade-fim das instituições financeiras. Finalizamos discorrendo sobre a importância do mercado de crédito para a economia de um país.
Entretanto, o estouro da bolha de crédito imobiliário nos EUA, estopim de uma séria crise financeira internacional, mostrou o quanto deve ser levado a sério a análise do risco de crédito, seja de uma empresa, de uma pessoa física ou até mesmo de um país.
 RISCO DO CRÉDITO
Analisar, conhecer e tomar medidas que minimizem o risco de crédito faz parte da atividade de uma instituição financeira que disponibiliza recursos aos clientes.
Toda operação de crédito possui um risco, o qual tem quer ser conhecido antes da liberação dos recursos.
Na análise de uma operação de crédito, não pode haver, jamais, a incerteza.
Na análise de crédito, os conceitos de risco e de incerteza não se confundem, conforme podemos verificar abaixo:
RISCO →Ocorre quando as probabilidades de um evento acontecer são conhecidas, pois existem dados históricos e estatísticos a respeito do assunto. A decisão é tomada a partir de estimativas aceitáveis.
INCERTEZA →Ocorre quando não há dados suficientes para que sejam calculadas as probabilidades de um evento acontecer. A decisão é tomada de forma subjetiva.
O Banco Central do Brasil, através da Resolução 3.721, de 30.04.2009, estabeleceu regras às instituições financeiras para implementação de uma estrutura de gerenciamento do risco de crédito. Na referida instrução, o Bacen definiu risco de crédito como “a possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens concedidas na renegociação e aos custos de recuperação.”
Sinteticamente, podemos afirmar que risco de crédito é a probabilidade de que o recebimento não ocorra.
SUBDIVISÃO DO RISCO DO CRÉDITO
O risco de crédito pode ser analisado sob diversas óticas e considerando vários fatores. Segundo Silva (2008), o risco de crédito de um banco pode ser subdividido em quatro grupos: risco da operação de crédito; risco do cliente (risco intrínseco); risco de concentração de crédito e risco da administração do crédito.
RISCO DA OPERAÇÃO DE CRÉDITO→Cada operação de crédito tem suas características próprias, que serão levadas em conta na análise do risco - não do cliente, mas da maneira como o negócio está sendo formalizado, tais como: limite de crédito, valor, prazo, forma de pagamento e garantias.
RISCO DO CLIENTE→A análise desse risco será realizada através do estudo de itens inerentes ao cliente, os quais são chamados de Cs do Crédito.
RISCO DE CONCENTRAÇÃO DO CRÉDITO →As instituições financeiras devem, inclusive por determinação do Banco Central do Brasil, preocupar-se em não permitir que suas carteiras de crédito fiquem muito concentradas num determinado segmento de atividade econômica, numa região geográfica, num produto específico e/ou num mesmo grupo empresarial.
RISCO DE ADMINISTRAÇÃO DO CRÉDITO →Os bancos devem se estruturar de tal forma que possam contar com profissionais experientes e qualificados para desempenharem seus papéis no processo de análise de crédito. 
RATING
O rating nada mais é do que uma avaliação e classificação de risco, que é feita por meio da mensuração e ponderação das variáveis determinantes da empresa e de seus sócios. É apresentado por meio de um código ou classificação que fornece uma graduação do risco.
Dessa forma, o resultado de toda a análise de risco do cliente se traduz no rating. 
A graduação do risco do cliente é uma das ferramentas que possibilita ao banco determinar se irá conceder ou não o crédito ao cliente, e qual será o nível da taxa a ser cobrada.
Entretanto, o rating não deve ser utilizado isoladamente como parâmetro para justificar decisões em propostas de crédito.
ATENÇÃO!
Os bancos devem adotar uma metodologia própria que leve ao rating, classificando o risco de seus clientes ou contratar uma empresa que execute essa tarefa.
As agências de rating são empresas especializadas na análise e atribuição de uma graduação de risco. As três maiores agências de rating são a Standard & Poors, a Moody’s e a Fitch IBCA.
AULA 3: RISCO DO CLIENTE OU RISCO INTRÍSECO
O risco do cliente, também chamado de risco intrínseco, diz respeito às particularidades do tomador do crédito (devedor).
Após a análise do risco intrínseco, o analista terá uma visão da real intenção do devedor de pagar pelo empréstimo.
O analista terá também noção sobre a capacidade de pagamento do devedor e sobre as garantias a serem oferecidas. 
OS C's DO CRÉDITO
Para facilitar a análise do risco do cliente, os aspectos mais relevantes do tomador foram agrupados nos chamados "Cs do crédito”.Veja abaixo:
CARÁTER – CAPACIDADE– CONDIÇÕES – CAPITAL – COLATERAL – CONGLOMERADO
CARÁTER
Diz respeito à intenção do devedor e demais coobrigados de cumprir a promessa de pagamento. É a firmeza de vontade, a determinação em honrar os compromissos assumidos. Um devedor, por exemplo, pode chegar a desfazer-se de seus bens para pagar suas dívidas. Outro pode não ter a mesma disposição. O analista de crédito deve chegar à conclusão de que o tomador se manterá disposto a quitar o débito, mesmo nas condições mais adversas. Para tanto, alguns aspectos devem ser observados na análise de dados históricos, tanto da empresa quanto dos sócios, dentre os quais destacamos:
Pontualidade no pagamento dos compromissos – Deve-se considerar a pontualidade do cliente como um fator de grande relevância na definição do risco de crédito. Cabe ressaltar, porém, que uma dívida pode ser paga com atraso, ou até mesmo não ser quitada, não necessariamente por falta de caráter. Em determinadas situações, inclusive, pode ser considerado normal um atraso de até 14 dias. Porém, a contumácia no atraso dos pagamentos pode revelar uma deterioração financeira da empresa.
Existência ou não de restrições – Dentre as diversas situações que podem configurar uma restrição, estabelecemos as seguintes: protestos, falência, ações judiciais e de penhora, emissão de cheques sem fundos e atrasos no pagamento de impostos e de salários. A instituição financeira definirá, de acordo com sua política de crédito, de que maneira serão considerados os efeitos restritivos de cada uma dessas anotações. Devem ficar bem esclarecidas as causas e as consequências de cada uma das restrições apontadas, bem como as medidas tomadas pelo cliente para a regularização das mesmas.
Experiência em negócios – Nesse quesito será analisada a experiência do cliente na realização de negócios na própria instituição financeira. Nas operações anteriores, o cliente agiu de maneira correta na formalização e liquidação do débito? Houve alguma contestação ou fato que desabonasse o comportamento do cliente em relação à operação contratada? As garantias foram constituídas corretamente? Enfim, todo o histórico do que ocorreu em operações anteriores deve ser analisado, de forma a permitir ao analista uma percepção mais apurada do comportamento do cliente.
Atuação na praça – Deve ser observado o histórico de atuação da empresa na praça. Como se dá a relação da empresa com seus colaboradores, clientes, fornecedores e concorrentes? A empresa age de forma ética e respeitosa com todos que fazem parte de sua rede de relacionamento? Qual a posição da empresa em relação à responsabilidade sócio-ambiental?
As principais fontes de consulta, além dos dados existentes no próprio banco, são as seguintes:
Cartórios de protesto de títulos – O protesto é uma prova de falta de pagamento dos títulos. Cabe ressaltar, porém, que um protesto isolado pode não ter grande significado, a não ser que seu valor seja muito representativo para a empresa. Cada título protestado deve ter seus motivos devidamente analisados.
Convênio e associações – Associações comerciais, serviços de proteção ao crédito e SERASA são grande fonte de informação a respeito de empresas e de pessoas devedoras.
Outras fontes – Artigos e reportagens publicadas em jornais, revistas e informes regionais também são de grande valia na apuração do caráter dos proponentes ao crédito. Não podemos nos esquecer das informações obtidas por sindicância na circunvizinhança da sede do cliente.
Sistema de Informações de Crédito do Banco Central do Brasil (SCR) – Instrumento de registro e consulta às informações sobre o montante das operações de crédito e responsabilidades por garantias contraídas de pessoas físicas e jurídicas perante instituições financeiras no país. Permite, observadas as regras de sigilo bancário, a troca de informações entre os integrantes do Sistema Financeiro Nacional. O principal objetivo do SCR é prover o Banco Central de informações precisas e sistemáticas sobre as operações de crédito contratadas pelas instituições financeiras com o propósito de proteger os recursos depositados pelos cidadãos nestas mesmas instituições. Além disso, é utilizado pelas instituições financeiras, desde que com autorização específica de seus clientes, para avaliar a capacidade de pagamento deles.
CAPACIDADE
Diz respeito à habilidade administrativa, competência empresarial ou profissional dos proponentes do crédito para gerir os negócios da empresa. Deve ser observada a formação profissional dos principais dirigentes, bem como sua experiência na atividade. Além disso, a visão estratégica, o potencial de administração, a produção e comercialização dos produtos e o grau de tecnologia utilizada fazem parte da análise da Capacidade.
É de fundamental importância que o analista de crédito conheça os diversos produtos oferecidos pela empresa e sua respectiva fatia nos mercados nacional e internacional. As decisões visando ao crescimento da empresa também terão que ser conhecidas.
Um novo galpão será construído para ampliar a linha de produção ou uma nova empresa será adquirida? Quais serão as fontes de financiamento desses novos investimentos?
A estrutura organizacional da empresa é adequada para que o produto seja colocado no mercado com qualidade e preços competitivos, gerando um lucro que atenda as expectativas dos acionistas?
Há um sistema adequado de informações gerenciais que auxiliem os administradores na tomada de decisão?
A empresa investe em pesquisa e desenvolvimento, de modo a criar novos métodos, processos e produtos que atendam à demanda crescente nos consumidores?
CAPACIDADE
A capacidade é considerada um aspecto subjetivo do risco, à medida em que os instrumentos disponíveis para sua análise e os resultados obtidos estão muito mais relacionados com a percepção de quem analisa do que com dados e informações propriamente ditos.
A empresa tem uma estratégia bem definida para atingir sua meta e conquistar seu espaço no mercado em que atua?
CONDIÇÕES
Toda empresa recebe e exerce algum tipo de influência sobre o ambiente externo em que atua. Analisando a interação empresa e ambiente externo, identificam-se variáveis que influenciam no desempenho da organização.
Segundo Filho (1997), podem ser consolidadas as informações e variáveis a serem analisadas, conforme demonstrado a seguir.
Informações sobre o mercado e os produtos – Deverão ser identificados os principais clientes e fornecedores da empresa e a concentração de compras e vendas entre eles. Também serão identificados os principais concorrentes e a participação da empresa no mercado em que atua. Todo mercado ou setor atua de uma forma bem característica. Esta maneira de o mercado trabalhar deverá ser identificada, a fim de constatar se a empresa atua da mesma forma.
Ambiente macroeconômico e setorial – Neste quesito deverá ser avaliado o acompanhamento da macroeconomia e do setor onde atua a empresa. Logo, é fundamental identificar como as políticas monetária, cambial, e tributária afetam não só a empresa como o setor em que ela está inserida. É preciso conhecer, também, a sazonalidade do produto, de forma a identificar a época certa de se conceder o crédito.
Ambiente competitivo – Podemos dividir este aspecto da forma a seguir:
A concorrência entre as empresas do setor – Quais são os principais concorrentes da empresa? De que forma eles agem? Qual é a participação da empresa e de seus concorrentes no mercado? Qual é a taxa de crescimento do setor?
O poder de barganha dos fornecedores – Deverá ser analisada a quantidade de empresas fornecedoras, a facilidade ou dificuldade de substituir os fornecedores, a importância que a empresa tem junto a seus fornecedores e a possibilidade de o próprio fornecedor entrar no negócio.
O poder de barganha dos compradores/clientes –Para quantos clientes a empresa vende? Os clientes têm facilidade de mudar de comprador? Os produtos vendidos pela empresa são essenciais navida dos consumidores? Os compradores têm um grau de informação muito grande sobre preços e custo de produção do produto?
A ameaça de entrada de novas empresas no setor – Esta ameaça está relacionada com a escala de produção/vendas, com a questão das marcas dos produtos e fidelidade do consumidor, com o montante de investimentos necessários para viabilizar o negócio, com a complexidade ou simplicidade dos canais de distribuição, com o grau de tecnologia envolvido, com a eficiência das empresas estabelecidas no ramo e com as exigências feitas pelo governo, que limitam ou não a entrada de novas empresas no setor.
A ameaça de novos produtos e serviços – Deve ser analisada a possibilidade de que outras empresas, inclusive do exterior, possam colocar no mercado novos produtos que substituam aqueles já comercializados.
Dependência do Governo – É muito importante verificar se a empresa tem como um de seus principais clientes o Governo (federal, estadual ou municipal). Em razão das dificuldades financeiras do Estado e de manobras políticas, a dependência de vendas ao Governo pode resultar num fator de risco relevante.
CAPITAL 
O estudo do “C” capital faz parte do risco técnico da empresa e refere-se às fontes e usos dos recursos e à situação econômica, financeira e patrimonial do cliente. Pela análise dos demonstrativos contábeis, são obtidas importantes informações sobre o desempenho e a solidez da empresa. Destacamos a seguir os principais índices de desempenho que costumam ser analisados.
LIQUIDEZ → Capacidade de pagamento de dívidas com recursos financeiros disponíveis e contas a receber.
ENDIVIDAMENTO →Montante de dívidas ou passivos que financiam investimentos.
IMOBILIZAÇÃO→Montante de recursos financeiros permanentes (de longo prazo) que estão sendo investidos em ativos produtivos ( máquinas, equipamentos, veículos, instalações e etc.).
LUCRATIVIDADE→ Margens de lucratividade obtidas no gerenciamento da atividade operacional.
COBERTURA → Capacidade de pagamento de dívidas com a geração de lucro e fluxo de caixa operacional.
ROTATIVIDADE → Período médio de conversão de estoques em venda e duplicatas a receber em caixa. Período médio de pagamento de dívidas com os fornecedores.
RENTABILIDADE → Margens de retorno obtidas sobre o investimento total e capital dos proprietários.
Se o cliente for pessoa física,os seguintes aspectos devem ser avaliados, entre outros: rendimentos, composição das despesas, evolução e qualidade do patrimônio e 
endividamento.
A análise do "C" Capital é de extrema relevância na determinação do nível de risco do cliente. Porém, em nossa disciplina não iremos discorrer com maior profundidade acerca do “C” capital, pois há uma matéria especialmente designada para isso, que ensina os procedimentos para a realização de uma análise econômico-financeira da empresa. Mais adiante, ao estudarmos análise de crédito, mostraremos com maior clareza a importância da análise financeira no contexto da análise de crédito como um todo.
COLATERAL 
Refere-se à capacidade do cliente em oferecer garantias complementares, que poderão ser necessárias para compensar as fraquezas decorrentes de outros fatores de risco.
Porém, uma empresa com boa classificação de risco de crédito pode não estar disposta a oferecer garantias nas operações de curto prazo. Nas de longo prazo, o banco deverá exigir garantias complementares, em virtude do aumento do risco. Por outro lado, o banco deverá analisar com critério a possibilidade de dispensar a exigência de garantia numa operação de crédito, analisando o cliente e as próprias condições do negócio. A dispensa só deverá ocorrer se o risco de não pagamento for o menor possível.
Cabe ressaltar que a garantia por si só não pode justificar a decisão do crédito, devendo o emprestador de recursos fazer uma análise minuciosa do cliente e da operação. Alguns fatores importantes na definição da garantia são:
• um fator acessório e não determinante da realização da operação;
• análise do risco da empresa e da operação;
• praticidade e custos na sua formalização;
• suficiência, em relação aos valores de principal e encargos;
• depreciabilidade dos bens oferecidos;
• controle;
• bens de fácil resgate e comercialização;
• liquidez.
Finalmente, podemos dizer que não existe uma garantia melhor do que a outra e, sim, aquela que é mais ou menos adequada a um determinado tipo de negócio ou a um cliente.
 CONGLOMERADO
Diz respeito à análise do conjunto de empresas, controladas e coligadas, ao qual pertence o tomador de crédito, a fim de que seja formado um conceito sobre a situação do conglomerado.
Coligadas são as sociedades em que uma participa com 10% ou mais do capital da outra sem controlá-la. Já controlada é a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, detém ações com direito a voto que lhe assegurem o controle social.
Uma ou mais pessoas físicas podem controlar diversas empresas que não tenham qualquer vinculação jurídica entre si, configurando um grupo empresarial. Porém, apenas o nome da família não basta para caracterizar um grupo, pois em algumas situações são formados blocos distintos e cada grupo de pessoas participa num conjunto de empresas, havendo concorrência e até rivalidades entre os familiares.
Principais vantagens obtidas ao se analisar o grupo empresarial como um todo:
• fornece uma visão mais completa sobre a situação econômico-financeira do conjunto;
• possibilita melhor dimensionamento do volume de crédito a ser concedido;
• possibilita que seja dado um tratamento uniforme a todas as empresas;
• proporciona uma melhoria na qualidade de atendimento de todo o grupo.
Finalmente, podemos dizer que não existe uma garantia melhor do que a outra e, sim, aquela que é mais ou menos adequada a um determinado tipo de negócio ou a um cliente.
AULA 4: POLÍTICA DE CRÉDITO – PARTE 1
DEFININDO POLÍTICA DE CRÉDITO 
A política de crédito tem como objetivo básico a orientação nas decisões de crédito, de acordo com os objetivos a serem alcançados. É ela que vai definir os critérios de classificação de risco, as formas de acompanhamento e revisão de crédito, as alçadas de decisão para transferência de operações para créditos em liquidação, entre outros fatores.
Segundo Silva (2008), pode-se dizer que a política de crédito:
É um guia para a decisão de crédito, porém não é a decisão.
Rege a concessão de crédito, porém não concede o crédito.
Orienta a concessão de crédito para o objetivo desejado,mas não é o objetivo em si.
FATORES PARA O ESTABELECIMENTO DE UMA POLÍTICA DE CRÉDITO
Os principais executivos submetem aos órgãos máximos das empresas e instituições financeiras os parâmetros que serão observados no estabelecimento da política de crédito que será adotada.
Segundo Silva (2008), o estabelecimento de uma política de crédito pressupõe a análise de diversos fatores, dentre os quais destacamos os seguintes:
Normas Legais→ Este fator refere-se ao fato de que a política de crédito de um banco deverá atender plenamente às normas estabelecidas pela autoridade monetária.
Assim, não há a menor possibilidade de a instituição adotar como política de crédito um procedimento que seja contrário aos normativos do Banco Central do Brasil.
Definição Estratégica do Banco →O banco será de atacado ou de varejo? Será voltado para as pessoas físicas, jurídicas ou para ambas? As operações do banco serão realizadas em todo o território nacional ou somente em determinada região do país? Essas definições implicam em grandes diferenças, seja no tamanho da rede, na qualidade e formação de pessoal ou na estrutura financeira de um banco.
Todos esses fatores deverão ser considerados na definição da estrutura de crédito de um banco.
Objetivos a serem Alcançados→ Este fator refere-se ao fato de que todos os objetivos da instituição financeira seguirão aquiloque foi estabelecido pela política de crédito.
Dessa forma, os objetivos de lucro e de realização de negócios serão influenciados por aquilo que for definido pela política de crédito.
Delegação de Poderes→Este fator refere-se ao fato de que a política de crédito de um banco deverá atender plenamente às normas estabelecidas pela autoridade monetária.
Assim, não há a menor possibilidade de a instituição adotar como política de crédito um procedimento que seja contrário aos normativos do Banco Central do Brasil.
Mas qual é o objetivo das Alçadas?
O estabelecimento de alçadas tem como um dos objetivos principais permitir agilidade nas decisões de conceder crédito.
Alçada Individual → Destinada a uma pessoa em função do cargo que ocupa na organização.
Alçada Conjunta → Quando duas ou mais pessoas podem assinar em conjunto.
Alçada Colegiada→ É a que ocorre nos comitês de crédito.
AULA 5: POLÍTICA DE CRÉDITO – PARTE 2
Análise de Crédito → Não é fácil se chegar a uma decisão envolvendo uma infinidade de variáveis e a imprevisibilidade inerente ao futuro.
Sim, porque o banco empresta hoje com a expectativa de obter o retorno de seus recursos numa data futura, que pode ser de curto, médio ou longo prazo. Este é um dos principais fatores alimentadores do risco: o que acontecerá no futuro em relação ao comportamento da empresa, de seus sócios, do mercado em que atua e da economia do país?
É aí que entra a análise de crédito.
Mas o que é análise de Crédito?
É o conjunto de estudos e análises realizadas a respeito de uma empresa, de seus sócios, do mercado em que atua e da conjuntura político-econômica do país e do mundo.
O principal objetivo da análise de crédito é o de chegar a uma decisão quanto à disponibilização, ou não, de recursos financeiros a um determinado cliente.
É recomendável colocar recursos à disposição de uma empresa, com determinado nível de risco, considerando sua capacidade de pagamento, a idoneidade de seus sócios e dirigentes, o mercado em que atua e as variáveis político-econômicas presentes?
A análise de crédito procura obter a maior e melhor quantidade de informações e dados possíveis, que serão minuciosamente depurados e analisados, de modo que se possa chegar a uma decisão segura e confiável quanto à possibilidade de disponibilização dos recursos. Para a tomada dessa decisão a análise de crédito irá apresentar o risco representado pelo cliente, bem como sua capacidade de pagamento.
	
A informação se constitui na espinha dorsal da análise de crédito. Dados consistentes, confiáveis e atualizados são a base sobre a qual a análise de crédito irá se sustentar. De nada adianta ter sistemas complexos e de última geração se eles são alimentados com dados pobres e desatualizados. Dessa forma, deve ser dado especial atenção à coleta e tratamento dos dados obtidos sobre a empresa, seus sócios, seu patrimônio e mercado onde atua.
A análise de crédito deve ser iniciada pela agência bancária que detém a ficha cadastral do cliente e que tem interesse em realizar negócios com a empresa. A análise será realizada para atender a um dos seguintes objetivos:
•Verificar a viabilidade de concessão de recursos para um projeto de investimento em ativos permanentes, normalmente para operações de longo prazo (acima de 360 dias);
•Estabelecer um limite de crédito sobre o qual incidirão todas as operações de crédito realizadas com o cliente. Limite de crédito é um assunto muito importante em nosso estudo e posteriormente será objeto de uma análise mais consistente.
Podemos dizer que a análise de crédito se subdivide em três itens:
Análise cadastral → Consiste na organização de uma pasta cadastral. Esta pasta cadastral (convencional ou magnética) de um cliente tem por objetivo agrupar e guardar informações e documentos relativos a ele. Ela deve estar sempre atualizada, de forma a que seus usuários possam tomar decisões com base em informações confiáveis.  
Análise econômico-financeira→ Esta análise nos revela a situação econômica e financeira da empresa. Qual é a situação patrimonial da empresa? A empresa tem capacidade de gerar caixa e cumprir suas obrigações financeiras? Como se constitui seu endividamento? Ela está mais endividada a curto ou a longo prazo? Seus acionistas estão obtendo o retorno esperado de seus capitais? 
Análise setorial → A análise setorial consiste em obter uma apreciação macroeconômica em relação a um determinado segmento da economia. forma, deverão ser identificadas as expectativas em relação ao segmento, o posicionamento atual da empresa e as perspectivas quanto ao futuro. É importante destacar que pode haver empresas ruins em segmentos bons, assim como empresas boas em segmentos ruins. 
AULA 6: POLÍTICA DE CRÉDITO – PARTE 3
Limites de Crédito → Não é fácil se chegar a uma decisão envolvendo uma infinidade de variáveis e a imprevisibilidade inerente ao futuro.
Sim, porque o banco empresta hoje com a expectativa de obter o retorno de seus recursos numa data futura, que pode ser de curto, médio ou longo prazo. Este é um dos principais fatores alimentadores do risco: o que acontecerá no futuro em relação ao comportamento da empresa, de seus sócios, do mercado em que atua e da economia do país?
	E aí que entra a análise de Crédito.
Mas o que é o Limite de Crédito?
É o valor máximo fixado pela instituição para emprestar ao cliente, obedecendo-se os parâmetros definidos por sua política de crédito.
O Limite de Crédito pode ser:
Aprovado para uma empresa em particular ou aprovado para um grupo de empresas.
Específico para linhas de produtos ou de caráter global.
Associado a determinado tipo de garantia ou não associado a nenhum tipo de garantia.
Como regra geral, o limite tem um prazo de validade que, normalmente, não ultrapassa um ano. Dentro do período de validade do limite, opera-se de forma rotativa, isto é, pode ser feita nova operação à medida que uma outra é liquidada. Uma operação de crédito concretizada dentro da validade do limite e segundo os parâmetros pré-estabelecidos pode ser por prazo superior ao do próprio limite.
O limite de crédito é resultado da análise de crédito que é realizada sobre a empresa, seus sócios e dirigentes e o mercado em que ela atua. O limite gera duas informações fundamentais: o risco do cliente e o valor máximo que a instituição está disposta a colocar à sua disposição.
Para definição desse valor, são utilizados alguns parâmetros, que variam de banco para banco em função da política de crédito de cada um.
Estes parâmetros podem ser classificados em três grupos básicos: 
LEGAIS → Nenhum crédito pode ser concedido fora dos normativos legais do país.
As instituições financeiras são obrigadas a conceder créditos de acordo com as normas estabelecidas pelo Banco Central do Brasil, que também cumpre as regras decorrentes do Acordo da Basiléia, do qual o Brasil é signatário.
LIGADOS À POLÍTICA DE CRÉDITO→ Nestes parâmetros encontraremos as regras estabelecidas pela instituição financeira de acordo com a sua política de crédito. 
TÉCNICOS → Estes parâmetros estão ligados às áreas de análise de crédito dos bancos, que estudam limite de crédito de uma empresa. 
O estabelecimento do limite de crédito deverá ser acompanhado da indicação de quais linhas serão operadas pelo cliente. A agência bancária detentora da ficha cadastral e conhecedora do cliente deverá sugerir quais são as linhas de crédito apropriadas ao negócio da empresa. 
Esta é uma importante tarefa das agências bancárias, pois, de nada adianta sugerir uma linha de comércio exterior se a empresa não exporta ou importa, por exemplo.
TIPOS DE LINHA DE CRÉDITO
Capital de Giro 
Comércio Exterior
Investimentos
Agropecuária
Habitação
AULA 7: POLÍTICAS DE CRÉDITOS – PARTE 4
Composição dos Processos de Crédito→ Continuando nossa abordagem  dos fatores para o estabelecimento de uma política de crédito, vamos falarum pouco sobre a composição dos processos de crédito. Você perceberá que a política de crédito também definirá quais serão os documentos e informações que vão compor um processo de crédito, os quais devem ser gerenciados de forma integrada.
São exemplos de Documentos e Informações que compõem um processo de Crédito:
O contrato ou estatuto social e respectivas alterações
Utilizados para se conhecer os sócios da empresa, a sua participação no capital social e respectivos poderes, entre outras informações. Todos os atos praticados pelos dirigentes da empresa têm que estar previstos em seu contrato/estatuto. Além disso, estará também discriminado em que ocasiões será necessário o chamamento de assembleia, geral ou extraordinária, dos acionistas.
As demonstrações financeiras da empresa
Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Notas Explicativas e Parecer dos Auditores.
O relatório de visita elaborado pelo responsável pelo atendimento à empresa
A ficha cadastral da pessoa jurídica e as fichas cadastrais de seus sócios
Na ficha cadastral (ficad), estarão resumidas todas as informações sobre a empresa e seus sócios. Essa ficha deverá ser constantemente atualizada, de forma a espelhar informações seguras sobre a empresa e seus sócios. Qualquer restrição, como um protesto de títulos ou uma devolução de cheque sem fundos, deverá estar registrada na ficad.
O relatório final da análise de crédito
Deve trazer uma conclusão do estudo sobre a empresa e seus sócios
Formalização do Instrumento de Crédito
Após tomada a decisão de se conceder crédito a um cliente, deverá ser dada especial atenção à formalização do instrumento de crédito, que materializa e reforça a existência da dívida, tornando-a líquida e certa.O ideal é que durante a negociação já seja encaminhada ao cliente uma minuta do instrumento de crédito que será formalizado.
Mas o que pode acontecer caso haja falha na formalização da operação de Crédito?
Uma falha poderá resultar na impossibilidade de recebimento dos recursos concedidos. Dessa forma, o crédito só deverá ser liberado ao cliente após a correta formalização e registro de seu respectivo instrumento.
O registro do instrumento de crédito deverá ser feito no Cartório de Títulos e Documentos, Registro Geral de Imóveis ou outro local, de acordo com o instrumento de crédito e as garantias a serem constituídas. A operação de crédito deverá ser formalizada através de Contrato ou de Título de Crédito.
O instrumento a ser escolhido dependerá, basicamente:
Da linha de Crédito 
Da Atividade do Emitente
Da Finalidade da Operação
Das Garantias que são Oferecidas
O instrumento de crédito deverá refletir tudo aquilo que foi negociado entre o banco e a empresa, incluindo, principalmente, cláusulas que materializam as condições do negócio, tais como: valor, prazo, taxas, garantias e forma de pagamento.
Caso seja necessário, deverá haver o acompanhamento de um órgão jurídico durante todo o processo de negociação e formalização do instrumento de crédito.No quadro abaixo, conheça as principais características dos instrumentos de crédito.
	CONTRATO
	TÍTULO DE CRÉDITO
	Ato jurídico Bilateral 
	Ato jurídico unilateral 
	Assinado pelo devedor e pelo banco 
	Emitido pelo devedor 
	Regido pelo Código Civil 
	Regido por leis específicas 
	Admite fiança 
	Admite Aval 
	Exige testemunhas 
	Não exige testemunhas
	Elaborado na 3ª pessoa do singular ou plural 
	Elaborado na 1ª pessoa do singular ou plural 
	Pode ser instrumento público ou particular
	Classificam-se em:
Cédulas – Quando há garantias reais
Notas – Quando há garantias pessoais (aval)
	Pode ser formalizado em mais de uma via 
	Emitido pelo devedor em 1 única via 
	Devedor é o financiado 
	Devedor é o emitente
AULA 8: POLÍTICA DE CRÉDITO – PARTE 5
Administração e Controle de Crédito
Ainda abordando os fatores para o estabelecimento de uma política de crédito, vamos falar sobre a administração e controle do crédito. 
Um processo de crédito começa a ser conduzido muito antes da liberação de quaisquer recursos. Na identificação e classificação dos dados do cliente é que começamos nosso processo de crédito, que só termina quando há o tempestivo e correto pagamento dos recursos emprestados.
Qual é a melhor forma de administrar todo o processo de crédito de maneira eficaz e produtiva.
Hoje em dia, os bancos dispõem de avançados sistemas de computação que possibilitam o gerenciamento e controle de todo o processo de estudo, concessão e liquidação do crédito.
Além disso, relatórios gerenciais são gerados para fins de acompanhamento não só pelos auditores internos como também pela área responsável pelo controle e condução das operações de crédito.
Entretanto, toda norma só será eficaz se houver consciência de que o controle e o acompanhamento do crédito são um processo contínuo de responsabilidade de todos os técnicos, analistas e gerentes envolvidos com o assunto.
Todos, sem exceção, são responsáveis, cada um com a sua parte, pela boa condução dos negócios.
Podemos dizer que um processo de crédito é constituído das seguintes etapas: 
Coleta de informações sobre a empresa e respectivos sócio-dirigentes
Análise dos dados coletados
Análise de crédito
Deferimento de um limite de crédito à empresa
Oferecimento de linhas de crédito à empresa
Estudo e negociação de uma operação de crédito
Formalização e liberação da operação de crédito
Cobrança das parcelas, de principal e juros,do crédito concedido
Liquidação final da operação
É importante que você saiba que a criação de um cadastro confiável e atualizado é o alicerce de toda e qualquer operação de crédito. 
A área de controles internos irá verificar se todo o processo foi conduzido dentro das normas estabelecidas pela instituição.
Dentre outras análises, irá verificar se foram adotados os procedimentos corretos, baseando-se nos seguintes critérios:
Situação cadastral da empresa e de seus sócios e dirigentes
O cadastro tem que estar completo e em situação de normalidade, sem a falta de qualquer documento necessário e sem qualquer restrição que impeça a operação.
Instrumento de formalização do crédito
Verificação se o instrumento de crédito está correto em sua forma e conteúdo e se as garantias foram constituídas corretamente. O instrumento deve ser registrado corretamente no devido cartório.
Liberação do crédito
Verificação se o crédito foi liberado após o cumprimento de todas as exigências.
Recebimento das parcelas de principal e de juros
Verificação se o pagamento está sendo realizado na forma que foi pactuada no instrumento.
Liquidação final da operação
Cumprimento de todas as obrigações estabelecidas no instrumento.
Liberação das garantias
Verificação da liberação das garantias constituídas no processo de crédito.
Após a liberação dos recursos e até o seu devido retorno ao banco poderão ocorrer situações que indiquem que haverá algum problema para a correta liquidação da operação. Estas situações são definidas pelo mercado como créditos problemáticos.
Mas o que são exatamente créditos problemáticos?
São aqueles que apresentam dificuldades de serem recebidos, resultando em perdas para o credor.
É possível haver operações atrasadas que não resultarão em perdas, assim como operações não vencidas mas de difícil recebimento.
Deverá haver um acompanhamento muito próximo da operação, de forma que se possa ter uma atuação preventiva e eficaz diante de qualquer situação em que se constate que poderá haver problema no recebimento dos recursos emprestados.
As causas dos créditos problemáticos podem ser agrupadas em três categorias. Conheça quais são elas:
Erros por parte do credor 
Neste grupo estão as causas sobre as quais o credor tem relativo controle.
Podemos citar como exemplos:uma fraca entrevista de empréstimo, uma análise financeira inadequada, uma estruturação inadequada do empréstimo, um suporte inadequado ao empréstimo, documentação inadequada, um gerenciamento de crédito inadequado.
Práticas fracas de negócio 
Este grupo diz respeito à capacidade técnica e gerencial de o cliente gerir seus negócios.
Exemplos: o mau gerenciamento; a deterioração dos produtos; práticas fracas de marketing; fragilidade nos controles financeiros.
Eventos externos Adversos
Diz respeito às ameaças e oportunidades que surgem em torno da empresa.
Exemplos: fatores ambientais; fatores econômicos; fatores competitivos; fatores reguladores; fatores tecnológicos.
AULA 9 : LINHAS DE CRÉDITO 
Cada instituição financeira, de acordo com sua política de crédito, tem linhas de crédito específicas a cada necessidade de seus clientes.
Mas o que são, exatamente, linhas de crédito?
São limites de crédito (empréstimos) concedidos a pessoas físicas ou jurídicas, oferecidas por instituições bancárias ou financeiras.
Linhas de crédito destinadas à pessoa física:
Veja abaixo os tipos de linhas de crédito voltados para este público. 
Cheque Especial → É uma modalidade de crédito rotativo para atender às necessidades eventuais ou temporárias dos clientes. A garantia usual baseia-se na vinculação de uma nota promissória avalizada com valor superior ao limite estabelecido.
Cartão de Crédito → É uma modalidade de crédito que permite aos clientes a realização de saques e compras de bens e serviços, até o limite do crédito concedido. Além do benefício de financiar compras, o uso do cartão de crédito possibilita a realização de saques em caixas eletrônicos e em redes bancárias associadas às empresas financiadoras dos cartões.
Contrato de Crédito → É uma modalidade de crédito condicionada à amortização parcelada do principal e dos juros. Esta modalidade de financiamento possibilita ao banco o conhecimento prévio do direcionamento que o cliente dará para os recursos financeiros. Caso esteja sendo financiada a aquisição de um bem, este poderá servir de garantia à operação.
Crédito direto ao consumidor → Geralmente destinado à aquisição de bens duráveis, novos ou usados. O próprio bem, objeto do financiamento, pode ser oferecido em garantia da operação.
Crédito Imobiliário → É um financiamento destinado à aquisição ou construção de imóveis residenciais, amortizáveis em prestações mensais por períodos longos (normalmente de 5 a 20 anos). O imóvel, objeto do financiamento, além de um eventual aval, constitui-se na garantia da operação.
Leasing → Operação de arrendamento de bens móveis (normalmente veículos), com amortizações mensais a longo prazo (de 24 a 36 meses). O bem objeto do financiamento é adquirido por uma empresa arrendadora que o repassará ao cliente (arrendatário). Ao final do contrato, o cliente poderá ter a opção de comprar definitivamente o bem pelo valor residual ou devolvê-lo à arrendadora.
Linhas de crédito destinadas a pessoa jurídica
Agora que já conhecemos as linhas de crédito voltadas para pessoas físicas, vamos conhecer os tipos de linhas de crédito destinados à pessoa jurídica.
Contratos de capital de giro →Compreendem as linhas de crédito direcionadas ao financiamento de necessidades operacionais de curto prazo, como as representadas pela aquisição de matéria-prima, pagamento de mão-de-obra e pagamento de impostos. As linhas de crédito nesta modalidade podem ser rotativas ou pontuais. Normalmente, a garantia exigida é uma nota promissória, avalizada ou não. Duplicatas selecionadas também podem ser exigidas pelos bancos e vinculadas à operação.
Compror →É uma operação de financiamento das compras, permitindo ao cliente-comprador o pagamento a prazo e ao fornecedor o recebimento à vista. Qualquer bem ou serviço pode ser financiado, desde que amparado por uma nota fiscal ou um recibo de venda. O fornecedor não é garantidor do financiamento aos compradores. O banco credita diretamente a conta corrente do fornecedor.
Vender → É uma operação de financiamento das vendas que permite ao comprador o pagamento a prazo e ao vendedor-cliente o recebimento à vista. Qualquer bem ou serviço pode ser financiado, desde que amparado por uma nota fiscal ou um recibo de venda. O vendedor-cliente é fiador da dívida dos compradores. O banco credita diretamente a conta corrente do vendedor-cliente.
Descontos de duplicatas →Operação em que uma instituição financeira adianta recursos ao cliente referentes a valores de duplicatas geradas de vendas mercantis, recebendo como garantia tais duplicatas. Permite ao cliente uma antecipação de seu fluxo de caixa, uma vez que pode receber adiantado o resultado de suas vendas a prazo. Na data do vencimento, caso a duplicata não seja paga, o cliente-cedente assume a responsabilidade pelo pagamento. Os encargos normalmente são cobrados antecipadamente, quando da liberação dos recursos.
Hot Money → É um empréstimo de curtíssimo prazo (entre 1 e 10 dias) para atender às necessidades imediatas dos clientes. Normalmente é exigida uma nota promissória ou duplicatas como garantia da operação.
Conta garantida → É um contrato de abertura de crédito rotativo. Abre-se uma conta de crédito a favor do cliente, dentro de um limite previamente estabelecido. A partir daí, o cliente pode utilizar os recursos automaticamente, pagando os encargos sobre os valores efetivamente utilizados. O objetivo desta linha é o de cobrir emergências financeiras dos clientes e, à medida em que os recursos vão sendo devolvidos, o saldo devedor vai sendo reduzido até que seja totalmente coberto
Adiantamento sobre contratos de câmbio e Adiantamento sobre cambiais entregues.
Trata-se de produtos destinados ao financiamento às exportações. No ACC, o exportador-cliente pode antecipar o recebimento dos reais de sua exportação em até 360 dias antes do embarque da mercadoria para o exterior. Ao utilizar o ACE, o exportador-cliente poderá receber à vista o produto de suas exportações já embarcadas, cujo pagamento poderá ser feito pelo importador em até 180 dias. Os bancos cobram pelo adiantamento juros compatíveis com as taxas internacionais, chamado de deságio.
Leasing → Caracterizada pela aquisição de um bem por uma empresa de arrendamento mercantil (arrendadora) que concede ao cliente (arrendatário) o uso desse bem por um determinado período de tempo. A empresa arrendadora tem a propriedade do bem, enquanto que a arrendatária tem a posse. A amortização ocorre mensalmente durante o período do financiamento (normalmente entre 24 e 36 meses). Ao final do contrato o cliente poderá ter a opção de comprar definitivamente o bem pelo valor residual ou devolvê-lo à arrendadora.
Repasses do BNDES ↓
Os bancos são agentes financeiros que repassam aos seus clientes recursos do BNDES através de vários programas daquele Banco. O principal programa é o FINAME, que visa atender às necessidades de investimento das empresas nacionais na aquisição de máquinas e equipamentos. Por meio do FINAME as empresas podem financiar certos percentuais de seus investimentos em ativo imobilizado. Os bancos, na condição de repassadores dos recursos, recebem uma comissão e assumem o risco de crédito. Como em qualquer operação de investimento, é necessário um projeto para demonstrar a viabilidade técnica e financeira do empreendimento. O bem financiado ficará como garantia da operação, além de outras que podem ser solicitadas.
Aula 10 : A ANÁLISE DE CRÉDITO DA PESSOA FÍSICA
Cabe a cada instituição financeira determinar, de acordo com sua política de crédito, quais serão as informações necessárias à análise de crédito das pessoas físicas.
Neste processo também será definido o modelo de avaliação do risco de crédito. A partir de agora vamos abordar as informações e os modelos mais usualmente utilizados pelos credores.
As fichas cadastrais dos clientes deverão conter, entre outras, as seguintesinformações:
• Nome, CPF e RG do cliente e de seu respectivo cônjuge;
• Endereço atual e, eventualmente, o anterior;
• Eventuais restrições cadastrais, como atrasos nos pagamentos, protestos, cheque devolvidos, ações judiciais etc.;
• Nome e endereço do empregador, além do cargo exercido e tempo de   serviço;
• Discriminação do total de rendimentos (salários, aluguéis e outras fontes de renda);
• Discriminação do total de despesas (aluguéis pagos, empréstimos e financiamentos contraídos e despesas com saúde e educação);
• Relação dos bens patrimoniais;
• Fontes de referência comerciais e bancárias.
Além da ficha cadastral do cliente, temos também o dossiê básico de crédito, que também ajudará na análise de crédito da pessoa física.
O dossiê básico de crédito da pessoa física deverá conter:
• A ficha cadastral;
• Os comprovantes de renda e de residência;
• Os comprovantes dos bens declarados;
• Cópia do CPF e do RG;
• O relatório de avaliação do risco de crédito.
O modelo Credit Scoring
Para compreender melhor o processo de análise de crédito de pessoa física, vamos entender como funciona um dos modelos de avaliação de risco de crédito de pessoas físicas mais usualmente utilizado: o Credit Scoring.
O que é o modelo Credit Scoring?
É um modelo de avaliação de risco de crédito que consiste em pontuar parâmetros de crédito, a partir de informações obtidas na ficha cadastral, 
e ponderá-los por pesos estabelecidos de acordo com a relevância de cada parâmetro no processo decisório.
Dessa forma, procura-se obter um percentual máximo de renda que cada cliente pode comprometer para pagamento de suas obrigações financeiras.
Vale destacar que o modelo Credit Scoring presta-se à avaliação massificada de créditos pulverizados.
Já os limites elevados para clientes devem ser analisados caso a caso.
Como funciona o modelo Credit Scoring?
• O modelo Credit Scoring baseia-se em parâmetros, tais como restrição cadastral, idade, estabilidade no emprego, cargo ou função, renda líquida mensal e patrimônio líquido.
• Cada um desses parâmetros possui um peso e influencia de forma específica na análise de risco de crédito.
• De acordo com a situação do cliente, chega-se a uma pontuação para cada parâmetro analisado.
Cada banco utiliza os parâmetros, conceitos e pesos de acordo com sua política de crédito.
O modelo Credit Scoring, apresentado aqui, é uma sugestão do que pode ser utilizado e está sendo mostrado com o intuito de apresentar como funciona o sistema na prática.
 DEVEDOR
Confia que o credor irá colocar certa quantia à sua disposição.
 
CREDOR
 Confia que o devedor irá lhe devolver a quantia emprestada na forma como foi previamente pactuado entre as partes.
 O crescimento da economia brasileira� nos últimos anos está fortemente� relacionado com o consumo das� pessoas e das empresas. �
 CONCLUSÃO�� O crédito estimula o consumo que, por sua vez,� proporciona o crescimento� da economia.�
 Há evidências de que o consumo� das famílias está aquecido em virtude� do aumento no crescimento do crédito. �

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