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direito administrativo parte 1 19 2012

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Direito Administrativo 
E:ota Coleciio oe deotaca ndo apenao peta expooi~do diddtica e 
objetlva de cada materia e pela expertencia docente de oeuo 
autoreo, mao tambem pelo recuroo grdffico doo de<Staqueo 
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Mdrcio Fernando 
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SINOPSES 
JURfDICAS 
Mdrcio Fernando 
fHao Rooa 
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' " 
(\1. Editora. H Sara1va 
~: 
' 
~~~~~~f~ 
Marcia Fernando flia6 Row 
Procurador de Justi~a/SP. 
Mestre em Direito do Estado pela PUCSP. 
Professor Universitario e no Complexo 
Juridico Damasio de Jesus. 
Dire ito 
Administrativo 
13li edi~ao 
2012 
Volume 19 
Parte I 
('"""\,.Editor~ 
~ Saramva 
...... EditOR 
~Saraiva 
Rua Henrique Schaumann, 270, (e~queira Cisar - Siio Poulo - SP 
CEP05413-909 
PABX: (11) 3613 3000 
SAUUR: 0800 055 7688 
De 2' o 6'-, dos 8:30 os 19:30 
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Rua 14 de Julho, 3148 -Centro 
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Fax: (91) 324Hl499-Belem 
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Fona: {81) 3421-4246- Fox: (81) 3421-4510- Recae 
RI8EIRAO PRETO isAO PAUlO) 
Av, Froncisco Junqueira, 1255 - Centro 
Fone: (16) 3611}5843- Fox: (16) 361!}8284- Ribelroo Pretu 
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~ Rua V"IScoode de Santo !scbel, 113 a 119 -Vila !wbel 
~ Fane: (21} 2577·9494- Fax: (21) 2577.£867 f 2577·9565- Rio de Janeiro 
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Av. A.J. Renner, 231 - f(lf1llpos 
~ Fooe/foc 1511 3371-4001 j 3371-1467 I 3371-1567 
~ :~~~ 
:::; Av. Anhirlico, 92 - Borro fundo 
::::; Fone: PABX Oll 3616-3666- SUo Poukl 
ISBil97B~5~2~2354-3 obro completo 
ISBN 978-85~2-1 S455-1 volume I 9 
Roso, MUrdo Fernando Elias 
Oireito mlministrolivo / Mdrdo Fernando E!ios Roso. -13. 
ed.- SOo Paulo: Soroiva, 2012.- (Coi~Uo sinopses iU!idicos; 
v. 19; porte II 
l. Direilo odministrolivo 2. Direilo odm!nistmtiva • BrGSl1 L 
Titulo. lL Serle. 
(0~35 
fndice poro cold!ogo slstemdtica: 
1. Oirello odminislrotivn 
Oirelor eWtorial luiz Roberto Cutia 
Gerente Je praduriio editariol lfgia Alves 
Editor JOnotns Junqueim de Mello 
Assistente editorial Sirlene Mirando de Soles 
Produtora editorial Chltissa Baroschi Malia 
Prepara¢o Je originais Ana Crislfoo Gorcia 
35 
Moria lzobel Borreiras Bitencourt Bresson 
Roque/ Bel!chimol de Oliveim Rosenthal 
Ane e diagroma¢o Uisti/10 Aporodda Agvdo de Frei/IJs 
Aida Moutinha de Azevedo 
Revisiio rle prOVO$ Rita de 'Cdssia Queiroz Gargati 
ludene Ruzzi Bracchi 
C€fia Regina Souza de Amuia 
Serviros eWtoriais_ -Ana Paulo Mazzaca 
Elaine Cri5tino do Silva 
Capo Aero Comuriiro}Uo 
ProJuriio grdfica: Modi Rampim 
lmpressao Pro/Erfjloro Graffeo 
Acabamenta Prof Editoro Grtifico 
Data de fechamento da edic;ao: 5~12-2011 
DUvidas? 
Acesse www.saraivajur.com.br 
Neolwmti parl_fj daslli publiro\00 podenl sat reproduzida pllf qoolquer meio ou forma 
S&O a prti'lia !WIOJiz~¢o--dn Ediiom Smoiw. 
A~ dosdirei!ns DU!ooJls ~aims estobeleddona tel n. 9.610/98 a punidn 
pe!o ortlyo 184 do C4digo PeML 
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INDICE 
Apresenta<;oo 
Capitulo I - Direito administrative ......... . 
1. Conceito de direito administrative .......................... : ................ . 
2. Objeto ..................................................................................... . 
3. Ramo do direito publico 
4. Rela~Oes com outros ramos do direito ..................................... . 
5. Fontes 
5.1. Lei ............................................... ; ................................... . 
5.2. Jurisprudencia .................................................................. . 
5.3. Principios gerais de direito ................................................ . 
5.4. Costume .......................................................................... . 
6. Regime juridico-administrativo ............................................... . 
Copftulo II- Estado, Governo e Administra<;:ao Publica .... . 
1. Administras:ao - canceito ..................................................... .. 
2. Estado e gaverno ..................................................................... . 
2.1. Organizas:ao do Estado brasileiro ...................................... . 
3. Administra~ao direta e indireta ................................................. . 
3.1. Descentralizas:ao politica ................................................... . 
3.2. Organizas:ao administrativa ............................................... . 
Capitulo Ill- Principios de direito administrativo 
1. Introdus:ao ............................................................................... . 
1.1. Principia da legalidade 
1.2. Principia da impessoalidade .................... : ......................... . 
1.3. Principia da moralidade administrativa .............................. . 
1.4. Principia da publicidade 
1.5. Principio da e£ci&ncia ...................................................... . 
2. Regime jurldico-administrativo - principios .......................... . 
11 
13 
14 
15 
16 
16 
18 
19 
19 
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20 
20 
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23 
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26 
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33 
33 
39 
39 
40 
42 
43 
45 
46 
S1NOPSES JuRiDICAS 
2.1. Supremacia do interesse pUblico ...................................... . 
2.2. Principia da indisponibilidade ......................................... . 
2.3. Principia da continuidade ............................................... . 
2.4. Principia da autotutela .................................................... . 
2.5. Especialidade ................................................................... . 
2.6. Presunl'ao de ]egitirnidade, de legalidade, de veracidade .... . 
2.7. Razoabilidade ................................................................. . 
2.8. Proporcionalidade ................... . 
2.9. Motivaqao ....................................................................... . 
2.10. Seguran<;ajuridica 
3. Viola,ao dos principios ............................................................ . 
Capitulo IV- Organiza~iio administrative - Orgiios, cargos e agen-
tes publicos ............................................................ . 
1. Desconcentrayao ...................................................................... . 
2. Orgaos publicos ........................................................................ 
2.1. Classifica,ao .................................................................... . 
3. Fun,ao publica ........................................................................ . 
4. Cargo publico ......................................................................... . 
5. Agentes publicos ..................................................................... . 
Capitulo V- Administra<;iio publica indireta 
1. Introdu,ao .............................................................................. . 
2. Autarquias ................................. . 
2.1. Autarquias de regime especial 
2.2. Classifica,ao ..................................................................... . 
3. Agencias - reguladoras e executivas ....... ................................. . 
3 .1. Agencias reguladoras ......................................................... . 
4. Fundaqoes ........................ . 
5. Associay5es e cons6rcios pllblicos 
6. Entidades empresariais (empresas estatais): pessoas juridicas de 
direito privado ........................................................................ . 
7. Sumulas do STF ...................................................................... . 
8. Sumulas do S1J ....................................................................... . 
Capitulo VI- Entes de cooperac;iio, paraestatais 
1. Introdu,ao .............................................................................. . 
2. Serviyos sociais autOnomos ...................................................... . 
3. Ordens e Conselhos ............................................•.................... 
4. OrganizayOes so dais ............................................................... . 
47 
48 
48 
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51 
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57 
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85 
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89 
91 
DIREITO AoM!NISTRATIVO PARTE I 
5. Organizal'oes da sociedade civil de interesse publico.................. 93 
6. Funday5es e entidades de apoio a instituiy5es o:ficiais de ensino 
superior.................................................................................... 94 
7. Sumula do STF ........................................................................ 95 
Capitulo VII - Terceiro setor.. .. . . .. . . . . . . . . .. . . ... .. . .. . . . . . . . .. . .. . . . . . . .. . . . .. . . .. . 97 
1. Introdu,ao.... .. . .. .... .................... .. ................... ... . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . . . 97 
2. Conceito e caracteristicas . . . . . . . . . . . . . ............................. .. .. ... .. ... . . . . 98 
2.1. Releviincia social ejuridica................................................ 99 
2.2. Principia da subsidiariedade .............................................. 99 
2.3. Fomento estatal................................................................. 100 
3. Entidades de utilidade publica ou de interesse social.................. 102 
3 .1. Finalidade nao lucrativa . . . . . . . .......... .. ... . . . . . . . . . . . .. ...... .. . . . . . . . . . . 103 
3.2. Filantropia......................................................................... 104 
3.3. Voluntariado ..................................................................... 104 
4. Especies .. .. . ... ... .. .. . . . . . . . . . . .. . . . .. . .. . . ....... .. . ... . . . . . . . . . . . . . ... .. . . . . . . . . . . . . . . .. 104 
5. OS e OSCIP ............................................................................ 105 
6. Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Publica................. 106 
7. Controle... .. .. ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. . . .. . . . . ... .................. .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . 107 
Capitulo VIII - Poderes administrativos........................................... 109 
1. Poder-dever .................... ... ... .............................................. ...... 109 
2. Poderes adrninistrativos em especie............................................ 111 
2.1. Poder vinculado .. ..................................................... ......... 111 
2.2. Poder discricionario .......................................................... 111 
2.3. Poder hierarquico (principia da hierarquia) ........................ 112 
2.4. Poder disciplinar ................................................................ 113 
2.5. Poder regulamentar ............................................ ............... 113 
2.6. Poder de policia ................................................................ 115 
2.6.1. Atributos................................................................ 116 
2.6.2. San,oes .................................................................. 117 
2.6.3. Alvaras de licenp e de autoriza,ao.......................... 117 
2.6.4. Lirnites do poder de policia..................................... 118 
3. Sumulas do STF ....................................................................... 119 
4. Sumulas do STJ ............................................ :........................... 119 
Capitulo IX - Atos administrativos ........... _.. .... .. . .. .. .. .. .. . . . ... . .. .. .... .... 121 
1. Atos juridicos ................... :....................................................... 121 
2. Requisites ou condi>5es de validade ......................................... 123 
S!NOPSES JuRIDJCAS 
2.1. Elementos e pressupostos do ato administrative ................. . 
3. Atributos ............................................................... . 
4. A to administrative perfeito ......................................... . 
5. Atos de governo ...................................................................... . 
6. Classifica<;ao fundamental ......................................................... . 
7. Especies ........................... ·' ............................................... ·. · · · .. . 
7 .1. Atos normativos 
7 .2. Atos ordinat6rios ............. ................................................. . 
7.3. Atos enunciativos ............................................................. . 
7 .4. Atos negociais .................................. . 
7.5. Atos punitivos .................................................................. . 
8. Atos de clireito privado ............................................................ . 
9. Extin~io dos atos adrninistrativos ............................................. . 
9 .1. Anulaqao e revogao;ao ...................................................... .. 
10. Sumulas do STF ....................................................................... . 
Capitulo X- Agentes publicos ... . 
1. Introduqao ............................................................................... . 
2. Regime jur:idico ................... ; ....................... . 
3. Regime juridico tmico ............................................................ . 
4. Acessibilidade ............................................................. . 
4 .1. Concurso de ingresso ...................................................... .. 
4.2. Pessoa com deficiencia- inclusao social .......................... . 
4.3. Atividade jur:idica 
5. Cargos em comissao e fun\=-Oes de confianya ............................ .. 
6. Acumulaqoes ........................................................................... . 
6.1. Invesridura ou provimento ................................................ . 
6.2. Estagio probat6rio ......................... . 
6.3. Vacancia ........................................................................... . 
7. Sindicaliza\=-ao e direito de greve .............................................. .. 
8. Sistemas remunerat6rios ............... ............................................ . 
9. Limitac;Oes remunerat6rias ....................................................... .10. Revisao annal .......................................................................... . 
11. Irredutibilidade ........................................................................ . 
12. Aposentadoria ......................................................................... . 
12.1. Aposentadoria voluntiria ................................................ . 
12.1.1. Regras de transi<;io ............................................. . 
12.2. Aposentadoria por invalidez ............................................ . 
12.3. Aposentadoria compuls6ria ............................................. . 
13. Deveres dos agentes pliblicos .......................... .. 
127 
129 
130 
131 
132 
134 
134 
135 
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135 
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136 
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137 
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165 
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170 
172 
172 
173 
DlRE!TO ADM!NISTRAT!VO 
14. Responsabilidade do agente ...................................................... . 
14 .1. Responsabilidade adrninistrativa 
14.2. Responsabilidade civil ...................................................... . 
14.3. Responsabilidade penal ............. . 
15. Sumulas do STF ....................................................................... . 
16. Sfunulas do STJ .......................................... . 
Capitulo XI- Bens publicos ....... . 
1. Introduqao ............................................................................... . 
2. Bens pliblicos - coriceito .......... .............................................. . 
3. Classificaqao ............................................................................. . 
4. Defesa de bens publicos ............................................................ . 
5. Metaqao e desafeta<;ao .............................................................. . 
6. Regime jur:idico ................................... . 
7. Aquisio;ao ................................................................................. . 
7.1. Propriedade e titularidade ................................................. . 
7 .2. Aquisiyii.o de hens m6veis ............... . 
7.3. Aquisi<;ao de bens im6veis .............. . 
7.3 .1. Compra e venda e permuta .................................... . 
7.3.2. Daqao em pagamento ............. .. 
7.3.3. Doa<;ao .................................................................. . 
7.4. Outros modos de aquisi<;ao ............................................... . 
7.4.1. Usucapiao ............................................................. . 
7 .4.2. Desapropriaqao ................... . 
7.4.3. Sucessao ................................................................ . 
7.4 .4. Registro de parcelamento do solo .......................... . 
7.4 .5. Perda e confisco de bens 
8. Alienaqao de bens ......................................... . 
9. Uso de bens publicos ................................... .. 
10. Bens publicos em especie ......................................................... . 
1 0.1. Terra devoluta ........................................................ .. 
10.2. Plataforma continental ...................................................... . 
10.3. Terras ocupadas pelos indios ........................................ . 
10.4. Terrenos de marinha ........................................................ . 
1 0.5. Ilbas ............................................................................... . 
Capitulo XII- Processo administrativo .. 
1. lntroduo;ao ............................................................................... . 
PARTE I 
173 
173 
175 
176 
177 
179 
183 
183 
183 
185 
185 
185 
186 
187 
188 
188 
189 
189 
190 
190 
190 
190 
191 
191 
192 
192 
193 
194 
198 
198 
199 
199 
200 
200 
203 
203 
SINOPSES JuRiDICAS 
2. 0 principio do due process if law e o processo administrative...... 204 
2.1. 0 principio do juiz natural................................................ 205 
2.2. Das provas no processo administrative................................ 206 
3. Principios................................................................................. 206 
3.1. Principio do contradit6rio e da ampla defesa ..................... 207 
3.2. Principio da pluralichJ;de de instil.ncias................................. 207 
3.3. Principio da gratuidade ..................................................... 207 
3.4. Principio da oficialidade .................................................... 207 
3.5. Principio do formalismo moderado ................................... 208 
4. Tipologia do processo administrative........................................ 208 
5. Fases do processo adrninistrativo ............................................... 209 
6. Processo administrativo disciplinar ............................................ 209 
7. Meios sumarios ........................................................................ 210 
7.1. Sindicancia........................................................................ 210 
7.2. Verdade sabida................................................................... 211 
7.3. Termo de declaray6es ........................................................ 211 
7.4. San106es disciplinares.......................................................... 212 
7 .5. Servidores publicos civis da Uniao ..................................... 212 
8. Dernissao de vitalicios............................................................... 214 
9. Dernissao de estaveis ................................................................ 215 
!; 
< 
APRESENTACAO 
~ 
0 estudo do direito administrative reclama, cada dia mais, apro-
fundamento e analise reflexiva. Desde a 1• edis:ao, sabiamos que con-
centrar em uma s6 unidade ou volume todos os apontamentos era 
tarefa fadada a ser intransponivel em pouco tempo. Resistimos por 
nove edis:oes, atualizando e suprirnindo textos, reciclando e otirni-
zando o espa.;:o com o prop6sito de facilitar a pesquisa, o estudo ou 
o conhecimento rninimos dos institutes pr6prios do direito adminis-
trative. Na 10• edi.;:ao, ficou impossivel manter a estrutura original. 
Houve necessaria expansao de temas, introduyao d:e outros i~titutos, 
e, para conservarmos a mesma expectativa, desdobramos o texto em 
do is volumes (19 e 20) da Cole.;:ao Sinopses Juridicas. 
0 prop6sito segue sendo o mesmo, o de oferecer ao publico urn 
estudo serio, concise, diditico e atualizado do direito administrative; 
escrito com a seriedade que o direito reclama. 
Na presente edis:ao, estudamos o direito administrativo, o Estado, 
a Administrafiio Publica, os princ{pios do direito administrativo, os atos ad-
ministrativos, as poderes administrativos, os hens pUblicos, o processo admi-
nistrativo e os agentes publicos, com os aspectos juridicos mais recor-
rentes na aplica\'aO do direito administrative. No volume seguinte 
(20), com os mesmos criterios, revisamos os demais temas do direito 
administrative. 
Bons estudos. 
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I 
CAPITULO I 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
0 direito administrative adquire maior importancia no cenario 
juridico na mesma propor~ao em que a sociedade civil e as institui-
~5es que a representam optam por urn controle rnais efetivo e eficaz 
da atividade administrativa. Nos Estados totalitarios, o direito admi-
nistrative, de forma tao intensa quanto o direito constitucional, pade-
ce de severas limitav5es, posto ser o poder centralizado exclusivamen-
te na vontade daqueles que o detem e a atividade administrativa, por 
via de consequencia, mera forma de exterioriza\'aO daquele desejo 
pessoal. Na medida em que o Brasil se democratizou, ganhou o direi-
to administrative maior amplitude de aplicavao, e no cenario juridico 
nacional reacenderam debates em torno de questoes de interesse des~ 
se ramo do direito publico.A moderniza~ao do Estado igualmente 
contribui para o desenvolvimento do direito administrative, e sua im-
porcincia e realvada ainda mais nos elias que correm. 
Urn exame minimo do desenvolvimento hist6rico do direito 
administrative revela seus tra\'OS ainda no seculo XVIII, seja pela ideia 
de submissao do Esrado a legisla\'ao, seja pela constitucionaliza~ao do 
Esrado e seu franco desenvolvimento posterior e a partir da democra-
tiza~ao dos Esrados modernos. 0 desenvolvimento substancial do di-
reito administrative deu-se a partir do final do seculo XVIII, com a 
institui\'ao do chamado Estado de Direito, cujas premissas podem es-
tar nos principios da legalidade, da separa~ao dos Poderes, na consti-
tucionaliza\'ao do Estado. 0 modo de organiza\'ao do Estado, sobre-
tudo a partir dos movimentos revolucionarios daquele periodo hist6-
rico, foi decisivo para o desenvolvimento do direito administrative, 
anotando-se tanto as decisoes do Conselho de Estado frances, como a 
primeira lei de organiza~ao da Administra\'ao na Fran\'a (Lei de 28 
pluvioso Ano VIII - 1800), como os grandes contributes hist6ricos. 
0 surgimento do direito administrative e controverso, muito 
embora seja usual associa-lo a ideia de subordina~ao do Estado ao 
.-
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i. 
StNOPsEs JuRiDICAS 
principia da legalidade e ao Estado de Direito. Em verdade, o seu 
desenvolvimento ocorreu apos aquele advento, mas a sua origem seria 
anterior e, sobretudo, a partir das decisoes do Conselho de Estado 
frances. 0 reconhecimento de um regime juridico proprio para a 
Administras:iio Publica, concebido pelas miximas da supremacia do 
interesse publico, das prerrogativas publicas, da discricionariedade, re-
sultou antes das decisoes do proprio Poder Executivo, e niio da sub-
missiio deste ao principio da legalidade. Com a Revolus:ao Francesa, 
instaurou-se na Frans:a a jurisdiqiio administrativa ou o contencioso 
administrative, encarregado de julgar as causas de interesse da Admi-
nistrayiio Publica, ficando a jurisdiqiio co mum com o julgamento dos 
demais litigios.As decisoes daquele Conselho e que teriam identifica-
do os primeiros vetores do direito administrative. 
Em verdade, quanto maiores a participaqiio popular na condus:ao 
da atividade administrativa e a sujeis:iio do Estado a Lei ou ao Direito, 
maiores a incidencia de normas de direito publico e a preocupas:iio 
com o estudo do direito administrative. Isso explica por que, desde 
1988, o direito administrative brasileiro assiste a uma grande expansao, 
recepcionando intensamente o influxo de novas formas de regulas:iio, 
que tern intensificado o projeto de Reforma do Estado e da Adminis-
tras:iio iniciados ainda no final dos anos 80 e inicio dos anos 90 do 
seculo XX. Ha, presentemente, valoriza10iio para as novas formas de 
atua,ao associativa (sao exemplos os consorcios publicos e o surgimen-
to das associa10oes publicas), o fomento a atuaqao de entidades privadas 
de interesse social (como as OS e OSCIPs), alem da conforma,ao legal 
das novas autarquias de regime especial (as chamadas agendas regula-
doras). Tambem ganha (ou deve ganhar) valorizaqao a atuayao da so-
ciedade civil (principia da participa,ao), de forma organizada ou nao, 
no espayo publico, atuando de forma positiva na formula10iio das poli-
ticas publicas ou na tomada de decisoes que reunam eficiicia social de 
maior importancia (audiencias publicas, por exemplo). 
0 CONCI::BTO DE DBR!En"O .ADMINIS"'"RATIVO 
0 conceito e o conteudo do direito administrative variam con-
forme o criteria adotado pelo doutrinador ao Iongo de seu desenvol-
'·:J 
DtREITO ADMINISTRAT!VO - PARTE I 
vimento. Dos estudos doutrinarios e dos sistemas legais decorreu o 
surgimento de varias teorias, dentre elas: a legalista, a do Poder Executi-
vo, a do serviro publico (Escola do Se11liro Publico), a teleol6gica e a negativis-
ta. Para alguns, o direito administrative pode ser conceituado como 
sendo tao somente urn conjunto de leis administrativas (legalista); a 
reuniao de atos do Executivo (Poder Executivo); a disciplina, organiza-
s:ao e regencia da prestaqiio de serviqos publicos (serviro publico); o sis-
tema de principios que norteiam o atendimento dos fins do Estado 
(teleol6gica ou fina/istica); ou, por fim, o ramo do direito que regula toda 
a atividade que nao seja legislativa e jurisdicional (negativista). 
0 direito administrative brasileiro, em sintese, pode ser entmdido 
como o conjunto de prindpios juridicos que regem a atividade administmtiva) 
as entidades, os 6tgiios e os agentes publicos, objetivando o peifeito atendimen-
to das necessidades da coletividade e dosfins desejados pelo Estado.Apoia-se 
no modelo denominado "europeu-continental", originario do direito 
frances e adotado por Itilia, Espanha, Portugal, dentre outros paises 
europeus, sendo tambem chamado de "direito administrative descri-
tivo" e que se opOe ao modelo "anglo-americana", porque tern por 
objeto a descriqao e delimita,ao dos orgiios e dos servis:os publicos, 
sendo derrogatorio do direito privado, enquanto o segundo fulcra a 
atuaqao administrativa sem derrogayao do direito privado, integrando 
a Ciencia da Administraqao. 
fD OB.IlETO 
Compete-/he o estudo da atividade ou fimriio administrativa exercida 
direta ou indiretamente, de sua estrutura, de seus hens, de seu pessoal e de sua 
finalidade. Objetiva, em especial, o estudo de atos editados pelo Poder 
Executivo, conquanto apliciivel tambem a atos oriundos dos Poderes 
Legislative e Judiciario. 
Por funs:ao administrativa entende-se, com enorme controversia 
na doutrina, o clever de o Estado atender ao interesse publico, satisfa-
zendo 0 comando decorrente dos atos normativos. 0 cumprimento 
do comando legal, como se vera, podera decorrer da funyiio exercida 
por pessoa juridica de direito publico ou mesmo privada descentrali-
zada da entidade estatal que a criou. 0 que nao se discute e a absoluta 
\i :; 
I 
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I 
S!NOPses JuRiD!CAS 
subtnissiio da Administrafiio d lei) que lhe autoriza o exerddo) ou a exteriori-
zarao por atos e decisoes de seus poderes. Ante tal submissao, mesmo seus 
poderes hao de ser entendidos como deveres, completando-se no bino-
mio poder-dever, ou dever-poder. 
0 estudo da Administra\'ao Publica, em face dos conceitos pro-
postos, e substancialmente o objeto e a fun\'ao precipua do direito 
adtninistrativo. 
• RAMO DO DRREBTO PUBLICO 
0 direito adtninistrativo e classificado tradicionalmente como 0 
ramo do direito publico interno, no qual tambem se situam o direito 
constitucional, o tribucirio, o penal, o processual civil e o processual 
penal, ao lado de outros conhecidos mais recentemente, como am-
biental, eleitoral e urbanistico, diferentemente, portanto, dos ramos do 
diteito privado: civil, comercial e do trabalho. 
A divisao dodireito em. publico (interno e externo) e privado 
advem do direito romano e sempre suscitou discussoes doutrinirias. E 
que o direito objetivo constitui uma unidade e nao pode ser separado 
de forma absoluta, ignorando-se a intensa intercomunica\'ao entre 
todos os seus ramos. 
Assim, a divisao proposta de ha muito atende a finalidade dida-
tica e consagra a doutrina majoritiria que resume o direito publico 
naquele que regula as rela\'oes em que o Estado e parte ou mantem 
interesse preponderante, regendo a sua organiza\'ao, atuando com su-
premacia e visando o interesse publico, enquanto ao direito privado 
restam as normas reguladoras das relal'oes mantidas exclusivamente 
por particulares, caracterizadas pelo interesse privado. 
• REUU;OES COM OIJTROS RAMOS DO DIRE ITO 
Com o direito constitucional M relacionamento porque a este se 
comete o modelo de atuaqao da Administraqao Publica, fixando-lhe 
os principios, a regencia enfim. A Carta Constitucional de 1988 tra-
tou, em capitulo proprio (VII) e sob o titulo "Organizaqao do Esta-do", da Administral'ao Publica, conferindo, portanto, um regime pr6-
D!RE!TO AoM!N!STRAT!VO- PARTE I 
prio: regime juridico constitucional-administrativo. 0 direito consti-
tucional e o direito adtninistrativo mantem autentica relaqao de de-
pendencia; enquanto o primeiro cuida da fixaqao da estrutura do Es-
tado e dos seus fins, sendo escitico, o segundo trata de instrumentalizar 
o seu funcionamento e a consecu\'ao desses fins, sendo dinamico. 
A Constitui\'ao da Republica traqa o perfil da Administraqao Pu-
blica, ditando os seus principios basicos, regula a forma de acesso aos 
cargos, empregos e funqoes publicas, estabelece as acumulaqoes veda-
das, a obrigatoriedade de licitaqao, a possibilidade de constituiqao de 
empresas estatais, a prestaqao de serviqos publicos, dentre outras tantas 
normas aplicaveis a Administraqao Publica direta e inditeta (Capitulo 
VII, arts. 37 e s.). 0 direito adtninistrativo e informado pelos princi-
pios expressos e implicitos contidos na Constituiqao da Republica, dai 
a interdependencia dos dois ramos do direito publico interno. 
Com o direito tributario o direito administrativo tambem se rela-
ciona intensamente, e, para muitos, de forma sistern.ica, ante a compo-
sis;ao da receita publica regulada por normas do primeiro e sua gestao 
deferida a Administral'ao Publica. 
A partir do direito penal o direito administrativo conhece o ilici-
to penal praticavel apenas por agentes publicos (CP, arts. 330 e 331), 
qualificando de forma diversa conduta penalmente ilicita quando 
perpetrada por cidadao que ostente a qualificaqao funcional de agen-
te publico (a lei penal refere-se a funcionario publico). 
Do direito processual o direito adtninistrativo retira normas aplica-
veis aos processos administrativos, aplicando, v. g., as normas previstas 
no C6digo de Processo Penal subsidiariamente aos seus processos dis-
ciplinares. A interas;ao visa a garantir, fundamentalmente, o contradit6-
rio e a ampla defesa ou o devido processo legal. A forma dos atos pro-
cessuais, os modos de publicizaqao do processo e de seus atos podem 
ter fundamento nas regras gerais concebidas pelo diteito processual. 
Mesmo com o direito do trabalho ha relaqao, uma vez que o aces-
so a emprego publico, por vezes, se da coni a aplicaqao de normas 
pr6prias instituidas pela Consolidaqao das Leis do Trabalho, como 
ocorre na composil'ao do quadro de pessoal das sociedades de econo-
mia mista e das empresas publicas. A aplicaqao da CLT aos emprega-
S!NOPses JuRiDICAS 
dos publicos, especie de agentes publicos, pennite o estabelecimento 
de relayao de natureza contratual, empregaticia, entre a Administrayao 
e seus agentes (no caso, empregados publicos), ainda que tambem em 
maior numero a relayao estabelecida seja de matiz diverso, proprio de 
urn regime especifico ( estatutario). 
0 direito civile 0 comercial tambem emprestam normas ao direito 
administrativo sempre que aplicados seus institutos aos neg6cios juri-
dicos de interesse da Administrayao. Assirn, por exemplo, quando esta 
poe em circulayao urn titulo de credito; constitui uma sociedade de 
econornia rnista; realiza uma alienayao de bern im6vel ou recebe urn 
bern em doayao, valendo-se de institutos de direito comercial e de 
direito civil. 
e FONTES 
Por fonte do direito pode-se compreender o fimdamento de valida-
.de. da ordemjurldica. E for:tte de uma norma a anterior, que lhe seja 
superior, tal como concebido por Kelsen. A Constituic;ao passa a ser a 
fonte das demais normas juridicas. Para a validez da Constituic;ao, po-
rem, nao hi norma positivada, mas uma norma hipothica fundamental, 
que e pressuposta. A norma hipotetica, por fim, e que confere o fun-
damento de validade para todo o sistema ou ordem juridica. Esse e o 
sentido formal de fonte do direito. Fonte do direito, porem, e usual-
mente empregada em outro sentido, associando-a ao que produz o 
direito. As fontes formals podem ser estatais (lei, jurisprudencia, con-
venc;oes e tratados internacionais) e niio estatais (costumes, doutrina, o 
poder de grupos sociais). 
As fontes do direito administrativo tiom sido apresentadas de for-
ma contradit6ria pela doutrina. Basicamente, a principal fonte do di-
reito adrninistrativo e a lei, norma escrita superior dentre todas e im-
pessoal, alem de outros atos normativos, abrangendo, assirn, desde as 
normas constitucionais ate as instruy5es, circulares e demais atos de-
correntes do poder normativo estatal. 
Outras fontes, secundando a lei, inspiram o direito administrati-
vo, a saber: a jurisprudencia; a· doutrina, os principios gerais de direito 
e os costumes. 
D!REITO ADMINISTRATIVO PARTE I 
5.1. LEI 
Regra escrita, geral, abstrata, impessoal, que tern por conteudo 
urn direito objetivo no sen sentido material e, no senti do formal, todo 
ato ou disposic;ao emanada do Poder Legislativo. Consoante sua des-
tinayao, recebe o nome de lei constitucional, lei administrativa, lei civil, lei 
penal, lei processual, lei tributaria, lei comercial etc. Sera o seu conteudo 
que lhe emprestara a natureza de norma de ordem publica ou de ordem 
privada - lex privata, nao correspondendo necessariamente ao direito 
publico as normas de ordem publica. Tanto assirn que as normas apli-
caveis ao Casamento e sua dissolu<;:ao, a despeito de tangerem ao direi-
to civil- privado, portanto -, possuem o conteudo de normas pu-
blicas, que lhes garante a rubrica "ordem publica". 
A lei, como norma juridica, deve ser entendida, em seu sentido 
material, como todo ato normativo irnposto coativamente pelo Esta-
do aos particulares, regrando as relayoes entre ambos e dos particula-
res entr~ _si. 
A lei em acepc;ao ampla e fonte do direito administrativo, abran-
gendo todos os atos normativos resultantes do poder legiferante e do 
poder normativo: lei constitucional (superior a todas); lei comple-
mentar (superior em relac;ao as demais); lei ordinaria; lei delegada; 
medida proviso ria (que, embora nao seja lei, produz efeitos como se 
fosse); decreto legislativo; resoluc;ao do Senado; decreto regulamentar; 
instruyiio ministerial; regulamento; regimento; circular; portaria; or-
dem de servic;o. 
5.2. JURISPRUDENCIA 
A jurisprudencia, ou a reuniao organizada de decisoes proferidas 
num mesmo senti do, inspira o direito administrativo. Diversos doutri-
nadores nao a reconhecem como fonte do direito, entendendo-a 
como mera fonte imediata ou de valor moral. Mas, parece-nos acer-
tado indica-la como fonte, sendo marcante a sua influencia em diver-
SO$ institutos, tais como a responsabilidade civil do Estado, a interven-
c;ao na propriedade privada;na apuras:ao de ilicitos funcionais e, ainda, 
na dosimetria da sanc;ao disciplinar. 
StNoPsEs JuRiotcAs 
A jurisprudencia e resultante do exercicio da atividade jurisdi-
cional que, ante a reitera<;ao de decisoes em urn mesmo senti do, passa 
a constituir norma aplicavel a hip6teses similares. 
5.3. PRINCiPIOS GERAIS DE DIRE!TO 
' Os principios gerais de direito, ou os postulados que dirigem 
toda a legislao;;ao, apresentam-se como fonte do direito administrative, 
porquanto atuam como pressupostos de todas as regras juridicas. Os 
principios aplicaveis a Administrac;:ao, tanto OS previstos expressa ou 
implicitamente na Constituic;:ao como os estabelecidos em outros atos 
normativos, tern tal natureza e sao de observancia obrigat6ria. 
5.4. COSTUME 
0 costume, desde que nao contcirio a lei e a moral, pode cons-
tituir fonte do direito administrative, em especial porque nao hii co-
difica<;ao de todas as normas e pela impossibilidade de estas suprirem 
as lacunas conhecidas tao s6 do exercicio da atividade administrativa. 
0 costume requisita a pratica reiterada, sua uniforrnidade, continuida-
de e moralidade, para ser fonte do direito, e nao e diferente para 0 
direito administrative. 
Nao se confunde, porem, o costume com.a praxe administrativa, 
que vern a ser a reiterada forma de conduo;;ao da maquina administra-
tiva e o modo pelo qual atuam os agentes publicos. 
8 IUiGiME .BUJRIDHCO-AIOMINISTRATIVO 
0 direito administrative, como dito, constitui uma disciplina ju-
ridica vinculada ao direito publico, organizada a partir de principios 
juridicos harmonicamente reunidos. A expressao "regime juridico-
-administrativo" consagra a uniao dos principios peculiares a essa dis-
ciplina, que conservam entre si nao apenas uniao, mas relao;;iio de in-
terdependencia. Tais principios sao: a) suprernacia do interesse publico 
sobre o privado; b) indisponibilidade dos interesses publicos (Celso 
AntoniO Bandeira de Mello, Curso de direito administrativo, 12. ed., Sao 
Paulo: Malheiros, 2000, p. 19). 
DtREITO ADMINISTRATIVO PARTE I 
Esse regime e, ainda, caracterizado pela coexistencia de "prerro-
gativas" e "sujeio;;oes" (Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito adminis-
trativo, 11. ed., Sao Paulo:Adas, 1999, p. 64).As prerrogativas sao detidas 
pela Administrao;;ao Publica para satisfazer o interesse publico, condicio-
11ando ou limitando o exercicio de direitos e liberdades do individuo, 
denotando a "supremacia do interesse publico sobre o particular". As 
sujeio;;oes restringem a autonornia de vontade da Administra<;ao Pu-
blica, que somente atua para atender ao interesse publico e na forma 
perrnitida por lei. Dai o bin6rnio prerrogativas e sujeifi5es tipico do re-
gime juridico aplicavel para todos os 6rgaos e entidades que com-
poem a Administra<;ao Publica brasileira. 
A expressao "regime juridico-administrativo" difere da expres-
sao "regimejuridico daAdministrao;;ao", que tanto pode ser de direito 
publico como de direito privado, conforme esteja submetida a Admi-
nistrac;:ao em deterrninada atua<;ao. 0 modelo afasta a subrnissao ao 
direito privado ou publico, conferindo tratamento juridico hibrido 
para o Poder Publico_ e para a Adrninistrao;;ao. 0 "regime juridico-
-administrativo" consagra principios pr6prios do direito administrative 
e da Adrninistra<;ao Publica: 
./ Regime juridico da Adrninistra<;ao - conjunto de nor-
mas de direito publico ou de direito privado aplicaveis a 
regen cia da Administrao;;ao Publica. 
./ Regime juridico-adrninistrativo - conjunto de normas 
de direito publico pr6prias do direito administrative e 
que condicionam a vontade da Administra<;ao (sujeio;;ao) 
e perrnite-lhe o exercicio de prerrogativas exorbitantes 
do direito privado. 
QuADRO srN6rrco - DrRErro ADMINISTRATIVO 
Direit9 admi-
nish·ativo·--
1 . Desenvolvimento Hist6rico 
2. Conceito 
3. Objeto 
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SINOPSES JURiDICAS 
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~egime Juri-
·. cl;c.;-... clm;l"';s~ 
trOtiVo 
Regim<=i.!J~i~ .. 
dico da Admi-
nistra~ao 
4. Fontes 
' 
1 . lei (desde a CF) 
- formois I 2. demais atos nor-
motives 
1 . jurisprud6ncia 
2. doutrina 
- outras fontes \ 3. prindpios gerais de 
direito 
4. costumes 
- conjunto de normas de direito pUblico pr6prias de direi-
to administrative 
- conjunto de normas de direito pUblico ou de direito pri-
vado 
REGIME JURfDICO-ADMINISTRATIVO = PRERROGATIVAS + SUJEI<:;:OES DA 
ADMINISTRA<:;:AO PUBLICA 
CAPiTULO II 
EST ADO I GO VERNO E 
ADMINISTRA<;AO PUBLICA 
0 ADMINISTRA<;A.O - CONCEITO 
A Administrac;:ao Publica pode ser conceituada, em sentido amplo, 
como o conjunto de entidades e de 6rgaos incumbidos de realizar a 
atividade administrativa visando a satisfac;:ao das necessidades coleti-
vas e segundo os fins desejados pelo Estado. Sob o enfoque material, 
objetivo, o conceito de adrninistra<;ao leva em conta a natureza da 
atividade exercida (fun<;iio administrativa), e, sob o subjetivoJormal ou 
orgdnico, as pessoas fisicas ou juridicas incurnbidas da realizac;:ao da-
quela fun<;iio. 
A doutrina menciona HAdministra~ao" e "administrac;ao", con-
forme se refira ao exercicio da atividade administrativa (ern rninuscu-
las), ou ao proprio Estado (ern rnaiusculas). 
A atividade adrninistrativa, repise-se, pode ser entendida como a 
gestiio dos interesses qualificados da cornunidade - pela necessidade, 
utilidade ou conveniencia de sua realiza~ao - e rnarcados pela con-
jugac;:ao de dais principios caracterizadores do regime juridico-admi-
nistrativo: suprernacia do interesse publico e indisponibilidade do in-
teresse publico. 
A Adrninistrac;:ao Publica esta subordinada aos principios de di-
reito administrative e, ern especial, aos principios basicos instituidos 
no art. 37, caput, da Constituic;:ao Federal (legalidade, irnpessoalidade, 
rnoralidade, publici dade e eficiencia), alern dos que decorrern do sis-
tema constitucional (proporcionalidade, razoabilidade, seguranc;:a juri-
dica etc.- v. Capitulo III). 
Ern sintese: 
";; j 
SINOPSES JURiDJCAS 
v' Administra<;ao Publica em sentido amplo: entidades es-
tatais, seus 6rgiios e agentes obrigados ao exercldo da funfiio 
administrativa. 
v' Administra<;ao Publica em sentido material: range ao es-
tudo da fun"ao ftdministrativa (que difere da fun"ao legis-
lativa e da fun"ao jurisdicional) e e cipica para o Poder 
Executive. 
v' Administra"ao Publica em sentido subjetivo: range ao 
estudo dos que devem exercer a fun"ao administrativa, 
as entidades publicas, seus orgaos e agentes. 
f) ESTADO IE GOVERNO 
Estado,Administra"ao e Governo nao se confundem. 0 Estado, 
"na"ao politicamente organizada", e dotado de personalidade juridica 
propria, sen do pessoa juridka de direito publico interne (CC, art. 41, 
I), e de quatro elementos bflsicos: povo, territorio, poder soberano 
(poder de autodetermina"ao e auto-organiza"ao emanados do povo 
para ser exercido em territorio determinado e por ele defendido) e 
finalidades definidas. A vonrade do Estado e manifestada pelo exerci-
cio de seus Poderes (Executive, Legislative e Judiciario). 0 Estado 
brasileiro, desde a proclama"ao da Republica (Constitui<;ao de 1891), 
acolhe a Federa"ao como forma de Estado, conferindo a cada ente 
federado capacidade de auto-organiza"ao, autogoverno e autoadmi-
nistra<;ao. Todos tern suas normas constitutivas (Constitui"oes Estadu-
als, leis organicas municipals), elegem seus governantes (governadores, 
prefeitos) e organizam seus orgaos e entidades da Administra"ao. A 
Uniao, o Distrito Federal, os Estados-Membros e os Municipios, to-
dos com personalidade juridica de direito publico interne, integram a 
Federa"ao. Os territories (CF, art. 18, § 2"), quando criados e regula-
des por lei complementar federal, pertencerao a Uniao e terao perso-
nalidade juridica de direito publico. 
0 Governo e aAdministra<;ao atuam por suas entidades (dotadas 
de personalidade jucidica), por seus orgaos (entes despersonalizados e 
integrantes da estrutura da pessoa juridica) e por seus agentes (pessoas 
DJREITO ADMIN!STRATIVO- PARTE I 
fisicas incumbidas do exercicio da fun"ao publica).A atividade admi-
nistrativa e usualmente exercida pela propria entidade que a titulariza, 
mas, por vezes, pode ser exercida em regime de comunhao de interes-
ses de mais de uma entidade estatal (como ocorre com a gestao asso-
ciada de servi"os publicos, por meio de consorcios e convenios), 
como pode se dar por ato ou contrato que transfere a execu<;ao para 
pessoas fisicas ou juridicas estranhas a Administra"ao (e o que se passa 
com as concessoes, permissoes, delega\05es de servi<;os publicos). A 
Administra<;ao executa fun"oes administrativas que se vinculam a sa-
tisfa"ao do interesse publico e, por isso, seus atos, por vezes, podem ser 
impostos coercitivarnente e independentemente de anuencia dos des-
tinacirios ou mesmo a revelia de previa autoriza"ao judicial. Sao atos 
que, quando executados, revelam as prerrogativas da Administra"ao, os 
chamados poderes administrativos (v. adiante Capitulo VIII). Os tres Po-
deres doEstado tambem nao se confundem com os poderes adminis-
trativos; aqueles sao estruturais e estes meramente instrumentals da 
Administra"ao. A fun<;ao precipua do Legislative e exercer a atividade 
normativa: a elaborafiio da ·zei; a do Executivo e o exercicio da fun<;ao 
adrninistrativa: a conversJ.o da norma abstrata em ato concreto; e a do Poder 
Judiciario e a fun<;aO jurisdicional: a ap/icafiiO da lei de forma coativa, 
substituindo a vontade das partes} compondo os conjlitos ou resistencias ao 
cumprimento das leis.A fun"ao administrativa desempenha papel diver-
so: tern natureza executoria da vontade estatal, torna concreta a defe-
sa do interesse publico, a quem se vincula. Nas rela"oes que estabelece 
a Administra"ao esta sempre vinculada a fins especificos e a um inte-
resse em jogo ( o interesse publico), por isso nao detem a imparciali-
dade e neutralidade que outras fun"oes estatals devem respeitar. 
0 exercicio da atividade administrativa e concreto e direto; o da 
atividade legislativa e abstrato; e 0 do Judiciario, indireto. 
Os poderes administrativos, como dito, sao meramente instru-
mentais e objetivam tao somente o atendimento das finalidades dira-
das pelo interesse publico (poder de policia, regulamenrar, discricio-
nario, hierarquico e disciplinar). 
Os tres Poderes (Legislative, Judiciario e Executive) praticarn 
atos administrativos e exercem fun.;ao administrativa (por exemplo, 
quando admitem pessoal, contratan:i terceiros, realizam procedimentos 
licitatorios etc.). 0 exercicio da atividade administrativa por qualquer 
~--. SiNOPSES JuRiDICAS 
dos Poderes esta sujeito as normas constitucionals pr6prias da Admi-
nistrac;:ao Publica (v. CF, Titulo III - Da Organizac;:ao do Estado, Ca-
pitulo VII- DaAdministrac;:ao Publica- arts. 37 e s.). 0 Judiciario 
edita atos judiciais (atos administrativos) e jurisdicionals (resultantes da 
sua func;:ao precipua). 0 mesmo se processa em relac;:ao ao Legislative, 
que realiza atividade legi:ferante (tipica) e administrativa (atipica). 
A interpenetrac;:ao das func;oes estatals resulta do que preve a 
Constituic;:ao Federal para cada urn dos Poderes do Estado. 0 Judici-
irio, cuja func;:ao precipua e a jurisdicional, que pode ser dotada de res 
judicata, tambem edita resoluc;:oes, regularnentos, regimentos internos 
por seusTribunais (art. 96, I, a), todos atos de natureza ~tormativa, alem 
de organizar e prestar diretamente os seus servic;:os administrativos 
(art. 96, I, a, b, c etc.). 0 mesmo se passa como Legislative que, sem 
prejuizo da sua func;ao tipica (legislar), tambem processa e julga, pelo 
Senado, o Presidente da Republica e os Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal nos crimes de responsabilidade (art. 52, I e II), a par de 
organizar internamente seus servic;:os administrativos (arts. 51, rv, e 52, 
XIII): 0 Executivo, alem do exercicio tipico da func;ao administrativa, 
pode editar atos normativos (art. 84, IV e VI), medidas provis6rias (art. 
62), leis delegadas (art. 68), mas nao exerce, mesmo de forma atipica, 
func;:oes jurisdicionais. 
Govemo corresponde a atividade que fixa objetivos do Estado ou 
conduz politicarnente os neg6cios publicos. Atos de Govemo resultarn 
da soberania ou autonornia politica detidas pela Uniao (soberania), 
Estados-Membros, Distrito Federal e Municipios (autonornia), todos 
norninados por entidades estatais ou pessoas politicos. 
Os atos resultantes da atividade governamental (atos de Governo 
- v. g., sanc;:ao, veto, decreto autonomo) sao distintos dos atos adrni-
nistrativos: OS primeirOS saO desvinculados, independentes, Orientados 
por criterios legais e politicos, diferentemente dos atos adrninistrativos 
tipicos, que devem guardar necessaria dependencia, sendo resultantes 
da atuac;ao hierarquizada propria da Administrac;:ao Publica. 
2.1. ORGANIZA<;AO DO ESTADO BRASILEIRO 
0 estudo daorganizac;ao p.olitica e da divisao espacial do poder 
pode se~ r~iliz.ado sob tt~s eDfoques: a) daforma de govemo; b) dajorma 
de Estado; c) do sistema de govemo. 
0JREITO AoM!NISTRATIVO - pARTE I 
A forma de governo adotada e a republicana. A Republica pri-
vilegia a isonomia entre todos, governantes e governados~ nao admite 
a irresponsabilidade politica e privilegia o interesse publico. A forma 
de Estado e a federativa, que pressupoe a descentralizac;:ao politica, a 
soberania do Estado federal, o principia da indissolubilidade do vin-
culo, alem de outras caracteristicas adiante estudadas. Por fim, o siste-
ma de governo e o presidencialista, confiando ao Chefe do Executivo 
tambem a Chefia da Administrac;ao Publica, a representac;:ao do Esta-
do e do governo. 
De relevo para o direito administrative os tres modos de organi-
zac;ao politica do Estado, porquanto deles e que decorrem os princi-
pios fundamentals do regime juridico-adrninistrativo. Veja-se: da Re-
publica, a indisponibilidade do interesse publico e a supremacia do 
interesse publico sobre o particular; do presidencialismo, a chefia da 
Administrac;ao confiada, sobretudo, ao Executivo; e da Federac;ao o 
reconhecimento de competencias materials e legislativas a todas as 
pessoas politicas que compoem o Estado brasileiro. 
· A.'r~derac;:ao pressupi'ie, ~omo anota Pedro Lenza (Direito co~tsti­
tucio~tal esquematizado, Sao Paulo: Saralva, p. 247), descmtraliza~;Jo polfti-
ca; constituifCio rfgida como base jurfdica; inexist€ncia do direito de secessiio; 
soberania do Estado federal; auto-orga~tiza~;Jo dos Estados-J11embros; 61gZio 
representativo dos Estados-Membros;guardiJo do Constitui~;Jo (STF). 
Compoem a Federac;ao a Uniao, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municipios. 
Uniao: detem personalidade juridica de direito publico interno, 
reunindo capacidade de auto-organizac;ao, autogoverno, autolegisla-
c;:ao e autoadministrac;:ao, ou, como sugere Lenza (ob. cit., p. 255), au-
tonornia financeira, administrativa e politica (FAP). A representac;ao 
externa da Republica Federativa compete a Uniao (CF, art. 21, I a IV). 
Detem competencia material (administrativa): 
- exclusiva nas hip6teses do art. 21 da CF (por exemplo, manter 
o servic;:o postal e o correio aereo nacional; explorar, diretarnente ou 
nao, os servic;os de telecomunicac;:oes, os servic;os de radiodifusao so-
nora e de sons e imagens, os servic;:os de transporte ferroviirio e aqua-
viirio entre portos brasileiros e fronteiras nacionals, ou que transpo-
nham os lirnites de Estado ou territ6rio etc.); 
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L~- SINOPses JuRiDICAS 
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- co mum aos demais entes da Federa.;ao nas hip6teses do art. 23 
da CF (por exemplo, cuidar da saude e assistencia publica, da prote.;ao 
e garantia das pessoas portadoras de deficiencia, preservar florestas, a 
fauna e a flora, proteger o meio ambiente, proporcionar meios de 
acesso a cultura, a educa<;ao e a ciencia etc.). 
Ja a competencia le'gislativa (para legislar) pode ser: 
- privativa (CF, art. 22 - por exemplo, legislar sobre direito 
civil, penal, processual, eleitoral, agririo, maritimo, aeroniutico, espa-
cial e do trabalho, sobre desapropria.;ao, sobre servi.;o postal etc.). 
Dentre as materias de competencia privativa figura o estabelecimento 
de normas gerais de licitm;ao e contratafCiO, em todas as modalidades7 para as 
adrninistra(iies p1'tblicas diretas, autarquicas e fundacionais de todos os entes 
federados, assim como para as empresas publicas e sociedades de economia 
mista (CF, art. 22, XXVII). As hip6teses de competencia privativa ad-
mitem delega<;ao, por lei complementar, aos Estados ( e por extensao 
ao Distrito Federal), como preve o paragrafo unico do art. 22 da CF; 
- concorrente (CF, art. 24 - por exemplo, legislar sobre direitp. 
tributfu:io, financeiro, penitenciirio, econOmico e urbanistico; Or~a­
mento;juntas comerciais; educa.;ao, cultura. etc.). Nessas hip6teses, as 
materias tanto serao reguladas pela Uniaocomo tambem pelos Esta-
dos e Distrito Federal, cabendo a primeira a fixa.;ao de normas gerais. 
Nao havendo norma proveniente da Uniao; os Estados poderao exer-
cer competencia legislativa plena. Advindo posteriormente lei federal 
que fixe as normas gerais e havendo conflito com a norma estadual, 
esta tera a sua eficacia suspensa (a lei nao e revogada). 
Estados-Membros: detem personalidade juridica de direito publi-
co interne e reunem auto-organiza<;ao (CF, art. 25, caput, na medida 
em que sao regidos por leis e constitui.;oes que adotarem); autogover-
no (CF, arts. 27, 28 e 125, organizando os Poderes do Estados); auto-
administra.;ao e autolegisla<;ao (CF, arts. 18, 25, 26,27 e 28). 
Reunem competencia material (administrativa): 
- comum (CF, art. 23, como visto); 
-residual (CF, art. 25, § 1"): sao reservadas aos Estados as com-
petencias que nao lhes sejam vedadas pela Constitui<;ao Federal, ou as 
que sejam residuals. 
A competencia legislativa pode ser: 
DIREITO ADMINISTRATIVO- PARTE I 
- expressa (CF, art. 25, caput) - competencia para impor as suas 
leis e a sua Constitui.;ao, observados, evidentemente, os parametres da 
Constitui<;ao Federal; 
- residual (CF, art. 25, § 1") - competencia que nao lhes seja 
vedada ou residual em rela.;ao a Uniao, Distrito Federal e Munidpios; 
-de/egad a (CF, art. 22, paragrafo unico)- por lei complemen-
tar, pode a Uniao delegar aos Estados a competencia para legislar so-
bre questoes espedficas das materias relacionadas no art. 22 da CF; 
- concorrente (CF, art. 24) - competencia para, observando as 
normas gerais fixadas pela Uniao, legislar concorrentemente com os 
demais Estados e o Distrito Federal; 
- suplementar e supletiva (CF, art. 24, §§ l" a 4") - competencia 
para editar norma especifica acerca de materia regulada pela Uniao, 
que deve editar normas gerais. Ocorrendo omissao da Uniao, a com-
petencia sera de caciter supletivo; havendo norma geral imposta pela 
Uniao, a competencia seci suplementar complementar. 
Dentre as materias que compoem a competencia material dos 
Estados-Membros figura a explora(iio dos servi(OS locais de gas canalizado 
(CF, art. 25, § 2"), que tanto pode se dar diretamente ou mediante 
concessao (v. a prop6sito, Lei n. 9.478/97). 
Municipios: pessoas juridicas de direito publico interne, dotados 
de auto-organiza.;ao (CF, art. 29, caput), porque devem organizar-se 
por meio de Leis Organicas; autogoverno (CF, art. 29); autoadminis-
tra<;ao e autolegisla<;ao (CF, art. 30). 
Possuem competencia material (administrativa) e legislativa. A 
competencia administrativa pode ser: 
- comum (CF, art. 23); 
- privativa (CF, art. 30, III a IX) -a Constitui.;ao Federal enu-
mera as questoes que tangem a competencia privativa dos Munid-
pios, como, por exemplo, instituir e arrecadar os tributes de sua com-
petencia, criar, organizar e suprimir Distritos; promover o adequado 
ordenamento territorial etc. 
A competencia legislativa, por seu turno, pode ser: 
- expressa (CF, art. 29, caput) - sao regidos por meio de lei 
organica; 
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- suplementar (art. 30, I): legislam sobre os assuntos de interesse 
local (toda materia que diretamente pertine aos Municipios, o que 
equivale a ideia de interesse predominante ou peculiar interesse; ex-
pressoes ja consagradas pela doutrina constitucional). 
Do rol de materias ~ue exigem a legisla~ao editada pelos Muni-
cipios figura tambem a elaboras;ao de plano dil·etor (CF, art. 182, § 1 ") 
para os que possuam mais de 20.000 habitantes ou que estejam em 
uma das hip6teses indicadas no Estatuto da Cidade (Lei n.10.257 /2001, 
art. 41). 
Distrito Federal: pessoa juridica de direito publico interno, tam-
bern integrante da Federaqao e dotado de auto-organizaqao, autogo-
verno, autoadministra<;:ao e autolegislas;ao. E peculiar, reunindo as 
competencias proprias dos Estados e dos Municipios. Regido por lei 
organica, o Executivo e chefiado pelo Governador e o Legislativo 
integrado por Deputados Distritais. Brasilia e a Capital Federal, situa-
da no Distrito Federal. 0 Distrito Federal nao e, portanto, a Capital 
da ReFublica,Federativa. Ele naoadmite subdivisao em Munidpios 
(CF, art. 32). A administra<;:iio publica no Distrito Federal tambem 
assume carater peculiar, na medida em que ha institniqoes administra-
tivas a ele subordinadas, porem mantidas e organizadas pela Uniao 
(CF, art. 144, § 6").Assim, as policias civil, militar e o corpo de bom-
beiros do Distrito Federal sao organizados pela Uniao, mas utilizados 
pelo Distrito Federal, nos termos de lei federal. Ha, ainda, o Fundo 
Constitucional do Distrito Federal (Lei n. 10.633/2002), que almeja 
prover os recursos a organizaqao e manutenqao daquelas carreiras, as-
sim como assistencia financeira para a execus;ao de servis:os de saude 
e educaqao. 
Os territorios nao sao entes federativos, mas podem ser consti-
tuidos pela Uniao (CF, art. 18, § 2"), integrando a sua estrutura admi-
nistrativa. Se criados ( o que dependera de plebiscito e lei complemen-
tar), teriio a natureza de autarquias de regime especial, ainda que che-
fiados por Governador nomeado pelo Presidente da Republica e apos 
aprovas;ao pelo Senado (CF, art. 84, XIV). 0 prirneiro territorio foi o 
do Acre (1904) e ate a CF de 1988 existiam tres: Roraima, Amapa e 
Fernando de'Notortha. A CF de 1988 transformou em Estados-
-Membros Roraima e Amapa, sendo Fernando de Noronha reincor-
DIREITO ADMINISTRATIVO - PARTE J 
porado ao Estado de Pernambuco. 0 Arquipelago de Fernando de 
Noronha e hoje uma entidade autarquica que integra o Executivo de 
Pernambuco, nominada de Distrito Estadual, com estatuto proprio e 
autonomia administrativa e financeira (v. Constituis;ao Estadual de 
Pernambuco, art. 96, Lei estadual n. 11.304, de 1995). 
Todas as pessoas politicas integrantes da Federas;ao possuem, 
como vimos, autoadrninistras:ao e, por isso, devem gerir seus neg6cios, 
prestar os serviqos publicos de sua competencia, zelar pelo primado 
do interesse publico. 
Todas detem Administraqao Publica Direta e Indireta e exerci-
tam funs;oes administrativas. 
Administrar<io Direta corresponde a atuas;ao direta pelo proprio 
Estado por suas entidades estatais: Uniao, Estados-Membros, Munici-
pios e Distrito Federal. A primeira e dotada de soberania, as demais, 
de autonomia politica, administrativa e financeira, como suficiente-
mente resurnido. 
Q ADNUNISTIIM.~AO DIRETA E INDIRETA 
A Administraqao Direta corresponde a atua<;:iio direta pelo pro-
prio Estado por suas entidades estatais: Uniao, Estados-Membros, 
Municipios e Distrito Federal. A primeira e dotada de soberania, as 
demais, de autonomia politica, administrativa e financeira. 
A Administraqao Indireta e integrada por pessoas juridicas de 
direito publico ou privado, criadas ou instituidas a partir de lei espe-
dfica: autarquias, fundas:oes, empresas publicas e sociedades de econo-
mia mista, como tambem associas;oes e consorcios publicos. Ha, ainda, 
as chamadas entidades privadas que concorrem com o Estado para a 
realizaqao de atividades de interesse social. Sao as chamadas paraesta-
tais: servis;os sociais aut6nomos, entidades de apoio, organizas;oes so-
ciais e organizaqoes da sociedade civil. 
As paraestatais nao integram a Administraqao Indireta, sao insti-
tuidas por vontade da iniciativa privada e atuam em comunhao com 
a Administraqao on com ela estabelecem alguma especie de vinculo 
juridico ( decorrertte de autorizaqao legislativa, de contrato on parce" 
ria, como adiante explicitado). 
,, S!NOPses JuRiDlCAS 
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Da-se o nome de centralizada para a atividade exercida direta-
mente pela entidade estatal; desconcentrada, sempre que a competencia 
para o exercicio da atividade e repartida, divididaou espalhada por 
diversos orgaos (ministerios, secretarias e outros orgaos despersonali-
zados) que integrarn a mesrna pessoajuridica; e descentralizada, quando 
a atividade administrativa e deferida a outras entidades dotadas de 
personalidade juridica, seja por outorga (lei), seja por delegac;:ao (con-
trato ou ato). 
Da desconcentra(iio resulta a cria<;:ao dos 6rgiios publicos, provenien-
te da aplicac;:ao obrigatoria do poder ( ou principio) da hierarquia. A 
func;:ao atribuida para a entidade estatal e repartida internamente entre 
seus orgaos, estabelecendo-se subordinac;:ao interna. Da descentraliza(iio 
resulta a atribui(iio da JunfiiO para outras entidades ou pessoas juridicas ou 
.fisicas, sendo inforrnada pelo principio da especializariio quando tange 
a formac;:ao da Administrac;:ao Indireta (v. Capitulo IV, item 1). 
As pessoas juridicas instituidas pela vontade do Poder Publico, e 
por isso integrantes da chamada Administraqao Indireta, possuem ca-
racteristicas proprias, distintas das pessoasjuridicas criadas por parti-
culates. Sao elas: 
a) a criaqao somente pode decorrer de lei (CF, art. 37, XIX); 
b) sua finalidade nao sed. lucrativa; 
c) nao se extinguem pela propria vontade (principio do paralelismo 
das formas), mas apenas por forc;:a de lei (nao lhes incidem, exclu-
sivamente, as normas proprias do direito privado); 
d) sujeitam-se sempre a controle interno (proprio da hierarquia) e 
podem ficar sujeitas, na forma e nos limites da lei, a fiscalizac;:ao ou 
tutela realizadas pela propria entidade a que se vinculam ( ou que 
as tenham criado); 
e) sujeitam-se a controle externo exercido pelo Legislative, com 
apoio do Tribunal de Contas, e pelo Judiciario, alem da fiscalizaqao 
desempenhada pelo Ministerio Publico; 
f) permanecem adstritas a finalidade para a qual foram instituidas 
(principio da especialidade). 
E tambem da descentralizac;:ao administrativa que decorre a atri-
bui.;:ao qa e:x:(!cuc;:ao de servi.;:os publicos a pessoas juridicas ou priva-
das, como se passa no regime das concess6es e permiss6es de servi-
qos publicos. 
DlREJTO ADM!NISTRAT!VO - PARTE 1 
3.1. DESCENTRAUZA<;Ao POLfTICA 
A descentralizac;:ao politica nao se confunde com a descentrali-
zac;:ao administrativa. Ha descentralizayao politica sempre que pessoas 
juridicas de direito publico concorrem com competencias politicas, 
com soberania ou autonomia para legislar e para ditar seus propositos 
e seu governo. A rt!partiqao de competencias no Brasil adota tal mo-
delo, havendo a descentralizaqao politica com a Federaqao e o reco-
nhecimento das autonomias de Estados-Membros, Municipios e Dis-
trito Federal (art. 1" da CF).A descentralizac;:ao politica e concretizada 
pela nao subordinac;:ao daqueles a Uniao, reservando-lhes a Constitui-
qao competencias proprias. 
Nos Estados unitirios ha concentrac;:ao de competencias ou de 
poderes a uma so pessoa politica (como ocorria no periodo imperial), 
podendo ocorrer eventual desconcentrac;:ao e descentralizac;:ao mera-
mente administrativas, mas por opc;:ao da unica pessoa politica. E do 
poder central que decorre a atribuic;:ao de competencias locais ou re~ 
gionais. Na Federac;:ao, porem, a atribuic;:ao de competencias nao e 
uma opc;:ao do legislador, mas do constituinte. 
0 Brasil, que adota a Federac;:ao como forma de Estado, reco-
nhece como entes componentes dela a Uniao, os Estados-Membros, 
o Distrito Federal e os Municipios. Como o Estado brasileiro foi for-
mado pela segrega(iio do Estado que antes era unitario (periodo impe-
rial), o poder que era central, unico, foi repartido, dividido ou descen-
tralizado para mais de uma pessoa politica para ser exercido dentro do 
mesmo territ6rio. Nos Estados Unidos, que instituem o federalismo 
de forma pioneira, ocorreu fen6meno diverso: a uniao de Estados 
antes independentes e que ensejou a formac;:ao do Estado e, por isso, 
o federalismo la ocorreu por agrega(iio. 
3.2. OR.GANIZA<;AO ADMINISTR.ATIVA 
Pode-se adotar a seguinte designac;:ao para a organizac;:ao admi-
nistrativa brasileira: 
Administra(iio Direta: conjunto de 6rgaos criados na estrutura · ·· 
de cada uma das pessoas politicas para o exercicio das func;:oes ad-
,_ ...... -.. ~·----~Sl":N:C:O:J'P::SE=S~J~U:"R~iD:>Jl::C~A:_s _________________________ _ 
m1mstrativas e outras atipicas. Assim, corresponde aos orgaos que 
integram a estrutura da Uniao, dos Estados-Membros, do Distrito 
Federal e dos Municipios (atuaqao clireta, ou desconcentrada, do 
Poder Publico). 
Administra\ao Indireta: conjunto de entidades dotadas de persona-
lidade juticlica propria ; criadas para o exercicio de funs;oes especifi-
cas, como as autarquias, agencias, funda~Oes, entidades empresariais 
(sociedades de economia mista e empresas publicas e suas subsiclia-
rias). Os consorcios publicos, constituidos sob a forma de associa<;oes 
publicas, sao tambem integrantes da Administra<;ao Inclireta (Lei n. 
11.107 /2005). 
Paraestatais, entes de coopera(;iio: entidades criadas pelo setor priva-
do, com personalidade juriclica de clireito privado, mas que mantem 
vinculo juridico com as pessoas politicas, como os serviyos sociais 
autonomos, as organiza<;oes sociais, as organiza<;oes da sociedade civil 
de interesse publico, dentre outros. 0 vinculo pode ser resultante de 
lei (com() no caso dos serviqos sociais autonomos- ex.: SESC, SESI, 
SENAI), de contrato de gestae (como para as organiza(05es socials) ou 
de parceria (como no caso das organizaqoes da sociedade civil de in-
teresse publico). 
As empresas publicas e as sociedades de economia mista inte-
gram a Administra<;ao Inclireta, conquanto Hely Lopes Meirelles te-
nha sugerido a inclusao entre as chamadas paraestatais. A obra atuali-
zada do doutrinador ja contem a ressalva, nao subsistindo a antiga 
posis;ao (Direito administrativo brasileiro, 28. ed., Sao Paulo: Malheiros, 
2003, p. 65-66). 
Para que nao se incorra em equivoco, ji que tanto as empresas 
publicas e as sociedades de economia mista como as paraestatais sao 
pessoas juriclicas de clireito privado, constituidas, pois, sob o reginle do 
clireito privado, destaque-se que: as entidades empresariais sao consti-
tuidas por desejo do Estado (a lei apenas autoriza a constituiqao); as 
paraestatals, por desejo de particulares (pessoas fisicas ou juriclicas); as 
empresas estatals integram a Administra<;ao (administra<;ao inclireta); 
as paraestatals'atuam ao·lado daAdministra<;ao, ou.seja, de forma pa-
ralela a esta. 
DIRE!TO ADM!NISTRATIVO - PARTE I 
Admite-se a constitui<;ao de entidades da Administraqao Inclire-
ta por qualquer dos poderes do Estado, alnda que primariamente a 
ocorrencia seja tipica do Poder Executive. Por isso, nada impede que 
0 Legislative constitua entidade autarquica ou fundacional, podendo 
tambem faze-lo o Jucliciario, mas desde que observada a regra do art. 
37, XIX, da Constitui<;ao Federal. 
Em sintese: 
-Administraqao Direta: Chefia do Poder (por exemplo, a Presi-
dencia da Republica) e seus orgaos auxiliares (por exemplo, os Ministe-
rios), seus orgaos de assessoramento (por exemplo,AGU) e de consulta 
(por exemplo, Conselho da Republica e Conselho de Defesa Nacional). 
As fun<;oes proprias da pessoa politica (no caso, a Uniao) e desconcen-
trada ou repartida internamente entre os orgaos mencionados. 
- Administraqao Inclireta: Autarquias, Agencias, Fundaqoes, 
Empresas Publicas e Sociedades de Economia Mista, todas dotadas de 
personalidade juriclica propria, criadas por lei ou a partir de autoriza-
: qacdegislativa e resultantes de descentralizaqao administrativa. Ex;:·na 
Administra<;ao Federal: IBAMA (autarquia);ANATEL (agencia regu-
ladora); Fundaqao Nacional de Saude (fundaqao); Caixa Economica 
Federal (empresa publica); Banco do Brasil (sociedade de economia 
mista). As funqoes proprias da pessoa politica foram, pelas leis que 
criaramaquelas entidades, outorgadas a cada uma das entidades men-
cionadas, ocorrendo a descentralizafiio administrativa. 
- Paraestatals - entes de coopera.;ao: Servi<;os Socials Autono-
mos, Organiza<;oes Sociais, Organiza<;oes da Sociedade Civil de Inte-
resse Publico etc. Pessoas juridicas de direito privado, criadas sem fins 
lucrativos e para o desempenho de fun<;oes socialmente relevantes e 
que estabelecem, cada qual a seu modo, vinculo juridico com as pes-
seas politicas, passando a desfrutar de prerrogativas incomuns para as 
demals pessoas juridicas de direito privado. 
Todas as fun<;oes administrativas, exercidas clireta ou indireta-
mente pelo Estado, acham-se gizadas pelos pr!ncipios e regras juridi-
cas que informam o regime juriclico-administrativo. Sao principios as 
normas juriclicas que fundam o sistema, enquanto as regras possuem 
conteudo certo, determinado e precise. 
, SINOPSES JuRfDICAS 
~------..... --
\" 
.<:-1 
QUADRO SINOTICO - ESTADO, GOVERJ"O E ADMINISTRA(:AO P0BLICA 
1. Adminis-
t~a~ao 
2. O~lJ(illi:za­
~ao do .Est~:~­
do brasileiro 
3. Jjnia<> (CF, 
1. em sentido amplo 
Co nee ito 2. em sentido objetivo 
3. em sentido subjetivo 
forma de governo = Republica 
forma de Estado = Federa~aa 
sistema de governo = Presidencialista 
Republica 
Federat;Oo 
Presidencia-
lismo 
Competencio 
material 
Privilegia a isonomia entre todos e o in-
teresse pUblico 
Composta pela Uniao, pelos Estados, 
pelo Distrito Federal e pelos Munidpios. 
Os entes federados detem autonomic 
financelra, administrative e politico 
0 Presidente do Republica e o Chefe do 
Executive e do Administra~ao Publica 
. ··- - ------
-exclusive (CF, art. 21) 
- comum (CF, art. 23) 
privative 
admite delega~ao, par 
lei complementar aos Es-
tados/Dis!rito Federal (CF, 
art. 22, par6grafo unico); 
art. 21., Ia JV) Competencia 
/ . ,• .. -. 
as materias serao regu-
ladas pela Uniao, Esta-
dos e Distrito Federal (p. 
ex., direito tribut6rio, fi-
nanceiro/ penitenci6rio, 
econ6mico e urbanfsti-
co, on;amento, educa-
c;oo, culture etc.).A Uniao 
fixa normas gerais e, no 
ausenda destas, OS Es-
tados exercem compe-
Legislative 
concorrente 
- tenckdegisl6tiva plena. 
Havendo conflito entre 
3. Uniao (CF, 
art. 21, I a IV) 
4. Estados-
-Membros: 
(CF, art. 25, 
caput) 
5. fu\Onicipios 
6. Distriio 
.Federal 
7; .Territories 
Organizc~ao 
. t~cbnini$1ra­
tiva 
Competencia 
legislative 
Competencia 
material 
Competencia 
legislative 
Competencia 
administrative 
Competencio 
legislative 
DIRE!TO ADMINlSTRATIVO- PARTE l 
concorrente 
norma federal posterior 
e estadual, est6 ter6 a 
sua efic6cia suspenso 
(a lei naa e revogada) 
- comum (CF, art. 23); 
-residual (CF, art. 25, § 1•); 
- expressa (CF, art. 25, caput); 
-residual (CF, art. 25, § 1•); 
- delegada (CF, art. 22, § 1 Q); 
- concorrente (CF, art. 24); 
- suplementar e supletiva (CF, art. 24, 
§§ 19 a 4•). 
- comum (CF, art. 23); 
-privative (CF, art. 30, Ill a IX). 
- expressa (CF, art. 29); 
- suplementar (CF,.art. 30, 1). · 
E regido por lei organica. Brasilia e a Capital Federal, situ-
ada no Distrito Federal. Nao admite subdivisao em munid-
pios (CF, art. 32) competencies pr6prias dos Estados e 
dos Munidpios. 
Nco sao entes federodos. Podem ser constituldos pelo 
UniOo (CG art. 18, § 22L integrando sua estruturo adminis-
trative. Se criados, terao natureza das autarquias de regime 
especial. 
1. Administra~Oo Direta- corresponde aos 6rgaos que in-
tegrom a estrutura do UniOo, dos Estados-Membros, do 
Distrito Federal e dos Municfpios. 
2. Administra~ao lndireta- entidades com fun~6es esped-
ficas, como autarquias, agendas, fundo~6es, entidades 
empresariois (sociedades de economic mista e empresas 
pUblicas e suas subsidi6rias) e cons6rcios pUblicos (asso-
cia~oes publicas). 
3. Entes poraestatois ou entes de coopera~ao...,.... nCo perten-
cem 6 AdiniilfStrO~ao PUbiica, mas a"tU-arrl iunfo a ·ela, de-
\. 
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; SJNOPSES JuRiDlCAS 
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,:9_~-~_C3"-_~~~;~~~~ senvolvendo atividades sociais relevantes. Possuem perso~ 
-~d,·~-~-rii~fy~;,.3_-·- nalidade de direito privodo e nOo possuem fito de Iuera. 
tiv(l\ . ·.·. Ex.: SESI e SENAI. 
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Desc<mtr<IU-
z(l~ao 
~is'~~_n_c~~-~-
fr(I~C.,o · 
Atividode administrative transferida para outre ente, com 
persol'\alidade prOpria, criado com esse objetivo, mediante 
outorgo (lei) ou delego~oo, pelo Administro~oo Publica -
ADMINISTRAQ,O INDIRETA. 
Ocorre dentro do mesma entidade do Administra~oo Pu-
blica direta ou indireta. Resultam os 6rg0os. Fruto do 
Principia do Hierarquio - ADMINISTRA(AO DIRETA. 
CAPITuLo m 
PRINclPIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
0 INTRODU~Ao 
Os principios basicos cia Administra~ao estao previstos na Cons-
tituivao Federal (art. 37), mas a eles somam-se outros expresses ou 
implkitos na Carta Magna, e todos de indispensavel aplica~ao, tanto 
na elabora~ao como na aplica~ao clas normas legais. Esses prindpios 
correspondem aos alicerces da ciencia e deles decorre todo o sistema 
normative. "Principios de uma ciencia sao as proposi~oes basicas, fun-
damentais, tipicas que condicionam toclas as estrutura~oes subsequen-
tes. Principi.os, 11este sentido,siiR os alicerces,os fundamentos da.cien~ 
cia" (Jose Cretella Junior, Filos{Jfia do direito administrativo, Rio deJa:.. 
neiro: Forense, 1999, p. 35). A nao observancia de qualquer deles 
compromete a atuavao administrativa e pode impor a responsabiliza-
~ao daAdministra~ao e do agente publico. 
Os principios basicos daAdministraviio, a luz do art. 37 da Cons-
tituivao Federal, sao: legalidade, segundo o qual ao administrador so-
mente e dado realizar 0 quanto previsto na lei; impessoalidade, por-
quanto a atuaviio deve voltar-se ao atendimento impessoal, geral, ain-
da que venha a interessar a pessoas determinadas, niio sendo a atuaviio 
atribuida ao agente publico, mas a entidade estatal; moralidade, que 
encerra a necessidade de toda a atividade administrativa, bern assim de 
OS atOS administrativos atenderem a Uffi SO tempo a lei, a moral, a 
equiclade, aos deveres de boa administra~ao; publicidade, que to rna co-
gente e obrigat6ria a divulga~ao e o foruecimento de informavoes de 
todos os atos da Administras;ao, seja de forma interna ou externa; e, 
por fun, eficii!ncia, que impoe a necessidade de adovao, pelo adminis-
trador, de criterios tecnicos, ou pro£ssionais, que assegurem o melhor 
resultado possivel, abolindo~se qualquer forma de atua~ao amadoris'-
tica, obrigando tambem a entidade a organizar-se de modo eficiente. 
~ 
!'--..... ___ --~ SINOPSES JuRiDICAS 
Previstos no art. 37, caput, da Constituio;:ao Federal, como ja dis-
semos, sao OS principios aplicaveis aos tres Poderes e a Administrao;:ao 
Publica Direta e Indireta ( desta, a EC n. 19/98 excluiu o termo "fun-
dacional", entendendo-o integrante da Administras:ao Indireta). 
Outros principios assumem a mesma natureza quando consagra-
dos expressamente pel;} norma legal, como ocorre com a Constitui-
o;:ao paulista, que preve a razoabilidade, afinalidade, a motiva>iio eo inte-
resse publico como principios basicos da Administraqao (CESP, art. 
111); com a Lei n. 9.784/99 (Lei do Processo Admiuistrativo Federal), 
que preve os principios da legalidade,finalidade, motiva>iio, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, ampla difesa, contradit6rio, seguranfa juridica, 
interesse publico e eficiencia como informadores da atuao;:ao da Adminis-
traqao nos processos a que se refere. 
Passa-se ao exame detido, porem igualmente objetivo, dos prin-
cipios ditos fundamentais para a compreensao do direito administra-
tivo. A sintese antes exposta nao e bastante para conhecer-lhes o con-
teudo, ainda que minimamente. 
1 .1. PRlNCiPIO DA LEGALIDADE

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