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dos crimes contra adiginidade sexual aos crimes contra a ad 2012

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~ /'/ 
Crimes contra a Dignidade 
)exual aos Crimes contra a 
Administracao , 
rdo oe deotaca ndo apenao pela expooirdo diddtica e Victor Cduardo 
1 de cada materia e pela expertencia docente de oeuo Rioo Gon 9atveo 
Jreo, mao tamb6m pelo recuno grdUico doo deMaqueo 
colortdoo e quadroo oin6ticoo. 
trldica6, oempre preDente no dia a dia de eotudante6 · 
cur•ando6. ideal para quem tem muito a relembrar e 
pouco tempo a perder! 
lndicado para: 
( Concursos 
0
] 
( Gradua~;. J 
JSAuCrl2.~22:£~2l?oo~~ De 2i a&. das 8:30 as 19:30 
;; 
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~ 
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Jll 
!e:! 
Victor £duardo 
Rioo Gonralveo 
SINOPSES 
JURfDICAS 
" 
(\,.Editor~ 
~ Saraava 
~~~~~~I~ 
Victor Eduardo Rio6 Gon9alve6 
Promotor de Justi~a Criminal e Professor de Direito Penal 
e Processo Penal no Complexo Jurfdico Damasio de Jesus. 
Dos Crimes contra a 
D_ignidade Sexual aos 
Crimes contra a 
Administrar;ao 
16" edic;;ao 
2012 
Volume 10 
n• ll!ldito~~ \,.-i.1llli'l'A Saraeva 
P•=va 
Rua Hennque Sdmumonn, 270, Ce!queiro Cisar - Soo Paulo - SP 
CEP05413·909 
PABX: Ol ) 3613 3000 
SAOUR: 0800 055 7688 
De 2' o 6', dos 8:30 os 19:30 
somlvajur@editorosmoiva.com.br 
Acesse: www.saroivajur.com.br 
FlliAIS 
AMAZONAS/RONDONI/JRDRAIMA/Alli 
Rua CIJSto Azewdo, 56- Centro 
Fone: (92) 36334227- Fox:: (92) 3633-4782- Mcnous 
BAHIA/SET!GIPE 
Rua Agriplno DOten, 23- Brotos 
fORe: (71)3381-58S4 I 338J.S89S 
Fox: 17113381~959- Solvador 
8AURU tSr\0 PAUlO! 
Run Monsenhor dora, 2-55/2-57 -Centra 
Fone: 04) 3234-5643- Fax: (14) 3234-7401- Bourn 
<IARl/P~UVMARANHAo 
Av. Fllomano Gomes, 670- j{l{(lrecongo 
Fane: (85)31381313 I 31381384 
fox: (85) 3238-1331- Fortolezo 
DIS!RITO FEDERAl 
SIA/SUL Tredla 2 tote 850 - Setor de IndUstria e Abastecimento 
Fane: 16113344-1920 I 334+1951 
fox: 16113344-17D9- Brosma 
GO!As/fOCA!ffiNS 
kt. !ndependendo, 5330- Seklr Aerqwrto 
Fone: 161!3115-1881 I 3111·1806 
Fax: (62) 3224·3016 -Goi(inin 
MAlO GROSSO DO SUI/MAlO GROSSO 
Ruo 14 de Ju!ho, 3148-Cenlro 
Fone.: (67) 3382·3682- Fax: (67} 3382{}112- Campo Grorule 
MINAS GERAIS 
RuoA!em Porofua, 449 -l.ogoinlm 
Fan~: (31) 3429-8300- Fox: (3ll 3429-8310- Bela Horizonte 
PARiv'AMAPA 
Trovessa Apinng8s, 186 -lkllisto Compos 
Fone: 191) 3111-9034 13114·9038 
Fo:c (91) 3241..0499-Belem 
PARANA/SANTACATARINA 
Roo Conselbeifo l.oulindo, 2895- Prado Velho 
FonejFox: (41) 33324894 -Curiliba 
PERNAMBUCO/PARAIBA/~ G. DO NORTF/AlAGOAS 
Roo Corredordo Bispo, 185- Boo VIsta 
Fone: (81) 3421-4246- Fox: {81) 3421-4510- Recife 
RI8BRAO PRHO (SAO PAUlO I 
Av. Frondsro Junqooiro, 1255 -Centro 
Fone: (16) 3611}5843- Fox: {16) 361o-8284- Ribeiriio Prefo 
= RIO DE JANBRO/ESPIRITO SAlllO 
~ Roo!f~Sconde de 5antu Isabel, 113 o 119 -Vila Isabel 
~ Fane: (21) 2577·9494- Fox: {21) 2577-8867 /2577·9565- Rio de Janeiro 
RIO GRANDE DO SUl 
fw. A. J. Renner, 231 - Farropos 
:§: FoneiFox: !51133714001 13371-1467 13371-1567 
~ PortoA!egre 
~ sAo PAUlO 
;;:;: Av. An!OOico, 92 - Borro funda 
~ Fnne: PABX f1 1) 3616·3666 - $00 Paulo 
ISBN 97&85-()2'01354-3 ohm compleln 
ISBN 97&85-01·14919'9 volume 10 
Gon~o!ves, Vicror Eduardo Rios 
nos aimes ron!m 0 dlgnldnde sexual 005 aimes COillro n 
administro¢o /Victor Eduardo Rios Gon~!ves.- 16. ed.-
Sii.o Paula: Som!vn, 2012.- (Col~ao sinopses iuridioos; v. 10) 
1. Olreito penol2. Direito penal- Bras~ L Tilu!o.!l. S!irle. 
CDU·343(81) 
indice pam cnrologo sistemOiico: 
1. Brasil : Direito peno! 
D1~~tor editorial "Luiz l?oheJto Curia 
6erente de produ¢o editorial lfgia Alves 
"Editor JOnahls lunqueira de MeJ!o 
Msistente editorial Sitfene Mironda de Safes 
Produtora editorial Gorissa BoroSc/Ji JAario 
Preporor&o de oriilinois Ann Cristina Garcia 
343181) 
Mario /zobel 8affefros Bilencourt Bresson 
Gntia do Silva l~itiio 
Art8 e-d"rogramafiio Oistino Aparecitla Agud(l de Freitas 
Siinio de Poivo lima 
Revis5o. de provas Rita de COssin Queiroz Gorgati · 
· _ _ : . Renaio Medeiros 
SBrvitos edito[i~is fla_ine Gistino_ do Silva · 
Vfnidus Aseveda Vieira 
Capo Aero ComunfcarOo 
ProdurBo grdfiw Modi Rampini-
lmpressBo Ptol Edi!Olfl fJnifka. 
Acabamenlo -Prof EtfittJro fJtU{ico 
Data de fechamento da edic;;ao: 7-2-2012 
DUvi.das? 
Acesse www.saraivajur.com.br 
Nenrn;ffio p1uta desto publitu~ podtni ser reproduzilla por q~~o!qiler meio ou forma 
sem a ptilvkl ootorizll}:iio da Editmo Smoffll. 
A 'liolll}:Co dos direitos oulorals e crime eslobelecido ll!llel n. 9.61 0/98 e p1.1!lido 
pelo rutigo I 84 do COdigo Peool. 
i I .;~ 
, 
INDICE* 
(*DE ACORDO COM 0 C6DIGO PENAl) 
Titulo VI - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL.. .......... . 
Capitulo I - Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual ..................... . 
1. Estupro ................................................................................... . 
2. Viola~ao sexual mediante fraude .............................................. . 
3. Assedio sexual ......................................................................... . 
Capitulo II - Dos Crimes Sexuais Contra Vulner6vel ...................... . 
1. Estupro de vulneravel .............................................................. . 
2. Mediayao para satisfazer a lasdvia de outrem com pessoa menor 
de quatorze anos ..................................................................... . 
3. Satisfaqao de lascivia mediante presenqa de crianqa ou adolescente 
4. Favorecimento da prostituiqao ou outra forma de exploraqao se-
xual de vulnerivel ................................................................... . 
5. Dispositivos revogados e reclassificados .................................... . 
Capitulo V - Do Lenodnio e do Tr6fico de Pessoa para Fim de 
Prostitui~iio ou Outra Forma de Explora~iio Sexual. .... . 
1. Mediaqao para satisfuzer a !asci via de outrem ............................ . 
2. Favorecimento da prostituiyao ou outra fonna de explorayao sexual .. 
3. Cas a de prostituiqao ................................................................ . 
4. Rufianismo ............................................................................. . 
5. Trifico internacional de pessoa para fun de exploraqao sexual .. . 
6. Trifico interne de pessoa para fun de exploraqao sexual ........... . 
Capitulo VI - Do Ultraje Publico ao Puder ................................... . 
1. Ato obscene ............................................................................ . 
2. Escrito ou objeto obscene ........................................................ . 
11 
11 
11 
22 
24 
27 
27 
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40 
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46 
48 
50 
50 
51 
SINOPSES JuRiDICAS 
TiTuLo VII- DOS CRIMES CONTRA A FAMJLIA .............................. . 
Capitulo I - Dos Crimes Contra o Casamento .............................. . 
1.Bigamia .................................................................................. . 
2. Adulterio ................................................................................. . 
Capitulo II - Dos Crimes Contra o Estado de Filia~ao .................. . 
1. Registro de nascimento inexistente .......................................... . 
2. Parte suposto. Supressiio ou alteras:ao de direito inerente ao esta-
do civil de recem-nascido ························································· 
Capitulo Ill - Dos Crimes Contra a Assistencia Familiar ................ . 
1. Abandono material ............................................................... . 
2. Abandono intelectual ............................................................... . 
Capitulo IV - Dos Crimes Contra o Patrio Poder, Tutela ou Curatela ... . 
1. Subtras:iio de incapazes ............................................................. . 
TiTuLo VIII- DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PUBLICA ..... 
Capitulo I - Dos Crimes de PerigoCo mum .................................. . 
1. Incendio .................................................................................. . 
1.1. Aumento de pena ............................................................. . 
1.2. Incendio culposo .............................................................. . 
2. Explosiio ........................................................................... -· · · · ·· · 
2.1. Aumento de pena ............................................................. . 
2.2. Modalidade culposa .......................................................... . 
3. lnundas:ao ................................................................................ . 
4. Perigo de inundas:ao ............................................................... . 
5. Desabamento ou desmoronamento .......................................... . 
5 .1. Modalidade culposa .......................................................... . 
6. Formas qualificadas de crime de perigo comum ........................ . 
Capitulo II - Dos Crimes Contra a Seguran~a dos Meios de Comuni-
ca~Oo e Transporte e Outros Servi<;os PUblicos ........... . 
1. Arremesso de projetil ............................................................... . 
Capitulo Ill - Dos Crimes Contra a Saude Publica ....................... . 
1. Epidemia ................... ~.:.: ........................................................ . 
2. Omissao de notificas:iio de doenp ............................................ . 
3. Envenenamento de agna potiivel ou de subscincia alimenticia ou 
medicinal ................................................................................. . 
53 
53 
53 
55 
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56 
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59 
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62 
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71 
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73 
74 
74 
-; 
Des CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRA<;Ao 
3.1. Modalidade culposa........................................................... 75 
4. Falsificas:ao, corrup,ao, adulteraqiio ou alteras:iio de substilncia ou 
produtos alimenticios .. .. .. . . . . . . . .. . . . . . . .. ..... ... . .. . . ......... .. ... ... . .. . . . . . . . . 7 6 
4.1. Modalidade culposa........................................................... 77 
5. -Falsificas:ao, corrups:iio, adulteraqao ou alteras:ao de produto des-
tinado a fins terapeuticos ou medicinais .................................... . 
5.1. Modalidade culposa .......................................................... . 
6. Outras modalidades ilicitas ....................................................... . 
7. Exerdcio ilegal da meclicina, arte dentiria ou farmaceutica ....... . 
8. Charlatanismo .......................................................................... . 
9. Curandeirismo ......................................................................... . 
10. Forma qualificada ..................................................................... . 
TiTULO IX- DOS CRIMES CONTRA A PAZ PUBLICA ........................ . 
1. Incitay:iio ao crime ................................................................... . 
2. Apologia de crime ou criminoso .............................................. . 
3. Quadtilha ou bando ................................................................. . 
77 
79 
79 
80 
81 
82 
83 
84 
84 
85 
86 
TiTuLo X - DOS CRIMES CONTRA A FE PUBLICA .... .. .. .. .. .. . . . .. .. .. .. . .. 90 
Capitulo I - Da Moeda Falsa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. .. .. .. .. .. ... . .... .. . .. .. .. . . . 90 
1. Maeda falsa ............................................................................... 90 
2. Petrechos para falsificas:ao de moeda ......................................... 93 
Capitulo II - Do Falsidade de Tftulos e Outros Papeis Publicos ........ 94 
1. Falsifica,ao de papeis publicos .. ...... ... . .. . . . . . . . . . . ...... ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 
2. Petrechos de falsifica,ao ....... .. . .. ................................................ 96 
Capitulo Ill - Do Falsidade Documental........................................ 97 
1. Falsificas:ao de documento publico............................................ 98 
2. Falsificas:iio de documento particular......................................... 105 
3. Falsidade ideol6gica................................................................... 105 
4. Falso reconhecimento de firma ou letra..................................... 109 
5. Certidiio ou atestado ideologicamente falso ............................... 110 
6. Falsidade material de atestado ou certidiio.................................. 112 
7. Falsidade de atestado medico..................................................... 113 
8. Reprodw;:ao ou altera,ao de selo ou peqa filatelica ................... 114 
9. Uso de documento falso ........................................................... 115 
10. Supressao de documento........................................................... 116 
~ 
SINOPSES JuRiDICAs 
Capitulo IV - De Outras Falsidades . .. ... ..... .... ... .. . .. . . .... .. ....... ... .. .. 121 
1. Falsa identidade......................................................................... 121 
2. Subespecie da fulsa identidade ................................................... 126 
3. Adulterayao de sinalidentificador de veiculo automotor............ 127 
Capitulo V- Das Fraudes em Certames de Interesse Publico .. . . .. ... . . 129 
1. Fraudes em certames de interesse publico ................................. 129 
Tirulo XI -DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRA<;:AO PUBLICA.... 132 
Capitulo I - Des Crimes Praticados per Funcion6rio Publico Contra a 
Administra~ao em Geral........................................... 132 
1. lntroduyio................................................................................ 132 
1.1.Aspectos processuais............................................................ 133 
2. Conceito de funciom\rio publico............................................... 135 
2.1. Funcionario publico per equiparayao................................. 135 
2.2. Aumento da pena.............................................................. 136 
3. Peculate ................................................................................... 137 
3.1. Peculato-apropriayio ......................................................... 137 
3.2. Peculato-desvio ................................................................. 139 
3.3. Peculate-furta................................................................... 140 
3.4. Peculate culposo ............................................................... · 142 
3.4.1. Requisites do crime............................................... 142 
3.4.2. Reparayio do dane no peculate culposo................. 143 
3.4.3. Efeito da reparaqao do dane no peculate doloso...... 143 
4. Peculate mediante erro de outrem ............................................ 144 
5. Extravio, sonegaqio ou inutilizaqao de livre ou documento ...... 145 
6. Emprego irregular de verbas ou rendas publicas ................. :....... 146 
7. Concussio . . . . . . . .. . . . . .. ............ .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . ....... ..... .. . . . . . . . . . . ... ... . 14 7 
8. Corrupqio passiva..................................................................... 150 
8.1. Corrupyao privilegiada...................................................... 152 
9. Excesso de exaqao ..................................................................... 153 
10. Facilitaqao de contrabando ou descaminho................................ 153 
11. Prevaricayao . . .. . . . . .. . .. . . .... ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. ........................... .. . . . 154 
12. Condescendencia criminosa ......................................................156 
13. Advocacia administrativa... .. . . . . . . . . . .. ... .. . . . . ...... ... . . ...... ... . . . . . . . . . ... .. 157 
14. Violencia arbitraria .................................................................... 158 
15. Abandono de funyao ................................................................. 158 
16. Exercicio funcional ilegalmente antecipado ou prolongado ....... 159 
17. Violaqao de sigilo funcional...................................................... 161 
18. Violaqao do sigilo de proposta de concorrencia ......................... 163 
Des CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SExUAl Aos CRIMES CoNTRA A AaMINISTRA<;Ao 
Capitulo II - Dos Crimes Praticados per Particular Contra a Adminis-
tra~iio em Gerol .................................................... . 167 
1. Usurpayio de funyio publica .................................................... . 167 
2. ResistSncia ............................................................................... . 168 
3. Desobediencia .......................................................................... . 170 
4. Desacato .................................................................................. . 172 
5. Tcifico de influencia ............................................................... . 174 
6. Corrupyio ativa ....................................................................... . 175 
7. Contrabando ou descarninbo ................................................... . 178 
8. Impedimenta, perturbaqao ou fraude de concorrencia .............. . 182 
9. Inutilizaqao de edital ou de sinal ............................................... . 182 
10. Subtraqao ou inutilizaqio de livro ou documento ..................... . 183 
11. Sonegaqao de contribuiqao previdencima ................................ . 183 
Capitulo II-A - Des Crimes Praticados por Particular Centro a Admi-
nistra~iio Publica Estrangeira ............................... .. 189 
Capitulo Ill - Dos Crimes Contra a Administra~iio da Justi~a ......... . 191 
1. Denunciay[o caluniosa ............................................................. . 191 
2. Comunicayio &Isa de crime ou de contravenqao ...................... . 196 
3. Autoacusaqao falsa .................................................................... . 198 
4. Falso testemunbo ou fulsa pericia .............................................. . 200 
5. Corrupqao ativa de testemunba ou peri to ................................. . 206 
6. Coaqao no curse do process a ................................................... . 207 
7. Exercicio arbitririo das pr6prias razOes ..................................... . 208 
7.1. Subtipo ............................................................................ . 211 
8. Fraude processual ..................................................................... . 212 
9. Favorecimento pessoal ............................................................. . 213 
10. Favorecimento real .................................................................. . 215 
11. Fuga de pessoa pres a ou submetida a medida de seguranya ........ . 218 
12. Evasao mediante violencia contra a pessoa ................................ . 220 
13. Arrebatamento de preso ........................................................... . 221 
14. Motim de presos ...................................................................... . 221 
15. Patrocinio infiel ....................................................................... . 222 
16. Patrocinio simultiineo ou tergiversayio ..................................... . 223 
17. Sonega,ao de papel ou objeto de valor probat6rio ................... . 223 
18. Explora,ao de prestigio ............................................................ . 224 
19. Violencia ou fraude em arremataqao judicial ............................ . 225 
20. Desobediencia a decisao judicial sobre perda ou suspensao dedi-
reito ........................................................................................ . 226 
~ 
S!NOPSES JuRiD!CAs 
Capitulo IV - Dos Crimes Contra as Finan~as Publicas ................... 230 
1. Contratal'io de opera10iio de credito ....... .".................................. 230 
2. Inscriqao de despesas nao empenhadas em restos a pagar............ 231 
3. Assunqao de obrigal'io no Ultimo ano do mandata ou legislatura . 232 
4. Ordenaqao de despesa nio autorizada ........................................ 232 
5. Presta,ao de garantia graciosa.................................................... 232 
6. Nao cancelamento de restos a pagar ................................... ....... 233 
7. Aumento de despesa total com pessoal no ultimo ano do ruanda-
to ou legislatura ......................................................................... 233 
8. Oferta publica ou colocaqao de titulos no mercado . . . . . . . . . ... ....... 234 
TITULO VI 
DOS CRIMES CONTRA A 
DIGNIDADE SEXUAL 
Esse Titulo sofreu profundas alteras;oes em decorrencia da Lei n. 
12.015/2009, que, dentre outras providencias, unificou os crimes de 
estupro e atentado violento ao pudor, tendo este Ultimo deixado de 
existir como delito auto no mo. Ate o nome do Titulo foi modificado 
- a denorninas;ao anterior era "Dos Crimes Contra os Costumes". 
CAPITULO I 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
Os crimes previstos nesse Capitulo atingem a faculdade de livre 
escolha do parceiro sexual. Essa faculdade pode ser violada par: 
a) violencia ou grave amear;a: crime de estupro (art. 213); 
b) fraude: crime de violas;ao sexual mediante fraude (art. 215). 
Art. 213 - Cons/ranger algwim, mediante violencia ou grave 
amear;a, a ter conjunr;ao carnal ou a praticar ou permitir que com ele se 
pratique outro a to libidin.oso: 
Pena - reclusao, de seis a dez anos. 
1. Tipo objetivo. Constranger significa obrigar, coagir alguem a 
fazer alga contra a vontade, e, par isso, se existe consentimento vilido 
da vitima, nao ha crime. Dessa forma, pode-se concluir que o dissen-
sO- F.: pressuposto do crime. -neve set~ ainda, um dissenso sF.:rio; que:·-
demonstre nao ter a vitima aderido a conduta do agente. Nao se exi-
ge, entretanto, uma resistencia heroica por parte dela, que lute ate as 
Ultirnas fors;as, pois estaria correndo risco de morte. 
~~ 
SINOPSEs JuRfD!CAS 
Importante alteraqao foi trazida pela Lei n. 12.015/2009, que 
deixou de distinguir crimes de estupro e atentado violento ao pudor, 
unindo-os sob a nomenclatura {mica de estupro. Pela legislaqao antiga, 
o estupro s6 se configurava pela pratica de conjunqao carnal (penetra-
qao do penis na vagina), de modo que s6 podia ser cometido por 
homem contra mulher.Ja o atentado violento ao pudor se constituia 
pela prii.tica de qualquer outro ato de libidinagem (sexo anal, oral, 
introduqao do de do na vagina da vitima etc.), e podia ser cometido 
por homem ou mulher contra qualquer outra pessoa. Pela nova lei, 
todavia, haver:i estupro quer tenha havido conjunqao carnal, quer te-
nha sido praticado por qualquer outro tipo de ato sexual. 
A conjunqao carnal, como ja mencionado, ocorre com a pene-
traqao, ainda que parcial, do penis na vagina. Em relaqao a outros atos 
de libidinagem, o crime existe quer o agente tenha obrigado a vitima 
a praticar o ato, tendo urn posicionamento ativo na relaqao (rnasturbar 
o agente, nele fazer sexo oral etc.), quer a tenha obrigado a permitir 
que nela se pratique o ato, tendo posicionamento passivo na relaqao (a 
receber sexo oral, a permitir que o agente introduza o dedo em seu 
anus ou vagina, ou 0 penis em seu anus etc.). 
Alem dos exemplos ja mencionados (sexo oral e anal e da intro-
duqao do dedo na vagina ou anus da vitima) podem ser apontados 
infuneros outros atos libidinosos que tambem configuram crime de 
estupro: passar a mao nos seios da vitima ou em suas nadegas, esfregar 
o 6rgao sexual no corpo dela, introduzir objeto em seu anus ou vagi-
naetc. 
0 beijo lascivo (com a lingua), dado com eroticidade, caso prati-
cado com emprego de violencia ou grave arnea<;a, caracteriza o crime. 
Para a configura<;ao do estupro e desnecessario que haja contato 
fisico entre a vitirna e o agente, bastando, por exemplo, que o sujeito 
a obrigue a se automasturbar.Aliii.s, nem mesmo se exige que o agen-
te esteja fisicamente envolvido no ato, de forma que o crime tambem 
se configura quando a vitima e obrigada a realizar o ato sexual em 
terceiro ou ate em animais. 0 que e pressuposto do crime, em verda-
de, e o envolvirD.ento corp6reo da vftima no ato de libidinagem. Por 
isso, se ela simplesmente for obrigada a assistir a urn ato sexual envol-
vendo outras pessoas, 0 crime configurado sera 0 constrangimento 
ilegal (art. 146), ou, se a vitima for menor de quatorze anos, o crime 
f. 
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Dos CRIMES CONTRA A DIGNJDADE SEXUAL Aos CRIMES CoNTRA A ADMINISTRAc,;;:Ao 
de satisfa<;ao da lascivia mediante presen<;a de ·crian<;a ou adolescente 
(art. 218-A). 
0 crime de estupro pode caracterizar-se ainda que a roupa da 
vitima nao seja tirada, como na hip6tese de o agente deitar-se sobre 
ela ou passar a mao em seu 6rgao geniral, por sobre as vestes. 
Prevalece o entendimento de que a simples conduta de obrigar 
a vitima a tirar a roupa, sem obrig:i-la a prii.tica de qualquer ato sexu-
al (contempla<;ao lasciva), configura crime de constrangimento ilegal. 
Argumenta-se que ficar nu, por si s6, nao e ato libidinoso. 
Saliente-se que, como o tipo penal exige urn ato de natureza 
sexual, nao se configura 0 delito quando 0 agente se limita ao uso de 
palavras para fazer propostas indecorosas :l. vitirna, hip6tese em que se 
configura a contravens:ao de importunaqao ofensiva ao pudor (art. 61 
da LCP). Quando o agente, intencionalmente, se encosta na vitima 
aproveitando-se da lotaqao e do movimento de urn coletivo, incorre 
tambem na figura contravencional, com o argumento de que nao 
houve violencia fisica ou grave amea<;a nesse caso. 
0 estupro sempre pressupoe o emprego de violencia ou grave 
ameaqa. 
Violencia e. toda forma de agressao ou de for<;a fisica para domi-
nar a vitima e viabilizar a conjunqao carnal ou outro ato de libidina-
gem. Configuram-na a agressao a socos e pontapes, o ato de amarrar 
a vitima, de derruba-la no chao e deitar-se sobre ela etc. 
Na legislaqao atual, o estupro e sempre cometido mediante vio-
lencia real (fisica).A Lei n. 12.015/2009, deixou de prever a presun<;ao 
de violencia como forma de execuqao do estupro, passando a tratar a 
relaqao sexual com menores de quatorze anos, deficientes mentais ou 
pessoas que nao possam oferecer resistencia, com a denominac;ao "es-
tupro de vulneravel",previsto no art. 217-A, que tern pena mais grave 
em face da condi<;ao da vitima. 
Grave amea<;a e a promessa de mal i~usto e grave, a ser causado 
na propria vitirna do ato sexual ou em terceiro. Ex.: amea<;ar matar a 
vitima ou o filho dela para obter o ato sexual; amea<;ar cortar o rosto 
da vitima ou colocar fogo em sua casa etc. 
E possivel a responsabilizaqao penal por crime de estupro ate 
mesmo em virtude de omissao. Ex.: mae que nada faz para evitar que 
... 
SINOPSES JuRiDICAS 
seu companheiro mantenha rela<;:oes sexuais com a filha de quinze 
anos de idade. A mae tinha o clever juridico de prote<;:ao. Tendo per-
mitido pacificamente a pratica do delito ou sua reitera<;:ao (quando 
cientificada de atos anteriores), responde pelo crime juntamente com 
o companheiro. Se a vitima tinha menos de quatorze anos, responde-
rio por crime de estupro de vulneravel (art. 217-A). 
2. Sujeito ativo. Com as alteras:oes trazidas pela Lei n. 12.015/ 
2009, o crime de estupro pode ser praticado por qualquer pessoa, 
homem ou mulher. Trata-se de crime comum. 
0 homem que for<;:a uma mulher a uma conjun<;:ao carnal (pe-
netra<;:ao do penis na vagina), responde por estupro. A mulher que 
obriga um homem a penetci-la tambem responde por tal crime (na 
legislas:ao anterior configurava apenas constrangimento ilegal). 0 ho-
mem que for<;:a outro homem ou uma mulher que for<;:a outra mulher 
a pcitica de sexo oral responde por estupro. 
0 estupro admite coautoria e participa<;:ao. Seci considerado co-
autor aquele que empregar violencia ou grave amea<;:a contra a vitima 
(ato execut6rio), sem, entretanto, realizar conjuns:ao carnal ou qual-
quer ato libidinoso com ela. Havera participa<;:ao por parte de quem 
concorrer para o crime sem realizar qualquer ato execut6rio, como no 
caso de quem incentiva verbalmente um amigo a cometer o estupro. 
3. Sujeito passivo. A vitima tambem pode ser homem ou mulher. 
A conjuns:ao carnal ap6s a morte da vitima constitui crime de 
vilipendio a cadaver (art. 212 do CP). 
Atualmente e padfico que marido pode cometer estupro contra 
a propria esposa, e vice-versa, pois o art. 226, II, do C6digo Penal, 
com a reda<;:ao dada pela Lei n. 11.106/2005,passou a prever um au-
mento de metade da pena sempre que o crime sexual river sido co-
metido por c6njuge ou companheiro. Tal regra, por estar no Capitulo 
das Disposis:oes Gerais, aplica-se a todos os crimes sexuais. 
4. Consumas:ao. Esse tema perdeu um pouco da imporcincia 
ap6s a Lei n. 12.015/2009 ter passado a tratar a pratica de qualquer 
ato de libidinagem como estupro. 
A conjuns:ao carnal consuma-se com a introdus:ao, ainda que 
parcial, do penis na vagina. Contudo, se antes disso o agente ja reali-
zou outro ato sexual independente, o crime ja esta consumado. 
Dos CRIMES 'CoNTRA A DIGNIDADE SexuAL AOS CRIMES CoNTRA A AoM!NtSTRA<;Ao 
5. Tentativa. E possivel quando o agente emprega a violencia ou 
grave amea<;:a e nao consegue realizar qualquer ato sexual com a viti-
rna por circunstancias alheias a sua vontade. 
6. Elemento subjetivo. E o dolo. 0 texto legal nao exige que o 
agente tenha a espedfica inten<;:ao de satisfazer sua libido, seu apetite 
sexual. Assim, tambem configura-se o estupro quando a intens:ao do 
agente e vingar-se da vitima, humilhando-a com a pratica do ato se-
xual, ou quando o faz por motivo de aposta. 
7. Concurso. 
a) Se no mesmo contexto fatico o agente mantem mais de uma con-
jun<;:ao carnal com a mesma vitima, responde por crime unico de 
estupro. Entretanto, se duas pessoas em concurso revezam-se na 
pratica da conjuns:ao carnal (curra), respondem por dois crimes de 
estupro (por autoria direta em um fato e coautoria no outro). Nes-
ses casos, a jurisprudencia tern entendido ser aplicivel o crime 
continuado. Havera, tambem, um aumento de um quarto na pena 
por terem os delitos sido cometidos mediante concurso de pessoas 
(art. 226, I, do CP, com a reda<;:ao dada pela Lei n.11.106/2005). 
b) Se o agente, em momentos diversos, mantem conjun<;:ao carnal 
com a mesma mulher, hi crime continuado (se os crimes forem 
praticados sob o mesmo modo de execus:ao, na mesma cidade e 
sem que tenha decorrido mais de um mes entre uma conduta e 
outra) ou concurso material ( caso ausente algum dos requisitos do 
crime continuado). Ex.: pai que estupra a filha por diversas ocasi-
oes, durante varios meses ou ate durante anos. 
c) Se em um mesmo contexto ratico o agente estupra duas vitimas, 
responde pelos dois crimes (duas as:oes) em continuas:ao delitiva. 
Nessa hip6tese, e aplicivel a regra do art. 71, parigrafo U.nico, do 
C6digo Penal, que, segundo estabelece, no crime continuado pra-
ticado dolosamente, mediante violencia ou grave amea<;:a contra 
vitimas diversas, o Jniz pode ate triplicar a pena. Observe-se, entre-
tanto, que, sendo apenas duas as vitimas, o Juiz nao podeci aplicar 
o aumento maximo, limitando-se a duplica-la. 
d) 0 art. 130, caput, do C6digo Penal preve o crime de perigo de 
contagia venereo, punindo quem sabe ou deve saber que esci aco-
metido de doen<;:a venerea e, mesmo assim, mantem relas:aosexual 
com a vitima> sem inten~ao de transmitir a doenya. 
1-1 
n. 
ii 
l 
SINOPSEs JuRiDICAS 
Dessa forma, o estuprador que sabe ou deve saber estar contami-
nado, responde pelo crime de estupro em concurso formal com o 
mencionado delito de perigo. 
e) 0 art. 130, § 1 ", do C6digo Penal, por sua vez, descreve uma forma 
qualificada do crime de perigo de contagio venereo, para a bip6-
tese em que o agente, sabendo ou devendo saber da doenqa, prati-
ca 0 ato sexual, querendo transmiti-la a vitima. 
Nesse caso, sea conduta for praticada por ocasiao de um estupro, 
havera tambem concurso formal entre os crimes.Acontece, contudo, 
que nessa bip6tese sera aplicado o denominado concurso formal im-
pr6prio (imperfeito), que determina a soma das penas quando o agen-
te, com uma s6 aqao, visa efetivamente produzir dois resultados (art. 
70, caput, 2• parte). De ver-se, ainda, que, por se tratar de crime de pe-
rigo, pressupoe que nao ocorra a transmissao da molestia. Se houver, 
afasta-se a incidencia do crime do art. 130, § 1", e aplica-se a causa de 
aumento do art. 234-A, rv, do C6digo Penal ao crime de estupro. 
f) Conjunqao carnal e outros atos Jibidinosos ·contra a mesma vitima, 
no mesmo contexto Bitico. Antes do advento daLein. 12.015/2009, 
o STF havia pacificado o entendimento de que se tratava de bip6-
tese de concurso material porque o estupro e o atentado violento 
ao pudor nao eram crime da mesma especie, por estarem previstos 
em tipos penais diversos, o que inviabilizava o reconhecimento do 
crime continuado. Ap6s referida lei ter unificado as condutas no 
mesmo tipo, isto e, no art. 213, surgiram tres correntes: a) o crime 
de estupro passou a ter tipo misto alternative ( constranger a vitima 
a conjuns;ao carnal ou ato Jibidinoso diverso), de modo que are-
alizas:ao de mais de um ato sexual contra a mesma vitima constitui 
crime unico, devendo a pluralidade de atos ser considerada na fi-
xas:ao da pena; b) 0 tipo penal nao e alternative porque possui 
apenas urn verbo- Hconstranger" -,de modo que nao se trata 
de crime unico. Como, todavia, sao da mesma especie, ha de ser 
reconhecido o crime continuado; c) alem de nao se tratar de tipo 
alternative, sao diversas as formas de execu<;:ao ( conjuns;ao carnal e 
atos Jibidinosos diversos), sendo aplicivel o concurso material. 
No STJ existemjulgados nos tres sentidos e no STF hajulgados 
reconhecendo o crime continuado. Veja-se, por exemplo, o seguinte 
julgamento do Supremo Tribunal Federal no sentido da ocorrencia 
do crime continuado:"Estupro e atentado violento ao pudor. Mesmas 
Dos CRIMES 'CoNTRA A D1GNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRAc;Ao 
circunstancias de tempo, modo e local Crimes da mesma especie. 
Continuidade delitiva. Reconhecimento. Possibilidade. Supervenien-
cia da Lei n. 12.015/2009. Retroatividade da lei penal mais benefica. 
Art. 5", XL, da Constituis:ao Federal. Habeas Corpus concedido. Con-
cessao de ordem de oficio para fins de progressao de regime. A edis;ao 
da Lei n. 12.015/2009 torna possivel o reconhecimento da continui-
dade delitiva dos antigos delitos de estupro e atentado violento ao 
pudor, quando praticados nas mesmas circunstancias de tempo, modo 
e locale contra a mesma vitirna" (HC 86.110, 2'Turma, Rei. Min. 
Cezar Peluso, D]e 23-4-2010). 
N a vigencia da legislas;ao antiga, prevalecia o entendirnento de que 
entre estupro e atentado violento ao pudor devia ser aplicada a regra do 
concurso material porque tais crimes nao eram da mesma especie. 
8. Estupro qualificado pela idade da vitima. Nos termos do 
art. 213, § P, 2• parte, a pena seci de reclusao, de oito a doze anos, se 
a vitima do estupro e maior de quatorze e menor de dezoito anos. 
Trata-se de inovaqao da Lei n. 12.015/2009, ja que nao havia 
figura qualificada semelhante na legislaqao anterior. 
0 reconhecimento da qualificadora pressupoe que tenha havido 
emprego de violencia ou grave ameaqa contra a vitirna em tal faixa 
etaria. Se a vitima for menor de quatorze anos, configura-se crime de 
estupro de vulneravel (art. 217-A)- independentemente do empre-
go de violencia ou grave ameaqa. 
Se o crime for cometido no dia do aniversario de quatorze anos 
aplica-se a qualificadora, ja que o estupro de vulneravel exige que a 
vitirna tenha menos de quatorze anos. 0 fato de a figura qualificada 
do § 1 Q mencionar vitima maior de quatorze anos nao pode gerar 
interpretaqao de que o crime e simples em tal data. 
9. Estupro qualificado pelo resultado. De acordo com o art. 
213, § 1", F parte, a pena e de reclusao, de oito a doze anos, se da 
conduta resulta lesao grave e, nos termos do art. 213, § 2", e de reclu-
sao, de doze a trinta anos, se resulta morte. 
As bip6teses de lesao grave que qualificam o estupro sao aquelas 
elencad;>s nos§§ 1" e 2" do art. 129 do C6digo Penal. 
Eventuais lesoes leves decorrentes da violencia empregada pelo 
estuprador ficam absorvidas pelo crime-fim ( estupro) .A contravenqao 
de vias de fato tambem fica absorvida. 
... 
StNOPSES JuRiDICAS 
Essas figuras qualificadas (lesao grave ou morte) sao exclusivamen-
te preterdolosas em razao do montante de pena previsto em abstrato. 
Assim, pressupoem que haja dolo quanto ao estupro e culpa em rela-
l'ao ao resultado agravador. Por isso o julgamento cabe ao juizo sin-
gular e nao ao Tribunal do Juri. 
Se ficar demonstrado que houve dolo de provocar lesao grave ou 
morte, o agente responde por estupro simples em concurso material 
com o crime de lesao corporal grave ou homiddio doloso. Assim, 
quando o agente estupra a vitima e~ em seguida, intencionalmente, a 
mata para assegurar sua impunidade, responde por crimes de estupro 
simples em concurso material com homiddio qualificado. Nesse caso 
a pena minima e de dezoito anos (doze pelo homiddio qualificado e 
seis pelo estupro) e o julgamento dos dois delitos se eli perante o Tri-
bunal do Juri. 
Se o agente tenta estuprar a vitirna e nao consegue e, por isso, 
comete homiddio e, em seguida, pratica ato libidinoso como cadaver, 
responde por tentativa de estupro simples, homiddio qualificado e 
vilipendio a cadaver, em concurso material. 
0 estupro qualificado existe quer a motte seja decorrencia da 
violencia quer da grave ameao;:a utilizada pelo estuprador,ja que o tipo 
penal do deli to qualificado preve pena maier se "da conduta" resulta 
lesao grave ou morte. 
Na hip6tese em que o estupro nao passa da tentativa, mas o 
agente, culposamente, di causa a morte da vitirna, o crime esti consu-
mado. E que OS crimes preterdolosos nao admitem tentativa e 0 texto 
legal vincula a incidencia da qualificadora ao evento morte. 
10. Natureza hedionda. A Lei n.12.015/2009 alterou a reda-
l'ao do art. 1 ",V, da Lei n. 8.072/90, e declatou de natureza hedionda 
o "estupro (art. 213, caput, e §§ 12 e 2")", em sua forma tentada ou 
consurnada. Essa nova reda<;a.o, que menciona tambern o caput do art. 
213, afasta qualquer possibilidade de controversia, deixando clare que 
tanto o estupro simples, como suas figuras qualificadas, constituem 
crime hediondo. 
11. Causas de aumento de pena. Ap6s o advento da Lei n. 
12.015/2009, por equlvoco do legislador, passaram a existir dois capitu-
los :com a mesma denomina<;iio - "Disposi\=O-es Gerais" - no Titulo 
dos crimes de cunho sexual. Sao os Capitulos IV e VII. Neles existem 
-DoS CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRAc;Ao 
causas de aumento de pena aplicaveis ao estupro e a todos os demais 
crimes contra a dignidade sexual, respectivamente nos arts. 226 e 234-A. 
a) A pena e aumentada de quarta parte, se o ;:rime e cometido com o concur-
so de duas ou mais pessoas (art. 226, I). E cabivel tanto nos cases de 
coautoria como nos de pacticipao;:iio. 
b) A pena e aumentada de metade, se o agente e ascendente, padrasto ou 
madrasta, tio, irmiio, cOnjuge, companheiro,tutor, curador, preceptor ou em-
pregador da vftima ou se par qualquer outro titulo tem autoridade sabre ela 
(art.226, Il) .. Nessas hip6teses, o legislador entendeu ser necessaria 
a majorao;:iio da pena por ser o delito cometido por pessoa que 
exerce autoridade sobre a vitima.A lei descreve, inicialmente, uma 
serie de hip6teses espedficas e, ao final, utiliza-se de formula ge-
nerica para abranger toda e qualquer reJa\"'aO de fate OU de direito 
que implique autoridade sobre a vitima, como, por exemplo, do 
carcereiro sobre a presa, do amisio da mae da vitima etc. 0 au-
mente decorrente da condio;:iio de conjuge, companheiro, madras-
ta ou tio da vitima foi inserido no C6digo Penal pela Lei n. 
11.106/2005.As demais hip6tesesja constavam da redal'iio origi-
nal do dispositive, porem o indice de aumento era menor - urn 
quarto.Atualmente, o aumento e de metade da pena. 
E evidente que niio pode ser aplicada ao crime de estupro a 
agravante generica do art. 61, II, e, do C6digo Penal, que se refere a 
crime cometido contra descendente, conjuge ou irrniio, na medida 
em que haveria his in idem ja que o fate ja e considerado causa especial 
de aumento de pena do art. 226, II. 
Preceptor e o professor responsavel pela educa~iio individualizada 
de menores. 
A Lei n. 11.106/2005 revogou o incise III do art. 226, de modo 
que o fato de o autor do crime ser casado com terceira pessoa na.o 
mais constitui causa de aumento de pena nos crimes sexuais. 
c) A pma e aumentada de metade se do crime resultar gravidez (art. 234-A, 
III). Sera necessaria dernonstrar que a gravidez foi resultante do 
ato sexual forl'ado. 
Lembre-se que o art. 128, II, do C6digo Penal, permite a reali-
zal'iio de aborto, por medico, quando a gravidez for resultante de es-
tupro, desde que haja consentimento- da ·gestante, ou, se incapaz, de 
seu representante legal. 
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SINOPSES JURiDICAS 
d) A pena e aumentada de um sexto ate metade se o agente transmite a viti-
rna doenfa sexualmente transmiss{vel de que sabe ou deveria saber ser 
portador (art. 234-A, IV). Note-se que o presente dispositive nao se 
refere tao somente as doen\=as venereas, como sifilis, gonorreia, 
cancro mole, papilomavirus, alcanqando todas as doenqas sexual-
mente transrnissiveis. Com isso, em tese, estaria abrangida a trans-
rnissao da AIDS. De ver-se, todavia, que, como esta doenqa e incu-
rivel, sua transrnissao constitui, para alguns, lesao gravissima (art. 
129, § 2°, II, do CP) e, para outros, tentativa de hornicidio, de 
modo que, a nosso ver, o agente deve ser responsabilizado por 
crim.es de estupro em concurso com lesiio ,gravissima_ ou tentativa 
de horniddio, pois, no minimo, agiu com dolo eventual em rela-
qao a transrnissao da doenqa. Caso se demonstre efetiva intenqao 
de transrniti-la, a hip6tese sera de concurso formal impr6prio em 
decorrencia da autonomia de designios e as penas secio somadas. 
12. As;ao penal. A atual reda~ao do art. 225 do C6digo Penal, 
com a reda~ao dada pela Lei n. 12.015/2009,traz duas regras em re-
la~ao ao crime de estupro: 
a) No caput do art. 225 esti previsto que, como regra, a a~ao penal e 
publica condidonada a representa,ao. 
De acordo com tal dispositive a regra vale para todos os crimes 
do Capitulo I, abrangendo, portanto, o estupro qualificado pela lesao 
grave e pela morte. Em rela~ao a primeira hip6tese, e ate aceitivel a 
regra, na rnedida ern que a lesao grave que qualifica o estupro e a 
culposa, que tambem depende de representao;:ao, nos terrnos do art. 88 
da Lei n. 9.099/95. Ja ern rela~ao a qualificadora da rnorte nao ha 
como se aceitar que a a~ao dependa de representa~ao. Primeiro por-
que a Constitui~ao Federal reconhece o direito a vida e nao pode 
deixar nas maos de terceiros ( cOnjuge, ascendentes, descendentes ou 
irrnaos), decidir se o agente sera ou nao punido. Segundo, porque e 
possivel que a vitirna nao tenha c6njuge ou parentes pr6ximos. 
A Procuradoria Geral da Republica ingressou em seternbro de 
2009 comA~ao Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 4301) a fim 
de que o Supremo Tribunal Federal declare que a necessidade de re-
presenta~ao no estupro qualificadb pela lesao grave ou morte :fere os 
prindpios da proporcionalidade e razoabilidade, devendo o art. 225, 
Do"s CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CONTRA A AoMINISTRA<;Ao 
capu' do C6digo Penal, ser declarado inconstitucional quanto a este 
aspecto, mantido seu alcance em rela\=ao aos dernais crimes sexuais. 
Por sua vez, nao pode mais ser aplicada a Sumula 608 do Supre-
mo Tribunal Federal, segundo a qual a a~ao e publica incondicionada 
no estupro simples cornetido mediante violencia real. A Lei n. 
12.015/2009 e posterior a referida s6rnula e ao art. 101 do C6digo 
Penal (Lei n. 7.209/84), e, ao regular inteiramente o tema,nao estabe-
leceu regra similar. Pela nova lei todo estupro simples passa a depen-
der de representa~ao. 
b) No paragrafo unico do art. 225 se estabelece que a aqiio e publica 
incondicionada sea vitima for menor de dezoito anos.Atualmen-
te, o fato de o autor do crime ser pai da vitima nao altera a especie 
de a~ao penal. 0 que importa e a idade da vitima. Se a filha tiver 
mais de dezoito anos, a a~ao depende de sua representa~ao. Se for 
menor de dezoito anos, a a~ao seci incondicionada. 
13. Segredo de justis;a. Nos terrnos do art. 234-B do C6digo 
Penal, os processes que apuram crime de estupro correm em segredo 
dejusti~a. 
14. Casamento da ofendida com o estuprador. Atualmente 
nao gera qualquer beneficio ao agente, uma vez que o art. 107,VII, do 
C6digo Penal, que previa a extin~ao da punibilidade nesses casos, foi 
revogado expressamente pela Lei n. 11.106/2005. Ademais, nao se 
pode cogitar de renuncia OU perdao em raziio do Casamento porque 
estes institutes sao exclusivos da ayao privada e, atualmente, o estupro 
e de ac;:ao publica. 
15. Casamento da vitima com terceira pessoa. Desde o ad-
vento da Lei n. 11.106/2005, que revogou o art. 107,VIII, do C6digo 
Penal, nao gera qualquer efeito. 
16. A revogac;:iio do art. 214 do C6digo Penal. A Lei n. 
12.015/2009 expressamente revogou o art. 214 do C6digo Penal que 
tipificava o crime de atentado violento ao pudor. Nao se trata, entre-
tanto, de caso de abolitio criminis, porque, a mesma lei, tambem de 
forma expressa, passou a tratar como crime de estupro todas as con-
dutas que antes caracterizavam o atentado violento.Assim, nao ha que 
se falar em extin~ao da punibilidade para as pessoas ja condenadas ou 
que estavarn sendo acusadas por este crime, na medida em que o art. 
S!NOPSES JuRiDICAS 
107, II, do C6digo Penal s6 admite a extinyao da punibilidade quando 
a nova lei deixar de considerar o fato como crime, o que nao ocorreu. 
0 fato continua sendo criminoso, apenas mudou de nome. 
Art. 215- Ter conjum;Cio carnal ou praticar outro ato libidinoso 
com alguf.m mediante fraude ou outro meio que impq:a ou dfficulte a 
livre manifestafdo de vontade da vftima: 
Pena - reclusao, de dois a seis anos. 
Par!tgrqfo {mico - Se o crime e cometido com o fim de obter van-
tagem econOmica, aplica-se tambem multa. 
1. Objetividade juridica. A liberdade sexual no sentido de con-
sentir na pritica de ato sexual sem ser ludibriado pelo emprego de 
nma fraude. 
2. Tipo objetivo. A Lei n. 12.015/2009 unificou os antigos cri-
mes de posse sexual e atentado ao pudor mediante fraude em uma 
{mica infras:ao denominada "violas;ao sexual mediante fraude", que 
passou a abranger o emprego de fraude para manter conjunyao carnal 
ou qualquer outro ato libidinoso com a vitima. Se o agente, no mes-
mo contexte fatico e em face da mesma fraude, obtiver tanto a con-
juns:ao carnal como outro ato libidinoso, respondera por crime unico 
e a p!uralidade de atos sexuais deverii ser considerada pelo juiz na fi-
xaqao da pena-base. 
De acordo com o texto legal,e necessario que o agente empre-
gue fraude ou outro meio que impeqa ou dificulte a livre manifesta-
qao de vontade da vitima. Fraude e qualquer meio iludente emprega-
do para que a vitima tenha urna errada perceps;ao da realidade e con-
sinta no ato sexual. A fraude tanto pode ser empregada para criar a 
situas:ao de engano na mente da vitima, como para mante-la em tal 
estado para que, assim, seja levada ao ato sexual. Os exemplos encon-
trados na pritica sao de medicos que mentem para a paciente a res-
peito da necessidade de exame ginecol6gico a fim de toca-la; de pes-
soas que se dizem "pais de santo" ou parapsic6logos e que convencem 
p-essoas-cr6dulas a receber "passes" nO_:·qual-devem tirar a roupa e se 
submeter a apalpas;oes; de irmao gerneo identico que se passa pelo 
Dos CRIMES ·coNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRA<;Ao 
outro para realizar atos sexuais com a namorada ou esposa deste etc. 
Nao ha crime, entretanto, quando o agente diz reiteradamente que 
arna uma moya apenas para que ela concorde em manter relas;ao se-
xual com ele e este, ap6s o ato sexual, tennina o relacionamento. 
Interessante notar que, na legislaqao anterior, exigia-se que a 
vitima anuisse com a conjunqao carnal ou que fosse induzida a prati-
car outra especie de ato de libidinagem ou que aceitasse submeter-se 
a est e. N a legisla~ao atual esse consentimento da vitima nao se mostra 
imprescindivel, tal como ocorre em casos em que o cenirio iludente 
montado pelo agente impede ate mesmo que ela perceba a realizas;ao 
do ato de libidinagem e, portanto, de opor-se a ele. Ex.: medico que 
ao realizar toque vaginal na vitima, que esta com a visao encoberta, 
abre o ziper de sua cal~a e encosta o penis nas nadegas dela. 
:E de notar-se que, no exemplo acima, o que o agente impede e . 
a manifestas:ao de vontade da vitima. Caso inviabilize sua capacidade 
de reas:ao fisica pelo emprego de soniferos, anestesicos ou drogas, in-
corre no crime de estupro de vulneravel, por ter abusado de alguem 
que nao podia oferecer resistencia (art. 217, § 12). 
3. Sujeito ativo. Pode ser qualquer pessoa, homem ou mulher. 
Trata-se de crime comum. 
4. Sujeito passivo. Pode ser qualquer pessoa, homem ou mulher. 
Nao e necessirio que a vitima seja virgem ou pessoa recatada. 
Caso o agente empregue fraude para obter ato sexual com pes-
soa rnenor de quatorze anos, respondera apenas por crime de estupro 
de vulneravel (art. 217-A), que e rnais grave. 
5. Consumas:ao. No momento em que e realizado o ato sexual. 
6. Tentativa. E possivel. 
7. Causas de aumento de pena. Aplicam-se ao crime de vio-
las:ao sexual mediante fraude as causas de aumento de pena dos arts. 
226 e 234-A do C6digo Penal,ja que tais causas de aumento aplicam-
-se a todos os crimes do Titulo. 
8. Incidencia cumulativa da pena de multa. 0 paragrafo uni-
co do art. 215 preve a aplicaqao curnulativa da pena de multa se o 
crime for cometido com o jim de obter vantagem econ8mica. 0 disposi-
tivo,portanto, se aplica, poi exemplo, ao irmao gemeo identico que 
aposta dinheiro com alguns arnigos, que duvidam que ele tenha cora-
t,! ' 
51NOPSES JURIDICAS 
gem de abordar a namorada de seu irmao e ter com ela relac;ao sexu-
al, fazendo-a acreditar que se trata de seu namorado. 
9. A<;iio penal. Nos termos do art. 225 do C6digo Penal, a 
ac;ao penal e publica condicionada a representac;ao, exceto se a viti-
rna for menor de dezoito anos, hip6tese em que a ac;ao e publica 
incondicionada. 
10. Segredo de justi<;a. Nos termos do art. 234-B do C6digo 
Penal, os processos que apuram esta modalidade de infrac;ao penal 
correm em segredo de justic;a. 
8 ASSEDIO SEXUAL 
Art. 216-A- Constranger alguem com o intuito de obter van-
tagem oufavorecim.ento sexual,prevalecendo-se o agente da sua condirCio 
de superior hierlt.rquico ou ascendhzcia inerentes ao exercfdo de emprego, 
cargo ou funriio. 
Pena - detem;ao, de utn a dois anos. 
Paragrcifo (mico. (Vetado.) 
1. Condutas tipicas. 0 crime de assedio sexual foi introduzido 
no C6digo Penal pela Lei n. 10.224/2001 e, em virtude de sua reda-
c;ao ambigua, tern causado grandes controv6rsias a respeito de sua ti-
pificac;ao e extensao. Alem disso, as dificuldades em torno da prova 
tornaram rarissimas as condenac;oes por este tipo de delito. 
A primeira questao consiste em descobrir qual significado o le-
gislador quis dar a palavra "constranger", que e 0 nucleo do tipo. Este 
verbo normalmente e empregado em nossa legislac;ao como transitivo 
direto e indireto, aplicando-se, portanto, a situac;oes em que alguem e 
coagido, obrigado a fazer ou nao fazer algo, cOmo ocorre nos crimes 
de estupro, e constrangimento ilegal. Acontece que no crime de asse-
dio sexual a lei n3.o descreveu nenhurn complemento, mencionando 
apenas a conduta de "constranger alguem com o intuito de obter 
vantagem ou favorecimento sexual ... ''. 
Fica, pois, a indagac;ao: constranger a que? 
Como nao haresposta para essa pergunta, e forc;oso concluir que 
o legislador empregou a palavra "constranger" com outro sentido, ou 
Dos CRIMES ,CoN"f~ A DiGNIDJt.DE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRA<;Ao 
seja, como verbo transitivo direto em que significa incomodar, impor-
tunar, embarac;ar. 
A soluc;ao deve efetivamente ser essa, considerando-se o proprio 
significado da palavra "assedio" que dii nome ao delito: "importunar, 
molestar, corn perguntas ou pretensOes". Niio basta. entretanto, que o 
patrao conte urna anedota que fac;a a funcioniiria ficar envergonbada, 
uma vez que, nesse caso, nao ha propriamente assedio sexual. Tambem 
nao configuram o delito os simples elogios ou gracejos eventuais e, 
tampouco, urn convite para jantar,ja que isso nao e algo constrange-
dor. E claro, entretanto, que havera crime se houver recusa da funcio-
niria e o chefe comec;ar a importun£-la com reiteradas investidas. 
Na realidade, o crime de assedio sexual pode ser visto, em ter-
mos comparativos, como se fosse a contravenc;ao penal de importuna-
c;ao ofensiva ao pudor (art. 61 da LCP) agravada pelo fato de ser co-
metido por alguem que se prevalece da sua superioridade hieriirquica 
ou da ascendencia inerente ao cargo. 
Com<;> a lei nao esclarece os meios de execuc;ao, todos devem ser 
admitidos (crime de ayao livre), como, por exemplo, atos, gestos, pala-
vras, escritos etc. Assim, e claro que pode existir crime na conduta de 
pedir uma massagem a secret£ria, de trocar de roupa em sua presen~a, 
de apalpar-lhe as niidegas ou passar-lhe as maos nos cabelos, de pedir 
para ela experimentar urn biquini, de convida-la para encontro ern 
motel, de propor-lhe sexo para que seja promovida, para que nao seja 
transferida, para que receba aumento etc. Lembre-se, porem, que e 
sempre necessiirio para a configurac;ao do crime que o agente tenha 
se aproveitado do seu cargo. 
2. Sujeito ativo. Pode ser homem ou mulher. 0 delito pode 
envolver pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo. 
E necessario que o agente importune a vitima prevalecendo-se 
de sua superioridade hierirquica ou ascendencia inerente ao exercicio 
de emprego (relac;ao laboral privada), cargo ou func;ao (relac;ao !aboral 
publica). Na hip6tese de hierarquia existe urn superior e urn subalter~ 
no, o que nao ocorre na hip6tese de ascendencia em que o agente 
apenas goza de prestfgio, influencia em relac;ao a vitirna (exs.: desem-
bargador em relac;ao a}uiz; professor de faculdade em relac;ao a aluno). 
S!NOPSES JuRiDICAS 
Veja-se que uma conduta que constitua crime quando pratica-
da pelo superior nao o tipificara se realizada pelo subalterno contra 
seu chefe. 
Em razao do veto presidencial ao pacigrafo unico do art. 216-A, 
somente 0 assedio !aboral constitui crime, sendo atipico 0 assedio pro-
veniente de relas:oes domesticas, de coabitas=ao e de hospitalidade, ou 
aquele proveniente de abuso de dever inerente a oficioou ministerio. 
3. Sujeito passivo. Qualquer pessoa, homem ou mulher, que 
seja subordinado ao agente ou que esteja sob sua influencia. 
4. Elemento subjetivo. 0 crime s6 existe se o sujeito age com 
intens:ao de obter vantagem ou favorecimento sexual ( conjuns:ao car-
nal ou qualquer outro ato libidinoso). 
5. Consumaqao. E facil concluir pela redas:ao do dispositivo que 
se trata de crime formal cuja consuma<;io ocorre no exato instante 
em que o agente importuna a vitirna, independenternente de obter a 
vantagern ou favorecimento sexual visados. 
6. Tentativa. E possivel, por exemplo, na forma escrita (bilhete 
que se extravia). 
7. Causas de aumento de pena. De acordo corn o § 2" do art. 
216-A, a pena e aumentada de urn ters;o sea vitima do assedio e me-
nor de dezoito anos. Esse dispositivo foi introduzido no C6digo Penal 
pela Lei n. 12.015/2009. Interessante notar que nao existe e nunca 
existiu o § 1 "· 
Saliente-se, outrossim, que a proposta de sexo seriamente feita, 
por exemplo, a urna crians:a de onze anos configura tentativa de estu-
pro de vulneravel e nao figura agravada de assedio sexual. 
Aplicam-se ao crime de assedio sexual as causas de aumento de 
pena do art. 226 do C6digo Penal, exceto a hip6tese do art. 226, II, 
que preve aumento de metade da pena se o agente for empregador da 
vitima, na medida ern que constitniria bis in idem. 
8. Aqao penal. Nos termos do art. 225 do C6digo Penal, a as:ao 
penal e publica condicionada a representas:ao, exceto se a vitima for 
menor de dezoito anos, hip6tese em que sera publica incondicionada. 
9. Segredo de justiqa. Nos termos do art. 234-B do C6digo 
Penal, os processes que apuram esta modalidade de infras:ao penal 
correm em segredo de justis:a. 
CAPiTULO II 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERAVEL 
Art. 217-A - Ter confunfiiO carnal ou praticar outro ato libidi-
noso com menor de quatorze anos. 
Pena reclusao} de oito a quinze anos. 
§ 1!! Incorre na mesma pena quem pratica as afOes descritas no 
caput com alguhn que, por enfermidade ou deficii!ncia mental, niio tem 
o necessfzrio discer-izimento para a pr!ztica do ato} ou que} por qualquer 
outra causa} ndo pode iferecer resistencia. 
1. Objetividade juridica. A dignidade sexual das pessoas vulne-
riiveis - rnenores de quatorze anos, doentes mentais ou irnpossibili-
tadas de oferecer resistencia. 
2. Tipo objetivo. A Lei n. 12.015/2009 abandonou o sistema de 
presuns:oes de violencia que vigorava no regime antigo, e estabeleceu 
objetivamente como crime o ato de manter relacionamento sexual com 
uma das pessoas vulneciveis elencadas no tipo penal, ainda que corn 
seu consentirnento. Se o agente sabia tratar-se de pessoa definida na 
lei como vulnecivel nao poderia manter ato sexual com ela. Se o fez, 
responde pelo crime. Essa orientas=ao consta expressamente da Expo-
sis:ao de Motivos que originou a Lei n. 12.015/2009, onde o legisla-
dor rnanifestou claramente sua intens:ao de acabar corn a interpreta-
"ao antes existente de que a presuns:ao de violencia era relativa. Dessa 
forma, rnesmo que se dernonstre que a vitima ja tinha tido relaciona-
mentos sexuais anteriores com outras pessoas, se o agente for flagrado 
tendo com ela relas:ao sexual, ciente de sua condis:ao de vulneravel, 
devera ser punido. Repita-se que essa era a intens:ao do legislador, 
conforrne acima explicado. Apenas o tempo dici, entretanto, se a ju-
risprudencia aceitari tal deterrnina"ao legal ou se novos argumentos 
surgirao para evitar a punis:ao. 
StNOPses JuRIDtCAS 
Apenas o erro de tipo (que nao se confunde com presun<;:ao rela-
tiva) e que pode afastar 0 delito, quando 0 agente provar que, por erro 
plenamente justi£cado pelas circunstiincias, pensava que a mo<;:a, que 
concordou em ter com ele rela<;:ao sexual,ja tinha quatorze anos ou 
mais, por ter ela, por exemplo, mentido a idade e ja ter desenvolvi-
mento corporal avantajado. 
As condutas tipicas sao as mesmas do estupro simples: ter con-
jun<;:ao carnal ou praticar qualquer outro ato libidinoso. A configura-
<;:ao do estupro de vulneravel, entretanto, nao exige o emprego de 
violencia fisica ou grave amea<;:a, de modo que, ainda que a vitima 
diga que consentiu no ato, estaci coniigurada a infra<;:ao, pois tal con-
sentimento nao e vilido conforme ja explicado. Caso haja emprego 
de violencia fisica ou grave amea<;:a, por exemplo, contra uma crian<;:a 
de dez anos de idade para for<;:a-la ao ato sexual, havera tambem crime 
de estupro de vulneravel e nao a figura simples de estupro do art. 213, 
ja que nao faria sentido aplicar a pena mais grave do art. 217-A apenas 
para OS casos em que naO houvesse emprego de violencia OU grave 
ameaya. Em surna, corn ou sem o ernprego de violencia ou grave 
amea~a. o crime sera sempre o de estupro de vulner3.vel se a vitima se 
enquadrar em qualquer das hip6teses do art. 217-A e seu § 12 • 
Sao considerados vulneraveis: 
a) Os menores de quatorze anos. Ao contrario do regime antigo, se o 
ato for realizado no dia do 14.!l aniversirio, a vitima nao e mais 
considerada vulneravel. Em suma, considera-se vulneravel a pessoa 
que ainda nao completou quatorze anos. 
b) As pessoas portadoras de erifermidade ou doen{a mental, que niio tenham 
o necessAria discernimento para a prcltica do ato . E necessiria a realiza-
<;:ao de pericia medica para a constata<;:ao de que 0 problema men-
tal retirava por completo da vitima o discernimento para o ato 
sexual. 
Pela reda<;:ao do dispositive, dada pela Lei n. 12.015/2009, admi-
te-se que o agente tenha agido com dolo eventual quanto ao estado 
mental da vitima, ja que foi retirada a exigencia do efetivo conheci-
mento a :r"~speitq__._g.essa circunstancia que expr~_ss_amente constava do 
antigo art."224,b,do C6digo Penal. ..... . 
oos CRtMJ:~ <';91'-l!_RA A DtGNICJ~f:?_E SEXUAL AO~ ____ C::RtMES CoNTRA A AoMtNtSTRA.£AO 
c) Pessoa que, por qualquer outra causa, niio pode oferecer resistencia. E in-
diferente que o fator impossibilitante da defesa da vitima seja pre-
vio (doen<;:a, paralisia, idade avan<;:ada, estado de coma, desmaio), 
provocado pelo agente (ministra<;:ao de sonifero ou droga na bebida 
da vitima, uso de anestesico etc.) ou causado por ela propria (em-
briaguez completa em uma festa). E necessaria que o agente se 
aproveite do estado de incapacidade de defesa e que se demonstre 
que este fator impossibilitava por completo a capacidade de a viti-
rna se opor ao ato sexual. 
3. Sujeito ativo. Qualquer pessoa. Homem ou mulher. 
4. Sujeito passivo. Qualquer pessoa vulnecivel, homem ou mulher. 
5. Consumas;iio. No instante em que e realizada a conjun<;:ao 
carnal ou qualquer outro ato libidinoso. 
6. Tentativa. E possivel. 
7. Formas qualificadas. Nos termos do art. 217-A, §§ 32 e 42 , 
respectivamente, se da conduta resulta lesao grave, a pena e de re-
clusao, de dez a vinte anos, e, se resulta morte, reclusao de doze a 
trinfa anos. 
Essas figuras qualificadas sao exclusivamente preterdolosas. S6 se 
coniiguram se tiver havido dolo em rela<;:ao ao estupro de vulneravel 
e culpa em rela<;:ao a lesao grave ou morte. Se o agente quis ou assu-
miu o risco de provocar o resultado agravador, respondera por crime 
de estupro de vulneravel em sua modalidade simples em concurso 
material com crime de lesao grave ou homicidio doloso. 
8. Natureza hedionda. 0 estupro de vulnecivel constitui crime 
hediondo, tanto em sua forma simples, como nas qualificadas, nos 
termos do art. 1 ",VI, da Lei n. 8. 072/90 (com a redas:ao da Lei n. 
12.01512009). 
9. Causas de aurnento de pena. Aplicam-se ao crime de estupro 
de vulnecivel as causas de aumento de pena dos arts. 226, I e II, e 234-A, 
III e rv, do C6digo Penal, ja estudadas no crime de estupro simples. 
Assim, a pena e aumentada em urn quarto se o delito for cometido 
com concurso de duas ou rnais pessoas (art. 226, I); em metade se o 
agentefor ascendente, descendente, padrasto ou madrasta, tio, irmao, 
conjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vi-
rima ou caso tenha autoridade sobre ela por'qualquer outro titulo (art. 
SINoPses JuRiDICAS 
226, II), ou, ainda, se resultar gravidez (art. 234-A, III); e, de urn sexto 
ate metade, se 0 agente transmitir a vitima doenya sexualmente trans-
missive! de que sabia ou deveria saber estar acometido (art. 234-A, IV). 
10. A<;:iio penal. E sempre publica incondicionada, de acordo 
com o art. 225, pacigrafo unico, do C6digo Penal. 
11. Segredo de justi<;:a. Nos termos do art. 234-B do C6digo 
Penal, os processes que apuram esta modalidade de infrayiio penal 
correm em segredo de justiya. 
MEDIA(_;AO PARA. SATISIF.AZIER A I.AScBVIA 
DE OUTRIEM COM PIESSOA MENOR DE 
QUATORZE ANOS 
Art. 218, caput - Induzir alguem menor de quatorze anos a 
sat4fozer a lasdvia de ot-ttrem: 
Pena - reclusiio, de dois a cinco anos. 
1. Objetividade juridica. A dignidade sexual da pessoa menor 
de quatorze anos. 
2. Tipo objetivo. Induzir significa convencer, persuadir omen or, 
com ou sem a promessa de algurna vantagem, para que satisfaya os 
desejos sexuais de outra pessoa. 0 agente visa com a conduta satisfa-
zer a lascivia de terceiro e niio a propria. Exige-se que a terceira pes-
sea seja detenninada. Importante ressaltar que, se o agente convence 
uma adolescente de doze anos a manter conjunyiio carnal com tercei-
ro, e o ato se concretiza, este ~esponde por estupro de vulnerivel e 
quem induziu a menor e participe de tal crime. Assim, o crime em 
analise s6 seci tipificado se a vitima for induzida a satisfazer a lascivia 
do terceiro, sem, todavia, realizar a to sexual efetivo com est e. Ex.: a 
fazer sexo por telefone, a danyar para ele, a fazer-lhe urn striptease etc. 
3. Sujeito ativo. Po de ser qualquer pessoa. Trata-se de crime co mum. 
4. Sujeito passive. Crianyas ou adolescentes menores de qua-
torze anos. 
5. Consurna<;:ao. No memento em que o ato e realizado pelo menor. 
6. Tentativa. E possivel. 
7. A>iio penaLP!lb!ica inc~ndicionada. 
Dos CRIMES CoNTRA A DtGN!DADE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRA<,;Ao 
8. Segredo de justi<;:a. Nos termos do art. 234-B do C6digo 
Penal, os processes que apuram esta modalidade de infraviio penal 
correm em segredo de justiya. 
SATISfA(_;AO DE LAScBVBA MEDIANTE 
PRESEN(_;A DE CRIAN(_;A OU ADOI..ESCENTE 
Art. 218-A - Pmticar, na presenra de alguem menor de quator-
ze anos, ou induzi-lo a presendm; conjunrlio carnal ou outro ato libidi-
noso, a Jim de satiifazer lasdvia prOpria ou de outrem: 
Pena reclusiio, de dois a quatro anos. 
1. Objetividade juridica. A dignidade e a forrnayiio sexual da 
pessoa menor de quatorze anos. 
2. Tipo objetivo. 0 crime existe quer o agente tome a ini-
ciativa de realizar o ato sexual na presenya do menor (mostrar-lhe 
0 penis, por exemplo), quer o convenp a presencia-lo. 0 ato sexu-
al pode ser a penetrayao do penis na vagina ( conjunyiio carnal) ou 
qualquer outro ato de conotayiio sexual (presenciar o agente a se 
masturbar, a manter sexo oral ou anal com terceiro etc.). 
Atualmente, se alguem, dentro de urn 6nibus, se masturba na 
presenya de pessoa com menos de quatorze anos, incorre no crime 
em estudo. Se a vitima, porem, tern mais de quatorze anos, o crime 
e o de ato obscene (art. 233). Se o agente convence uma pessoa de 
menos de quatorze anos a assistir urn ato sexual envolvendo outras, 
configura-se tambem o crime do art. 218-A, masse convence pes-
soa de vinte anos (por exemplo) a assistir o rnesmo ato, o fa to e 
atipico. 
Premissa do crime e a intenyao de satisfazer a prOpria lascivia ou 
de terceiro pelo fato de o ato sexual estar sendo presenciado por pes-
sea menor de quatorze anos. Outra prernissa e que o menor nio se 
envolva se:xualmente no ato, pois, se o fizer, o crime sera o de estupro 
de vulneravel. 
3. Sujeito ativo. Qualquer pessoa, homem ou mulher. Se o ato 
sexual for pratiqdo por duas pessoas na presenqa do menor, a fim de 
satisfazer a lascivia de ambos, os dois respondem pelo crime. 
SINOPSES JuRIDICAS 
4. Sujeito passivo. Crians;as ou adolescentes, do sexo masculino 
ou feminino, menores de quatorze anos. 
5. Consuma(:ao. No instante em que e realizado o ato sexual na 
presens;a do menor. 
6. Tentativa. E possivel. Ex.: menor e convencido a presenciar o 
ato sexual, mas quando o agente comes;a a tirar a roupa o menor sai 
correndo e nao presencia concretamente qualquer ato libidinoso. 
7. A10ao penaL E publica incondicionada. 
8. Segredo de justi(:a. Nos termos do art. 234-B, os proces-
sos que apuram esse tipo de infras;ao penal correm ern segredo 
de justi~a. 
• 
FAVORECIMENTO DA PROSTITUIC',;AO OU 
OUTRA FORMA DE EXPLORAc;AO SEXUAL 
DE VULNEIRAVEL 
Art. 218-B - Submeter, induzir ou atrair cl prostituirao ou 
outra forma de explorafCiO sexual alguem tnenor de dezoito anos ou 
que, por enfermidade ou dificiencia mental, nCio tern o necessflrio dis-
cernimento para a prfztica do ato,facilita-la, impedir ou difiwltar que 
a abandone: 
Pena reclusCio, de quatro a dez anos. 
1. Objetividade juridica. A dignidade e a rnoralidade sexual do 
vulned.vel, bern como evitar danos a sua sallde e outros riscos ligados 
ao exerdcio da prostitui~ao. 
2. Tipo objetivo. 0 crime consiste ern convencer alguern, corn 
palavras ou prornessas de boa vida, para que se prostitua, ou para que 
se subrneta a outras forrnas de explora~ao sexual, ou, ainda, colaborar 
para que alguem exer~a a prostituis;ao, ou, de algurn modo, impedir 
ou dificultar que a vitirna abandone as referidas atividades. Ern surna, 
constitui crime introduzir alguern no mundo da prostitui~ao, apoia-lo 
materialrnente enquanto a exerce ou de qualquer modo impedir ou 
dificultar o abandono das atividades por parte de quem deseja faze-lo. 
· Na figura ern anilise, a vitirna deve ser pessoa corn idade entre 
quatorze e dezoito anos, ou corn deficiencia mental que lhe retire a 
Dos CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CONTRA A ADM!NISTRA<;Ao 
capacidade de entender o carater do ato. Se a vitirna for pessoa rnaior 
de idade e sa, 0 induzimento a prostitui~ao configura 0 crime do art. 
228 do C6digo Penal, que tern pena rnenor. 
Prostitui~ao e o cornercio do proprio corpo, em carater habitu-
al, visando a satisfas;ao sexual de qualquer pessoa que se disponha a 
pagar para tanto. A prostitui~iio a que se refere a lei pode ser a mascu-
lina ou ferninina. 
Pune-se tarnbern nesse tipo penal quem subrnete o rnenor ou o 
enferrno mental a qualquer outra forma de explorarao sexual. Esta, tal 
qual a prostitui~ao, deve ter carater habitual. Ex.: induzir urna menor 
a ser dans;arina de striptease, a dedicar-se a fazer sexo por telefone ou 
via internet por rneio de webcams (sern que haja efetivo contato fisico 
com o cliente) etc. 
0 art. 218-B, por tratar do rnesrno terna, revogou tacitarnente o 
crime do art. 244-A da Lei n. 8.069/90. 
3. Sujeito ativo. Pode ser qualquer pessoa, homern ou rnulher. 
4. Sujeito passivo. Hornem ou rnulher rnenor de idade (entre 
14 e 18 anos), ou que, em raziio de enferrnidade mental, nao tenha 
discernitnento necessaria para cornpreender a prostituis;ao ou a ex-
ploras;ao sexual. 
5. Consurna(:ao. Quando a vitima assume urna vida de prosti-
tui~ao, colocando-se a disposis;iio para 0 cornercio carnal, ou quando 
passa a ser explorada sexualmente. Na rnodalidade de impedimenta, 
consuma-se no momento em que a vitima nao abandona as ativida-
des. Nesta ultima figura o crime e perrnanente. Na modalidade difi-
cultar, consurna-se quando o agente cria o 6bice. 
6. Tentativa. E possivel. 
7. Inten~ao de lucro. Nos terrnos do art. 218-B, § 12 , se o crime 
e praticado com 0 fim de obter vantagern econ6rnica, aplica-se tarn-
bern rnulta. A intens;ao de lucro a que o texto se refere como condi-s:ao para a incidencia curnulativa de multa e por parte do agente e nao 
da vitirna, pois esta e prernissa do delito. 
8. Figuras equiparadas. No§ 2Q do art. 218-B, existe a previsao 
de dois outros crimes para os quais e prevista a mesrna pena do caput. 
Tal dispositivo pune: 
;, 
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SJNOPSES JuRiDICAS 
I - Quem pratica conjun~ao carnal ou outro ato libidinoso com alguem 
menor de dezoito e maior de quatorze anos na situa~ao descrita no caput 
deste artigo (de prostituiqao ou exploraqao sexual). 
0 dispositivo pune quem faz programa com prostituta menor de 
idade, desde que tenha mais de quatorze anos, pois, se river menos, o 
crime sera 0 de estupro de vulneriivel, que tern pena muito maior. 
Nao existe em nossa legislaqao puuiqao para quem paga para ter 
relaqao sexual com prostituta maior de idade. 
II - 0 proprietario, o gerente ou o responsavel pelo local em que se 
verifiquem as prCtticas reftridas no caput deste artigo. 
0 legislador criou uma especie de figura qualificada do crime 
de casa de prostituiqao (art. 229). Assim, o dono, gerente ou responsi-
ve! por local onde haja prostituiqao ou explorac;:ao sexual de pessoa 
com idade entre quatorze ou dezoito anos, ou com enfermidade 
mental, incorre no crime em anilise, para o qual a pena e maior em 
rela<;:ao aqueles que mantem lupanar apenas com prostitutas maiores 
de idade. Pressupoe, contudo, que o agente tenha conhecimento de 
que hii prostitutas menores de idade trabalhando no local. 
0 § 3Q do art. 218-B, estabelece ainda que constitui efeito obri-
gat6rio da condena<;:ao, a cassac;:ao da licenc;:a de localizac;:ao e de fun-
cionamento do estabelecimento. 
A tipificac;:ao no C6digo Penal do crime em anilise revogou 
delito semelhante previsto no art. 244-A, § 1", da Lei n. 8.069/90. 
9. As;ao penal. E publica incondicionada. 
10. Segredo de justic;:a. Nos termos do art. 234-B do C6digo 
Penal, os processos que apuram esta modalidade de infra<;:ao penal 
correm em segredo de justic;:a. 
DISPOSITIVOS RIEVOGADOS IE 
RECLASSifiCADOS 
Duas importantes leis alteraram o tratamento dos crimes de na-
tureza sexual, revogando infrac;:oes penais que, no passado, tiveram 
grande relevillcia, mas que, em face da altera<;ao dos costumes, haviam 
perdido o seu sentido. A Lei n. 11.106/2005 revogou os crimes de 
·· seduc;:ao e rapto consensual e a Lein. 12.015/2009 fez o mesmo com 
o crime de corrupc;:ao de menores. 
Dos CRIMES CoNTRA A DIGNJDADE SEXUAL AOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRA<;Ao 
As mesmas leis efetuaram algumas importantes reclassificac;:oes. 
0 delito de rapto violento (art. 219) sofreu alterac;:oes e passou a coin-
por uma das figuras qualificadas do crime de sequestro (art. 148, § 1°, 
V),desde o advento da Lei n. 11.106/2005. Nao houve abolitio criminis 
porque o fato continnou a ser previsto como infrac;:ao penal, contudo, 
em outro titulo do C6digo Penal e sob nova denominaqao. Ademais, 
conforme jii estudado, a Lei n. 12.015/2009 revogou o art. 214 do 
C6digo Penal, transformando as condutas que antes constituiam aten-
tado violento ao pudor em crime de estupro, bern como uuificando 
os crimes antes chamados de posse sexual e atentado ao pudor me-
diante fraude, sob a denominac;:ao de violac;:ao sexual mediante fraude. 
Observac;:ao: 0 Capitulo III, que cuidava dos crimes de seduc;:ao, 
corrup<;ao de menores e rapto, encontra-se totalmente revogado, en-
quanto os Capitulos IV e VII, que tratam das disposic;:oes gerais dos 
crimes sexuais, por razoes didiiticas,jii foram analisados por ocasiao do 
estudo do crime de estupro.Assim, os Capitulos que restam a ser apre-
ciados sao o V e o VI, conforme se vera adiante. 
QUADRO SINOTICO - EsTUPRO 
Constranger alguem mediante vioiEmcia ou grave amea<;a 
a ter conjun<;6o carnal ou o praticar ou permitir que com 
ele se pratique outre ate libidinoso (sexo anal. orat intro-
duzir o dedo no vagina da vftima, passar as mOos em seus 
seios ou nos n6degas, beijo lascivo etc.}. 
Guolquer pessoa, homem ou mulher. 
Qua!quer pessoa, homem ou mulher. 
0 dolo de fon;ar outra pessoa a manter relocionomento 
sexual contra sua vontade. Normalmente o agente visa sa-
tisfazer a prOpria libido, mas n6o deixa de haver crime de 
estvprQ -~e .. o f,i_~pl_idade~_ e vingar-se do vftima ou ganh9_r:,.,.-
uma aposta etc. 
: S1NOPSES JuRiDICAS 
Consuina~~o 
Tentativa. 
,''' 
Figurci$ q'ua~ 
·,;f;~Cic:iall 
Causqsde 
(!urnentoc:l~ 
pen a 
C!assifica~&o. 
~Oiitr.in.(aa-i~ 
A~aopenal 
Objetividade · 
juridi~a 
Tieo~bi~ti~~ 
•si.IJelt~ atiif~. 
No hip6tese de conjun~Oo carnal consuma-se com a penetra-
<;Oo, ainda que parciot do penis no vagina. Em rela<;;Oo a 
outros atos libidinosos consuma-se quando de sua realizas;Oo. 
E possfvel. 
Se a vftima e maier de 14 e menor de 1 8 ones ou se resul-
ta les6o grave ou morte. Em rela<;Oo a estes Ultimas o crime 
qualificodo e exclusivamente preterdoloso - dolo no estu- . 
pro e culpa no les6o grave ou morte. Se o agente estupra 
e intencionalmente mota, responde per estupro simples em 
concurso material com homiddio qualificodo. 
A pena e aumentada em urn quarto se o crime for cometido 
com concurso de duos ou mais pessoas; e aumentado em 
metade se resulta gravidez ou se o estupro e cometido per 
ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irm6o, cOniuge, 
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador do 
vftima ou por pessoa que por qualquer outre tftulo tern au-
toridade sobre elo, ei e aumentoda de urn sexto ate metade 
se h6 transmiss6o de doenc;a sexualmente transmissive!. 
Crime comum, simples, instantOneo, doloso,. de dono,. ma-
terial, comissivo ou omissivo impr6prio. 
E pUblica condicionoda 0 represento<_;Oo, salvo se a vftima 
for menor de 18 ones, hip6tese em que a a<_;Oo e incondi-
cionada. 
ESTUPRO DE VULNER}NEL 
A dignidode sexual das pessoos vulner6veis. 
Ter conjunc;Oo como! ou proticar outre ate libidinoso com pes-
soc menor de 14 ones, enfermo ou doente mental que n6o 
tenho o necess6rio discernimento para o ato sexual ou que, 
por quolquer outra causa, n6o posse oferecer resist&ncio. 
0 crime existe quer tenha havido viol&:ncia ou grove ame-
a<_;a au nao. Eventual consentimento do pessoo vulner6vel 
n5o exclui o crime porque n6o tern validade. 
Pede ser quolquer pessoa. 
_ _,D~O>oS:_:C~R~IM~E=S_:C=.;:O~N:cT~RA:_:A~D~IG::N~ID:cA~D:;:E_:S~EX~U:cA::L.:_A:;O:::S~C~R~IM::E:;:S_:C=:;O:;:N:cT::oRA:_:A_:AD~~M~IN~IST:!.RA~~~A:;O;:_ ___ ~,:~ 
.:C~IJieitopas"•·.·•· 
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Ca!Jsas de 
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A~ao pel'tat, 
Objetividade 
juridic(! . 
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Somente as pessoas vulner6veis adma mendonodas. Pede 
ser homem au mulher. 
0 dolo de manter relac;Oo sexual com umo dos pessoas 
vulner6veis elencadas no tipo penal. 
No memento do conjunc;ao carnal au do prdtica de quol-
quer outre ato de libidinagem. 
E possfvel. 
Se resulta les6o grave ou morte. ·Esses qualificadoras s6e 
exclusive mente preterdolosas. 
A pena e aumentada em urn quarto se o crime for cometido 
com conCurso de duos au mais pessoas; e aumentoda em 
metade se resulta gravidez ou se o estupro e cometido par 
oscendentef padrasto ou madrasta, tic, irmao, c6njuge, 
companheirof tutor, curador, preceptor ou empregador do 
vftima ou por pessoa que per qualquer outre titulo tern auto-
ridade sobre elof e; e aumentoda de um sexto ate metade se 
h6 transmiss6o de doenc;o sexualmente transmissive!. 
Crime comum, simples, instantdneo, doleso, de dono, ma-
terial, comissivo au emissive impr6prio . 
PUblica incondicionoda. 
V!OLA<;AO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE 
A liberdade sexual. 
Ter conjunc;6o carnal au praticor outre ate libidinoso com 
olguem mediante

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