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~ /'/ Crimes contra a Dignidade )exual aos Crimes contra a Administracao , rdo oe deotaca ndo apenao pela expooirdo diddtica e Victor Cduardo 1 de cada materia e pela expertencia docente de oeuo Rioo Gon 9atveo Jreo, mao tamb6m pelo recuno grdUico doo deMaqueo colortdoo e quadroo oin6ticoo. trldica6, oempre preDente no dia a dia de eotudante6 · cur•ando6. ideal para quem tem muito a relembrar e pouco tempo a perder! lndicado para: ( Concursos 0 ] ( Gradua~;. J JSAuCrl2.~22:£~2l?oo~~ De 2i a&. das 8:30 as 19:30 ;; i g ~ ~ "' ~ ~ !;; z Jll !e:! Victor £duardo Rioo Gonralveo SINOPSES JURfDICAS " (\,.Editor~ ~ Saraava ~~~~~~I~ Victor Eduardo Rio6 Gon9alve6 Promotor de Justi~a Criminal e Professor de Direito Penal e Processo Penal no Complexo Jurfdico Damasio de Jesus. Dos Crimes contra a D_ignidade Sexual aos Crimes contra a Administrar;ao 16" edic;;ao 2012 Volume 10 n• ll!ldito~~ \,.-i.1llli'l'A Saraeva P•=va Rua Hennque Sdmumonn, 270, Ce!queiro Cisar - Soo Paulo - SP CEP05413·909 PABX: Ol ) 3613 3000 SAOUR: 0800 055 7688 De 2' o 6', dos 8:30 os 19:30 somlvajur@editorosmoiva.com.br Acesse: www.saroivajur.com.br FlliAIS AMAZONAS/RONDONI/JRDRAIMA/Alli Rua CIJSto Azewdo, 56- Centro Fone: (92) 36334227- Fox:: (92) 3633-4782- Mcnous BAHIA/SET!GIPE Rua Agriplno DOten, 23- Brotos fORe: (71)3381-58S4 I 338J.S89S Fox: 17113381~959- Solvador 8AURU tSr\0 PAUlO! Run Monsenhor dora, 2-55/2-57 -Centra Fone: 04) 3234-5643- Fax: (14) 3234-7401- Bourn <IARl/P~UVMARANHAo Av. Fllomano Gomes, 670- j{l{(lrecongo Fane: (85)31381313 I 31381384 fox: (85) 3238-1331- Fortolezo DIS!RITO FEDERAl SIA/SUL Tredla 2 tote 850 - Setor de IndUstria e Abastecimento Fane: 16113344-1920 I 334+1951 fox: 16113344-17D9- Brosma GO!As/fOCA!ffiNS kt. !ndependendo, 5330- Seklr Aerqwrto Fone: 161!3115-1881 I 3111·1806 Fax: (62) 3224·3016 -Goi(inin MAlO GROSSO DO SUI/MAlO GROSSO Ruo 14 de Ju!ho, 3148-Cenlro Fone.: (67) 3382·3682- Fax: (67} 3382{}112- Campo Grorule MINAS GERAIS RuoA!em Porofua, 449 -l.ogoinlm Fan~: (31) 3429-8300- Fox: (3ll 3429-8310- Bela Horizonte PARiv'AMAPA Trovessa Apinng8s, 186 -lkllisto Compos Fone: 191) 3111-9034 13114·9038 Fo:c (91) 3241..0499-Belem PARANA/SANTACATARINA Roo Conselbeifo l.oulindo, 2895- Prado Velho FonejFox: (41) 33324894 -Curiliba PERNAMBUCO/PARAIBA/~ G. DO NORTF/AlAGOAS Roo Corredordo Bispo, 185- Boo VIsta Fone: (81) 3421-4246- Fox: {81) 3421-4510- Recife RI8BRAO PRHO (SAO PAUlO I Av. Frondsro Junqooiro, 1255 -Centro Fone: (16) 3611}5843- Fox: {16) 361o-8284- Ribeiriio Prefo = RIO DE JANBRO/ESPIRITO SAlllO ~ Roo!f~Sconde de 5antu Isabel, 113 o 119 -Vila Isabel ~ Fane: (21) 2577·9494- Fox: {21) 2577-8867 /2577·9565- Rio de Janeiro RIO GRANDE DO SUl fw. A. J. Renner, 231 - Farropos :§: FoneiFox: !51133714001 13371-1467 13371-1567 ~ PortoA!egre ~ sAo PAUlO ;;:;: Av. An!OOico, 92 - Borro funda ~ Fnne: PABX f1 1) 3616·3666 - $00 Paulo ISBN 97&85-()2'01354-3 ohm compleln ISBN 97&85-01·14919'9 volume 10 Gon~o!ves, Vicror Eduardo Rios nos aimes ron!m 0 dlgnldnde sexual 005 aimes COillro n administro¢o /Victor Eduardo Rios Gon~!ves.- 16. ed.- Sii.o Paula: Som!vn, 2012.- (Col~ao sinopses iuridioos; v. 10) 1. Olreito penol2. Direito penal- Bras~ L Tilu!o.!l. S!irle. CDU·343(81) indice pam cnrologo sistemOiico: 1. Brasil : Direito peno! D1~~tor editorial "Luiz l?oheJto Curia 6erente de produ¢o editorial lfgia Alves "Editor JOnahls lunqueira de MeJ!o Msistente editorial Sitfene Mironda de Safes Produtora editorial Gorissa BoroSc/Ji JAario Preporor&o de oriilinois Ann Cristina Garcia 343181) Mario /zobel 8affefros Bilencourt Bresson Gntia do Silva l~itiio Art8 e-d"rogramafiio Oistino Aparecitla Agud(l de Freitas Siinio de Poivo lima Revis5o. de provas Rita de COssin Queiroz Gorgati · · _ _ : . Renaio Medeiros SBrvitos edito[i~is fla_ine Gistino_ do Silva · Vfnidus Aseveda Vieira Capo Aero ComunfcarOo ProdurBo grdfiw Modi Rampini- lmpressBo Ptol Edi!Olfl fJnifka. Acabamenlo -Prof EtfittJro fJtU{ico Data de fechamento da edic;;ao: 7-2-2012 DUvi.das? Acesse www.saraivajur.com.br Nenrn;ffio p1uta desto publitu~ podtni ser reproduzilla por q~~o!qiler meio ou forma sem a ptilvkl ootorizll}:iio da Editmo Smoffll. A 'liolll}:Co dos direitos oulorals e crime eslobelecido ll!llel n. 9.61 0/98 e p1.1!lido pelo rutigo I 84 do COdigo Peool. i I .;~ , INDICE* (*DE ACORDO COM 0 C6DIGO PENAl) Titulo VI - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL.. .......... . Capitulo I - Dos Crimes Contra a Liberdade Sexual ..................... . 1. Estupro ................................................................................... . 2. Viola~ao sexual mediante fraude .............................................. . 3. Assedio sexual ......................................................................... . Capitulo II - Dos Crimes Sexuais Contra Vulner6vel ...................... . 1. Estupro de vulneravel .............................................................. . 2. Mediayao para satisfazer a lasdvia de outrem com pessoa menor de quatorze anos ..................................................................... . 3. Satisfaqao de lascivia mediante presenqa de crianqa ou adolescente 4. Favorecimento da prostituiqao ou outra forma de exploraqao se- xual de vulnerivel ................................................................... . 5. Dispositivos revogados e reclassificados .................................... . Capitulo V - Do Lenodnio e do Tr6fico de Pessoa para Fim de Prostitui~iio ou Outra Forma de Explora~iio Sexual. .... . 1. Mediaqao para satisfuzer a !asci via de outrem ............................ . 2. Favorecimento da prostituiyao ou outra fonna de explorayao sexual .. 3. Cas a de prostituiqao ................................................................ . 4. Rufianismo ............................................................................. . 5. Trifico internacional de pessoa para fun de exploraqao sexual .. . 6. Trifico interne de pessoa para fun de exploraqao sexual ........... . Capitulo VI - Do Ultraje Publico ao Puder ................................... . 1. Ato obscene ............................................................................ . 2. Escrito ou objeto obscene ........................................................ . 11 11 11 22 24 27 27 30 31 32 34 40 40 41 43 45 46 48 50 50 51 SINOPSES JuRiDICAS TiTuLo VII- DOS CRIMES CONTRA A FAMJLIA .............................. . Capitulo I - Dos Crimes Contra o Casamento .............................. . 1.Bigamia .................................................................................. . 2. Adulterio ................................................................................. . Capitulo II - Dos Crimes Contra o Estado de Filia~ao .................. . 1. Registro de nascimento inexistente .......................................... . 2. Parte suposto. Supressiio ou alteras:ao de direito inerente ao esta- do civil de recem-nascido ························································· Capitulo Ill - Dos Crimes Contra a Assistencia Familiar ................ . 1. Abandono material ............................................................... . 2. Abandono intelectual ............................................................... . Capitulo IV - Dos Crimes Contra o Patrio Poder, Tutela ou Curatela ... . 1. Subtras:iio de incapazes ............................................................. . TiTuLo VIII- DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PUBLICA ..... Capitulo I - Dos Crimes de PerigoCo mum .................................. . 1. Incendio .................................................................................. . 1.1. Aumento de pena ............................................................. . 1.2. Incendio culposo .............................................................. . 2. Explosiio ........................................................................... -· · · · ·· · 2.1. Aumento de pena ............................................................. . 2.2. Modalidade culposa .......................................................... . 3. lnundas:ao ................................................................................ . 4. Perigo de inundas:ao ............................................................... . 5. Desabamento ou desmoronamento .......................................... . 5 .1. Modalidade culposa .......................................................... . 6. Formas qualificadas de crime de perigo comum ........................ . Capitulo II - Dos Crimes Contra a Seguran~a dos Meios de Comuni- ca~Oo e Transporte e Outros Servi<;os PUblicos ........... . 1. Arremesso de projetil ............................................................... . Capitulo Ill - Dos Crimes Contra a Saude Publica ....................... . 1. Epidemia ................... ~.:.: ........................................................ . 2. Omissao de notificas:iio de doenp ............................................ . 3. Envenenamento de agna potiivel ou de subscincia alimenticia ou medicinal ................................................................................. . 53 53 53 55 56 56 57 59 59 60 62 62 64 64 64 64 65 66 66 67 67 68 69 69 69 71 71 73 73 74 74 -; Des CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRA<;Ao 3.1. Modalidade culposa........................................................... 75 4. Falsificas:ao, corrup,ao, adulteraqiio ou alteras:iio de substilncia ou produtos alimenticios .. .. .. . . . . . . . .. . . . . . . .. ..... ... . .. . . ......... .. ... ... . .. . . . . . . . . 7 6 4.1. Modalidade culposa........................................................... 77 5. -Falsificas:ao, corrups:iio, adulteraqao ou alteras:ao de produto des- tinado a fins terapeuticos ou medicinais .................................... . 5.1. Modalidade culposa .......................................................... . 6. Outras modalidades ilicitas ....................................................... . 7. Exerdcio ilegal da meclicina, arte dentiria ou farmaceutica ....... . 8. Charlatanismo .......................................................................... . 9. Curandeirismo ......................................................................... . 10. Forma qualificada ..................................................................... . TiTULO IX- DOS CRIMES CONTRA A PAZ PUBLICA ........................ . 1. Incitay:iio ao crime ................................................................... . 2. Apologia de crime ou criminoso .............................................. . 3. Quadtilha ou bando ................................................................. . 77 79 79 80 81 82 83 84 84 85 86 TiTuLo X - DOS CRIMES CONTRA A FE PUBLICA .... .. .. .. .. .. . . . .. .. .. .. . .. 90 Capitulo I - Da Moeda Falsa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. .. .. .. .. .. ... . .... .. . .. .. .. . . . 90 1. Maeda falsa ............................................................................... 90 2. Petrechos para falsificas:ao de moeda ......................................... 93 Capitulo II - Do Falsidade de Tftulos e Outros Papeis Publicos ........ 94 1. Falsifica,ao de papeis publicos .. ...... ... . .. . . . . . . . . . . ...... ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 2. Petrechos de falsifica,ao ....... .. . .. ................................................ 96 Capitulo Ill - Do Falsidade Documental........................................ 97 1. Falsificas:ao de documento publico............................................ 98 2. Falsificas:iio de documento particular......................................... 105 3. Falsidade ideol6gica................................................................... 105 4. Falso reconhecimento de firma ou letra..................................... 109 5. Certidiio ou atestado ideologicamente falso ............................... 110 6. Falsidade material de atestado ou certidiio.................................. 112 7. Falsidade de atestado medico..................................................... 113 8. Reprodw;:ao ou altera,ao de selo ou peqa filatelica ................... 114 9. Uso de documento falso ........................................................... 115 10. Supressao de documento........................................................... 116 ~ SINOPSES JuRiDICAs Capitulo IV - De Outras Falsidades . .. ... ..... .... ... .. . .. . . .... .. ....... ... .. .. 121 1. Falsa identidade......................................................................... 121 2. Subespecie da fulsa identidade ................................................... 126 3. Adulterayao de sinalidentificador de veiculo automotor............ 127 Capitulo V- Das Fraudes em Certames de Interesse Publico .. . . .. ... . . 129 1. Fraudes em certames de interesse publico ................................. 129 Tirulo XI -DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRA<;:AO PUBLICA.... 132 Capitulo I - Des Crimes Praticados per Funcion6rio Publico Contra a Administra~ao em Geral........................................... 132 1. lntroduyio................................................................................ 132 1.1.Aspectos processuais............................................................ 133 2. Conceito de funciom\rio publico............................................... 135 2.1. Funcionario publico per equiparayao................................. 135 2.2. Aumento da pena.............................................................. 136 3. Peculate ................................................................................... 137 3.1. Peculato-apropriayio ......................................................... 137 3.2. Peculato-desvio ................................................................. 139 3.3. Peculate-furta................................................................... 140 3.4. Peculate culposo ............................................................... · 142 3.4.1. Requisites do crime............................................... 142 3.4.2. Reparayio do dane no peculate culposo................. 143 3.4.3. Efeito da reparaqao do dane no peculate doloso...... 143 4. Peculate mediante erro de outrem ............................................ 144 5. Extravio, sonegaqio ou inutilizaqao de livre ou documento ...... 145 6. Emprego irregular de verbas ou rendas publicas ................. :....... 146 7. Concussio . . . . . . . .. . . . . .. ............ .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . ....... ..... .. . . . . . . . . . . ... ... . 14 7 8. Corrupqio passiva..................................................................... 150 8.1. Corrupyao privilegiada...................................................... 152 9. Excesso de exaqao ..................................................................... 153 10. Facilitaqao de contrabando ou descaminho................................ 153 11. Prevaricayao . . .. . . . . .. . .. . . .... ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. ........................... .. . . . 154 12. Condescendencia criminosa ......................................................156 13. Advocacia administrativa... .. . . . . . . . . . .. ... .. . . . . ...... ... . . ...... ... . . . . . . . . . ... .. 157 14. Violencia arbitraria .................................................................... 158 15. Abandono de funyao ................................................................. 158 16. Exercicio funcional ilegalmente antecipado ou prolongado ....... 159 17. Violaqao de sigilo funcional...................................................... 161 18. Violaqao do sigilo de proposta de concorrencia ......................... 163 Des CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SExUAl Aos CRIMES CoNTRA A AaMINISTRA<;Ao Capitulo II - Dos Crimes Praticados per Particular Contra a Adminis- tra~iio em Gerol .................................................... . 167 1. Usurpayio de funyio publica .................................................... . 167 2. ResistSncia ............................................................................... . 168 3. Desobediencia .......................................................................... . 170 4. Desacato .................................................................................. . 172 5. Tcifico de influencia ............................................................... . 174 6. Corrupyio ativa ....................................................................... . 175 7. Contrabando ou descarninbo ................................................... . 178 8. Impedimenta, perturbaqao ou fraude de concorrencia .............. . 182 9. Inutilizaqao de edital ou de sinal ............................................... . 182 10. Subtraqao ou inutilizaqio de livro ou documento ..................... . 183 11. Sonegaqao de contribuiqao previdencima ................................ . 183 Capitulo II-A - Des Crimes Praticados por Particular Centro a Admi- nistra~iio Publica Estrangeira ............................... .. 189 Capitulo Ill - Dos Crimes Contra a Administra~iio da Justi~a ......... . 191 1. Denunciay[o caluniosa ............................................................. . 191 2. Comunicayio &Isa de crime ou de contravenqao ...................... . 196 3. Autoacusaqao falsa .................................................................... . 198 4. Falso testemunbo ou fulsa pericia .............................................. . 200 5. Corrupqao ativa de testemunba ou peri to ................................. . 206 6. Coaqao no curse do process a ................................................... . 207 7. Exercicio arbitririo das pr6prias razOes ..................................... . 208 7.1. Subtipo ............................................................................ . 211 8. Fraude processual ..................................................................... . 212 9. Favorecimento pessoal ............................................................. . 213 10. Favorecimento real .................................................................. . 215 11. Fuga de pessoa pres a ou submetida a medida de seguranya ........ . 218 12. Evasao mediante violencia contra a pessoa ................................ . 220 13. Arrebatamento de preso ........................................................... . 221 14. Motim de presos ...................................................................... . 221 15. Patrocinio infiel ....................................................................... . 222 16. Patrocinio simultiineo ou tergiversayio ..................................... . 223 17. Sonega,ao de papel ou objeto de valor probat6rio ................... . 223 18. Explora,ao de prestigio ............................................................ . 224 19. Violencia ou fraude em arremataqao judicial ............................ . 225 20. Desobediencia a decisao judicial sobre perda ou suspensao dedi- reito ........................................................................................ . 226 ~ S!NOPSES JuRiD!CAs Capitulo IV - Dos Crimes Contra as Finan~as Publicas ................... 230 1. Contratal'io de opera10iio de credito ....... .".................................. 230 2. Inscriqao de despesas nao empenhadas em restos a pagar............ 231 3. Assunqao de obrigal'io no Ultimo ano do mandata ou legislatura . 232 4. Ordenaqao de despesa nio autorizada ........................................ 232 5. Presta,ao de garantia graciosa.................................................... 232 6. Nao cancelamento de restos a pagar ................................... ....... 233 7. Aumento de despesa total com pessoal no ultimo ano do ruanda- to ou legislatura ......................................................................... 233 8. Oferta publica ou colocaqao de titulos no mercado . . . . . . . . . ... ....... 234 TITULO VI DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Esse Titulo sofreu profundas alteras;oes em decorrencia da Lei n. 12.015/2009, que, dentre outras providencias, unificou os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, tendo este Ultimo deixado de existir como delito auto no mo. Ate o nome do Titulo foi modificado - a denorninas;ao anterior era "Dos Crimes Contra os Costumes". CAPITULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL Os crimes previstos nesse Capitulo atingem a faculdade de livre escolha do parceiro sexual. Essa faculdade pode ser violada par: a) violencia ou grave amear;a: crime de estupro (art. 213); b) fraude: crime de violas;ao sexual mediante fraude (art. 215). Art. 213 - Cons/ranger algwim, mediante violencia ou grave amear;a, a ter conjunr;ao carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro a to libidin.oso: Pena - reclusao, de seis a dez anos. 1. Tipo objetivo. Constranger significa obrigar, coagir alguem a fazer alga contra a vontade, e, par isso, se existe consentimento vilido da vitima, nao ha crime. Dessa forma, pode-se concluir que o dissen- sO- F.: pressuposto do crime. -neve set~ ainda, um dissenso sF.:rio; que:·- demonstre nao ter a vitima aderido a conduta do agente. Nao se exi- ge, entretanto, uma resistencia heroica por parte dela, que lute ate as Ultirnas fors;as, pois estaria correndo risco de morte. ~~ SINOPSEs JuRfD!CAS Importante alteraqao foi trazida pela Lei n. 12.015/2009, que deixou de distinguir crimes de estupro e atentado violento ao pudor, unindo-os sob a nomenclatura {mica de estupro. Pela legislaqao antiga, o estupro s6 se configurava pela pratica de conjunqao carnal (penetra- qao do penis na vagina), de modo que s6 podia ser cometido por homem contra mulher.Ja o atentado violento ao pudor se constituia pela prii.tica de qualquer outro ato de libidinagem (sexo anal, oral, introduqao do de do na vagina da vitima etc.), e podia ser cometido por homem ou mulher contra qualquer outra pessoa. Pela nova lei, todavia, haver:i estupro quer tenha havido conjunqao carnal, quer te- nha sido praticado por qualquer outro tipo de ato sexual. A conjunqao carnal, como ja mencionado, ocorre com a pene- traqao, ainda que parcial, do penis na vagina. Em relaqao a outros atos de libidinagem, o crime existe quer o agente tenha obrigado a vitima a praticar o ato, tendo urn posicionamento ativo na relaqao (rnasturbar o agente, nele fazer sexo oral etc.), quer a tenha obrigado a permitir que nela se pratique o ato, tendo posicionamento passivo na relaqao (a receber sexo oral, a permitir que o agente introduza o dedo em seu anus ou vagina, ou 0 penis em seu anus etc.). Alem dos exemplos ja mencionados (sexo oral e anal e da intro- duqao do dedo na vagina ou anus da vitima) podem ser apontados infuneros outros atos libidinosos que tambem configuram crime de estupro: passar a mao nos seios da vitima ou em suas nadegas, esfregar o 6rgao sexual no corpo dela, introduzir objeto em seu anus ou vagi- naetc. 0 beijo lascivo (com a lingua), dado com eroticidade, caso prati- cado com emprego de violencia ou grave arnea<;a, caracteriza o crime. Para a configura<;ao do estupro e desnecessario que haja contato fisico entre a vitirna e o agente, bastando, por exemplo, que o sujeito a obrigue a se automasturbar.Aliii.s, nem mesmo se exige que o agen- te esteja fisicamente envolvido no ato, de forma que o crime tambem se configura quando a vitima e obrigada a realizar o ato sexual em terceiro ou ate em animais. 0 que e pressuposto do crime, em verda- de, e o envolvirD.ento corp6reo da vftima no ato de libidinagem. Por isso, se ela simplesmente for obrigada a assistir a urn ato sexual envol- vendo outras pessoas, 0 crime configurado sera 0 constrangimento ilegal (art. 146), ou, se a vitima for menor de quatorze anos, o crime f. ,, ' 1': r~ ji: ~ ;.\ ~~ Dos CRIMES CONTRA A DIGNJDADE SEXUAL Aos CRIMES CoNTRA A ADMINISTRAc,;;:Ao de satisfa<;ao da lascivia mediante presen<;a de ·crian<;a ou adolescente (art. 218-A). 0 crime de estupro pode caracterizar-se ainda que a roupa da vitima nao seja tirada, como na hip6tese de o agente deitar-se sobre ela ou passar a mao em seu 6rgao geniral, por sobre as vestes. Prevalece o entendimento de que a simples conduta de obrigar a vitima a tirar a roupa, sem obrig:i-la a prii.tica de qualquer ato sexu- al (contempla<;ao lasciva), configura crime de constrangimento ilegal. Argumenta-se que ficar nu, por si s6, nao e ato libidinoso. Saliente-se que, como o tipo penal exige urn ato de natureza sexual, nao se configura 0 delito quando 0 agente se limita ao uso de palavras para fazer propostas indecorosas :l. vitirna, hip6tese em que se configura a contravens:ao de importunaqao ofensiva ao pudor (art. 61 da LCP). Quando o agente, intencionalmente, se encosta na vitima aproveitando-se da lotaqao e do movimento de urn coletivo, incorre tambem na figura contravencional, com o argumento de que nao houve violencia fisica ou grave amea<;a nesse caso. 0 estupro sempre pressupoe o emprego de violencia ou grave ameaqa. Violencia e. toda forma de agressao ou de for<;a fisica para domi- nar a vitima e viabilizar a conjunqao carnal ou outro ato de libidina- gem. Configuram-na a agressao a socos e pontapes, o ato de amarrar a vitima, de derruba-la no chao e deitar-se sobre ela etc. Na legislaqao atual, o estupro e sempre cometido mediante vio- lencia real (fisica).A Lei n. 12.015/2009, deixou de prever a presun<;ao de violencia como forma de execuqao do estupro, passando a tratar a relaqao sexual com menores de quatorze anos, deficientes mentais ou pessoas que nao possam oferecer resistencia, com a denominac;ao "es- tupro de vulneravel",previsto no art. 217-A, que tern pena mais grave em face da condi<;ao da vitima. Grave amea<;a e a promessa de mal i~usto e grave, a ser causado na propria vitirna do ato sexual ou em terceiro. Ex.: amea<;ar matar a vitima ou o filho dela para obter o ato sexual; amea<;ar cortar o rosto da vitima ou colocar fogo em sua casa etc. E possivel a responsabilizaqao penal por crime de estupro ate mesmo em virtude de omissao. Ex.: mae que nada faz para evitar que ... SINOPSES JuRiDICAS seu companheiro mantenha rela<;:oes sexuais com a filha de quinze anos de idade. A mae tinha o clever juridico de prote<;:ao. Tendo per- mitido pacificamente a pratica do delito ou sua reitera<;:ao (quando cientificada de atos anteriores), responde pelo crime juntamente com o companheiro. Se a vitima tinha menos de quatorze anos, responde- rio por crime de estupro de vulneravel (art. 217-A). 2. Sujeito ativo. Com as alteras:oes trazidas pela Lei n. 12.015/ 2009, o crime de estupro pode ser praticado por qualquer pessoa, homem ou mulher. Trata-se de crime comum. 0 homem que for<;:a uma mulher a uma conjun<;:ao carnal (pe- netra<;:ao do penis na vagina), responde por estupro. A mulher que obriga um homem a penetci-la tambem responde por tal crime (na legislas:ao anterior configurava apenas constrangimento ilegal). 0 ho- mem que for<;:a outro homem ou uma mulher que for<;:a outra mulher a pcitica de sexo oral responde por estupro. 0 estupro admite coautoria e participa<;:ao. Seci considerado co- autor aquele que empregar violencia ou grave amea<;:a contra a vitima (ato execut6rio), sem, entretanto, realizar conjuns:ao carnal ou qual- quer ato libidinoso com ela. Havera participa<;:ao por parte de quem concorrer para o crime sem realizar qualquer ato execut6rio, como no caso de quem incentiva verbalmente um amigo a cometer o estupro. 3. Sujeito passivo. A vitima tambem pode ser homem ou mulher. A conjuns:ao carnal ap6s a morte da vitima constitui crime de vilipendio a cadaver (art. 212 do CP). Atualmente e padfico que marido pode cometer estupro contra a propria esposa, e vice-versa, pois o art. 226, II, do C6digo Penal, com a reda<;:ao dada pela Lei n. 11.106/2005,passou a prever um au- mento de metade da pena sempre que o crime sexual river sido co- metido por c6njuge ou companheiro. Tal regra, por estar no Capitulo das Disposis:oes Gerais, aplica-se a todos os crimes sexuais. 4. Consumas:ao. Esse tema perdeu um pouco da imporcincia ap6s a Lei n. 12.015/2009 ter passado a tratar a pratica de qualquer ato de libidinagem como estupro. A conjuns:ao carnal consuma-se com a introdus:ao, ainda que parcial, do penis na vagina. Contudo, se antes disso o agente ja reali- zou outro ato sexual independente, o crime ja esta consumado. Dos CRIMES 'CoNTRA A DIGNIDADE SexuAL AOS CRIMES CoNTRA A AoM!NtSTRA<;Ao 5. Tentativa. E possivel quando o agente emprega a violencia ou grave amea<;:a e nao consegue realizar qualquer ato sexual com a viti- rna por circunstancias alheias a sua vontade. 6. Elemento subjetivo. E o dolo. 0 texto legal nao exige que o agente tenha a espedfica inten<;:ao de satisfazer sua libido, seu apetite sexual. Assim, tambem configura-se o estupro quando a intens:ao do agente e vingar-se da vitima, humilhando-a com a pratica do ato se- xual, ou quando o faz por motivo de aposta. 7. Concurso. a) Se no mesmo contexto fatico o agente mantem mais de uma con- jun<;:ao carnal com a mesma vitima, responde por crime unico de estupro. Entretanto, se duas pessoas em concurso revezam-se na pratica da conjuns:ao carnal (curra), respondem por dois crimes de estupro (por autoria direta em um fato e coautoria no outro). Nes- ses casos, a jurisprudencia tern entendido ser aplicivel o crime continuado. Havera, tambem, um aumento de um quarto na pena por terem os delitos sido cometidos mediante concurso de pessoas (art. 226, I, do CP, com a reda<;:ao dada pela Lei n.11.106/2005). b) Se o agente, em momentos diversos, mantem conjun<;:ao carnal com a mesma mulher, hi crime continuado (se os crimes forem praticados sob o mesmo modo de execus:ao, na mesma cidade e sem que tenha decorrido mais de um mes entre uma conduta e outra) ou concurso material ( caso ausente algum dos requisitos do crime continuado). Ex.: pai que estupra a filha por diversas ocasi- oes, durante varios meses ou ate durante anos. c) Se em um mesmo contexto ratico o agente estupra duas vitimas, responde pelos dois crimes (duas as:oes) em continuas:ao delitiva. Nessa hip6tese, e aplicivel a regra do art. 71, parigrafo U.nico, do C6digo Penal, que, segundo estabelece, no crime continuado pra- ticado dolosamente, mediante violencia ou grave amea<;:a contra vitimas diversas, o Jniz pode ate triplicar a pena. Observe-se, entre- tanto, que, sendo apenas duas as vitimas, o Juiz nao podeci aplicar o aumento maximo, limitando-se a duplica-la. d) 0 art. 130, caput, do C6digo Penal preve o crime de perigo de contagia venereo, punindo quem sabe ou deve saber que esci aco- metido de doen<;:a venerea e, mesmo assim, mantem relas:aosexual com a vitima> sem inten~ao de transmitir a doenya. 1-1 n. ii l SINOPSEs JuRiDICAS Dessa forma, o estuprador que sabe ou deve saber estar contami- nado, responde pelo crime de estupro em concurso formal com o mencionado delito de perigo. e) 0 art. 130, § 1 ", do C6digo Penal, por sua vez, descreve uma forma qualificada do crime de perigo de contagio venereo, para a bip6- tese em que o agente, sabendo ou devendo saber da doenqa, prati- ca 0 ato sexual, querendo transmiti-la a vitima. Nesse caso, sea conduta for praticada por ocasiao de um estupro, havera tambem concurso formal entre os crimes.Acontece, contudo, que nessa bip6tese sera aplicado o denominado concurso formal im- pr6prio (imperfeito), que determina a soma das penas quando o agen- te, com uma s6 aqao, visa efetivamente produzir dois resultados (art. 70, caput, 2• parte). De ver-se, ainda, que, por se tratar de crime de pe- rigo, pressupoe que nao ocorra a transmissao da molestia. Se houver, afasta-se a incidencia do crime do art. 130, § 1", e aplica-se a causa de aumento do art. 234-A, rv, do C6digo Penal ao crime de estupro. f) Conjunqao carnal e outros atos Jibidinosos ·contra a mesma vitima, no mesmo contexto Bitico. Antes do advento daLein. 12.015/2009, o STF havia pacificado o entendimento de que se tratava de bip6- tese de concurso material porque o estupro e o atentado violento ao pudor nao eram crime da mesma especie, por estarem previstos em tipos penais diversos, o que inviabilizava o reconhecimento do crime continuado. Ap6s referida lei ter unificado as condutas no mesmo tipo, isto e, no art. 213, surgiram tres correntes: a) o crime de estupro passou a ter tipo misto alternative ( constranger a vitima a conjuns;ao carnal ou ato Jibidinoso diverso), de modo que are- alizas:ao de mais de um ato sexual contra a mesma vitima constitui crime unico, devendo a pluralidade de atos ser considerada na fi- xas:ao da pena; b) 0 tipo penal nao e alternative porque possui apenas urn verbo- Hconstranger" -,de modo que nao se trata de crime unico. Como, todavia, sao da mesma especie, ha de ser reconhecido o crime continuado; c) alem de nao se tratar de tipo alternative, sao diversas as formas de execu<;:ao ( conjuns;ao carnal e atos Jibidinosos diversos), sendo aplicivel o concurso material. No STJ existemjulgados nos tres sentidos e no STF hajulgados reconhecendo o crime continuado. Veja-se, por exemplo, o seguinte julgamento do Supremo Tribunal Federal no sentido da ocorrencia do crime continuado:"Estupro e atentado violento ao pudor. Mesmas Dos CRIMES 'CoNTRA A D1GNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRAc;Ao circunstancias de tempo, modo e local Crimes da mesma especie. Continuidade delitiva. Reconhecimento. Possibilidade. Supervenien- cia da Lei n. 12.015/2009. Retroatividade da lei penal mais benefica. Art. 5", XL, da Constituis:ao Federal. Habeas Corpus concedido. Con- cessao de ordem de oficio para fins de progressao de regime. A edis;ao da Lei n. 12.015/2009 torna possivel o reconhecimento da continui- dade delitiva dos antigos delitos de estupro e atentado violento ao pudor, quando praticados nas mesmas circunstancias de tempo, modo e locale contra a mesma vitirna" (HC 86.110, 2'Turma, Rei. Min. Cezar Peluso, D]e 23-4-2010). N a vigencia da legislas;ao antiga, prevalecia o entendirnento de que entre estupro e atentado violento ao pudor devia ser aplicada a regra do concurso material porque tais crimes nao eram da mesma especie. 8. Estupro qualificado pela idade da vitima. Nos termos do art. 213, § P, 2• parte, a pena seci de reclusao, de oito a doze anos, se a vitima do estupro e maior de quatorze e menor de dezoito anos. Trata-se de inovaqao da Lei n. 12.015/2009, ja que nao havia figura qualificada semelhante na legislaqao anterior. 0 reconhecimento da qualificadora pressupoe que tenha havido emprego de violencia ou grave ameaqa contra a vitirna em tal faixa etaria. Se a vitima for menor de quatorze anos, configura-se crime de estupro de vulneravel (art. 217-A)- independentemente do empre- go de violencia ou grave ameaqa. Se o crime for cometido no dia do aniversario de quatorze anos aplica-se a qualificadora, ja que o estupro de vulneravel exige que a vitirna tenha menos de quatorze anos. 0 fato de a figura qualificada do § 1 Q mencionar vitima maior de quatorze anos nao pode gerar interpretaqao de que o crime e simples em tal data. 9. Estupro qualificado pelo resultado. De acordo com o art. 213, § 1", F parte, a pena e de reclusao, de oito a doze anos, se da conduta resulta lesao grave e, nos termos do art. 213, § 2", e de reclu- sao, de doze a trinta anos, se resulta morte. As bip6teses de lesao grave que qualificam o estupro sao aquelas elencad;>s nos§§ 1" e 2" do art. 129 do C6digo Penal. Eventuais lesoes leves decorrentes da violencia empregada pelo estuprador ficam absorvidas pelo crime-fim ( estupro) .A contravenqao de vias de fato tambem fica absorvida. ... StNOPSES JuRiDICAS Essas figuras qualificadas (lesao grave ou morte) sao exclusivamen- te preterdolosas em razao do montante de pena previsto em abstrato. Assim, pressupoem que haja dolo quanto ao estupro e culpa em rela- l'ao ao resultado agravador. Por isso o julgamento cabe ao juizo sin- gular e nao ao Tribunal do Juri. Se ficar demonstrado que houve dolo de provocar lesao grave ou morte, o agente responde por estupro simples em concurso material com o crime de lesao corporal grave ou homiddio doloso. Assim, quando o agente estupra a vitima e~ em seguida, intencionalmente, a mata para assegurar sua impunidade, responde por crimes de estupro simples em concurso material com homiddio qualificado. Nesse caso a pena minima e de dezoito anos (doze pelo homiddio qualificado e seis pelo estupro) e o julgamento dos dois delitos se eli perante o Tri- bunal do Juri. Se o agente tenta estuprar a vitirna e nao consegue e, por isso, comete homiddio e, em seguida, pratica ato libidinoso como cadaver, responde por tentativa de estupro simples, homiddio qualificado e vilipendio a cadaver, em concurso material. 0 estupro qualificado existe quer a motte seja decorrencia da violencia quer da grave ameao;:a utilizada pelo estuprador,ja que o tipo penal do deli to qualificado preve pena maier se "da conduta" resulta lesao grave ou morte. Na hip6tese em que o estupro nao passa da tentativa, mas o agente, culposamente, di causa a morte da vitirna, o crime esti consu- mado. E que OS crimes preterdolosos nao admitem tentativa e 0 texto legal vincula a incidencia da qualificadora ao evento morte. 10. Natureza hedionda. A Lei n.12.015/2009 alterou a reda- l'ao do art. 1 ",V, da Lei n. 8.072/90, e declatou de natureza hedionda o "estupro (art. 213, caput, e §§ 12 e 2")", em sua forma tentada ou consurnada. Essa nova reda<;a.o, que menciona tambern o caput do art. 213, afasta qualquer possibilidade de controversia, deixando clare que tanto o estupro simples, como suas figuras qualificadas, constituem crime hediondo. 11. Causas de aumento de pena. Ap6s o advento da Lei n. 12.015/2009, por equlvoco do legislador, passaram a existir dois capitu- los :com a mesma denomina<;iio - "Disposi\=O-es Gerais" - no Titulo dos crimes de cunho sexual. Sao os Capitulos IV e VII. Neles existem -DoS CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRAc;Ao causas de aumento de pena aplicaveis ao estupro e a todos os demais crimes contra a dignidade sexual, respectivamente nos arts. 226 e 234-A. a) A pena e aumentada de quarta parte, se o ;:rime e cometido com o concur- so de duas ou mais pessoas (art. 226, I). E cabivel tanto nos cases de coautoria como nos de pacticipao;:iio. b) A pena e aumentada de metade, se o agente e ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmiio, cOnjuge, companheiro,tutor, curador, preceptor ou em- pregador da vftima ou se par qualquer outro titulo tem autoridade sabre ela (art.226, Il) .. Nessas hip6teses, o legislador entendeu ser necessaria a majorao;:iio da pena por ser o delito cometido por pessoa que exerce autoridade sobre a vitima.A lei descreve, inicialmente, uma serie de hip6teses espedficas e, ao final, utiliza-se de formula ge- nerica para abranger toda e qualquer reJa\"'aO de fate OU de direito que implique autoridade sobre a vitima, como, por exemplo, do carcereiro sobre a presa, do amisio da mae da vitima etc. 0 au- mente decorrente da condio;:iio de conjuge, companheiro, madras- ta ou tio da vitima foi inserido no C6digo Penal pela Lei n. 11.106/2005.As demais hip6tesesja constavam da redal'iio origi- nal do dispositive, porem o indice de aumento era menor - urn quarto.Atualmente, o aumento e de metade da pena. E evidente que niio pode ser aplicada ao crime de estupro a agravante generica do art. 61, II, e, do C6digo Penal, que se refere a crime cometido contra descendente, conjuge ou irrniio, na medida em que haveria his in idem ja que o fate ja e considerado causa especial de aumento de pena do art. 226, II. Preceptor e o professor responsavel pela educa~iio individualizada de menores. A Lei n. 11.106/2005 revogou o incise III do art. 226, de modo que o fato de o autor do crime ser casado com terceira pessoa na.o mais constitui causa de aumento de pena nos crimes sexuais. c) A pma e aumentada de metade se do crime resultar gravidez (art. 234-A, III). Sera necessaria dernonstrar que a gravidez foi resultante do ato sexual forl'ado. Lembre-se que o art. 128, II, do C6digo Penal, permite a reali- zal'iio de aborto, por medico, quando a gravidez for resultante de es- tupro, desde que haja consentimento- da ·gestante, ou, se incapaz, de seu representante legal. :1 lj 'I :1 "'! SINOPSES JURiDICAS d) A pena e aumentada de um sexto ate metade se o agente transmite a viti- rna doenfa sexualmente transmiss{vel de que sabe ou deveria saber ser portador (art. 234-A, IV). Note-se que o presente dispositive nao se refere tao somente as doen\=as venereas, como sifilis, gonorreia, cancro mole, papilomavirus, alcanqando todas as doenqas sexual- mente transrnissiveis. Com isso, em tese, estaria abrangida a trans- rnissao da AIDS. De ver-se, todavia, que, como esta doenqa e incu- rivel, sua transrnissao constitui, para alguns, lesao gravissima (art. 129, § 2°, II, do CP) e, para outros, tentativa de hornicidio, de modo que, a nosso ver, o agente deve ser responsabilizado por crim.es de estupro em concurso com lesiio ,gravissima_ ou tentativa de horniddio, pois, no minimo, agiu com dolo eventual em rela- qao a transrnissao da doenqa. Caso se demonstre efetiva intenqao de transrniti-la, a hip6tese sera de concurso formal impr6prio em decorrencia da autonomia de designios e as penas secio somadas. 12. As;ao penal. A atual reda~ao do art. 225 do C6digo Penal, com a reda~ao dada pela Lei n. 12.015/2009,traz duas regras em re- la~ao ao crime de estupro: a) No caput do art. 225 esti previsto que, como regra, a a~ao penal e publica condidonada a representa,ao. De acordo com tal dispositive a regra vale para todos os crimes do Capitulo I, abrangendo, portanto, o estupro qualificado pela lesao grave e pela morte. Em rela~ao a primeira hip6tese, e ate aceitivel a regra, na rnedida ern que a lesao grave que qualifica o estupro e a culposa, que tambem depende de representao;:ao, nos terrnos do art. 88 da Lei n. 9.099/95. Ja ern rela~ao a qualificadora da rnorte nao ha como se aceitar que a a~ao dependa de representa~ao. Primeiro por- que a Constitui~ao Federal reconhece o direito a vida e nao pode deixar nas maos de terceiros ( cOnjuge, ascendentes, descendentes ou irrnaos), decidir se o agente sera ou nao punido. Segundo, porque e possivel que a vitirna nao tenha c6njuge ou parentes pr6ximos. A Procuradoria Geral da Republica ingressou em seternbro de 2009 comA~ao Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 4301) a fim de que o Supremo Tribunal Federal declare que a necessidade de re- presenta~ao no estupro qualificadb pela lesao grave ou morte :fere os prindpios da proporcionalidade e razoabilidade, devendo o art. 225, Do"s CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CONTRA A AoMINISTRA<;Ao capu' do C6digo Penal, ser declarado inconstitucional quanto a este aspecto, mantido seu alcance em rela\=ao aos dernais crimes sexuais. Por sua vez, nao pode mais ser aplicada a Sumula 608 do Supre- mo Tribunal Federal, segundo a qual a a~ao e publica incondicionada no estupro simples cornetido mediante violencia real. A Lei n. 12.015/2009 e posterior a referida s6rnula e ao art. 101 do C6digo Penal (Lei n. 7.209/84), e, ao regular inteiramente o tema,nao estabe- leceu regra similar. Pela nova lei todo estupro simples passa a depen- der de representa~ao. b) No paragrafo unico do art. 225 se estabelece que a aqiio e publica incondicionada sea vitima for menor de dezoito anos.Atualmen- te, o fato de o autor do crime ser pai da vitima nao altera a especie de a~ao penal. 0 que importa e a idade da vitima. Se a filha tiver mais de dezoito anos, a a~ao depende de sua representa~ao. Se for menor de dezoito anos, a a~ao seci incondicionada. 13. Segredo de justis;a. Nos terrnos do art. 234-B do C6digo Penal, os processes que apuram crime de estupro correm em segredo dejusti~a. 14. Casamento da ofendida com o estuprador. Atualmente nao gera qualquer beneficio ao agente, uma vez que o art. 107,VII, do C6digo Penal, que previa a extin~ao da punibilidade nesses casos, foi revogado expressamente pela Lei n. 11.106/2005. Ademais, nao se pode cogitar de renuncia OU perdao em raziio do Casamento porque estes institutes sao exclusivos da ayao privada e, atualmente, o estupro e de ac;:ao publica. 15. Casamento da vitima com terceira pessoa. Desde o ad- vento da Lei n. 11.106/2005, que revogou o art. 107,VIII, do C6digo Penal, nao gera qualquer efeito. 16. A revogac;:iio do art. 214 do C6digo Penal. A Lei n. 12.015/2009 expressamente revogou o art. 214 do C6digo Penal que tipificava o crime de atentado violento ao pudor. Nao se trata, entre- tanto, de caso de abolitio criminis, porque, a mesma lei, tambem de forma expressa, passou a tratar como crime de estupro todas as con- dutas que antes caracterizavam o atentado violento.Assim, nao ha que se falar em extin~ao da punibilidade para as pessoas ja condenadas ou que estavarn sendo acusadas por este crime, na medida em que o art. S!NOPSES JuRiDICAS 107, II, do C6digo Penal s6 admite a extinyao da punibilidade quando a nova lei deixar de considerar o fato como crime, o que nao ocorreu. 0 fato continua sendo criminoso, apenas mudou de nome. Art. 215- Ter conjum;Cio carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguf.m mediante fraude ou outro meio que impq:a ou dfficulte a livre manifestafdo de vontade da vftima: Pena - reclusao, de dois a seis anos. Par!tgrqfo {mico - Se o crime e cometido com o fim de obter van- tagem econOmica, aplica-se tambem multa. 1. Objetividade juridica. A liberdade sexual no sentido de con- sentir na pritica de ato sexual sem ser ludibriado pelo emprego de nma fraude. 2. Tipo objetivo. A Lei n. 12.015/2009 unificou os antigos cri- mes de posse sexual e atentado ao pudor mediante fraude em uma {mica infras:ao denominada "violas;ao sexual mediante fraude", que passou a abranger o emprego de fraude para manter conjunyao carnal ou qualquer outro ato libidinoso com a vitima. Se o agente, no mes- mo contexte fatico e em face da mesma fraude, obtiver tanto a con- juns:ao carnal como outro ato libidinoso, respondera por crime unico e a p!uralidade de atos sexuais deverii ser considerada pelo juiz na fi- xaqao da pena-base. De acordo com o texto legal,e necessario que o agente empre- gue fraude ou outro meio que impeqa ou dificulte a livre manifesta- qao de vontade da vitima. Fraude e qualquer meio iludente emprega- do para que a vitima tenha urna errada perceps;ao da realidade e con- sinta no ato sexual. A fraude tanto pode ser empregada para criar a situas:ao de engano na mente da vitima, como para mante-la em tal estado para que, assim, seja levada ao ato sexual. Os exemplos encon- trados na pritica sao de medicos que mentem para a paciente a res- peito da necessidade de exame ginecol6gico a fim de toca-la; de pes- soas que se dizem "pais de santo" ou parapsic6logos e que convencem p-essoas-cr6dulas a receber "passes" nO_:·qual-devem tirar a roupa e se submeter a apalpas;oes; de irmao gerneo identico que se passa pelo Dos CRIMES ·coNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRA<;Ao outro para realizar atos sexuais com a namorada ou esposa deste etc. Nao ha crime, entretanto, quando o agente diz reiteradamente que arna uma moya apenas para que ela concorde em manter relas;ao se- xual com ele e este, ap6s o ato sexual, tennina o relacionamento. Interessante notar que, na legislaqao anterior, exigia-se que a vitima anuisse com a conjunqao carnal ou que fosse induzida a prati- car outra especie de ato de libidinagem ou que aceitasse submeter-se a est e. N a legisla~ao atual esse consentimento da vitima nao se mostra imprescindivel, tal como ocorre em casos em que o cenirio iludente montado pelo agente impede ate mesmo que ela perceba a realizas;ao do ato de libidinagem e, portanto, de opor-se a ele. Ex.: medico que ao realizar toque vaginal na vitima, que esta com a visao encoberta, abre o ziper de sua cal~a e encosta o penis nas nadegas dela. :E de notar-se que, no exemplo acima, o que o agente impede e . a manifestas:ao de vontade da vitima. Caso inviabilize sua capacidade de reas:ao fisica pelo emprego de soniferos, anestesicos ou drogas, in- corre no crime de estupro de vulneravel, por ter abusado de alguem que nao podia oferecer resistencia (art. 217, § 12). 3. Sujeito ativo. Pode ser qualquer pessoa, homem ou mulher. Trata-se de crime comum. 4. Sujeito passivo. Pode ser qualquer pessoa, homem ou mulher. Nao e necessirio que a vitima seja virgem ou pessoa recatada. Caso o agente empregue fraude para obter ato sexual com pes- soa rnenor de quatorze anos, respondera apenas por crime de estupro de vulneravel (art. 217-A), que e rnais grave. 5. Consumas:ao. No momento em que e realizado o ato sexual. 6. Tentativa. E possivel. 7. Causas de aumento de pena. Aplicam-se ao crime de vio- las:ao sexual mediante fraude as causas de aumento de pena dos arts. 226 e 234-A do C6digo Penal,ja que tais causas de aumento aplicam- -se a todos os crimes do Titulo. 8. Incidencia cumulativa da pena de multa. 0 paragrafo uni- co do art. 215 preve a aplicaqao curnulativa da pena de multa se o crime for cometido com o jim de obter vantagem econ8mica. 0 disposi- tivo,portanto, se aplica, poi exemplo, ao irmao gemeo identico que aposta dinheiro com alguns arnigos, que duvidam que ele tenha cora- t,! ' 51NOPSES JURIDICAS gem de abordar a namorada de seu irmao e ter com ela relac;ao sexu- al, fazendo-a acreditar que se trata de seu namorado. 9. A<;iio penal. Nos termos do art. 225 do C6digo Penal, a ac;ao penal e publica condicionada a representac;ao, exceto se a viti- rna for menor de dezoito anos, hip6tese em que a ac;ao e publica incondicionada. 10. Segredo de justi<;a. Nos termos do art. 234-B do C6digo Penal, os processos que apuram esta modalidade de infrac;ao penal correm em segredo de justic;a. 8 ASSEDIO SEXUAL Art. 216-A- Constranger alguem com o intuito de obter van- tagem oufavorecim.ento sexual,prevalecendo-se o agente da sua condirCio de superior hierlt.rquico ou ascendhzcia inerentes ao exercfdo de emprego, cargo ou funriio. Pena - detem;ao, de utn a dois anos. Paragrcifo (mico. (Vetado.) 1. Condutas tipicas. 0 crime de assedio sexual foi introduzido no C6digo Penal pela Lei n. 10.224/2001 e, em virtude de sua reda- c;ao ambigua, tern causado grandes controv6rsias a respeito de sua ti- pificac;ao e extensao. Alem disso, as dificuldades em torno da prova tornaram rarissimas as condenac;oes por este tipo de delito. A primeira questao consiste em descobrir qual significado o le- gislador quis dar a palavra "constranger", que e 0 nucleo do tipo. Este verbo normalmente e empregado em nossa legislac;ao como transitivo direto e indireto, aplicando-se, portanto, a situac;oes em que alguem e coagido, obrigado a fazer ou nao fazer algo, cOmo ocorre nos crimes de estupro, e constrangimento ilegal. Acontece que no crime de asse- dio sexual a lei n3.o descreveu nenhurn complemento, mencionando apenas a conduta de "constranger alguem com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual ... ''. Fica, pois, a indagac;ao: constranger a que? Como nao haresposta para essa pergunta, e forc;oso concluir que o legislador empregou a palavra "constranger" com outro sentido, ou Dos CRIMES ,CoN"f~ A DiGNIDJt.DE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRA<;Ao seja, como verbo transitivo direto em que significa incomodar, impor- tunar, embarac;ar. A soluc;ao deve efetivamente ser essa, considerando-se o proprio significado da palavra "assedio" que dii nome ao delito: "importunar, molestar, corn perguntas ou pretensOes". Niio basta. entretanto, que o patrao conte urna anedota que fac;a a funcioniiria ficar envergonbada, uma vez que, nesse caso, nao ha propriamente assedio sexual. Tambem nao configuram o delito os simples elogios ou gracejos eventuais e, tampouco, urn convite para jantar,ja que isso nao e algo constrange- dor. E claro, entretanto, que havera crime se houver recusa da funcio- niria e o chefe comec;ar a importun£-la com reiteradas investidas. Na realidade, o crime de assedio sexual pode ser visto, em ter- mos comparativos, como se fosse a contravenc;ao penal de importuna- c;ao ofensiva ao pudor (art. 61 da LCP) agravada pelo fato de ser co- metido por alguem que se prevalece da sua superioridade hieriirquica ou da ascendencia inerente ao cargo. Com<;> a lei nao esclarece os meios de execuc;ao, todos devem ser admitidos (crime de ayao livre), como, por exemplo, atos, gestos, pala- vras, escritos etc. Assim, e claro que pode existir crime na conduta de pedir uma massagem a secret£ria, de trocar de roupa em sua presen~a, de apalpar-lhe as niidegas ou passar-lhe as maos nos cabelos, de pedir para ela experimentar urn biquini, de convida-la para encontro ern motel, de propor-lhe sexo para que seja promovida, para que nao seja transferida, para que receba aumento etc. Lembre-se, porem, que e sempre necessiirio para a configurac;ao do crime que o agente tenha se aproveitado do seu cargo. 2. Sujeito ativo. Pode ser homem ou mulher. 0 delito pode envolver pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo. E necessario que o agente importune a vitima prevalecendo-se de sua superioridade hierirquica ou ascendencia inerente ao exercicio de emprego (relac;ao laboral privada), cargo ou func;ao (relac;ao !aboral publica). Na hip6tese de hierarquia existe urn superior e urn subalter~ no, o que nao ocorre na hip6tese de ascendencia em que o agente apenas goza de prestfgio, influencia em relac;ao a vitirna (exs.: desem- bargador em relac;ao a}uiz; professor de faculdade em relac;ao a aluno). S!NOPSES JuRiDICAS Veja-se que uma conduta que constitua crime quando pratica- da pelo superior nao o tipificara se realizada pelo subalterno contra seu chefe. Em razao do veto presidencial ao pacigrafo unico do art. 216-A, somente 0 assedio !aboral constitui crime, sendo atipico 0 assedio pro- veniente de relas:oes domesticas, de coabitas=ao e de hospitalidade, ou aquele proveniente de abuso de dever inerente a oficioou ministerio. 3. Sujeito passivo. Qualquer pessoa, homem ou mulher, que seja subordinado ao agente ou que esteja sob sua influencia. 4. Elemento subjetivo. 0 crime s6 existe se o sujeito age com intens:ao de obter vantagem ou favorecimento sexual ( conjuns:ao car- nal ou qualquer outro ato libidinoso). 5. Consumaqao. E facil concluir pela redas:ao do dispositivo que se trata de crime formal cuja consuma<;io ocorre no exato instante em que o agente importuna a vitirna, independenternente de obter a vantagern ou favorecimento sexual visados. 6. Tentativa. E possivel, por exemplo, na forma escrita (bilhete que se extravia). 7. Causas de aumento de pena. De acordo corn o § 2" do art. 216-A, a pena e aumentada de urn ters;o sea vitima do assedio e me- nor de dezoito anos. Esse dispositivo foi introduzido no C6digo Penal pela Lei n. 12.015/2009. Interessante notar que nao existe e nunca existiu o § 1 "· Saliente-se, outrossim, que a proposta de sexo seriamente feita, por exemplo, a urna crians:a de onze anos configura tentativa de estu- pro de vulneravel e nao figura agravada de assedio sexual. Aplicam-se ao crime de assedio sexual as causas de aumento de pena do art. 226 do C6digo Penal, exceto a hip6tese do art. 226, II, que preve aumento de metade da pena se o agente for empregador da vitima, na medida ern que constitniria bis in idem. 8. Aqao penal. Nos termos do art. 225 do C6digo Penal, a as:ao penal e publica condicionada a representas:ao, exceto se a vitima for menor de dezoito anos, hip6tese em que sera publica incondicionada. 9. Segredo de justiqa. Nos termos do art. 234-B do C6digo Penal, os processes que apuram esta modalidade de infras:ao penal correm em segredo de justis:a. CAPiTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERAVEL Art. 217-A - Ter confunfiiO carnal ou praticar outro ato libidi- noso com menor de quatorze anos. Pena reclusao} de oito a quinze anos. § 1!! Incorre na mesma pena quem pratica as afOes descritas no caput com alguhn que, por enfermidade ou deficii!ncia mental, niio tem o necessfzrio discer-izimento para a pr!ztica do ato} ou que} por qualquer outra causa} ndo pode iferecer resistencia. 1. Objetividade juridica. A dignidade sexual das pessoas vulne- riiveis - rnenores de quatorze anos, doentes mentais ou irnpossibili- tadas de oferecer resistencia. 2. Tipo objetivo. A Lei n. 12.015/2009 abandonou o sistema de presuns:oes de violencia que vigorava no regime antigo, e estabeleceu objetivamente como crime o ato de manter relacionamento sexual com uma das pessoas vulneciveis elencadas no tipo penal, ainda que corn seu consentirnento. Se o agente sabia tratar-se de pessoa definida na lei como vulnecivel nao poderia manter ato sexual com ela. Se o fez, responde pelo crime. Essa orientas=ao consta expressamente da Expo- sis:ao de Motivos que originou a Lei n. 12.015/2009, onde o legisla- dor rnanifestou claramente sua intens:ao de acabar corn a interpreta- "ao antes existente de que a presuns:ao de violencia era relativa. Dessa forma, rnesmo que se dernonstre que a vitima ja tinha tido relaciona- mentos sexuais anteriores com outras pessoas, se o agente for flagrado tendo com ela relas:ao sexual, ciente de sua condis:ao de vulneravel, devera ser punido. Repita-se que essa era a intens:ao do legislador, conforrne acima explicado. Apenas o tempo dici, entretanto, se a ju- risprudencia aceitari tal deterrnina"ao legal ou se novos argumentos surgirao para evitar a punis:ao. StNOPses JuRIDtCAS Apenas o erro de tipo (que nao se confunde com presun<;:ao rela- tiva) e que pode afastar 0 delito, quando 0 agente provar que, por erro plenamente justi£cado pelas circunstiincias, pensava que a mo<;:a, que concordou em ter com ele rela<;:ao sexual,ja tinha quatorze anos ou mais, por ter ela, por exemplo, mentido a idade e ja ter desenvolvi- mento corporal avantajado. As condutas tipicas sao as mesmas do estupro simples: ter con- jun<;:ao carnal ou praticar qualquer outro ato libidinoso. A configura- <;:ao do estupro de vulneravel, entretanto, nao exige o emprego de violencia fisica ou grave amea<;:a, de modo que, ainda que a vitima diga que consentiu no ato, estaci coniigurada a infra<;:ao, pois tal con- sentimento nao e vilido conforme ja explicado. Caso haja emprego de violencia fisica ou grave amea<;:a, por exemplo, contra uma crian<;:a de dez anos de idade para for<;:a-la ao ato sexual, havera tambem crime de estupro de vulneravel e nao a figura simples de estupro do art. 213, ja que nao faria sentido aplicar a pena mais grave do art. 217-A apenas para OS casos em que naO houvesse emprego de violencia OU grave ameaya. Em surna, corn ou sem o ernprego de violencia ou grave amea~a. o crime sera sempre o de estupro de vulner3.vel se a vitima se enquadrar em qualquer das hip6teses do art. 217-A e seu § 12 • Sao considerados vulneraveis: a) Os menores de quatorze anos. Ao contrario do regime antigo, se o ato for realizado no dia do 14.!l aniversirio, a vitima nao e mais considerada vulneravel. Em suma, considera-se vulneravel a pessoa que ainda nao completou quatorze anos. b) As pessoas portadoras de erifermidade ou doen{a mental, que niio tenham o necessAria discernimento para a prcltica do ato . E necessiria a realiza- <;:ao de pericia medica para a constata<;:ao de que 0 problema men- tal retirava por completo da vitima o discernimento para o ato sexual. Pela reda<;:ao do dispositive, dada pela Lei n. 12.015/2009, admi- te-se que o agente tenha agido com dolo eventual quanto ao estado mental da vitima, ja que foi retirada a exigencia do efetivo conheci- mento a :r"~speitq__._g.essa circunstancia que expr~_ss_amente constava do antigo art."224,b,do C6digo Penal. ..... . oos CRtMJ:~ <';91'-l!_RA A DtGNICJ~f:?_E SEXUAL AO~ ____ C::RtMES CoNTRA A AoMtNtSTRA.£AO c) Pessoa que, por qualquer outra causa, niio pode oferecer resistencia. E in- diferente que o fator impossibilitante da defesa da vitima seja pre- vio (doen<;:a, paralisia, idade avan<;:ada, estado de coma, desmaio), provocado pelo agente (ministra<;:ao de sonifero ou droga na bebida da vitima, uso de anestesico etc.) ou causado por ela propria (em- briaguez completa em uma festa). E necessaria que o agente se aproveite do estado de incapacidade de defesa e que se demonstre que este fator impossibilitava por completo a capacidade de a viti- rna se opor ao ato sexual. 3. Sujeito ativo. Qualquer pessoa. Homem ou mulher. 4. Sujeito passivo. Qualquer pessoa vulnecivel, homem ou mulher. 5. Consumas;iio. No instante em que e realizada a conjun<;:ao carnal ou qualquer outro ato libidinoso. 6. Tentativa. E possivel. 7. Formas qualificadas. Nos termos do art. 217-A, §§ 32 e 42 , respectivamente, se da conduta resulta lesao grave, a pena e de re- clusao, de dez a vinte anos, e, se resulta morte, reclusao de doze a trinfa anos. Essas figuras qualificadas sao exclusivamente preterdolosas. S6 se coniiguram se tiver havido dolo em rela<;:ao ao estupro de vulneravel e culpa em rela<;:ao a lesao grave ou morte. Se o agente quis ou assu- miu o risco de provocar o resultado agravador, respondera por crime de estupro de vulneravel em sua modalidade simples em concurso material com crime de lesao grave ou homicidio doloso. 8. Natureza hedionda. 0 estupro de vulnecivel constitui crime hediondo, tanto em sua forma simples, como nas qualificadas, nos termos do art. 1 ",VI, da Lei n. 8. 072/90 (com a redas:ao da Lei n. 12.01512009). 9. Causas de aurnento de pena. Aplicam-se ao crime de estupro de vulnecivel as causas de aumento de pena dos arts. 226, I e II, e 234-A, III e rv, do C6digo Penal, ja estudadas no crime de estupro simples. Assim, a pena e aumentada em urn quarto se o delito for cometido com concurso de duas ou rnais pessoas (art. 226, I); em metade se o agentefor ascendente, descendente, padrasto ou madrasta, tio, irmao, conjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vi- rima ou caso tenha autoridade sobre ela por'qualquer outro titulo (art. SINoPses JuRiDICAS 226, II), ou, ainda, se resultar gravidez (art. 234-A, III); e, de urn sexto ate metade, se 0 agente transmitir a vitima doenya sexualmente trans- missive! de que sabia ou deveria saber estar acometido (art. 234-A, IV). 10. A<;:iio penal. E sempre publica incondicionada, de acordo com o art. 225, pacigrafo unico, do C6digo Penal. 11. Segredo de justi<;:a. Nos termos do art. 234-B do C6digo Penal, os processes que apuram esta modalidade de infrayiio penal correm em segredo de justiya. MEDIA(_;AO PARA. SATISIF.AZIER A I.AScBVIA DE OUTRIEM COM PIESSOA MENOR DE QUATORZE ANOS Art. 218, caput - Induzir alguem menor de quatorze anos a sat4fozer a lasdvia de ot-ttrem: Pena - reclusiio, de dois a cinco anos. 1. Objetividade juridica. A dignidade sexual da pessoa menor de quatorze anos. 2. Tipo objetivo. Induzir significa convencer, persuadir omen or, com ou sem a promessa de algurna vantagem, para que satisfaya os desejos sexuais de outra pessoa. 0 agente visa com a conduta satisfa- zer a lascivia de terceiro e niio a propria. Exige-se que a terceira pes- sea seja detenninada. Importante ressaltar que, se o agente convence uma adolescente de doze anos a manter conjunyiio carnal com tercei- ro, e o ato se concretiza, este ~esponde por estupro de vulnerivel e quem induziu a menor e participe de tal crime. Assim, o crime em analise s6 seci tipificado se a vitima for induzida a satisfazer a lascivia do terceiro, sem, todavia, realizar a to sexual efetivo com est e. Ex.: a fazer sexo por telefone, a danyar para ele, a fazer-lhe urn striptease etc. 3. Sujeito ativo. Po de ser qualquer pessoa. Trata-se de crime co mum. 4. Sujeito passive. Crianyas ou adolescentes menores de qua- torze anos. 5. Consurna<;:ao. No memento em que o ato e realizado pelo menor. 6. Tentativa. E possivel. 7. A>iio penaLP!lb!ica inc~ndicionada. Dos CRIMES CoNTRA A DtGN!DADE SEXUAL AOS CRIMES CoNTRA A ADMINISTRA<,;Ao 8. Segredo de justi<;:a. Nos termos do art. 234-B do C6digo Penal, os processes que apuram esta modalidade de infraviio penal correm em segredo de justiya. SATISfA(_;AO DE LAScBVBA MEDIANTE PRESEN(_;A DE CRIAN(_;A OU ADOI..ESCENTE Art. 218-A - Pmticar, na presenra de alguem menor de quator- ze anos, ou induzi-lo a presendm; conjunrlio carnal ou outro ato libidi- noso, a Jim de satiifazer lasdvia prOpria ou de outrem: Pena reclusiio, de dois a quatro anos. 1. Objetividade juridica. A dignidade e a forrnayiio sexual da pessoa menor de quatorze anos. 2. Tipo objetivo. 0 crime existe quer o agente tome a ini- ciativa de realizar o ato sexual na presenya do menor (mostrar-lhe 0 penis, por exemplo), quer o convenp a presencia-lo. 0 ato sexu- al pode ser a penetrayao do penis na vagina ( conjunyiio carnal) ou qualquer outro ato de conotayiio sexual (presenciar o agente a se masturbar, a manter sexo oral ou anal com terceiro etc.). Atualmente, se alguem, dentro de urn 6nibus, se masturba na presenya de pessoa com menos de quatorze anos, incorre no crime em estudo. Se a vitima, porem, tern mais de quatorze anos, o crime e o de ato obscene (art. 233). Se o agente convence uma pessoa de menos de quatorze anos a assistir urn ato sexual envolvendo outras, configura-se tambem o crime do art. 218-A, masse convence pes- soa de vinte anos (por exemplo) a assistir o rnesmo ato, o fa to e atipico. Premissa do crime e a intenyao de satisfazer a prOpria lascivia ou de terceiro pelo fato de o ato sexual estar sendo presenciado por pes- sea menor de quatorze anos. Outra prernissa e que o menor nio se envolva se:xualmente no ato, pois, se o fizer, o crime sera o de estupro de vulneravel. 3. Sujeito ativo. Qualquer pessoa, homem ou mulher. Se o ato sexual for pratiqdo por duas pessoas na presenqa do menor, a fim de satisfazer a lascivia de ambos, os dois respondem pelo crime. SINOPSES JuRIDICAS 4. Sujeito passivo. Crians;as ou adolescentes, do sexo masculino ou feminino, menores de quatorze anos. 5. Consuma(:ao. No instante em que e realizado o ato sexual na presens;a do menor. 6. Tentativa. E possivel. Ex.: menor e convencido a presenciar o ato sexual, mas quando o agente comes;a a tirar a roupa o menor sai correndo e nao presencia concretamente qualquer ato libidinoso. 7. A10ao penaL E publica incondicionada. 8. Segredo de justi(:a. Nos termos do art. 234-B, os proces- sos que apuram esse tipo de infras;ao penal correm ern segredo de justi~a. • FAVORECIMENTO DA PROSTITUIC',;AO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAc;AO SEXUAL DE VULNEIRAVEL Art. 218-B - Submeter, induzir ou atrair cl prostituirao ou outra forma de explorafCiO sexual alguem tnenor de dezoito anos ou que, por enfermidade ou dificiencia mental, nCio tern o necessflrio dis- cernimento para a prfztica do ato,facilita-la, impedir ou difiwltar que a abandone: Pena reclusCio, de quatro a dez anos. 1. Objetividade juridica. A dignidade e a rnoralidade sexual do vulned.vel, bern como evitar danos a sua sallde e outros riscos ligados ao exerdcio da prostitui~ao. 2. Tipo objetivo. 0 crime consiste ern convencer alguern, corn palavras ou prornessas de boa vida, para que se prostitua, ou para que se subrneta a outras forrnas de explora~ao sexual, ou, ainda, colaborar para que alguem exer~a a prostituis;ao, ou, de algurn modo, impedir ou dificultar que a vitirna abandone as referidas atividades. Ern surna, constitui crime introduzir alguern no mundo da prostitui~ao, apoia-lo materialrnente enquanto a exerce ou de qualquer modo impedir ou dificultar o abandono das atividades por parte de quem deseja faze-lo. · Na figura ern anilise, a vitirna deve ser pessoa corn idade entre quatorze e dezoito anos, ou corn deficiencia mental que lhe retire a Dos CRIMES CoNTRA A DIGNIDADE SEXUAL AOS CRIMES CONTRA A ADM!NISTRA<;Ao capacidade de entender o carater do ato. Se a vitirna for pessoa rnaior de idade e sa, 0 induzimento a prostitui~ao configura 0 crime do art. 228 do C6digo Penal, que tern pena rnenor. Prostitui~ao e o cornercio do proprio corpo, em carater habitu- al, visando a satisfas;ao sexual de qualquer pessoa que se disponha a pagar para tanto. A prostitui~iio a que se refere a lei pode ser a mascu- lina ou ferninina. Pune-se tarnbern nesse tipo penal quem subrnete o rnenor ou o enferrno mental a qualquer outra forma de explorarao sexual. Esta, tal qual a prostitui~ao, deve ter carater habitual. Ex.: induzir urna menor a ser dans;arina de striptease, a dedicar-se a fazer sexo por telefone ou via internet por rneio de webcams (sern que haja efetivo contato fisico com o cliente) etc. 0 art. 218-B, por tratar do rnesrno terna, revogou tacitarnente o crime do art. 244-A da Lei n. 8.069/90. 3. Sujeito ativo. Pode ser qualquer pessoa, homern ou rnulher. 4. Sujeito passivo. Hornem ou rnulher rnenor de idade (entre 14 e 18 anos), ou que, em raziio de enferrnidade mental, nao tenha discernitnento necessaria para cornpreender a prostituis;ao ou a ex- ploras;ao sexual. 5. Consurna(:ao. Quando a vitima assume urna vida de prosti- tui~ao, colocando-se a disposis;iio para 0 cornercio carnal, ou quando passa a ser explorada sexualmente. Na rnodalidade de impedimenta, consuma-se no momento em que a vitima nao abandona as ativida- des. Nesta ultima figura o crime e perrnanente. Na modalidade difi- cultar, consurna-se quando o agente cria o 6bice. 6. Tentativa. E possivel. 7. Inten~ao de lucro. Nos terrnos do art. 218-B, § 12 , se o crime e praticado com 0 fim de obter vantagern econ6rnica, aplica-se tarn- bern rnulta. A intens;ao de lucro a que o texto se refere como condi-s:ao para a incidencia curnulativa de multa e por parte do agente e nao da vitirna, pois esta e prernissa do delito. 8. Figuras equiparadas. No§ 2Q do art. 218-B, existe a previsao de dois outros crimes para os quais e prevista a mesrna pena do caput. Tal dispositivo pune: ;, i SJNOPSES JuRiDICAS I - Quem pratica conjun~ao carnal ou outro ato libidinoso com alguem menor de dezoito e maior de quatorze anos na situa~ao descrita no caput deste artigo (de prostituiqao ou exploraqao sexual). 0 dispositivo pune quem faz programa com prostituta menor de idade, desde que tenha mais de quatorze anos, pois, se river menos, o crime sera 0 de estupro de vulneriivel, que tern pena muito maior. Nao existe em nossa legislaqao puuiqao para quem paga para ter relaqao sexual com prostituta maior de idade. II - 0 proprietario, o gerente ou o responsavel pelo local em que se verifiquem as prCtticas reftridas no caput deste artigo. 0 legislador criou uma especie de figura qualificada do crime de casa de prostituiqao (art. 229). Assim, o dono, gerente ou responsi- ve! por local onde haja prostituiqao ou explorac;:ao sexual de pessoa com idade entre quatorze ou dezoito anos, ou com enfermidade mental, incorre no crime em anilise, para o qual a pena e maior em rela<;:ao aqueles que mantem lupanar apenas com prostitutas maiores de idade. Pressupoe, contudo, que o agente tenha conhecimento de que hii prostitutas menores de idade trabalhando no local. 0 § 3Q do art. 218-B, estabelece ainda que constitui efeito obri- gat6rio da condena<;:ao, a cassac;:ao da licenc;:a de localizac;:ao e de fun- cionamento do estabelecimento. A tipificac;:ao no C6digo Penal do crime em anilise revogou delito semelhante previsto no art. 244-A, § 1", da Lei n. 8.069/90. 9. As;ao penal. E publica incondicionada. 10. Segredo de justic;:a. Nos termos do art. 234-B do C6digo Penal, os processos que apuram esta modalidade de infra<;:ao penal correm em segredo de justic;:a. DISPOSITIVOS RIEVOGADOS IE RECLASSifiCADOS Duas importantes leis alteraram o tratamento dos crimes de na- tureza sexual, revogando infrac;:oes penais que, no passado, tiveram grande relevillcia, mas que, em face da altera<;ao dos costumes, haviam perdido o seu sentido. A Lei n. 11.106/2005 revogou os crimes de ·· seduc;:ao e rapto consensual e a Lein. 12.015/2009 fez o mesmo com o crime de corrupc;:ao de menores. Dos CRIMES CoNTRA A DIGNJDADE SEXUAL AOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRA<;Ao As mesmas leis efetuaram algumas importantes reclassificac;:oes. 0 delito de rapto violento (art. 219) sofreu alterac;:oes e passou a coin- por uma das figuras qualificadas do crime de sequestro (art. 148, § 1°, V),desde o advento da Lei n. 11.106/2005. Nao houve abolitio criminis porque o fato continnou a ser previsto como infrac;:ao penal, contudo, em outro titulo do C6digo Penal e sob nova denominaqao. Ademais, conforme jii estudado, a Lei n. 12.015/2009 revogou o art. 214 do C6digo Penal, transformando as condutas que antes constituiam aten- tado violento ao pudor em crime de estupro, bern como uuificando os crimes antes chamados de posse sexual e atentado ao pudor me- diante fraude, sob a denominac;:ao de violac;:ao sexual mediante fraude. Observac;:ao: 0 Capitulo III, que cuidava dos crimes de seduc;:ao, corrup<;ao de menores e rapto, encontra-se totalmente revogado, en- quanto os Capitulos IV e VII, que tratam das disposic;:oes gerais dos crimes sexuais, por razoes didiiticas,jii foram analisados por ocasiao do estudo do crime de estupro.Assim, os Capitulos que restam a ser apre- ciados sao o V e o VI, conforme se vera adiante. QUADRO SINOTICO - EsTUPRO Constranger alguem mediante vioiEmcia ou grave amea<;a a ter conjun<;6o carnal ou o praticar ou permitir que com ele se pratique outre ate libidinoso (sexo anal. orat intro- duzir o dedo no vagina da vftima, passar as mOos em seus seios ou nos n6degas, beijo lascivo etc.}. Guolquer pessoa, homem ou mulher. Qua!quer pessoa, homem ou mulher. 0 dolo de fon;ar outra pessoa a manter relocionomento sexual contra sua vontade. Normalmente o agente visa sa- tisfazer a prOpria libido, mas n6o deixa de haver crime de estvprQ -~e .. o f,i_~pl_idade~_ e vingar-se do vftima ou ganh9_r:,.,.- uma aposta etc. : S1NOPSES JuRiDICAS Consuina~~o Tentativa. ,''' Figurci$ q'ua~ ·,;f;~Cic:iall Causqsde (!urnentoc:l~ pen a C!assifica~&o. ~Oiitr.in.(aa-i~ A~aopenal Objetividade · juridi~a Tieo~bi~ti~~ •si.IJelt~ atiif~. No hip6tese de conjun~Oo carnal consuma-se com a penetra- <;Oo, ainda que parciot do penis no vagina. Em rela<;;Oo a outros atos libidinosos consuma-se quando de sua realizas;Oo. E possfvel. Se a vftima e maier de 14 e menor de 1 8 ones ou se resul- ta les6o grave ou morte. Em rela<;Oo a estes Ultimas o crime qualificodo e exclusivamente preterdoloso - dolo no estu- . pro e culpa no les6o grave ou morte. Se o agente estupra e intencionalmente mota, responde per estupro simples em concurso material com homiddio qualificodo. A pena e aumentada em urn quarto se o crime for cometido com concurso de duos ou mais pessoas; e aumentado em metade se resulta gravidez ou se o estupro e cometido per ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irm6o, cOniuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador do vftima ou por pessoa que por qualquer outre tftulo tern au- toridade sobre elo, ei e aumentoda de urn sexto ate metade se h6 transmiss6o de doenc;a sexualmente transmissive!. Crime comum, simples, instantOneo, doloso,. de dono,. ma- terial, comissivo ou omissivo impr6prio. E pUblica condicionoda 0 represento<_;Oo, salvo se a vftima for menor de 18 ones, hip6tese em que a a<_;Oo e incondi- cionada. ESTUPRO DE VULNER}NEL A dignidode sexual das pessoos vulner6veis. Ter conjunc;Oo como! ou proticar outre ate libidinoso com pes- soc menor de 14 ones, enfermo ou doente mental que n6o tenho o necess6rio discernimento para o ato sexual ou que, por quolquer outra causa, n6o posse oferecer resist&ncio. 0 crime existe quer tenha havido viol&:ncia ou grove ame- a<_;a au nao. Eventual consentimento do pessoo vulner6vel n5o exclui o crime porque n6o tern validade. Pede ser quolquer pessoa. _ _,D~O>oS:_:C~R~IM~E=S_:C=.;:O~N:cT~RA:_:A~D~IG::N~ID:cA~D:;:E_:S~EX~U:cA::L.:_A:;O:::S~C~R~IM::E:;:S_:C=:;O:;:N:cT::oRA:_:A_:AD~~M~IN~IST:!.RA~~~A:;O;:_ ___ ~,:~ .:C~IJieitopas"•·.·•· ~::tS:iir~<». -- . . ~~~~~!~~: i:l€~~$\iiJ1CI~i.~> -,-.:-·!'-\",.::--,-. '>rJ~i~1wCI · . ~~r~tizei~ .... ~ Ca!Jsas de . ,.(!urnento de pen a cla~sifica~a~> . d~~~rii16ria A~ao pel'tat, Objetividade juridic(! . ~~i i~i~~~"~. :_:,-.. s~~~~~~ pti;.<~ Somente as pessoas vulner6veis adma mendonodas. Pede ser homem au mulher. 0 dolo de manter relac;Oo sexual com umo dos pessoas vulner6veis elencadas no tipo penal. No memento do conjunc;ao carnal au do prdtica de quol- quer outre ato de libidinagem. E possfvel. Se resulta les6o grave ou morte. ·Esses qualificadoras s6e exclusive mente preterdolosas. A pena e aumentada em urn quarto se o crime for cometido com conCurso de duos au mais pessoas; e aumentoda em metade se resulta gravidez ou se o estupro e cometido par oscendentef padrasto ou madrasta, tic, irmao, c6njuge, companheirof tutor, curador, preceptor ou empregador do vftima ou por pessoa que per qualquer outre titulo tern auto- ridade sobre elof e; e aumentoda de um sexto ate metade se h6 transmiss6o de doenc;o sexualmente transmissive!. Crime comum, simples, instantdneo, doleso, de dono, ma- terial, comissivo au emissive impr6prio . PUblica incondicionoda. V!OLA<;AO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE A liberdade sexual. Ter conjunc;6o carnal au praticor outre ate libidinoso com olguem mediante
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